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Questão 01.

Leia o trecho abaixo:


“Apesar da diversidade e abrangência das propostas em debate e das experiências em
processo no país, pode-se considerar que nenhuma delas dá conta, sozinha, de todos os
aspectos envolvidos na construção de um novo modelo de atenção à saúde, ou melhor, de
modelo(s) de atenção à saúde adequados à heterogeneidade estrutural e à diversidade
epidemiológica e social da população (Barreto & Carmo, 2000).
O desafio que se coloca é o de difundir, multiplicar e institucionalizar as propostas que
vêm sendo debatidas nos centros acadêmicos e sistemas de serviços em vários estados e
municípios das diversas regiões do país, com apoio ou não de organizações internacionais de
cooperação técnica. Desse modo, se poderia tratar de incorporá-las à prática no âmbito dos
sistemas microrregionais de saúde, gerando a acumulação de experiências que apontassem
para além da retórica, efeitos concretos nas práticas de saúde.
Nesse sentido, são necessários o desencadeamento e fortalecimento de ações políticas
e técnico-administrativas no âmbito federal, estadual e municipal, tendo como eixo o
fortalecimento do nível municipal e a organização dos sistemas microrregionais de saúde,
espaços onde se pode introduzir mudanças gerenciais, organizativas e técnico-assistenciais que
contribuam para a construção de modelos de atenção capazes de dar respostas adequadas aos
problemas e necessidades de saúde da população de cada local.
Assim, é importante que o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais de Saúde
invistam no fortalecimento da sua capacidade institucional, de modo a possibilitar a realização
de análises permanentes da situação de saúde e a institucionalização de processos de
planejamento, programação e avaliação de ações e serviços que subsidiem a definição e
revisão contínua da configuração dos sistemas microrregionais em cada estado.
No âmbito municipal e microrregional, especificamente, o desafio maior é envolver os
secretários de saúde e prefeitos municipais em um movimento nacional de reorientação do
modelo de atenção à saúde, que se fundamente na noção de "municípios saudáveis" e se
desdobre em ações intersetoriais de promoção da saúde e melhoria de condições de vida, bem
como no fortalecimento das ações de vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental, ao lado
da reorganização da atenção básica e da regulação da assistência de média e alta
complexidade.
Do ponto de vista político mais geral, o desafio vai além da capacidade de mobilização
das secretarias, devendo envolver as lideranças dos diversos partidos e as organizações da
sociedade civil empenhadas na busca de alternativas ao modelo vigente. O momento atual, no
qual começam os debates em torno das próximas eleições, é propício à ampliação dessa
discussão e ao estabelecimento de compromissos que venham a se expressar na formulação de
propostas de políticas sociais e de saúde a serem implementadas no âmbito nacional, estadual
e local.
Esse processo, heterogêneo em função das especificidades de cada estado e região,
pode recolocar o debate político da área de saúde no contexto mais geral de busca de
estratégias de desenvolvimento econômico e social, que contribuam para o que Boaventura
Santos denomina "globalização alternativa (...) mais justa e eqüitativa que permita uma vida
digna e decente à população mundial, e não apenas a um terço dela, como acontece hoje"
(Santos, 2000:3). Considerando, ademais, as complexas relações estabelecidas entre o global e
o local, cabe enfatizar o envolvimento dos dirigentes, trabalhadores de saúde e a população
organizada politicamente em torno das suas demandas sociais, nesse debate, enquanto uma
forma continuamente renovada de construção dos sujeitos da saúde coletiva (Minayo, 2001).
Desse modo, a problematização permanente dos significados da saúde, não apenas
enquanto uma área de política, um serviço, um modelo de atenção, mas sobretudo um modo
de vida e um valor social, pode fazer parte do debate político e do processo de
"apoderamento" (empowerment) que possibilite o desenvolvimento de práticas voltadas à
construção de uma "sociedade de bem-estar social" (Dreifuss, 1997), utopia tanto mais
necessária quanto mais distante, em tempos de intolerância.”
 
Referência: TEIXEIRA, C. F. MODELOS DE ATENÇÃO VOLTADOS PARA A QUALIDADE,
EFETIVIDADE, EQÜIDADE E NECESSIDADES PRIORITÁRIAS DE SAÚDE. CADERNO DA 11ª
CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, S/L; S/D, P.261-281.
Responda as questões que seguem:
a. A qual tipo de modelo assistencial o texto acima sugere lapidações e
direcionamentos? Explique esse modelo.
b. Qual é a definição de modelo assistencial, considerando aspectos técnicos,
tecnológicos e equipe profissional?
c. Dentre os modelos assistenciais estudados nas aulas, cite qual apresentou
menor capacidade de resolução de problemas a nível coletivo. Justifique explicando
detalhadamente a sua resposta.
a- O modelo assistencial alternativo, o modelo alternativo é seguido com as diretrizes do SUS.
É a partir dele que questões como política e a regionalização dos atendimentos são discutidos
para que o atendimento chegue a todos de forma universal e de qualidade e com a realização
de projetos e ações voltadas para o bem estar da população. Pode se perceber também que é
nesse modelo em que o sistema de saúde é gratuito e busca a prevenção e promoção da
saúde.

b- A definição de modelo assistencial é a busca por formas que possam realizar e resolver os
problemas de saúde. A partir deles é possível ver qual é a necessidade que a população
necessita e através dos aspectos técnicos, tecnológicos é realizado estudos e busca de
tecnologias para elaboração de por exemplo vacinas para a população. Outro fator a ser
considerado é a forma em que é organizado politicamente os modelos assistências a sua
característica específica.

c- O que apresentou menor capacidade de resolução para os problemas do coletivo foi o


modelo de atenção hegemônico e o modelo médico assistencial privatista. Esse modelo
assistencial tem como base a ideia de que você só consegue atendimento se possuir dinheiro,
e a pessoa é tratada como mercadoria em que a busca somente por o lucro.

Questão 02. Leia o texto abaixo, referente a um artigo científico publicado na revista
digital Ciência e Saúde Coletiva, no momento ápice da pandemia de COVID-19 em
2020. Posteriormente responda às questões que seguem:
 
“As pandemias são conhecidas como epidemias que se espalham rapidamente por
diversos países e afetam uma quantidade relativamente grande de pessoas e que, de
forma geral, geram consequências do nível micro ao macrossistêmico, impondo, pelo
tempo em que duram, novas regras e hábitos sociais para a população mundial e
mobilizações de diversas naturezas para suas contenções. Segundo dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS), o surto da COVID-19 iniciou-se na China em
dezembro de 2019. E desde então tem se alastrado por diversos locais e populações.
No último relatório da OMS, publicado em 08 de maio de 2020, estão documentados
3.759.967 casos confirmados, 259.474 mortes, com registro em países de todas as
regiões do mundo. No Brasil, o primeiro caso da doença foi notificado em 25 de
fevereiro de 2020 e o número de acometidos pelo vírus tem crescido, desde então,
gradativamente. O Brasil confirmou 145.328 casos e 9.897 mortes até a tarde do dia
08 de maio de 2020. No Rio Grande do Sul (RS), a Secretaria da Saúde confirmou no
dia 10 de março o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no estado. Até o
dia 02 de maio de 2020, no RS havia 1.687 casos, sendo que 63 foram a óbito.
No que se refere aos aspectos sociais, o Ministério da Saúde lançou uma série de
recomendações para a população a fim de informá-la quanto a questões de
transmissão, prevenção e procedimentos em caso de contágio da doença. Uma das
principais consequências, nesse sentido, foi o distanciamento social como medida de
prevenção da disseminação do COVID-19.
No RS, decretos do governo estadual estabeleceram medidas de prevenção ao
contágio pelo novo Coronavírus. No Decreto 55.118 de 16 de março de 2020 foram
adotadas providências para o estabelecimento de teletrabalho, evitação de
aglomerações e suspensão das aulas de escolas públicas e privadas a partir do dia 19
de março do mesmo ano. Já no Decreto 55.128 de 19 de março de 2020 foi declarado
estado de calamidade pública em todo território do Estado. Foi determinada a
proibição de atividades e de serviços públicos e privados não essenciais, fechamento
de centros comerciais, e medidas específicas para que os serviços essenciais
atendessem à população.
Estudos com a população da China indicam que há possíveis consequências
psicológicas desse confinamento em massa. Os resultados mostraram maior índice de
ansiedade, depressão, uso nocivo de álcool e menor bem-estar mental do que os
índices populacionais usuais. Além disso, observam-se perdas econômicas nos locais
mais atingidos e crescente preocupação com as consequências práticas da pandemia
no setor econômico.
Há, também, uma infinidade de informações erradas circulando nas mídias sociais que
aumentam a ansiedade sobre a doença. Além disso, o próprio tipo de informação e a
forma como ela é fornecida pode gerar consequências mais ou menos positivas na
saúde mental da população, em momentos de pandemia.
Referência: COVID-19 e os impactos na saúde mental: uma amostra do Rio Grande
do Sul, Brasil; Ciênc. saúde coletiva vol.25 no.9 Rio de Janeiro Sept. 2020  Epub Aug
28, 2020
https://doi.org/10.1590/1413-81232020259.16472020
 
a) Identifique quais foram as áreas correlatas do saber (ciências) que foram utilizadas
na construção do texto acima:
b) Considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre a história natural das
doenças, indique quais são as fases características (pré e pós horizonte clínico) da
progressão da COVID-19.
c) Considerando o princípio da hierarquia administrativa e da complexidade dos
atendimentos, cite e explique quais são as abordagens para o manejo da COVID-19,
que podem ser efetuados em cada nível de atenção à saúde. Explique qual a
participação do fisioterapeuta em cada um dos níveis.

a- A área das ciências epidemiológicas e os determinantes sociais.


b- Pré horizonte clinico: O agente que é o vírus SARS-CoV-2 está presente no ambiente
com alto nível de contaminação, a pessoa não utiliza a máscara e tem contato com o ar
ou também superfícies contaminadas. Ela se contamina e pode ser assintomática. Até
que chega o momento que ela ultrapassa o horizonte clínico.
Pós  horizonte clinico: Aqui essa pessoa já apresenta alguns sintomas comuns da
COVID-19 como a febre, tosse, a perda de paladar ou olfato entre outros. Ela pode
apenas fazendo repouso e se cuidando pode se curar quando em sintomas muito leves.
Já quando os sintomas se agravam ela necessita do hospital. E esse paciente pode ser
curado depois de algum tempo realizando os cuidados necessários, ou em outra vertente
a morte.
Nessa situação o paciente ainda não vacinado. Pois com a vacinação pode até ser
ultrapassado, mas o paciente tem a sua recuperação.
c- Primária: A realização do teste rápido, e a comprovação dos sintomas se são a
COVID-19. O fisioterapeuta pode atuar na promoção e prevenção da saúde. Com a
elaboração de exercícios e de atividades que garantam que esse paciente esteja cuidando
da sua saúde.
Secundária: A internação do paciente já com sintomas mais fortes e que pode necessitar
de utilizar o respirador para conseguir respirar melhor, e também a intervenção
cirúrgica. O fisioterapeuta atua na fisioterapia respiratória e na UTI, garantindo o
paciente que não aconteça também atrofias musculares.
Terciária: É quando o paciente vai para a reabilitação, ele chega com muitos pontos a
serem cuidados. É realizado os cuidados com o fisioterapeuta, fonoaudiólogo,
nutricionista entre muitas especialidades segundo o quadro de cada paciente. O
fisioterapeuta busca garantir a melhor qualidade de vida.

Questão 03. Sobre a evolução do pensar em saúde, a humanidade passou por


basicamente 4 fases, se apoiando em 4 teorias sobre as causas das doenças. Cite e
explique quais foram essas 4 teorias e como a saúde ou doença eram explicados por
cada uma delas.
Teoria mágico religiosa: A doença era explicada como maldição, quem decidia as
coisas eram os deuses e que o cuidado era realizado por plantas. Que realizava esses
rituais eram os curandeiros.
Teoria miasmática: Essas doenças tinham origem nos miasmas, com odores e
fedores.
Unicausal: Tinha uma única causa para a doença. Poderia ser um vírus ou uma
bactéria.
Multicausal: Já na teoria multicausal a doença poderia ter inúmeras causas e que não
se relacionavam apenas com os microrganismos, mas também com o meio ambiente
em que a pessoa doente está inserido.
Determinantes sociais: Os determinantes utilizam de todos os fatores que impactam as
nossas vidas e que possuem relação direta ou indiretamente com a saúde da
população. É o mais abrangente pois analisa diversos aspectos a serem considerados
como a causa da doença. Entre eles temos: Alimentação, moradia, saneamento
básico, renda, educação entre outros.
 

Questão 04. Observe abaixo o diagrama de Dahlgren e Whitehead (1991), que


organiza os determinantes sociais da saúde em diferentes “camadas”, abrangendo
aspectos individuais e macrodeterminantes do processo saúde-doença. Explique o
diagrama abaixo destacando a lógica da organização e disposição
(microdeterminantes x macrodeterminantes) dos determinantes em saúde abaixo:
também disponível
em: https://th.bing.com/th/id/R.a6fa1a0b565ee7eea1592502d50c9a82?
rik=A4nfVJGhSh%2fTVg&pid=ImgRaw&r=0
Pode ser explicado esse diagrama em que a parte central dele o círculo e as camadas
mais próximos dele são questões genéticas e individuais de cada pessoa e que são
difíceis de se alterar e quando vamos abrindo as camadas até a mais superficial nos
demonstra a interação desse individuo com o meio ambiente, em como pode ser
afetado a vida de cada pessoa de acordo com esses fatores como emprego, educação
e habitação. 
São nesses fatores do determinante social que é possível perceber o quanto o meio
ambiente em que se está inserido e todos os fatores sociais interferem na questão de
saúde e doença da população.

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