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HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO DE UMA UBS

Resumo: Com o avanço da ciência e da tecnologia, muitas ações


humanizadas passaram a ser despercebidas. Com seus recursos tornaram
menos humanas as relações sociais a saúde foi um dos setores mais atingidos
e perceptíveis no que condiz aos efeitos advindos da modernidade, observando
de modo mais específico, o atendimento ao indivíduo. Este estudo levantou
dado acerca do tratamento dispensado aos pacientes da UBS Dr. Hélio Araújo
de Masi e analisar o nível de atendimento visando à melhoria da qualidade de
vida e eficácia ao atendimento dispensado aos usuários do Sistema Único de
Saúde. Mediante a necessidade de um melhor entendimento acerca das ações
estatais quanto à busca de uma melhor adequação ao sistema de saúde
público, investigou-se através a prática da Secretaria Municipal de Saúde da
cidade de Jaguariaíva /Pr as ações referentes ao processo de qualificação de
atendimento ao indivíduo, no intuito de promover e explorar a humanização.

Palavras-Chave: Humanização, atendimento, Saúde Pública Municipal;

Summary: With the advancement of science and technology, many actions


have to be humanized unnoticed. With their resources become less human
social relations has been one of the health sectors most affected in consistent
and noticeable effects arising from modernity, looking more specifically, the
service person. This study raised about the treatment given to patients at UBS
Dr. Helio Araujo de Masi and analyze the level of care aimed at improving the
quality of life and effectiveness of service afforded to users of the Unified Health
System Through the need for better understanding of state action and the
search for a better match to the public health system, were investigated through
the practice of the Municipal health city Jaguariaíva / Pr actions regarding
theprocess of qualifying service to the individual in order to promote and explore
the human.

Keywords: Humanization, service, Municipal Public Health;

1 Introdução

Segundo o Ministério da Saúde a proposta de humanização dos serviços


públicos de saúde através da Política Nacional de Humanização no Sistema
Único de Saúde (Humaniza SUS) é um valor básico para conquistar uma
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melhor qualidade no atendimento à saúde dos usuários, os quais possuem o


direito de ter o conhecimento sobre quais profissionais lhe atendem,
concretização da redução das filas com acolhimento e avaliação risco, com
direito à acompanhante em internações e consultas, tendo ainda o direito de
participar da gestão dos serviços.
De acordo com o Art. 5º da Constituição Federal de 1988 é de direito do
cidadão a manifestação de pensamento e de comunicação, bem como em seu
Art. 220 que discorre sobre a manifestação de pensamento, criação, expressão
e informação sob qualquer forma ou processo de veículo, sem restrições,
mediante o disposto na Constituição.
Sendo assim, é bem clara a Lei quando diz que todos os cidadãos
possuem a liberdade de ir e vir verbalmente no que se refere à manifestação
de pensamento e opinião sobre quaisquer situações; contudo, manifestar-se
sobre possíveis descuidados e falta de atendimento adequado em instituições
de saúde é um direito do cidadão.
A demanda atendida pela UBS são usuários provenientes das classes
menos favorecidas: pessoas com baixa escolaridade, baixo poder aquisitivo,
sendo a grande maioria migrantes da área rural e alguns comerciantes locais,
integrantes de famílias com o mesmo perfil.
A secretaria municipal de saúde é a responsável pela organização, o
funcionamento e a distribuição das UBS. Quando não funciona bem ou está
lotado pode ser que exista muita procura e pouca prevenção de doenças. Ou
os trabalhadores podem estar despreparados, desmotivados para o serviço ou
são poucos para atender as pessoas.
Os problemas precisam ser resolvidos o quanto antes e atender bem os
usuários. Muitos exemplos mostram que com um pouco mais de recurso,
criatividade e ajuda da comunidade, o atendimento pode ser acolhedor e, com
qualidade.
Além de modernizar o sistema de fichas ou senhas de papel, é possível
definir prioridades no atendimento, melhorar as salas de espera, ter banheiros
limpos, tratar as pessoas gentilmente pelo nome, fazer triagem dos problemas
logo que chega dispor de estrutura para repor os materiais e medicamentos
que são usados para tratar as pessoas.
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O Estudo encontra-se dividido em três partes. A primeira contextualiza a


Política de Saúde no Brasil um breve histórico até os dias atuais, na segunda
parte discorre-se sobre o Programa Nacional de Humanização como também a
Implantação do Programa na Secretaria Municipal de Saúde.
Na terceira parte analisam-se as ações e a prática do Programa de
Humanização, a visão dos profissionais que atuam na instituição, e a visão dos
usuários sobre a mesma com relação ao Programa em estudo.
E finalmente, nas considerações finais, tratando da importância da
pesquisa, para a instituição e para o pesquisador e como e quanto contribuiu
para a formação profissional.

2 Metodologia

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, probabilística e não intencional


seguida, com instrumentos de coleta de dados como técnicas de observação
participante, entrevista semiestruturada aos usuários e profissionais da saúde,
em destaque à Assistência Social, e pesquisa documental, os quais estiveram
em comunhão com o objetivo da pesquisa, a identificação das ações
desenvolvidas pelo Programa de Humanização e a observação da prática
realizada pelos profissionais de saúde.

3 Referencial Teórico

3.1 A Política de Saúde Pública no Brasil: Um breve histórico


Entendem-se as políticas públicas como sendo o conjunto de diretrizes e
referências ético-legais adotados pelo Estado para fazer frente a um problema
que a sociedade lhe apresenta. Política Pública é a resposta que o Estado
oferece diante de uma necessidade vivida ou manifestada pela sociedade.
Desta maneira, as políticas públicas são gestadas e implementadas pelo
Estado para o enfrentamento de problemas sociais, principalmente os
relacionados à saúde. Diante das características que se apresentam sobre a
conjuntura atual, percebe-se que há uma discrepância entre o conjunto de
problemas sociais e a capacidade do Estado de enfrentá-los. As políticas
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públicas tornaram-se objeto de disputa entre diversos grupos, sendo


controladas em algumas situações pelos mesmos. Sendo assim:

[...] As diversas definições de políticas publicas atendem a diversos


objetivos de estudo. Para os estudos sobre a historia das políticas,
pode ser útil adotar definições bastante genéricas, como a de Lemier,
que a conceber como [...] tentativas de regular situação que
apresentam problemas públicos, situações essas afloradas no interior
de uma coletividade. (apud VIANNA, 1997:207).

Essas regulações se apresentaram de várias formas de acordo com o


espaço e tempo que atendiam à população com formas similares a políticas
publicas de saúde. No entanto, essas formas de conter a coletividade e
oferecer um mínimo de requisitos de sobrevivência se deram de modo mais
perceptível na História com o surgimento da Previdência Social no Brasil.
Inserida no processo de modificação da postura liberal do Estado frente
à problemática trabalhista e social num contexto político e social mais amplo,
este fato ocorre junto à contradição entre a posição marcada como liberal do
Estado frente às questões trabalhistas e sociais com o movimento operário-
sindical que assumia importância crescente e se posicionava contra tal postura.
Esta também é a época de nascimento da legislação trabalhista brasileira. Em
1923, é promulgada a Lei Eloy Chaves, podendo através desta ser definida
como marco inicial a Previdência Social no Brasil.
Com continuidade a historia que envolve a trajetória da política pública
de saúde No período compreendido entre 1923 e 1930, surgem as caixas de
aposentadoria e pensões – CAPS. Eram organizadas por empresas, da
natureza civil e privada, responsáveis pelos benefícios pecuniários e serviços
de saúde para os empregados de empresas especificas. As CAPS eram
financiadas com recursos dos empregados e empregadores e administradas
por comissões formadas de representante de empresa e dos empregados.
Cabia ao setor publico apenas a resolução de conflitos, no modelo
previdenciário dos anos 20.
A assistência médica é vista como atribuição fundamental do sistema, o
que levava, inclusive, à organização de serviços próprios de saúde, marcadas
por um elevado padrão de despesas às ações pouco eficazes, se considerando
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os resultados baixos adquiridos, como continuidade de precariedade de vida,


endemias, surtos de vírus, índice de mortalidade, entre outros.
Sendo assim, já havia uma decadência muito grande do sistema, tendo
esta uma serie de efeitos e consequências institucionais e sociais. Eram
desenvolvidos serviços paliativos os quais não atendiam as necessidades da
população, permanecendo a mesma estagnada em qualidade de vida.
Neste âmbito, Conh (1999, p. 14) diz que:

Da Previdência Social que ai está nada fica a dever à perversidade e


ao padrão altamente predatório de exploração da força de trabalho
vigente, o descrédito quanto à competência do Estado na área do
seguro social não ocorre só entre os defensores radicais da empresa
privada e do mercado, mas também entre os usuários (...).

As ações da previdência são agora caracterizadas pelo crescimento dos


gastos, elevação de despesas, diminuição dos saldos, esgotamento de
reservas e déficits orçamentários, a fim de cumprir com a Legislação vigente,
mediante também com a pressão de grupos sociais e populares sobre a
efetivação dos direitos.
Não somente de forma geral com a Política de Saúde, sobre os índices
de assistência social, segundo Oliveira e Teixeira (1986) houve um crescimento
relativo dos gastos da Previdência Social com a Assistência Médico Hospitalar.
Apontam que a Política de Saúde Pública, anterior à Constituição de 1988,
período de 1964 a 1974, desenvolvia-se com base no privilegio ao setor
privado e com cobertura de especialidade previdenciária, sem preocupações
exteriores ao meio.
A assistência não era considerada com a devida importância que possui
e a ênfase percebia-se sobre uma prática médica de caráter curativo, e
orientada para uma burocratização do setor de saúde, distanciando cada vez
mais a facilitação do acesso aos bens públicos de saúde.

Segundo próprio Ministério da Saúde (1998, p.9):

(...) O governo optou pelo caminho mais perverso, ao priorizar os


interesses particulares em relação aos públicos, alijando a população
de qualquer participação nos seus destinos e criando um sistema de
saúde de má qualidade, arraigado nas suas distorções e, por envolver
muitos interesses exclusos, resistentes à mudanças.
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Na década de 1980 o país vivia um quadro político econômico marcado


por dificuldades, marcado por um processo inflacionário e uma crise fiscal sem
controle. É demarcada a partir de então uma crise ideológica caracterizada
configurada pela priorização dos interesses particulares em relação aos
públicos, de acordo com o Ministério da Saúde.
Emerge uma necessidade de reestruturação e ampliação dos serviços
de saúde no qual foi gerado um projeto de reorientação global do Sistema de
Saúde, a partir da implantação de uma rede de serviços básicos de saúde,
conhecido como o PREV-SAÚDE elaborado para a integração de serviços de
saúde.
Mesmo com esta medida, os gastos da Previdência Social qualificavam-
se como altos, sendo depositado grande investimento no Instituto Nacional de
Assistência Médica e Previdência Social - INAMPS, adotando o governo
medidas de reorientação da sua política de assistência médica.
Sendo assim, formas de pagamento foram rearticuladas no setor privado
contratado para viabilização das políticas de saúde, sendo introduzidos
pagamentos por diagnósticos e não mais por atos; celebra-se, por outro lado,
convênios com o Estado e municípios para o repasse de recursos, os quais na
época encontravam-se ociosas.
Surge a partir disto o Conselho Consultivo da Administração de Saúde
Previdenciária (CONASP), documento que recupera proposta antes
apresentadas pelo PREV-SAÚDE. O CONASP elaborou um novo plano de
reorientação da assistência médica, que propunha melhorar a qualidade da
assistência fazendo modificações no modelo privatizante.
A partir do Conselho surgiu o Programa de Ações Integradas de Saúde -
AIS, que tinha como objetivo integrar os serviços que prestavam assistência à
saúde da população de uma região. Estas Ações possibilitaram pela primeira
vez que instituições públicas de saúde se conhecessem mutuamente e
começassem a fazer um planejamento mais articulado.
As discussões ocorridas no seio da AIS originaram as precursoras dos
Conselhos de Saúde: Comissões Interinstitucionais de saúde.
A partir de então, forma-se o Sistema Unificado e Descentralizado de
Saúde – SUDS, que serviu de base para a criação do Sistema Único de Saúde.
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De acordo com Cunha J e Cunha R (1998, p. 296): (...) O documento


recupera propostas antes apresentadas no PREV-SAUDE no sentido de
hierarquizar, regionalização e integração de serviços, dentre outras.
Entretanto em todos esses planos, havia a ideia da integração da saúde
publica, servindo para consolidar opiniões e fazer modificações que se
mostravam necessárias.
É diante destas modificações que em alguns anos posteriores à crise da
providencia e da Política de Saúde do Estado que o Ministério da Saúde (1998,
p. 4) discorre:
A conquista da saúde não pode ser uma responsabilidade exclusiva
da área da saúde, mas de todo Governo e da sociedade, por meio de
suas políticas econômicas e sociais. É claro que isso supõe uma
identificação do Governo com as necessidades e as aspirações da
maioria da população e que a saúde seja considerada uma finalidade
do desenvolvimento econômico e social (...)

Desse modo, é essencial que a saúde não seja um direito adquirido por
meio de contratos e pagamentos de contribuições para a Previdência ou outro
tipo de seguro, mas que seja um direito que as pessoas têm pelo simples fato
de existirem e serem cidadãos, viverem numa sociedade regida por leis e
contribuírem para o seu desenvolvimento.
O ganho da VIII Conferencia referiram-se ao da proposta da Reforma
Sanitária, caracterizada por Oliveira e Souza (2002, p. 8) através do seguinte:

A concretização das propostas da Reforma Sanitária se dá no plano


jurídico e institucional, na implementação do Sistema Único de
Saúde, o SUS. Com a aprovação da nova Constituição Brasileira em
1988, foi incluída pela primeira vez, uma seção sobre saúde, a qual
incorporou em grande parte, os conceitos e propostas contemplados
no Relatório das 8 conferencia, ou seja, a Constituição incorporou as
propostas da Reforma Sanitária. A constituição Brasileira passou a
ser, então, considerada como uma das mais avançadas no mundo no
que diz respeito à saúde.

Sendo assim, de acordo com o guia de Conferencia para Conselheiros


Municipais de Saúde (2000, p. 07) até a promulgação da Constituição de 1988,
a saúde era entendida como ausência de doenças, como um estado de bem-
estar físico e mental. Esta compreensão para que o sistema fosse organizado a
atender, em primeiro lugar, a procura das pessoas por assistência medica
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curativa. Havia assim predominância do atendimento medico individual


hospitalar.
De acordo com a o Art. 196 da Constituição Federal de 1988:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante


políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para a sua promoção.

Este conceito de saúde passou a exigirem novas praticas dos serviços


de saúde porque ao ampliar o conceito anterior, tornou necessária uma
mudança na organização e nas formas de prestação destes serviços, tendo
sido considerado um avanço para o setor na medida em que leva em conta não
só as causas biológicas da doença, mas também as causas sociais.
O reconhecimento da determinação social das doenças exige novas
maneiras de enfrentar os problemas de saúde. Ganha ênfase, então, a
concepção integral da saúde, que exige o desenvolvimento de ações
preventivas e curativas, bem como se reforça a necessidade de
desenvolvimento de ações voltadas para a erradicação das causas sociais das
doenças, como por exemplo, ações de saneamento básico, aumento da oferta
de emprego e outras, que dependem da articulação entre os gestores
governamentais responsáveis pelo provimento de necessidades básicas da
população, como educação, meio-ambiente, trabalho, Previdência Social, etc.
A assistência, todavia, foi universalizada com o SUS (Sistema Único de
Saúde) na qual Rodrigues Neto Apud Oliveira e Souza (2002, p, 9) diz:

Primeiramente, o SUS é um sistema, ou seja, é formado por varias


instituições dos três níveis de governo (União, Estados e Municípios),
e pelo setor privado contratado e conveniado, como se fosse um
mesmo corpo. Assim, o serviço privado, quando é contratado pelo
SUS, deve atuar como se fosse publico, usando as mesmas normas
do serviço publico. Depois é único, isto é, tem a mesma doutrina e a
mesma filosofia de atuação em todo o território nacional, e é
organizado de acordo com uma mesma sistemática.
O SUS constitui uma das manifestações de um conjunto de
necessidades sociais de saúde, as quais portam um caráter ético-moral que
defende a saúde como direito de todo cidadão, propondo-se a garanti-lo
através dos seus princípios de acesso, universalidade, equidade e
integralidade.
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Nesse contexto, a implantação da atual Constituição viabiliza o acesso


universal à saúde a qual forneceu abertura à implantação do Sistema Único de
Saúde (SUS). Regulamentado pelas Leis Federais 8.080/1990 e 8.142/1990,
no titulo das disposições gerais artigos III da Constituição Federal/88.
O Sistema Único de Saúde é constituído pelo conjunto de ações e
serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicos federais,
estaduais e municipais, o qual tem por finalidade alterar a situação de
desigualdade na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o
atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças de
dinheiro em quaisquer circunstancias.
De acordo com o Art. 196 "a saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações
e serviços para sua promoção, proteção e recuperação".
Destacada ainda pela formulação da Norma Operacional Básica -
NOBS, a qual se evidencia pelo envolvimento de iniciativa privada com a
política de saúde. As Normas Operacionais Básicas – NOB do SUS que são
parte do conjunto de leis do mesmo regulamentam processos da gestão dos
serviços e das ações de saúde.
Dentre os seus princípios destaca-se:
 Universalidade: A defesa de que toda pessoa,
independentemente de contribuição financeira ou não, tem direito aos serviços
públicos de saúde.
 Descentralização: A compreensão de que a política publica de
saúde deve se dar de maneira descentralizada, privilegiando o planejamento
da esfera local. Sem com isso desobrigar os Estados e o Governo Federal.
 Hierarquização: Que os serviços de saúde sejam estruturados de
maneira que haja uma ordenação de prestação de acordo com as demandas
apresentadas.
 Integralidade: A compreensão de que o atendimento deve
entender o homem enquanto uma totalidade, bem como a articulação entre a
assistência preventiva e curativa.
 Regionalização: Buscar uma articulação entre a rede de serviços
de uma determinada região, por compreender que a situação de saúde de uma
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população está ligada diretamente às suas condições de vida, bem como


articular a rede de serviços de saúde existente.
 Participação Popular: A defesa da participação da sociedade civil
na elaboração, fiscalização e implementação da política publica de saúde,
portanto o exercício do controle social.
Mediante as características apresentadas às quais deve estar contido às
NOB do SUS, o mesmo não possuía condições de se estruturar em um curto
espaço de tempo. Para se estabelecer na forma como esteve prevista, sua
estrutura demoraria algum tempo, se considerarmos as configurações
históricas nas quais ele emergira, com mudanças sociais, econômicas e
políticas complexas.
Outra concepção do Sistema de Saúde foi implementada através da
descentralização dos municípios, os quais administram de modo equitativo os
recursos repassados, com a participação da sociedade organizada,
modificando as relações de poder político e a administração de
responsabilidades entre os Estados e à sociedade, onde os gestores de saúde
assumem papel fundamental para concretizar os princípios e diretrizes da
reforma sanitária brasileira.
Nessa perspectiva, foram instituídos os Conselhos de Saúde em cada
esfera de governo, a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) na direção
nacional do Sistema Único de Saúde e as Comissões Bipartites (CIB) na
direção estadual, além do fortalecimento dos órgãos colegiados nacionais de
representação política dos gestores das ações e serviços o CONASS
(Conselho Nacional de Secretários de Estado da Saúde) e o CONASEMS
(Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde).
Nas CIB e CIT são apreciadas as composições dos Sistemas Municipais
da saúde, bem assim pactuadas as programações entre gestores e integradas
entre as esferas de governo.
Da mesma forma, são pactuados os tetos financeiros possíveis dentro
das disponibilidades orçamentárias conjunturais, oriundo dos recursos das três
esferas de governo, capazes de viabilizar a atenção às necessidades
assistenciais e as exigências ambientais. O pacto e a integração das
programações constituem, fundamentalmente, a consequência prática da
relação entre os gestores do SUS.
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Sendo assim pode-se entender que Municipalização é transferir para os


Municípios o direito e a responsabilidade de controlar os recursos financeiros,
as ações de saúde e a prestação de serviços de saúde em seu território.
As transformações econômicas e sociais apontam e colocam grandes
desafios para o Sistema de Saúde. A formulação e a implantação do Sistema
Único de Saúde (SUS) é resultado de um expressivo movimento de reforma
sanitária, inserido no movimento mais amplo de redemocratização do país
sendo então estabelecidas grandes diretrizes para a reorganização do sistema
de saúde no Brasil.
Desse modo, a saúde teve um expressivo reconhecimento e inserção na
nova Constituição Federal, promulgada em outubro de 1988, destacando-se
sua inclusão como um componente da seguridade social, a caracterização dos
serviços e ações de saúde como de relevância pública e seu referencial político
básico expresso no Artigo 196, já citado.
Neste processo o país possuiu uma política de saúde claramente
definida constitucionalmente no sentido de política pública, como política social,
implicando, portanto, em mudanças substantivas para sua operacionalização
nos campos político-jurídicos, político-institucional e técnico-operativo.

3.2 A Humanização na Saúde

Humanização pode ser entendida como uma palavra utilizada para falar
da melhoria da qualidade do atendimento aos usuários na saúde. Para o
Ministério da Saúde pode ser considerada como uma intervenção no
atendimento hospitalar a fim de tornar o mesmo consoante e integrado aos
valores da vida e das relações humanas.
A necessidade de sua emersão se deu pela precariedade das condições
de atendimento e suporte técnico especializado e competente os quais são
fornecidos ao usuário. Este vem sendo penalizado com a espera para ser
atendido e no próprio atendimento que, além da longa espera, procura por
valer-se, em função da necessidade, de conhecimentos a fim de poder
viabilizar ações que são direitos dos mesmos.
Para Carvalho (1998, p, 15) "a desumanização das relações entre
profissionais de saúde e paciente tem sido uma das principais causas
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apontadas para o aumento das denuncias e processos de promoção de


responsabilidade jurídica e penal contra profissionais de saúde".
Diante do agravamento desta problemática, surge a necessidade de
reelaborar a atendimento dado aos usuários da saúde – não somente a este,
mas a todas as áreas de assistência, no intuito de promover uma amenização
ou erradicação das mal exercidas formas de atendimento ao indivíduo.
Nota-se através disto que nos últimos anos redes de saúde vem sendo
ampliadas a fim de que esta humanização seja cumprida de um modo
concreto; no entanto, seu investimento é maior perceptível através de uma
superestrutura, porque, se se nivelando os níveis de atendimento realizados
nos últimos tempos percebe-se que ainda há uma grande defasagem e
desorganização na efetivação dos direitos sociais referentes à saúde.
Não basta, assim, ampliar a estrutura de rede, mas qualificar a sua
estrutura – recursos físicos, humanos, equipamentos, são importantes e
primordiais para o investimento na qualificação profissional, melhorando,
otimizando e humanizando suas ações.
Na precarização destes serviços, além do usuário, o profissional de
saúde também é penalizado, pois é ele quem lida todos os dias com as
necessidades dos indivíduos, sofrendo represálias e outros condicionamentos
que as pessoas empregam sobre mesmos, mediante a situação de
precariedade que passam.
Diante dos problemas emergentes da política econômica na área social
e de emprego (desvalorização salarial, etc.).
O trabalhador de forma geral, e mais especificamente da saúde, não
consegue suprir suas necessidades de subsistência, sendo forçado a
desenvolver outras atividades, muitas vezes em dois ou três hospitais,
perdendo o contrato com a família, reduzindo as horas distintas ao lazer, a
casa e ao descanso.
Jacobs (2001, p.6) emprega um sentido que as relações entre usuário e
redes de saúde por meio de seus colaboradores, devem ser entendidas e
praticadas por estes de forma humanizada; isto porque o primeiro tratamento
que o paciente vai receber prove da atitude de como é recebido no local da
consulta, das características desse local, suas cores e odores, da forma como
é cumprimentada, a intensidade aperto de mão, a verbalização e a
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apresentação pessoal, de quem se propõe a colocar a disposição deste ser


que sofre, deve ser de forma clara e afável e de que isto já influencia no
resultado do tratamento como um todo.
Neste sentido, a Humanização da saúde pressupõe considerar a
essência do ser, o respeito à individualidade e à necessidade de contribuição
de um espaço concreto nas instituições de saúde que legitime o humano. O
cuidar humanizado implica a compreensão do significado da vida a capacidade
de perceber e compreender a si e ao outro. A humanização no atendimento
exige empatia do cuidado humanizado deve adaptar-se à estrutura hospitalar
modificando não apenas os custos, mas também a tradicional e ideal relação
do medico com o seu cliente.
Criado em 2001 o Programa Nacional de Humanização da Assistência
Hospitalar (PNHAH) tem como objetivo a promoção de uma cultura de
atendimento humanizado na área de saúde.
A concepção que orienta as ações do PNHAH pressupõe que uma
melhoria efetiva e permanente da qualidade dos serviços de saúde requer uma
abordagem que seja capaz de integrar o avanço técnico - cientifico da
medicina, os avanços derivados das novas técnicas de administração
hospitalar e os avanços que podem advir da adoção de uma ética universalista
de atendimento humanizado, fundada no respeito à singularidade das
necessidades dos usuários e dos profissionais.
O Programa Nacional de Humanização ao Atendimento Humano nasceu
de uma iniciativa estratégica do Ministério da Saúde, com a finalidade de
buscar iniciativas capazes de melhorar o contato entre profissionais de saúde e
usuários, de modo que possa ser garantido o bom funcionamento do Sistema
Único de Saúde – SUS.
O programa oferece uma orientação global para os projetos de caráter
humanizador desenvolvidas nas diversas áreas de atendimento hospitalar. Sua
principal função é estimular a criação e a sustentação permanente de espaços
de comunicação ente esses vários setores de atendimento da instituição de
saúde dentre os quais devem ser validadas à livre expressão, a educação
continuada, o diálogo, o respeito, a diversidade de opiniões e a solidariedade.
O PNHAH surge da percepção acerca da insatisfação do usuário sobre a
qualidade do atendimento recebido nas instituições públicas, municipais,
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regionais e estatais, com o objetivo de deflagrar mudanças de cultura de


atendimento e saúde em beneficio dos usuários e profissionais, com
participação efetiva e permanente de todos que estão presentes nas redes
hospitalares, sejam estes dirigentes, gestores e todo o quadro funcional das
instituições que estão envolvidas no programa.
Para a implantação do Programa de Humanização é realizado um
trabalho entre o Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais e Municipais de
Saúde, que serão coordenados pelo comitê de Humanização, que determina os
critérios para a escolha das instituições participantes.
A constituição de grupos de trabalho humanizado os (GTH) nas
instituições hospitalares e a formação de uma Rede Nacional de Humanização
entre as instituições publicas de saúde são exemplos importantes de espaços
de comunicação estimulados pelo PNHAH. Ambos representam instrumentos
fundamentais para a consolidação do processo de humanização nos hospitais.
A humanização da saúde publica é preconizada no plano de ações
coordenado e descentralizado pelo SUS. Para que sua efetiva viabilização
aconteça na pratica, a principal estratégia é a participação social, as
Conferencias de Saúde e os Conselhos de Saúde. É imperioso implantar o
SUS onde ele não existe, e é imperioso aperfeiçoar o SUS, permanentemente,
onde ele já esta implantado.
De acordo com dados do Ministério da Saúde e trabalhos publicados
que descrevem sobre o processo de humanização dos serviços públicos de
saúde, pode ser afirmado que este se constitui como valor básico para a
conquista de uma melhor qualidade no atendimento à saúde dos usuários e
nas condições de trabalho dos profissionais de todo o sistema de saúde.
Sendo assim, o público alvo do PNHAH são as Secretarias Estaduais e
Municipais de Saúde e os Hospitais, unidades médicas da rede pública de
saúde no Brasil, objetivando através destes efetivar as diretrizes do PNHAH
desenvolvidas, com integração destas redes no ano de 2002.
A partir da definição dos hospitais participantes ao Programa,
selecionado pelo Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais, no que se refere
a sua implantação, é cumprida uma etapa burocrática de exigências dos
órgãos competentes, criando-se grupos capacitados a atuarem na divulgação
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do programa a nível nacional, e também em desenvolverem tarefas de apoio


ao Grupo de Trabalho Humanizado (GTH) na sua formação local.
O GTH participa de encontros, conferências e outros acontecimentos
referentes ao programa, no âmbito estadual e interestadual através dos quais
são discutidas ações em outros Estados e instituições, ministrando-se cursos
teóricos e práticos com entregas de materiais para estudo e reflexão de
práticas de humanização, fomentando na equipe uma educação progressiva
para a importância das ações relativas ao processo de humanização ao
atendimento do indivíduo.
Faz parte do Programa também divulgar suas ações, fazer intercâmbio
de informações, tirar dúvidas, desenvolver troca de ideias que estejam dando
certo e que podem ser aplicadas em outras localidades.
Após ter cumprido a primeira fase com êxito e com a efetivação às
iniciativas de humanização nas instituições, os hospitais passam por uma
pesquisa de cunho avaliativo frente aos usuários e profissionais quanto à
satisfação dos serviços oferecidos, na busca do reconhecimento público da
proposta fomentada; o grupo deve desenvolver e dar continuidade ao
Programa em outras instituições, como multiplicadores junto ao futuro Grupo de
Trabalho naquelas instituições que foram escolhidas.

3.3 Secretaria Municipal de Saúde de Jaguariaíva

A Secretaria Municipal de Saúde de Jaguariaíva é responsável pela


Gestão do Sistema de Saúde Municipal. O município de Jaguariaíva é
integrante da 3ª Regional de Saúde de Ponta Grossa.
O Conselho Municipal de Saúde é um órgão colegiado, em caráter
permanente e deliberativo, composto por representantes do governo, dos
prestadores de serviços, de profissionais de saúde e de usuários, que atuam
na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução da
política de saúde.
O Conselho Municipal de Saúde de Jaguariaíva foi criado pela Lei
Municipal 1141/91 e alterada pela Lei n° 1724/2007, de 23/11/2007, possui
regimento interno e realiza reuniões mensais.
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O Conselho Municipal de Saúde é composto por 12 membros (12


titulares / 12 suplentes), representando 50% de usuários, 25% de trabalhadores
de saúde e 25% de representantes da administração e prestadores de serviço
de saúde. Presidente do Conselho Municipal de Saúde: Dr. Humberto José da
Silva Reis.
A Atenção Básica constitui o primeiro nível de atenção à saúde e
engloba um conjunto de ações individuais ou coletivas, que envolvem a
promoção da saúde, a prevenção de doenças, o diagnóstico, o tratamento e a
reabilitação é realizada pelas Unidades Básicas de Saúde tradicionais.
A partir do ano de 2.010 foi implantado no Município de Jaguariaíva a
Estratégia de Saúde da Família (antigo Programa de Saúde da Família). A
Saúde da Família é uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde para
organização da atenção básica, estabelecendo vínculo de coresponsabilização
com a população adscrita.
A Atenção Especializada é composta por ações e serviços, de média e
alta complexidade, que visam atender os principais problemas de saúde e
agravos da população, realizada por profissionais especializados e com o uso
de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico.
No Município de Jaguariaíva é desenvolvida através do Centro de
Especialidades, Clínica Municipal de Fisioterapia e Hospital Carolina Lupion.
Especialidades Médicas: Anestesiologia, Cirurgia Ambulatorial, Cirurgia
Pediátrica, Obstetrícia, Ortopedia;
Programas de Saúde: Programa de Asma e Rinite, Programa de
Controle da Natalidade, Programa Hiperdia, Programa Qualidade de Vida
Programa de Tuberculose, Programa de Hanseníase.
O Centro de Especialidades Odontológicas é um projeto da Estratégia
de Saúde da
Família que deverá ter início em 2.010 e contará com os seguintes
serviços especializados: Endodontia, Cirurgia Oral Menor dos Tecidos Moles e
Duros, Dentística, Patologia (diagnóstico em doenças bucais, com atenção
especial ao câncer), Periodontia, Odontopediatria (Bebê Sorriso),Atendimento a
Portadores de Necessidades Especiais, Ortodontia;
Os eixos prioritários do Plano Municipal de Saúde 2010 – 2013 foram
estabelecidos conforme os compromissos assumidos pelo Gestor Municipal no
17

Pacto pela Saúde. A formulação dos objetivos, metas e ações estratégicas foi
realizado através de processo participativo e integrado, contando com
membros do Conselho Municipal de Saúde, considerando a análise situacional
de saúde, as diretrizes das esferas federais e estaduais, as propostas
aprovadas na VIII Conferência Municipal de Saúde de Jaguariaíva – 2009 e os
indicadores de saúde pactuados. As prioridades de saúde municipais definidas
nos Eixos, relacionadas em Anexos, aqui apresentados foram selecionadas
levando-se em conta: a análise da situação de saúde; as prioridades nacionais
de saúde definidas pelo Ministério da Saúde no Plano Nacional de Saúde e nos
documentos que compõe o Pacto pela Saúde – 2007. Ministério da Saúde e
Secretaria Estadual de Saúde; as propostas aprovadas na VIII Conferência de
Saúde de Jaguariaíva; as propostas constantes do Plano Diretor Municipal
aprovado em 2008 e as propostas do Plano de Governo da Administração
2009/2012.

4 Estudo Prático/Resultados

O tipo de pesquisa será a qualitativa, e na qual é fundamental que o


pesquisador delimite e formule o problema. Outro aspecto importante da
pesquisa qualitativa é que os pesquisados são considerados sujeitos que
elaboram conhecimento e produzem praticas adequada para intervir nos
problemas que identificam. (CHIZZOTTI,p.78, 1991).
A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o
sujeito e o objeto, um vinculo indissociável entre o mundo objetivo e a
objetividade do sujeito. (CHIZZOTTI, p.79,1991).
Como universo, a presente pesquisa foi realizada na UBS Dr. Hélio
Araújo de Masi, que está localizada na Rua Professor Marcio Araújo Mota S/N,
Centro, na cidade de Jaguariaíva/Pr.
Os critérios da inclusão para a participação da pesquisa foram os
profissionais da Secretaria Municipal de Saúde e alguns usuários da Secretaria
Municipal de Saúde.
Pelas informações, entende-se que a maioria dos entrevistados foram
colaboradores/ profissionais da instituição que se dá o Programa de
18

Humanização, correspondendo a um número de 6 (seis) indivíduos, 55%, em


detrimento de 5 (cinco), 45%, usuários entrevistados.
As técnicas de coleta de dados utilizados foram à entrevista
semiestruturada, a qual nos permitirá captar melhor o que as pessoas pensam
acerca do assunto proposto nas entrevistas, apreendendo através das
entrevistas postura corporal, tonalidade da voz, silêncios, etc.
A coleta de dados foi realizada após a reunião do Grupo de
Humanização, na própria Secretaria Municipal de Saúde agregada
previamente. Já a dos usuários foi realizada no momento em que os mesmo
aguardavam atendimento na UBS.
Antes da coleta de dados, foram esclarecidos aos entrevistados os
objetivos da pesquisa através da assinatura do Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido em anexo, garantido por esta via a veracidade e autenticidade da
pesquisa; foi garantido, acima de tudo, aos colaboradores o anonimato,
podendo os mesmos estar sendo identificados através de pseudônimos.
Percepções dos Usuários, Profissionais de Saúde e Assistente
Social Acerca do Programa Municipal de Assistência Humanizada.
A identificação do pensamento do usuário, assim como dos funcionários
são apreendidas com base na interpretação dos dados colhidos em
consonância com o referencial teórico utilizado para a interpretação da
realidade acerca do tema proposto, a humanização do atendimento na saúde.
Os sujeitos da pesquisa foram: profissionais da saúde, assistente social
e usuários da secretária Municipal de Saúde. Foram realizadas as entrevistas
no período de Julho de 2011:
Pelas informações, entende-se que a maioria dos entrevistados foram
colaboradores/ profissionais da instituição que se dá o Programa de
Humanização, correspondendo a um número de 6 (seis) indivíduos, 55%, em
detrimento de 5 (cinco), 45%, usuários entrevistados.
Dentre os profissionais e usuários entrevistados, pode ser percebido o
conhecimento que cada uma destas categorias possui acerca do Programa
desenvolvido na Secretaria do Município:
De acordo com os dados acima colhidos através dos entrevistados
percebe-se que nenhum dos usuários possui qualquer conhecimento acerca do
19

Programa de Humanização, em contrapartida dos profissionais da Secretaria


de Saúde que possuem total conhecimento acerca do Programa em estudo.
Sobre o Serviço Social, é importante conotar que o trabalho do
assistente social desenvolvido na Secretaria do Município procura ser dar para
a democratização de informações, através da troca de saberes (popular e
profissional), permitindo o acesso às informações dos recursos institucionais e
comunitários afetos à condição de cidadania (direitos trabalhistas, civis,
previdenciários e outros).
De acordo com esta afirmativa, verifica-se a veracidade destas pelas
seguintes expressões:
- Acho um trabalho muito bonito e de suma importância para a
secretaria e para os usuários (Profissional da Saúde)
- O trabalho dela é de grande importância, pois é sempre
requisitada para resolver alguns problemas existentes na secretaria.
(Profissional da Saúde)
- O Serviço Social é muito importante aqui na secretaria, pois
facilita a vida dos usuários (Profissional da Saúde).
Dentre os profissionais entrevistados todos conhecem o Serviço Social,
sendo o mesmo considerado importante, reconhecido com valor para o bom
funcionamento da referida Instituição.
De acordo com o descrito, o assistente social é identificado através dos
profissionais da rede de saúde como um agente mediador, facilitador e
articulador das relações sociais no âmbito da instituição.
No que condiz às ações desenvolvidas na Secretaria Municipal de
Saúde pelo Serviço Social, estão voltadas para a valorização do ser humano.
Segundo o Relatório de Gestão da Secretaria Municipal de Saúde
(2009), da Secretaria Municipal de Saúde tem como objetivo identificar os
aspectos sociais, econômicos e culturais relacionados ao processo saúde-
doença, sempre buscando formas de enfrentamento individual e coletivo, como
também assessorar a direção da Secretaria Municipal de Saúde no
planejamento, coordenação e execução de programas relacionados com o
aspecto concernentes a saúde.
Entretanto as atividades desenvolvidas nesse âmbito referem-se ao
apoio psicossocial ao usuário, como orientação e viabilização para consultas,
20

exames, cirurgias, localização de familiares visitas domiciliares supervisão de


estagio, promoção de eventos em datas festivas e atividades educativas. Vale
ressaltar que ações desenvolvidas pelo Serviço Social estão pautadas no
acesso dos usuários aos serviços.
O Programa Municipal de Assistência Humanizada visa uma melhor
qualidade no atendimento aos usuários, e uma melhor valorização do trabalho
dos profissionais desta área, buscou-se então verificar o conhecimento do
mesmo por parte dos profissionais da Secretaria, bem como o trabalho do
Assistente Social neste Programa e as melhorias que trouxe para a Instituição.
Constata-se que dentre os profissionais, 100% conhecem a proposta do
Programa. Este que vem sendo divulgadas pela Assistente Social através de
palestras, oficinas de humanização, buscando sempre incentivos capazes de
melhorar o relacionamento humano entre profissionais de saúde e usuários, e
entre os próprios profissionais e a instituição.
Sendo assim os depoimentos:
- Conheço é um programa muito bom e que vem dando excelentes
resultados. (Profissional da Saúde)
- Gosto muito de participar do grupo, mim faz muito bem
(Profissional da Saúde).
- Conheço o Programa e procuro tratar todo mundo bem, acho que
o Programa vem se desenvolvendo muito bem. (Profissional da Saúde)
- A Humanização vem transformando o atendimento ao usuário,
tornando-o um atendimento de qualidade (Profissional da Saúde).
O presente programa tem por objetivo traçar um novo plano de
Assistência Humanizada na rede Municipal de saúde, visando explorar os
conhecimentos de humanização e aprimorar as praticas profissionais de saúde
prestando melhor atendimento aos usuários.
A humanização na saúde é uma pratica voltada para a importância da
valorização na qualidade e assistência para os usuários do Sistema Único de
Saúde, melhorando dessa forma a qualidade do atendimento.
Já no que se refere à efetivação do Programa podemos perceber que há
um atendimento humanizado, porem necessita um pouco mais de envolvimento
do profissional:
21

- No meu setor existe um atendimento humanizado (Profissional de


Saúde)
- Aqui existe humanização, agente sempre procura tratar as
pessoas bem (Profissional de Saúde)
- Acho que a Humanização traz excelentes resultados, é pena a
falta de tempo para participar das reuniões. (Profissional de Saúde)
Percebe-se, contudo, que todos os profissionais possuem uma
concepção acerca do Programa de Humanização como de grande relevância
para o meio profissional, ascendendo resultados satisfatórios para o
atendimento aos usuários, assim como para o processo de qualificação dos
mesmos.
Entretanto percebe-se o reconhecimento do trabalho do Assistente
Social pelos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde, assim como o
esforço da Assistente Social em estar trabalhando para a concretização do
PMAH.
Quanto aos usuários, esses procuram a Instituição num período
compreendido entre as 6:00h e as 17:00h, a fim absorverem-se de vários
benefícios concedidos pela Secretaria.
A diversidade de serviços oferecidos pela Secretaria enfatiza a
necessidade de existir uma boa funcionalidade na relação entre funcionários,
profissionais e usuários.
Todavia, em um dos itens apresentados no momento da entrevista, foi
constatado que 100% dos usuários desconhecem o Programa Municipal de
Assistência Humanizada, limitando-se aos serviços fornecidos pelos
profissionais, declarando conhecer somente a ação do Serviço Social na
Secretaria:
- É bom mais tem dias que a moça de lá da frente ta com uma cara
feia. (usuária)
- Conheço o Serviço Social, um dia ela marcou o carro para eu ir
para Curitiba. (usuária)
Quando indagado sobre o Programa, obtiveram-se as seguintes
afirmativas:
- Eu não sei o que é isso, quando eu venho aqui nunca vi isso
(usuária)
22

- Nunca vi (usuária)
Percebe-se então que não há um conhecimento sobre a existência do
Programa desenvolvido na Secretaria de Saúde do Município de Lagarto. Isto
leva a pensar que não há um trabalho desenvolvido pela Secretaria ou
responsáveis pelo Programa quanto à divulgação deste, limitando-o desta
forma, e as seguintes afirmativas: do conhecer somente a si mesmo ou o grupo
que estava envolvido informações acerca de ações desenvolvidas no interior
da Instituição, relativas à população.
A Constituição Federal de 1988 aprovou a criação do SUS, como
também reconheceu a saúde como direito de todos os cidadãos. E apesar de
todo reconhecimento à saúde ainda não se concretizou como direito de todos
os cidadãos, sendo que quando estes conseguem um atendimento, o mesmo
não é humanizado tendo que muitas vezes implorar para ser atendido. Dentro
desta afirmativa é importante destacar que, como um direito, a informação
sobre as medidas que o viabiliza constitui outro direito: o de acesso ao
conhecimento acerca das ações assistenciais promovidas por órgãos
qualificados e competentes.
Portanto a visão das usuárias a respeito da pratica dos profissionais de
saúde não foi uma das melhores, dessa forma a muito que se fazer para que
esses profissionais tenham uma devida consciência que esses usuários
necessitam de um atendimento humanizado. Como também se percebe a
importância de um trabalho voltado para os usuários, para que os mesmos
possam ter o conhecimento do Programa e seus objetivos, uma pratica voltada
para o processo educativo onde proporcionaria uma visão clara e objetiva do
Programa Municipal de Assistência Humanizada.
O Serviço Social da Secretaria trabalha com: Planejamento, Elaboração,
Execução e Avaliação de Projetos e Programas. Orientação e informações ao
publico, atendimento ao publico em geral, acompanhamento de pacientes com
doenças degenerativas como: câncer, crônicos renais, HIV, e outras.
Realização de visitas domiciliares, Coordenação, execução e avaliação
dos programas: Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), PESMS (Programa de
Educação em Saúde e Mobilização Social), e o Programa Municipal de
Assistência Humanizada (Assistente Social).
23

Há dificuldades que circundam o profissional no desenvolvimento de seu


trabalho na Secretaria, seja no Programa de Humanização ou outros
executados. Sobre isto, verifica-se o seguinte:
- Uma das maiores dificuldades é a participação voluntária e
espontânea dos profissionais para prestar um atendimento humanizado
(Assistente Social).
Partindo do exposto acima se pode perceber que uma das maiores
dificuldades enfrentadas pelo Programa é a falta de envolvimento dos
Profissionais, sendo que é um trabalho voluntário, pois não há uma verba
especifica para a Humanização, a mesma é financiada com recursos da própria
Secretaria Municipal de Saúde e alguns parceiros.
Em específico à pesquisa, a área da saúde tem se tornado uma das
mais viabilizadoras para a efetivação do trabalho do Serviço Social, ainda que
haja dificuldades acerca do mesmo. Ainda assim, trabalha sobre um processo
de conscientização que vise à melhoria do sistema público de saúde, no
fornecimento dos serviços e do acesso aos bens públicos, na garantia de
direitos adquiridos e garantidos constitucionalmente.

6 Conclusão

Através deste estudo, buscou-se contribuir para o universo acadêmico,


para o crescimento pessoal e profissional do pesquisador para o Serviço da
área de Saúde e para todas as pessoas que estejam vinculadas à proposta da
humanização.
Observou-se também no decorrer da pesquisa, através das respostas
obtidas da amostra pesquisada, que a prática na Secretaria Municipal de
Saúde exige recursos suficientes para exercer com qualidade suas ações.
Há algumas preocupações em torno do desenvolvimento das atividades
de prestação de serviço da Secretaria, como: sobrecarga de atividades poucos
profissionais, existência de serviços de outras instituições, como por exemplo:
Hospital, UBS rurais, demanda de projetos, que poderiam dar melhores
resultados se cada um deles fosse executado por uma assistente social;
precariedade do número de transportes da secretaria para viabilizar o trabalho
em outras localidades. Ao analisar a visão dos usuários observam-se quanto
24

aos depoimentos muitas dificuldades enfrentadas pelos mesmos, como a falta


de um bom atendimento e calor humano por parte dos profissionais e o não
conhecimento do Programa.
Fica evidente a partir das observações a necessidade de um bom
atendimento, como também um trabalho voltado para o usuário no que se
refere à humanização, para que estes tenham um conhecimento da existência
do Programa que está pautado no respeito a vida humana.
Este estudo, enfim, procurou contribuir para o estímulo de reflexões
acerca do tema abordado e sobre a necessidade de levar até o sujeito uma
sensibilização quanto aos direitos que possui, assim como para o profissional
Município e Estado uma reavaliação de sua pratica, com vistas a uma maior
amplitude desta para e com o público que se trabalha.

7 Referências
As Vantagens da Municipalização da Saúde. O Sistema Único de Saúde -
SUS une todas as iniciativas e ordena a rede de serviços de saúde no
país. Ministério da Saúde. Brasil em Ação, pág. 4 à 29.

BRAVO, Maria Inês Souza.; Vasconcelos; Gama; Monnerat. (orgs.) Saúde e


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Cortez, 1995 (Biblioteca de Educação. Serie 1. Escola v.16).

COHN, Amélia. Saúde no Brasil: políticas e organizações de serviços. 3. ed.


Ver. E ampliada. São Paulo: Cortez, 1999.

CONSELHO DE SAÚDE: guia de referencia para a sua criação e


organização. Brasília: Ministério da Saúde, 1994.

CORREIA, Maria Valéria. Controle Social na área da Saúde, IN: Conferência


Estadual de Saúde: 3. Textos Técnicos para Debate. Maceió /AL, 1996.

COLOGNESE, S. A., MÉLO, J. L. B. de. A Técnica de Entrevista na


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DESCENTRALIZAÇÃO DAS AÇOES E SERVIÇOS DE SAÚDE: a ousadia de


cumprir e fazer cumprir a lei. Brasília: Ministério da Saúde, coordenação geral
de planejamento, Secretaria executiva, 1993,67p.
25

GUIA DE REFERÊNCIA PARA O CONTROLE SOCIAL. manual do


conselheiro. (elaborado pelo Núcleo de Estudos em Saúde Pública da
Universidade de Brasília). Brasília: Ministério da Saúde, Coordenação de
Informação, Educação e Comunicação, 1994, 90p. il.

LEI n. 8080 de 1990 In: Coletânea de Leis, 2004 p. 153 a 177.

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Jaguariaiva,http://cmjaguariaiva.pr.gov.br/cmj/files/file/Leis%202010/Lei
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PNHAH – Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar,


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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: Constituição Federal Seção II, Lei Orgânica de


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CONASEMS, 1992.24P (Publicação Técnica, n.2).

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