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Políticas Públicas de Saúde no Brasil

Sistema Único de Saúde: princípios e diretrizes

Profa. Dra. Kátia Yumi Uchimura


Olá! Seja bem-vindo!

A reforma sanitária e a implantação do Sistema Único de


Saúde são os assuntos deste encontro. Acompanhe o vídeo a
seguir e bons estudos!

Introdução

Este tema versa sobre a reforma sanitária representada pela


criação e implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil,
uma proposta avançada de sistema de atenção à saúde,
consubstanciada em pressupostos que configuram um modelo
assistencial bastante diferenciado em relação aos anteriores.

Bons estudos!

Sistema Único de Saúde (SUS)

O Sistema Único de Saúde (SUS) representa a materialização


de uma nova concepção de saúde no Brasil e também uma
importante conquista social consagrada na Constituição de 1988
(BRASIL, 2000).

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Segundo Polignano (2004):

O texto constitucional demonstra claramente que a concepção do


SUS estava baseada na formulação de um modelo de saúde voltado
para as necessidades da população, procurando resgatar o
compromisso do estado para com o bem-estar social, especialmente
no que refere à saúde coletiva, consolidando-o como um dos direitos
da cidadania. Esta visão refletia o momento político porque passava
a sociedade brasileira, recém-saída de uma ditadura militar onde a
cidadania nunca foi um princípio de governo. Embalada pelo
movimento das diretas já, a sociedade procurava garantir na nova
constituição os direitos e os valores da democracia e da cidadania.

Apesar de definido pela Constituição de 1988, o SUS somente


foi regulamentado em 19 de setembro de 1990, por meio da Lei
8.080. Essa lei define o modelo operacional do SUS, propondo a
sua forma de organização e de funcionamento.

O SUS é concebido como o conjunto de ações e serviços de


saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo Poder Público. A iniciativa privada pode
participar do SUS em caráter complementar.

Diretrizes do SUS
Segundo Silveira (2006), as diretrizes do SUS são as
seguintes:

 Formulação política e organizacional.

 Reordenamento dos serviços e ações em saúde.

 Doutrina e princípios em todo território nacional.

 É um sistema, um conjunto de unidades.

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Arcabouço juríco-legal
Conforme Silveira (2006), o SUS teve sua fundamentação nas
discussões empreendidas pelo Movimento da Reforma Sanitária e
foi objeto central das discussões da VIII Conferência Nacional de
Saúde. As características dessa proposta foram contempladas já na
Constituição Federal de 1988, Seção II Da Saúde, onde esta – a
saúde – passa a ser reconhecida como direito de todos.

 Lei no 8.080 de 19 de setembro de 1990 dispõe sobre as


condições para promoção, proteção e recuperação da saúde,
sobre a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências (regula ações e
serviços do SUS).

 Lei no 8.142 de 28 de dezembro de 1990 dispõe sobre a


participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na
área da saúde e dá outras providências (art. 4o – conselhos,
fundos, conferências, gestão, contrapartida, PCCS).

 Decreto no 99.438 de 07 de agosto de 1990 dispõe sobre a


organização e atribuições do Conselho Nacional de Saúde e dá
outras providências.

Os objetivos e as atribuições do SUS foram definidos na Lei


8.080, de 1990:

 identificar e divulgar os fatores condicionantes e determinantes da


saúde;

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 formular as políticas de saúde;

 fornecer assistência às pessoas por intermédio de ações de


promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização
integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.

 executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica;

 executar ações visando a saúde do trabalhador;

 participar na formulação da política e na execução de ações de


saneamento básico;

 participar da formulação da política de recursos humanos para a


saúde;

 realizar atividades de vigilância nutricional e de orientação


alimentar;

 participar das ações direcionadas ao meio ambiente;

 formular políticas referentes a medicamentos, equipamentos,


imunobiológicos, e outros insumos de interesse para a saúde e a
participação na sua produção;

 controlar e fiscalizar os serviços, produtos e substâncias de


interesse para a saúde;

 fiscalizar e inspecionar os alimentos, a água e as bebidas para


consumo humano;

 participar no controle e na fiscalização de produtos psicoativos,


tóxicos e radioativos;

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 incrementar o desenvolvimento científico e tecnológico na área da
saúde;

 formular e executar a política de sangue e de seus derivados.

Dada a abrangência dos objetivos propostos e a existência de


desequilíbrios socioeconômicos regionais, a implantação do SUS
não tem sido homogênea nos diversos estados e municípios
brasileiros. Para que isso ocorra, faz-se necessária uma grande
disponibilidade de recursos financeiros, de pessoal qualificado e de
uma efetiva política em nível federal, estadual e municipal para
viabilização do sistema.

No vídeo a seguir você poderá obter mais informações sobre


o SUS, descobrindo sobre o seu histórico, sobre o que ele
representa, qual é a sua abrangência, seus objetivos e suas
diretrizes.

Foram definidos como princípios doutrinários do SUS: a


universalidade, a equidade e a integralidade. Veja mais sobre eles
na sequência.

Universalidade
Segundo esse princípio a saúde é um direito de todos e um dever do
Poder Público a provisão de serviços e ações que lhe garanta. A
universalização, todavia, não quer dizer somente a garantia imediata
de acesso às ações e aos serviços de saúde. A universalização,
diferentemente, coloca o desafio de oferta desses serviços e ações

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de saúde a todos que deles necessitem, todavia, enfatizando as
ações preventivas e reduzindo o tratamento de agravos. (BRASIL,
2000, p. 30)

Equidade
O princípio da equidade reafirma que essa necessidade (redução
das disparidades regionais e sociais existentes no Brasil) deve dar-
-se também por meio das ações e dos serviços de saúde. Ainda são
grandes as disparidades regionais e sociais no Brasil. No entanto, há
uma sinergia e uma série de externalidades positivas geradas a
partir da melhora das condições de saúde da população, o que faz
concluir que de fato a saúde é fundamental na busca de uma maior
equidade. (BRASIL, 2000, p. 32)

“A equidade refere-se a uma atenção à saúde justa, sem


privilégios ou preconceitos, respeitando as necessidades de cada
cidadão” (BRASIL, 2009a, p. 30).

Integralidade

“Uma das preocupações centrais para a consecução do


princípio da integralidade está na necessidade da humanização dos
serviços prestados e das ações realizadas no âmbito do SUS”
(BRASIL, 2000, p. 31).

A integralidade, entendida como totalidade ou expressão de todas as


partes, indica, em primeiro lugar, a abordagem global do indivíduo
nos seus diferentes aspectos. Na ótica do sistema, a integralidade
deve considerar a abordagem integral do processo saúde-doença
(enquanto ações de promoção, prevenção, cura e reabilitação) e,
ainda, a possibilidade de acesso do usuário a todos os serviços e
ações de saúde. (BRASIL, 2009a, p. 30)

A Integralidade ainda pode ser apreendida como (MATTOS,


2004):

 Capacidade para responder ao sofrimento manifesto, o que


depende tanto da postura dos profissionais como da
organização dos serviços.

 Postura não reducionista frente à necessidade de ações e


serviços de saúde apresentada pelos sujeitos.

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 Capacidade de apreensão ampliada das necessidades de
ações de saúde, no contexto de cada encontro, por meio do
olhar atento.

 Reconhecimento e defesa da intersubjetividade inerente às


práticas em saúde, que fundamentalmente envolvem uma
dimensão dialógica ou de negociação, entre profissionais e
usuários, quanto à definição dos projetos terapêuticos.

Ou, como propõe Pinheiro (2001), “é uma ação social


resultante da permanente interação dos atores na relação demanda
e oferta, considerando aspectos subjetivos e objetivos, tanto no
plano individual como no plano sistêmico”.

Ao abordarmos o tema Integralidade, é inevitável uma


reflexão acerca do significado do cuidado:

[...] cuidar de alguém é mais que construir um objeto e intervir sobre


ele. Para cuidar, há que se considerar e construir projetos; há que se
sustentar, ao longo do tempo, uma certa relação entre a matéria e o
espírito, o corpo e a mente, moldados a partir de uma forma que o
sujeito quer opor à dissolução, inerte e amorfa, de sua presença no
mundo. (AYRES, 2001)

Para Alves (2005), o cuidado remete à necessidade de um


olhar ampliado:

o olhar do profissional [...] deve ser totalizante, com apreensão do


sujeito biopsicossocial. Assim, seria caracterizada pela assistência
que procura ir além da doença e do sofrimento manifesto, buscando
apreender necessidades mais abrangentes dos sujeitos.

E, para Pinheiro e Guizardi (2004):

uma ação integral, que tem significados e sentidos voltados para a


compreensão da saúde como o direito de ser. É o tratar, o respeitar,
o acolher, o atender o ser humano em seu sofrimento, em grande
medida fruto de sua fragilidade social.

A incorporação do princípio da Integralidade, com vistas à


reorientação do modelo assistencial, implica em integrar várias
esferas, compreendendo a integração entre os vários níveis de

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assistência, a integração entre os profissionais para uma
compreensão ampliada dos problemas de saúde e a integração das
partes ou componentes de um organismo, reconhecendo nele um
sujeito, um semelhante (ALVES, 2005).

Você pode acompanhar mais informações sobre os princípios


doutrinários da universalidade, equidade e integralidade assistindo
ao vídeo a seguir. Confira!

Complemente os seus estudos fazendo a leitura da


publicação do Ministério da Saúde intitulada “SUS: princípios e
conquistas”.

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sus_principios.pdf>.

Dos princípios doutrinários derivaram alguns princípios


organizativos do SUS: a descentralização, a hierarquização, a
participação dos cidadãos, a resolubilidade e a complementaridade
com o setor privado.

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Descentralização

A proposta do SUS consiste em descentralizar a saúde


através do reconhecimento da responsabilidade política do
município e seus níveis locais com a saúde de seus cidadãos, onde
estes participam e decidem.

A descentralização envolve os seguintes aspectos:

 redistribuição do poder;

 reorganização institucional;

 reformulação das práticas;

 novas relações entre gestores e cidadãos;

 controle social.

O SUS é um sistema de saúde de abrangência nacional, porém,


coexistindo em seu âmbito subsistemas em cada estado (o SUS
estadual) e em cada município (SUS municipal). É sempre bom
lembrar que a ênfase está nos municípios. Assim, a totalidade das
ações e dos serviços de atenção à saúde, no âmbito do SUS, deve
ser desenvolvida em um conjunto de estabelecimentos, organizados
em rede regionalizada e hierarquizada, e disciplinados segundo os
subsistemas municipais – o SUS-Municipal – voltados ao
atendimento integral da população local e inseridos de forma
conjunta no SUS em suas abrangências estadual e nacional.
(BRASIL, 2000, p. 8)
A regionalização é entendida como processo de constituição de
regiões de saúde, nas quais se arranjam redes regionalizadas de
atenção à saúde, visando garantir a universalidade do acesso, a
equidade, a integralidade e a resolubilidade das ações e serviços de
saúde. Este processo deve considerar diferentes dimensões
relacionadas a aspectos socioculturais, geográficos, logísticos
(envolvendo cálculo das distâncias e dos gastos dos usuários) e
econômicos (segundo a atração dos polos econômicos). O processo
de regionalização é parte integrante do processo de
descentralização do SUS. (BRASIL, 2009a, p. 30)

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A descentralização torna-se efetiva à medida que suas ações
sejam eficientes e eficazes no âmbito setorial, mas necessita ainda
de diálogo e construção nos processos intersetoriais.

Para tanto, é necessário que as discussões e soluções das


ações tenham base na equidade em saúde, cujos fatores
determinantes estão também presentes fora do campo da saúde.
Os problemas se expõem setorialmente, mas devem ser
equacionados intersetorialmente, pois a realidade do todo não é
fragmentada, mas os serviços são.

Hierarquização
O SUS é organizado como um sistema hierarquizado por níveis –
primário, secundário e terciário (hierarquia piramidal) – que refletem
os diferentes graus de densidade tecnológica incorporada aos
procedimentos realizados em seus serviços. Esses procedimentos,
categorizados em função de sua densidade tecnológica, são
comumente denominados de procedimentos de alta, média ou baixa
complexidade. Vale salientar que esta categorização é muitas vezes
adotada de forma correlata, pelo próprio MS, para denominar os
serviços de saúde correspondentes a determinado nível hierárquico
do sistema de saúde.
Assim, em cada nível hierárquico do SUS, existe uma rede de
serviços de saúde em conformidade com a densidade tecnológica
incorporada aos procedimentos desenvolvidos. Por outro lado, em
função de um agravo, risco e/ou fase do ciclo de vida, organizam-se,
no âmbito do SUS, redes temáticas de saúde que integram serviços
e ações de diversos níveis hierárquicos. (BRASIL, 2009a, p. 30)

O acesso deve dar-se pelo nível primário de atenção, o qual


deve resolver a maioria dos problemas e referenciar a serviços de
maior complexidade, se necessário.

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Quer saber mais sobre os princípios da descentralização e da
hierarquização? Assista ao vídeo e confira!

Participação dos cidadãos

Este princípio cria espaços legítimos para a democratização


dos processos decisórios, consolidados na participação de
representantes de diversos segmentos nas instâncias colegiadas
deliberativas do SUS.

Abrange as práticas de fiscalização e de participação nos processos


deliberativos relacionados à formulação de políticas de saúde e de
gestão do SUS. Há mecanismos institucionalizados que garantem a
participação e o controle social, como os Conselhos de Saúde e as
Conferências de Saúde, com representatividade dos distintos atores
sociais. As Conferências de Saúde, que ocorrem a cada dois anos,
devem avaliar o cumprimento das diretrizes contidas no respectivo
Plano de Saúde e produzir diretrizes que orientem novas políticas e
programas no seu âmbito de atuação. Conselhos e conferências são
garantidos nas três esferas de gestão do SUS pela Lei n° 8.142, de
28 de dezembro de 1990. O SUS garante aos estados, ao Distrito
Federal e aos municípios autonomia para administrar os recursos
da Saúde. Para isso, é preciso que cada esfera de gestão tenha
seu Conselho de Saúde funcionando de forma adequada. Ao
Ministério da Saúde (MS) e às secretarias estaduais e municipais de
Saúde cabe a implementação de mecanismos para a gestão e apoio
ao fortalecimento do controle social no SUS. (BRASIL, 2009b,
p. 106)

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Quadro 1 – Relação dos diferentes níveis de complexidade do SUS
e a participação em cada âmbito.

Competências do conselho de saúde:

 atuar na formulação e execução da política de saúde;

 traçar diretrizes de elaboração e aprovar os planos de saúde;

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 propor medidas para o aperfeiçoamento da organização e
funcionamento do SUS;

 fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e serviços


de saúde;

 estimular a participação comunitária;

Resolubilidade
Dar respostas aos problemas – ou resolvê-los – dentro de
cada nível de competência.

No que tange à resolubilidade ou à resolutividade, cabe


assinalar suas possibilidades:

 “êxito técnico” (AYRES, 2001) de ações em saúde, aí


compreendidos os produtos do trabalho na saúde, ou seja, os
objetos e objetividades produzidos nas ações desenvolvidas no
campo da saúde;

 “sucesso prático” (AYRES, 2001) de uma ação em saúde, o que


implica reconhecer os “projetos de felicidade que justificam e
elucidam a realização do cuidado que se quer julgar”.

A eficácia e/ou eficiência de determinado serviço ou programa


estariam associadas ao êxito técnico do mesmo, ou seja, de sua
qualidade formal, portanto objetiva. Por outro lado, a dimensão
subjetiva da qualidade, sendo aquela que admite a experiência, o
vivido, as emoções e os sentimentos, estaria associada ao sucesso
prático, ou seja, à análise da efetividade de um programa ou

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serviço de saúde, pois consideraria as expectativas e o projeto de
vida e de felicidade de seus usuários (BOSI; UCHIMURA, 2006).

Complementaridade com o setor privado


Abrange todas as relações pactuadas e formalizadas de gestores
com prestadores de serviços de saúde, estabelecendo obrigações
recíprocas. No geral, cabe aos prestadores, públicos e privados, a
produção de serviços de saúde cujos custeios são feitos com
recursos públicos, sob gestão de uma esfera de governo. A
necessidade e a diretriz geral de contratação de serviços de Saúde
são dadas pela Constituição de 1988, no parágrafo único do artigo
199, que diz: “As instituições privadas poderão participar do SUS
segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins
lucrativos”. A contratação de prestadores de serviços se viabiliza
pelos contratos de serviços, convênios e contratos e gestão. As
relações entre gestores do SUS e os serviços privados com fins
lucrativos têm sido mediadas pelos contratos de serviços, baseados
no pagamento de procedimentos por produção. Os convênios e
contratos de gestão têm se destinado à relação entre gestores do
SUS e entidades públicas, filantrópicas e sem fins lucrativos. As
ações de contratação ainda carecem de uma reformulação dentro da
nova política de regulação da atenção à saúde, na qual se pode
prever a articulação com ações de programação, regionalização,
controle, regulação do acesso e de avaliação. A contratação é
instrumento necessário ao controle e à qualificação da assistência.
(BRASIL, 2009b, p. 103-104)

No vídeo a seguir você acompanhará mais comentários


acerca dos princípios da participação dos cidadãos, da
complementaridade com o setor privado e da resolutividade.

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A seguir você verá mais duas indicações de artigos para
leitura. Acesse os links e bons estudos!

“Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde


da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo
assistencial”, de autoria de Vânia Sampaio Alves.

<www.scielo.br/pdf/icse/v9n16/v9n16a04.pdf>.

“Equidade e política de saúde: algumas reflexões sobre o


Programa Saúde da Família”, de autoria de Monica de Castro Maia
Senna.

<www.scielo.br/pdf/csp/v18s0/13806.pdf>.

Síntese

Assista e veja alguns dos pontos principais trabalhados nesta


aula.

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1. Analise as proposições abaixo, assinalando V (verdadeiro) para
as sentenças corretas e F (falso) para as sentenças incorretas.

( ) O controle sobre a oferta de serviços de saúde suplementar e


sobre o acesso da população a esses serviços constitui objetivo do
Sistema Único de Saúde (SUS).

( ) A divulgação dos fatores determinantes de saúde, bem como a


assistência em saúde por meio de ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde constituem objetivos do Sistema Único de
Saúde (SUS).

( ) A universalidade, princípio do Sistema Único de Saúde (SUS),


implica no acesso de todas as pessoas aos serviços do SUS, em
todos os níveis de assistência.

( ) O princípio da equidade impõe a necessidade de participação de


toda a comunidade no controle social do sistema.

2. Analise as proposições abaixo e, após, selecione a alternativa


que contém os itens corretos.

I. A iniciativa privada não pode participar, em qualquer hipótese,


da oferta de serviços do SUS.

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II. O SUS propõe a articulação e a coordenação de serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos.

III. No SUS, a busca por eficácia, por eficiência e por efetividade


das ações e serviços está condicionada ao princípio da
participação dos cidadãos nas tomadas de decisão.

IV. O número de usuários em conselhos e conferências não pode


ser maior do que o número dos demais representantes, em
função da paridade de representação.

a. Somente as proposições I e II estão corretas.

b. Somente as proposições II e IV estão corretas.

c. Somente a proposição IV está correta.

d. Somente a proposição II está correta.

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Referências

ALVES, V. S. Um modelo de educação em saúde para o Programa


Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do
modelo assistencial. Interface – Comunic, Saúde, educ,
2004/2005, v. 9, n. 16, p. 39-52.

AYRES, J. R. C. M. Sujeito, intersubjetividade e práticas de saúde.


Ciência & Saúde Coletiva, 2001, v. 6, n. 1, p. 63-72.

BOSI, M. L. M.; UCHIMURA, K. Y. Avaliação qualitativa de


programas de saúde: contribuições para propostas metodológicas
centradas na integralidade e na humanização. In: BOSI, M. L. M.;
MERCADO, F. J. (Orgs.). Avaliação qualitativa de serviços de
saúde: enfoques emergentes. Petrópolis: Vozes, 2006. p. 87-117.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Sistema Único


de Saúde (SUS): princípios e conquistas. Brasília: Ministério da
Saúde, 2000.

______. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. QualiSUS-


Rede: manual operacional do projeto de investimento para a
qualificação do Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da
Saúde, 2009a.

______. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. O SUS de A a


Z: garantindo saúde nos municípios. Brasília: Ministério da Saúde,
2009b.

MATTOS, R. A. A integralidade na prática (ou sobre a prática da


integralidade). Cad. Saúde Pública, 2004, v. 20, n. 5, p. 1.411-
1.416.

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PINHEIRO, R. As práticas do cotidiano na relação oferta e demanda
dos serviços de saúde: um campo de estudo e construção da
integralidade. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A. (Orgs.). Os
sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. Rio
de Janeiro: IMS-UERJ-ABRASCO, 2001. p. 65-112.

PINHEIRO, R.; GUIZARDI, F. L. Cuidado e integralidade: por uma


genealogia de saberes e práticas no cotidiano. In: PINHEIRO, R.;
MATTOS, R. A. (Orgs.). Cuidado: as fronteiras da integralidade.
Rio de Janeiro: IMS-UERJ-ABRASCO, 2004. p. 21-36.

POLIGNANO, M. V. História das políticas de saúde no Brasil:


uma pequena revisão. Publicado em: 2004. Disponível em:
<www.rnpd.org.br/download/publicacoes/Saude_no_Brasil.doc>.
Acesso em: 20 mar. 2012.

SILVEIRA, C. H. Algumas considerações a respeito das políticas de


saúde no Brasil. In: MACHADO, P. H. B.; LEANDRO, J. A.;
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