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ANTROPOLÓGICOS E DA SAÚDE
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Olá!
Ao final dessa aula, você será capaz de:
Especial RIO+20: O Ministério da Saúde (MS) trouxe para a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, diferentes exemplos de políticas públicas para promover o bem-estar do
cidadão.
1 Até agora
Até agora, estudamos a trajetória das ideias e conceitos que envolvem o campo da saúde e da doença.
Procuramos compreender como a concepção do binômio saúde-doença vai se transformando, impulsionada por
Assim, definitivamente, não podemos mais descolar as ações em saúde de determinantes sociais, políticos,
culturais e afetivos.
Se não considerarmos os diversos fatores que compõem os eventos em saúde, não entenderemos seus sentidos e
complexidade e, portanto, construiremos modelos de atuação que não atendem às reais necessidades dos
sujeitos.
Estamos, assim, mergulhados nas significações sociais, históricas e culturais que ajudam a compreender formas
Estas formas particulares de gerenciamento dos eventos em saúde estão representadas, por exemplo, pelas
O conceito de promoção da saúde estará na base dos principais projetos e ações em saúde, particularmente da
saúde pública.
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2 Estilo de vida
Vemos que o novo modelo de saúde incorpora valores e concepções para além de uma perspectiva orgânica ou
fisiológica, da mesma forma que não se restringe às evidências de doença ou enfermidade. Falamos agora de algo
A Organização Mundial de Saúde define estilo de vida como “conjunto de estruturas mediadoras que refletem
uma totalidade de atividades, atitudes e valores sociais", ou como: “um aglomerado de padrões
comportamentais, intimamente relacionados, que dependem das condições econômicas e sociais, da educação,
da idade e de muitos outros fatores'” (OMS / WHO, 1986, 1988 apud ALBUQUERQUE, 2002, p. 6).
Por este conceito, o indivíduo, o ator social, passa a ser o centro das considerações sobre a saúde, já que é o
Através de decisões individuais que afetam sua vida e sobre as quais tem algum controle, o indivíduo torna-se
As considerações sobre o estilo de vida são importantes na construção de respostas aos problemas que
envolvem promoção, prevenção e atenção, influenciando a formulação das políticas públicas em saúde.
No caso específico das políticas públicas em saúde, a ênfase recai sobre seus principais determinantes:
• Políticas públicas
“As políticas públicas podem ser definidas como conjuntos de disposições, medidas e procedimentos que
tarefas de interesse público. São também definidas como todas as ações de governo, divididas em
atividades diretas de produção de serviços pelo próprio Estado e em atividades de regulação de outros
“As políticas públicas em saúde integram o campo de ação social do Estado orientado para a melhoria
das condições de saúde da população e dos ambientes natural, social e do trabalho. Sua tarefa específica
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em relação às outras políticas públicas da área social consiste em organizar as funções públicas
(LUCCHESE, 2004).
A história das políticas públicas no Brasil permite localizar a Constituição Federal de 1988 como marco
fundamental.
Vimos que, na Carta Magna do nosso país, saúde é definida como “direito de todos e dever do Estado”.
A responsabilidade do Estado pelas condições de saúde de sua população é materializada nos princípios de
“As políticas públicas se materializam através da ação concreta de sujeitos sociais e de atividades institucionais
Por isso, o acompanhamento dos processos pelos quais elas são implementadas, e a avaliação de seu impacto
1990, acresce uma característica fundamental do Sistema: a participação dos usuários (população) na gestão dos
Três princípios organizam o SUS e têm relação direta com a compreensão ampliada de saúde, bem como com as
preocupações sociais.
Cada um destes princípios reafirma o caráter holístico, isto é, busca uma compreensão integral dos eventos e a
O SUS admite ainda diretrizes que permitem organizar e gerenciar o sistema, tais como a descentralização
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4.1 Princípio da universalidade
O princípio da universalidade compreende a saúde como um direito de cidadania. Como vimos, a Constituição
Assim, considerando que o Estado tem o dever de prestar atendimento a toda população brasileira, este
princípio garante acesso e atendimento nos serviços do SUS, independentemente de contribuição à previdência.
O princípio da integralidade garante o direito de atendimento de forma plena, através de um conjunto articulado
e contínuo de ações preventivas e curativas, individuais e coletivas, nos três níveis de atenção ou complexidade:
• Atenção primária ou básica, relativa à promoção e aos cuidados preventivos à saúde e agravos em
doenças preexistentes;
• Atenção secundária, voltada aos programas, sistemas e serviços de tratamento de média complexidade,
como ambulatórios e consultórios;
• Atenção terciária, composta por ações de alta complexidade que objetivam reabilitar e promover a
cura por meio de tratamentos, geralmente de custo mais elevado.
O terceiro princípio do SUS é a equidade. Este é um princípio de justiça social que objetiva diminuir as
desigualdades.
Pode ser enunciado pela fórmula: tratar os iguais de forma igual e desigualmente os desiguais.
Isto significa que, na distribuição de bens e serviços, deve-se levar em conta as necessidades, investindo mais
/ccivil_03/leis/l8742.htm), e teve suas bases de implantação consolidadas em 2005, por meio da sua Norma
O artigo 1º da LOAS diz que a assistência social é “direito do cidadão e dever do Estado, é política de seguridade
social não contributiva, que prove os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de
iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas” (BRASIL, 1993).
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Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Sistema é composto e gerido
pelo poder público e pela sociedade civil, e objetiva garantir ao indivíduo seus direitos sociais que, juntamente
Historicamente, os direitos sociais são os últimos a serem conquistados no Brasil e, ainda assim, apenas por uma
parcela da sociedade.
Para Couto (2009, p. 41) a LOAS garantiu o direito à assistência social como política pública e possibilitou a
das políticas e controle das ações e na primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de
assistência social, permite a formulação de uma Política Nacional de Assistência Social – PNAS, 2004 - e de um
O SUAS atua com dois serviços estatais fundamentais: os CRAS (Centros de Referência da Assistência Social),
vinculados à proteção social básica; e os CREAS (Centros Especializados de Assistência Social), voltados à
A proteção social básica, oferecida pelos CRAS, busca o “fortalecimento dos vínculos familiares e da
Tem por objetivo prevenir situações de risco pelo desenvolvimento de potencialidades e novas habilidades,
Está voltada à população que vive em situação de vulnerabilidade social em decorrência da pobreza, pouco
Prevê estratégias de acolhimento, convivência e socialização das famílias e de indivíduos em função do estado de
vulnerabilidade.
Os CREAS se destinam à proteção social especial. Estão dirigidos a “indivíduos que se encontram em situação
de alta vulnerabilidade pessoal e social, bem como a crianças e adolescentes, jovens, idosos e pessoas com
deficiência nas várias situações caracterizadas como de risco pessoal” (COUTO, 2009, p. 50).
Sua atenção está voltada para situações de maus tratos físicos e/ou psicológicos, abuso sexual, cumprimento de
medidas socioeducativas, trabalho infantil e demais situações que fragilizam o indivíduo e sua relação com o
grupo familiar.
O Sistema Único de Assistência Social parte do pressuposto de que o acesso à política se dará na condição de
sujeito de direito, direitos esses que se constroem e se garantem na coletividade, tendo como centralidade a
família, tentando romper com a lógica individualista de prestação de serviços assistenciais” (COUTO, 2009, p. 53).
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Isto significa considerar as peculiaridades sociais, históricas, políticas, econômicas etc. que determinam as
• Programas de saúde:
- Farmácia Popular;
- Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas;
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- Serviço de Proteção em situações de Calamidade Pública e de Emergência;
- Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) – Um salário mínimo vigente ao idoso,
com idade de 65 anos ou mais ou e a pessoa com deficiência ou qualquer outra situação que a impeça de
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas, sem
condição de garantir sua própria manutenção, nem tê-la provida por sua família;
- Benefícios Eventuais – têm caráter suplementar e provisório, prestados aos cidadãos e às famílias em
Se retomarmos agora o conceito de saúde considerando sua perspectiva ampliada, podemos notar que políticas,
programas e ações desenvolvidas pelos setores públicos levam em conta não só os estados de disfunção física ou
Temos, portanto, uma conjugação de esforços entre as políticas e programas de saúde e as políticas e programas
de assistência social.
Na verdade, temos uma relação complementar e indissociável entre estas esferas, apontando para a garantia do
Garantido pelo Estado como agente da promoção social, defendendo e protegendo a sociedade e os cidadãos, o
estado de bem-estar social assegura a todo o indivíduo o direito à educação, assistência médica gratuita, auxílio
em caso de desemprego, renda mínima e recursos adicionais para a criação dos filhos.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Entendeu a importância do planejamento de políticas públicas em saúde;
• Entendeu os processos de implantação de programas e ações em saúde no âmbito da atenção curativa,
de promoção e de prevenção;
• Analisou criticamente a efetivação e abrangência das políticas em saúde no Brasil e conheceu algumas
ações propostas através dos programas desenvolvidos pelas diversas instâncias públicas;
• Identificou a importância e abrangência das políticas públicas de assistência social e sua relação com as
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• Identificou a importância e abrangência das políticas públicas de assistência social e sua relação com as
políticas públicas de saúde.
Referências
ALBUQUERQUE, Carlos Manuel de Sousa; OLIVEIRA, Cristina Paula Ferreira de. Saúde e doença: Significações e
perspectivas em mudança. Millenium. n. 25, jan./2002. Revista online do ISPV (Instituto Superior Politécnico de
BRASIL. Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da assistência social e dá outras
COUTO, Berenice Rojas. O Sistema Único da Assistência Social – SUAS: na consolidação da assistência social
enquanto política pública. In: CRUZ, Lílian Rodrigues da; GUARESCHI, Neuza (Orgs.). Políticas públicas e
LUCCHESE, Patrícia. Introdução: políticas públicas em saúde. 2004. Disponível em: //www.ppge.ufrgs.br/ats
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