Você está na página 1de 6

LABORATÓRIO DE ANATOMOFISIOLOGIA ANIMAL COMPARADA

SISTEMA REPRODUTOR COMPARADO

SISTEMA REPRODUTOR COMPARADO

O processo reprodutivo é essencial para a perpetuação das espécies, podendo


ser assexuado ou sexuado, ou seja, sem a presença de gametas (agâmica) ou com a
presença de gametas, respectivamente. Há vantagens e desvantagens em ambos os
processos. A reprodução assexuada é rápida, não existe a necessidade de procurar um
parceiro, cortejá-lo ou lutar com outros machos, como acontece na sexuada. No
entanto, não permite a variabilidade genética, pois origina clones por mitose. Já a
reprodução sexuada permite a variabilidade genética, pois os gametas são células que
sofreram meioses com recombinações gênicas, gerando indivíduos únicos na
fertilização.
Os animais, ao longo da escala evolutiva, foram desenvolvendo estruturas mais
complexas para a produção de gametas, chamadas de gônadas, e estabeleceram o
dimorfismo sexual, ou seja, machos são diferentes de fêmeas por terem testículos, e
fêmeas são diferentes de machos por terem ovários. Além disso, as gônadas têm como
função produzir os gametas (espermatozoides e óvulos) e os hormônios sexuais que dão
as características sexuais secundárias, as quais distinguem morfologicamente um macho
de uma fêmea.
A maioria dos animais que têm gônadas são dioicos. Os machos têm testículos
que produzem espermatozoides e, principalmente, testosterona como hormônio sexual
masculino, e as fêmeas têm ovários que produzem óvulos e estrogênio e progesterona
como hormônios sexuais femininos. No entanto, alguns animais, como platelmintos,
minhocas e moluscos pulmonados, têm as duas glândulas (gônadas) em seu organismo
e, por isso, são chamados de monoicos ou hermafroditas.
A fecundação, que é a união do gameta feminino (óvulo) com o gameta
masculino (espermatozoide), resultando na primeira célula (zigoto) do novo indivíduo,
pode ser interna (com cópula) ou externa (no ambiente). A grande diferença é em
relação ao custo de energia de produção de gametas, em que a externa exige muito mais

ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO 1


CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504
E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br
LABORATÓRIO DE ANATOMOFISIOLOGIA ANIMAL COMPARADA
SISTEMA REPRODUTOR COMPARADO

energia para a produção de mais gametas, já que a mortalidade é grande no ambiente.


A fecundação ainda pode ser cruzada ou por autofecundação, como ocorre com alguns
hermafroditas, como a tênia (platelminto). A cruzada é quando envolve dois indivíduos
de sexos diferentes.
Poríferos (esponjas) podem se reproduzir sexuadamente ou assexuadamente.
Na reprodução sexuada, algumas espécies de esponjas são dioicas, porém a maioria é
monoica, com fecundação cruzada e desenvolvimento direto.
A reprodução assexuada pode ser por brotamento, regeneração ou gemulação.
Gemulação é a formação de um novo indivíduo a partir de um agregado de células
envolvidas por uma cápsula resistente, a gêmula. Ocorre em esponjas de água doce. Na
regeneração, fragmentos de uma esponja podem originar novas esponjas, devido a seu
alto poder de regeneração. No entanto, no brotamento, surgem na superfície da
esponja vários brotos, que podem se desprender e originar outro indivíduo, ou
permanecer presos, originando colônias.
Muitos cnidários fazem alternância de gerações (metagênese), sendo que, na
fase séssil ou fixa (pólipo), fazem a reprodução assexuada por brotamento ou
estrobilização; já na fase livre (medusa), a reprodução é sexuada. As medusas podem
ser dioicas ou monoicas.
Os platelmintos apresentam um sistema reprodutor complexo, com gônadas,
ductos e órgãos acessórios. A reprodução varia entre as espécies, sendo que muitos são
hermafroditas (monoicos) e alguns fazem partenogênese. As planárias podem fazer
fissão (ruptura de um pedaço do corpo, do qual irá se originar outro indivíduo). Já nos
nematelmintos, a maioria é dioica, com fecundação cruzada.
A reprodução de anelídeos é muito variável, podendo ser monoicos ou dioicos,
com desenvolvimento direto ou indireto e fecundação cruzada. Ainda, pode ocorrer
reprodução assexuada por esquizogênese em poucas espécies. Moluscos pulmonados
são hermafroditas, mas a maioria é dioica; a fecundação pode ser interna ou externa e
o desenvolvimento, direto ou indireto.
Em artrópodes, crustáceos e aracnídeos, a maioria é dioica, com fecundação
interna e desenvolvimento indireto ou direto. Insetos são dioicos, apresentando
fecundação interna. Ovíparos podem ter desenvolvimento direto e indireto, que pode
ser incompleto ou completo. No desenvolvimento direto (ametábolos), não ocorre

ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO 2


CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504
E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br
LABORATÓRIO DE ANATOMOFISIOLOGIA ANIMAL COMPARADA
SISTEMA REPRODUTOR COMPARADO

metamorfose; quando o ovo eclode, há um organismo jovem semelhante ao adulto. Já


no desenvolvimento indireto, por haver metamorfose, quando o ovo eclode, o indivíduo
é diferente do adulto.
A metamorfose pode ser incompleta ou completa. Hemimetábolos apresentam
metamorfose incompleta; logo, seu desenvolvimento é indireto. A partir do ovo, eclode
um organismo não tão semelhante ao adulto, chamado de ninfa (ou imago), que
posteriormente se diferencia em adulto. Exemplo: reprodução de gafanhotos. Em
holometábolos, a metamorfose é completa, com desenvolvimento indireto. Da eclosão
do ovo surge uma larva que se transforma em pupa (crisálida) e, logo após, em imago,
atingindo o estágio adulto depois de várias mudas do exoesqueleto. Exemplo:
reprodução das borboletas.

Figura 1 – Desenvolvimento de insetos.

O sistema reprodutor humano feminino é constituído por: ovários, duas tubas


uterinas (trompa de Falópio ou ovidutos), útero, vagina e duas glândulas mamárias, o
que não será diferente em outras fêmeas de mamíferos. O que muda são os ciclos, que
são chamados de estral, e sua frequência é variável, de acordo com a espécie.
As gônadas femininas são os ovários, onde se encontram os folículos ovarianos
primordiais. A cada ciclo menstrual, aproximadamente 12 folículos se desenvolvem,
aumentando suas camadas da teca e da granulosa, formando uma vesícula. Em
determinado momento, somente um folículo evolui e liberará um óvulo (ovócito II) na
tuba uterina. Esse processo de desenvolvimento dos folículos se chama ovogênese. A
ovulação ocorre no meio do ciclo menstrual, por ação hormonal, principalmente do
estrogênio e do LH (hormônio luteinizante).

ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO 3


CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504
E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br
LABORATÓRIO DE ANATOMOFISIOLOGIA ANIMAL COMPARADA
SISTEMA REPRODUTOR COMPARADO

O sistema reprodutor humano masculino é constituído pelos testículos, os quais


são formados pelos ductos genitais (túbulos seminíferos, canal eferente, epidídimo,
canal deferente), glândulas acessórias (bulbouretral, próstata), vesícula seminal e pênis.
Os testículos são as gônadas masculinas, formadas por um enovelado de túbulos
(túbulos seminíferos), local de formação dos espermatozoides (gametas), originados de
um processo de divisões celulares, chamado de espermatogênese. A partir dos túbulos
seminíferos, os espermatozoides desembocam no canal eferente, em seguida no
epidídimo e ducto deferente, deste para o ducto ejaculador e, depois, para a uretra, de
onde são ejaculados.

Figura 2 – Sistema reprodutor feminino humano


Fonte: HILL et al. Fisiologia animal, p. 438.

ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO 4


CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504
E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br
LABORATÓRIO DE ANATOMOFISIOLOGIA ANIMAL COMPARADA
SISTEMA REPRODUTOR COMPARADO

Figura 3 – Sistema reprodutor masculino humano


Fonte: HILL et al. Fisiologia animal, p. 444.

ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO 5


CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504
E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br
LABORATÓRIO DE ANATOMOFISIOLOGIA ANIMAL COMPARADA
SISTEMA REPRODUTOR COMPARADO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUNNINGHAM, J. G. Tratado de fisiologia veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier


Guanabara Koogan S.A., 2008. 710 p.

HAFEZ, E. S. E.; HAFEZ, B. Reprodução animal. 7. ed. São Paulo: Manole, 2004. 513 p.

HILL, R.; WYSE, G. G.; ANDERSON, M. Fisiologia animal. 2. ed. Rio de Janeiro: Artmed,
2012.

SCHMIDT-NIELSEN, K. Fisiologia animal. 5. ed. São Paulo: Editora Santos, 2

ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO 6


CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504
E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br

Você também pode gostar