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Resumo da Aula 2 – Biodiversidade Marinha 2

Embriologia

Relembrando a aula 1...

 Quais as características de um metazoa?


Multicelularidade, eucariotos, heterotróficos, com fase móvel em pelo menos
uma estágio da vida e chegam, pelo menos, até a blástula.
 Mas por qual razão a embriologia é tão importante para estudar um metazoa?
O grupo é definido por característica embriológica. O estágio da blástula pode
ser considerado sua sinapomorfia, uma vez que ter fase móvel, ser eucarioto, ser
heterotrófico e ser multicelular não são características exclusivas dos metazoa.

1. Reprodução assexuada – é a reprodução sem envolvimento de gametas e que


tem como resultado a geração de um organismo geneticamente igual, ou seja,
um clone. Alguns exemplos desse tipo de reprodução são:

Fissão: um organismo se divide dando origem a outro exatamente igual (Ex:


Placozoa)
Brotamento: o novo indivíduo surge como um broto do progenitor,
desenvolvendo-se igual a ele e depois se separa (Ex: Cnidarios)
Gemulação: formação de um novo indivíduo a partir de um agregado de células
envolvido por uma cápsula, chamada de gêmula (Ex: Poríferas de água doce)
Fragmentação: o organismo fragmenta-se em duas ou mais partes e essas partes
são capazes de se tornar um novo organismo (Ex: Equinodermos)
Partenogênese: É o desenvolvimento de um embrião a partir de um ovo não
fertilizado. Geralmente acontece por pressão ambiental quando, por exemplo, o
animal se encontra em estado de isolamento em um zoológico e não consegue
encontrar um parceiro para se reproduzir.

2. Reprodução sexuada - é a formação de um novo organismo através da troca de


gametas. Diferencia-se da reprodução assexuada também por outro evento: a
meiose.
Geralmente é biparental, mas pode ocorrer através de hermafroditismo e
partenogênese, que envolvem apenas um organismo.

Biparental: é a produção de descendentes formados por gametas de dois


progenitores distintos. Dessa forma, eles vão possuir um genótipo diferenciado
de seus pais. Nesse tipo de reprodução a fecundação pode ser externa ou interna.
Fecundação externa - quando acontece fora do corpo, no meio ambiente. Possui
geralmente um custo energético alto para que sejam produzidos muitos gametas,
o que garante um maior sucesso na formação de novos organismos.
Além disso, é válido ressaltar que apesar dos gametas da mesma espécie se
encontrarem através de estímulo químico existem alguns casos de formação de
organismos híbridos.
Fecundação interna - quando acontece dentro do corpo do indivíduo. Possui a
vantagem de manter os gametas protegidos e não precisar de sincronia.
Hermafroditismo: É a condição de um animal que possui tanto órgãos
reprodutores femininos quanto masculinos, ou seja, são monóicos. Um
hermafrodita pode fertilizar a si mesmo, mas é muito raro.

3. Reprodução sexuada x Reprodução assexuada

A reprodução sexuada através da fecundação interna requer um custo energético


alto, uma vez que os parceiros devem se encontrar, atingir a maturidade e
coordenar suas atividades para formar um novo organismo. Através da
fecundação externa também temos um gasto de energia empregado,
principalmente, na produção de uma quantidade grande de gametas para garantir
uma boa prole. Porém é através desse tipo de reprodução que temos a
variabilidade genética, que garante uma maior possibilidade de termos
organismos aptos a diferentes condições ambientais.

4. Desenvolvimento de um novo organismo

Fecundação e prevenção da polispermia: a fecundação é o evento inicial que une


os gametas femininos e masculinos e ativa o desenvolvimento do embrião. Para
que não haja polispermia quando o espermatozoide entra em contato com o
óvulo ocorrem modificações em sua superfície para bloquear a entrada de novos
espermatozoides.

(Hickman, 11ª edição)


Clivagem: durante esse processo o organismo se divide diversas vezes formando
um agrupamento de células, chamadas de blastômeros. É importante dizer que
mesmo com todas as divisões não há aumento significativo de tamanho nesse
estágio do desenvolvimento. Existem alguns padrões diferentes de clivagem que
são definidos a partir da quantidade e distribuição do vitelo e dos genes que
controlam a simetria da clivagem. Os ovos podem ser:
Oligolécitos: com pouco vitelo e homogêneos
Heterolécitos: mais vitelo concentrado em um polo apenas
Megalécitos: grande quantidade de vitelo
Centrolécitos: vitelo concentrado no centro do ovo
Quando o zigoto contém muito vitelo a clivagem é meroblástica e é incompleta
porque os sulcos de clivagem (planos de divisão) não rompem a região onde o
vitelo está concentrado. Quando há pouco vitelo os sulcos de clivagem se
estendem por todo o zigoto e a clivagem é holoblástica.
Outros termos usados para a clivagem tem relação com o ângulo e direção que o
sulco de clivagem rompe o citoplasma. Podem ser: radial, espiral, discoidal e
rotacional. Existe também a clivagem superficial, mas essa é mais rara e
acontece só em insetos.
(Hickman, 11ª edição)

A Blástula é o resultado das modificações que acontecem durante a clivagem:


um aglomerado de células pronto para continuar o seu desenvolvimento.
A Gastrulação converte a blástula em um embrião com duas ou três camadas de
células chamadas de folhetos germinativos e todo o resto do embrião se
desenvolverá a partir desses folhetos.

Aula 2 - Parte 2

Noções de Classificação e Nomenclatura zoológica


A classificação se refere a taxonomia e é a prática de se agrupar os táxons em categorias
hierárquicas como: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. A
classificação ideal precisa demonstrar a sistemática de determinado grupo, ou seja, tem
que representar as relações de parentesco de determinado grupo.

- Classificação Biológica – classificar: tentar separar os grupos de animais, delimitar,


ordenar e classificar organismos em grupos.

- Sistema Binomial:

As duas partes de um binômio são o nome genérico, ou gênero, e o epíteto específico.

Exemplo: Tonna galea

Tonna é o nome genérico (gênero) do animal, e galea seu epíteto específico.

- Códigos da Nomenclatura:

1. Códigos botânico, zoológico e bacteriológico são independentes.

2. Um táxon pode possuir somente um nome correto.

3. Em nenhum caso 2 gêneros dentro de um determinado código podem possuir o


mesmo nome; e em nenhum caso duas espécies dentro de um gênero podem possuir o
mesmo nome (binômios são únicos).

4. Nomes científicos são tratados como latinos, independente de sua origem linguística,
e estão sujeitos ás regras gramaticais do latim.

5. O nome correto ou válido de um táxon está baseado na prioridade da publicação


(primeira descrição).

6. Para as categorias de superfamília nos animais e ordem nas plantas, e para todas as
categorias abaixo dessas, os nomes de táxons devem estar baseados em espécimes tipo,
espécies-tipo ou géneros-tipo.

REFERÊNCIAS

Hickman, C.P.; Roberts, L.S. & Larson, A. Princípios integrados de Zoologia.


11ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A. 2004.

Hickman, C.P.; Roberts, L.S. & Larson, A. Princípios integrados de Zoologia.


15ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A. 2013.

Brusca, R.; Brusca, G.J. Invertebrados. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan S.A. 2007.

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