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@lilyfazvet
1. Osteologia ............................................................................................................................. .... 3

2. Artrologia ................................................................................................................................... 5

3. Miologia ..................................................................................................................................... 7

4. Sistema Cardiovascular ............................................................................................................ 8

5. Sistema Digestório .................................................................................................................. 10

6. Sistema Respiratório ............................................................................................................... 13

7. Sistema Urinário ...................................................................................................................... 15

8. Sistema Reprodutor Feminino ................................................................................................ 17

9. Sistema Reprodutor Masculino ............................................................................................... 20

10. Sistema Nervoso ..................................................................................................................... 23

11. Sistema Sensorial ................................................................................................................... 25

12. Sistema Tegumentar ............................................................................................................... 28

13. Anotações ............................................................................................................................... 29

14. Referências ............................................................................................................................. 30

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A osteologia é o ramo anatômico que estuda a estrutura, a forma e o desenvolvimento dos
ossos que, ao formarem o esqueleto, possuem a função de sustentação do corpo e dos órgãos do
animal, permitindo que ele se movimente e se reproduza. Além disso, o esqueleto também atua
como um depósito de minerais (cálcio e fósforo) e no processo de hematose, produção de sangue.

O esqueleto de um animal pode ser dividido em três porções: axial (crânio, vertebras e
cauda); apendicular (braços e pernas); e visceral (ossos localizados dentro de órgãos). E o número
de ossos encontrados pode variar de acordo com a idade, a espécie e o sexo do animal.

Cães e Gatos Equinos Suínos Bovinos Ovinos e Caprinos


V. cervicais 7 7 7 7 7
V. torácicas 13 18 14-15 13 18
V. lombares 6-7 5-6 6-7 6 6-7
V. sacrais 3 5 4 5 4-5
V. caudais 20 20 20-23 18-20 16-18

A estrutura de um osso é formada pela diáfise (encontrada nas hastes dos ossos longos), a
epífise (forma as pontas dos ossos) e a metáfise (porção dilatada da diáfise mais próxima da
epífise). Além disso, os ossos são compostos por substâncias compactas e esponjosas. A medula
óssea vermelha, que é o centro da atividade hematopoiética, é encontrada nas áreas esponjosas,
enquanto a medula óssea amarela, que é constituída por tecido adiposo, é encontrada nas áreas
compactas.

Em relação ao revestimento dos ossos temos o periósteo e o endósteo. O periósteo cobre


todo o corpo do osso, com exceção das epífises, que são cobertas por cartilagem articular, enquanto
o endósteo realiza o revestimento interno do osso. É importante salientar que os animais jovens
possuem duas camadas de cartilagem envolvendo os ossos, no lugar de apenas uma, que auxiliam
no seu crescimento.

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Os ossos também contam com uma elevada irrigação sanguínea, uma vez que, necessitam
ser nutridos constantemente. A superfície dos ossos é irrigada pelas artérias periósticas, que
percorrem todo o periósteo, e a sua parte interior é irrigada por várias artérias nutritivas, que
proporcionam elementos minerais a todas as células. As veias, que recolhem os resíduos, fazem um
percurso semelhante ao das artérias.

Os ossos são anatomicamente classificados quanto ao seu formato e tamanho, podendo ser:
longos, curtos, planos, irregulares, sesamóides ou pneumáticos. Os ossos longos são longos,
espessos e tubulares, possuindo canais de havers (Ex.: úmero, ulna, rádio, fíbula, tíbia e fêmur). Os
ossos curtos são curtos, largos e cuboides, sendo encontrados apenas nos ossos do carpo e do
tarso. Os ossos planos possuem comprimento e largura equivalentes à sua espessura, sendo
encontrados em alguns ossos do crânio, nas costelas e no esterno. Os ossos irregulares
apresentam uma forma complexa e não seguem nenhum padrão, sendo encontrados nas vertebras,
no ilíaco e em alguns ossos do crânio. Os ossos sesamóides são pequenos e chatos e são
encontrados nos tendões, na região em que eles entram em contato com as extremidades dos ossos
longos. Por fim, os ossos pneumáticos apresentam uma ou mais cavidades, que são chamadas de
seios ou sinus, revestidas de mucosa e contendo ar. Eles são encontrados no crânio.

osso longo osso curto osso plano osso irregular osso sesamóide osso pneumático

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A artrologia consiste no estudo das articulações, que são as estruturas responsáveis por unir
um osso ao outro e formar o esqueleto animal. As articulações têm como função proteção, torção,
alavanca, locomoção, angulação e deslocamento. Elas podem ser classificadas de acordo com a
sua forma de união, sendo elas: fibrosas, cartilaginosas ou sinoviais.

As articulações fibrosas unem os ossos por meio de T.C. fibroso, possuem pouco movimento
e não possuem cavidade articular. Elas podem ser divididas em três subclasses: sindesmose, sutura
ou gonfose. As sindesmoses consistem nos ossos unidos por uma longa faixa de tecido fibroso,
como por exemplo, o rádio e a ulna. As suturas estão presentes no crânio dos animais e podem ser
planas, serreadas ou escamosas. Já as gonfoses são as inserções dos dentes nos alvéolos
dentários.

sindesmose sutura gonfose

As articulações cartilaginosas unem os ossos por meio de cartilagens, possuem pouco


movimento e também não têm cavidade articular. Elas podem ser classificadas em sincondroses e
sínfises. As sincondroses podem ser temporárias ou permanentes e também podem ser inter ou
intra-ósseas. Já as sínfises formam fibrocartilagens entre os ossos.
sincondrose sínfise

As articulações sinoviais unem os ossos por meio da cartilagem hialina, tem um amplo
movimento e possuem cavidade articular. Quando essas articulações unem apenas dois ossos são
consideradas simples, e quando unem três ou mais são chamadas de compostas.

Os movimentos realizados pelas articulações são divididos em quatro tipos, sendo eles: flexão
e extensão; adução e abdução; rotação e circundação.

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Vale ressaltar que os feixes de tecido fibroso que unem dois ou mais ossos entre si em uma
articulação são chamados de ligamentos. Eles são constituídos por fibras colágenas ordenadas, o
que os garante muita resistência e podem ser intracapsulares ou extracapsulares

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A miologia é a área da anatomia voltada ao estudo dos músculos. A função dos músculos nos
corpos dos animais é a locomoção, a respiração, a circulação sanguínea, a mastigação, a digestão e
a termogênese. Eles são formados por células e fibras musculares, que tem como unidade funcional
os miócitos, e são caracterizados por uma alta contratilidade, elasticidade, excitabilidade e
condutibilidade.

Os músculos podem ser classificados em músculo liso, estriado cardíaco e estriado


esquelético. O músculo liso possui um formato fusiforme com o núcleo centralizado. Ele é
caracterizado por contrações fracas, lentas e involuntárias e suas funções são os movimentos
peristálticos, a expulsão do feto, a condução do sangue pelos vasos e a ereção dos pelos. O
músculo estriado cardíaco é encontrado apenas no coração, possuindo estriações transversais e
discos intercalares. Ele possui uma contração forte, involuntária e rítmica. O musculo estriado
esquelético se encontra associado ao esqueleto e é formado por fibras multinucleadas. Ele possui
contrações fortes, voluntárias e rítmicas e suas funções são a produção de movimentos, controle de
esfíncteres e a produção de calor.

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O sistema cardiovascular é formado pelo coração, vasos sanguíneos e linfáticos.

O coração é circundado pelos pulmões e protegidos pelas costelas. Ele é formado por uma
base e um ápice, dois átrios e dois ventrículos. A maioria das suas funções está relacionada ao
transporte de substâncias, como gases, nutrientes, excretas, anticorpos e hormônios, mas, além
disso, ele também atua como agente termorregulador em animais homeotérmicos, como aves e
mamíferos.

O coração também possui quatros valvas, que permitem o fluxo sanguíneo entre os átrios e
os ventrículos. A valva mitral ou bicúspide possibilita o fluxo sanguíneo entre o átrio e o ventrículo
esquerdo; a valva tricúspide possibilita o fluxo sanguíneo entre o átrio e o ventrículo direito; a valva
aórtica está localizada na saída do ventrículo esquerdo para a aorta, possibilitando o fluxo
sanguíneo entre essas duas estruturas; e a valva pulmonar fica localizada na saída do ventrículo
direito para a artéria pulmonar, possibilitando o fluxo sanguíneo entre essas duas estruturas.

Além disso, ele possui três camadas de revestimento: o miocárdio, que é uma parede
espessa composta de músculo cardíaco; o epicárdio, que reveste externamente o miocárdio; e o
endocárdio, que é uma lâmina fina e lisa que reveste internamente o miocárdio.

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O coração permite que o sangue circule pelo corpo de duas maneiras diferentes, uma pela
grande circulação e a outra pela pequena. A grande circulação, também conhecida como circulação
sistêmica, é responsável por levar o sangue rico em oxigênio para o corpo e devolver o rico em CO2
para o coração. Já a pequena circulação leva o sangue do coração até o pulmão para que ocorra a
hematose e, posteriormente, o retorna ao coração. Vale ressaltar que no período de gestação as
fêmeas realizam um terceiro tipo de circulação, a fetal. Na circulação fetal o sangue oxigenado
chega na placenta através da veia umbilical. Ao se aproximar do fígado o sangue passa para o ducto
venoso, um vaso fetal que comunica a veia umbilical com a veia cava inferior. Percorrendo a veia
cava inferior, o sangue chega ao átrio direito e é direcionado para o átrio esquerdo. O ducto arterial,
ao desviar o sangue da artéria pulmonar para a artéria aorta, protege os pulmões do feto da
sobrecarga e permite que o ventrículo direito se fortaleça para a sua total capacidade funcional ao
nascimento.

O fluido linfático que é transportado durante o processo de circulação é produzido pelos


órgãos linfonóides, que são: o baço, o timo e a bursa de fabricius. Esses órgãos são importantes
componentes do sistema imunológico, pois colaboram com glóbulos brancos para a proteção contra
bactérias e vírus.

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O sistema digestório é responsável pelos processos de apreensão de alimentos,
mastigação, ingestão, digestão, absorção e eliminação de resíduos. Ele é constituído pelos órgãos:
boca, faringe, esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso e as glândulas acessórias (glândulas
salivares, pâncreas e fígado.

A boca consiste no conjunto de: cavidade bocal, estruturas acessórias (dentes, língua e
lábios) e as glândulas salivares. Suas principais funções são a apreensão, mastigação e insalivação
dos alimentos. A cavidade bocal se inicia entre os lábios e segue até a faringe, porém, suas
proporções variam de acordo com os hábitos alimentares dos animais, sendo maiores em carnívoros
e menores em herbívoros e roedores. Os lábios são responsáveis por selecionar o alimento que será
ingerido e são formados por pele, uma camada intermediária de músculo, tendão, glândulas e por
uma mucosa oral. A língua ocupa a maior parte da cavidade oral e se estende até a orofaringe. A
sua raiz e seu corpo são fixos, porém seu ápice é livre e é capaz de realizar movimentos precisos
que auxiliam na alimentação do animal. Os dentes se desenvolvem em diferentes regiões da boca,
buscando suprir as necessidades fisiológicas de cada animal. Eles são implantados em alvéolos
dispostos ao longo das margens da maxila e da mandíbula, que forma um arranjo chamado de
tecodonte. As glândulas salivares secretam a saliva, que mantem úmido o interior da boca,
facilitando a mastigação do alimento e lubrifica sua passagem. Vale ressaltar que as glândulas
menores produzem secreções mucosas, enquanto as glândulas maiores produzem secreções
fluidas.

A faringe situa-se atrás da boca e segue até o esôfago, onde é dividida em duas partes pelo
óstio intrafaríngeo: a nasofaringe e a orofaringe. A nasofaringe é considerada parte da cavidade
nasal, uma vez que, não participa do processo digestório e serve passivamente para condução do
ar. Ela contém numerosas glândulas mucosas e bastante tecido linfoide, que é responsável por
formar as tonsilas faríngeas. Já a orofaringe atua limitando o tamanho das porções que podem ser
deglutidas. Ela possui tonsilas palatinas que tem sua disposição alterada de acordo com a espécie
do animal. A área de transição entre a nasofaringe e a orofaringe é chamada de laringofaringe, que
é onde a epiglote está localizada.

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O esôfago é responsável por conduzir os alimentos da faringe ao estômago, ao qual se une
por meio da região da cárdia. Ele é constituído por partes cervical, torácica e abdominal, sendo a
última sua menor porção, e é revestido externamente por tecido conjuntivo no pescoço e serosa no
tórax e abdome. Já a sua parte interna é dividida em submucosa e mucosa, as quais ajudam a
dispor dobras longitudinais ao longo de sua estrutura.

O estômago consiste na parte dilatada do trato digestório na qual se inicia o processo de


digestão. Sua forma e estrutura podem variar de acordo com a espécie e a dieta do animal, sendo,
no geral, pequeno e simples nos carnívoros e complexo e subdividido em herbívoros. O estômago
recebe o alimento do esôfago e, após retê-lo por algum tempo, descarrega-o no duodeno. Um
estômago simples pode ser dividido em regiões particulares, que são: fundo; antro pilórico
cranialmente e canal pilórico caudalmente; curvatura maior e curvatura menor (omento maior e
menor); e o corpo. Vale ressaltar que a região da cárdia é aglandular, enquanto a região do fundo é
glandular.
Estômago Unicavitário - simples Estômago Multicavitário - complexo

O estômago do ruminantes é complexo, sendo formado por quatro cavidades: o rúmen, o


omaso, o abomaso e o retículo. O rúmen é a maior parte do estômago dos ruminantes, sendo
encontrado do lado esquerdo do corpo desses animais. O omaso é encontrado do lado direito da
C.T. e é essencial para a absorção de líquidos. O abomaso é revestido por uma mucosa glandular e
é a região onde ocorre a digestão química. Já o retículo se encontra mais cranialmente na cavidade
torácica e pode ser comparado a um favo de mel por conta de sua mucosa.

O intestino delgado possui diversas vilosidades e microvilosidades que ajudam na absorção


dos nutrientes que chegam até ele e é dividido em três partes: duodeno, jejuno e íleo. O duodeno é
curto e firmemente fixo ao teto abdominal, começando a partir da parte pilórica do estômago e
seguindo até a raiz do mesentério. O jejuno começa logo após o fim do duodeno, preenchendo as
partes do abdome que não são ocupadas por outras vísceras e possuindo alças bastante móveis. Já
o íleo não possui nenhum limite definido e é considerado uma parte final curta do intestino,
relativamente mais muscular e mais firme que o jejuno, que realiza uma conexão direta com o ceco.

O intestino grosso é um tubo curto e um pouco mais largo que o intestino delgado que segue
curso em direção ao ânus. Ele possui uma mucosa lisa e repleta de linfonodos, por conta da
ausência de vilosidades, e pode ser dividido em ceco, cólon e reto. O ceco é a primeira parte do
intestino grosso e consiste num segmento intestinal de fundo cego ligeiramente mais largo que o
intestino delgado. O colón é uma estrutura lisa de calibre uniforme que fica suspenso em todo o seu
comprimento pelo mesocólon, que o faz ser dividido em três partes – ascendente, transversa e
descendente. Por fim, o reto consiste na parte final do intestino grosso, que atravessa o limite
abdominopélvico e se situa sobre os órgãos reprodutivos, a bexiga e a uretra.
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Legenda

1- Colo descendente
2- Duodeno
3- Colo transverso
4- Reto
5- Ceco
6- Íleo
7- Colo ascendente
8- Jejuno
9- Rúmen
10- Retículo
11- Esôfago
12- Omaso
13- Abomaso

O fígado é a maior glândula do corpo dos animais e fica localizado caudalmente ao


diafragma. Sua forma pode variar de acordo com a espécie e as necessidades fisiológicas do animal
e as suas funções são a produção da bile e o metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras, o
que assegura que os produtos da digestão passem pelas células hepáticas antes de voltarem à
circulação sanguínea. O suprimento sanguíneo é fornecido pela artéria hepática e a veia porta e sua
inervação é realizada pelos nervos simpáticos e parassimpáticos. Vale ressaltar que a bile fica
armazena numa estrutura chamada de vesícula biliar, que é ausente nos equinos.

O pâncreas é uma glândula amarelada e macia, intimamente relacionada ao duodeno, que


combina funções exócrinas e endócrinas. Suas funções estão relacionadas com a produção do suco
gástrico e das ilhotas pancreáticas, que são aglomerados de células espalhadas entre os ácidos
exócrinos e fontes de insulina, sendo então vitais para o metabolismo de carboidratos. O seu
suprimento de sangue é oferecido pelas artérias pacreaticoduenais cranial e caudal e sua inervação
é feita pelos nervos simpáticos e parassimpáticos.

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O sistema respiratório garante a captura do oxigênio e a liberação do gás carbônico do
corpo dos animais. Ele é responsável pelas trocas gasosas no sangue, além de atuar na regulação
do pH (acidose e alcalose respiratória), no controle da temperatura, na fonação e no olfato.

Ele também pode ser dividido em duas porções: a condutora (nariz e cavidade nasal,
faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos) e a respiratória (pulmões, bronquíolos
respiratórios e alvéolos).

O nariz é formado pelo vestíbulo, que é o início da cavidade nasal, e as narinas, que são a
abertura para o exterior. As suas funções são aquecer, umedecer e filtrar o ar respirado e o seu
formato varia de acordo com as espécies, podendo ser: plano nasal (pequenos ruminantes, cães e
gatos), plano rostral (suínos), plano nasolabial (bovinos) e cartilagem alar (equinos).

Plano nasal Plano rostral Plano nasolabial Cartilagem alar

A faringe é responsável pela passagem de ar e alimentos, podendo ser dividida em


nasofaringe (parte do sistema respiratório), orofaringe (parte do sistema digestório) e laringofaringe.

A laringe garante a conexão entre a faringe e a traqueia. Suas funções são a condução de ar
e a fonação. Ela é formada por quatro cartilagens que tem sua forma variada entre as espécies,
sendo elas: epiglótica, tireóidea, aritenóidea e cricóidea.

A traqueia é um tubo cartilaginoso que dá origem aos brônquios numa bifurcação chamada
de carina. Nos suínos e ruminantes, ela também se ramifica numa estrutura conhecida como
brônquio traqueal.

Traqueia

Brônquio traqueal

Legenda
Brônquio
1- Epiglote
2- Tireoide
3- Cricóide
Bronquíolos
4- Aritenoide
5- Traqueia

Os brônquios são ramificações da traqueia que penetram nos pulmões pela região do hilo e
formam os bronquíolos, que posteriormente ramificam-se formando os bronquíolos respiratórios.

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Os alvéolos realizam as trocas gasosas entre o meio ambiente e o organismo, estando
localizados numa região do pulmão de grande vascularização.

Os pulmões estão localizados na cavidade torácica, abaixo do esterno e cobertos pela


pleura. Eles são responsáveis pelos processos de expiração e inspiração e a sua forma e o seu
número de lobos pode variar de acordo com as espécies.

Pulmão dos carnívoros Pulmão dos suínos Pulmão dos equinos Pulmão dos bovinos

Por fim, têm-se o diafragma, que separa as cavidades torácica e abdominal, além de auxiliar
no processo de respiração. É importante ressaltar que esse órgão é ausente nas aves.

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O sistema urinário é composto por um par de rins, um par de ureteres, a bexiga urinária e a
uretra. Suas funções são a manutenção do meio interno, a regulação da pressão sanguínea e a
produção de células sanguíneas.

Os rins são responsáveis pela manutenção do meio interno dos animais por meio da filtração
do plasma e pela produção de dois hormônios: a renina (influencia na regulação da pressão
sanguínea sistêmica) e a eritropoietina (influencia na eritropoiese). Eles possuem uma consistência
firme e uma coloração marrom-avermelhada, sendo envolvidos por duas capsulas: a renal,
constituída de tecido conjuntivo fibroso; e a adiposa, constituída de gordura. Além disso, o seu
formato varia consideravelmente entre os animais, porém a sua forma mais comum é a de “feijão”.

Legenda
1- Artéria Renal
2- Veia Renal
3- Ureter

carnívoros suínos equinos bovinos


A região interna dos rins é dividida em córtex (região mais externa) e medula (região mais
interna). O córtex é formado pelos corpúsculos renais e pelos túbulos contorcidos proximais e
distais, o que o faz ter uma superfície bastante granulosa. Já medula é formada pelos ramos
ascendentes e descendentes da Alça de Henle e os túbulos coletores, sendo relativamente lisa.

A unidade funcional dos rins são os néfrons. Os néfrons são formados por um glomérulo
(emaranhado de capilares) e um envoltório de epitelial, que, juntos, formam o corpúsculo renal, que
é onde ocorre a filtração do sangue. A irrigação dos rins é realizada pela artéria renal, que se bifurca
e forma as artérias: interlobares, arqueadas e interlobulares. Já as veias arqueadas fazem o
processo inverso, se juntando até formarem as veias interlobares, que formam a veia renal que, por
fim, forma a veia cava caudal. Além disso, o rim é um órgão extremamente sensível, que é inervado
pelas raízes ventrais dos nervos espinhais, que são fibras simpáticas formadas pelo plexo celíaco.

O ureter é um túbulo de musculo liso que conduz a urina até a bexiga por meio de
movimentos peristálticos. Ele faz parte tanto da porção abdominal, quanto pélvica dos animais e
chegam até a bexiga por sua parte dorsal.

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A bexiga é um reservatório de urina dilatável que não apresenta tamanho ou posição
constante. Quando contraída, ela é pequena, globular e bastante espessa. Ela se apoia aos ossos
púbicos e fica confinada à cavidade pélvica nos grandes animais. Porém, quando aumenta de
tamanho, ela adquire um formato de pera, apresentando um vértice cranial (ápice), um corpo
intermediário e um colo caudal, podendo atingir o abdome. A urina entra na bexiga por meio dos
óstios ureterais, que, em junção com o óstio uretral, formam o trígono vesical. O órgão é irrigado
pela artéria vaginal (ou prostática) e é suplementada pelas artérias umbilicais.

Trígono vesical

Óstio uretral

A uretra é um órgão tubular que conduz a urina até o meio externo do corpo. Nas fêmeas ela
é curta e larga, já nos machos ela se apresenta longa e estreita. Vale ressaltar que a uretra
masculina é dividida em três porções por conta de sua longa extensão: porção prostática, porção
pélvica e porção peniana.

Macho Fêmea

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O sistema reprodutor feminino é composto por um par de gônadas (ovários), um par de
tubas uterinas, o útero, a vagina e o vestíbulo. Esses órgãos sofrem alterações de acordo com a
idade e a sua funcionalidade: durante a puberdade do animal, eles crescem rapidamente e sofrem
maturação, entretanto, regridem conforme ele vai envelhecendo e perdendo a capacidade
reprodutiva. Suas funções estão relacionadas a produção dos óvulos, a produção de hormônios, a
realização da cópula, o desenvolvimento do embrião e a nutrição da prole.

Os ovários são estruturas sólidas, elipsoides e irregulares, com forma, tamanho e


localização diferentes entre as espécies. Suas funções são produzir os óvulos e liberar os hormônios
estrógeno e progesterona e eles são encontrados na parte dorsal do abdome, próximo aos cornos
uterinos, onde ficam suspensos no interior da parte cranial do ligamento suspensor e próprio do
ovário. A ovulação pode ocorrer em qualquer parte do ovário, porém, nas éguas ela só ocorre na
fossa ovulatória.

O órgão é revestido por um peritônio chamado de mesóvario e pode ser dividido em uma
porção central frouxa e mais vascularizada (medula) contida no interior de um arcabouço mais denso
(cortex). O córtex é envolvido pela túnica albugínea e apresenta folículos espalhados em várias
fases de desenvolvimento e regressão. Já a medula apresenta uma grande vascularização, servindo
como fonte de nutrientes para todas as estruturas que se desenvolvem dentro do ovário.

As tubas uterinas são estreitas e geralmente “enroladas”. Elas captam os óvulos liberados
pelos ovários e os levam para o útero, sendo o local onde normalmente acontece a fertilização. A
parte da tuba uterina mais próxima ao ovário é o infundíbulo, que é responsável por captar o óvulo
assim que ocorre a ovulação. Já a sua extremidade cranial se divide em dois segmentos: ampola,
onde ocorre a fecundação do óvulo com o espermatozoide; e istmo, que se une ao ápice do corno
uterino na junção uterobárica, que serve com barreira, impedindo a ascensão dos espermatozoides
e a descida do óvulo.

A parede da tuba é formada por uma túnica serosa externa, uma túnica muscular
intermediaria e uma túnica mucosa interna. Além disso, ela é suspensa por uma prega lateral, a
mesossalpinge, que é uma parte do ligamento largo que sustenta o ovário.

O útero é a parte expansível do trato, onde os embriões se alojam e são protegidos e


nutridos. Esse órgão é o que mais apresenta diferenças espécie-específicas, por conta da maneira

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da formação do trato reprodutivo nos diferentes animais, mas, normalmente, apresenta dois
segmentos: o cérvix e o corpo. O cérvix se encontra na parte mais caudal do útero e possui uma
parede espessa e um esfíncter para o controle do acesso à vagina. A sua porção vaginal se
comunica com o lume vaginal pelo óstio uterino externo e o canal cervical, que se abrem dentro do
corpo do útero. O corpo do útero é um segmento menor nas espécies domesticas, dividido
interiormente por um septo que na maioria das vezes não é visto externamente. Além disso, há os
cornos uterinos, que possuem formato e comprimento variável entre as espécies.

O útero apresenta uma cobertura serosa externa, uma muscular intermediária e uma
mucosa interna que são chamadas de perimétrio, miométrio e endométrio. Ele se fixa na parede
abdominal dos animais a partir do ligamento largo do útero, que é formado com a união do
mesóvario, da mesossalpinge e do mesomério.

Legenda
1- Ovário
2- Infundíbulo
3- Tuba uterina
4- Corno do útero
5- Ligamento intercornual
6- Corpo do útero
7- Carúnculas
8- Cérvix
9- Parte vaginal da cérvix
10- Vagina
10′- Fórnix
11- Vestíbulo
12- Abertura uretral externa
13- Abertura da glândula
vestibular maior
14- Clitóris
15- Vulva.

A vagina é um tubo relativamente longo e de parede fina, distensível em comprimento e


largura que serve como órgão copulatório das gêmeas e como canal para o parto. Ela possui duas
porções: a porção cranial, que é uma passagem reprodutiva que vai do cérvix até a entrada da
uretra, onde todas as glândulas presentes no órgão estão confinadas; e a porção caudal, que é
chamada de vestíbulo, e se estende do óstio uretral externo até a vulva, combinando funções
reprodutivas e urinárias. Ela apresenta uma mucosa revestida por tecido epitelial escamoso
estratificado e possui superfície lisa, porém pode apresentar pregas circulares enquanto está inativa.

O vestíbulo fica situado caudalmente ao arco isquiático das fêmeas e faz parte tanto do
sistema reprodutor quanto do urinário. Suas paredes são pouco elásticas e bem vascularizadas, mas
se unem quando o animal está em repouso, reduzindo o lume a uma fenda vertical. Mais
caudalmente suas paredes são marcadas pela desembocadura dos ductos das glândulas
vestibulares, que produzem uma secreção mucosa que lubrifica a passagem durante o coito e o
parto. Ele se abre para o exterior pela vulva, que é delimitada pelos lábios que se encontram nas
comissuras dorsal (arredondada) e ventral (pontiaguda), onde está localizado o clitóris.

1, ovário; 2, tuba uterina; 3, cérvix; 4, hímen; 5, vestíbulo; 6, glande do clitóris.


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O suprimento sanguíneo desses órgãos é realizado pela artéria ovárica (ovário, tubas e
cornos uterinos), pela artéria uterina (corpo dos cornos), pela artéria vaginal (útero e cérvix) e pela
artéria pudenda interna (vagina, vulva e ânus). Já a drenagem venosa ocorre pelas veias ovárica,
vaginal e vaginal acessória e a inervação é realizada pelos nervos pudendo e perineal.

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O sistema reprodutor masculino é formado pelos testículos, as gônadas, os ductos gonadais,
a uretra, o pênis, o escroto, o prepúcio e as glândulas acessórias.

Os testículos são órgãos elipsoides sólidos, cuja forma, tamanho e orientação variam de
acordo com a espécie do animal. A posição dos testículos está relacionada à posição do escroto,
uma vez que, eles são suspensos dentro do escroto pelo cordão espermático – feixe de estruturas
composto pelo ducto deferente, vasos e nervos revestidos pelo peritônio. O testículo é formado pelo
mediastino e pelo parênquima. O parênquima é macio e amarelado, e consiste em tecido intersticial
e túbulos seminíferos entremeados, onde o processo de espermatogênese é conduzido.

Legenda

1- Mediastino testicular
2- Parênquima testicular

O epidídimo é um órgão firme, com aparência esponjosa, formado por diversas voltas do
ducto do epidídimo em uma matriz de tecido conjuntivo, responsável por armazenar e maturar os
espermatozoides. Ele possui três partes: a cabeça, o corpo e a cauda. A cabeça fica aderida á
capsula testicular e recebe os espermatozoides pelos túbulos eferentes. O corpo pode ou não estar
aderido à superfície do testículo, podendo criar um espaço chamado de bolsa testicular. E a cauda
armazena os espermatozoides temporariamente, afinando-se até formar o ducto deferente.

O ducto deferente é um tubo muscular responsável por realizar contrações peristálticas. Ele
surge da cauda do epidídimo e desemboca na uretra dos animais, ligando-se aos vasos testiculares
enquanto passa pelo canal inguinal.

A túnica vaginal é o processo peritoneal que envolve o testículo e o epidídimo. Ela é dividida
em parietal e visceral e, entre estas lâminas, existe uma cavidade repleta de fluido seroso que se
comunica com a cavidade peritoneal do abdome por meio do anel vaginal.

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O canal inguinal consiste em uma abertura na cavidade abdominal que permite a passagem
da artéria pudenda externa e os nervos inguinais para o funículo espermático.

O escroto é uma bolsa cutânea repleta de glândulas sudoríparas e sebáceas que abriga
ambos os testículos fora da cavidade torácica. Ele é dividido externamente pelo sulco mediano em
compartimentos direito e esquerdo e sua posição se ajusta em função da temperatura ambiente.

As glândulas acessórias do sistema reprodutor masculino possuem formas e tamanhos


variáveis e são responsáveis por produzir o sêmen, nutrir os espermatozoides e os proteger do pH
ácido da vagina feminina. O conjunto de glândulas é formado pelas ampolas, glândulas vesiculares,
próstata e glândulas bulbouretrais. As ampolas são responsáveis por dar maior volume ao sêmen,
sendo bem desenvolvidas no garanhão, no touro e no carneiro, porém ausentes nos suínos. As
glândulas vesiculares estão presentes em todas as espécies domesticas, com exceção dos cães e
gatos. A próstata pode ser dividida em duas partes: uma difusamente espalhada no interior da
parede da uretra e outra compactada externamente ao músculo uretral - os pequenos ruminantes
apresentam apenas a parte difusa (ou disseminada), os equinos apenas a parte compactada e os
cães e os gatos apresentam vestígios da parte difusa e uma grande parte compactada. As glândulas
bulbouretrais são observadas em todas as espécies, menos nos cães e apenas vestigialmente nos
gatos.
A uretra é um órgão tubular que se estende do colo da bexiga urinaria até a extremidade livre
do pênis. Ela é revestida por uma submucosa vascular e uma túnica muscular e é responsável por
conduzir tanto a urina quanto o sêmen para o meio externo.
O pênis é o órgão da cópula, sendo formado por três colunas independentes de tecido erétil
que se unem no corpo do pênis. Quando as duas colunas dorsais se unem, elas formam um sulco
ventralmente que acomoda o corpo esponjoso do pênis, que tem início na saída da pelve, formando
o bulbo do pênis, e se estende até a glande, que é o ápice do órgão. O corpo cavernoso do pênis
pode ser classificado em fibroelástico e musculocavernoso. O pênis fibroelástico aumenta
consideravelmente o seu comprimento quando está ereto e pode ser encontrado nos ruminantes e
nos suínos, já o pênis musculocavernoso necessita de uma quantidade maior de sangue para ficar
ereto e é encontrado em equinos e nos cães.

suínos equinos
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Cada espécie possui um tipo específico de glande, sendo elas: ruminantes – glande pequena;
equinos – grande e em forma de cogumelo; suínos – não apresentam glande; cães – volumosa; e os
gatos – em formato de espículas (espinhos).

O prepúcio é uma prega invaginada de pele que circunda a extremidade do pênis, revestida
externamente por pele e internamente por uma mucosa.

O suprimento sanguíneo do sistema é realizado pela artéria testicular (testículos), artéria do


ducto deferente (ducto deferente), artéria pudenda interna (pênis, uretra e glândulas acessórias) e a
artéria obturadora (pênis dos equinos). Em relação a inervação, essas estruturas são inervadas por
fibras nervosas autônomas, o nervo dorsal do pênis e os nervos testiculares.

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O sistema nervoso é composto pelo encéfalo, pela medula espinhal e pelos nervos. Suas
funções são controlar os movimentos do corpo, regular a secreção glandular, manter a consciência e
captar informações do ambiente e do organismo. Além disso, ele pode ser classificado em sistema
nervoso central (SNC), sistema nervoso periférico (SNP) e sistema nervoso autônomo (SNA).

O encéfalo é dividido em cérebro (telencéfalo), cerebelo e tronco encefálico.

O cérebro é composto por dois hemisférios, um direito e um esquerdo, que são formados por
sulcos e giros e se unem por meio do corpo caloso. Além disso, ele apresenta uma substancia
cinzenta (córtex cerebral), que se encontra no exterior do órgão e é responsável pela consciência. O
cérebro também pode ser dividido em lobos, onde cada um é responsável por uma função
específica: o lobo frontal está relacionado com os movimentos do animal; o lobo parietal é
responsável pelo tato, a pressão e a dor; o lobo occipital fica estreitamente relacionado com a visão;
e o lobo temporal é responsável por garantir a audição dos animais. Em seu interior são encontrados
quatro ventrículos, responsáveis por produzir o liquido cefalorraquidiano, que é um eficiente
amortecedor de choques para proteger o encéfalo de impactos.

O cerebelo possui uma aparência próxima a de uma folha e também é formado por dois
hemisférios, direito e esquerdo. Ele possui uma estrutura dorsal, chamada de verme do cerebelo,
que está associado à postura corporal e à locomoção dos animais.

O tronco encefálico é dividido em diencéfalo, mesencéfalo, ponte e medula oblonga. O


diencéfalo é onde se localiza o tálamo, o epitálamo (glândula pineal), o hipotálamo e o terceiro
ventrículo. O mesencéfalo está situado entre o diencéfalo e a ponte e apresenta dois pedúnculos
cerebrais e quatro colículos, que são estruturas anatômicas características dessa região. A ponte é
composta por fibras transversais e sua função é transmitir as informações da medula e do bulbo até
o córtex cerebral. Já a medula oblonga se estende através do forame magno dando origem a
medula espinhal.

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As meninges são membranas de tecido conjuntivo que recobrem o SNC. Existem três
meninges, que são: a dura-máter, que é a mais externa; a aracnoide, que se encontra no meio; e a
pia-máter, que é a mais interna. As cavidades que separam, respectivamente, a dura-máter e a
aracnoide e a aracnoide e a pia-máter são chamadas de espaço subdural e espaço subaracnóideo,
e servem como um armazém de liquido cérebro-espinhal.

A medula espinhal é uma massa cilíndrica de tecido nervoso, localizada caudal ao cérebro.
Ela é dividida em cinco regiões correspondentes a coluna vertebral: cervical, torácica, lombar, sacral
e caudal, regiões estas que dão origem aos nervos que inervam os membros torácicos e pélvicos. A
medula espinhal possui um formato de H, e também possui as substancias branca e cinzenta. A sua
vascularização é feita pela artéria espinhal ventral e a sua drenagem, pelos ramos espinhais das
veias jugular externa, intercostais e lombares.

O sistema nervoso periférico é formado pelo conjunto de nervos e gânglios. O nervo é um


conjunto de axônios fora do sistema nervoso central e os gânglios são o conjunto de corpos
celulares, também fora do sistema nervoso central. Dependendo da sua função, os nervos podem
ser chamados de sensitivos (levam o estimulo ao sistema nervoso) ou motores (trazem a resposta
do sistema nervoso). Os nervos que tanto levam como trazem a informação são chamados de
mistos.

Existem dois grupos de nervos: os nervos cranianos, que são originados na medula espinhal
e podem ser sensitivos, motores ou mistos, sendo compostos por doze pares: olfatório (I), óptico (II),
oculomotor (III), troclear (IV), trigêmeo (V), abducente (VI), facial (VII), vestibulococlear (VIII),
glossofaríngeo (IX), vago (X), acessório (XI) e hipoglosso (XII); e os nervos espinais, que são rodos
mistos e também são encontrados em pares, saindo da medula espinal pelo forame lateral vertebral.
Vale ressaltar que o conjunto de nervos que emerge da medula espinal tanto para inervar o membro
torácico como o membro pélvico é chamado de plexo.

O sistema nervoso periférico também pode ser classificado em somático (voluntário) e


autônomo (involuntário), que possui duas subdivisões: simpático e parassimpático.

O SNP simpático consiste na parte toracolombar do SNA e é composto por duas cadeias de
gânglios, sendo eles os paravertebrais e os pré-vertebrais. Ele está relacionado a momentos de
estresse no organismo, onde o animal necessita de uma maior quantidade de energia, seja para
caçar ou fugir do predador, o que faz com que a taxa de batimentos cardíacos, pressão arterial e
midríase subam, enquanto a de salivação caí.

Já o SNP parassimpático é a parte craniossacral do SNA, formado por neurônios pré-


ganglionares. Ele está relacionado a atividades relaxantes e é responsável por desacelerar o
organismo, o que faz com que a taxa de batimentos cardíacos e a pressão arterial caiam, enquanto
a miose e a salivação subam.

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O sistema sensorial permite que os animais interajam com a natureza por meio do paladar, do
odor, da visão, da audição e do tato.

Os receptores sensoriais são os responsáveis pela sensibilidade na pele dos animais,


podendo ser classificados em: não encapsulados, quando englobam as terminações nervosas e tem
como função a percepção da dor; e encapsulados, que podem ser subdivididos em
mecanorreceptores, que permitem que os animais sintam o toque; termorreceptores, que percebem
a temperatura ambiente; nociceptores, que são responsáveis por sentir toques com maior pressão;
fotorreceptores, que percebem a luminosidade; e os quimiorreceptores, que percebem diferentes
substâncias.

A somatossensação consiste na capacidade do animal de perceber o que está acontecendo


em seu próprio organismo e ao seu redor quando algo lhe causa dor.

A propriocepção é a capacidade do organismo animal de identificar a sua posição, mesmo


com os olhos fechados, ou seja, o animal consegue saber se está em pé, deitado, sentado ou em
qualquer outra posição sem que necessariamente ele veja.

A gustação permite o desenvolvimento do paladar dos animais. As células gustativas, por


meio dos botões gustativos, são as responsáveis por perceber os sabores dos alimentos e das
substâncias que entram em contato com o animal.

O olfato permite que os animais captem o aroma das substâncias a partir do epitélio olfatório,
que reveste as concha etmoidais e é repleto de terminações nervosas por todo seu comprimento.
Vale ressaltar que os animais domésticos possuem uma estrutura chamada órgão vomeronasal no
início das suas narinas que os permitem captar os feromônios no ambiente.

A audição e o equilíbrio dos animais é garantida pela orelha. A orelha é dividida em três
regiões: orelha externa, que é composta pela cartilagem auricular, o meato acústico externo e os
tímpanos, sendo bastante irrigada e apresentando diferentes formatos de acordo com a espécie do
animal; orelha média, que é conhecida como cavidade timpânica e abriga os ossículos da audição
(martelo, bigorna e estribo), seguindo até a janela oval e se comunicando com a orofaringe por meio
da tuba auditiva; e a orelha interna, que é onde se encontra o labirinto membranoso, que é uma
estrutura óssea que se divide na cóclea, que é responsável pela audição, e no aparelho vestibular,
que é responsável pelo equilíbrio e a aceleração dos animais.

A visão permite que os animais reconheçam o ambiente no qual estão situados. Ela também
está diretamente relacionada ao seu mecanismo de defesa, uma vez que, permite que eles avistem
seus predadores. O campo visual varia de acordo com a espécie e o hábito dos animais, ou seja, se
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ele é uma presa ou um predador – ex.: o campo visual dos animais carnívoros é maior do que dos
herbívoros. A localização do globo ocular é um dos principais fatores para que haja a alteração do
campo visual. Quando ele está localizado frontalmente, o animal possui uma visão que se sobrepõe,
alcançando uma maior área, já quando ele se encontra lateralmente, o animal possui uma visão
mais ampla do local em que está situado.

Os olhos são divididos em três túnicas: a túnica fibrosa, que é a mais externa, sendo formada
pela esclera, o limbo e a córnea; a túnica média, formada pela íris, o corpo ciliar e o coroide; e a
túnica interna, formada pela retina. A lente do olho é chamada de cristalino.

A esclera é a parte “branca” do olho, mesmo que possa conter uma coloração diferente, como
cinza e azulada. O limbo é uma região de transição entre a esclera e a córnea que possui células
progenitoras e é altamente vascularizado. E a córnea é a estrutura mais externa do globo ocular,
sendo o meio refratário mais importante do olho e possuindo diversas camadas de epitélio. Ela é
transparente e avascular, permitindo a entrada da luz nos olhos.

A íris é a parte colorida do olho, que pode variar de acordo com os animais. A pupila é a
abertura encontrada no meio da íris, pela qual a luz entra nos olhos. O seu movimento de contração
da pupila é chamado de miose (A), já o de dilatação, midríase (B), e acontece de acordo com a
quantidade de luz ambiente. O corpo ciliar se localiza por trás da íris e é responsável por produzir o
humor aquoso, que preenche as câmaras oculares.

A retina é a região de localização dos fotorreceptores (células nervosas que são estimuladas
pela luz). Os bastonetes encontrados na retina estão ligados a visão em preto e branco, já os cones,
à visão colorida. O que define o quão colorida será a visão do animal é o número de cones e
bastonetes encontrados, ou seja, quanto mais tipos de cones, mais colorida a visão do animal.
Esses cones ficam localizados numa depressão no funcho dos olhos, chamada de mácula, e os
conjunto desses cones recebe o nome de fóvea.

Outras estruturas encontradas nos olhos são o tapete lúcido e o disco óptico. O tapete lúcido
é uma camada de células que possui a capacidade de rebater a luz, aumentando a capacidade de
visão noturna do animal. Vale ressaltar que os suínos e primatas não apresentam esse tapete. O
disco óptico, por sua vez, é a região no fundo do olho onde os axônios se unem para sair da
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estrutura e formar o nervo óptico. O local que esses axônios se cruzam e trocam informações antes
de chegar ao cérebro é chamado de quiasma óptico.

Também são encontradas as glândulas lacrimais, os cílios e as pálpebras. As glândulas


lacrimais ficam localizadas na região dorsal lateral dos animais, sendo responsáveis por produzir as
lagrimas e lubrificar a córnea. Os cílios são os pelos que ficam localizados na borda da pálpebra. Já
as pálpebras são uma camada de pele responsável por cobrir os olhos, atuando como um
mecanismo de defesa.

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O sistema tegumentar é composto pela pele, unhas, cascos e chifres dos animais

A pele é considerada o maior órgão dos seres vivos e é responsável por recobrir todo o corpo
dos animais, servindo como uma barreira de proteção contra microrganismos e contra a perda
excessiva de líquidos. Ela diz muito sobre o que está acontecendo internamente nos animais, uma
vez que, ela responde às alterações sistêmicas deles. Quando a pele entra em contato com as
cavidades corporais (revestimento interno) ela passa a ser chamada de mucosa, que geralmente
apresenta uma coloração rosada, que também pode ser alterada caso o animal esteja doente.

cão com hepatite cão com anemia

A pele possui três camadas: a epiderme, que é a camada mais externa e possui células
justapostas e queratinizadas; a derme, que é a camada intermediária e se encontra repleta de
glândulas e vasos; e a hipoderme, que é a camada mais interna e possui uma grande reserva de
adipócitos. Em regiões em que o animal sofre maior atrito, a epiderme fica mais espessa e
queratinizada, formando os calos. Os pelos e as glândulas presentes na pele são chamados de
anexos cutâneos.
Existem três tipos de pelo: os pelos de guarda, que são maiores e mais espessos; os pelos
lanosos, que são mais fofos e ficam entre os pelos de guarda; e os pelos tácteis, que possuem
terminações nervosas e uma grande sensibilidade – ex.: bigodes, cílios. Já as glândulas podem ser
classificadas de acordo com a substancia que produzem, sendo elas: sebáceas, que produzem o
sebo e as ceras; e sudoríparas, que produzem o suor.
As unhas são formadas por queratina e são insensíveis, porém, em sua base, onde a
queratina está sendo produzida ela apresenta um pouco de sensibilidade e vascularização.

Os cascos são encontrados em animais ungulados e possuem dois tipos de lâminas: as


lâminas insensíveis, que são a região mais externa (a epiderme); e as lâminas sensíveis, que são
altamente vascularizas e encontradas no interior dos cascos (a derme).
Os chifres, ou processo cornual, podem ser encontrados em machos ou fêmeas, de acordo com as
características da espécie. Eles servem como um mecanismo de defesa para os animais.

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@lilyfazvet
 DYCE, K. M.; WENSING, C. J. G.; SACK, W. O. Tratado de anatomia veterinária. 4 ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2010.
 KÖNIG, H. E.; LIEBICH, H. G. Anatomia dos animais domésticos. Texto e atlas colorido. 4a ed,
Porto Alegre: Artmed, 2011
 Natália Ramos Bueno - @natvet.studies
 Sofia Teresa - @studyvett

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