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1 Clínica de pequenos mamíferos

AULA 1 – 05/08/2019

Sistema Gastrointestinal Como tratar? Quando animal é pequeno dar


Vai abordar afecções de boca, esôfago, algo (como ossos) para ele roer e o dente
estômago, intestino, pâncreas e fígado. cair naturalmente. Se não sair com a idade,
faz extração cirúrgica. Normalmente faz
junto com a castração.

ENFERMIDADES DA CAVIDADE
ORAL

Permanência dos dentes decíduos


‘’Os dentes permanentes ao erupcionar
precisam que as raízes dos decíduos sejam
adequadamente reabsorvidas, o que orienta
a erupção do seu sucessor. Este processo
fisiológico de reabsorção das raízes dos Doenças periodontais
dentes decíduos se chama rizólise. Caso a
reabsorção radicular dos decíduos não Resíduos alimentares se acumulam na
aconteça de maneira uniforme e adequada, região do periodonto, ao redor da gengiva.
pode ocorrer a retenção prolongada destes Pode acometer:
elementos, com consequente atraso na
erupção, e neste caso torna-se necessário a Periodonto (suporte e proteção)
intervenção do cirurgião-dentista. Retenção
Gengiva
prolongada é a permanência do dente
decíduo na cavidade oral, superando a Cemento
cronologia normal da sua esfoliação, por um Osso alveolar
tempo superior a seis meses. ‘’
Ligamento periodontal
É quando os dentes de leite não caem com
a vinda dos permanentes. Ocorre por má Com o tempo leva a crescimento de micro-
formação congênita (como por exemplo um organismos e tem a formação de um
animal prognata que possui o botão biofilme que permite agregação de mais
germinativo localizado em um local errado, bactérias. Tem-se a formação de uma
assim não empurra o dente decíduo.), estrutura rígida, o tártaro.
fatores genéticos, ou coisas do gênero. A
raça Yorkshire tem tendência. Logo, a principal causa da doença
periodontal é a placa bacteriana.

CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO


2 Clínica de pequenos mamíferos

Dentro dele, há bactérias. Isso gera uma


reação inflamatória que gera gengivite.
Isso começa a retrair, expõe a raiz do dente
e vai crescendo.

As vezes a retração é tão grande que tem


lise óssea (reabsorção do osso) e ele
começa a ficar mole. Nesses o dente fica
mole, porém fica preso pelo tártaro. Quando
retira o tártaro, o dente provavelmente cairá.

Esses micro-organismos podem ir para


corrente sanguínea. As vezes os linfonodos
submandibulares podem estar aumentados
quando o caso é extremo. Esse acúmulo
vai ser classificado em grau 1, 2, 3 e 4.

Normalmente são encontradas no local


bactérias aeróbicas e são elas que geram o
mau hálito.

A furca é o espaço entre uma raiz e outra


que só dá para evidenciar quando tira o
tártaro.

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3 Clínica de pequenos mamíferos

Qual o tratamento?
Estomatite
Remoção cirúrgica. Mas clinicamente até a
cirurgia tem que tratar o paciente. A estomatite é a inflamação da mucosa oral.
São mais comuns na espécie felina que na
canina. Normalmente são secundarias a
Antibióticos Antibiótico usa-se 3
doenças infecciosas como FIV e FELV,
dias antes da limpeza para diminuir a cálicivírus, complexo granuloma eosinofílico
carga bacteriana. E 7 dias pós felino.
tratamento. Usa-se como antibióticos da
classe Metronidazol + Espiramicina.
Porém se o animal tiver problema no
fígado, por exemplo, não irá
metabolizar. Usa-se também
Clindamicina. Também pode usar
Amoxilina + Clavulanato.

Antiinflamatórios esteroidais
Usado mais em casos de estomatites,
geralmente são de uso tópico.

Antiinflamatórios não esteroidais


Meloxicam, Cetoprofeno, Caprofeno e O gato faz muita estomatite autoimune e tem
Coxibes um antibiótico que tem efeito
imunomodulador muito bom: Doxiciclina.
Porém ela pode causar esofagite porque ela
Pastas As pastas são para amolecer
é cáustica, para isso não ocorrer mistura
o tártaro. A mais famosa é a CET
com água porque vai remover o resíduo da
normalmente usados antes da cirurgia Doxiciclina.
para amolecer o tártaro.
Os sinais clínicos são: dificuldade em
Líquidos Os líquidos podem ser os ingerir alimentos, hipersalivação halitose e
que põem na agua que só serve pra sangramento oral.
tratar a halitose. Não pode ser dado de
uso continuo porque afeta o fígado. Há O diagnóstico se faz com um exame oral
também os líquidos que são a base de completo e minucioso geralmente sob
Clorexidine (usa-se 3 dias pré e 15 dias anestesia. Importante avaliar possíveis
pós tratamento), em forma de spray. causas sistêmicas do quadro. Se
Este ajuda a combater bactérias mais necessário, exames complementares.
locais, alguns tem anestésico associado
para diminuição da dor. Porém O tratamento depende da etiologia.
anestesia não pega em tecido inflamado Basicamente com Doxiciclina.
por conta do pH. Periogard só tem
Clorexidine, porém não é spray. Passa
no animal como se fosse escovando o Neoplasias
dente com uma gaze.
As neoplasias mais comuns na cavidade
Os sinais clínicos de doenças periodontais oral são melanoma, carcinoma, epúlide e
são: disfagia, anorexia, salivação excessiva, papiloma. Epúlide não causa metástase
halitose (bactérias fazem fermentação e mas pode deformar a boca e ter que tirar o
liberam gases voláteis), gengivite (bactérias osso da mandíbula.
produzem toxinas e enzimas causando
lesão tecidual e inflamação), fístula Faz citologia ou biópsia e remove
infraorbitária, retração/hiperplasias cirurgicamente. Pode fazer
gengival, ulceras de contato (como se fosse eletroquimioterapia, que é uma mobilidade
uma afta, fica exatamente em cima do dente onde há um tumor e várias agulhas entram
mais acometido e causa dor), perda de juntas no tumor e liberam o quimioterápico
dentes, inchaço de face, corrimento nasal. por impulso elétrico.

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Megaesôfago
Pode ser congênito ou adquirido. Quando
adquirido pode ser idiopática ou secundário.

O megaesôfago é a redução no tônus ou no


peristaltismo esofageano (segmentar ou
difusa).
A causa mais comum do megaesôfago é o
congênito onde há raças com mais
predisposições como Fox Terrier,
Schnauzer, Yorkshire, Pastor Alemão,
Labrador, Sharpei, Setter, Pinscher e
Siameses.

A causa mais comum do adquirido


secundário é o hipotireoidismo. Porém
podem ter outras causas como doenças
neurológicas, miopatias, toxicas (cada vez
mais raro), hipoadreno, etc.
AULA 2 – 12/08/2019
Os sinais clínicos do megaesôfago são:
Regurgitação, má condição corpórea, perda
de peso, halitose e dispneia.
AVALIAÇÃO CLÍNICA DA
CAVIDADE ORAL O diagnóstico é avaliação radiográfica
simples/contrastada ou endoscopia.
Tem-se a queixa principal de que o animal
Qual o tratamento?
não se alimenta. O Médico Veterinário então
deve inspecionar todos os aspectos da boca
O tratamento é igual para as duas, mas
e fazer palpação. As alterações anatômicas
quando adquirida deve-se tratar a doença
encontradas, podem ser:
de base. Trata-se com pró cinéticos:
Cisaprida, Metoclopramida e Bromoprida.
Dor/desconforto Não usar eles em suspeita de obstruções ou
Fraturas/crepitações/lacerações/ulc perfurações. Além disso, tem que ter o
erações/inflamações manejo alimentar: vasilhas em plataformas
elevadas, pequenas refeições várias vezes
Massas/corpos estranhos/fístulas ao dia e oferecer alimentos líquidos e
Dentes soltos pastosos.
Inabilidade em abrir a boca
Esofagite
Normalmente requer sedação ou anestesia.
A esofagite é a inflamação do esôfago.
ENFERMIDADE DE ESÔFAGO Dentre as causas tem-se:

Os principais distúrbios de esôfago são: Refluxo gastro esofágico


Vômitos persistentes
Hipomotilidade esofágica
(megaesôfago) Corpos estranhos esofágicos

Obstrução Agentes cáusticos

Esofagite Tetraciclina.

Hernia de hiato Os sinais clínicos são: regurgitação,


hipersalivação, anorexia, deglutição
dolorosa, hiperemia e ulcerações.

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O diagnóstico se faz com o histórico, Anormalidades de anel vascular


radiografia simples/contrastada e
esofagoscopia. Corpos estranhos
Cicatrizes esofágicas
Qual o tratamento? Neoplasias

O tratamento se faz com: a diminuição da


acidez gástrica (usando antagonistas de Anormalidades de anel vascular
receptores de H2, como a Ranitidina);
Inibidores da bomba de prótons como o As anormalidades de anel vascular têm
Omeoprazol; Prevenção do refluxo como etiologia defeitos congênitos
gastroesofágico com prócineticos como a (persistência do arco aórtico que prende o
Metoclopramida; Proteção da mucosa esôfago em um anel de tecido). Os sinais
esofágica exposta com Sucralfato. Nunca clínicos são: regurgitação (queixa mais
vai entrar com antibiótico de cara em uma
frequente), após o desmame e pode haver
esofagite, só entra com antibiótico quando
a doença persiste e suspeita de bactérias pneumonia por aspiração. O diagnóstico é
(usa-se Amoxicilina, Metronidazol). Em por radiografia contrastada ou endoscopia.
caso de inflamação intensa pode usar Tratamento apenas cirúrgico e o
corticoide por uns 3 dias (Prednisona). prognóstico dependerá do grau de
dilatação esofágica.
Prognóstico depende da severidade, mas
geralmente é bom.
Corpos estranhos esfogáciso

Hérnia de hiato Objetos pontiagudos como ossos, anzóis,


etc. É mais frequente na entrada do tórax,
base do coração e cranial ao diafragma.
Anormalidade diafragmática que permite o
Afeta mais cães.
prolapso de parte do estômago para a
cavidade torácica. Em casos graves, há
Dentre os sinais clínicos tem: regurgitação
refluxo gastroesofágico. Pode ser congênita
ou adquirida. e dor ao engolir, dispneia aguda se afetar
vias aéreas, perfuração (febre, anorexia,
efusão pleural, enfisema). Diagnóstico por
radiografia simples/contrastada ou
endoscopia.

Os sinais clínicos são: regurgitação ou


assintomáticos.

O diagnóstico é feito por radiografia


simples/contrastada (herniação pode ser
intermitente e de difícil detecção)
O tratamento se dá pela remoção do corpo
O tratamento é clínico ou cirúrgico. estranho por endoscopia, se possível. Após
a remoção, faz-se exame cuidadoso da
mucosa e trata esofagite se houver.
Obstrução esofágica
Cicatrizes esofágicas
Dentre as principais causas tem-se:
Tem como etiologia qualquer causa de
esofagite. Geralmente ocorre após casos de
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inflamação grave e profunda do esôfago.


Acomete tanto cães como gatos.
Principais manifestações
Os sinais clínicos são: regurgitação e dor clínicas das alterações gástricas
(estenose). O diagnóstico se dá por
radiografia contrastada ou endoscopia. O
tratamento se dá pela correção da causa, Vômito Manifestação inespecífica
cirurgias devem ser evitadas pois há risco porque não está relacionado sempre ao
de mais estreitamentos na cicatrização. O estômago. Pode estar relacionado a
prognóstico é reservado. doença renal, pancreatite, entre
diversas outras patologias. Se a queixa
principal é vomito tem que investigar
Neoplasias porque nem sempre será uma doença
gástrica.
As principais neoplasias que podem
acometer o esôfago são: Anorexia Animal quando está com
gastrite ele tem vontade de comer mas
não consegue. Em outras doenças ele
Sarcomas esofágicos realmente não possui apetite.
Carcinomas esofágicos primários Náusea Animal fica com sialorreia ou
fazendo movimentos com a língua
Leiomiomas
quando esta enjoado.
Carcinoma de células escamosas Perda de peso crônico
(gatos).
Desidratação Vômito faz com que
haja perda da agua.
AULA 3 – 19/08/2019

AFECÇÕES GÁSTRICAS Causas de vômito


Anatomia do estômago Gastrite aguda Alimentos
contaminados, intolerância alimentar
(muitos cães tem intolerância com carne
bovina), corpo estranho, agentes
infecciosos (parvovirose), plantas
tóxicas, alguns medicamentos como
AINES (as prostaglandinas vão ser
formadas, vão ter PG inflamatória e
fisiológicas e quando usa AINES diminui
as duas e essas fisiológicas criam uma
camada protetora para o suco gástrico
por isso os animais vomitam quando
fazem uso de AINES) e doenças
orgânicas como doença renal aguda
(aumenta concentração de ureia e leva
inflamação de todo sistema
gastrointestinal).

Gastrite crônica Pode ser


No fim do esôfago tem o esfíncter cardio e o idiopático (vai precisar de endoscopia
animal não possui controle sobre as e biópsia e muitas vezes vai ver só
contrações dele. Alimento chega pelo aglomerados eosinofílico, podendo ser
esôfago, segue para região fúngica, vai para recorrente de alergia alimentar),
o corpo do estômago, que tem contato com linfocitica plasmocitária
o suco gástrico, e depois segue para região (Helicobacter pilori), granulomatosa,
pilórica que tem contato com as enzimas atrófica e neoplasias gástricas.
digestivas e segue para o intestino.

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Cinetose Enjoo por movimentos Isto é raro de acontecer porque a mucosa do


(andar de carro, por exemplo) estômago é rica em vasos sanguíneos.

Os dois primeiros serão ativados pelos Principais causas gástricas são:


receptores presentes no centro do vomito
(quarto ventrículo). A cinetose vai set Administração de AINE (administração
ativada pela ZQD. errônea). Os AINES vão inibir a síntese de
prostaglandinas fisiológicas. Na hora da
administração pode haver erro da idade,
Diagnóstico dose, etc. Cada animal tem sua própria
sensibilidade individual.

Primeira coisa é fazer o histórico e Outra causa é glicocorticoide, mesmo


anamnese. Perguntas como: ‘’já houve mecanismo de patologia. Mas além disso
algum sintoma parecido antes?; comeu eles diminuem crescimento das células da
alguma coisa diferente?; tem planta em mucosa, ou seja, diminuem a cicatrização.
casa?; tem outro problema de saúde? É Também diminuem a produção de muco e
vacinado? ’’ etc. aumentam a produção do suco gástrico.

Segunda parte é fazer o exame físico. Deve Principais causas sistêmicas:


palpar, observar se o animal sente dor. Não
se examina só o abdômen. Doenças extra gástricas também causam
gastrite ulcerativa, como a insuficiência
Após isso, vai para exames laboratoriais: hepática e doença renal.
hemograma, bioquímica hepática (ALT, FA
– Fosfotase alcalina), bioquímica renal A insuficiência hepática vai diminuir a
(ureia, creatinina), albumina (proteína produção de muco, a vascularização e a
plasmática que se tiver aumenta é renovação das células epiteliais. Aumenta a
desidratação e se for diminuída pode ter concentração de ácidos biliares e causa
uma demorada para ter resposta náusea.
terapêutica), eletrólitos (não é tão pedido
porque demora o resultado). A doença renal gera toxinas urêmicas,
diminuição do metabolismo renal de
Exames de imagem: Ultrassonografia gastrina e aumentam a produção de suco
(principalmente exame de imagem para gástrico.
problemas gástricos), endoscopia (com
biópsia) e raio X (corpo estranho e torção
gástrica). Sinais clínicos
Gastrite aguda e doença gástrica Vomito agudo

ulcerativa Anorexia
Letargia
A gastrite aguda pode ocorrer por diversos Diarreia nas gastroenterites
motivos como ingestão de alimentos
Vomito com sangue
contaminados, corpo estranho, plantas
tóxicas, etc. A doença pode levar a Vomito bilioso
ulceração gástrica. É uma lesão direta na Apatia
mucosa, que aumenta a secreção ácida e
gera perda da proteção da mucosa (retardo Choque
na renovação do epitélio). Esse ácido
começa a corroer parte da parede do Tratamento
estômago, deixando as outras camadas
expostas ao suco gástrico, que gera dor. Em Dieta (alimentação que leva a uma
casos mais graves pode romper e levar o menor estimulação de suco gástrico),
suco para cavidade abdominal. A necrose importante fazer jejum nas primeiras
pode ocorrer se diminuir o fluxo de sangue. horas de 6 a 8h. A dieta tem que ter um
baixo teor de gordura, tem que ter
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carboidrato e proteína de fácil digestão. Endoscopia digestiva alta tem a


Exemplo: Royal Canin, digestive low fat, visualização da mucosa e realização da
arroz + cottage, arroz + frango. biópsia para estudo histopatológico.

É importante buscar a causa de base, Raças braquicefálicas tem muita gastrite


se houver. linfoplasmática e cães da raça Maltes,
Chihuahua e Sharpei tem muito infiltrado
Evitar medicação oral (não vai fazer eosinofílicos.
efeito)
Fluidoterapia (hidratação)
Transfusão caso há perda de sangue
Gastrite crônica idiopática
(se tiver vomito intenso, faz transfusão).
A fisiopatologia se dá pela presença de
Cirurgia em casos não controláveis. infiltrados celulares inflamatórios (linfócitos,
plasmócitos, neutrófilos e/ou eosinófilos) em
Normalmente demora de 2 a 3 semanas de tecido gástrico sem outra causa
tratamento. O tratamento medicamentoso determinada.
depende da causa. Mas de maneira
genérica pôde-se usar: Gastrite eosinofílica Reação imune e
ou inflamatória a diferentes antígenos.
1) Inibidores de secreção gástrica Eosinofílica Hipersensibilidade
Ranitidina (diminuem a acidez), alimentar.
Famotidina (melhor que Ranitidina,
mas mais cara, é bom porque estimula A manifestação clínica se dá pela ocorrência
a fome no gato), Cimetidina (pouco de vômitos (sangue em casos graves),
usado na veterinária por conta da anorexia e perda de peso.
quantidade por dia).
O diagnóstico se faz endoscopia (visualiza
2) Inibidores de bomba de prótons edema e hiperemia), biópsia por endoscopia
(inibe a formação do ácido gástrico) digestiva alta ou laparotomia, estudo
Omeoprazol. histopatológico (dá o diagnóstico definitivo).

3) Protetor de mucosa gástrica (adesão Na cronica idiopática - fisiopatológico e


as lesões) Como o Sucralfato. manifestação clinica no slide

4) Antieméticos e prócineticos O tratamento é feito por alteração da


Melhoram o esvaziamento gástrico e proteína alimentar junto a terapia
diminuem o refluxo enterogastrico. imunossupressora. Proteínas de escolha
Fármacos como a Metoclopramida e como soja, coelho, cordeiro, peixe por 3
Ondansetrona. meses no mínimo. Fazer terapia inicial com
corticoides (prednisona). Uso de
5) Antagonista dos receptores de NK1 azatioprina é uma alternativa a doses altas
Possuem ação central, como o de corticoides, porém é contraindicado para
Maropitant. gatos.

O prognóstico de gastrite eosinofílica e


Gastrite crônica linfocitica plasmocítica é bom mas pode
haver recidivas.
As principais causas da gastrite crônica
são: alergia alimentares, corpos estranhos,
terapia crônica com AINE (paciente com Corpos estranhos gástricos
artrose), infecções bacterianas, parasitárias
e fúngicas. A fisiopatologia se dá por uma lesão direta
ou inflamação secundaria com possível
Nas manifestações clinicas são vistos perfuração.
episódios intermitentes de vômitos,
anorexia, perda de peso e dor abdominal. As manifestações clínicas dependerão do
tamanho, tipo e localização. Normalmente
O diagnóstico se dá por meio de raio X e vômitos agudos são mais comuns em
ultrassonografia. filhotes. Podem permanecer por meses com
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vômitos intermitentes. Há também corpos Não se trata com jejum, são fezes com
estranhos lineares, principalmente em aspectos mais claros e aquosos podendo
gatos. levar o animal a desidratação e acidose
metabólica.

As causas são toxinas bacterianas,


estimulação parassimpática (o intestino tem
um SN própria) mediadores da inflamação e
hormônios gastrointestinais e tireoidianos.

Exudativos Extravasamento de
macromoléculas (açúcares, proteína,
eritrócitos) pelos poros das junções
celulares.
O diagnóstico se dá pela observação do
tutor, pela palpação no exame físico, por
As causas são verminoses, tumores,
exame radiográfico (radiopaco),
enterites, alergia alimentar e toxina
ultrassonografia (vendo hiperecogenicidade
bacterianas. Todas essas causas alteram a
ou sombra acústica) e endoscopia gástrica.
permeabilidades.
O tratamento é a eliminação espontânea ou
retirada por endoscopia ou laparotomia. O Alterações de motilidade Acompanha
prognóstico é bom quando não há todas as diarreias. Maior força de contração,
perfuração. gerando motilidade alta. Cólica devido à alta
motilidade, o animal sente dor a palpação.

AULA 4 – 26/08/2019
Quanto ao tempo
AFECÇÕES DE INTESTINO Aguda vai ser de 3-4 semanas
Crônica vai ser mais de 4 semanas.

Classificação dos processos Quanto a origem

diarreicos Saber se a diarreia é oriunda do intestino


grosso ou do intestino delgado.
A diarreia é o aumento da fluidez das fezes, Observação Intestino Intestino
que pode ou não estar acompanhada do delgado grosso
aumento do volume e frequência das
evacuações. Volume fecal Aumentado Normal ou
diminuído
Quanto ao mecanismo Hematoquesia Ausente Presente

Osmótica É a mais frequente, ocorre Melena Presente Ausente


secundário ao acumulo de substâncias Esteatorreia Presente Ausente
osmoticamente ativas como carboidratos, Muco Ausente Presente
fosfatos e ácidos graxos. As causas são
Perda de peso Presente Raro
excesso alimentar, inflamações ou mudança
alimentar. Para tratar esse tipo de alteração Vômitos Presente Raro
é só ficar de jejum. Isso ocorre na troca de Flatulência Presente Raro
rações.
Quanto a etiologia
Existem doenças inflamatórias que podem
causar esse tipo de diarreia, mas elas Pode ser infecciosa/parasitária
também podem causar outros tipos de
diarreia.
Parvovirus, Coronavirus,
Rotavirus, Ancylostoma, Toxocara,
Secretórias Oriundos de uma maior Toxascasis, Trichuris, Giardia, Isospora,
secreção de águas e eletrólitos, interferindo Toxoplasma.
na absorção das células da vilosidade.
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Tratamento para parasitoses


Pode ser também inflamatória. Vermifugação. Para giardíase, se dá
Fembendazol ou Metronidazol.
A DII (doença inflamatória intestinal) é uma
doença de diagnostico tardio. É um nome Tratamento de suporte Restrição
genérico, que pode acontecer secundária a alimentar, repouso, equilíbrio
enterite idiopática e insuficiente pancreática. hidroeletrolítico e ácido base e
A ultrassonografia para identificar a principalmente, fluidoterapia.
inflamação.
Na fluidoterapia tem que estimar o grau de
Dietética como sobrecarga ou desidratação. A reposição é feita pela % de
mudança da dieta desidratação estimada X peso. A
Drogas e toxinas (prócineticos, manutenção se faz de 40 a 60ml por kg por
antibióticos, anti-inflamatório dia.
(AINES)
Faz uma dieta com jejum de 12 a 48h.
Metabólica Quando se alimentar, uma dieta de baixa
Psicogênico (ansiedade) gordura e alta em carboidratos de fácil
digestão: arroz + cottage, arroz + frango.
Mecânica
Tratamento sintomático Drogas com
Diagnóstico ação local (motilidade e secreção),
prevenção das complicações secundarias
(antibióticos) e repositores de flora. Usa-se
então fármacos antidiarreicos.
Anamnese
Exame físico Analgésicos narcóticos que irão
Teste de laboratórios. Que testes inibir a atividade peristáltica e tem
pedir? Isso vai depender do caso ação antissecretória. O risco é o
clínico supercrescimento bacteriano. E a
contraindicação são processo
Exame de fezes (sedimentação e infecciosos.
flutuação)
Anticolinergicos e
Teste da função digestiva e antiespeasmodicos que vao ter
absortiva acao de supressão generalizada da
Radiografias e ultrassonografias motilidade e acao antissecretória.
Os riscos são supercrescimento
Colonoscopia/biópsia intestinal
bacteriano e meteorismo. :
Endoscopia não é uma boa opção para Escopolamina, atropina.
diferenciar linfoma de DII, porque no Inibidores da prostaglandina que
intestino se tem várias camadas e na biópsia vão ter ação anti-inflamatória e
vai se tirar um pedaço, mas a célula antissecretória. Tem ação local na
neoplásica pode não estar no local que tirou, luz intestinal.
então pode causar uma úlcera. Deve-se Subsalicilato de Bismuto que tem
fazer um laparotomia. ótima ação antissecretória,
proteção de mucosa, ação anti-
Deve se considerar a intensidade, inflamatória, adsorvente e ação
frequência, características fecais e o estado microbiana.
geral e etiologia.
No Intestino grosso é indicado o
uso de antinflamatórios como
Tratamento Mesalazina e Sulfassalazina.
Probioticos como Biocanis e
Ringer lactato melhor opção para animais Floratil. Além disso, antibióticos
com diarreia. como Metronidazol e amoxicilina
Na doença inflamatória intestinal
é recomendado o uso de
corticoides como Prednisolona,

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Budesonida e drogas (enema, dieta, laxante e agente


imunossupressoras como prócineticos).
Azatioprina.
Enemas Sedação e controle da dor. Faz
lavagem com lactulose, agua morna e
Constipação solução salina. Faz então a palpação
transabdominal. O uso do Fleet Enema não
A constipação é a defecação infrequente ou é recomendado pois pode causar
ausente por conta de as fezes estarem hiperfosfatemia e hipocalcemia grave,
endurecidas. levando ao óbito.

Obstipação Constipação Dieta Aumentar o teor de fibra (fibra de


intratável (cirúrgico) trigo ou Psylium) e rações comercias (Hills,
Disquezia Dificuldade de Purina e Royal Canin).
defecar
Laxantes Uso de laxantes osmóticos
Tenesmo Espasmo doloroso do como Lactulose, Mg(OH)2 ou Muvinlax. Uso
esfíncter anal e vontade de defecar.
de laxantes lubrificantes como Malt Paste.
Megacólon Dilatação total do Uso de laxantes estimulantes pois
colón.
aumentam o peristaltismo e alteram o
Diagnostico é clínico, por exame físico. Na transporte de eletrólitos como o Bisacodil
palpação é possível sentir as fezes (Lactopurga).
duras. Exame complementar de radiografia
AULA 5 – 02/09/2019
Causas podem ser:
As primeiras classes dos laxantes vão ser os
Dietéticas e ambientais Dieta com laxantes osmóticos, eles vão puxar água
excesso de alimentação de ossos, pelos, para o interior da luz intestinal para deixar as
corpo estranho, sedentarismo pois a pouca fezes mais moles. Nós temos algumas
movimentação, diminui as atividades
possibilidades a mais usada é a lactulose
gástricas.
(lactulona em seu nome comercial), é muito
Fatores dolorosos Corpo estranho, utilizada na clínica de pequenos animais. É
traumas, doenças ano-retais, afecção feito 1ml/4,5kg por via oral, por 3 vezes ao
locomotora. dia. Porém, em casos mais graves é feito
0,5ml/kg, dependendo do peso do animal vai
Obstrução mecânica Extraluminal ou ficar um volume bem maior. O
intraluminal.
problema da lactulose se você utilizar por
tempo muito prolongado ela vai diminuir a
Doenças neurológicas Paraplegia,
megacolon felino idiopático. absorção de vitaminas lipossolúveis
vitamina a, b, e, k em animais de uso
Causas metabólicas e endócrinas continuo, com problema crônico. Nesse
Hipocalemia, hipotireoidismo, alteração cenário se pensar em uma outra alternativa
muscular do colón. para esses animais, no caso de uma
constipação simples em algumas semanas
Induzida por drogas Anticolinérgicos, não irá ter problema nenhum em relação a
Antihistamínicos, opiáceos e sulfato de absorção das vitaminas.
bário.
Também temos o hidróxido de magnésio,

Tratamento no seu caso, tem um sabor mais


desagradável e o Muxinlax não tem dose
própria para cachorro, em um cachorro
No tratamento tem que haver a remoção ou grande é usado o sachê 2x/dia como em
melhora da causa primaria, restauração de
fluidos e eletrólitos e tratamento clínico
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humanos, em cachorro pequeno é usado a mega colón. E esse colón perde a


metade dessa dose. capacidade de peristalse, o que pode causar
essa perda: um calo ósseo (estenose
Os lubrificantes são usados mais para pélvica, muito comum em gato atropelado o
gatos, por conta da bola de pelos osso do quadril fratura e depois ele calcifica
(tricobenzoar), o excesso de pelos ingerido de uma maneira que estreita o canal pélvico
fica preso no intestino, para facilitar é usado. e aí as fezes não conseguem passar se
É feito à base de óleo de peixes que tem tornando um problema crônico. Muitas
suplementação de aminoácidos que vão vezes a resolução é cirúrgica quebrar a
favorecer o transito intestinal, colocar a pelve do animal e reposicionar ou mudar a
pasta de 1 a 2cm (dose em cm) na pata do dieta do animal para o resto da vida para
gato que vai se incomodar, vai lamber e rações pastosas), tumores abdominais
ingerir. Tem que lambuzar a pata para que podem comprimir o intestino como
incomodar o gato e ele lamber. A dose do tumor de próstata. O tratamento é a
óleo mineral vai ser de 0,5/1ml/kg. castração, em casos mais graves remoção
de cólon, porém muito desses animais
Os laxantes estimulantes vão estimular a
desenvolvem a síndrome do intestino curto
peristalse, vão causar uma discreta
tendo diarreia crônica, o cólon tem porção
inflamação da mucosa mimetizando um
final de absorção de água para as fezes
processe inflamatório. Bisacodil
ressecarem e saírem, fica mais curtinho
(Lactopurga) (5mg/dia). O problema é em
então a absorção de água e eletrólitos fica
uma suspeita de processo obstrutivo, não
diminuída e esses animais tendem a
adianta aumentar a peristalse correndo o
desenvolver diarreia crônica.
risco de ruptura. É melhor usar um laxante
osmótico para lubrificar as fezes e facilitar a
saída. AFECÇÕES DO PÂNCREAS
EXÓCRINO
Na dieta aumenta-se o teor de fibra
alimentar, a fibra Psylium, algumas rações
gastrointestinais vêm com uma sobre dose
de Psylium, hoje em dia dá para manipular
em cápsula. Dose que era feito antigamente
1 a 5 colheres de chá/dia.

Fibra de trigo como a fiber max, é uma fibra


em pó mistura na ração e não interfere no
gosto. A fibra auxilia no transito intestinal
ajudando a puxar mais água (não é laxante)
fazendo com que as fazes se tornem menos
ressecadas facilitando seu transito.

Rações comerciais com teor de proteína


maior, fibra e gordura. Hills, Royal Canin,
Premier... muitas opções.

Sempre tomar cuidado se o animal está


tomando algum medicamento pró-cinético
(plazil, metroclopramida) se houver um
quadro obstrutivo pode virar uma
complicação. Funções do pâncreas exócrino:
No ultrassom quando tem uma dilatação do
Secreção de enzimas digestivas
intestino (megacólon) que é o dobro da
Auxiliar na digestão de lipídeos
vertebra lombar, é considerado um colón
(lipases), carboidratos (amilases) e
CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO
13 Clínica de pequenos mamíferos

proteínas (proteases), Todos esses tem o histórico muito longo de recidiva, de


elementos juntos vão formar o suco acordo com a clínica do animal, geralmente
pancreático que vai desembocar no são pacientes que tem
duodeno levando a digestão desses hipoadrenocorticismo ou hipertireoidismo
elementos. porque eles tendem a ter o nível de
Secreção de bicabornato Vão ser colesterol e triglicerídeos muito elevado por
responsáveis pela secreção de conta do pâncreas.
bicarbonato que vai ser importante para
Fisiopatogenia O fator etiológico como
manter o pH do duodeno, e para
uma causa. O tripsinogênio vai ser ativado
digestão pela ação das enzimas que
em tripsina intrapancreatica, porém ele era
tem o pH ideal para o funcionamento.
para ser ativado assim que saísse do
Como o pâncreas não se digere?
pâncreas, então foi ativado dentro do
Porque elas são produzidas de formas
pâncreas ocorrendo uma necrose das
inativadas (zimogênios) e quando no pH
células acinares, na gordura pancreática e
adequado vão ser ativados. gerando hemorragia. Essas enzimas
tripsinogênio que é uma começam a digerir o próprio pâncreas
das principais enzimas digestivas do gerando a morte celular e sangramento e
pâncreas. inflamação (crônica agudizada ou aguda
agudizada), leva a ativação mediadores
Então as doenças do pâncreas exócrino vão inflamatórios (interleucinas) que são
ser caracterizadas pela elaboração errônea substancias químicas capazes de estimular
dessas enzimas digestivas ou por uma falha a inflamação fazendo a atração de
na secreção da mesma. macrófagos, neutrófilos e células
inflamatórias para aquele tecido. Podendo
As duas principais doenças são ocorrer: SIRS, MOD, CID e morte.
pancreatites e insuficiência pancreática
exócrina. SIRS é síndrome inflamatória de resposta
sistêmica. Síndrome aguda que pode levar
Pancreatite a morte. Não é comum na pancreatite,
sendo o pior cenário. MOD é a disfunção
múltipla dos órgãos. CID é a contração
É um processo inflamatório do pâncreas,
intravascular disseminada
com desenvolvimento variável de órgãos,
tecidos peripancreaticos e órgãos distantes. A inflamação vai estimular a formação de
A pancreatite pode ser aguda ou crônica. vários coágulos por vários locais do corpo, e
esses coágulos sequestram todas as
Quando tem uma inflamação no pâncreas
plaquetas e essas plaquetas não ficam
pode afetar o duodeno, vesícula biliar e toda
disponíveis para coagular e esse animal
região adjacente, podendo levar a enterite,
começa a sangrar, podendo gerar morte.
colangite (vesícula biliar) ou em casos mais
graves, órgãos distantes como peritonite
(inflamação de todo peritônio). Causas/etiologias: da pancreatite
Vai ser aguda relacionada a um processo
agudo inflamatório Pré disposição racial Schnauzer
miniatura, yorkshire terrier, cocker
A pancreatite crônica é de difícil spaniel.
diagnóstico, ficando na dúvida se é um Faixa etária Meia idade a idosos,
quadro agudo primário ou quadro crônico, o não é comum em cães jovens.
exame histológico seria o principal exame
para diferenciar a forma aguda da crônica Doenças concomitantes Diabettes
(não é algo simples), normalmente é mellitus, hiperadrenocorticismo,
classificado como crônica a pancreatite que hiperlipidemia, hipotireoidismo,
obesidade.
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14 Clínica de pequenos mamíferos

Medicamentos Como furosemida, um processo inflamatório, todo


um dos fatores que podem levar a processo inflamatória sistêmico pode
ativação das enzimas, são alterações causar leucocitose neutrofílica, nas
de eletrólitos cálcio e potássio dentro bioquímicas geralmente ureia e
das enzimas pancreáticas sendo que a creatinina vão estar aumentadas porque
furosemida altera na corrente esse animal vai estar desidratado então
sanguínea a quantidade de potássio, ele irá ter uma azotemia pré renal e o
sódio e cálcio no uso crônico então pode colesterol e triglicerídeos dependendo
pré-dispor. L Asparaginase, Sulfas, da causa as mais comuns vão levar ao
Brometo de Potássio, Azatioprina. aumento das concentrações, pode ter o
aumento de bilirrubina que não é o mais
Alimentação Alimentos gordurosos comum o mais comum são distúrbios de
(tanto distúrbios exócrino como sódio e potássio.
endócrino)
Outros Trauma - pancada no Antigamente era usado amilase e lipase
abdômen, cirurgia abdominal; PIF; como diagnóstico em pancreatite o
hipercalemia; tríade felina problema é que não são espécie específica,
tem uma baixa sensibilidade, podendo
aumentar por qualquer coisa.
Manifestações clínicas da
Lipase pancreática É dosado hoje
pancreatite em dia a lipase pancreática específica
canina e a lipase pancreática específica
felina, teste tipo fiv/ felv. Se dar normal
O principal sintoma da pancreatite é o
fica claro se dar alterado fica mais
vomito.
escuro, é um teste qualitativo.
Dor abdominal
Diagnóstico padrão ouro Lipase
Anorexia pancreática, há como quantificar a
Náusea lipase. São poucos laboratórios que
fazem.
Prostração
Diagnóstico por imagem
Animal adapta uma posição
antálgica/posição de prece por fazer Ultrassonografia Inflamação,
uma pressão intra-abdominal menor. tumores, cisto pancreático, necrose.

Sinais de complicações sistêmicas:


Tratamento:
Hematoquezia/melena
Fazer reposição volêmica: fluidoterapia
Icterícia - se a via biliar for acometida, (ringer lactato melhor opção)
Choque - má circulação de sangue
Além disso, fazer nutrição enteral e
sobre o corpo (no caso hipovolêmico ou
parenteral. Antigamente se aconselhava
séptico),
fazer jejum, hoje em dia o jejum não é
Petequias preconizado mais. Alimentação com baixo
Arritmias (distúrbios eletrolíticos). teor de gordura para não influenciar o
pâncreas.
Diagnóstico da pancreatite Fazer antibioticoterapia, se necessário.
Fluorquinolonas, Imipenem e Meropenem.
Hemograma leucocitose neutrofílica Usar ou não usar? A maioria das
(processo infeccioso pela translocação pancreatites em cães não são infecciosas.
bacteriana antes da infecção pode ter O melhor grupo de antibióticos com
penetração decidual é: Fluoroquinolonas (se
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15 Clínica de pequenos mamíferos

usa para tudo, gerando resistência na Cães que recebem comida caseira,
maioria das vezes), Imipeném e Meropeném podem apresentar alimentos não
(problema: só tem forma injetável) digeridos nas fezes
Controle da dor através de MILK Emagrecimentos associados a
(lidocaína, morfina, quetamina), Tramadol distúrbios de apetite (parorexia – pica,
(não pode ser dado com ondasetrona - eles coprografia)
diminuem o efeito um do outro), Dipirona e Borborigmos intestinais
Cetrato de maropitant.

Uso de antieméticos e redução da acidez Diagnóstico


gástrica. Ondasetrona e Citrato de
Maropitant
Dosagem da imunorreatividade
Se necessário, transfusão de sangue ou sérica da tripsina e do tripsinogênio
plasma. (TLi) Alta especificidade e
sensibilidade. Espécie-especifico
(suplementação não interfere)
Insuficiência pancreática
Interpretação Baixa concentração
exócrina (ipe) sérica de tripsinogênio = insuficiência
pancreática exócrina. Alta concentração
É a secreção inadequada das enzimas sérica = Pancreatite aguda (?)
pancreáticas que tem função de digestão, se
não tem digestão não tem absorção. O Tratamento
animal come, mas não absorve. É magro. É
uma doença oriunda da destruição
Suplementação com enzimas
imunomediada do pâncreas, não se sabe
pancreáticas Pó de
o que leva a isso. Nos estudos de necropsia
pancreatina; Pâncreas bovino cru
o trato linfócitico leva a atrofia acinar
picado – 28-85g (gatos) / 100g
pancreática que vai reduzir a produção e a
(cães) por refeição (salmonella e
liberação dessas enzimas. Uma doença
campylobacter); Suplementos
autoimune que leva a diminuição da
vitamínicos (princ B12) – gatos
produção das enzimas pancreáticas.
Tratamento contínuo
Outras causas: Pancreatite crônica e
Ganho de peso, melhora nas fezes
obstrução do ducto pancreático
Suplementação vitamínica:
Prevalência Vitamina B12 em casos de
hipocobalaminemia. Menor
Cães (maior prevalência) e gatos absorção de de cobalamina (vit b12)
Pastor alemão devido menor produção de fator
intrínseco, que é produzido e
Fêmeas (maior prevalência) e machos liberado no duodeno por estímulo
Adultos jovens (2-5 anos) pancreático. É uma vitamina
importante para a formação da
Manifestações clínicas hemácia.

Suplementação de Vitamina K em
Diarreia pastosa, volumosa e de cor casos de cirurgia, devido deficiência
amarela de vitaminas lipossolúveis (ADEK).

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16 Clínica de pequenos mamíferos

Afecções Hepatobiliares

O fígado é responsável pelo metabolismo em casos de permeabilidade vascular


de carboidratos, lipídeos, proteínas, alterada (vasculite, doenças autoimunes).
vitaminas e de alguns hormônios
endógenos. Já que o fígado é responsável pela
produção de proteínas plasmáticas como a
O fígado vai apresentar algumas funções albumina (principal proteína plasmática
imunológicas de armazenamento de alguns produzida pelo fígado), se essa albumina
elementos, como alguns metais e minerais; cair muito, ela não consegue manter o
apresentam também funções hematológicas liquido dentro do vaso e ele extravasa.
na hematopoiese na formação de bilirrubina; Então animais com hepatopatia crônica
também apresentam funções digestivas e podem ter uma hipoalbuminemia (albumina
funções de detoxificação e excreção. baixa) e com isso, a pressão oncótica
diminui, ocorrendo extravasamento de
Manifestações clínicas liquido.

Apesar da hepatomegalia ser o achado


As manifestações clinicas mais comuns nos mais comum das hepatopatias em cães, a
animais hepatopatas são: diminuição do tamanho do fígado pode
acontecer em casos terminais, que é a
Aumento de volume abdominal cirrose hepática.

Causado pela hepatomegalia ou por uma


Icterícia, bilirrubinúria, alteração
ascite secundária a uma doença hepática.
na coloração das fezes
Essa ascite pode acontecer por um aumento
da pressão hidrostática, pressão oncótica Causada pelo aumento na produção de
diminuída (mais comum nas hepatopatias) e pigmento biliar e diminuição da
excreção da bile, e essa bile começa a
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17 Clínica de pequenos mamíferos

se impregnar na urina, na pele e nas Isso é importante, pois existem pacientes


fezes. Na urina será o primeiro que tem doença hepática crônica e precisa
momento que ela vai aparecer, então operar (cirurgia qualquer, como castração),
até a bilirrubinúria ela antecede a esse paciente tem risco de sangramento,
bilirubinemia (icterícia). então antes da cirurgia precisa vamos fazer
um coagulograma.
Importante colocar luva na presença
de algum sinal de icterícia, pois algumas Poliúria/Polidipsia
zoonoses podem causar icterícia.
Geralmente esse animal apresenta uma
encefalopatia hepática já instalada e ele
apresenta uma excreção deficiente da
aldosterona, e a aldosterona faz
reabsorção de água e de sódio nos túbulos
renais, então se essa reabsorção está
comprometida, esse animal vai perder mais
e beber mais agua para compensar o que
ele está perdendo e ingerindo mais água,
ele vai urinar mais.
As doenças que costumam causar icterícia
em gatos geralmente não
transmissíveis para os humanos, mas a de
são
Testes diagnósticos
cães sim, principalmente a leptospirose.
Hemograma completo Que
Encefalopatia hepática normalmente vem sem inflamação,
sem sinal ou alteração nenhuma,
As funções de detox do fígado não são podendo existir uma leucocitose se
realizadas e essas toxinas não removidas tiver um abcesso no fígado, fora
acabam alterando o catabolismo proteico isso, o fígado de um hepatopata não
leva ao acumulo de amônia, com isso, essa costuma apresentar alterações no
amônia não conseguira será convertida em hemograma.
uréia para ser excretada e eliminada e aí,
Enzimas ALT que vai avaliar
essa amônia começa a gerar alterações
principalmente os hepatócitos. A
neurológicas e isso vai nos levar a sinais
AST é pouco utilizada para
clínicos de sistema nervoso.
pequenos animais, mas ela
Perda de peso, letargia, náuseas, salivação, apresenta uma distribuição tecidual,
vômitos e diarreias acontecem em casos apresenta uma meia vida curta, é
crônicos dessa encefalopatia hepática; em um bom parâmetro para
casos agudos o animal pode ter tremores, acompanhamento. A FA e a GGT
ataxia, dificuldade para andar, pode são enzimas associadas as
apresentar surtos de agressividade, pode membranas dos hepatócitos e nas
ter cegueiras, convulsões, pode entrar em biliares.
coma e morrer.
Então se tem uma lesão no próprio fígado,
terá um aumento da ALT. Se temos lesão de
Coagulopatias
membrana dos hepatócitos e via biliares,
Um tipo de manifestação clínica (distúrbios teremos um aumento da FA (mais sensível
de coagulação) muito comum, para cães) e GGT (é mais sensível para
principalmente no fator FvW e fator VIII e gatos).
na síntese da vitamina K, ou seja, paciente
com doença hepática crônica, tem Concentração sérica de albumina
principalmente distúrbios de coagulação. Como o fígado que produz a albumina,
ela pode estar diminuída e a ureia
CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO
18 Clínica de pequenos mamíferos

também pode estar diminuída, pois a


amônia não está se transformando em
Sinais clínicos
ureia, então a ureia tende a diminuir, as
bilirrubinas tendem a aumentar, a Geralmente os sinais clínicos dessa doença
amônia também e na urinálise podemos aparecem de forma rápida, na primeira
ter a presença de cristais de semana/segunda semana/um mês e
bilirrubina e biurato de amônia, o tratamento com um desses medicamentos a
excesso da amônia começa a ser cima.
excretado pela urina e começa a formar
esses cristais. Tratamento
Avaliação de fezes Nesse exame
podemos avaliar se existe parasitos que O tratamento é feito através da retirada do
podem acometer o fígado, como o agente toxico. Podemos fazer um
Platynosomum spp. tratamento de suporte com antitóxico,
que nada mais é que vários elementos
Raio X Que vai ajudar a dize se o
antitóxicos que vão sofrer a agressão da
fígado está aumentado ou diminuído.
lesão no local/pelo fígado e com isso, vai dar
Ultrassonografia Vai nos dizer tempo ao fígado para se regenerar (eles
como está esse fígado (tamanho, se fazem o papel do fígado, “sofrem” pelo
tem ou não tumor, se está inflamado ou fígado).
não, se está congesto ou não)
Temos como exemplo de antitóxicos:
Biopsia hepática

DOENÇAS HEPATOBILIARES NO
CÃO

HEPATITE TÓXICA AGUDA

Etiologia HEPATOPATIAS CRÔNICAS


Esse é o tipo de doença que mais vamos ver
Acontece em um quadro de intoxicação.
na rotina clínica. Geralmente essa doença
Geralmente a intoxicação é por causa
pode se primária ou secundária.
medicamentosa, pelo erro do proprietário na
hora de dar o remédio ou em casos de Dentre as primárias, nós temos as doenças
animais que precisem fazer uso continuo de de acúmulo (é rara de acontecer, mas
medicamentos que são metabolizados pelo existe uma raça que é mais propicia, que é
fígado. a bedlington terrier) e as doenças
autoimunes.
Temos como exemplo de medicamentos de
uso continuo que podem gerar essa Dentre as secundarias (é o que mais vemos
hepatite, como: na rotina) temos as doenças infecciosas
(bacterianas ou virais).

Doenças hormonais e hepatopatias


crônicas secundárias a fármacos são a
nossa principal rotina, muitos desses
animais acometidos, fazem uso de
medicamentos de uso continuo, pois não
conseguimos muitas vezes tratar doenças
hormonais como diabetes e
CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO
19 Clínica de pequenos mamíferos

hiperadrenocorticismo, apenas controlar hepática. Esse animal também pode


com esses medicamentos. O tratamento apresentar andar compulsivo, head-
então será tratar a causa de base. pressing (pressionar a cabeça contra a
parede), letargia, ataxia e coma, 95% dos
Fisiopatogenia casos apresenta pelo menos um sinal
neurológico. Esse animal também pode
apresentar vômito, diarreia, poliúria,
Devido ao processo inflamatório, vai gerar
polidipsia, hematúria (cristais de biurato de
uma necrose e essa fibrose crônica vai fazer
amônia).
com que o fígado possa evoluir para uma
cirrose e com isso ficar um fígado diminuído Geralmente os sinais mais comuns são o
e irregular (que na ultrassonografia pode até vomito, diarreia, letargia e ataxia.
parecer vários tumores de fígado, por ele
ficar todo irregular)

A fibrose ocorre no parequema hepático e


vasos hepáticos. Nos vasos hepáticos
ocorre uma dificuldade de se expandir, com
isso a pressão dentro desses vasos
aumenta. Essa pressão vai gerar um
estimulo para novos vasos serem formados
e pode levar a desvios porto-sistêmicos, que
são os shunts hepáticos, então uma
doença crônica pode levar a um shunt
adquirido (formação de canais vasculares
anômalos, dentro ou fora do fígado). As
Então temos a veia porta, que gerou uma
raças mais dispostas ao shunt congênito
hipertensão portal, com isso, ele fez o
são Yorkshire (principalmente), maltês, Pug.
desvio (shunt), essa hipertensão portal
gerou estímulos para formar esse novo vaso
do desvio, com isso, o sangue começa a se
dividir, parte passa pela veia hepática e
parte passa pela veia de desvio; essa parte
que passa pela veia de desvio, não vai
passar pelo fígado para converter a amônia
em ureia, então as concentrações de
amônia vão estar aumentadas e vão afetar
o sistema nervoso central.

DISTÚRBIOS VASCULARES
(SHUNT PORTOSISTÊMICOS)

Sinais clínicos
Os sinais clínicos de um shunt congênito
mais comuns são os de encefalopatia
hepática. Geralmente pegamos nos
primeiros anos de vida e os exames
geralmente já mostram uma falência

CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO


20 Clínica de pequenos mamíferos

Diagnóstico seda, uma fita de celofane ou um anel


aneroide (ideal), ou um anel constritor para
fechar esse shunt.
Exames bioquímicos Nesse exame
percebermos que os ácidos biliares No adquirido, geralmente não tem tanta
acabam não sendo metabolizados e sintomatologia clinica neurológica, então
liberados normalmente, por isso que geralmente não operamos. Já no congênito
costumam estar aumentados quando tem muita sintomatologia clinica
pedimos exames bioquímicos. neurológica, então fazemos a cirurgia para
Geralmente a ALT e a FA estarão aumentar o tempo de vida desse animal.
normais, pois no congênito, ele não
adquiriu esse vaso, ele já nasceu com o DISTÚRBIOS DO TRATO BILIAR
vaso anômalo. A ALT e a FA geralmente
Em cães podemos ter uma obstrução
estarão aumentadas quando for
mecânica das vias biliares por tumores,
adquirida. Podemos observar que esse
cálculos, mucocele biliar. Ou pode haver
animal pode apresentar hipoglicemia,
também distúrbio por agentes infecciosos.
ele também vai ter dificuldade no
metabolismo da glicogenólise e
gliconeogênese, e também terá Sinais clínicos
diminuição da albumina e uréia.
Urinálise Um achado muito comum Icterícia Essa bile não tem para
são os cristais de biurato de amônia mas onde ir, então ela vai começar a
nem todo animal que tiver cristais de extravasar, as bilirrubinas vão começar
biurato de amônia terá shunt. a impregnar na pele, por exemplo
Ultrassonografia Perda peso
Tomografia Dor abdominal

Tratamento Diagnóstico
O tratamento é feito através da redução do
Exames laboratoriais Geralmente
excesso de amônia através da:
as bilirrubinas estão tão aumentadas.

Dieta com baixo teor proteico. Podemos Ultrassonografia


indicar a ração hepatic (ou uma ração
renal, Tratamento
Lactulose, que vai impedir que a
lactulona seja hidrolisada por bactérias O tratamento é feito através de suporte e
do intestino que formam amônia, com cirurgia (cirurgias de vias biliares).
isso, diminuímos a quantidade de
Mas resumindo, é difícil essa sintomatologia
amônia.
em cão que apresenta essa doença.
Antibioticoterapia (neomicina, Quando o cão chega com esse quadro na
ampicilina e Metronidazol) para também clínica, pensamos primeiro em leptospirose
eliminar as bactérias que produzem antes de pensar em trato biliar.
amônia

Esse animal tiver uma doença hepática


DOENÇAS HEPATOBILIARES NO
tratável, vamos tratar usando SAMe (S GATO
adenosilmetionina).

Mas o tratamento principal é a cirurgia,


para a cirurgia. Podemos utilizar um fio de
CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO
21 Clínica de pequenos mamíferos

LIPIDOSE HEPÁTICA Diagnóstico


‘’É o acúmulo maciço de triglicerídeos nos
hepatócitos causando alterações na Urinálise Bilirrubinúria
arquitetura e função hepática, ou seja, é o Hemograma Poiquilocitose
acumulo de gordura no fígado’’. (alteração de todas as células
vermelhas)
Etiologia Bioquímica A fosfatase alcalina
muito aumentada, a ALT e a AST
Gatos obesos estarão pouco amentadas, a GGT pode
estar normal ou discretamente
Perda abrupta de peso
aumentada e as bilirrubinas estarão
Perda de apetite bem aumentadas
Jejum prolongado, ingestão proteica Exame de eletrólitos o potássio e o
inadequada, deficiência de aminoácidos fósforo podem estar diminuídos
essenciais
Ultrassonografia Podemos ver
placas de gordura, que já é quase
Sinais clínicos confirmatório de lipidose, e pode ser
feito para confirmar uma biopsia
Icterícia aspirativa para fazer uma citologia.

Vômitos
Tratamento
Sialorreia
Desidratação O tratamento é feito tratando a causa base
(sempre tem uma doença de base que faz o
O que a gente começa a ver é icterícia na animal parar de comer), depois fazemos
orelha, na cavidade oral, olhos. O primeiro uma reposição hídrica e eletrolítica
local que o gato fica ictérico é na boca (fluidoterapia), suplementação de
(palato mole). vitamina K e B12 (por conta da coagulação
e formação de hemácias) e principalmente
estimular o apetite do gato com
estimulantes, como:

Também podemos usar antioxidantes


como:

Se o animal estiver vomitando muito,


podemos usar antieméticos como:

CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO


22 Clínica de pequenos mamíferos

no duodeno, terá uma porta de comunicação


com todos, as bactérias então podem migrar
de um para o outro), mas na ultra, o fígado
aparece normal.
Não podemos dar glicose para esse
animal que está sem comer, pois isso vai
disparar no gato e vai fazer com que isso
também vire reserva. Esse açúcar no
sangue circulante vai ser mobilizado para
reserva, que vai acumular mais gordura.

Síndrome de realimentação
Conjunto de distúrbios metabólicos e
fisiológicos associados a reposição calórica
de pacientes que passaram por jejum
prolongado. Ficam muito tempo sem comer
e quando comem, comem muito e acabam
morrendo.

O jejum prolongado gera a baixa da Se fizermos uma citologia da vesícula biliar


insulina, com a alimentação, teremos picos teremos uma inflamação supurativa séptica
de glicose e com isso, a insulina aumenta. bacteriana, que é a causa do desvio e esse
Com o aumento da insulina, teremos uma animal, já costuma a ter uma lipidose
ação hipoglicemiante (pegar toda glicose e hepática secundária, pois ele vai parar de
jogar para dentro da célula) e o potássio vai comer.
junto dessa glicose para dentro da célula,
teremos também hipocalemia
hipofosfatemia. O que acontece é que o
e
Tratamento
potássio é importante para dar força a
musculatura, então, esse animal terá O tratamento é feito através de suporte
fraqueza muscular súbita, e também pode nutricional, mesmo na ausência de
ter hemólise pela redução do fósforo, pois lipidose, pois ele pode desenvolver e não
são os fosfolipídios que compõem a parede vamos restringir a proteína, pois não vamos
da hemácia, com isso, teremos uma anemia ficar preocupados com o excesso de
aguda. amônia.

Provavelmente teremos que usar um


COLANGITE NEUTROFÍLICA estimulante de apetite nesse gato.
Manifestação clínica é a mesma para os
Se tiver qualquer tipo de doença
diferentes tipos de colangite!
concomitante, devemos tratar. Geralmente
Geralmente é de fundo bacteriano gerado os antibióticos que nós recomendamos
uma leucocitose neutrofílica com DNNE e para as vias biliares são:
pode ter aumento de todas as enzimas
(ALT, AST, GGT, FA).

Na ultrassonografia esse animal pode ter


uma pancreatite e uma duodenite
associada, conhecida como tríade felina (o
ducto pancreático se junta com o ducto biliar
antes de entrar no duodeno, então se tem
uma infecção na via biliar ou no pâncreas ou

CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO


23 Clínica de pequenos mamíferos

COLANGITE LINFOCITICA COLANGITE PARASITÁRIA


É uma doença crônica, mais comum em
(COLANGITE EOSINOFÍLICA)
gatos de meia idade ou idosos. Tem como principal gênero do agente
Os sintomas são inespecíficos com vômitos causador o Platynosomum spp., que tem
como agente intermediário a lagartixa e
esporádicos, diarreia, raramente anorexia,
gatos adoram caçar lagartixas.
fezes acólicas (esbranquiçadas) e esse
animal apresenta geralmente
hepatomegalia e icterícia.

Essa é uma doença autoimune, os linfócitos


vão começar a se depositar e atacar as vias
biliares e eles não vão reconhecer como
parte do organismo.

Diagnóstico A presença desse parasito nas vias biliares


do gato vai gerar um processo inflamatório,
podendo gerar uma obstrução das vias
Teremos como achados laboratoriais uma
biliares e com isso, esse animal pode
anemia não regenerativa, alteração das
desenvolver todos os sintomas de
enzimas hepáticas ALT/AST/FA e GGT e
obstrução.
hiperproteinemia (aumento de globulina).
Na ultrassonografia teremos inflamação Como é um quadro crônico, o gato pode
ao redor dos ductos biliares e esse animal perder o apetite, antes de ter a complicação
também pode apresentar lipidose. da obstrução, que seria a ruptura da bile, aí
antes desse gato apresentar obstrução, ele
A colangite linfocítica não pode ser
vai apresentar lipidose. Então se o gato tem
identificada na citologia, pois precisamos
lipidose, é importante pesquisar essa causa
de biópsia hepática. O diagnóstico
parasitária.
definitivo é histológico, pode ser feito
também uma biopsia transcutânea com uma
agulha especial de biopsia. Diagnóstico
Tratamento O diagnóstico é feito através da pesquisa
de ovos na bile ou o exame parasitológico
de fezes através da técnica de formalina
Esse gato com colangite linfocítica
etér, pois a bile é liberada no duodeno,
geralmente não perde apetite, então ele não
então os ovos que o parasito coloca na
está com lipidose, pois está comendo. Logo,
vesícula biliar serão eliminados pelas fezes
no manejo diabético não restringe
do gato.
proteínas.

Predinisolona como corticoide Tratamento


Metronidazol em casos de inflamação
Mesmo não achando os ovos e não tendo
mais intensa
certeza da causa da hepatopatia, a maioria
Então gato ictérico comendo é colangite dos veterinários prescrevem o tratamento,
linfocitica na maioria dos casos. que é o Praziquante.

Em casos de obstrução do ducto biliar temos


que fazer a cirurgia para a remoção
(colecistoduodenostomia) e aí coletamos o
material e mandamos para exame para ver
se tem ovo e pega a vesícula para biopsia.
CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO
24 Clínica de pequenos mamíferos

Afecções de vias aéreas superiores

exemplo de rinite bacteriana são as doenças


periodontais.

ENFERMIDADES DAS CAVIDADES


NASAL E SEIOS PARANASAL Histórico e manifestação clínicas

Rinite Letargia
Sinusite Perda de apetite (pois os animais
Doença do trato respiratório anterior são atraídos pelo olfato)
dos felinos Perda de peso
Síndrome do cão braquicéfalo Secreção nasal (muito frequente. A
Complexo respiratório infeccioso secreção nasal normal é o liquido e
canino transparente, qualquer coisa
diferente disso é uma alteração que
Paralisia de laringe pode estar ligada a rinite e
Colapso traqueal sinusite).
Epistaxe
RINITES E SINUSITES Dispneia (o ar tem dificuldade na
hora de entrar)
Pode ser primária (autoimune) ou Tosse (não é comum mas pode
secundária (alergia, corpo estranho, ocorrer)
infecciosa podendo ser bacteriana, fúngica
ou viral e secundárias a doença Halitose
periodontal). Deformação facial
Lesões em plano nasal
Um exemplo de rinite fúngica é a
esporotricose e a criptococose. Um Espirros
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25 Clínica de pequenos mamíferos

Diagnóstico
Como diagnostica?

Radiografia
Tomografia
Rinoscopia (ajuda a visualizar TOSSE DOS CANIS OU
mucosa, a identificar hiperemia)
Microbiológico
TRAQUEOBRONQUITE INFECCIOSA
Histopatologia
CANINA

Se não tiver nada na radiografia pode ser só A tosse dos canis pode ser chamada de
uma sinusite alérgica. traqueobronquite infecciosa canina ou
doença infecciosa respiratória canina. Pode
RINOTRAQUEITE OU COMPLEXO ser acometido por muitos agentes
RESPIRATÓRIO VIRAL FELINO etimológicos diferentes, o mais importante é
a Bordetella branchiseptica. Normalmente
a infecção é autolimitante, o problema é que
A rinotraqueite pode ser chamada também há agentes oportunistas como o
de complexo respiratório viral felino ou de micoplasma.
doença do trato respiratório anterior dos
felinos. Normalmente é causada por herpes Sinais clínicos
vírus felino tipo um ou cálice vírus. E
normalmente há micoplasma ou
Chlamydophila associados (oportunistas). Tosse alta e sonora podendo ser seca
Todo animal com rinotraqueite tem que ou pordutiva. É uma tosse contínua
testar para FIV e FELV. Cansaço
Contactantes com mesmos sintomas
Na rotina consegue clinicamente fazer o
diagnóstico pois os exames Histórico de viagem, hotéis, pet shop,
complementares são caros. aglomerados de animais

Os animais que devem ser vacinados são


Sinais clínicos animais de grupo de risco (que viagem, que
ficam em aglomerados, cães em
exposição). Existem duas vacinas:
Espirros intranasal e subcutânea.
Secreção nasal
Secreção ocular
PARALISIA DE LARINGE
Faringite
Perda de apetite A paralisia de laringe é uma doença
Dispneia inspiratória negligenciada. É uma doença
relativamente comum.
Complicações pulmonares
Gengivite É uma afecção de origem idiopática e/ou
alteração na inervação. Pode ser por
trauma, inflamação, fibrose, tumores,
hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo,
tóxicas, congênitas.

Sinais clínicos
CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO
26 Clínica de pequenos mamíferos

Causa dispneia inspiratória e alteração na Colapso de traqueia é diferente de estenose


fonação (não sai latido). Alteração na hora de traqueia. Nem sempre consegue
da inspiração é problema na via respiratória diferenciar radiologicamente, mas
anterior. clinicamente sim.

É um processo degenerativo crônico que


leva a flacidez do músculo dorsal da
traqueia e enfraquecimento ou frouxidão
dos anéis traqueais. Reduz a luz da traqueia
e o ar passa menos e o atrito é mais intenso,
o animal tem que fazer mais força.

O enfraquecimento e frouxidão ocorrem por


Fisiopatologia redução dos constituintes da matriz
cartilaginosa, isso ocorre com a idade,
Edema de mucosa, inflamação e acumulo porém há raças com predisposição, que são
de muco. as raças bem pequenas.

Diagnóstico
O diagnóstico é ultrassonografia cervical e
laringoscopia (padrão ouro), necessita de
sedação.

COLAPSO DE TRAQUEIA

Fisiopatologia
O animal com colapso de traqueia, devido a
inflamação, ele vai ter um estimulo para
tosse. Essa tosse gera irritação crônica do
epitélio e essa irritação gera mais
inflamação. A inflamação leva a
descamação e hiperplasia da mucosa e
quando tem hiperplasia vai ter diminuição da
depuração mucociliar. O muco fica mais
espesso e atrapalha a função dos cílios,
deixando o muco mais espesso ainda. Isso
vai gerar mais tosse. Se tornando algo
cíclico. O tratamento é cirúrgico.

Sintomas
Tosse crônica e não produtiva
(grasnar de ganso)
Dispneia
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27 Clínica de pequenos mamíferos

Cianose Alterações anatômicas primárias


Conformação craniana e de ossos da face,
Síncope (por hipoxia) estenose de narina, palato mole alongado,
Cansaço hipoplasia da traqueia e eversão dos sacos
laríngeos e colapso de laríngeo.

Diagnóstico Palato mole alongado

Radiografia (cervical e torácica,


inspiração e expiração, tangencial e
compreensão traqueal)

Endoscopia traqueal é o padrão


ouro.

O grau I dá para tratar clinicamente. O grau


II geralmente dá para controlar bem, sem
grandes dificuldades. O grau 3 e 4
geralmente esses colapsos é indicado Estenose de narina
cirurgia.

SÍNDROME DO CÃO
BRAQUICÉFALO

“É um conjunto de alterações anatômicas


congênitas, obstrutivas, que resultam em
dificuldade respiratória e que podem levar a
alterações anatômicas secundárias, que
Hipoplasia de traqueia
agravam a síndrome, gerando um ciclo
vicioso”

Colapso laríngeo

Braquicéfalo configura na formação


craniana mais curta longitudinalmente e
curta transversalmente quando comprada
aos mesaticefálicos e dolicocéfalicos.

Alterações anatômicas
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28 Clínica de pequenos mamíferos

Alterações funcionais e anatômicas


secundarias Termorregulação,
estruturas das vias aéreas e digestórias.

Sinais clínicos
Respiração ruidosa
Estridores
Ptialismo Antibiótico terapia
Tosse
Em casos de infecções. O mais
Alteração vocal recomendado é doxiciclina e azitromicina.
Tentativa de vomito
Engasgo Enrofloxacina, levofloxacina e
marbofloxacina tomar cuidado com animais
Flatulência jovens pois podem ter malformação óssea.
Apneia Não usa levofloxacina sem cultura pois
ainda é um dos únicos antibióticos que não
Espirros tem resistência.
Intolerância ao exercício
Dentre outros Corticoterapia
Oral pode ser prednisona ou
Diagnóstico prednisolona.

Usa-se esteroidal pois o maxicam (não


Exame clinico esteroidal) inibe a cox1 e cox2 e o
Laringoscopia glicocorticoide inibe as lipoxigenases.
Quando inibe ela, inibe leucotrieno e ele é
Radiografia responsável por broncoespasmo e piora a
Tomografia computadorizada inflamação das vias áreas.
Endoscopia.
Pode utilizar também, também corticoides
inalados (beclometasona, Budesonida,
TRATAMENTO DAS AFECÇÕES fluticasona) e injetáveis (dexametasona,
hidrocortisona e metilprednisolona).
DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES

Manejo clinico Imunomoduladores


Corticoterapia L-lisina que tem vantagem pois diminui a
Antibioticoterapia replicação viral. E interferon gama.
Broncodilatadores
Nebulizadores pneumáticos X
Mucoliticos ultrassônicos. Utilizar o mais próximo
Imunoestimulantes possível do animal. O mais eficiente na
maioria dos medicamentos é o pneumático.
Manejo cirúrgico (rinoplastia, stent
traqueal, cirurgia no palato mole e
cirurgia na laringe).

CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO


29 Clínica de pequenos mamíferos

Afecções de vias aéreas inferiores


A pneumonia é comprometimento na
BRONQUITE CANINA passagem de ar pelos álveos.

‘’Doença pulmonar inflamatória crônica, com Raças atópicas como Poodle, Daschund,
presença de tosse, podendo resultar em Labrador, Shi-Tzu tem predisposição a
intolerância ao exercício e dificuldade bronquite.
respiratória’’. É a inflamação dos
brônquios e bronquíolos. Pacientes obesos precisam fazer mais
esforço para distender na respiração e ar
Essa doença pode ter início súbito, pode ser tem mais dificuldade, podendo gerar uma
crônica ou crônica agudizada. A bronquite bronquite.
crônica é a mais encontrada na rotina
clínica. Animais adultos a idosos; após 5 anos
podem ter bronquite pela calcificação senil

Causas dos brônquios

A bronquite alérgica acomete mais animais


No Brasil a principal causa são os irritantes jovens ou dependendo do ambiente.
inalados: perfume, produtos de limpeza
(base de cloro: substância volátil que Bronquite senil Não apresentam sinais,
resseca vias aéreas), pólen (dificuldade de não precisa ser tratada, somente
chegar a diagnostico devido a não acompanhada.
visualização do pólen), fumantes passivos
(o fumo ser causa irritativa ou alérgica). Patogenia
Causa irritativa (produtos de limpeza) ou
Vai haver uma lesão do epitélio ciliar e essa
causa alérgica (pólen).
transformação do epitélio pode gerar
Também pode ter causa infecciosa, mais metaplasia ou calcificação. Isso gera o
rara, geralmente sendo aguda, mas pode se aumento da atividade de células
tornar crônica devido à demora de caliciformes e aumento das glândulas
diagnóstico. brônquicas. Isso vai gerar o aumento da
produção de muco, causando um processo
Viral (Parainfluenza sp., Adenovirus obstrutivo.
sp.);

Bacteriana (Bordetella sp., S.


zooepidemicus);
Fúngica (Criptotococus sp., Aspergillus
sp.);
Parasitária (Capillaria sp., Dirofilaria
sp.);
Protozoária (Toxoplasma sp.,
Pneumocystis sp.)

Bronquite x Pneumonia A bronquite é o CAUSA: DISPNEIA OBSTRUTIVA


comprometimento na hematose, brônquios. EXPIRATÓRIA

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30 Clínica de pequenos mamíferos

Há inflamação, fazendo a parede mais quando não tem o efeito esperado. Se o


espessa, luz diminuída e assim, o muco animal está muito debilitado podemos fazer
diminui ainda mais a passagem do ar. O 3 dias de corticoides com essa associação,
fluxo de ar passando mais rápido lesiona mas não prolongando o corticoide evitando
cronicamente o epitélio. efeitos colaterais. Prednisona em casos
mais agudos (sistêmico) e Beclometasona
em casos mais crônicos (inalatória)
Sinais clínicos
Antitussígenos Usados em caso
extremos, porque precisa que o muco saia
Cansaço para não virar meio de cultura para
Perda de apetite por náusea pneumonia. Usados somente quando o
animal está muito debilitado pela tosse.
Tosse sonora produtiva (mais em Butorfanol, Hidrocodona, Codeína.
casos crônicos) ou tosse seca (mais
em casos agudos) DOENÇA BRÔNQUICA FELINA
Exame físico (estimular o reflexo de
tosse) Qualquer tipo de enfermidade que acometa
o trato respiratório inferior ou condições
Ruído expiratório aumentado; inflamatórias da via aérea inferior sem
Dispneia obstrutiva expiratória; diagnóstico definitivo.
Taquipneia (avaliar associado a
Essa doença possui a identificação
outros sinais).
etiológica difícil.

Diagnóstico Duas categorias fenotípicas:

Asma brônquica felina


Raio X de tórax (latero lateral esquerdo,
latero lateral direito e ventro dorsal ou Bronquite crônica
dorso ventral – 3 posições)
Acomete felinos jovens a idosos (1-5%
Broncoscopia acometidos), de idade entre 4-5 anos, sem
Lavado broncoalveolar (manda para predileção sexual e siamês como raça
cultura e avaliamos se tem algum tipo de predisposta (gatos totalmente pretos
bronquite infecciosa) também pois há siamês na linhagem).

Quando acomete filhotes se deve sempre


Tratamento descartar parasitos, Aelurostrongilose e
Toxacariase.
Broncodilatadores Metilxantinicos
Aminofilina, Teofilina.
Causas
Beta agonistas Salbutamol – Salmeterol
via aerossolização.
Os mecanismos moleculares que
Usado mais em gatos e melhor em forma de desencadeiam e sustentam a asma não
bombinha, porque causam efeitos negativos estão bem elucidados, porém há um forte
para o coração e a bombinha é mais leve. indicio de que a afecção ocorra devido a
agentes alérgicos.
Mucoliticos Acetilcisteína, Ambroxol.
Não tem deficiência da barreira cutânea e os
Antibióticos Amoxicilina com ácaros aparecem mais em vias aéreas,
Clavulanato, Doxiciclina. possuem pulmões mais frágeis, mais
predispostos a inflamação pulmonar.
Corticoterapia Usados pós associação
entre mucoliticos e broncodilatadores

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31 Clínica de pequenos mamíferos

Vírus Principalmente secundários a


fatores alérgicos: produtos de limpeza, etc.
Tratamento
Broncodilatadores Metilxantinicos
Infecciosa Bacteriana ou parasitária
Aminofilina, Teofilina. Não indicadado usar
(Aerulostrongylu sp, Dirofilaria sp, Toxocara
sozinhos.
sp)
Beta agonistas Salbutamol – Salmeterol
Exame clínico via aerossolização

Corticoterapia Geralmente mais


Não específicos; indicada para iniciar a terapia, indicação
também para associação com beta
Ausculta respiratória (ruído expiratório agonistas. Predinisolona, Acetato de
aumentado, presença de ruído, continuo metilpredinisolona, Fluticasona.
expiratório);
Tosse (discreta a grave); Salmeterol + fluticasona (P-secretide)

Sibilos, cianose, dispneia, posição Fluticasona (Flixotide)


ortopneica, boca aberta. Salbutamol (Aerolin): não fazer mais de
30 dias seguidos porque há relatos de
Diagnóstico inflamação de pulmão. Usado mais
como SOS (crise de bronquite).

Achados clínicos PNEUMONIA


Raio X de tórax (3 posições) (auxilia na
evolução das alterações) ‘’Resposta inflamatória, na qual há
exsudação de células e liquido nas vias
Broncoscopia aéreas e nos espaços alveolares. ’’
Lavado broncoalveolar Inflamação das vias aéreas incluindo os
alvéolos
Achados mais comuns do Raio X (não
precisa saber tudo):
Causas
Hiperinsuflação pulmonar (chega na
última vertebra lombar e geralmente Infecções (bacterinas, fúngicas, virais
só vai até a última torácica); ou parasitarias).
Achatamento do diafragma Autoimunes
Pontos de fixação do diafragma
Fatores predisponentes
Distúrbios clínicos: gástricos,
neurológicos, endócrinos, morfológicos;
Tratamentos Imunossupressores;
Desnutrição;
Ambientais.

Sinais clínicos
Fraqueza
Depressão

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32 Clínica de pequenos mamíferos

Anorexia Aspiração traqueal (praticamente é


Tosse produtiva arriscado);

Febre (pode ou não estar presente, Broncoscopia para fazer lavado;


presente se a infecção cai na corrente Lavado broncoalveolar (manda para
sanguínea), taquipnéia, cultivo porque por exemplo pode tratar
Dispneia pneumonia bacteriana sendo fúngica na
verdade).
Depressão respiratória
Cianose Tratamento
Exame físico Nebulização (soro ou antibiótico em
casos mais graves);
Crepitação (diagnostico diferencial Tapotagem (tapinhas caudalmente ->
edema por cardiopatia) x Silencio cranialmente: auxilia expectoração);
Auscultatório
Broncodilatadores;
Percussão mate
Mucoliticos;
Cianose
Antibióticos x Antiparasitários x
Secreção Antifúngicos;
Inibidores de tosse (depende – animal
Diagnóstico precisa estar muito debilitado);
Corticoides (dose anti-inflamatória por
Histórico; no máximo 3 a 5 dias)
Hemograma (pode ter leucocitose);
Raio X;

Doença Valvar Crônica


A doença valvar crônica é uma doença Toda essa estrutura (valva, cordas
muito comum em cães. É a patologia mais tendíneas, músculos papilares) precisa
frequente na clínica de pequenos animais. estar normal para que não haja alterações,
Há uma predisposição em cães de porte pois, qualquer tipo de alteração vai fazer
pequeno como Poodle e King Charles com que a valva perca a sua função.
Cavalier Spaniel (nessa raça em especifico
a doença costuma começar quando o
animal ainda é filhote). A patologia aparece
a partir de cinco anos de idade e possui uma
progressão dependendo da raça.

A doença valvar também pode ser chamada


de endocardiose, degeneração
mixomatosa das valvas atrioventriculares ou
regurgitação de mitral ou tricúspide.

A valva deve ser fina e translúcida com


cordas tendíneas (também podem ser
degeneradas) nítidas e ligadas aos
músculos papilares.
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33 Clínica de pequenos mamíferos

A válvula, então, com alteração se se dilatar para suportar o maior volume de


apresentará mais espessada com aspecto sangue. Esse mesmo volume é passado ao
nodular e perde sua capacidade de se ventrículo e essa sobrecarga de volume e
fechar, perdendo também, sua função. pressão nele leva também a uma dilatação
Portanto, o animal se torna insuficiente. ventricular.

Se parte do sangue reflui e não chega até a


artéria aorta então o volume não está sendo
mantido, logo, o coração está insuficiente.
Se o volume não é suficiente (volume
bombeado para aorta) e o coração não
consegue fazer sua função, vai haver uma
redução do debito cardíaco. Essa redução
do debito cardíaco é um sinal que o coração
começou a ficar insuficiente/doente.

Quando há redução do debito cardíaco o


Esta válvula deve se abrir na diástole para volume que chega na aorta é menor que o
que o sangue passe do átrio para o normal. Logo, ele vai exercer pouca pressão
ventrículo. A partir do momento em que o na artéria, gerando redução na pressão
coração se preenche com sangue, a valva arterial (vasoconstrição na artéria aumenta
começa a se fechar até que no final da a pós carga). Na artéria há barorreceptores
diástole ventricular, ocorre a sístole atrial que vão perceber a diminuição da pressão,
e parte do sangue que está no átrio termina eles são estimulados e isso leva a ativação
de preencher o ventrículo então a valva se do sistema nervoso simpático. Quando este
fecha completamente. é ativado, as catecolaminas são liberadas
no organismo e estas promovem: aumento
A função da valva é se manter aberta da da frequência cardíaca, vasoconstrição,
diástole e se manter fechada no momento aumento da força contrátil. Ou seja,
em que o ventrículo já se preencheu quando a pressão arterial diminui, todos
totalmente com o sangue. A partir do esses estímulos vão compensar a baixa
momento que a valva fecha e o ventrículo pressão, estabilizando-a.
está preenchido, ele começa a contrair para
ejetar o seu volume na artéria (sístole). Esse Conforme as veias sofrem vasoconstrição,
volume que é ejetado tem que ser aumenta-se o retorno venoso no coração
constante para manutenção da perfusão (para tentar restaurar o volume) pois
tecidual e isso é o debito cardíaco (‘’é o teoricamente o volume estaria menor que o
volume de sangue sendo bombeado pelo normal. Porém o volume não está menor,
coração em um minuto’’). A função do ele só não consegue chegar a artéria
coração é manter o debito cardíaco. Se a correspondente.
valva não se fecha, parte do sangue que
deveria ir para aorta, reflui para o átrio e Conforme esses mecanismos são ativados
tem-se um processo de regurgitação do de forma exacerbada o coração começa a
sangue. ficar congesto. Na doença valvar, a correção
da causa nem sempre é possível então o
Essa patologia num geral acomete mais o processo continua acontecendo e os
lado esquerdo, a valva mitral, porém ocorre
nos dois lados. mecanismos de compensação continuarão
ocorrendo.
Quando há essa regurgitação do sangue,
ele se junta com o sangue que vêm das Se reduziu a pressão arterial sistêmica,
veias pulmonares, gerando assim, um reduz a perfusão renal e reduz a taxa de
aumento de volume de sangue. A filtração glomerular. Quando ocorre isso, o
pressão na câmara também aumenta e organismo percebe que há redução do
para suportar essa nova condição de volume sanguíneo e a estrutura renal
pressão intra-arterial a estrutura atrial também é responsável por esse volume.
começa a sofrer mudanças morfológicas, Então o rim começa a reter liquido para
chamada de remodelamento. Esse aumentar esse volume. Ele faz isso ativando
remodelamento é quando o átrio começa a o sistema renina angiotensina

CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO


34 Clínica de pequenos mamíferos

aldosterona. A renina é liberada, passando Qual o momento em que os pacientes


para angiotensinogênio, se tornando são levados para o atendimento?
angiotensina I (pela ECA) e se torna
angiotensina II (esta também estimula a O paciente pode ser completamente
vasoconstrição). Como resultado, tem-se a assintomático podendo vir por uma
aldosterona e a vasopressina e estas duas avaliação pré-operatória ou checkup
substâncias vão agir promovendo retenção geriátrico.
de sódio e água. Tudo isso visando
restaurar o debito e pressão cardíaca.
O paciente pode chegar com sintomas e o
principal sintoma que ocorre na doença
O caso é que a doença valvar é um valvar é a tosse. A tosse geralmente ocorre
processo crônico então no início da doença, quando ocorre o remodelamento atrial e isso
estes mecanismos compensatórios vão promove a compressão do brônquio
funcionar e ajudar o paciente (tanto que principal esquerdo. Mas o paciente pode
esse se torna assintomático por anos), desenvolver também sinais de insuficiência
porém, com o passar do tempo os cardíaca congestiva, que são:
mecanismos se tornam muito acentuados e
o paciente acaba desenvolvendo uma
ICC esquerda Normalmente apresenta
congestão, que leva a um edema.
cianose de mucosa, TPC acima de 2s,
ruídos expiratórios aumentados (congestão
Se o paciente tem ascite e é cardiopata, o pulmonar), dispneia expiratória (edema
problema está do lado direito (acomete o pulmonar), ruídos descontínuos finos
retorno sistêmico e leva a congestão dos (edema pulmonar), intolerância ao exercício
órgãos abdominais, podendo ou não ter (baixo debito), pulso deficitário (arritmias) e
extravasamento de liquido). Se o paciente sincope ou convulsão (baixo debito).
tem problema respiratório junto com
cardiopatia, o problema está do lado
ICC direita Aumento do volume
esquerdo (pois terá congestão no pulmão).
abdominal (congestão dos órgãos
A congestão tende a ocorrer na estrutura
abdominais), pulso jugular (congestão
vascular pulmonar (pelo problema ser na
atrioventricular direita importante), dispneia
valva mitral).
mista (efusão pleural e ascite), pulso
deficitário (arritmias) e edema periférico.
Existem mecanismos compensatórios para
equilibrar os mecanismos que já foram
Quando suspeitar que este paciente
ativados, como:
apresenta doença valvar crônica?

[ Hipertrofia excêntrica Dilatação da No exame físico detecta um sopro sistólico


fibra miocárdica, ficando mais espessa e pode ser no foco mitral e/ou tricúspide de
e aumentando de volume). grau I até grau VI. Primeira bulha é o
[ Mecanismo de Frank-Starling fechamento das válvulas atrioventriculares
Quanto mais a fibra se distende, mais (tem que estar fechadas durante a sístole)
ela vai contrair. Porém, há um limite e se se ouvir o sopro durante esse momento, o
passar do limite terá uma perda da sopro é sistólico. A segunda bulha é o
contratilidade. fechamento das valvas semilunares.
[ Fator natriurético atrial Conforme o
volume sanguíneo aumenta, o átrio Como se certificar que é a doença valvar
começa a dilatar e essa distensão das crônica?
fibras atirais, estimulam a liberação
desse fator.
[ Endotelina (promove vasodilatação) [ Ecodopplercardiograma (Ultra do
coração)
Quando ocorre um desequilíbrio de todos
[ Radiografia torácica
esses fatores, então terá uma insuficiência [ Eletrocardiograma
cardíaca. [ Exames laboratoriais (para descartar
doenças de base).

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35 Clínica de pequenos mamíferos

[
Classificação do paciente Estágio B2

Apresenta remodelamento, tem o sopro e


portador de doença valvar nos exames verificou que há aumento das
câmaras cardíacas, mesmo que não
apresente sintomas. Apesar de serem
[ Estágio A Todo paciente que tivesse assintomáticos eles podem apresentar a
risco de desenvolvimento da doença tosse pela compressão do brônquio
valvar seria classificado como estágio A
principal esquerdo.
(raças predispostas, risco de
desenvolvimento).
O tratamento do B2 vai ser utilizado:
[ Estágio B Paciente que não tem
sinais clínicos de insuficiência cardíaca 1. Pimobendan (animal com ventrículo
congestiva. moderadamente dilatado,
provavelmente tem um prejuízo
B1 Assintomático sem remodelamento sistólico, então ele contrai melhor o
ou com remodelamento discreto ventrículo, então tem vasodilatação,
joga um volume maior e a perfusão
melhora.
B2 Assintomático com remodelamento 2. Inibidor da ECA como enalapril
cardíaco segundo os critérios do EPIC (controla o mecanismo compensatório,
(diâmetro do ventrículo esquerdo em e também promove vasodilatação).
diástole acima de 1,7; relação 3. Antitussígenos e broncodilatadores
ventrículo/atrial acima de 1,6; VHS acima de 4. Suplementação com ômega 3
10,5). 5. Ração terapêutica (restrição moderada
de sódio e palatável).
[ Estágio C Paciente que apresenta
sinais clínicos de ICC e que responde
de forma satisfatória ao tratamento [ Estágio C

[ Estágio D Fase terminal de doença São os pacientes sintomáticos com sinais de


cardíaca e/ou refratário ao tratamento. ICCE. No eletrocardiograma, aumento da
FC mesmo com o paciente apresentando
arritmia sinusal, taquicardia sinusal e
[ Estágio B1 arritmias supraventriculares.

Auscultou e detectou que tem o sopro, mas Sinais clínicos Tosse, taquipneia ao
é assintomático. O sopro tem que ser repouso (maior ou igual que 30 MRM),
sistólico com foco mitral/tricúspide. No
ecocardiograma vai haver alteração dispneia expiratória, congestão ou cianose
morfológica da valva e, portanto, de mucosas, ruídos descontínuos finos em
insuficiência. Eles consideram que o campos pulmonares, emagrecimento
paciente sem remodelamento não deve ser progressivo.
tratado (ele está sendo compensado pelos
mecanismos e o tratamento pode interferir), Diagnóstico NT-proBNP,
porém, deve ser acompanhado a cada 6 ecodopplercardiografia (aumento dos
meses. Os pacientes com remodelamento diâmetros cavitários moderados a
discretos há controvérsias sobre o
importantes, disfunção sistólica do VE,
tratamento. Quando feito o tratamento, trata
com inibidores da ECA (reduz conversão de sinais de hipertensão pulmonar).
angiotensina, portanto a cascata
compensatória será reduzida). Tratamento Acalmar o paciente, reduzir
ansiedade, reduzindo taquicardia e
congestão.

1. Sedação Butorfanol ou Morfina +


Acepromazina.

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36 Clínica de pequenos mamíferos

2. Toracocentese Se o paciente Tratamento crônico


apresentar processos efusivos (efusão
pleural, pericárdica, processo de ascite 1. Inibidores da ECA Benazepril ou
acentuado) deve-se remover o excesso Enalapril.
de líquido daquelas que são possíveis, 2. Pimobendan
reduzindo risco de morte. Associado 3. Espironolactona Importante em
com abdominocentese, paracentese. casos de ascite. Associada ao diurético
porque ela é um poupador de potássio,
3. Suplementação de O2 Pode fazer o com ação de inibidor de aldosterona.
uso de gaiolas, cânulas nasais, tubo Por que usar? Porque um paciente que
endotraqueal. desenvolveu ascite, antes disso, houve
o desenvolvimento de uma
hepatomegalia, uma congestão
4. Furosemida Para controlar o edema hepática. Isso então significa que a
pulmonar. Diurético de alça, via função hepática esta prejudica, o que
parenteral. Associado com fluidoterapia faz com que não metabolize a
de manutenção pelas doses altas de aldosterona circulante e
Furosemida, reduzindo riscos renais. consequentemente inativar a
aldosterona. Se não inativa, ela
5. Pimobendan VO ou injetável recircular e assim ela age novamente
aumentando o processo congestivo do
paciente.
6. Inibidores da ECA Se o paciente já
faz uso, não precisa entra com esse 4. Antitussígenos e Broncodilatadores
medicamento. Se ele não faz uso, é Átrio esquerdo grande por conta do
indicado que faça o uso na emergência. edema, causando desconforto
respiratório. Quando controlado,
7. Dobutamina Somente em casos de introduzir antitussígeno (codeína) e
não resposta dos pacientes à broncodilatador (aminofilina). O uso de
Furosemida e Pimobendan. E assim vai codeína enquanto o paciente tem
ser feito um suporto inotrópico a mais, edema pulmonar – a ação da codeína é
introduzindo um medicamento de ação central, abolindo o reflexo da
parenteral, a dobutamina, mantendo tosse. Se o paciente tem edema, o
esse suporte no paciente. Pode ser mecanismo usado para expelir o
associado um vasodilatador, excesso de líquido é a tosse, então se
mitroduciato de sódio (muito potente, bloqueado o líquido vai continuar retido
uso com cautela). Observar a pressão e o paciente pode vir a desenvolver
arterial a cada 15minutos, porque ela uma bronca pneumonia.
pode abaixar (hipotensão) que assim 5. Reparo cirúrgico
tem que parar com a administração dos 6. Ração terapêutica Restrição de
fármacos vasodilatadores. sódio, palatável, índices calóricos e
proteicos adequados.
OBS: Pacientes que não estão em
emergência, porém, possui desconforto Em casos de taquiarritmia supraventricular,
respiratório – o tratamento é o mesmo usado podemos administrar: Digoxina, Diltiazem,
para emergências. Amiodarona.

1. Furosemida [ Estágio D
2. Torasemida Em casos em que o
Paciente em condição muito grave. O
paciente não responde à Furosemida.
coração está extremamente dilatado,
Precisa ser manipulada.
cardiomegalia intensa e padrão de
interstício alveolar. Paciente emergencial.

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37 Clínica de pequenos mamíferos

Podemos ter efusão pericárdica. Observar deve-se acompanhar a pressão arterial do


se há algum grau de tamponamento paciente.
cardíaco. Insuficiência considerável.
Se não obtivermos resposta com o uso dos
Tratamento Oxigênio e sedação outros fármacos, iremos adicionando outros
associado a inibidor da ECA. Furosemida, ao tratamento: Dobutamina, Nitroprussiato
2 a 8 mg/kg a cada hora em até 3 horas. de sódio, Anlodipino, Hidralazina.
Aumentando a dose. Mesmo que o
paciente já faça o uso de Pimobendan Tratamento crônico
pode usar de novo na emergência (em
1. Furosemida
casos graves). Além de todo o protocolo
2. Torasemida
que já vimos, se nosso paciente não está
3. Inibidor da ECA
respondendo ao tratamento com diuréticos
4. Pimobendan
temos que pensar em vasodilatação
5. Anlodipino ou Hidralazina:
adicional. Devemos aumentar a
vasodilatação adicional quando a
vasodilatação visando reduzir a congestão,
relação átrio/aorta é maior que 3.
mas pode ocasionar hipotensão, então

Cardiomiopatia Dilata em Cães


A cardiomiopatia é um processo que está Não há uma causa especifica para a
instalado no músculo cardíaco e a principal cardiomiopatia dilatada. O que se observa é
cardiomiopatia que ocorre em cães é a que existe um componente genético em
forma dilatada. algumas raças.

É um processo que ocorre no miocárdio que A forma de prevenção dessas doenças é


resulta na redução da forma contrátil desse não permitir que esses pacientes cruzam e
coração e a redução da forca contrátil tenham filhotes, para não passar para seus
favorece o acúmulo de sangue dentro da filhotes.
estrutura cardíaca e consequentemente a
dilatação dessa câmara. Por isso a forma é Por que desenvolve a doença?
chamada de cardiomiopatia dilata, pois é
uma deficiência da função miocárdica Como foi dito, não se sabe a causa da
levando a dilatação da estrutura cardíaca. cardiomiopatia dilatada ao certo. Então a
forma primária é idiopática. Existe a teoria
Pode acometer somente o ventrículo da possibilidade de se ter uma deficiência da
esquerdo ou somente o ventrículo direito. O ligação das miofibrilas ao cálcio, reduzindo
mais frequente ocorre no ventrículo a forca contrátil do coração. Isto não é
esquerdo. comprovado.

Existe também a forma secundária:


Quem são os pacientes mais
[ Pacientes com hipotireoidismo
acometidos? Tem deficiência dos hormônios da
tireoide e essa deficiência leva a uma
diminuição da exposição dos receptores
da catecolaminas, estas não se ligam
Os cães são os mais acometidos. Sendo aos receptores, o cálcio não entra na
que as raças mais predispostas são cães de célula e não tem contração, podendo
grande porte como Dobermann, Boxer, gerar uma cardiomiopatia dilata.
Cocker Spaniel, Labrador, Dálmatas. A
idade dos pacientes acometidos é de jovens [ Pacientes que apresentem
a adultos. Normalmente mais frequente em deficiência de taurina ou carnitina
machos.
Boxer e Cocker. Deficiência de um
nutriente que participa do
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aproveitamento energético da fibra e coração fica enfraquecido. Se ele está


então em função dessa deficiência o enfraquecido, no momento que ele contrai,
paciente desenvolve uma disfunção o ventrículo não consegue ejetar todo
miocárdica. volume que ele deveria na aorta então o
volume que chega na aorta está abaixo do
[ Tratamento com Doxorrubicina normal (e o volume para os tecidos também
Agente quimioterápico, é um fármaco fica abaixo do normal). Então ocorre uma
cardiotóxico. Paciente que precisa fazer redução do débito cardíaco. A partir do
uso desse fármaco tem que ser momento que existe essa redução o
acompanhado com ecocardiograma coração está insuficiente. Vai ter então a
porque ele pode ter disfunção sistólica ativação dos mecanismos
pela cardiotoxicidade que esse fármaco compensatórios para tentar restaurar o
imprime no coração do paciente. débito cardíaco (os mesmos que ocorrem na
doença valvar). Na cardiomiopatia ocorre
[ Pacientes com parvovirose Podem uma doença miocárdica, o músculo que está
ter morte súbita por desenvolver a doente. Vai ter a retenção de sódio e água e
cardiomiopatia. vai levar a edema pulmonar ou formação de
ascite. Isso ocorre porque houve um
aumento gradual da pré carga. Aumento da
pré carga, tem uma congestão e aí vai ter
edema pulmonar ou congestão dos órgãos
abdominais. Então pôde-se dizer que o
paciente se encontra em ICC.

Assim como a doença valvar, o paciente


com cardiomiopatia ele pode ficar
assintomático por um bom tempo e depois
começa a desenvolver os sinais clínicos.

Comparação de dois corações (dilatado Manifestações clínicas


e normal)

[ Anamnese

Quando o paciente está assintomático a


cardiomiopatia é chamada de oculta.
Quando começar a manifestar sintoma o
primeiro sintoma vai ser a intolerância ao
exercício pois o ventrículo que dilata
primeiro então não vai comprimir o brônquio
primeiro como ocorre na doença valvar.
Porém, ele fica intolerante ao exercício
porque não tem volume de sangue
suficiente saindo do coração. Depois pode
haver um certo desconforto respiratório
pois começou a ter uma congestão atrial e
Parede ventricular esquerda bem pulmonar e o paciente começa a ter uma
delgada e a câmara bem dilatada discreta dispneia. Como existe a dilatação
atrial, agora sim vai apresentar a tosse. A
tosse que o paciente apresenta pode ser
Como a doença se desenvolve? uma tosse mais silenciosa porque ela não é
estimulada SÓ pela compressão do
brônquio e sim MAIS pela congestão e
Ela desenvolve da mesma forma na primária formação de edema. Apresenta também
e secundária. Apenas o tratamento é cianose de mucosa. A síncope pode ser o
diferente. único sinal clinico no Dobberman e no
Boxer. Alguns pacientes podem fazer a
O processo inicial é a perda da função morte súbita (principalmente Dobberman e
sistólica de forma progressiva. Ou seja, o Boxer).
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39 Clínica de pequenos mamíferos

Função prejudicada sistólica do


[ Exame físico ventrículo esquerdo Paciente vai
apresentar redução das espessuras das
1. Pode haver sopro sistólico de baixa paredes ventriculares, redução da fração de
intensidade em foco mitral ou tricúspide
encurtamento (grau de encurtamento da
(coração sofre dilatação e ela pode levar
a um afastamento dos folhetos valvares fibra miocárdica; contração reduzida).
e isso permite que haja um refluxo do
sangue então o paciente pode Aumento do volume sistólico Significa
apresentar sopro. E é de baixa que no fim da sístole está sobrando sangue
intensidade pois o sopro de alta e isso e da pela má contração e redução da
intensidade é por conta da pressão que fração de ejeção.
o fluxo acontece, na cardiomiopatia o
coração este fraco) As arritmias presentes na cardiomiopatia
dilatada são a fibrilação atrial (ausência da
2. Alguns animais desenvolvem onda p), complexos ventricular prematuros,
hipofonese das bulhas cardíacas (pode taquicardia ventricular (vários prematuros e
ser por efusão pleural e/ou pericárdico). momentos de normalidade).
Se a ausculta estiver baixa, tem que
tomar cuidado por pode estar em
quadro de efusão.

3. Se o paciente apresenta edema,


quando ausculta ouve-se ruídos
descontínuos finos nos campos
pulmonares

4. Se o paciente tem quadro de ICC direita


vai apresentar hepato e esplenomegalia
e formação de ascite.

5. Insuficiência a direita vai haver edema


periférico

6. Quando palpar o pulso lemural ele


estará fraco

7. Na ICC direita também observa o pulso


jugular positivo

[ Exame complementar

1. Laboratoriais Pois ele pode


estar desenvolvendo lesão renal e
hepática. Perfil renal, hepático e
hormonal. Além disso, para
descartar dirofilaria.
2. Ecocardiograma Padrão ouro.
Apresenta dilatação ventricular
esquerda, insuficiência valvar com
valvas preservadas
3. Eletrocardiograma/holter Pode
desenvolver arritmias então é bom No primeiro eletro tinham vários complexos
fazer o holter pois no momento do prematuros. O animal foi tratado e na
eletro ele pode não demonstrar segunda foto é após o tratamento, com
arritmia poucos complexos prematuros (pode liberar
para cirurgia).
4. Radiografia torácica Observa-
se aumento ventricular
Tratar como?
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40 Clínica de pequenos mamíferos

Beta bloqueadores Existem estudos


Primeiro ponto é: o que trata no paciente? A que comprovam que na fase oculta da
primeira coisa é melhorar o inotropismo e cardiomiopatia dilatada beta bloqueadores
consequentemente melhorar a congestão, dão uma boa resposta. Tem que ter cuidado
perfusão. Em casos de arritmias, corrigi-las. pois eles são inotrópicos negativos então
E o importante é manter o paciente com precisa de acompanhamento para ver se
qualidade de vida e aumentar a sobrevida. não está havendo quadro congestivo. Pode
-se usar Cardilol e Metropolol. Paciente
1. Inotrópicos positivos Utiliza-se o tem a cardiomiopatia oculta: se o paciente
Pimobendan (fármaco muito caro). tem arritmia sinusal e ela tem tendência a
Aumenta a sensibilidade da miofibrila ao bradicardia não convém usar beta
cálcio, aumentado a contratilidade. bloqueador mas se ele tiver uma taquicardia
Outra possibilidade é Digoxina (mais sinusal então usa-se. Porem se ele estiver
barato porem tóxico) BID normalmente com sinais congestivos acentuados então
faz com protetor gástrico e hepático não é indicado usar beta bloqueador.
para evitar a intoxicação gastrointestinal
que ele pode apresentar. Os sinais E se o paciente apresenta taquicardia
dessa intoxicação podem ser: ventricular sustentada? Ele é emergencial
inapetência, vômitos, diarreias, então a via é parenteral, preferencialmente
arritmias. intravenosa para rápida ação. O mais
indicado é a lidocaína sem vasoconstritor.
2. Vasodilatadores Além dos Mas pôde-se utilizar também a Amiodarona
inotrópicos, tem que corrigir congestão (resposta mais lenta que a lidocaína). Como
e para isso associa-se vasodilatadores a resposta é mais lenta, tem que ter
(inibidor da ECA que também vai paciência pois se administrar muito pode
modular os mecanismos haver toxicidade. Tomar cuidado com:
compensatórios) como Benazepril e distúrbios da tireoide (hipotireoidismo, não
Enalapril. utilizar), neurite óptica (cegueira após) e
fibrose pulmonar.
3. Diuréticos Usa-se diuréticos como
Furosemida e pode associar com Se for arritmia ventricular (não é
Espironolactona (pacientes com emergência) indica-se soltá-los para corrigir
ascite). a arrimaria ventricular.

4. Dieta Entra também com uma dieta Se for arritmia supraventricular usa-se
hipossódica beta bloqueadores, digitálicos, Amiodarona
(emergência) e Sotalol.
5. Suplementação Raças predispostas
a deficiências de taurina e carnitina, faz
a suplementação de taurina, carnitina e Como tratar o paciente com
ômega 3.

[ Se o paciente chega com


cardiomiopatia dilata
emergência

Faz também o suporte inotrópico positivo [ Assintomático Trata com


(fármacos dopaminérgicos por via Digoxina + Inibidor da eca ou
parenteral) mas não pode manter por muito somente o Pimobendan.
tempo (máximo 72h) pois mais que isso
pode saturar os receptores. E também faz [ Sintomático Digoxina +
por via oral o Pimobendan. Pimobendan + Inibidor da eca. Se
tiver edema usa diuréticos e se tiver
Se o animal chega na emergência já arritmia, antiarrítmicos.
tomando remédio, faz a dose adicional no
Pimobendan e ajusta-se a dose e
frequência.

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41 Clínica de pequenos mamíferos

Dirofilariose
É um dos temas mais atuais que temos na inflamatório na parede dos vasos
clínica de pequenos animais. É um caso pulmonares resultando em resistência
recorrente e rotineiro, onde todos os dias vascular ou hipertensão pulmonar. Pode
clínicos pegam casos de cães com ocorrer hipertrofia direita no coração com
dirofilariose. consequente insuficiência cardíaca.

A espécie do parasito é a Dirofilaria Quando morrem os vermes também podem


immitis, que causa a doença no cão. As causar tromboembolismo obstruindo vasos
fêmeas são maiores que os machos e estes e interrompendo a irrigação de tecidos.
possuem sua extremidade caudal
espiralada. As microfilarias ficam circulantes Após 6 a 8 meses da infecção, as fêmeas
no sangue. Dentro da filaria, tem bactérias começam a produzir microfilarias que
do gênero Wolbachia e elas são muito ficarão circulantes nos vasos sanguíneos.
importantes para os parasitos pois por conta Durante a picada o mosquito ingere as
delas, eles conseguem se reproduzir e fazer microfilarias e dentro dele passa de L1 para
a muda. L3. Este mosquito se torna um vetor do
verme e infectará novos animais.

Ciclo biológico
A dirofilaria é um parasita transmitido por
mosquitos. A infecção começa quando um É necessário a presença do mosquito para
mosquito infectado pica o animal, o fechar o ciclo. Se o cachorro tem filaria, tem
mosquito libera larvas L3 da Dirofilaria diversas microfilarias. Se houver transfusão
immitis na superfície da pele do hospedeiro de sangue para um outro cachorro, o
cachorro não vai pegar dirofilariose
que penetram no corpo do animal pelo
orifício da picada. Na derme L3 se torna L4 porque o que está circulante é L1. Logo, se
e se desloca através dos tecidos até não houver mosquito, o ciclo não será
alcançar um vaso sanguíneo por onde será completo. Não é permitido transfusão
porque a presença das microfilarias alteram
transportada aos pulmões e o coração.
as plaquetas, então não é um sangue ideal
De 60 a 90 dias após a infecção, os vermes para transfusão porem não vai transmitir a
imaturos crescem até alcançar a artéria doença, apenas o parasito.
pulmonar e inicia-se um processo

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42 Clínica de pequenos mamíferos

Importante Diro não tem cara! Muitas sensível. Porém, ela é menos pratica, pois,
vezes os animais podem ser precisa de uma centrifuga.
assintomáticos.
Pode ocorrer de o animal ter o verme, porém
não ter a microfilária, se chama infecção
Histórico oculta ou amicrofilarêmicas. Isto é o animal
que tem o parasito, mas não tem microfilária
Em 2003 a dirofilariose praticamente sumiu. e isso ocorre quando:
Em 2005 começou a aumentar o número de
dirofilariose. Isso ocorreu porque em 2003 [ Há vermes imaturos com menos de 6
quando diminuiu pararam de fazer a meses pois não vão ter idade
prevenção. reprodutiva ainda
[ O próprio organismo do hospedeiro
O deslocamento dos animais está
destrói com uma reação imunológica
favorecendo a disseminação da dirofilaria.
(ocorre mais em gatos e humanos)
A prevenção é uma parte fundamental do [ Se tem infecção por apenas um adulto
controle epidemiológico da doença. Além (não irá se reproduzir)
disso, a Dirofilária é uma zoonose. [ Se tem infecção por apenas um sexo
(não consegue reproduzir)
Possui uma fase assintomática muito [ Se o animal recebe drogas
grande, onde o parasito demora cerca de 3 microfilaricidas por outro motivo. Por
meses para chegar ao pulmão. A partir de 6 esse motivo tem que pedir a pesquisa
a 9 meses é quando começam as de antígenos também.
manifestações clínicas.
Por isso não podemos fazer apenas a
Diagnóstico pesquisa de microfilarias, e sim, fazer outros
testes para tentar chegar ao diagnóstico.
A descoberta da filaria num animal 3) Pesquisa de antígenos Detecta uma
normalmente é uma surpresa desagradável proteína do aparelho reprodutor das fêmeas
pois normalmente é encontrado num exame com mais de 8 meses de idade. Usa-se os
de rotina ou exame pré cirúrgico. A maior métodos de ELISA (4DX) e
rotina hoje em dia é encontrar animais imunocromatografia (Allere). Temos alguns
assintomáticos. Muitas vezes ocorre quando empecilhos pois ela só serve para detectar
o animal tem plaqueta baixa e o veterinária fêmeas. Precisa de três gotas de sangue,
suspeita de Erlichia e pede um 4DX e este plasma ou soro.
exame também avalia Dirofilaria (além de
Erlichia e Anaplasma).

Então há dois métodos para o diagnóstico:


pegar amostra de sangue e fazer pesquisa
de microfilarias ou pesquisa de antígeno.

1) Teste de gota espessa As


microfilarias são os filhotes então esse
método é o método barato, prático e
simples. Porém, tem uma baixa
sensibilidade. Pega a lamina, uma gota da
amostra e lamínula por cima. Microscópio e
vê as microfilarias se movimentando.

2) Técnica de Knott Padrão ouro para


microfilária é a técnica de Knott que é mais

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43 Clínica de pequenos mamíferos

Fazer 4DX em um cão de 6 meses não vale Moxidectina (mensal até aqui) ou
a pena pois só detecta adultos/mais de 8 Moxidectina, que é injetável e anual. Além
meses então não conseguiria detectar nada. disso, podemos associar com coleiras
repelentes.
Quando o teste de antígeno pode dar
negativo?
A DOENÇA NOS CÃES
[ Quando há vermes com menos de 8
meses de idade (imaturos) Fatores de influências
[ Quando há infecção apenas por machos
(pode mudar em breve pois há um teste [ O número de parasitos (carga
vindo que fará detecção de machos) absoluta x carga relativa) Um
[ Quando há poucas fêmeas chihuahua com um parasita e um dog
[ Quando há muito anticorpo alemão com um parasita. A carga
absoluta é a mesma, porém a relativa é
Outras possibilidades de diagnóstico são: diferente (o chihuahua está
relativamente mais parasitado que o
[ Microfilarias no hemograma (pré- dog alemão).
operatório achando microfilarias no [ Quanto mais velha a infecção, mais
esfregaço) grave a doença.
[ Microhematócrito [ Resposta imune do hospedeiro
[ Microfilarias na urina [ Atividade física
[ Filarias adultas no abdômen;
[ Migração errática (para olho, cérebro)
Patogenia
A proteína desnatura quando há
aquecimento. Então desagrega os O nado da filaria vai gerar uma agressão
anticorpos e expõe o antígeno. Isso pode mecânica endotelial e consequentemente
ocorrer quando o animal tem muito anticorpo espessamento da camada muscular do
e o veterinário ainda suspeita que seja vaso. Isso associado a presença da bactéria
reativo. Então o aquecimento do soro deve vai levar a uma resposta inflamatória do
ser feito em casos que suspeita fortemente vaso (inclusive usa Doxiciclina por conta
da doença e o teste da negativo ou quando desta bactéria).
há resultados conflitantes.
O que acontece com coração na hora de
A PCR não é o melhor teste para filaria. Não bombear se estiver cheio de verme? O
é tão sensível para filaria mas tem uma boa ventrículo vai ter uma maior resistência e
especificidade. terá que fazer mais força para ejetar o
sangue. Então essa resistência ocorre
Diagnóstico diferencial devido a presença do verme e fibrose que
ele gera na região. A artéria pulmonar então
vai se dilatar devido ao aumento da pressão
Mansonella perstans (Dipetalonema), ela hidrostática, o VD não consegue empurrar
tem movimento progressivo enquanto todo sangue para artéria pulmonar e ele
dirofilaria apresenta movimentação em acaba dilatando. A pressão no VD vai ficar
torno de si mesma. maior que no AD. Ele tenta compensar isso
e o musculo hipertrofia (não é tão intensa
Prevenção quanto do VE).

A pressão dentro aumenta e vence a


Desde a rotina pediátrica tem que haver
resistência que a valva tricúspide oferece. E
uma prevenção/profilaxia da dirofilariose.
ocorre um refluxo de sangue para o AD só
Os preventivos são: Lactonas Macrocíclicas
que a válvula está integra (não está
– Ivermectina, Milbemicina, Selamectina,
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44 Clínica de pequenos mamíferos

degenerada como na endocardiose). Isso começa a inflamar novamente e o gato entra


aumenta e o AD tem dificuldade de bombear numa nova crise e se não perceber a tempo,
sangue para o VD, ele aumenta. O sangue pode haver morte súbita.
começa a chegar no AD e não tem espaço,
leva congestão das veias cavas cranial e O problema é que não há o teste para
caudal. Quando a pressão hidrostática gatos de Dirofilariose no brasil.
aumenta, extravasa e o animal faz ascite,
50% dos gatos tratados morrem e 50% dos
edema de membro, etc.
gatos não tratados se curam sozinhos. E fica
COR PULMONALE coração direito a questão: tratar ou não tratar? Muitos
sofrendo consequências por uma doença recomendam o não tratamento justamente
pulmonar. porque gatos assintomáticos se curam
sozinhos. Gatos que já estão em estágio de
AD não consegue bombear sangue – ICC e muito prejudicados, alguns médicos
diminui DC – hipóxia – ativação dos optam por tratar e tentar porque ele morrerá
mecanismos compensatórios. da mesma forma.

A dirofilariose é uma doença pulmonar pois O gato não é considerado um


isso tudo no coração só ocorre por reservatório pois os sistemas imunológicos
problemas no pulmão e não no coração. dos gatos matam a maioria dos parasitos.
Baixa capacidade de transmissão.
Manifestações clínicas
EXAMES COMPLEMENTARES
Ruído pulmonar aumentado, tosse, sopro
[ Radiografia Para visualizar o
em foco tricúspide e pulmonar (devido ao
pulmão. O achado mais comum é
aumento de pressão), intolerância ao
aumento de tronco pulmonar, aumento
exercício (pois não chega sangue suficiente
dos vasos caudais pulmonares. Pode
no pulmão), distensão e pulso jugular,
haver também um ‘’D invertido’’.
ascite, sincope. Muitos podem ser
assintomáticos.

OBS: A síndrome da veia vaca ocorre mais


em animais pequenos. Eles ficam inchados
pela infecção massiva pela dirofilária.

A DOENÇA NOS GATOS


Há dois momentos críticos nos gatos:

[ 3-4 meses após a infecção


[ Morte dos parasitas

Nesses dois momentos o gato pode ter uma


morte súbita por dispneia.

O animal foi infectado e 3-4 meses eles


estão no pulmão gerando infecção. O
pulmão do gato inflama muito facilmente. No
atendimento de emergência faz corticoide e
desinflama e o gato sai da crise. O parasito
cria um ambiente favorável e diminui a
capacidade imunológica do gato e quando o
parasito morre de ‘’velho’’, isso aumenta a
capacidade imunológica do gato. O pulmão
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45 Clínica de pequenos mamíferos

A Doxiciclina mata a Wolbachia e sem ela


tem menor inflamação de outros órgãos,
menor inflamação pulmonar e diminui a
sobrevida do parasito e a capacidade dela
de se reproduzir.

A Lactona macrociclica causa paralisia no


sistema nervoso central dos vermes,
matando eles. Com isso, potencializa a
eficácia da Lactona. Se usar só a Lactona
demora muito mais tempo para matar e tem
muito mais efeitos colaterais.

Na prática:

1. Animal positivo dia 0 Doxiciclina


10mg/kg + Lactona Macrocíclica. Fazer
isso durante 30 dias a cada 6 meses. E
a cada 30 dias só a Lactona.
[ Exame de sangue/função renal e 2. Deu negativo mais 6 meses de
hepática Sangue pois haverá uma Doxiciclina
trombocitopenia. Função renal e 3. Deu negativo outra vez continua só
hepática, pois, se afeta veia vaca a com a prevenção = Moxidectina
filaria pode afetar fígado, rins, etc. injetável (Pro-Heart) a cada 6 meses
[ Ecocardiograma Pode visualizar para tratamento para o tutor não desistir
alguma filaria do tratamento (então, quando levar o
animal na clínica prescrever
TRATAMENTO DA INFECÇÃO Doxiciclina). É necessário repetir a dose
de Doxiciclina para realmente acabar
O objetivo é melhorar a condição clínica do com a Wolbachia.
paciente, eliminar todos os estádios de vida
do parasita e evitar complicações. Em casos de emergência utilizar corticoide
(prednisona).
Nos EUA Melasomina, Doxiciclina e
repouso. A Melasomina é o fármaco de Cirurgia Tratamento adulticida, não é
eleição nos EUA, porém é caro e arriscado curativo, melhora a hemodinâmica dos
pois se aplica na musculatura profunda pacientes. Fazer quando houver parasitos
então o cão tem que ficar muito parado (e visíveis em artéria pulmonar principal e
dói), mata todos os vermes de uma vez (se ramos lobares ou quando tiver síndrome da
tiver muito verme, entope as veias do veia cava. Animais muito pequenos o
animal) e o animal tem que ficar em uma cateter não passa, risco de romper a jugular
gaiola, sem se levantar. É um tratamento (mais em animais pequenos), verme se
radical. rompe (libera muito antígeno e animal pode
ter choque anafilático).
No Brasil O tratamento de eleição é
Doxiciclina + Lactona macrociclica.
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46 Clínica de pequenos mamíferos

Cardiomiopatias em Felinos
Existem algumas formas desta
CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA
cardiomiopatia, sendo que a mais comum é
a forma chamada de hipertrófica. A É a cardiomiopatia mais comum dentre elas.
cardiomiopatia hipertrófica é a mais comum
na clínica de pequenos animais. Ela será primária quando não existirem
fatores que possam levar a hipertrofia do
Atualmente, estabeleceu-se uma nova miocárdio. Se há presença de doenças
classificação das cardiomiopatias de acordo como hipertireoidismo, estenose aórtica,
com seu fenótipo: hipertensão arterial sistêmica, acromegalia
e consequentemente, houver a ocorrência
[ Hipertrófica Ocorre o aumento da de cardiomiopatia hipertrófica, então ela
espessura (concêntrica) das paredes será chamada de secundária (tem um
do ventrículo esquerdo. Para ela ser distúrbio primário gerando a hipertrofia, se
classificada como primária é necessário acabar com o distúrbio provavelmente a
que não se tenham doenças que hipertrofia irá acabar).
possam contribuir para esta hipertrofia,
como a estenose aórtica congênita e As raças de gatos que desenvolvem com
hipertensão arterial sistêmica (por maior frequência são: Persa, Sphynx, Main
hipertireoidismo, DRC). Tendo essas Coon, Ragdoll, British Shorthair. Essas
doenças e o paciente desenvolvendo a raças tem um padrão genético para
hipertrofia posteriormente, ela não será desenvolver essa doença.
primária.

[ Cardiomiopatia restritiva A
cardiomiopatia restritiva apresenta uma
forma miocárdica (afetando só o
miocárdio) ou forma endomiocárdica
(afetando miocárdio e endocárdio).
Essas formas são classificadas
histopatologicamente. Não é tão comum
de ocorrer. Há estudiosos que dizem
que essa cardiomiopatia é o estágio
final da cardiomiopatia hipertrófica (que Animal com doença hipertrófica,
evoluiu com processo de fibrose) observamos o ventrículo esquerdo com luz
aumentada e a espessura da parede
[ Dilatada Geralmente é secundária a aumentada.
deficiência de taurina, como nos cães.
Não é tão comum encontrar essa forma. O aumento de volume de sangue, gera uma
hipertrofia excêntrica, isso ocorreu nos
[ Arritmogênica Desenvolvimento de processos que já foram citados, como na
arritmias. Essa também é rara. doença valvar. O aumento de força,
resistência ao fluxo, gera uma hipertrofia
[ Não especifico Em alguns casos concêntrica.
não consegue diagnosticar exatamente
O aumento da contratilidade então, gera
o tipo de fenótipo.
uma hipertrofia do miocárdio ventricular, há
redução da luz do ventrículo (espaço que
devia ser preenchido por volume sanguíneo,
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47 Clínica de pequenos mamíferos

é preenchido por musculo) então diminui o apresentem processos inflamatórios


espaço que o sangue tem para entrar no extensos.
coração. Como a estrutura está hipertrofia,
ele fica menos complacente (menos Os pacientes também podem sair de
relaxado). Quando entrar em diástole, ele totalmente assintomáticos para morte
relaxa menos. Se ele relaxa menos, não súbita. Essa morte súbita pode ocorrer pelo
consegue se preencher adequadamente tromboembolismo ou pela presença de
e começa a ocorrer uma congestão das arritmias.
câmaras atriais que drenam o sangue para
Exame físico Na ausculta pode ouvir um
os ventrículos. Essa congestão vai gerar
sopro sistólico em foco aórtico ou mitral.
posteriormente um edema.

Em função dessa hipertrofia do miocárdio, o Por que o gato cardiopata pode


volume de sangue que sai do coração é
menor e ocorre a redução do debito
cardíaco. Coração se torna insuficiente e
desenvolver tromboembolismo?
todos os mecanismos compensatórios
serão deflagrados e vai gerar mais edema e Quando ocorre hipertrofia ventricular o átrio
congestão. não consegue ejetar todo seu volume para
dentro do ventrículo, ocorre dilatação atrial
O que é importante nessa doença é que o esquerda e essa dilatação pode ser muito
processo que leva a toda insuficiência e todo intensa. Com isso, começam a ter
processo congestivo é a disfunção saculações no átrio e nessas saculações o
diastólica, o ventrículo relaxa menos no sangue fica meio acumulado e há tendência
momento da diástole. desse sangue coagular. Muitas vezes, esse
coagulo pode cair na circulação e se tornar
Manifestações clínicas um embolo e posteriormente obstruir a
passagem para algum órgão, se tornando
um trombo. Por isso ele pode desenvolver
90% dos pacientes são assintomáticos.
tromboembolismo.
Como então sabe que o paciente está
desenvolvendo a doença? Faz exames de Além disso, quando a hipertrofia ventricular,
rotina, imagem, perfil hormonal, etc. as cordas tendíneas ficam frouxas, a valva
não se fecha adequadamente e pode
Geralmente não há presença de tosse,
ocorrer um refluxo sanguíneo em alta
geralmente quando ele tosse ele está
pressão. Esse jato pode bater na parede
desenvolvendo uma doença respiratória.
atrial, lesando endotélio e favorecendo
O que é muito comum observar no paciente para formação de coágulos e trombos.
é a taquipnéia ou dispneia. O paciente que
chega no consultório respirando Por que o gato cardiopata pode
intensamente e tem que realizar o exame
físico com cuidado pois pode haver uma
cardiomiopatia. Geralmente a dispneia
desenvolver sopro?
ocorre porque o paciente está
O sopro em foco mitral é a frouxidão das
desenvolvendo edema pulmonar e/ou
cordas tendíneas que faz com que tenha a
efusão pleural.
regurgitação do sangue.
Os pacientes podem sair de totalmente
Outro motivo para o sopro ocorre porque a
assintomáticos para sintomas de
hipertrofia do ventrículo obstrui a
tromboembolismo. O tromboembolismo
passagem do fluxo para aorta então o
não ocorre somente em gatos com doenças
fluxo fica turbulento e quando ausculta, tem
cardíacas. Ele pode ocorrer em gatos que
a obstrução de via de saída e percebe-se
um sopro em foco aórtico.
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48 Clínica de pequenos mamíferos

Outra causa do sopro é o movimento Os 5 p’s no tromboembolismo Pain


anterior da valva mitral. Quando o (dor), paralisia, perda do pulso, pecilotermia
ventrículo contrai, ele contrai com muita (redução da temperatura dos membros) e
força e esse folheto da valva mitral acaba palidez.
sendo sugado em direção a aórtica, fazendo
com que a valva não feche direito e DIAGNÓSTICO
consequentemente, o refluxo sanguíneo.
Radiografia de tórax Pode observar o
Manifestações clínicas do coração com formato de valentine’s shape
pois os átrios aumentam, mas o ventrículo
não dilata. Pode ser observado também
tromboembolismo congestão pulmonar venosa, edema
pulmonar e efusão pleural. Mas
Quando o paciente desenvolve o normalmente quando suspeita de efusão
tromboembolismo é um quadro pleural, a primeira medida vai ser remover o
emergencial. Normalmente é agudo. O liquido do tórax do paciente.
coagulo que se desprende, cai na
coagulação, se torna um embolo e Ecocardiograma Padrão ouro. Ele
posteriormente um trombo. Esse trombo determina se tem ou não a hipertrofia
pode obstruir diversos locais. ventricular. Faz avaliação morfológica do AE
(sístole e diástole). Geralmente encontra a
Uma das formas mais comuns é a obstrução espessura da parede do ventrículo
total dos membros posteriores então o esquerdo aumentada (para gatos
paciente desenvolve paresia dos membros pequenos o limite é 5mm e para gatos
pélvicos (90% dos casos de grandes o limite é 6mm). Se o valor está
tromboembolismo há essa paresia). Ele limítrofe, vai verificar o átrio esquerdo. Se
pode obstruir a artéria cerebral, e quando ele está dilatado, então considera que
isso ocorre, o animal morre de forma súbita. mesmo sendo valor limítrofe ele tem um
Pode atingir artéria renal, grau de hipertrofia. Átrio dilatado e
consequentemente tendo injuria renal espessura entre 5 e 6 é hipertrofia.
aguda. A artéria mesentérica também
pode ser atingida e o animal apresenta
problemas gastrointestinais, perda de
Classificação
apetite, vomito, diarreia e o diagnóstico para
isso é mais complicado que nos outros [ Estágio A Predisposição para a
casos. doença
[ Estágio B Assintomático
Então, as manifestações são: B1 – AE normal ou dilatação leve
B2 – AE dilatado moderadamente a
[ O paciente com tromboembolismo grave
vocaliza muito, pois sente muita dor
[ Estágio C Sintomático. ICCE ou
[ Ausência ou diminuição do pulso que TEA
pode ser uni ou bilateral
[ Estágio D Paciente grave refratário
[ Paresia dos membros pélvicos ao tratamento
[ Desenvolvem hipotermia das

[
extremidades
Cianose ou palidez dos coxins
Tratamento
[ Paciente pode apresentar necrose no [ B1 ou B2
estágio final
[ Pode atingir artéria cerebral, renal e 1. Clopidogrel Se o animal tem
mesentérica dilatação atrial esquerda usa-se o
Clopidogrel (agente antiplaquetário)

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49 Clínica de pequenos mamíferos

para evitar que o paciente desenvolva [ C ou D (crônico)


tromboembolismo.
1. Uso de furosemida e/ou Torasemida
2. Atenolol Se o animal apresenta (depende da gravidade)
disfunção diastólica utiliza-se Atenolol 2. Clopidogrel
(beta bloqueador para haver 3. Espirinolactona (pode entrar ou não no
vasodilatação) protocolo, depende da resposta do
paciente)
3. Pimobendan Se o animal apresenta 4. IECA
disfunção sistólica (tem por causa da 5. Pimobendan
hipertrofia do miocárdio, e ocorre fibrose
e essa fibrose gera uma disfunção O paciente acabou de sair de um quadro
sistólica) então usa-se Pimobendan. E congestivo de edema então espera um
para ajudar nos mecanismos tempo para entrar com betabloqueador. Se
compensatórios associa IECA o quadro congestivo estiver totalmente
(Benazepril e Enalapril). controlado entra com o betabloqueador.

4. Atenolol Se o animal apresenta Tromboembolismo aórtico


obstrução dinâmica da via de saída do
ventrículo esquerdo é indicado Atenolol. É um processo grave e que pode estar
Se o paciente possui taquiarritmias associado a outras doenças, não só a lesão
ventriculares utiliza Atenolol ou Sotalol cardíaca. 90% dos animais não tem chances
(não é muito comum) muito grandes de sobrevivência.

[ C ou D (agudo) [ Emergência

Apresenta edema pulmonar ou efusão Se o paciente chegou na emergência é


pleural, etc. indicado dar um comprimido inteiro de
Clopidrogrel.
1. Sedação e oxigênio Pois, o animal
sente muita dor e fornecer oxigênio na Além disso, administrar heparina (não irá
forma mais confortável para o paciente. desfazer o trombo, irá impedir de um trombo
‘’aumentar’’).
2. Furosemida intravenosa Quando
houver edema pulmonar (para gato a É importante estabelecer o controle da dor
dose é menor) (pois a dor é muito intensa) com Metadona
+ Dipirona ou Fentanil (cuidado com
3. Toracocentese Na presença de bradicardia). Se houver uma causa de base,
tratar ela.
efusão pleural.

4. Pimobendan/Dobutamina Se o Prevenção
paciente tiver baixo sinal de baixo debito
cardíaco utiliza Pimobendan ou Clopidogrel Átrio dilatado, faz o
Dobutamina. medicamento.

Doença Renal Crônica


Lesão renal irreversível que gera reparação permanecerem funcionais (remanescentes)
da estrutura renal com tecido cicatricial vão sofrer uma hipertrofia porque eles vão
fibroso. Os néfrons que ainda tentar suprir a função do que morreram.
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50 Clínica de pequenos mamíferos

Vai haver uma redução lenta e progressiva metabólitos tóxicos do organismo e


da função renal até perda a total função. eletrólitos em excesso. Se o rim não está
O objetivo com um paciente DRC é funcionando de forma adequada, ele
reconhecer que este processo está começa a eliminar uma quantidade grande
acontecendo e tentar retardar essa de líquido do organismo, porque ele não
evolução, diminuindo processos consegue concentrar a urina.
inflamatórios, diminuindo a sobrecarga renal
(excreção de metabólicos). Assim o paciente perde líquido, o que
ocasiona um aumento da ingestão de água,
ou seja, vai apresentar poliúria e
Causas polidipsia.

[ Qualquer processo que causa lesão Coloração de urina clara baixa


renal de forma constante, processo concentração
inflamatório, fármacos expostos que
cause sobrecarga renal.
[ Lesões articulares – Uso de AINES Consequências da disfunção
[ Cardiopatas
[ Lesões estruturais com transmissão
genética Rim policístico no gato
renal
(persa, main coon, russion blue) cães
(shihtzu e lhasa apso) A perda de água em excesso vai causar um
[ Congênitas Agenesia renal (nasce desequilíbrio hídrico, causando a
sem um dos rins, o outro se desidratação do animal.
sobrecarrega)
[ Adquiridas Processos infecciosos Desequilíbrio eletrolítico pela excreção
(Erlichia e Babesia frequente) ou aumentada, causando um distúrbio
tóxicos (fármacos) metabólico. Desequilíbrio mineral,
[ Questões familiares Amiloidose principalmente do cálcio e do fosforo.
(distúrbio metabólico – perda de função
renal) Desequilíbrio ácido/base, o paciente pode
[ Neoplasias Linfoma desenvolver uma acidose metabólica.
[ Idiopáticas
Regulação da pressão arterial também vai
Patogenia ficar prejudicada e o paciente começa a
apresentar hipertensão.
O processo gera a perda excessiva de
néfrons. Essa perda acaba ocasionando A produção de eritropoietina também fica
uma área extensa de fibrose associada a prejudicada, esse paciente começa a
um processo inflamatório crônico, o que apresentar anemia.
gera mais fibrose. Ocorre então a
A excreção de metabólitos fica prejudicada,
sobrecarga e hipertrofia dos néfrons
o paciente passe a acumular compostos
remanescentes, fazendo com que tenha
nitrogenados no corpo o que passa a
uma redução da taxa de filtração
apresentar azotemia, e dependendo do
glomerular e assim, ativando SRAA. Isso
nível, o paciente pode começar a apresentar
vai gerar hipertensão glomerular e
processos inflamatórios no organismo
abertura dos poros do glomérulo, da
(síndrome urêmica)
polaridade da célula e a albumina passa, o
que não ocorre normalmente. Então vai ter
perda de proteína pela urina, tendo Estadiamento da doença renal
processo inflamatório e gerando mais
fibroses. Sociedade internacional de interesse renal
(IRIS) tem como objetivo estabelecer formar
A função do rim é manter o volume de Estadiamento e diagnóstico precoce de
sanguíneo, reter água, além de excretar os doenças renais.
CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO
51 Clínica de pequenos mamíferos

[ Pacientes de risco exames de sangue (hemograma,


bioquímica renal e hepática).
Pacientes com pré-disposição (raças, uso
de fármacos de forma crônica) Um aumento de 0,3 mg/dl de creatinina, em
exames consecutivos com intervalo de 6
Creatinina sérica Não é um fator que vá meses, esse paciente já está
ver a doença renal precocemente. Se desenvolvendo uma lesão renal.
apresentar uma concentração muito acima
do normal, significa que mais de 75% da [ Proteinúria persistente Também é
função do rim já foi perdida. Se está um indicativo de lesão renal
aumentando de forma gradativa, quer dizer [ Redução de hematócrito e contagem
que esse paciente pode começa a de hemácias progressivo
desenvolver uma lesão renal. Intervalos de 6 meses, diminuição
gradativa.
[ Estágio 1
Doença renal crônica compensada:
Paciente não azotemico (não tem elevação
de ureia e creatinina) mas já apresenta [ Poliúria
anormalidade renais (ultra – apresentação [ Polidipsia
de fibrose), EAS (densidade urina baixa), [ Bioquímica renal – Azotêmico (alta de
palpação da estrutura renal (diminuiu), creatinina e ureia, mas não é urêmico)
exames de rotina proteinúria de origem [ Anemia persistente
renal (vindo de processo inflamatório) – [ Hipertensão arterial sistêmica (alguns
pode não ser de origem renal, tem que se pacientes) – acima de 160 mmHg
ver se não tem outra patologia em trato seriadas.
urinário. Aumento nos níveis séricos de Doença renal crônica descompensada
creatinina em exames séricos. com síndrome urêmica manifesta:

[ Estágio 2 [ Uremia discreta grave


[ Azotemia Inapetência, vomito
Azotemia renal leve, sinalização de que a esporádicos a frequentes, diarreia,
doença renal está ali (poliúria e polidipsia), apetite caprichoso ou ausência de
lesão renal mais extensa na ultra. apetite, perda de peso progressiva.
[ Hipertensão arterial sistêmica
[ Estágio 3 [ Cegueira súbita Hifema
[ Anemia persistente
Azotemia moderada, sinalização de doença [ Felinos Cegueira, distúrbios de
renal (anemia persistente, redução de micção, comportamento inadequado,
contagem de células sanguíneas, alteração pelos descuidados, urina em vários
na relação cálcio/ fosforo). locais da casa, não se lambe.
[ Ventro flexão cervical (andar
[ Estágio 4 plantígrado) Quando o potássio está
baixo, o paciente desenvolve uma
Sem dúvidas é um paciente renal. Sinais de fraqueza muscular.
síndrome urêmica: vômitos, diarreia,
inapetência e sinais neurológicos.
Diagnóstico
[
Manifestações clínicas Por imagem

[ Ultrassonográfica Alterações
Perda da função renal assintomática, ou morfológicas crônicas, já um paciente
seja, não sinaliza, geralmente se suspeita DRC.
quando se faz exames de rotina no paciente.
Lesões corticais Referem-se a lesões
É de extrema importância, sempre solicitar
glomerulares

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52 Clínica de pequenos mamíferos

Lesões medulares Lesões tubulares alta, paciente que acabaram de fazer


exercícios intensos.
Lesão difusa Perda da definição cortico
medular Potássio Não é comum estar alterada,
só em casos de síndrome obstrutivas, uso
[ Radiografia Nos gatos pode mostrar de fármacos e hiperadrenocorticismo
a diminuição da estrutura renal. Nos (hiperpotassemia) e a perda crônica devido
cães também, mas menos. a poliuria (hipopotassemia)
[ Tomografia Contraste pode causar
prejuízo renal A ureia, quando elevada sozinha, não é um
marcador de lesão renal, junto a creatinina
[ Laboratoriais sim. Essa elevação pode se dar por uma
dieta a base de proteína ou hepatopatias.
[ Urocultura Necessária para
descartar causas infecciosas. Complicações metabólicas
[ Urinálise Coletar por cistocentense
guiada. Por sonda pode ter [ Hipertensão arterial sistêmica
contaminação. A análise da urina tem [ Hiperparatiroidismo secundário renal
que ser rápida, não pode ser coletada [ Anemia normocítica normocrômica
no dia anterior. O uso dos diuréticos tem

[
influência na densidade.
Alterações da urina em DRC
Tratamento
Alterações de densidade, estando
abaixo do normal, estando menos Inicia no momento em que se diagnosticou
concentrada. a doença renal crônica no paciente que só
A glicosúria também é indicativo de estava apresentando uma discreta
problema no rim. Se o paciente for sintomatologia.
hiperglicêmico e apresentar glicosúria, quer
O objetivo sempre vai ser manter a
dizer que o paciente pode estar com um
qualidade de vida do paciente, tratando
quadro de diabetes, mas se não for
apenas o que for necessário. Deve-se evitar
hiperglicêmico e tiver glicosúria, é porque a
estímulos para lesão renal, como por
lesão está no rim.
exemplo cardiopatas ou articulares. Não se
A cilindrúria é a análise do sedimento deve fazer privação hídrica, é água à
urinário, a presença dele indica uma lesão vontade para o paciente real. Deve-se evitar
tubular (glicosúria também). ao máximo crises urêmicas.

A proteinúria vai ser avaliada no EAS e na 1. Manejo nutricional da DRC


relação proteína/creatinina urinária (RPC), Base do tratamento do paciente. Como é
não pode ter infecções. feito?

Abaixo de 0,2 – não é proteinúrico/ acima de [ Nunca se deve tirar a proteína por total,
0,5 é proteinúrico e azotemico também no caso dos gatos deve-se ofertar uma
proteína que o organismo dele aproveite
[ Hemograma completo Redução de logo e faça menos formação de
hematócrito de forma seriada. Anemia metabólitos tóxicos – proteínas de alto
não regenerativa normocítica
teor biológico (HILL`S)
normocrômica.
[ SDMA Exame precoce de problema [ Restrição de fosforo e sódio.
renal. [ Suplementação de potássio, vitaminas e
[ Bioquímica sérica Creatinina só ácidos graxos essenciais.
aumento com lesão acima de 75% do
rim, ela mostra como está a filtração
glomerular. Ela sofre influência do
metabolismo muscular, então paciente
caquéticos tem perda proteica muito

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53 Clínica de pequenos mamíferos

Se o volume estiver acima de 2ml/kg/hora,


2. Suplementação e nutracêuticos significa que está normal.

[ Antioxidantes e anti-inflamatórios
naturais Ômega 3
Fluido terapia de manutenção:
[ Renadvanced – auxiliam na redução da
absorção intestinal de derivados Perda mensurável (vomito e diarreia) +
nitrogenados (caro).
volume total + perda insensível prevista =
3. Hidratação 44-66 ml/kg/dia

Fluido de reposição – em casos de não estar


[ Fluidoterapia Via subcutânea, oral
urinando! Tem que ter cuidado para não
ou IV (ainda não está em crise urêmica).
Deve-se estimular a ingestão de água, causa edema.
dieta úmidas. Em casos de crise
urêmica tem que se fazer a fluidoterapia A diurese mais intensa vai ser feita quando
IV. O primeiro objetivo é a correção do o paciente estiver urinando
desequilíbrio hidroeletrolítico. adequadamente, estando hidratado.

Crise urêmico: edema peritubular –


Tratamento em crises urêmicas diminuição ou para de urinar. Os diuréticos
de alça são importantes para diminuir esse
Se o paciente é: edema e promover diurese.

[ Não oligúrico: urina bastante; é mais Começa administrando as doses mais


fácil de se tratar. Como se sabe? Ele baixas e a cada 30 min a 1hora, até o animal
produz acima de 2ml/kg/hora de urina aumentar o volume urinário. No cão não se
(volume normal) ultrapassa de 12mg/kg. E não gato se repete
[ Oligúrico: apresentar uma redução do mais de uma vez.
volume para menos de 1ml/kg/hora.
Isso se sabe com o paciente internado Se o volume normalizou, pode manter a
em circuito fechado com sonda. furosemida em infusão continua a
Qual o tipo de fluido mais adequado? 1mg/kg/hora. Sempre acompanhando com
exames de bioquímica para ver se não vai
[ Não oligúrico – Soro ringer lactato ter desequilíbrio por altas doses de
[ Oligúrico ou anúrico – Se evita o ringer furosemida.
lactato. Soro fisiológico!
Cálculo de fluido: Se não responder, vai se associar a
dopamina em infusão continua para
Primeiro deve-se avaliar a porcentagem de promover a taxa de filtração glomerular e
desidratação do paciente, de acordo com tentar reestabelecer a diurese do paciente.
ela, se cálculo o volume de fluido que vai ser
administrado em 6 horas no paciente. É sempre importante saber se o paciente
não está recebendo outros fármacos, como
% desidratação X peso X 10 = volume total a gentamicina. Tem um sinergismo entre a
de fluido em 6 horas. furosemida e a gentamicina, o que pode
causar mais lesão renal.
Deve-se associar nesse volume a perda
insensível prevista, ou seja, o que ele Se mesmo com esse manejo o paciente não
perderia com vomito e diarreia + a urinar, pode-se usar o MANITOL, um
desidratação. Esse volume regula entre 20- diurético osmótico. Se chegou a esse ponto,
22ml/kg/dia é porque a lesão já bem grave e
provavelmente o paciente não vai responder
Depois da fluido vai se fazer uma muito bem aos tratamentos.
reavaliação do paciente, o produto urinário.

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54 Clínica de pequenos mamíferos

Se o paciente não responder ao manitol, já


se pode pensar em dialise/hemodiálise. Não
Tratamento para casa
é qualquer paciente que pode fazer dialise.
[ Ração terapêutica
Diálise: [ Manutenção dos fármacos
[ Acompanhamento da função renal
[ Diminuição dos compostos
nitrogenados do organismo do paciente
de forma momentânea.
[ Várias sessões Complicações da doença
[ 1ª opção em IRA
Lesões em órgãos alvo:
Hiperpotassemia Se o paciente tiver a
pré-disposição para um quadro de Coração Hipertrofia concêntrica do
hiperpotassemia. Se não for corrigida com a ventrículo esquerdo – Ecocardiograma
diurese. Quando promove a diurese, a fluido
terapia os quadros de hiperpotassemia se SNC Desorientação e convulsões
corrigem, não é necessário intervir na
concentração alta de potássio. Caso não Oftalmo Retinopatia hipertensiva e
normalize, se faz o uso de fluido com baixa cegueira súbita (Hifema)
de potássio e se corrige com a insulina 1. Hipertensão
irregular associada a administração de
glicose. O paciente além da crise urêmica pode
começar a sinalizar a hipertensão arterial
[ Gluconato de cálcio como tratamento sistêmica.

Um paciente em crise urêmica não vai Se o paciente tem pressões acima de 140 e
apresentar só as alterações eletrolíticas, vai já tem evidência de lesões em órgãos alvo,
apresentar alterações sistêmicas como tem que se fazer a pressão seriada do
vômitos, diarreia e assim tem que se pensar paciente. Se mantiver alta, tem que se tratar.
em proteger essas mucosas. A uremia
causa um processo inflamatório muito Acima de 180 já se trata, não precisa fazer
intenso das mucosas, então vai se a aferição seriada.
administrar fármacos para esse controle
O tratamento da hipertensão será feio:
desses processos.
Se acima de 200mmHg com inibidores da
[ Vai se diminuir a quantidade de vomito ECA (Enalapril e Benazepril)
Anti eméticos
[ Protetor de mucosa gástrica Nos gatos pode se usar Anlopidino ou
Omeoprazol Bloqueadores de angiotensina 2
[ Após o vomito estiver controlado – (Telmisartan)
Estimulantes de apetite
Esses fármacos além de controlar a
Ciproheptadina (cães) Mirtazapina
hipertensão, também vão controlar a
(gatos)
proteinúria. Se o animal for proteinúrico,
Paciente poliúrico ou oligúrico: mas não for hipertenso, devo entrar com
esses fármacos? Só em casos o paciente
Tratamento conservador primeira, com não responda ao manejo nutricional.
fluido terapia. Caso não responsa, entrando
em anúria, se encaminha para a
hemodiálise.

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55 Clínica de pequenos mamíferos

2. Hiperparatireoidismo secundário
renal

Observa-se um aumento do volume das


paratireoides:

[ Cães – osteodistrofia (mandíbula de


borracha)
[ Gatos – calcificação dos tecidos moles
(estomago, rim, aorta)
Acontece porque o paciente desenvolve a
hiperfosfatemia em função a uma
hipercalciúria e a redução da produção da
enzima alfa 1 hidroxilase renal, que é
ativadora de vitamina D para a absorção de
cálcio da dieta

O tratamento será:

[ Redução da absorção de fosforo da


dieta – Quelantes de fósforo (hidróxido
de alumínio) junto com a alimentação.
[ Carbonato de cálcio – cuidado com a
hipercalcemia
[ Acetato de cálcio – cuidado com a
hipercalcemia
[ Renadog – caro; cuidado com a
hipercalcemia
[ Administração de vitamina D ativa –
Calcitriol. Em casos que alta
concentração de fosforo não é indicado
o uso.

3. Anemia arregenerativa
normocítica normocrômica

A eritropoietina está sendo produzida em


níveis muito baixos, sendo abaixo de 20%
no hematócrito é feita a transfusão
sanguínea com eritropoietina recombinante
humana associada.

Administração de eritropoietina
recombinante humana tem o risco de
formação de anticorpo anti EPO, por ser de
humano. Em paciente hipertenso se diminui
as doses pela metade.

Tratamento com sulfato ferroso.

CLÍNICA DE PEQUENOS MAMÍFEROS |MARIA LUIZA BORGES BARRETO

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