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“É o estudo da ação de substâncias administração e tempo de

químicas em um organismo vivo. tratamento. Ex: 10mg TID durante 7


Contribui para a aplicação dos dias).
conhecimentos, desenvolvimento
SID: (semel in die): uma vez
de raciocínio lógico para a
ao dia/ a cada 24 horas.
manutenção da saúde animal,
BID: (bis in die) duas vezes ao
tratar as enfermidades e aliviar o
dia/ a cada 12 horas.
sofrimento.”
TID: (ter in die) três vezes ao
CONCEITOS BÁSICOS: dia/ a cada 8 horas.
QID: (quarter in die) quatro
Droga: qualquer substância
vezes ao dia/ a cada 6 horas.
química que possa causar
alterações (benéficas ou maléficas) Dose: quantidade de medicamento
no organismo vivo. Ex: ibuprofeno, necessário para promover a
amoxicilina e dipirona). resposta terapêutica.

Medicamento: qualquer substância Dosagem: inclui, além da dose, a


química aplicada em um frequência de administração.
organismo que vise efeitos
Veículo farmacológico: é o meio no
benéficos. Todo medicamento é
qual a droga está dispersa (líquido).
uma droga, mas nem toda droga é
O veículo farmacológico não
um medicamento.
interage com o organismo.
Fármaco: sinônimo de droga ou
Excipiente: meio no qual a droga
medicamento.
está inserida (sólido).
Remédio: tudo aquilo que cura, Normalmente derivado de amido.
alivia ou evita uma enfermidade.
Ação do fármaco: consequência
Podem ser medicamentos ou
inicial da interação droga receptor.
agentes físicos (ducha, massagem
Ativação do receptor.
e acupuntura).
Efeito do fármaco: alterações
Xenobiótico: são substâncias
bioquímicas e fisiológicas em
exógenas ao organismo.
consequência da ação do fármaco.
Tóxico: substâncias químicas que
AÇÃO DOS FÁRMACOS:
trazem efeitos maléficos ao
organismo. Efeitos: resultado do mecanismo
de ação.
Há drogas que podem ser
remédios para uma espécie e Efeitos colaterais: resultados
tóxica para outras, como por indesejados. Ativa outros
exemplo, o Paracetamol que é um receptores.
remédio para cães e tóxico para
gatos. Contraindicações: situações nas
quais a administração da droga se
Posologia: estudo das dosagens torna inviável.
dos medicamentos com fins
terapêuticos. Dose, frequência de
Fármacos de uso restrito: deve ter Hiperreativos: resposta exagerada
muito cuidado ao utilizar caso não ao medicamento, mas dentro do
tenha outra opção. esperado. Ex: cloridrato de
acepromazina, pré-anestésico em
Fármacos proibidos: não podem
cães, pode ter hiper-reatividade
ser administrados.
causando efeito anestésico.
Ao administrar paracetamol
Hiporreativo ou tolerância:
em gatos, quando metabolizado
Tolerância é quando o organismo
gera glicoruniltransferase
se acostuma com um
circulante na corrente sanguínea
medicamento e vai deixando de
por 120 dias. Se liga a hemácias e
fazer efeito, para se ter os mesmos
junto se liga o oxigênio, matando o
efeitos terapêuticos de antes de
animal por asfixia.
adquirir tolerância basta realizar
reajuste da dose ou da frequência
de administração. Já a
hiporreatividade é a resposta do
organismo abaixo do esperado.

Taquifilaxia: é uma tolerância


rápida. Ex: toma o remédio e na
segunda vez já não faz efeito.

Hiperssensibilidade: resposta
alérgica.
Lavar olho do animal com
água boricada gera úlcera de Superssensibilidade: é uma
córnea. resposta hiperreativa, a diferença é
que há uma resposta exagerada
com uma dose pequena.

Efeito cumulativo: quando há


associação medicamentosa, tanto
os efeitos terapêuticos quanto os
colaterais se acumulam.

Idiossincrasia: quando há efeito


inesperado do fármaco.
FATORES QUE INTERFEREM NA Idiopático: enfermidade sem causa
AÇÃO DOS FÁRMACOS: definida.
Intrínsecos: viabilidade Medicamentos magistrais: são os
individual de cada indivíduo. fármacos manipulados (sem ação
Extrínsecos: fatores comprovada).
dependentes do fármaco.
Como a composição, locais Especialidades farmacêuticas: são
de ação e tamanho das os fármacos comprados em
moléculas. farmácia, tem formulação
conhecida, ação testada e
FATORES ANORMAIS DOS controlada, forma estável,
FÁRMACOS: comercializados preparados e
embalados, recebem nome Creme: mais líquido
fantasia (nome comercial), com absorção mais
produzido em laboratórios rápida.
farmacêuticos.
Medicamento Intercambiáveis Medicamento Unguento: pasta, não
genérico de referência absorvível.

Não- Não- Colírio: uso tópico nos


Intercambiáveis
Medicamento
Intercambiáveis olhos.
similar Injetável: IM, IV, SC, ID,
intraperitoneal.

Medicamento genérico é
Elixir: à base de álcool.
exatamente igual ao medicamento
de referência, o que muda é a caixa Xarope: à base de açúcar
e as vezes o laboratório. Já o (glicose).
medicamento similar possui efeito
Loção: líquido, tópico.
parecido, mas o princípio ativo não
é igual.

FORMA FARMACÊUTICA: Emulsão: mistura de pó


em líquido e é totalmente
Comprimido: pode ser
dissolvido.
fragmentado.
Suspensão: a substância é
Cápsula/ cápsula
inerte, não dissolve,
gelatinosa: são fármacos
utiliza apenas para
que devem ser absorvidos no
facilitar a administração.
estômago, tem gosto ou odor ruim.
A cápsula tem pó e a cápsula Premix: ração com
gelatinosa tem líquido. medicação.
Drágea: deve ser Pour-on/ Spot-on:
absorvida no
intestino, é um
comprimido Inalatório:
envelopado para proteger da ação
do suco gástrico. A drágea não
pode ser fragmentada.

Vela uterina: Clister/ Enema: administrado no


muito utilizado colo do reto.
após cesariana em vacas, é um
composto antibiótico.

Pomada: viscoso
com absorção mais
lenta.
pacientes conscientes e
inconscientes, o fármaco não sofre
metabolismo de primeira
passagem e é a mais comumente
utilizada. A preparação precisa ser
estéril, é invasiva e dolorosa, há a
probabilidade de lesão tecidual
local. Tratamento injetável nunca é
ENTERAL: feito em casa.
Via oral: “fácil” administração; Intramuscular (IM): deposição
sólidos e líquidos; ação do pH da medicação profundamente
gástrico e metabolismo de em tecidos musculares
primeira passagem. esqueléticos. A absorção é mais
Alguns fármacos são inativados rápida por ser muito
pelo pH ácido do estômago; o vascularizada, sendo menos
metabolismo de primeira dolorosa devido a menor
passagem passa pelo fígado. quantidade de nervos
sensoriais.

Via retal: via alternativa a via Subcutânea (SC): a absorção é


oral, normalmente utilizados mais lenta, pois a droga é
para animais que apresentam depositada no SC, que é menos
vômito, também pode ser vascularizado, mas ricamente
utilizado quando não quer que o suprido por nervos sensoriais.
medicamento sofra Drogas irritantes não podem ser
metabolismo de primeira administradas nessa via.
passagem (metabolismo
hepático). Possui absorção mais
lenta e irregular.

Intravenosa (IV) ou Endovenosa


(EV): o fármaco não precisa ser
PARENTERAL: absorvido e os efeitos são
produzidos imediatamente.
É a via de ação mais rápida e Uma vez injetado um fármaco,
segura, pode ser utilizado em
não há maneira de retirá-lo. validade de 30 dias e deve ser
Constitui a via mais perigosa. escrita na forma IMPERATIVA.

Responsabilidades:

Aspectos clínicos
Aspecto profissional: não
pode suspender um
tratamento de outro
profissional sem antes avisá-
lo.
Outras vias de administração: Legal: normas de como
realizar prescrições.
Intrauterina
Intra-mamária CLASSIFICAÇÃO DAS
Oftálmica PRESCRIÇÕES:
Auditiva Higiênicas: prevenção e controle
Intraperitoneal de alguma doença (Ex: carrapato,
Dérmica
pulga, sarna...).
Inalatória
Intratoráxica Medicamentosas:
Intracardíaca
Medicamentos farmacopeicos
Intratecal e epidural
Medicamentos magistrais
Intranasal
Especialidades farmacêuticas
Vaginal
Uretral COMPOSIÇÃO DA PRESCRIÇÃO:
ESCOLHA DA VIA DE Cabeçalho: dados profissionais
ADMINISTRAÇÃO: (nome, CRMV, e-mail...).
Superscrição: dados do
Efeito local ou sistêmico;
paciente e proprietário (nome/
Propriedades da droga e da
espécie).
forma farmacêutica
Inscrição: modo de
administrada;
administração; nome ou
Idade e estado corporal do
fórmula do medicamento; via
paciente;
de administração (oral, IV, IM,
Tempo necessário para o início
SC, tópico).
do efeito;
Subscrição: informações ao
Duração do tratamento;
farmacêutico.
Obediência do regime
Indicação: informações sobre a
terapêutico.
administração do
medicamento.
Assinatura e firma profissional:
sempre contendo data.

Prescrição ou receita é a
ordem escrita de instruções ao
paciente ou farmacêutico. Possui
Portaria 344 de 12 de Maio de 1998
Anexo I – Lista de
substâncias e medicamentos
sujeitos a controle especial.

A – Entorpecentes e psicotrópicos:

Notificação amarela;
Fornecida pela ANVISA;
5 ampolas ou 30 dias de
tratamento;
Fentanil, Petidina, Morfina e
Tebaína. D – Substâncias entorpecentes
e/ou psicotrópicas

E – Plantas que podem gerar/


originar entorpecentes e/ ou
psicotrópicos.

F – Substâncias proscritas.

Conversão de medidas:
÷100 ÷100
B – Psicotrópicos e anorexígenos.
Ug -> mg -> g -> kg Ul -> Ml -> L
Notificação azul;
5 ampolas ou 60 dias de
X 100 X 100
tratamento;
Barbital, Bromazepam, Gotas: 1 mL=20 gotas
1 gota=3µ gotas
Clonazepam, Fenobarbital,
1 mL= 60µ gotas
Tiopental;
1 hora = 60’
1’ = 60’’

C – Neuroepiléticos, É o ramo da farmacologia


imunossupressores e outras que estuda o movimento dos
substâncias sujeitas a controle fármacos no organismo do animal.
especial. Esse processo envolve:

Receita em duas vias Absorção:


Acepromazina, Cetamina, Distribuição:
Etomidato e Halotano. Biotransformação:
Excreção:

Após a administração do
fármaco ele será absorvido, terá
uma certa concentração desse
fármaco no sangue na qual será
distribuído para agir nos tecidos ou
será metabolizado e excretado.
Ação do fármaco nos tecidos é Para o fármaco fazer efeito
dinâmica (o que o fármaco faz com deve passar por barreiras;
o organismo).
Biodisponibilidade: quantidade de
Farmacocinética é o que o droga que chega à circulação
organismo faz com o fármaco; sistêmica para ser distribuída e
Farmacodinâmica é o que o fazer efeito. Há perdas durante o
fármaco faz com o organismo. processo de absorção ao passar
pelas barreiras
Efeito farmacológico ->
Resposta clínica -> Toxicidade ou Medicamento via oral tem
eficácia. baixa disponibilidade enquanto a
IV tem 100% de biodisponibilidade.
Após a droga ser administrada a
sua concentração plasmática vai Concentração mínima eficaz
aumentando (processo de (CME): também chamado de nível
absorção) até atingir seu pico, a plasmático eficaz. Toda droga
medida que a droga vai se administrada tem que atingir o
distribuindo para os tecidos a CME, caso contrário não fará efeito.
concentração plasmática diminui
A biodisponibilidade serve
chegando aos órgãos metabólicos
para avaliar a viabilidade da via de
(fígado, rins e pulmões). À medida
administração.
que a droga é transformada, vai
sendo eliminada (urina, fezes, suor, VIAS DE ADMINISTRAÇÃO:
lágrima, cera de ouvido, leite...).
Intramuscular: a absorção
A droga na corrente sanguínea ocorre pelos capilares
pode estar na sua forma livre vasculares. Em animais de
(aquela que vai alcançar o seu sítio produção, principalmente de
ativo, ou seja, aquela que vai fazer corte, não é administrado nos
efeito e voltar para o sangue). A glúteos para não danificar o
partir do sangue ela pode se músculo.
conjugar nas proteínas
plasmáticas, pode ir para algum Vantagens: mais rápida
reservatório (tecido adiposo, ossos, absorção, biodisponibilidade de
pelos), pode ser metabolizada (sai 80-100% (ocorre perda para as
do sangue para ser metabolizada e células de defesa dos músculos
volta na forma de metabólitos, para chamados de histiócitos), é a via
depois ser excretada), ou a droga adequada para a administração de
pode ser eliminada na forma livre. volumes moderados podendo ser
aquosos ou não.
Absorção dos fármacos:
Desvantagens: dor, lesão
Transferência de um fármaco muscular e inflamação.
desde o local de aplicação até a
corrente sanguínea; Intravenosa/ endovenosa:
A velocidade de ação depende absorção 0 (não precisa ser
da velocidade de absorção: absorvida).
quanto mais rápida a absorção, Vantagens: efeito rápido,
mais rápido será o efeito; biodisponibilidade de 100%, pode
ser administrado grandes volumes FATORES ENVOLVIDOS NA
em infusão lenta (excesso de soro ABSORÇÃO DOS FÁRMACOS:
no animal pode ralear o sangue,
Ligados ao medicamento:
fazendo com que o transporte de
calor seja prejudicado, podendo Lipossolubilidade: quanto mais
levar o animal a óbito), aplicação de lipossolúvel melhor a absorção.
substâncias irritantes sem causar Peso molecular: quanto menor
reação (IM causa reação, vacina é o peso molecular melhor a
extremamente irritativa, tem que absorção.
ser administrada IM para que cause Grau de ionização: quanto
a reação, reconhecimento e maior a carga elétrica, menor
imunização do patógeno será a absorção (mais difícil de
administrado), possibilidade de entrar nas células).
controle de dose para evitar efeitos Forma farmacêutica: mesmo
tóxicos (devido a infusão lenta). medicamento de formas
diferentes, por exemplo,
Desvantagens:
dipirona -> gotas (melhor
superdosagens em aplicações
absorção, excreção mais rápida)
rápidas (excesso da droga pode
comprimido (absorção e
gerar reação, nessa via é muito
excreção mais lentas).
difícil a retirada do fármaco depois
de aplicado), impróprio para Ligados ao organismo:
solventes oleosos ou substâncias
insolúveis (apenas veículos •Via de administração:
aquosos), risco de embolia, Vascularização do local: quanto
irritação do endotélio vascular, mais vascularizado, maior a
infecção por materiais absorção (quando se usa gelo
contaminados (pode ocorrer em em uma área anestesiada, o
qualquer via injetável), reação gelo irá gerar vasoconstrição,
anafilática. diminuindo o tempo de
Oral: a absorção dessa via vai absorção e aumentando o
depender das ações das tempo de anestesia).
enzimas digestivas, pka da Superfície de absorção: quanto
droga, pH do meio – maior a superfície de absorção
dissociação, lipossolubilidade, maior será a absorção.
metabolismo de primeira Permeabilidade capilar:
passagem (metabolizado pelo
fígado, quando administrado Contínuo: sem brecha entre as
via IV evita o metabolismo de células.
primeira passagem). Máculas: espaços pequenos
entre as células.
Vantagens: maior segurança, Fenestrado: espaços maiores
facilidade de administração, entre as células – fenestras.
grande superfície de absorção.
pH do meio: interfere no grau de
Desvantagens: irritação de ionização (drogas ácidas no meio
mucosa do TGI, necessidade de básico vira sal e não são
cooperação. absorvidas).
Condições patológicas: lesão no concentração plasmática de uma
local que o fármaco foi droga seja reduzida pela metade.
administrado (maior absorção Importante para a determinação
nesse local). Ex: inflamação e do intervalo de administração.
queimaduras.
Meia-vida constante: drogas
Quantidade de fármaco disponível que seguem cinética de 1ª
no organismo para a utilização: ordem. (mais segura).

IV: 100% 50mg 1 hora 25mg


IM ou SC: < 100%
25mg 1 hora 12,5mg
VO: << 100% (há perdas na boca,
pH, enzimas, estômago, 12,5mg 1 hora 6,25mg
bactérias, fígado – metabolismo
de primeira passagem). 6,25mg 1 hora 3,12mg

Varia apenas a concentração


da droga, o tempo gasto para ela
ser eliminada é o mesmo, não
É o aspecto que compara a muda.
biodisponibilidade de dois
Meia-vida variável: drogas que
medicamentos com o mesmo
seguem cinética de ordem zero.
princípio ativo. São considerados
bioequivalentes aqueles que 50mg 1 hora 25mg
possuem biodisponibilidade e
tempo para alcançar o pico de 25mg 30min 12,5mg
concentração sanguínea 12,5mg 15min 6,25mg
semelhantes. Ex: Dipirona (gota,
comprimido) tem a mesma 6,25mg 7 min 3,12mg
disponibilidade no mesmo tempo. O tempo varia de acordo
Tempo de latência: intervalo de com a concentração da droga.
tempo entre a administração e o Quanto maior a concentração, mais
início dos efeitos. lenta a eliminação.

Duração: intervalo de tempo entre Estado que equilíbrio dinâmico


o aparecimento dos efeitos e o seu (CSS -> Steady state):
desaparecimento. Quando a concentração
Todo medicamento tem plasmática da droga atinge um
uma taxa de concentração mínima nível tal que se estabiliza. É o platô
e máxima que varia conforme o no qual o aumento da dose não
tempo, com isso conseguimos aumenta o efeito. A droga leva em
determinar de quanto em quanto média 4 a 6 meias-vidas para
tempo devemos administrar o atingir o CSS.
medicamento. Quanto menor a meia-vida = mais
Comparação entre fármacos com rápido atinge o CSS.
relação a biodisponibilidade. Quanto maior a meia-vida = mais
Meia-vida das drogas: É o tempo lento atinge o CSS.
necessário para que a 10mg 6hrs 5mg (+10)
15mg 6hrs 7,5mg (+10) drogas usam esse
transporte;
17,5mg 6hrs 8,75mg (+10)
Transporte ativo: contra o
18,75mg 6hrs 9,37mg (+10) gradiente de concentração
(necessita de gasto de
19,37mg 6hrs 9,68mg (+10) energia para transportar a
substância);

Estado de equilíbrio dinâmico (CSS) TRANSPORTE PASSIVO:

Dose de ataque: tem como Difusão simples: drogas


objetivo atingir o CSS mais rápido, capazes de se dissolver na
utilizando na primeira membrana (drogas sem
administração o dobro da normal. É carga elétrica);
usada em casos de infecções Difusão facilitada: utiliza
graves, porém deve-se sempre transportadores
avaliar a toxicidade do fármaco. citoplasmáticos (apenas
facilita a passagem, não
gasta energia). Moléculas
médias;
Membrana plasmática: Filtração: drogas de peso
molecular muito baixo (a
Moléculas de lipídeos e diferença para difusão
proteínas; simples é o tamanho da
Permeável a drogas apolares molécula e a carga elétrica).
não ionizadas;
Impermeável a maioria das Transporte paracelular: a droga
drogas polares e íons (sem passa pelos espaços presentes
carga elétrica); entre uma célula e outra
Lipídeos possuem característica Transporte transcelular: a droga
anfipática: evita que o líquido atravessa a célula;
intracelular saia e que o líquido
extracelular entre na célula; TRANSPORTE ATIVO:
Proteínas transmembrana: Envolve gastos de energia;
realizam o transporte de certas Faz uso de carreadores;
substâncias extracelulares para Vesicular:
o interior da célula, o contrário Fagocitose: partículas
também ocorre. maiores e sólidas;
O transporte de membrana Pinocitose: partículas
pode ocorrer através de: menores e líquidas;

Gradiente de concentração:
quando uma força é
responsável pelo transporte da Mucosa gastrointestinal:
droga pelas membranas;
Transporte passivo: a favor Células epiteliais muito unidas:
do gradiente de (para que a droga seja absorvida
concentração. A maioria das deve passar pelo interior dos
enterócitos);
Difusão através da membrana Barreira hematocefálica:
somente: gasto de energia ou
Capilares com parede contínua;
uma molécula muito pequena;
Impede a penetração de
A droga deve ser lipossolúvel
substâncias de alto peso
para entrar na célula: Há perda
molecular e polares:
da droga pelo suco gástrico,
anestésicos atravessam, pois,
intestinal e pancreático.
são extremamente
Barreira hematotesticular: lipossolúveis e peso molecular
baixo; antidepressivos também
Praticamente impermeável;
conseguem atravessar;
Substâncias apolares são
capazes de atravessar por Em equinos até 6 meses de
difusão ou transporte ativo: idade não se utiliza abamectina,
moléculas pequenas e quase pois a barreira hematocefálica
sem carga elétrica; ainda não está bem desenvolvida
A barreira hematotesticular é (está mais impermeável) o que
feita pelas células de Sertoli; causa intoxicação no animal
podendo levá-lo a óbito.

Barreira capilar:

Capilares com máculas:

Mais comuns;
Músculos, vísceras e ossos
(maior parte do corpo);
Junção frouxa entre as células:
permite transporte paracelular
de substâncias;
Barreira placentária:
Capilares fenestrados:
Varia conforme a espécie;
A droga deve ser lipossolúvel e Presente em órgãos secretores
com baixo peso molecular; e excretores;
Pode ocorrer através de todos Livre acesso: passagem de
os mecanismos de transporte: moléculas grandes, até mesmo
difusão simples, facilitada, hemácias;
transporte ativo, pinocitose,
fagocitose; Capilares com bloqueio completo:
É seletiva, porém altamente Espaços intercelulares ocluídos;
permeável; Passagem apenas pelo interior
Avaliar o risco benefício para o das células endoteliais: esse
feto: o efeito da droga na tipo de capilar está presente no
gestante é menor pois vai sistema nervoso, necessitando
dividir com o feto tendo efeito de transporte ativo na maioria
teratogênico -> alterando a das vezes, também presente
formação na estrutura ou na em testículos;
função;
Teratogenicidade: causa má
formação
Pk=constante de dissociação. É o Forma conjugada: é aquela
pH em que a substância está 50% ligada nas proteínas
ionizada e 50% em sua forma real. plasmáticas, não faz efeito, mas
fica reservada; parte da droga
Droga ionizada: não é lipossolúvel
que foi metabolizada -> está no
Droga não-ionizada: lipossolúvel sangue para ser eliminada (não
faz efeito).
Base + meio básico
Após a droga ser absorvida
Ácido + meio ácido chega ao sangue em sua forma
Não ioniza, há formação de sal livre (forma que faz efeito), pode
ser conjugada por proteínas
Quanto menor ionizado maior a plasmáticas, pode ir para o fígado
absorção. para ser metabolizado e após ser
Exemplo: excretada via bile ou voltar para a
circulação e ser excretado via renal.
Captopril (ácido) pka=40
Quando administrado via oral,
Como a droga tem caráter ácido irá passar pela biotransformação
deve ficar em meio ácido, variando para depois ser distribuída para ser
em função do seu pk. Se o pk do metabolizada ou eliminada.
Captopril é 4,0 o meio deve ser
mais ácido que 4,0, quanto mais Volume de distribuição (VD): É a
ácido menos ioniza. relação entre a concentração da
droga nos tecidos e no sangue.
Quidina (básica) pka = 5,0
VD = DA (dose administrada)
Como a droga tem um caráter CP = concentração
básico, deve ficar em um meio plasmática
básico variando de acordo com seu
pk. Mais básico que 5,0. Quanto maior o VD mais droga está
concentrada nos tecidos:
DROGA MEIO IONIZAÇÃO ABSORÇÃO
ácida ácido pouco Alta VD > 1 = maior concentração
ácida básico muita Baixa
básica ácido muito Baixa tecidual;
básica básico pouco Alta VD < 1 = maior concentração
no sangue.

A droga tem uma maior


concentração no sangue e baixa
concentração nos tecidos. Ao
Depois que acaba o
decorrer do tempo a droga sai do
processo de absorção da droga ela
sangue e vai para os tecidos (baixa
irá ser distribuída pelo corpo
concentração plasmática e alta
através do sangue. No sangue, a
concentração tecidual).
droga é apresentada em duas
formas: Para que isso ocorra precisamos
avaliar: concentração sanguínea,
Forma livre: é aquela que
concentração da droga e dosagem
efetivamente vai alcançar os
da droga.
tecidos e fazer seu efeito;
A quantidade de albumina no efeito em alguns tecidos. Para
sangue interfere na eficácia da antifúngicos é bom pois ele precisa
droga. Parte da droga se liga na agir em todos os tecidos.
albumina (forma conjugada) e o
Ka → c.VD → Kel
restante irá para o tecido gerar
resposta (forma livre). Central
Muita albumina: baixa Modelo de 2 compartimentos: a
concentração tecidual e droga chega no sangue e vai para o
baixa resposta. tecido periférico, porém sua
Pouca albumina: excesso de concentração irá variar devido as
droga nos tecidos, podendo barreiras dos tecidos.
gerar toxemia.
Central periférico
Alto peso molecular ou afinidade
com proteínas plasmáticas = Baixo Ka → c.VD ↔ c2.VD2

volume de distribuição. Kel
A maioria das drogas A droga se distribui em
administradas possuem baixo PM concentrações diferentes por
(para ter absorção mais rápida) e tecidos diferentes. A maioria das
uma maior afinidade com drogas são assim. Exemplo: caso o
proteínas plasmáticas (para o fármaco não seja para o SNC, mas
efeito ser mais lento e durar por consiga atravessar a barreira, pode
mais tempo no organismo). causar transtornos gerando graves
À medida que a forma livre vai consequências.
sendo metabolizada, a forma
Central Periférico
conjugada vai sendo liberada;
Para fazer efeito a droga tem Ka → c.VD ↔ c2.VD2

que se ligar a receptores.


Kel SNC C3.vd3
Quanto mais droga livre mais
receptores serão ativados
aumentando o efeito podendo
Cinética de 1ª ordem: à medida que
causar intoxicação ao invés de
a concentração sanguínea do
efeito terapêutico.
fármaco aumenta, a velocidade
Cerca de 95% da droga fica na com que ele se distribui nos tecidos
sua forma conjugada para ser também aumenta:
liberada aos poucos.
↑ concentração - ↑ velocidade

↓ concentração - ↓ velocidade

Cinética de ordem zero:


independentemente da
quantidade de droga que tem no
Modelo de compartimento único: a sangue a velocidade de
droga se distribui igualmente por distribuição para os tecidos sempre
todo o organismo. Não é o modelo será o mesmo. O que muda é o
ideal para algumas drogas pois tempo necessário para tirar a droga
nem sempre é necessário que faça do sangue e voltar para o tecido.
Cinética de ordem mista: a droga uma baixa eliminação, ou seja, a
que segue cinética de 1ª ordem até meia-vida dela será alta tendo
atingir determinada concentração efeito com duração mais longa.
ao chegar em um ponto em que a
Se a droga tem baixa ligação
velocidade é constante passa a
com proteínas plasmáticas, terá
seguir cinética de ordem zero.
uma alta eliminação, ou seja, a
Dose terapêutica = cinética de 1ª meia-vida dela será baixa tendo
ordem; efeito com duração mais curta.
Dose tóxica = cinética de ordem
FATORES QUE INTERFEREM NA
zero. O fármaco já atuou nos
DISTRIBUIÇÃO DE DROGAS:
tecidos em que deveria atuar e
passa a atuar em outros. Barreiras tissulares;
Reservatórios;
Água corporal → cerca de 50-70%
Sangue;
do peso:
Tecido adiposo;
Líquido extracelular (4,5%) Ossos e pelos
Líquido intracelular (40%)
Redistribuição de drogas:
Líquido intersticial (16%)
Linfa (2%) Em tecidos muito irrigados a
Líquido transcelular (2,5%) droga pode voltar a circulação.
FATORES QUE INFLUENCIAM A Exemplo: Tiopental, um anestésico
DISTRIBUIÇÃO DE DROGAS. altamente lipossolúvel, se acumula
no tecido adiposo e o efeito passa,
Concentração plasmática da
quando sai do tecido para ser
droga;
metabolizado, vai para a corrente
Irrigação do local: muita
sanguínea e atinge o SNC.
irrigação a droga chega mais
rápido; Portanto somente a fração
Características químicas da livre deixa o sangue e vai para os
droga; tecidos fazer efeito.
Permeabilidade vascular;
Concentração de proteínas A administração de duas
plasmáticas; drogas com alta afinidade por
Afinidade pelo local de ligação: proteínas plasmáticas, faz mais
quanto maior a afinidade, maior efeito.
a distribuição;
Caráter ácido ou básico do
fármaco:
Fármaco ácido → albumina É o processo de
Fármaco básico → metabolização ad droga, reações
glicoproteína ácida químicas sofridas pelas drogas
visando facilitar a eliminação. O
A maioria das drogas tem caráter fígado é o principal local de
ácido porque é mais fácil se ligar biotransformação
em albumina.
Para a droga ser eliminada é
Se a droga tem alta ligação preciso que ela passe por um
com proteínas plasmáticas, terá processo chamado inativação
farmacológica, que é quando a Conjugação com acetil, metil,
droga é convertida em moléculas enxofre e glicuronil transferase.
polares, hidrossolúveis ou
“Quanto mais rápida a
ionizadas.
biotransformação, menor a
Exemplo: Paracetamol concentração sanguínea e menor
a intensidade e duração do efeito.
Administrado por VO,
O contrário é verdadeiro.”
absorvido no estômago, cai na
corrente sanguínea, chega no FATORES QUE INTERFEREM NA
fígado para ser metabolizado. A BIOTRANSFORMAÇÃO:
droga inativa é metabolizada e
Espécie/ variação individual
ativada, se distribui pelo corpo, faz
Sexo
efeito, volta para o fígado onde é
Idade
metabolizado novamente para ser
Estado patológico
eliminada em seguida.
Dieta
Essas reações podem: Interação entre drogas

Inativar as drogas; Excreção: a saída da droga do


Ativar as drogas (pró-droga); organismo do animal.
Formar produtos tóxicos:
Independente da via que foi
produzido pelo metabolismo da
utilizada para administrar a droga,
droga que podem causar lesões
ela vai se distribuir pelo corpo
nos tecidos. Ex: Paracetamol;
(plasma sanguíneo) ser
Não altera o efeito da droga
metabolizado pelo fígado e
FASES DO METABOLISMO DE excretado pelos rins (urina).
DROGAS: Aquelas drogas que não precisam
passar pelo fígado são eliminadas
Fase 1 - Reações microssomais:
pelo leite, suor e ar exalado. Drogas
Ocorre no retículo que são eliminadas pela bile são
endoplasmático liso. Envolve os excretadas via fecal.
processos de oxidação, redução e
Período de carência: é o tempo na
hidrólise que é quebra com uso de
qual ainda há vestígios do fármaco
oxigênio, quebra com retirada de
no organismo do animal, mesmo
oxigênio e quebra com adição de
após o fim do tratamento.
água, respectivamente.
Em casos de vacas leiteiras o
Converte a droga em uma
leite deve ser descartado.
substância polar (com carga
elétrica) através da molécula Excreção renal: é a principal via de
Citocromo P450. excreção. O néfron pode filtrar,
secretar ou reabsorver substâncias:
Fase 2 – Reações não
microssomais: Drogas de PM baixo:
filtradas
É a reação na qual há adição
Drogas de PM alto:
de um radical com o intuito de dar
secretadas
mais carga à molécula quando a
Drogas lipossolúveis:
fase 1 não foi suficiente.
reabsorvidas
Armadilha iônica: é um meio para intestino voltando para a
facilitar a eliminação de circulação sistêmica onde irá se
substâncias. distribuir pelo corpo, fazer efeito e
retornar ao fígado. Esse ciclo faz
Exemplo: animal intoxicado com
com que aumente o tempo e
uma toxina de caráter ácido é
duração do efeito.
possível tornar a urina básica para
que tenha formação de íons e não De 100% da droga
ser reabsorvido, acelerando o conjugada, apenas 5-10% realizam
processo de eliminação. o ciclo. Não são todas as drogas
DROGA MEIO IONIZAÇÃO ELIMINAÇÃO ABSORÇÃO
que passam por esse ciclo.
Ácida Ácido Pouco ↓ ↑
Ácida Básico Muito ↑ ↓ Excreção pelo leite: importante
Básica Ácido Muito ↑ ↓
Básica Básico Pouco ↓ ↑ para determinar o período de
carência devido a resíduo de
Deve-se sempre ter cuidado medicamentos.
ao utilizar a armadilha iônica, pois é
Excreção pulmonar: apenas para
necessário alterar o pH do sangue
drogas voláteis (anestésico).
para alterar o pH da urina. Com
descuidos isso pode gerar Outras vias de excreção: saliva,
distúrbios metabólicos como pele, lágrimas, sêmen, suor,
alcalose/ acidose. cerúmen e pelos.
Para alterar o pH do sangue FATORES QUE ALTERAM A
devemos aumentar o potencial de EXCREÇÃO:
H+ no sangue em 1.000 vezes.
Idade: em relação ao
Excreção biliar e fecal: é a via de metabolismo. Animais mais
excreção para drogas que foram velhos possuem ↓ capacidade
metabolizadas no fígado e serão de filtração renal.
eliminadas pela bile que cai no Condição patológica: doenças
intestino e é eliminada via fecal. renais/ hepáticas.
Interação medicamentosa: se
Drogas de PM alto e polares
houver muitos medicamentos
são eliminadas por essa via para
para serem filtrados, ultrapassa
que tenha reabsorção.
a capacidade.
CICLO ENTERO-HEPÁTICO: Ligação com proteínas
plasmáticas: quando há muita
A droga foi administrada, se
ligação com as proteínas a
distribui pelo corpo, faz efeito e
droga fica recirculando pelo
voltou no fígado para ser
organismo.
metabolizado. No fígado a droga
Ph da urina e Pk da droga: droga
sofre conjugação, compõe a bile e
ácida + urina básica = ↑
é eliminada no intestino pelo ducto
eliminação.
colédoco, sofre ação bacteriana
intestinal que irá desfazer a
conjugação (droga livre).

A droga livre é lipossolúvel, Estudo dos mecanismos


portanto, é reabsorvida no pelos quais um medicamento atua
sobre as funções bioquímicas do Receptores de citoplasma:
organismo (como age no corpo controlam o que a célula
para promover seu efeito). produz.
Receptores de núcleo:
Relação dose-resposta
controlam o tipo de
(saturação): à medida que
substância que vão produzir
aumenta a dose aumenta a
e replicar.
resposta. Porém há um momento
em que ocorre saturação, ou seja, Caracteristicas dos fármacos que
não adianta aumentar a dose pois provam a existência de receptores:
não terá mais efeito.
Alta potência: pequenas
↑ dose = ligação com mais doses conseguem atingir
receptores (aumenta o efeito grandes efeitos.
terapêutico) pode se ligar em Especificidade química:
outros receptores causando efeitos relacionando a estrutura
adversos. molecular.
Especificidade biológica:
CLASSIFICAÇÃO DE
relacionado aos tecidos
MEDICAMENTOS – QUANTO AO
(locais de ação), causa
MECANISMO DE AÇÃO.
diferentes efeitos em
Estruturalmente inespecíficos: são diferentes espécies.
fármacos que alteram ou
Interação droga-receptor (D-R):
desorganizam processos
metabólicos. Exemplo: sal de fruta, As ligações droga-receptor
transforma Hcl em base. são seletivo-específicas. Podem
ser:
Estruturalmente específicos: são
fármacos que agem em receptores Ligações reversíveis: ligações
específicos. Exemplo: Omeprazol é de ponte de hidrogênio e
absorvido e age nas glândulas ligação iônica.
gástricas diminuindo a secreção de Ligações irreversíveis: ligações
hidrogênio e consequentemente covalentes.
menos Hcl se forma.
eficácia
RECEPTORES FARMACOLÓGICOS:

São proteínas ou
glicoproteínas que estão presentes
na membrana celular, citoplasma potência
ou núcleo das células. Ao
interagirem com os fármacos, Eficácia (efeito) máxima: é a
desencadeiam alterações capacidade da droga fazer efeito.
biomoleculares. As drogas podem Medida qualitativa (eficaz ou não
ativar ou bloquear um receptor. eficaz).

Receptores de membrana: Potência: é uma medida


controlam o que entra e sai quantitativa – quão potente é uma
da célula. droga. Quanto menor a dose
necessária para a droga atingir seu
efeito máximo, mais potente ela é.
Porém é uma droga menos segura Agonista natural (total): é aquele
(se houver um pequeno erro de que tem afinidade e se encaixa
dose, tanto para mais quanto para perfeitamente no receptor
menos, há uma alteração muito promovendo a resposta biológica.
grande). Chave + fechadura.

Índice terapêutico: é a medida para


determinar a dose de um fármaco:

Dose efetiva: é a dose que


vai fazer efeito em 50% dos
indivíduos testados Agonista modificado (parcial): é
Dose tóxica: é o quão tóxica aquele que se encaixa, mas não
essa substância é para 50% perfeitamente no receptor, porém
dos indivíduos testados. os locais onde se liga são
Dose letal: o quão letal essa suficientes para ativá-lo e
substância é para 50% dos promover a resposta biológica.
indivíduos testados. Chave modificada + fechadura.
TEORIA DO COMPLEXO DR:

Teoria da ocupação de Clark: a


droga se liga diretamente ao
receptor, forma o complexo DR e
tem seu efeito

D+R ←→ DR= efeito

Teoria da atividade intrínseca de Sinergismo: efeito dos


ariens: não basta se ligar ao medicamentos ocorrem na
receptor, a droga deve ter mesma direção.
capacidade intrínseca de ativá-lo.
Exemplo: sulfa + trimetropim
D+R ←→ DR a = efeito
A sulfa age no citoplasma e
Fármacos agonistas totais: no núcleo com função bactericida.
agonistas são aqueças drogas/ O trimetropim age na membrana
substâncias que estimulam a célula com ação bacteriostática. Ou seja,
a produzir alguma coisa. São o trimetropim diminui o
fármacos que possuem efeito crescimento das bactérias e facilita
máximo. a entrada da sulfa na bactéria.

Fármacos agonistas parciais: São Sinergismo por adição: o efeito


fármacos que se ligam, mas não combinado é igual a soma dos
conseguem ativar totalmente, não efeitos isolados.
produzem seu efeito máximo.
Exemplo: Acepromazina (sedativo)
Fármacos antagonistas: São + morfina (potente analgésico).
aqueles que possuem a capacidade
A junção dos dois deixa o
intrínseca zero, ou seja, se liga no
animal sedado e anestesiado.
receptor, mas não ativa e sim
bloqueia o receptor.
Sinergismo por potencialização: o Antagonismo químico: as
efeito combinado é maior que a substâncias reagem quimicamente
soma dos efeitos isolados. entre si.

Exemplo: Acepromazina (sedativo) Exemplo: carvão ativado → retira a


+ Diazepam (sedativo). droga do organismo do animal.

A junção dos dois Exemplo: cálcio e sulfa → a sulfa é


potencializa a ação. Agem por vias quelante de cálcio e deixa
diferentes. indisponível no organismo.

Antagonismo: efeito dos Antagonismo farmacológico:


medicamentos ocorrem em quando os fármacos competem
direção contrária. Pode ser pelo mesmo receptor:
fisiológico, químico ou
Antagonismo competitivo
farmacológico:
reversível: duas drogas agem no
Antagonismo fisiológico: quando mesmo receptor, uma ativa e
dois agonistas interagem em outra bloqueia. A quantidade de
sistemas de receptores uma droga pode interferir no
independentes e produzem efeitos bloqueio da ligação da outra
que se anulam. droga.
Antagonismo competitivo
Exemplo: Noradrenalina
irreversível: as drogas
(vasodilatador) + histamina
competem entre si, quando
(vasoconstritor).
uma se liga inativa o receptor
A histamina faz deixando indisponível para
vasoconstrição, aumenta a pressão outra droga se ligar.
arterial e o líquido dos vasos vai Antagonismo não competitivo:
para os tecidos. A noradrenalina faz existem receptores diferentes
vasodilatação (não de todos os em pontos diferentes para
vasos). drogas diferentes. Quando uma
droga se liga indisponibiliza a
ligação da outra.

INTRODUÇÃO: Quando surge o potencial de ação,


ocorre a despolarização da célula
Os neurônios em repouso
devido a entrada de Sódio para
estão polarizados com maior
dentro da célula, adquirindo carga
concentração de Sódio no meio
positiva.
extracelular e maior concentração
de potássio no meio intracelular, Após a passagem do
possui carga negativa em seu potencial de ação a célula sofre
interior. repolarização, ou seja, o potássio
que estava presente dentro da
célula vai para o exterior através da
ação da bomba sódio-potássio, Tem como função aumentar
retornando ao estado de repouso. o potencial de inibição depois da
sinapse.
Ocorre o influxo tornando a
célula mais polarizada, impedindo
um novo potencial de ação
fazendo com que volte para o
repouso para recomeçar o ciclo.

Substâncias que passam a


informação de um neurônio para
outras células. São sintetizados
pelos próprios neurônios. Os
neurotransmissores estão
presentes na terminação pré- Na imagem acima podemos
sináptica para exercer ação. ver o receptor GABA e vários sítios
de ligação diferentes, sendo que
Podem ser administrados
todas essas substâncias podem
exogenamente com o intuito de
interagir nos canais de Cloro.
potencializar a ação endógena.
Possuem um mecanismo próprio Exemplo: o Etanol quando
para serem removidos da fenda age nos receptores de Cloro
sináptica. causam depressão do SNC.
Os neurotransmissores podem ser: O GABA age promovendo
hiperpolarização de células,
Excitatórios: estimulam o SNC;
abrindo canais de cloro (Cl).
Inibitórios: deprimem o SNC.
Glicina:

Neurotransmissor inibitório
presente em menor quantidade.
São substâncias que
interagem com os receptores para Aumenta a condutância ao
aumentar a afinidade com o Cloro, ou seja, aumenta a atração
neurotransmissor. Os co- do Cloro pelos neurônios para
transmissores são em sua maioria aumentar a hiperpolarização
minerais (cobalto, molibdênio, celular. Quando a célula está
cobre e ouro). hiperpolarizada não entra em
potencial de repouso e o impulso
nervoso não continua.

GABA:

O GABA (ácido gama amino


Glutamato:
butírico) é um dos
neurotransmissores inibitórios do É aquele que dá origem ao
SNC de maior importância, ácido gama amino butírico (GABA).
produzido a partir do glutamato. É responsável pela ativação das
vias excitatórias pós-sinápticas pode levar a deficiência da
promovendo despolarização da produção de dopamina e, de forma
membrana através do influxo de mais grave, destruição dos
sódio. Isso aumenta e acelera o receptores da transmissão
potencial de ação e, dopaminérgica. Desse modo há
consequentemente, aumenta a comprometimento da finesse de
passagem de informações dentro certos movimentos.
do SNC.
A partir da dopamina é
Serotonina (5-HT): sintetizada a noradrenalina.

Também conhecida como o


hormônio da felicidade, pois realiza
a regulação dos níveis de humor
mantendo-os estáveis.

É produzida a partir do
triptofano que é um aminoácido
essencial presente na maioria dos
alimentos. Há receptores de
serotonina nas plaquetas e no TGI,
portanto também auxilia na
resposta imunológica. A dopamina é produzida a
O antidepressivo chamado partir da tirosina (aminoácido),
Fluoxetina inibe a recaptação de dentro do neurônio a tirosina é
serotonina, mantendo os níveis de transformada em DOPA e em
serotonina alta no corpo. seguida em dopamina, a qual irá
ficar armazenadas em vesículas.
Transtornos psicossomáticos dos
animais, como depressão e Dependendo do órgão a
estresse, não são tratados com dopamina é convertida e
medicações. Para essas situações noradrenalina e na glândula
são utilizados adestramentos e adrenal a noradrenalina é
enriquecimento ambiental, porém convertida em adrenalina.
possuem diversas alternativas Histamina:
como: cromoterapia, acupuntura e
uso de florais. É um neurotransmissor
produzido e liberado o tempo todo.
Normalmente quando o Responsável pela regulação
animal começa a apresentar esses térmica e vigília (quando
transtornos é provável que o tutor acordado), além de estar presente
também tenha. em processos inflamatórios,
Dopamina: musculo liso e glândulas.

Responsável pela regulação É extremamente vasoativo


de diversos fenômenos portanto sua concentração no SNC
comportamentais e motores. Em é pouca. Se houver muita
humanos está relacionada com a histamina no SNC pode ocorrer
Síndrome de Parkinson que é uma edema cerebral.
doença crônico-degenerativa que
ESTÁGIO II – Delírio:

Estágio na qual o corpo do


animal está perdendo a
consciência. A respiração se torna
Existem 3 grandes grupos de irregular, há aumento da atividade
fármacos que agem no SNC: motora e tônus muscular, pupila
Depressores: anestésicos dilatada, deglutição e vômito (risco
Estimulantes: de aspiração de conteúdo).
Modificadores seletivos: podem Para evitar esses riscos
causar tanto depressão quanto utilizamos as medicações pré-
estimulação do SNC, anestésicas (MPA), para preparar o
dependendo da espécie e da corpo do animal para ser
quantidade de fármaco. anestesiado. Com a utilização de
MPA, o animal não entra em delírio
e a excitação durante a anestesia
não ocorra.
Utilizados para anestesia de
animais. A anestesia envolve: ESTÁGIO III – Anestesia cirúrgica:

Hipnose: perda da consciência A anestesia cirúrgica é


Analgesia: perda da dividida em planos:
sensibilidade dolorosa Plano I: respiração regular e
(superficial e profunda). automática e nistagmo
Ausência de resposta Plano II: respiração mais
autonômica: pelo estímulo de superficial sem movimentos
nocioreceptores. oculares
Relaxamento muscular: Plano III: respiração abdominal
No caso das anestesias locais e ausência de reflexo palpebral
não é necessário a perda de Plano IV: respiração
consciência, no entanto o animal exclusivamente abdominal,
não pode sentir dor e deve ter pupila dilatada, sem reação a
relaxamento muscular. luz e flacidez muscular. Ideal
para realização de
A anestesia envolve estágios: procedimentos cirúrgicos, pois
o animal está menos responsivo
ESTÁGIO I – Analgesia:
e mais relaxado.
Engloba desde a
ESTÁGIO IV – Paralisia respiratória:
administração do medicamento
até a perda da consciência. Perda Devido a depressão do SNC
progressiva da sensibilidade ocorre a redução dos movimentos
dolorosa, porém manter seus respiratórios. Se houver muita
reflexos motores. depressão do SNC pode chegar a
uma parada respiratória, podendo
Nesse estágio é importante
levar a morte do animal.
que o animal esteja tranquilo. Se o
animal estiver agitado não ocorre Nesse estágio não há
depressão do SNC devido a movimentos oculares, pupilas
presença da adrenalina. dilatadas e sem reação a luz. Por
isso é importante anestesiar o Bloqueio muscarínico
animal aos poucos para (colinolítico).
acompanhar a evolução dos planos
CINÉTICA:
anestésicos.
Podem ser administrados
por via oral e IV. Possui
metabolismo hepático e excreção
Na medicina humana são renal.
conhecidos como antipsicóticos,
INDICAÇÕES:
ataráxicos, psicolépticos ou
antiesquizofrênicos. Na medicina MPA: mais utilizado
veterinária são chamados de Sedações em animais
tranquilizantes maiores, que são agressivos: Acepromazina;
geralmente usados como MPA. Suínos: Azaperone;
Vômito incontrolável:
Os mais conhecidos são:
Acepromazina-clorpromazina;
Fenotiazínicos: Acepromazina,
clorpromazina (possui menos
efeitos colaterais) e prometazina.
Para os humanos são
Butirofenonas: Droperidol,
considerados ansiolíticos e na
aloperidol e azaperone (mais
medicina veterinária são
utilizado).
conhecidos como tranquilizantes
MECANISMO DE AÇÃO: menores. Atuam na transmissão no
sistema límbico que é responsável
Os neurolépticos agem
pelas emoções.
bloqueando a transmissão
dopaminérgica. Podem atuar tanto Os mais conhecidos são:
no SNC quanto no periférico. Diazepam, Midazolam,
Clonazepan.
EFEITOS FARMACOLÓGICOS:
MECANISMO DE AÇÃO:
Reduz agressividade e
êmese; Benzo: Potencializa a
Efeito sedativo; transmissão GABAérgica e
Bloqueia receptores de causa depressão do SNC.
histamina. Buspirona: Agem nos
receptores de serotonina,
Diminui a degranulação de
mantendo o humor estável.
mastócitos e, consequentemente
diminui as chances de ocorrer CINÉTICA:
choque anafilático.
Possuem absorção oral e/ou
EFEITOS SECUNDÁRIOS: IV. Atravessa barreira
hematocefálica e placentária. Sua
Hipotensão (bloqueio alfa
metabolização é hepática e a
adrenérgico)
excreção renal.
Sonolência
(antihistaminérgico) EFEITOS:
Reduz ansiedade, α² adrenérgicos no cérebro fazem
agressividade e possui efeito feedback negativo de adrenalina
miorelaxante. Muito utilizado em no corpo, promovendo o efeito
animais que tem convulsões ou miorelaxante.
quando vai levar o animal para
Em equinos não utilizamos
viajar.
xilazina. A xilazina é muito utilizada
EFEITOS INDESEJÁVEIS: em ruminantes, pode ser utilizada
em cães em gatos, porém se
Devido à alta depressão do
houver uma opção melhor
SNC, o animal apresenta ataxia
disponível optar pelo melhor.
durante o efeito da medicação.
Metocarbamol: miorelaxante
USO CLÍNICO:
utilizado para equinos.
Facilitar a manipulação de
Guiafenesina: MPA em equinos.
animais agressivos durante
consultas. CINÉTICA:
Controle de convulsões
Via oral ou IV. Metabolismo
MPA
hepático e excreção renal.
Alívio da dor muscular
Atravessa barreira placentária.
EFEITOS COLATERAIS:

São drogas seguras pois


dependem da produção de GABA,
assim que acabar o GABA o efeito
da droga acaba. São poucos e praticamente
sem uso na medicina veterinária.
Se for administrada muito
Tem como função aumentar o
rapidamente por via IV pode
tônus cerebral melhorando a
causar parada respiratória.
capacidade física e psíquica.
Se for utilizado de forma crônica
pode causar dependência. São considerados
antidepressivos e estimulantes
Em humanos é comum a
(corticais, bulbares e medulares),
dependência por buspironas, pois
sendo os de maior importância os
agem nos receptores de
bulbares.
serotonina.

Anfetaminas e metilxanfinas:
Possuem efeitos transitórios
dentre as anfetaminas a mais
e reversíveis. Podem ser utilizados
famosa é a cafeína
para tratamento de tétano,
(teobromina).
intoxicação por estricnina (causam
Causam alterações
paralisias musculares espásticas),
comportamentais: excitação e
miosites e ansiedade. O mais
euforia.
comumente utilizado é a Xilazina.
ANFETAMINAS:
Xilazina: Age como agonista α²
adrenérgico no SNC. Os receptores
Não possuem indicação Ataxia;
terapêutica na medicina Bradicardia;
veterinária. Na veterinária é Arritmia;
utilizado como “doping” que é a Convulsões;
administração de substâncias nos Coma e;
animais com o intuito de modificar Morte.
o comportamento durante uma
Não é qualquer chocolate ou
prova desportiva.
qualquer quantidade que vai
Nos humanos, as anfetaminas causar esses sintomas no animal.
foram criadas para o tratamento de Quanto maior o teor de cacau,
depressão, TDAH e obesidade. maior a quantidade de teobromina
Hoje em dia é uma droga de abuso. presente, portanto menor a
quantidade que o animal precisa
A anfetamina é um
ingerir para se intoxicar.
simpatomimético de ação direta:
estimula a transmissão Se ver o animal ingerindo o
adrenérgica, aumentando a chocolate, podemos induzir o
capacidade física e mental. Causa vômito. Apesar de não ser
dependência química e física. metabolizada pelo organismo do
animal é de fácil eliminação.
METILXANTINAS:

Dentre as metilxantinas
temos a cafeína (presente no café,
chá e tererê) e a teobromina Agem nos centros
(presente no chocolate). respiratórios aumentando a
ventilação pulmonar.
Causam efeitos estimulantes
do SNC aumentando o tônus e a Doxapram: mais conhecido
frequência cardíaca. dentre os estimulantes
bulbares.
A cafeína não é considerada
doping, pois pode ser utilizado para Em casos de filhotes
aumentar a capacidade de um nascidos de cesárea, podemos
animal durante o treinamento. pingar uma gota na língua afim de
estimular a respiração. Pode ser
A teobromina é uma
utilizado também em casos de
substância presente no chocolate
parada respiratória decorrente de
responsável por causar intoxicação
anestesia, antes da utilização de
em cães. Os cães não possuem a
adrenalina.
teobrominase (enzima
degradadora de teobromina),
portanto essa substância fica
agindo e causando excitação do
SNC levando o animal a apresentar Estricnina: a mais conhecida
sintomas como: dentre os estimulantes
medulares, é uma toxina
Vômito; portanto raramente utilizada.
Hiperatividade;
Agitação; A estricnina boqueia liberação de
Tremores musculares; GABA, causando hiperatividade do
SNC levando o animal a apresentar Antidepressivos:
vômitos, convulsões tônicas
São pouco utilizados na
simétricas (movimentos de
medicina veterinária. Temos
pedalagem duros) leva a morte por
disponíveis:
asfixia e paralisia medular. Já foi
muito utilizada para controle de Inibidor de monoaminoxidade
ectoparasitas em cães. (IMAO): Inibe a degradação de
catecolaminas e serotonina. Usado
poucas vezes em casos de
convulsões.
Não tem uso na medicina
Tricíclico: Bloqueia a recaptação de
veterinária. Geralmente os animais
noradrenalina e serotonina. Temos
ingerem de forma “acidental”, pois
disponíveis a imipramina e a
muitas vezes podem ainda ser
amitriptilina.
oferecidos pelo próprio tutor. Os
psicotrópicos podem se apresentar Inibidores da recaptação de
nas formas: serotonina: fluoxetina e sertalina.
Álcool etílico: euforia. Todos esses listados acima
Opioides: dependência física são antidepressivos utilizados em
Canabióides: sedação e humanos. Podem ser utilizados em
redução de agressividade. animais, portanto não é
Cocaína: euforia e bem-estar. recomendado pois normalmente a
situação pode ser resolvida com
Tratamentos para animais com
adestramento e evitar que o animal
canabióides no Brasil ainda não é
se torne dependente.
permitido, apenas com
autorizações especiais.

O sistema nervoso periférico As fibras eferentes são


é composto pelos nervos cranianos divididas em dois grandes grupos,
e pelos nervos espinhais, sendo somática e visceral:
eles compostos por fibras
Somática:
aferentes e eferentes.
Fibras relacionadas ao
Fibras aferentes são aquelas
sistema nervoso somático, é
que levam a informação do corpo
aquela que integra o indivíduo ao
para o SNC, já as fibras eferentes
ambiente.
são aquelas que mandam a
resposta do SNC para o corpo. Ou seja, são aquelas que
permite o indivíduo a realizar ações
Para compreender a
e perceber coisas presentes no
farmacologia do sistema nervoso
ambiente e interagir com elas.
periférico a via de maior interesse
Exemplo: contração da
são as fibras eferentes.
musculatura, piscar de olhos,
eriçamento de pelos, percepção de Gânglios são mais próximos dos
quente/ frio etc. órgãos;
Relacionado a todas as funções
Ação voluntária;
orgânicas da manutenção da
Fibras mielinizadas: o impulso
vida: produção e economia de
consegue saltar entre os
energia;
intervalos mielinizados fazendo
com que a resposta seja mais SNA Simpático:
rápida;
Possui fluxo de nervos tipo
Sem gânglios;
toraco-lombar, sendo o mais
Fibra única;
importante o tronco simpático.
Visceral:
Gânglios são mais próximos da
Fibras relacionadas ao coluna vertebral.
sistema nervoso visceral estão Relacionado aos momentos de
relacionadas ao controle geral das estresse: briga, fuga.
vísceras. Prepara o indivíduo para se
proteger contra fatores de
Exemplo: batimentos
agressão: envolve gasto de
cardíacos, movimentos intestinais,
energia;
filtração renal, metabolização
Hormônios atuantes: adrenalina
hepática, atividade de glândulas.
e noradrenalina;
Ação involuntária;
Fibras amielínicas: o impulso
deve percorrer todo o neurônio;
Com gânglios: vários neurônios
envolvidos;
Fibras pré e pós-ganglionares;

Independe do controle
voluntário. Regula processos
como:
Como demonstrado na
Contração e relaxamento de imagem acima podemos observar
musculatura lisa; que as atividades do sistema
Batimentos cardíacos; nervoso simpático e
Secreção hormonal; parassimpático são antagônicas
Processos metabólicos; (contrárias).
O sistema nervoso autônomo é Há algumas situações em
dividido em dois grandes grupos: que eles trabalham de forma
SNA Parassimpático: independente. O SNA
parassimpático estimula a vesícula
Possui fluxo de nervos tipo biliar enquanto o SNA simpático
crânio-sacral, sendo o de maior estimula a liberação de glicose pelo
importância o nervo vago. fígado. De forma independente o
SNA simpático estimula a
produção de adrenalina e No sistema nervoso
noradrenalina, o SNA parassimpático, também há
parassimpático não atua nesse presença de gânglios, porém
local. ocorre transmissão colinérgica,
agindo nos receptores nicotínicos e
Há situações também em
muscarínicos, tanto pré quanto
que trabalham de forma sinérgica.
pós-ganglionar.
O SNA parassimpático promove a
ereção durante a reprodução
enquanto o SNA simpático
promove a ejaculação.

Portanto podemos concluir


que embora os sistemas
parassimpático e simpático em sua
maioria possuem atividades
antagônicas, também podem agir
de forma independente e sinérgica.
O sistema parassimpático é
essencial a vida, pois controla os A acetilcolina é formada
processos gerais do dia a dia do através de um aminoácido
indivíduo. chamado Colina, essa substância
sofre ação da acetil coenzima A
Transmissão adrenérgica: (AcCoA) e se torna a Acetilcolina na
Relacionados ao SNA qual fica armazenada em vesículas.
simpático. Temos os receptores α¹, Quando o potencial de ação está
α², β¹, β² e β³. chegando no neurônio, ocorre a
liberação de acetilcolina na fenda
Transmissão colinérgica: sináptica, a partir desse ponto ela
Realizada através da pode percorrer 3 caminhos:
acetilcolina. Temos os receptores Se liga ao receptor para fazer
muscarínicos e nicotínicos. efeito;
Neurotransmissores: Se liga ao receptor pré-
sináptico para fazer efeito;
Acetilcolina: o mais famoso, Pode ser degradada pela
presente nos receptores enzima acetilcolinesterase
adrenérgicos e colinérgicos. (Ache), quebrando a
Noradrenalina e adrenalina: acetilcolina em acetato e
relacionado apenas a colina.
transmissão adrenérgica.
A colina é recaptada para
No sistema nervoso simpático novamente se tornar acetilcolina e
há a presença de gânglios, a o acetato é descartado.
transmissão pré ganglionar é
sempre por acetilcolina se ligando
em receptores nicotínicos. A
transmissão pós-ganglionar é por
transmissão adrenérgica se ligando
em receptores α ou β.
Estão ligados a canais de
íons, principalmente de cálcio
(Ca+). Há receptores N¹ e N².

Receptores N¹: condução de


estímulo nos gânglios.
Receptores N²: presente na
musculatura esquelética
realizando contração, e no SNC
que causa excitação.

A acetilcolina
Como a acetilcolina está se liga no canal
envolvida em todos os processos iônico para que
do sistema nervoso periférico, a ele se abra e
demanda é muito grande, por isso permita a
mesmo que seja produzido pelo passagem de
próprio organismo ocorre a eletrólitos.
recaptação de colina.
Receptores muscarínicos:
Botulismo é causado por
Estão ligados a proteína G
uma bactéria gram positiva,
(importante para a amplificação da
anaeróbia restrita e esporulada
resposta). Há 3 tipos de receptores
chamada Clostridium botulinum.
muscarínicos: M¹, M² e M³.
Tétano é causado por uma bactéria
gram positiva, anaeróbia restrita e Receptores M¹: relacionado a
esporulada chamada Clostridium função gástrica, principalmente
tetani. Ambas produzem toxinas em relação ao aumento de
que irão agir no sistema nervoso, secreção.
entre o neurônio e o músculo. Receptores M²: estão presentes
no coração, quando ativado
A toxina botulínica age no
promove a diminuição da
sistema nervoso entre o neurônio e
frequência cardíaca e da força
o músculo. Com isso não há
de contração do músculo
liberação de acetilcolina e impede
cardíaco.
a contração muscular causando
Receptores M³: estão
paralisia muscular flácida. A toxina
relacionados ao aumento da
tetânica deixa a acetilcolina se ligar
secreção gástrica, contração de
ao receptor, porém impede o
musculatura lisa do TGI
desligamento da acetilcolina do
(peristaltismo) e do sistema
receptor do músculo causando
urinário (fechamento do
paralisia muscular espástica
esfíncter da bexiga) e
(músculo contraído).
relaxamento vascular.

Em resumo: os receptores
muscarínicos estão presentes nas
Há dois tipos de receptores: vísceras, enquanto os receptores
nicotínicos e muscarínicos. nicotínicos estão nos gânglios
(sistema nervoso simpático e
Receptores nicotínicos:
parassimpático), musculatura
esquelética e no SNC (promovendo sináptica e como é um análogo
excitação). (semelhante) da acetilcolina ele vai
se ligar aos receptores
(muscarínicos ou nicotínicos)
promovendo a ação.
São aquelas drogas que
potencializam a ação colinérgica
(agonistas). Podem ser de ação
direta ou indireta.

AGONISTA NICOTÍNICO:

São substâncias que não


possuem uso na medicina
veterinária. O mais conhecido é a
Na fenda sináptica temos a nicotina. A nicotina é uma
acetilcolina e seus receptores substância altamente tóxica para
(muscarínicos ou nicotínicos). A animais quando ingeridas (cigarro/
transmissão colinérgica ocorre fumo), causa convulsões, sialorreia,
quando um impulso nervoso paralisia muscular espástica,
estimula a liberação de acetilcolina vômito.
das vesículas para a fenda sináptica
a qual irá se ligar aos seus AGONISTAS MUSCARÍNICOS:
respectivos receptores. Isso
Também chamados de
promove uma ação dependendo
ésteres de colina. Possuem meia-
do tecido alvo. Após o
vida maior quando comparada aos
desligamento da acetilcolina do
alcaloides naturais. Agem
receptor o efeito cessa. A
exclusivamente nos receptores
acetilcolina restante na fenda
muscarínicos, dentre os mais
sináptica sofre ação da enzima
conhecidos são:
acetilcolinesterase, que irá
degradar a acetilcolina em colina e Betanecol;
acetato, a colina é reaproveitada e Carbacol;
o acetato é descartado.
- Alcalóides naturais:

Amanita muscaria: utilizado


para a
Sabendo disso, quando descoberta de
dizemos que o fármaco é um receptores
colinomimético de ação direta muscarínicos.
significa que age nos receptores
(muscarínicos ou nicotínicos).

O medicamento
administrado chega na fenda
Pilocarpus microphyllus: Aumenta a micção.
Pilocarpina.
Ocular: há receptores M³ e
Utilizada para
promovem:
promover
secreção salivar Contração da íris (miose):
e sudorese importante para alguns
quando o animal está com tratamentos oftálmicos;
cherostomia, ou seja, quando o
animal apresenta boca seca ou Glândulas: há receptores M³ e
deficiência na produção de promovem:
lágrimas. Aumento de secreções: salivar,
EFEITOS FARMACOLÓGICOS: sudoríparas, lacrimais,
bronquiais e do TGI;
Cardiovascular: há receptores M² e
M³ e promovem:

Vasodilatação;
Diminuição da frequência
cardíaca;
Diminuição da força de
contração;
Diminuição da velocidade de
contração;
Sistema nervoso central: Esses
Todos esses fatores levam a fármacos não possuem ação no
redução da pressão arterial, SNC pois não atravessam a barreira
causam hipotensão. hematocefálica.
Respiratório: há receptores M³ e INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
promovem:
Glaucoma (aumento da pressão
Aumento de secreções intraocular): Uma das formas de
bronquiais; reduzir é promovendo o
Broncoconstrição; lacrimejamento. Podem ser
Esses fatores dificultam a utilizados para o tratamento
respiração. Pilocarpina ou Carbacol na
forma de colírio.
Digestório: há receptores M¹ e M³
que promovem: Há dois tipos de glaucoma:
glaucoma de ângulo aberto ou de
Aumento do peristaltismo; ângulo fechado. Isso interfere na
Aumento das atividades saída da lacrima. Um glaucoma de
secretoras; ângulo aberto significa que o canal
Urinário: há receptores M³ e lacrimal está aberto, enquanto o
promovem: glaucoma de ângulo fechado
significa que o canal lacrimal está
Aumento da contração de fechado.
músculo liso (bexiga);
Relaxamento de esfíncter; Portanto se o animal tiver um
glaucoma de ângulo fechado e
tentar reduzir a PIO aumentando a Aumento de motilidade
secreção da glândula lacrimal a ruminal: causado por
lágrima será produzida em maior timpanismo (rúmen) ou
quantidade, porém não irá sair meteorismo (intestino).
podendo agravar o quadro do
Se o bovino estiver com
animal.
timpanismo espumoso e estimular
Cirurgias oculares: em cirurgias os movimentos ruminais, pode
oftálmicas na qual é necessário agravar o quadro desencadeando
a promoção de miose no animal meteorismo. Se for um timpanismo
pode ser utilizado Carbacol. gasoso ou cólica equina por
Atonia do TGI: o uso desses acúmulo de gases, o uso da
fármacos promove aumento de pilocarpina ou Betanecol auxilia na
peristaltismo. Devemos resolução do quadro, já que o
descobrir a causa da atonia, pois estímulo dos movimentos ruminais
se aumentar muito o auxilia o animal a excretar esses
peristaltismo pode ocorrer gases.
ruptura de alça intestinal
EFEITOS COLATERAIS:
(quando obstruída) e
intussuscepção. Hiperatividade muscarínica:
Exemplo: equino com cólica, pode Sudorese;
ser utilizado Betanecol para Cólicas, tenesmo e vômito:
aumentar o peristaltismo. Se for devido ao aumento do
uma cólica por compactação o peristaltismo; NÃO se induz
quadro será agravado. vômitos com colinomiméticos;
Aumento da secreção lacrimal e
Retenção de urina: pode ser
salivar;
utilizado Betanecol para
Bradicardia e hipotensão:
aumentar a contração da bexiga
devido ao efeito de
e relaxamento de esfíncter.
vasodilatação;
Se for obstrução da uretra por Dificuldade respiratória: devido
cálculos, a administração desse a Broncoconstrição e aumento
medicamento pode causar ruptura de secreção de glândulas pode
da uretra e muita dor no paciente. causar edema/ enfisema
Podem ser utilizados então em pulmonar;
pacientes internados na qual a
CONTRAINDICAÇÕES:
obstrução urinária não seja a causa
principal. Insuficiência respiratória;
Obstrução gastrointestinal,
Xerostomia: também
urinária ou salivar;
conhecida como boca-seca.
Gastrites e úlceras: pois o efeito
Relacionada com distúrbios da
do fármaco é aumentar a
glândula salivar, podem ser
secreção de glândula gástrica;
administrados pilocarpina ou
Gestação: aumenta contração
Betanecol quando obstrução
uterina podendo causar aborto
dos ductos salivares forem
ou maceração fetal;
descartados.
Hipotensão;
O uso desses fármacos pode ocorrem, porém, de forma
levar a intoxicações, para corrigir o potencializada.
quadro utilizamos como antídoto a
A acetilcolina vai se ligar em
atropina (fármaco colinolítico). Age
todos os receptores disponíveis
bloqueando a atividade colinérgica
inclusive do SNC, musculatura lisa
(receptor).
e os pré-ganglionares. Portanto
A atropina é antídoto apenas possui um potencial intoxicante
para situações de hiperatividade muito grande.
muscarínica ou colinérgica. Não
CLASSIFICAÇÃO:
pode ser utilizada em qualquer
caso, pois também pode causar Inibidores reversíveis de AChE:
intoxicação.
Carbamatos: fisiostigmina e
neostigmina.

A fisiostigmina é amplamente
O medicamento utilizada, é um derivado natural,
administrado vai agir na mas hoje em dia a neostigmina é a
acetilcolesterase, bloqueando a mais utilizada.
degradação da acetilcolina
A fisiostigmina é derivada de uma
presente na fenda sináptica.
Portanto já que a acetilcolina não é
planta chamada Physostimina
degradada ela continua se
venenosum, consegue atravessar a
barreira hematocefálica e possui
acumulando na fenda, volta a se
rápida absorção, seja por via oral ou
ligar nos receptores e continua
subcutânea.
promovendo ação.
A neostigmina é um derivado da
fisiostigmina sintético. É menos
lipossolúvel (não atravessa a
barreira hematocefálica), possui
ação mais curta e age
principalmente em musculatura
estriada esquelética em receptores
nicotínicos. Pode ser utilizada para
tratar Myasthenia gravis.
Geralmente é administrado por via
subcutânea ou intramuscular, não
é bem absorvido por via oral e
Como o efeito dos possui eliminação renal.
colinomiméticos é potencializar a
A Myasthenia gravis é uma
transmissão colinérgica,
doença crônica degenerativa de
dependendo do tipo de fármaco e
caráter hereditário com
do receptor em que vai agir vai ter
manifestação tardia. Acomete mais
efeitos diferentes:
comumente humanos e raramente
Os efeitos que irão causar cães. A doença é caracterizada pela
são os mesmos que normalmente destruição dos receptores de
contrações musculares. Se
manifesta como fraqueza para
contrações musculares, o sinal São idênticos a qualquer
mais clássico da doença é a colinomimético de ação direta.
pálpebra caída. O tratamento da Hiperatividade muscarínica:
doença com uso de
Bradicardia com vasodilatação;
colinomiméticos indiretos
Broncoconstrição;
(neostigmina) não é curativo,
Aumento de secreções
apenas retarda a evolução da
(sialorreia, lacrimejamento);
doença através da diminuição da
Dispneia;
degradação de acetilcolina.
Aumento de peristaltismo;
Sudorese.

Podemos ter também os


efeitos nicotínicos:

Paralisia muscular espástica;


Excitação do SNC;
A neostigmina pode ainda ser Hiperatividade do sistema
utilizada para descurarização nervoso simpático;
(intoxicação por veneno de sapo)
que causa no paciente paralisia EFEITOS COLATERAIS:
muscular flácida, para resolução do Acúmulo de acetilcolina nas
quadro bloqueamos os receptores sinapses causando hiperatividade
nicotínicos com acetilcolina. colinérgica.
Inibidores irreversíveis de AChE: INTOXICAÇÕES POR
Organofosforados: ORGANOFOSFORADOS:
parations, malation, A hiperatividade muscarínica
ecotiofato e neguvon. juntamente com a hiperatividade
O mais famoso é o neguvon. nicotínica causam:
Atualmente os organofosforados Sialorreia intensa;
são utilizados para controle de Lacrimejamento;
pragas no ambiente. Não é mais Miose;
utilizado para controle de parasitas Vômito;
em animais, pois pode causar Sudorese;
toxidade e levar a óbito. Diarreia com cólica;
Os organofosforados são Micção constante;
lipossolúveis e podem se depositar Bradicardia;
no tecido adiposo, os três citados Paralisia muscular espástica
acima são utilizados como e fasciculação;
inseticidas e penetram na pele com Excitação do SNC ->
facilidade, causando intoxicação. O convulsão;
triclofon pode ainda ser utilizado Para tratar uma intoxicação por
como anti-helmíntico. organofosforados podemos
EFEITOS FARMACOLÓGICOS: utilizar:

Atropina: bloqueia
receptores muscarínicos;
porém causa hiperatividade muscarínicos (M¹, M² e M³),
dos receptores nicotínicos. também são chamados de
Pralidoxima (Contrathion®): antimuscarínicos.
possui alta afinidade com
Colinolíticos nicotínicos: possuem
ligação de fósforo, portanto
os bloqueadores de receptores N¹ e
ele se liga com o
os de N².
organofosforado forçando o
organofosforado a se Os bloqueadores de
desligar da receptores N¹ não possuem uso na
acetilcolesterase, voltando a medicina veterinária. Os
degradar a acetilcolina. bloqueadores de receptores N² são
muito utilizados como
bloqueadores neuromusculares
(também conhecidos como
São os fármacos que curarizantes).
bloqueiam a transmissão
colinérgica (antagonista).

Dentre eles o mais


conhecido é a Atropina que é um
alcaloide derivado da Beladona
(Atropa beladdona). Outro
derivado é a Escopolamina
(comercialmente conhecido como
Buscopam) muito utilizado em
casos de cólicas.
Os colinolíticos bloqueiam Dentre os derivados
os receptores, a acetilcolina não sintéticos podemos citar a
consegue se ligar e, portanto, não Tropicamida, muito comumente
promove efeito. encontrado na base de colírios
oftálmicos que provocam midríase.
Também podemos citar o
Glicopirrolato.
Dessa forma a ação dos
colinolíticos é exatamente o EFEITOS FARMACOLÓGICOS:
contrário dos colinomiméticos, ou Irão fazer exatamente o
seja, é um antagonista. efeito contrário dos
São drogas antagonistas de colinomiméticos, bloqueiam a ação
receptores colinérgicos, ou seja, da transmissão colinérgica.
reduzem a resposta da transmissão Músculo liso vascular: contrai;
colinérgica. Fazem competição Músculo liso não vascular (TGI e
com a acetilcolina pelos receptores bexiga): relaxa;
(muscarínicos ou nicotínicos). Coração: taquicardia;
CLASSIFICAÇÃO: Respiração: aumento da
frequência respiratória;
Colinolíticos muscarínicos: agem Olho: midríase;
em todos os receptores
SNC: a atropina pode causar náuseas e vômitos,
excitação e a escopolamina normalmente ocorre em
pode causar depressão. viagens de carro. Outros
fármacos depressores do SNC
A escopolamina pode ser utilizada
podem ser utilizados como a
para enxaqueca, pois promove
Acepromazina (sedativo);
vasodilatação periférica fazendo
com que a pressão intracraniana EFEITOS COLATERAIS:
diminua aliviando a dor.
Hipoatividade colinérgica
Trato gastrointestinal: reduz a
Boca seca;
atividade motora, reduz o tônus
Fotofobia por midríase;
e reduz o peristaltismo;
Taquicardia;
Glândulas exócrinas: diminui a
Dificuldade de urinar e defecar:
secreção;
devido ao relaxamento da
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: musculatura e diminuição do
peristaltismo;
Atropina:
CONTRAINDICAÇÕES:
Sialorréia;
Diarreias intensas e tenesmo; Insuficiência cardíaca
Exame de fundo de olho: coronariana: devido a
colírios a base de Tropicamida taquicardia que é provocada
para promover midríase, pois pode agravar o quadro;
possui meia-vida menor que a Hipertrofia prostática: devido a
atropina; redução da contração da
Pré-anestésico: utilizado musculatura lisa não vascular,
principalmente em cirurgias pode causar retenção de urina e
entéricas para diminuir o possivelmente ruptura de
peristaltismo; bexiga;
Intoxicação por
anticolinesterásicos: utilizado
como antídoto para os
colinomiméticos de ação
indireta;
Parada cardíaca: não é o
fármaco de primeira escolha,
mas por promover taquicardia
se torna útil na falta de outros
medicamentos; INTOXICAÇÕES POR ATROPINA:
Escopolamina: Sinais clínicos:
Reduz contração de Xerostomia: boca seca;
musculatura lisa: cólicas Anúria: ausência de urina;
uterinas/ entéricas; Midríase;
Prevenir cinetose: é a situação Redução de peristaltismo;
em que devido a movimentação Hipomotilidade do TGI;
do ambiente e o organismo do Redução de sudorese;
animal estar parado ocorre
Tratamento: estreptomicina e toxina
botulínica também inibem a
Anticolinesterásicos: pode ser
liberação de acetilcolina;
utilizado Fisiostigmina
Superdosagens de
(colinomimético de ação
anticolinesterásicos impedem a
indireta) aumenta a
contração da musculatura;
concentração de acetilcolina
nas fendas sinápticas forçando Bloqueadores pós-sinápticos:
o desligamento da atropina dos
Não possuem uso em
receptores.
medicina veterinária devido ao seu
Anticonvulsivantes: devido a
mecanismo geral, pois agem em
atropina causar excitação do
diversos sistemas orgânicos
SNC pode ser utilizado o
causando uma grande
Diazepam evitando que o
interferência.
animal entre em um quadro de
convulsão devido a excitação Bloqueadores competitivos:
do SNC;
Fluidoterapia: para auxiliar na Também chamados de não-
eliminação da substância despolarizantes, estabilizantes ou
intoxicante; curarizantes. Competem com a
acetilcolina pelo receptor e evitar
que o músculo sofra
despolarização. São derivados do
curare, o mais conhecido é o
São aqueles que atuam
pancurônio, também temos
como bloqueadores
disponível o antracúrio.
neuromusculares. Agem
principalmente nos receptores N² O curare é uma planta comum nas
interrompendo a contração regiões de mata atlântica. Os índios
muscular. utilizavam o extrato da planta em
flechas ou dardos para caçar, ao
RECEPTORES NICOTÍNICOS:
atingir o alvo ocorre relaxamento
A partir da ligação da da musculatura lisa e não consegue
acetilcolina nos canais (sódio e fugir.
potássio) ocorre a abertura para
passagem do potencial de ação
para que ocorra a contração da
musculatura;

BLOQUEADORES MUSCULARES:

Vão agir impedindo a


transmissão neuromuscular e São antagonistas reversíveis da
promovendo paralisia e acetilcolina, impedem a abertura
relaxamento de musculatura: dos canais de sódio mantendo as
Bloqueadores pré-sinápticos: células estabilizadas (não
despolarizam) não há contração.
Inibem a síntese de acetilcolina
Inibem a liberação de EFEITO DOS BLOQUEADORES NÃO
acetilcolina: magnésio, DESPOLARIZANTES:
Promovem paralisia flácida que tetraciclinas e aminoglicosídeos
se inicia nos músculos menores e (antibióticos), portanto há risco de
por fim afeta o diafragma. O tempo recurarização devido a diminuição
de recuperação após o uso desses de liberação de acetilcolina pela
fármacos é cerca de 1 hora. competição com o cálcio nos
receptores do sistema nervoso
Ocorre efeito curarizante
periférico.
quando cerca de 80% dos
receptores estão bloqueados, já Bloqueadores despolarizantes:
quando 95% dos receptores estão
Agem promovendo uma
bloqueados ocorre paralisia.
despolarização prolongada, essa
Para reverter esses efeitos é despolarização prolongada faz
necessário a associação de um com que o músculo fique relaxado
anticolinesterásico + atropina. O por muito tempo. Como exemplo
anticolinesterásico vai impedir a podemos citar a succinilcolina.
degradação de acetilcolina, a
Atuam somente em receptores
atropina vai bloquear os receptores
N², impedem o fechamento dos
muscarínicos, com isso a
canais de sódio, ou seja, a célula
acetilcolina disponível vai agir
não vai repolarizar e vai manter a
apenas nos receptores nicotínicos.
musculatura relaxada. A
Dos fármacos disponíveis succinilcolina sofre hidrólise por
podemos citar: uma enzima chamada
butirilcolinesterase (análogo à
Antracúrio: Não há efeitos no
acetilcolisnesterase).
sistema cardiovascular, poucos
efeitos cumulativos e é muito EFEITOS DOS BLOQUEADORES
utilizado em cães e equinos em DESPOLARIZANTES:
casos de tétano. Possui
Causam uma contração
excreção renal
espástica seguida de paralisia
O tétano causa paralisia muscular flácida que pode durar de 5 a 10
espástica, portanto utilizamos o minutos, no diafragma a paralisia
antracúrio para proteger os dura 3 minutos (interfere na
receptores nicotínicos da toxina respiração e pode levar o animal a
tetânica. Manter o animal óbito. Esses fármacos podem
curarizado ocupa os receptores causar uma despolarização
impedindo a ligação da toxina prolongada aumentando o tempo
tetânica, os efeitos desses de duração da paralisia.
fármacos são reversíveis.
FARMACOCINÉTICA DOS
Pancurônio: é mais potente que BLOQUEADORES DESPOLARIZANTES:
o antracúrio e o vecurônio. IV ou IM: não são absorvidos VO.
Possui excreção renal Não atravessam barreiras
Vecurônio: Possui excreção tissulares
hepática. Não são metabolizados:
Os fármacos bloqueadores não eliminados de forma ativa na
despolarizantes se armazenam em urina.
tecido adiposo. Interagem com
Os ruminantes têm baixo nível EFEITOS COLATERAIS:
plasmático de colinesterases,
Liberação de histamina em cães
portanto podem ter uma paralisia
e gatos: tratar com anti-
prolongada.
histamínico para evitar choque.
Excreção renal Hiperpotassemia: devido a
abertura dos canais de sódio.
INDICAÇÕES:
Apneia prolongada: devido a
Pré-anestésico: relaxa a paralisação do diafragma.
musculatura. Muito utilizado Arritmia cardíaca:
em cirurgias toráxicas para Animais hepatopatas: demora
diminuir a atividade do metabolizar o fármaco,
diafragma. prolongando o efeito.
Facilitar a intubação traqueal: Hiperatividade muscarínica:
fácil reversão.
DESCURARIZAÇÃO:
Equinos com tétano: utiliza-se
um bloqueador não Para reverter o quadro
despolarizante para curarizar o podemos fazer associação de:
animal (relaxar a musculatura)
Anticolinesterásicos:
juntamente com um
(neostigmina) e atropina: com o
bloqueador despolarizante para
objetivo de aumentar o teor de
manter o animal curarizado.
acetilcolina e bloquear receptores
Imobilização de animais
muscarínicos, para sobrar
silvestres: utiliza-se esses
acetilcolina que irá se ligar nos
bloqueadores devido a
receptores nicotínicos, forçando o
facilidade desses animais se
desligamento do bloqueador.
intoxicarem com outras
Respiração artificial:
substâncias. Além de ter rápida
ação e efeito curto.

O processo inflamatório é uma As alterações de calor e rubor


resposta orgânica a todos os eventos são devido ao grande fluxo
que ocorrem com a interação com a sanguíneo que irá migrar para a
natureza. região. O inchaço se dá pelo
ingurgitamento dos vasos
Os sinais clássicos da inflamação
sanguíneos para a passagem de
são:
células de defesa e ocorre
Calor; extravasamento de plasma. A dor é
Rubor; importante para estimular a resposta
Inchaço; inflamatória e causa perda de função
Dor; transitória, que auxilia no processo
Perda da função. de reparação da resposta
inflamatória.
CLASSIFICAÇÃO:
Inflamação aguda: sinais clínicos. Os animais podem
manifestar:
Uma inflamação aguda pode se
tornar crônica, por exemplo, micose Hipertermia;
é aguda, mas tem um tratamento Bradicardia;
prolongado (mínimo 60 dias). Perda de apetite;
Depressão do SNC;
Inflamação crônica:
Sudorese;
Em inflamações crônicas sempre Aumento da secreção de suco
haverá presença de células gigantes gástrico;
(macrófagos).
O tecido acometido recebe um
Essa classificação é através do estímulo inflamatório, as células do
tempo de presença do processo tecido vão sinalizar para os vasos
inflamatório, sendo que aqueles com sanguíneos. Ocorrerá inversão do
mais de 20 dias de evolução são fluxo sanguíneo, as células (brancas e
crônicos, e a causa também interfere. vermelhas) que se encontram no
PRESENÇA DE BACTÉRIAS: centro do vaso vão para a periferia
para que seja possível iniciar o
Inflamação séptica: com processo de rolamento pela parede
presença de bactérias, mais grave do vaso, se aderir e por fim emigram
que uma inflamação asséptica. Se do vaso para o tecido alvo através da
não tratada corretamente, o quimiotaxia. Esse processo é
animal corre risco de desenvolver mediado por selectina e integrina.
uma sepsemia.
Inflamação asséptica: sem As
presença de bactérias. membranas
celulares são
TIPOS DE EXSUDATO: compostas por
Os tipos de exsudatos vão uma bicamada
variando de acordo com o avanço do fosfolipídica com várias enzimas
processo inflamatório. Podem ser (fosfolipases). As fosfolipases vão
classificados em: promover a quebra do ácido
araquidônico que irão estimular
Seroso
receptores.
Fibrinoso
Purulento Quando a célula sinaliza a
Sanguinolento inflamação as fosfolipases vão
degradar os fosfolipídeos da
Além desses pode ocorrer
membrana e quebrar ácido
combinações de dois tipos como por
araquidônico. O ácido araquidônico
exemplo: mucopurulento. Vão variar
pode agir em dois ciclos diferentes:
de acordo com o local e causa da
lipoxigenases ou cicloxigenases.
doença.
Ao ativar o ciclo das
Lipoxigenases irá dar origem a vários
grupos de leucotrienos (A4, C4, D4,
É uma resposta sistêmica a um E4) que irão promover quimiotaxia,
processo inflamatório. A febre é uma além disso causam vasoconstrição,
síndrome, conjunto de sintomas e Broncoconstrição e aumento da
permeabilidade vascular.
Ao ativar o grupo da COX-2:
Cicloxigenase (também conhecidas
Agem em função da integração
como Cox) irão produzir
com as interleucinas (IL¹, IL² e TNFα).
prostaglandinas. As prostaglandinas
São produzidas SOMENTE por para
dão origem aos tromboxanos que
mediar processos inflamatórios.
vão agir promovendo agregação de
plaquetas e vasoconstrição, dá COX-3:
origem também as prostaciclinas Presente no córtex cerebral de
que realizam feedback negativo humanos e de cães. Não se sabe
(inibe agregação de plaquetas e exatamente o que ela produz e qual
realiza vasodilatação). seu efeito sistêmico.
EICOSANÓIDES
Prostanóides:
PGI²: reduz a agregação
plaquetária. Produzida mais
tardiamente no processo
inflamatório;
TXA²: promove vasoconstrição e
ajuda na agregação plaquetária;
PGD²: promove vasodilatação,
agregação plaquetária,
relaxamento de musculatura
É um ácido graxo liberado pela
intestinal e uterina e
fosfolipases A2 na membrana celular.
broncoconstrição. Pode ser
A fosfolipases A2 pode ser ativa
utilizada para retardar partos;
mediante qualquer estímulo
PGE²: mediador da febre,
químico, físico e mecânico.
aumenta a secreção de ácido
Os metabólitos do ácido clorídrico (HCL) e promove
araquidônico são chamados de contração uterina (pode ser
eicosanóides e são gerados pelas utilizada para induzir parto);
cicloxigenases (COX) e lipoxigenase PGF²α: promove contração do
(LOX). Os eicosanóides vão mediar miométrio, luteólise e
todos os aspectos da inflamação, broncoconstrição. Muito utilizada
enquanto os leucotrienos vão agir em protocolos para sincronização
promovendo quimiotaxia. de cio;
Leucotrienos:
LTB4: age promovendo
As cicloxigenases são divididas quimiotaxia, aderência, ativação
em 3 grupos: de polimorfonucleados
COX-1: (neutrófilos e eosinófilos) e
monócitos, produção de
São encontradas na maioria das macrófagos e linfócitos.
células do organismo. Vão produzir LTC4, LTD4, LTE4: promovem
prostaglandinas para a manutenção broncoconstrição,
das funções fisiológicas vasoconstrição, aumento da
permeabilidade do vaso e está
presente em respostas de inclusive humanos, que excretam
processos anafiláticos. por via renal. Quando o fármaco é
eliminado em sua forma ativa sofre
um processo chamado reciclagem
entero-hepática (reabsorvida ao
chegar no jejuno) causando mais
lesões no TGI inferior.
Os antinflamatórios agem
USO CLÍNICO:
bloqueando a formação de
prostaglandinas e leucotrienos Em sua maioria, os AINEs são
através da inibição de COX ou LOX. utilizados para controle de dor e
Dessa forma, consequentemente, hipertermia (febre), porém também
haverá diminuição da migração de pode ser utilizado para:
células inflamatórias Dor, febre, inflamação, trombose.
CLASSIFICAÇÃO: Dores no pós-operatório.
Dores uterinas.
Os antinflamatórios são
Musculatura esquelética.
classificados em dois grandes
grupos: CLASSIFICAÇÃO PELO MECANISMO
DE AÇÃO DOS AINES:
Antinflamatórios não esteroidais
(AINEs): são de origem sintética. Inibidores de COX-1 e COX-2
Antinflamatórios esteroidais Inibidores seletivos de COX-2
(AIE): são derivados do colesterol. Inibidores de COX e LOX: dupla
ação
Inibidores de LOX

São drogas facilmente


excretadas pela urina, podem ser
administradas por diversas vias: VO,
IM, IV, SC, tópico (a VO em
ruminantes sofre degradação
ruminal, portanto a perda de efeito é
muito grande).
Há excelente efeito para
Normalmente: a célula sofre
controle de dor somática (geral do
agressão, produz ácido araquidônico
organismo), possui alta ligação com
que irá agir na COX-1 e COX-2. Na
proteínas plasmáticas (cerca de 98%),
COX-1 as prostaglandinas vão agir
ou seja, tem uma meia-vida
fisiologicamente na manutenção do
relativamente longa.
corpo. Na COX-2 as prostaglandinas
Em sua maioria possuem vão agir na dor, febre e inflamação.
metabolização hepática e excreção
Com uso de antinflamatórios: Com a
renal.
utilização de um antinflamatórios
Em canídeos a eliminação de não seletivo que irá agir em COX-1 e
fármacos é preferencialmente biliar, COX-2, haverá diversos efeitos, como
contrário as outras espécies, por exemplo, em COX-1 não haverá
produção de muco no estômago qual estimula a produção de PGE²
podendo causar gastrite/ úlcera que vai agir no hipotálamo
gástrica. promovendo o aumento da
temperatura corporal (febre). O
Importante a utilização de
efeito antitérmico do AINE inibe a
protetores gástricos ao administrar
ação da PGE² dessa forma impedindo
antinflamatórios!
a febre.

EFEITO ANTINFLAMATÓRIO:
Os AINEs inibem os eventos da
inflamação dependentes de COX,
principalmente os COX-2.
EFEITO ANTITÉRMICO:
Os AINEs reduzem a produção
de PGE² no hipotálamo (que controla
a temperatura corporal) evitando o
surgimento de febre. O aumento da
temperatura corporal de forma EFEITOS COLATERAIS AINEs:
sistêmica é no intuito de melhorar a Estômago: diminui a produção de
capacidade do organismo de muco e aumenta de secreção de
responder a inflamação. Porém o ácido clorídrico e pepsina, o que
aumento muito grande de causa gastrite e úlcera quando
temperatura pode levar o animal a usados a longo prazo;
morte. Rins: diminuição da irrigação
EFEITO ANALGÉSICO: (devido a vasoconstrição) e
filtração, podendo causar
Os AINEs diminuem a nefropatias por analgésicos
produção de prostaglandinas que (insuficiência renal crônica e
sensibilizam os receptores de insuficiência cardíaca congestiva).
bradicininas (mediador da dor). Sangue: diminui a coagulação
Cada fármaco AINE podem ser devido a inibição de tromboxanos
melhores ou piores em cada um dos (TAX-2) podendo causar
efeitos citados acima. Por exemplo, hemorragias.
O Diclofenaco sódico é um AINE que Útero: inibe a motilidade uterina e
tem um efeito analgésico excelente, prolonga a gestação.
porém tem um péssimo efeito A associação de AINEs + AIE =
antitérmico. Por isso algumas vezes é potencialização dos efeitos colaterais
necessário a associação de AI. dos AINEs, sem potencialização do
efeito antinflamatório, apenas dos
efeitos colaterais.
Devemos ter cuidado com a
administração desses fármacos em
idosos e em neonatos. Pois em
neonatos o sistema imunológico não
Ocorre a reação inflamatória e está bem desenvolvido e pode causar
os macrófagos irão produzir IL-1 a imunossupressão definitiva no
animal. Já em idosos, a resposta do Diclofenaco: diclofenaco de sódio,
sistema imune é lenta, ao administrar diclofenaco de potássio. Entre os
o AI a reparação tecidual é retardada. mais conhecidos podemos citar
Cataflan, Dicoflen e Voltaren.
Ação dual (COX e LOX):
Alta potência analgésica e
antinflamatória
Muito utilizado para dores
musculares (miosites) e artrites não
infecciosas com ação
condroprotetora. Diferente de outros
antinflamatórios que normalmente
Ao inibir COX-1 é onde vamos destroem a cartilagem.
ter a maioria dos efeitos colaterais. Em cães seu uso é restrito devido
Ao inibir COX-2 vamos ter ação aos sérios efeitos colaterais como a
somente na inflamação. Portanto, formação de gastrite/ úlceras
quanto mais seletivo o fármaco for gástricas.
para COX-2 haverá menos efeitos
ÁCIDOS PROPIÔNICOS:
colaterais.
Ibuprofeno: entre os mais
conhecidos podemos citar Advil,
Alivium e Artril.
SALICILATOS:
Inibe COX-1, COX-2 e COX-3.
Ácido acetilsalicílico: (AAS, aspirina, Inibe agregação de neutrófilos.
buferin, doril, melhoral).
Muito utilizado para dores
Bom potencial terapêutico; inflamatórias e pós-operatórias, para
Boa absorção VO; tratar infecções em bovinos, choques
Baixa ligação com proteína endotóxicos e mastites.
plasmática (50-70%) – muita
Em pequenos animais a sua
droga livre no sangue fazendo
utilização é menos frequente pois
com que o efeito seja rápido;
devido a alta meia-vida do
Meia-vida: cães (8horas), equinos
medicamento no organismo do
(1hora) e para gatos (38horas). A
animal pode causar sérios efeitos
meia-via em gatos é muito grande
colaterais como úlceras gástricas e
devido a ausência natural de uma
nefrotoxicidade. Enquanto em
enzima chamada
bovinos a meia-vida dura cerca de 8
glicuroniltransferase.
horas, em pequenos animais pode
O AAS é um fármaco de uso restrito durar até 20 horas.
para gatos, diferente do Paracetamol
Cetoprofeno: entre os mais
que é proibido para gatos.
conhecidos podemos citar Ketofen,
Muito utilizado para dores Algiprofen e Ketofan.
leves e moderadas. Em equinos é
Ação dual (COX e LOX)
usado para tratar uveíte, trombose,
Utilizado para pós-operatório,
naviculite e laminite.
dores musculares e cólica
ÁCIDOS ACÉTICO:
Pouca ação degenerativa sobre Muito utilizado em pós-
cartilagens operatório de pequenos animais e
Potente analgésico e menor ação em dores de origem
antinflamatória. musculoesquelética. Para
Uso máximo de 5 dias (pouco grandes animais pode ser
ulcerogênico): normalmente utilizado para controle de dor,
AINEs podem ser utilizados de 3 a como a cólica em equinos,
5 dias. quando não há outra opção
melhor disponível.
ÁCIDO AMINONICOTÓNICOS:
DERIVADOS FENOLÍTICOS:
Fluxina meglumina: entre os mais
conhecidos podemos citar Paracetamol: entre os mais
Banamine, Flumamine e Flumegam. conhecidos podemos citar o Tylenol.
VO ou IV Inibidor de COX-3
Utilizado com muita frequência Efeito analgésico e antipirético
em grandes animais. Indicados para pacientes com
tendências hemorrágicas, pois
Principalmente em bovinos para
não promove agregação
pós-operatório, pode ser utilizado
plaquetária.
para tratamento de pneumonias em
Extremamente hepatotóxico
bezerros. Em equinos pode ser
utilizado para cólica e distúrbios Pois é uma pró droga, ou seja,
musculoesqueléticos. Para cães seu administramos a forma inativa e
uso é restrito pois causam quando passa pela metabolização do
nefrotoxicidade muito grande. fígado passa a ter sua forma ativa
PIRAZOLONAS: Uso proibido em felinos
Fenilbutazona: entre os mais Felinos possuem uma deficiência
conhecidos podemos citar Algess e natural da enzima responsável pela
Butazolidina. conversão da forma inativa para a
forma ativa, chamada de
Ação dual (COX e LOX)
glicoruniltransferase. Portanto a
Ação condrodegenerativa
droga inativa fica circulando pelo
Sem muito uso na medicina
organismo do animal por muito
veterinária.
tempo, essa droga inativa se liga a
OXICANS: hemoglobina no mesmo local em que
Meloxicam: entre os mais conhecidos o oxigênio deveria se ligar, dessa
podemos citar Maxicam e Meloxivet. forma o animal pode vir a óbito por
asfixia.
Principal AINE para pequenos
animais. Em casos de intoxicação por
Inibidor de COX-2: possui menos paracetamol devemos entubar o
efeitos colaterais, porém se animal e administrar acetilcisteína
utilizado por períodos que auxilia na eliminação do
prolongados ou doses grandes paracetamol do organismo.
podem gerar efeitos colaterais. DIMETILSULFÓXIDO:
Promove efeito analgésico,
DMSO: é um dos melhores AI
antipirético e antinflamatório.
articulares que existem, podemos
citar comercialmente o DMGEL e
Dimesol.
Não causa degeneração articular
e protege as articulações.
Rápida absorção (5min)
Excelente efeito antinflamatório e
analgésico
Possui efeito teratogênico (má
formação fetal)
Utilizado para tratamento de
Articulação normal: temos cápsula
artrite séptica, lavagens
articular com líquido sinovial e
articulares, miosites, tendinites,
cartilagem articular.
endotoxemia e choque. Muito
utilizado em equinos. AI condrodegenerativos diminuem a
ação do ácido hialurônico, com isso
GLICOSAMINOGLICANOS:
os ossos começam a ter contato um
Sulfato de controitina: entre os mais com o outro e vai destruir a
conhecidos podemos citar cartilagem devido a diminuição de
Artroglican e condroton. viscosidade do líquido sinovial. Com
isso ocorre inflamação da cápsula,
Efeito antinflamatório
destruição da cartilagem e lesão de
Diminui a ação de enzimas
ossos.
proteolíticas que destroem a
articulação Podemos proteger a articulação do
Aumenta a produção de ácido animal ao realizar uso de AI a partir da
hialurônico associação com colágeno.
Está relacionado a inflamação,
fundamental para a manutenção do
líquido sinovial e estimula a síntese
de colágeno nas articulações.
Utilizado para cães e equinos com É o grupo de fármacos que irão
transtornos articulares. Em cães agir na adrenal.
principalmente para displasia
Relembrando a fisiologia do
coxo-femoral.
sistema endócrino: No hipotálamo há
Ácido hialurônico: podemos citar o liberação de hormônios
Osteocart. controladores da hipófise (CRH), a
Efeito antinflamatório hipófise vai produzir ACTH que vai
Condroprotetor natural agir na adrenal estimulando a
produção de glicocorticóides e
Melhora a viscosidade do líquido mineralocorticóides. Os
sinovial e estimula a síntese de matriz mineralocorticoides estão mais
cartilaginosa. relacionados com o equilíbrio
Indicado para problemas hidroeletrolítico do corpo enquanto
articulares como sinovites e os glicocorticoides estão
capsulites leves e lesões relacionados com a manutenção do
articulares diversas. sistema imunológico.
MINERALOCORTICOIDES:
O mais conhecido é a
Aldosterona que tem como função a
manutenção do equilíbrio
hidroeletrolítico.
GLICOCORTICOIDES:
Maior importância para a
inflamação. Cortisol e
Corticosterona. Além do
metabolismo de carboidratos e
proteínas também possui atividade
A adrenal é dividida em regiões
antinflamatória e imunossupressora.
cortical e medular. Essas regiões são
divididas em glomerulosa,
fasciculada, reticular e medula.
Na região cortical (região mais São aqueles análogos
periférica) ocorre a produção de sintéticos ao cortisol. A sua principal
aldosterona. Na região fasciculada ação é o efeito antinflamatório e
ocorre a produção de cortisol imunossupressor.
(glicocorticoide). Na região medular Administração VO, IV, IM, SC e
há a produção de andrógenos (ex: tópico.
estrógenos) e catecolaminas Atravessa barreiras
(adrenalina, noradrenalina e hematocefálica e placentária
dopamina). Metabolismo hepático
Excreção renal
Inibe PLA2 (estimulante da
fosfolipase) e COX.
EFEITOS TERAPÊUTICOS:
Possui os efeitos antinflamatórios
já citados associados com atividade
imunossupressora. Antinflamatórios
esteroidais são muito utilizados para
tratamento de doenças autoimunes.
EFEITOS COLATERAIS:
Curiosidade: quando o macho é
castrado os responsáveis por manter Além dos efeitos colaterais já
a produção de testosterona são a citados na seção sobre AINEs, os AIEs
adrenal e o fígado. podem ainda causar:
Ossos:
Pode causar osteopenia que é a
redução da absorção de cálcio pelo
intestino, raquitismo e hipercalciúria.
Musculatura esquelética:
Devido a ação proteolítica vai Aumenta a coagulação sanguínea.
causar fraqueza e atrofia muscular.
INDICAÇÕES:
Sistema cardiovascular:
Choque: choques normalmente
Ocorre aumento do débito estão relacionados com
cardíaco, pressão arterial e maior degranulação de mastócitos para
risco de desenvolver ICC a liberação de histamina. Os AIEs
(insuficiência cardíaca congestiva). inibem a degranulação de
mastócitos.
Rins:
Hipoadrenocorticismo: quando a
Aumenta a retenção de sódio e adrenal do animal para de
água, causando consequentemente produzir cortisol é necessário
o edema. Aumenta a sede, apetite e fornecer cortisol exógeno.
quantidade de urina excretada. Alergias moderada a grave: pode
Pele: ser utilizado para casos de DAPP
(dermatite alérgica a picada de
Diminui a deposição de colágeno, pulga), atopia e asma felina.
o que afeta negativamente na Bronquite crônica:
cicatrização. Diminui a espessura e Ceratites não ulcerativas: se for
elasticidade da pele e pode ocorrer utilizada em ceratite ulcerativa
pigmentação e hiperqueratose no agrava o quadro.
intuito de proteger a pele. Traumas articulares: é indicado
Células: pois tratamentos para traumas
articulares costumam ser mais
Inibe a resposta de macrófagos e
longos. O tempo de uso de AINEs
proliferação de fibroblastos.
é restrito para no máximo 7 dias e
Metabolismo: os AIEs podem ser utilizados por
Aumenta a gliconeogênese e 30 dias, desde que após o fim do
diminui a utilização da glicose tratamento seja feito o
periférica. A falta de glicose nas “desmame” do AIEs.
células aumenta o catabolismo Doenças autoimunes: em casos
proteico (proteólise). O excesso no de anemia hemolítica autoimune,
uso de AIEs podem causar trombocitopenia autoimune,
hiperadrenocorticismo. poliartrite imunomediada dentre
outras.
TGI: Enteropatias inflamatórias
Aumenta a probabilidade de crônicas:
desenvolver gastrites e úlceras Cetose bovina:
devido ao aumento de HCL. Inflamação de músculo
esquelético:
Reprodução:
De todas citadas acima, as principais
Pode causar aborto, induzir parto
indicações são para tratamento de
em bovinos e equinos, reduzir a
choques e de doenças autoimunes.
fertilidade, atrofia testicular em
filhotes e anomalias fetais como
fenda palatina.
Sangue:
Pode ser causada por diversos associados com o tratamento do
fatores como demonstrado na agente causador (ex: acaricidas).
imagem abaixo:

Na imagem acima é
demonstrado a clínica comum de um
Os locais de predileção paciente com síndrome de Cushing.
geralmente são em patas e regiões Podemos observar alopecia bilateral
com menos pelos. principalmente na região do dorso.

Para saber se a dermatite é de CUIDADOS COM AIEs:


origem endócrina observamos os Infecções concomitantes: devido
aspectos das lesões. Por exemplo: ao efeito imunossupressor, se o
malasseziose causa espessamento e animal tiver infecção ela irá se
ressecamento de pele em pontos agravar.
distantes como pontas de orelhas e Efeito imunossupressor:
patas. Já as de origem endócrina Filhotes: não possuem o sistema
sempre serão bilaterais simétricas e imunológico bem desenvolvido. O
normalmente se manifestam na uso desses medicamentos pode
região ventral do abdômen e manter o sistema imunológico
pescoço e patas, como mostrada na desse animal pouco desenvolvido
imagem abaixo. mesmo na fase adulta.
Gestantes: pode retardar o
nascimento e causar
malformações fetais, além de
poder deixar o filhote
imunossuprimido após o
nascimento e durante a vida do
animal.
Diabetes mellitus: o AIEs interfere
na insulina e causa hiperglicemia,
Em casos em que é realizado o portanto administrar esses
tratamento com AIEs para fármacos em pacientes diabéticos
dermatites de origem não-endócrina podem agravar o quadro.
o organismo para de reagir contra o Doenças cardíacas e renais: o uso
agente causador durante o uso do dos fármacos AIEs aumentam o
AIE e se recupera das lesões, porém risco de desenvolvimento dessas
ao suspender o uso o animal volta a doenças.
apresentar as mesmas lesões. Os
SEMPRE fazer o desmame adequado
AIEs podem ser utilizados para o
do AIE. O desmame consiste em
tratamento de dermatites sempre
fazer a remoção gradativa do endógeno cai e o organismo demora
medicamento que o animal está para voltar a produzir,
tomando. Se for removido desenvolvendo
bruscamente o nível de cortisol hipoadrenocorticismo no paciente.

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