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ANESTESIOLOGIA VETERINARIA – AULA 01 – 27/02 – SEGUNDA FEIRA

INTRODUCAO A ANESTESEOLOGIA VETERINARIA

 A palavra anestesia vem do grego – privação de sensações, fazer com que os animais não tenham dor durante
procedimentos.
 O interesse no inicio era para abolir a dor no homem, não nos animais. Pensando em fazer com que as pessoas não
sentissem dor durante procedimentos. Os primeiros experimentos foram feitos em animais, os medicamentos utilizados
em homens e depois nos animais.
 Hoje sabemos da importância da anestesiologia animal para animais. É uma área que está em crescimento.
 Surgiu no século 19. Usavam-se plantas, magias e até orações. Naquela época as cirurgias eram muito mais rusticas (não
havia equipamento adequado). Mil anos antes de cristo usava-se a compressão das carótidas para que houvesse hipoxia
e a pessoa desmaiava, então o procedimento era realizado. Muitas pessoas morriam nesse procedimento, tanto pela
asfixia, quanto pela dor.
 Em 400 a.c começou a utilizar a esponja soporífera – utilizada por Hipócrates. Feita a partir de ópio, vinho e plantas.
Utilizava-se a raiz da mandrágora e o meimendro. Também o ópio.
 Na idade media utilizava-se a hipotermia para realizar procedimentos. Já outros povos usavam a concussão (tigela de
madeira) – literalmente dar na cabeça da pessoa ate ela desmaiar e fazer o que precisava.
 Outra técnica muito utilizada era a contenção. Simplesmente segurar a pessoa e vida que segue. Amarrava a pessoa,
colocava um pano na boca e vida que segue. Muita gente morria por conta disso.
 Outros povos utilizavam hipnotismo, láudano (vinho branco, cravo, canela, ópio e açafrão) – a pessoa cheirava. Na china
já era utilizada a acupuntura.
 Como não existiam livros ou acesso a informação, tudo que era feito ou realizado era feito em forma de auditório.
Marcava-se uma audiência com professores na época e demonstrava-se a técnica.
 Professora mostra imagem de uma pessoa amarrada para ser submetida a um procedimento cirúrgico.
 1540: paracelsus descobre o efeito soporífero em galinhas (éter). Pensa então em usar o éter em humanos.
 1773: joseph priestly descobre o oxido nitroso, que foi muito relevante.
 1845: horace wells: testa publicamente o oxido nitroso e fracassa, mas o aluno dele william thomas green morton (aluno
de wells) segue com o estudo.
 1846: william thomas green morton extrai com sucesso o tumor de um paciente usando éter como anestésico e obteve
sucesso publicamente.
 Na medicina veterinária
 1847: o primeiro relato é de Edward Mayhew e ele utiliza éter em cães e gatos.
 1852: George H. Dadd primeiro médico veterinário a usar éter e clorofórmio em cirurgias.
 1910: Jorge Spitz cria um método de anestesia inalatória, chamado inalador de spitz.
 Áreas de atuação: anestesia de pequenos, grandes, selvagens ou todos os animais. Pode-se trabalhar com pesquisa, vida
acadêmica ou emergência (muito importante – anestesista tem o dever de saber todas as complicações do
transoperatório e lidar com ela. Como o anestesista vive em situações de risco, visto os perigos, fica tranquilo em
situações de estresse).

TERMINOLOGIA
 Anestesia: perda total da sensibilidade em todo o organismo ou em parte dele, geralmente induzida pela administração
de agentes que deprimem a atividade dos tecidos nervosos.
 Agente anestésicos: substancia capaz de produzir anestesia, de forma controlável e reversível.
 Anestesia regional: anestesia em área especifica do corpo.
 Anestesia geral: perda da consciência hiporreflexia, relaxamento muscular e analgesia (ausência de dor e movimento).
 Anestésico geral: composto que produz a perda de sensação, inconsciência, relaxamento muscular e imobilização por
depressão do sistema nervoso central de forma reversível.
 Anestésico inalatório: gás ou liquido com grande pressão de vapor, suficiente para produzir anestesia geral quando
respirado.
 Anestésico intravenoso: composto que produz anestesia quando aplicado dentro dos vasos:
 Anestésico local: apenas no local aplicado, como a lidocaína.
 Analgesia: ausência de dor.
 Anestesia balanceada: anestesia geral promovida por dois ou mais agentes locais ou técnicas anestésicas e cada agente
contribui com determinado efeito farmacológico. No protocolo anestésico é sempre utilizada associação de fármaco,
pois não existe um que garante todos os efeitos desejados no paciente.
 Hipnose: sono induzido artificialmente com moderada depressão do SNC.
 Tranquilização: estado de tranquilização e calma durante o qual o paciente está relaxado, acordado e indiferente ao
ambiente.
 Sedação: grau moderado de depressão do SNC no qual o paciente esta acordado, porem calmo, com estímulos e o
paciente ode ser despertado.
 Anestesia total ou parcial intravenosa (TIVA/PIVA): anestesia gral oriunda da administração de fármacos exclusivamente
(TIVA) pela via intravenosa ou parcialmente (PIVA).
 Anestesia dissociativa: ocorre uma dissociação do córtex cerebral, de maneira seletiva, característica por cataplexia,
analgesia somática, manutenção dos reflexos protetores e um estado de consciência alterado. Ketamina.
 Periodo de latência: intervalo de tempo que compreende a administração do agente e a instalação de seus efeitos.
Importante saber quando a medicação vai começar a fazer efeito para saber se o animal ainda vai demorar para cair, se
deve ajustar a dose, etc.

VIAS DE ADMINISTRACAO
 Depende do fármaco: existem alguns que são exclusivamente intravenosos, enquanto outros podem sere administrados
por diferentes vias.
 Intravenosa: sempre lembrar de tricotomia, assepsia, mobilização, canulacao e LUVAS. Muito importante não esquecer
do uso de luvas.
 Intramuscular: não é muito utilizada em grandes animais. Em pequenos animais já é mais utilizada para fazer MPA,
acalmar o animal e depois canulamos para administrar outros fármacos. Sempre importante aspirar com a agulha antes
de aplicar a medicação para ter certeza que nenhuma estrutura foi atingida. Geralmente feita em membros pélvicos.
 Subcutânea: utilizada em pos operatório em pequenos animais e silvestres. Geralmente feito após cirurgia, enquanto o
animal ainda está caído. Utilizada para anti-inflamatórios e analgésicos.
 Via oral: pouco utilizada na medicina veterinária. Mais utilizada em humanos. Na veterinária tendemos a não usar
comprimidos como MPA. Exceções: gatos rosnando e reativos. Uma possibilidade é puxar o fármaco injetável e aplicar
por via oral (caso o fármaco seja apropriado para isso). Após o efeito e o relaxamento do gato, aí sim é feita a canulacao.
 Via inalatória: fornecer anestésico inalatório em forma de gás para o paciente, chega aos pulmões, chega aos capilares
alveolares, chega na corrente sanguínea e age. Paciente fica inconsciente. Esse tipo de anestesia pode ser feito em todos
os animais, é também o principal método de manutenção de anestesia durante procedimentos. É necessário entubar o
paciente.
 Via tópica: pode ser em forma de pomada ou colírio. É colocado em contato direto com a superfície. Por exemplo
pacientes com ulcera de cornes obtém alivio através do uso do colírio anestésico tópico.
 Via espinhal: muito conhecida e utilizada por mulheres grávidas (rack). Na veterinária utiliza-se mais o espaço peridural e
fazemos a anestesia epidural. A rack é mais “profunda” do que a epidural. A epidural fica no espaço peridural, enquanto
a rack vai ate o liquor.
 Anestesia infiltrativa: deposito de anestésico local em uma determinada região. Aplica-se a medicação só ali para
provocar analgesia local. Utilizado por exemplo em cirurgias de remoção de cadeia mamaria.
 Importante revisar: fisio cardiovascular, fármaco (conceitos básicos).

ETAPAS DA ANESTESIA

1- AVALIACAO E PREPARO DO PACIENTE


 Por meio de exames laboratoriais e físicos, saber o estado de saúde e qual procedimento vai ser realizado para saber
qual a dose e o fármaco ideal para ser utilizado nessas situações discutidas em sala de aula.
 Objetivos: diminuir a mortalidade e morbidade cirúrgica. Paciente sobreviver a cirurgia e não vir a óbito no pos
operatório. Tudo que acontece no trans operatório pode trazer consequências no pós operatório. Por exemplo se o
animal ficar muito hipotenso pode ter lesão renal e animal ter IRA no pós operatório, levando até a possível óbito e
demais complicações.
 1- Adequação da saúde do paciente, 2- determinar a condição física do paciente (prever riscos e situações), 3-
planejamento da conduta pré operatória, 4- escolher o protocolo anestésico, 5- estimar o risco anestésico cirúrgico do
procedimento, 7- consentimento esclarecido/autorização para o procedimento.
 Uma anestesia de qualidade: precisa garantir a perfusão tecidual em TODOS os tecidos. Se o sangue não for ofertado
para todos os tecidos, essa não é uma anestesia de qualidade, pois algo irá dar errado. Se não chega sangue no cérebro o
paciente não acorda, se não chega no rim ele tem lesão renal, se não chega no intestino pode haver problema na flora
bacteriana e a ocorrência de sepse. Por isso é importante dar atenção a pacientes desidratados, paciente que chega para
cirurgia eletiva com baixa hidratação deve ser hidratado antes do procedimento.
 Muitos anestésicos já promovem hipotensão por causar vasodilatação. Se temos a mesma quantidade de liquido, mas o
diâmetro dos vasos aumenta, a pressão hidrostática irá diminuir.
 Lembra de um paciente com hemorragia interna ou desidratado, terão maior risco anestésico. Importante estabiliza-lo
antes do procedimento. Exceto em casos de emergência, mas mesmo nesses casos é importante saber quais são os
riscos, acessa-los e saber como amenizar esses riscos.
 Muito importante avisar ao tutor, explicar como sera a anestesia, explicar dos riscos. Anestesia sempre ter riscos visto
que mesmo o animal estando saudável, ela irá deprimir o SNC. Alguns pacientes são mais ou menos sensíveis, só vamos
saber após a administração do fármaco. Por isso mesmo que seja um procedimento mínimo, sempre haverá o risco.
Então tem que informar o tutor sobre isso e ele assina o termo de responsabilidade estando ciente dos riscos.
 Devido ao risco de processo e problemas, é importante explicar tudo e medir as palavras ao se comunicar com o tutor.
Assinar termos, dar explicações, tudo é importante.
 No final da avaliação tem que questionar: o paciente esta nas melhores condições possíveis para ser submetido a cirurgia
proposta? Caso a resposta seja negativa e seja possível, adiar. Adiar até que as condições estejam as melhores possíveis
(fazer hidratação, transfusão – paciente anêmico não vai carrear oxigênio da forma ideal e terá dificuldade de manter a
homeostasia). Cada caso é um caso, importante avaliar com o máximo de detalhes e já se preparar para possíveis
complicações.
 Outra pergunta: os riscos de operar o paciente agora são menores que os de não operar? Quem determina isso é o
anestesista. Importante dialogo e consenso entre anestesista e cirurgião.
 Avaliacao do paciente: baseada na anamnese, exame físicos, exames laboratoriais e de imagem. A partir disso da pra ter
uma visão geral do estado do paciente.
 Resenha
 1- racas e espécies: comportamento (animais agitados ou bravos por exemplo podem precisar de doses maiores por
serem muito responsivos), características anatômicas e farmacocinéticas são importantes (animais de diferentes
espécies terão diferentes tolerâncias e capacidades – muito importante), animais braquicefalicos por exemplo são mais
sensíveis a algumas classes de animais – como é o caso desses, tomar cuidado com eles. Outro problema deles é que já
tendem a não respirar muito bem (estenose de narina, traqueia estreina e palato mole prolongado) – durante o
procedimento e importante observar mais atentamente a respiração deles. São também mais susceptíveis a obstruções
devido as características anatômicas já citados, tomar cuidado com fármacos que estimulam a produção de secreções de
vias aéreas. Outras racas que podem ter problemas: galgos, chow chow, sharpei, pastor alemão, etc. Essa são racas com
mais susceptibilidade a ter idiossincrasias (reações que não são esperadas para aquelas medicações que estão sendo
administradas).
 2- Idade: tem muita influencia devido as vias de excreção dos fármacos – pacientes mais idosos já não tem fígados e rins
tão efetivos. Sendo essas as principais vias de excreção, é importante ficar atento a esses casos. Importante em filhotes
também visto que o sistema microssomal hepático matura as 6 semanas, antes disso se utilizar um fármaco que tem via
de eliminação hepática, ele irá se acumular. Ficar atento. Hipotermia: vasodilatação, depressão do snc, relaxamento de
musculatura, abrir fisicamente o animal, perda sanguínea, retirada de pele, mesa metálica, ar condicionado,
fluidoterapia, etc. Todos esses fatores favorecem a perda da temperatura dos pacientes. Se forem animais muito jovens
ou muito idosos, eles tendem a não ter capa de gordura para ajudar a manter a temperatura.
 3- Sexo: femeas gestantes ficam mais sensíveis aos fármacos além de também fazerem neovascularização e tem maior
risco de anestesia.
 4- Peso: animais obesos podem ter compressão de tórax e órgãos dependendo do decúbito que são colocados. Animais
muito obesos é importante também ajustar a dose, calcula-se sobre o peso ideal do animal e avalia como o animal esta
respondendo a medicações. Pacientes caquéticos também são um problema, lembrar que tem fármacos que ficam
depositados na gordura – como eles não tem, é importante ajustar a dose. Hipoalbuminemia: albumina se liga e carrega
fármaco, mas e importante lembrar que a parte do fármaco que faz efeito é a porcao livre, não a que está conectada a
ela. Então um paciente com hipoalbuminemia tem que reduzir a dose, visto que como esta com pouca albumina 
haverá muito fármaco livre no sangue evocando efeito mais facilmente. Galgos: quase não tem gordura, se comportam
como se fossem pacientes caquéticos. Alguns famracos fazem parte da distribuição dele se acumular na gordura e depois
ele vai sendo eliminado aos poucos, se aplicados em animais com pouco decido adiposo ele voltará logo para o sangue
(não vai ficar preso na gordura, para ir liberando aos poucos), voltando a evocar efeito.
 5- Anamnese: nome e data, se já teve crise convulsiva (alguns anestésicos diminuem o limiar convulsivo. Por exemplo:
temos um limiar e a partir de X o animal convulsiona. Se um animal tem um limiar mais baixo, com um estimulo menor
ele pode convulsionar) – como existem animais epiléticos que já tem um limiar convulsivo baixo, ao administrar esses
farmacos a chance de convulsão aumenta. Perguntar se o animal já teve sincope (indicativo de problema cardíaco,
metastate, edema pulmonar ou é buldogue francês kkkk). Questionar como animal reage a exercício físico, cansa fácil,
apresenta vomito frequente, já apresentou hipersensibilidade a algum medicamento, já apresentou algum problema de
saúde anterior, já foi submetido a algum procedimento cirúrgico/anestesico anteriormente, esta se alimentando, esta se
hidratando, esta evacuando ou urinando efetivamente, se esta fazendo uso de medicação.
 6- Jejum: com a anestesia ocorre o relaxamento de todos os esfíncteres e animal pode regurgitar conteúdo estomacal e
acabar aspirando conteúdo, levando a pneumonia aspirativa. Alem disso, o estomago muito repleto pode comprimir os
pulmões e levar a dificuldade respiratória. Lembrar também que a anestesia geral diminui o peristaltismo, levando a
fermentação e podendo acarretar problemas sérios (cólica, impactacao, timpanismo). Jejum alimentar: 8h pequenos
animais, 12 a 24h cavalos, 36 a 72h (ruminantes – muita regurgitação e tempo de eliminação do alimento prolongado).
Jejum hídrico: 2-4h pequenos, 8-12h cavalos, 24 a 72h ruminantes. Excecoes ao jejum: calor (pedir para o tutor não dar
mais agua após animal sair de casa para ir para a clinica, mas antes disso não precisa suspender), filhotes (metabolismo
muito rápido) e aves (metabolismo muito rápido e risco de hipoglicemia).
 7- Exame físico: avaliar escuta, frequencia carciada, ritmo cardíaco, pressão arterial, grau de desidratação (turgor de pele
e mucosas).
 8- Exames complementares: hematológico (pacientes com hipoproteinemia, hematócrito baixo c/ dificuldade de carrear
medicação, etc), avaliar leucócitos para evitar sepse, função hepática, função renal (creat, ureia, urinalise),
hemogasometria (importante para detectar distúrbios acido base), eletrocardiograma (distúrbio de ritmo) e
ecocardiograma (problema de bulha / válvula cardíaca).

ANESTESIOLOGIA VETERINARIA – AULA 02 – 06/03 – SEGUNDA

CATEGORIA DE RISCO
 Estado físico – ASA (American Society of anesthesiology). Usado para marcar a categoria de risco.
 ASA I – Paciente hígido (saudável), sem doenças orgânicas (OSH, orquiectomia). Paciente saudável, não tem nenhuma
comorbidade e vai provavelmente ser submetido a uma cirurgia eletiva, sem nenhuma urgência.
 ASA II – paciente com doença sistêmica leve (obesos, neonatos, geriátricos, doença cardíaca compensada, gestante).
Paciente com doença, mas que vive normalmente.
 ASA II – pacientes com doença sistêmica moderada (anêmica, caquexia, anorexia, desidratação, hipovolemia, fraturas
complicadas, hernia diafragmática). Tem um risco mais de óbito ou complicações no trans operatório.
 ASA IV – paciente com doença sistêmica grave. Tem risco de vida constante durante a cirurgia (uremia, choque, toxemia,
desidratação e hipovolemia severa, descompensacao cardíaca e renal).
 ASA V – paciente moribundo, sem expectativa de sobrevivência em 24h com ou sem cirurgia. Quase 100% de chance de
vir a óbito quando submetido a anestesia (desidratação e choque extremo, trauma severo, tumor maligno).
 Sempre quando formor discutir sobre qualquer tipo de paciente, discutimos o ASA. “Paciente, cadela de 10 anos, ASA
II...” com isso já da pra ter nocao do estado do paciente. Importante também para informar os riscos pros tutores.
 Ficha anestesia de monitoramento transoperatório: a ficha anestésica ela serve como um documento para provar tudo
que aconteceu durante um transanestesico (casos de processo por exemplo – muito importante sempre registrar tudo
que e feito). Alem de servir como um documento mostrando as doeses, parâmetros, intercorrências, etc. Ela serve
também para avaliar a estabilidade anestésica desse paciente. Ver se os parâmetros estão estáveis ou oscilando muito.
Caso comecem oscilar, da pra vizualiar e ficar atendo.
 Na ficha tem o cabeçalho constanto: local, RG do animal (numero de prontuário), espécie, raca, sexo, idade, peso, data,
nome da equipe e o que cada um esta fazendo, parâmetros basais do animal (antes da anestesia aferir os parâmetros e
anotar – temperatura, FC, FR, TPC, hidratação, ASA). Depois tem um espaço para colocar as medicações pre anestésicas,
indutoras e analgesicas com as doses, vias de administração e horários.
 Embaixo da ficha temos vários quadradinhos, cada quadradinho desse corresponde a 5 minutos então o monitoramento
deve ser feito a cada 5 minutos. Importante colocar o horario la em cima para não se perder. Do lado esquerdo da ficha
há uma legenda que ajuda a otimizar o tempo. É só olhar o parâmetro e o valor correspondente e colorir na ficha.
 FC: frequencia cardíaca, f itálico é frequencia respiratória, PA é pressão arterial, ETCO2 (liberação de CO2), intubação e
extubação.
PREPARO DO PACIENTE
 Importante lembrar da perde de liquido e de temperatura no transanestesico. O paciente tem varias formas de perder a
temperatura por exemplo (ar condicionado, soro, abertura do corpo, depressão do sistema nervoso central). O paciente
também perde liquido (pode perder sangue – mas até durante o funcionamento normal do corpo ele perder liquido
como urina, ofegacao, sudorese.). Ainda por cima o paciente ainda vem em jejum, ou seja, a desidratação ainda mais
próxima – principalmente se os animais ficam mais tempo que o indicado além de perderem mais liquido em ambientes
quentes. Então precisamos repor líquidos, através da fluidoterapia.
 Um paciente que vai ser anestesiado a perda tem que ser estimada d forma mais rápida e a reposição também. Isso
porque o animal pode ter uma perda súbita grande de liquido durante a cirurgia.
 A taxa de reposição para gatos é 3 a 5 ml/kg/hora e para cães 5 a 10 ml/kg/hora. Lembrar que para gatos a taxa é menor
porque eles têm mais chances de ter edema pulmonar.
 Para animais hipovolêmicos: 20 a 40 ml/kg/hora. Animais cardiopatas 3 a 5 ml/kg/hora. Gatos cardiopata 2 a 3 ml/lg/hr.
 Para grandes animais também usamos a taxa de 5 a 10 ml/kg/hora.
 Importante aferir o grau de hidratação do paciente ao longo da cirurgia. Importante para evitar edema pulmonar.
 Paciente cardiopata: precisa diminuir a taxa de fluidoterapia, visto que o coração é uma bomba que precisa impulsionar
o sangue para os tecidos. Mas se o coração esta doente, não esta conseguindo exercer sua função de forma adequada.
Quanto maior o volume sanguíneo, maior a pre carga, maior é a forca de contração que o coração terá que fazer. Um
paciente cardiopata se aumentarmos o volume ciruculatorio, vamos aumentar a pre carga e o coração não terá forca
para bombear todo o liquido que está chegando ali. No inicio o coração ainda tenta compensar e todos os mecanismos
compensatórios atuam, mas depois de um tempo leva a um problema e o coração não aguenta e acaba acumulando
liquido nos tecidos. O excesso de líquidos no paciente cardiopata mata tanto quanto a falta de líquidos.
 Calculo de fluido: cao saudável que vai receber 10/ml/kg/hr. Peso dele é 10kgs. Temos que lembrar que tem 2 tipos de
equipo (microgotas e macrogotas). Um tem uma gota bem pequena e o outro é maior. Quando formos usar o micro, ele
tem uma ponteira dentro do copo que será de cor diferente. Como escolher qual dos dois usar? Depende do peso do
animal e a taxa que queremos usar nele.
 Antes de pensar nas gotinhas, vamos pensar no exemplo do paciente acima: vol (ml): 10 (peso animal) x 10 (fluido
indicada) = 100ml/hora. Sendo assim, se o animal passar 5 horas em cirurgia vamos utilizar 500ml.
 Equipo microgotas 1ml: 40 a 60 microgotas. (depende da marca e tamanho da gota) – animais menos de 7kg usa-se ele.
 Equipo macrogota 1ml: 20 macrogotas.
 Calculo de gotas para o mesmo paciente do exemplo. Paciente vai tomar 100ml/hr, então por minuto ele irá tomar
1,66ml/minuto. (100ml / 60 minutos = 1,66ml/minuto). Por segundo ele irá receber 0,027/segundo (1,66ml/minuto / 60
segundos).

0,0027 x 20 = 0,55 gotas/segundo.


Não tem como administrar 0,5 gota por segundo.
Administramos 1 gota a cada 2 segundos.

EXEMPLO 1
 Bob de 23 kilos, vai receber 10 ml/kg/hora. Quantas gotas por segundo o bob vai receber utilizando o equipo macro.
 23 x 10 = 230ml/hora  230/60 = 3.83ml/minuto  3.83/60 = 0.063ml/segundo  multiplica pela quantidade de gotas,
logo 0,063 x 20 = 1.26 gotas/minutos  5 gotas a cada 4 segundos aproximadamente.

EXEMPLO 2
 Bob de 6kgs vai receber 5ml/kg/hora. Quantas gotas por segundo o bob vai receber utilizando o equipo micro?
 6 x 5 = 30ml/hora  30/60 = 0,5ml/minuto  0,5/60 = 0,008ml/segundo  0,008 x 60 = 0,48 gotas/segundo  1 gota a
cada 2 segundos.
MEDICACAO PRE ANESTESICA

ETAPAS DA ANESTESIA
 Temos que lembrar que a anestesia tem uma ordem cronológica e temos eu respeitar todas as fases dessa ordem para
eu tudo aconteca de maneira correta. Caso alog seja esquecido e isso pode custar algumas complicações.
 Avaliacao pre anestésica: já falamos sobre.
 MPA: medicação pre anestésica são medicações como ansiolíticos, sedativos, depressores que aplicamos antes da
anestesia propriamente ditas. Essas medicações tem sinergismos entre si, então é importante lembra que essa
associação de fármacos tem que ser levada em conta.
 Quando fazemos associação de fármacos, vamos também reduzir a dose. Isso diminui o aparecimento de efeitos
adversos. Lembrando que não existe um fármaco que atenda todas as necessidades que temos para uma boa anestesia,
logo sempre haverá associação.
 Então após avaliar ASA  fazemos o protocolo de MPA  indução da anestesia (aqui o paciente é de fato submetido a
anestesia)  manutenção anestésica, aplicamos fármacos para manter o paciente anestesiado  Recuperação, esperar
o animal voltar e ficar tranquilo, deixar calmo. Se for um animal de grande porte é importante ajudar ele a levantar.
Manejo da dor pos operação também tem que ser avaliado e caso animal demonstre dor deve ser feita a medicação.

MPA
 Auxilia na contenção do paciente, modificando o comportamento dele.
 Com a MPA conseguimos reduzir o estresse dos animais, visto que ele provavelmente já está fora da sua zona de
conforto e esse estresse pode prejudicar a anestesia.
 Promove analgesia e miorelaxamento: agentes indutores não são analgésicos, então o MPA é importante nesse papel.
Miorelaxamento é importante para indução mais forte e também é importante em caso de cirurgias musculares por
exemplo.
 Potencializar o efeito de fármacos indutores anestésicos. A MPA potencializa o efeito dos outros fármacos
administrados, então podemos diminuir as doses e efeitos adversos.
 Minimizar efeitos deletérios dos fármacos indutores como hipotensão, apneia, bradicardia. Como a MPA minimiza esses
efeitos? Diminuindo a dose do indutor.
 Diminui então a ocorrência de excitação durante a indução da anestesia (pode ocorrer dependendo da administração do
fármaco, doses, etc.) – caso o animal já tenha recebido MPA esse risco diminui.
 Diminui secreções das vias aéreas e salivação. Hoje em dia não usamos muitos fármacos que causam obstruções de vias
aéreas, mas já teve maior relevância e eles continuam auxiliando na diminuição dessas secreções.

CALCULANDO VOLUME DOS FARMACOS

 Não é valido apenas para anestesio. Para cálculo de qualquer fármaco injetável pode ser feita essa dose.
 Dose x peso / concentração = X ml.
 Importante colocar unidade de medida. Unidade de medida é muito importante na anestesio.
 Para esse calculo precisamos saber a dose (professora irá fornecer).
 A concentração do fármaco também é muito importante e vai estar escrita no frasco. Pode estar em mg, ml,
porcentagem. Se a dose for em mg a concentração tem que dar em mg também. Sempre checar se as unidades de
medida estão batendo.
 1 mg = 1000 mcg (ug).
 Caso no frasco esteja em porcentagem, precisamos transformar em mg/ml, ou seja, é só multiplicar o valor da
porcentagem por 10. Exemplo: fármaco a 1% = 10mg/ml. Fármaco a 0,2% = 2mg/ml.
 Dose x peso / concentração = ml.
 Exemplo 1 – dose: 2mg/kg, peso: 10kg, concentração: 0,1%  2 x 10 / 1  20mg/ml.
 Exemplo 2 – dose: 0,05mg/kg, peso: 23kg, concentração: 0,3%  23 x 0.05 / 30  0.038mL.
 Exemplo 3 – dose: 0,044mg/kg, peso: 17kg, concentração: 0,5%  17 x 0,044 / 50  0.0149mL.
 Exemplo 4 – dose: 0,5mg/kg, peso: 8kg, concentração: 5mg/ml  8 x 0,5 / 5  0,8mL.

CLASSIFICACAO

 Fazer uma tabela com a família do fármaco, quem eles são e as particularidades de cada um.
 Anticolinergicos: atropina, escopolamina e glicopirrolato.
 Tranquilizantes – Fenotiazinicos: acepromazina, clorpromazina, levomepromazina e prometazina. Butirofenonas:
azaperone, droperidol. São mais usados em suínos, nas outras espécies tem efeito deletério.
 Ansiolíticos: benzodiazepínicos – Diazepam, zolazepam e midazolam.
 Agonistas de receptores alfa 2 adrenérgicos: xilazina, detomidina, romifidina e medetomidina, dexmedetomidina e
clonidina. Esses fármacos são sedativos.

ANESTESIOLOGIA – MARIA MENDES – 13/03 – SEGUNDA FEIRA

 Quem são os fármacos que utilizamos na MPA – ansiolíticos: benzodiazepínicos (diazempam, zolazepam e midazolam),
agonistas de receptores alfa 2 adrenérgicos (xilazina).

ANTICOLINERGICOS
 São anti efeitos parassimpáticos. Parasimpatolíticos. São fármacos que vão fazer com que o sistema nervoso autônomo
simpático esteja mais proeminente. Por que usar na anestesia?
 Antigamente usava-se muito clorofórmio, éter, etc. mas esses fármacos produziam muita depressão cardiovascular e
acumulo de liquido no pulmão. Devido a isso foram sendo introduzidos os anticolinérgicos para reverter essas ações.
 Hoje em dia usa-se esses fármacos em pacientes que tem arritmias graves.
 Vamos usar esses fármacos numa MPA em raras xcesseoes: pacientes com bloqueio átrio ventricular grave (arritmia
acontece pois o SNA parassimpático esta muito proeminente  logo usamos um fármaco para diminuir a atividade
parassimpática). Isso diminui a possibilidade de um colapso cardiovascular. Pacientes que já estão com SNA
parassimpático muito exacerbado por algum outro motivo como trauma, pacientes com histórico de bradarritimia.
Nunca vamos usar em um paciente que tem a frequência cardíaca normal.
 Temos que lembrar que toda anestesia vai promover depressão, mas ela pode ser mais acentuada ou branda
dependendo do protocoloso sendo utilizado. Esses animais com BAV são grandes riscos anestésicos, ficar atento pois
eles podem vir a óbito no momento da indução da anestesia.
 Eles bloqueiam a acetilcolina nas terminações das fibras colinérgicas muscarínicas antagonizando seus efeitos (queda de
FC, FR, queda da forca de contração, diminuciao da FR, broncoconstricao). Por esses motivos esses fármacos continuam
presentes nas MPA.
 Temos 3 tipos de receptores muscarínicos onde vai acontece o bloqueio: M1  SNC, M2  no coração (NSA-NAV-
miocardio atrial), M3  endotélio vascular, glândulas secretoras e musculatura lisa.
 Lembrando que o SNC precisa de 2 neuronios para realizar alguma acao. Pensando na via simpática: o corpo celuar do
primeiro neurônio do SNAS o corpo celular dele esta na medula espinhal, o segundo esta no gânglio (aglomerado de
corpos celular – onde ocorre a comunacao do primeiro neurônio com o seguro neurônio). Paara o primeiro neurônio se
comunicar com osegundo, precisa have uma sinapsse, para isso precisa de um impulso, uma despolarização, no terminal
do axônio ocorre a exocitose e liberam neutoransmissoes na fenda sináptica, ele consegue então se ligar ao receptor, no
caso aqui sera ligado no receptor nicotínico e o neurotransmissor sera acetil colinca. O neurotransmissor pre ganglionar
do SNAS é acetilcolina e o receptor é o nicotínico. Ocorre então uma onda de depolarização, passa por todo o segundo
axônio (grande), ao final dele ocorre a despolzarizacao novamente no neurônio pos ganglionar, e liberar noradrenalina.
 Via parassimpática: o primeiro neurônio parassimpático é mais cumprido do que o segundo (ao contrario da via
simpática), o gânglio agora esta dentro do órgão (longe da medula). O primeiro neurotransmissor liberado também é
acetilcolina e também vai atuar em receptor nicotínico. A sinapse pós glangio aqui NÃO irá liberar noradrenalia. A
sinapse pos ganglionar aqui vai liberar acetilcolina e se ligar em receptores muscarínicos colinérgicos.
 O que diferencia o simpático do parassimpático são as liberações e receptores que vão ser ativadas nas sinapses pos
ganglionares.

ATROPINA
 É usado no transoperatório, quando há estimulação vagal (acao parassimpática) – diminuição imediata da FC e ai usa-se
atropina. Mais relacionada ao tratamento de intercorrência anestésicas ou como resgate.
 É um alcaloide natural extraído de uma planta. Promove taquicardia sinusal (estimula as celuas do marca passo a se
despolarizarem mais apidamente), teremos uma sístole muito maior que o tempo de diástole.
 As artérias coronárias por exemplo recebem sangue no momento da diástole, se tivermos uma taquicardia muito
exagerada o coração não vai conseguir se nutrir adequadamente. A frequência cardíaca vai estar muito alta  o tempo
que o coração vai ficar contraído vai ser muito maior do que ele vai estar relaxado  não vai chegar sangue oxigenado o
suficiente no miocárdio e ele vai estar demandando mais oxigênio do que o normal pois estará contraído (diminui
xoigenacao e aumenta demanda)  hipoxia de miocárdio. Por isso não se usa atropina em pacientes taquicardicos ou
febris.
 Ela atravessa as barreiras placentárias e encefálica. Cuidado com fetos.
 A metabolização e hepativa, uma parte é inalterada e eliminada pelos rins (parte metabolizada em subprodutos).
Presenca da enzima atropinase plasmática em alguns animais (coelhos, gatos, ratos), nesses animais a atropina é
degradada muito mais rapidamente, ficar atento a correção de dose e administração.
 Uso clinico da atropina: procedimentos cirúrgicos oculares, cervicais ou que envolvam manipulação, casos de
bradicardia.
 Em um transanestesico e do nada o animal fica bradicardico: primeiro ficar atento a administração de anestesico (pode
ser que esteja fazendo demais e a melhor e mais fácil solução sera apenas ajustar a dose do anestesico – diminuir ele.
Ficar atento se não foi uma estimulação direta vagal, checar com o cirurgião se o nervo vago não esta sendo estimulado.
Agora se ocorre do nada, os fatores acima são descartados, ai administra-se atropina. Outra coisa é fazer uma
estimulação dolorosa para estimular atividade simpática (dor estimula atividade simpática).
 Dose: cães e gatos – 0,022 a 0,044mg/kg. Ruminantes e suínos – ruminantes e suínos 0,04 a 0,08mg/kg. Ampolas de 1ml
(0,25 e 0,50mg/ml), vias de administração: IV, IM, SC e orotraqueal. Periodo de latência intravenoso é 1 minuto e o
intramuscular é 5 minutos. Iniciar com doses menores e ir vendo a resposta do paciente. Duracao intravenosa: 30 a 40
minutos e subcutâneo (1h a 1h30).

TRANQUILIZANTES
 Fenotianicos: vão diminui a ansiedade, deprimir o SNC de uma maneira bem suave. Paciente fica acordado, porem bem
tranquilo. Esses fármacos não tem efeito de analgesia. Eles potencializam o efeito de analgésicos, mas sozinhos não
fazem esse efeito.
 Farmacos: acepromazina, clorpromazina e levomepromazina.
 Agem na substancia reticular mesencefalica (ciclo vigília-sono), tronco cerebral, hipotálamo, sistema límbico e gânglio
basal.
 Bloqueiam neurotransmissores (dopamina e serotonina).
 Fazem antegonismo competitivo com o neurotransmissor DOPA, nos receptores dopaminérgicos.
 Efeitos: TRANQUILIZANTES, acao anti-histaminica, receptores H1 histamínicos (vasos) – fenergam, anti-sialagoga, acao
potecnializadora, acao antiespasmódica.
 Atenção ao braquicefalicos, são mais sensíveis a esses fármacos. Mecanismo não muito bem explicado, mas acredita-se
que é porque o estimulo vagal deles é mais sensível. Não é proibido usar, mas caso vá usar é melhor fazer doses mais
baixas.
 Acepromazina
 Muito utilizada em cães, gatos, silvestres. Grandes animais não tem muita resposta a ela – pequenos ruminantes até que
respondem bem a ela. Mas equinos e bovinos respondem bem menos. Cuidado ao usar em equinos machos não
castrados pois ela predispõe priapismo (pênis fica ereto e exposto e não volta – pode causar lesão e até amputação do
pênis).
 Potente acao tranquilizante, pode ter efeito bifásico (antes do efeito total do fármaco, pode ocorrer excitação antes da
devida tranquilização – difícil de encontrar e acontece, mas pode rolar).
 Efeito potencializados de 50 a 60% dos fármacos anestésicos. Interessante para diminui as doses dos fármacos
administrados.
 Alterações comportamentais: ptose palpegbral, protrusao da membrana nictante, prolapso de cabeça (cuidado com
cavalos) e ataxia (animal de pequeno porte geralmente fica quieto e deita, mas novamente cuidado com cavalos que
tentam se manter em pé e podem se machucar – mas de qualquer forma não se observa tanto esse efeito em cavalos
porque não se usa muito esse fármaco neles).
 Alterações fisiológicas: hipotensão dose dependente (bloqueio alfa-1 adrenérgico no endotélio vascular), produz
hipotermia (devido a vasodilatação que aumenta a superfície de contato do sangue com meio externo e o outro porque
diminui a atividade termorreguladora no SNC devido a depressão no SNC) , taquicardia reflexa (se o animal ficar
hipotenso devido ao bloquei do receptor alfa-1, o corpo como mecanismo compensatório aumenta a FC para manter o
debito cardíaco), depressão miocárdica (efeito inotrópico negativo – diminui a forca de contração, tomar cuidado com
pacientes cardiopatas), depressão respiração (tranquilizante e potencializadora – dose dependente, ocorre de maneira
fisiológica devido a acao depressora no SNC. Lembrar também dos outros fármacos que são administrados e pode haver
uma potencialização dos efeitos), sem ação analgésica (potencializa efeito de outros fármacos anestésicos, mas sozinho
esse fármaco não é anestésico). Ocorre também vasodilatação esplênica, tomar cuidado no caso de animais que estão
com ruptura de baco ou que vão fazer esplenectomia. Mas pensando que o baco ta normal, temos que tomar cuidado
com pacientes anêmicos (hematócrito baixo), isso poderá diminui o sangue que esta fluido nos vasos e pode prejudicar a
perfusão sanguínea dos outros tecidos. Redução do limiar convulsivo (um estimulo que antes não levaria a convulsão
pode passar a levar – ficar atento a paciente com histórico de convulsão/epilepsia). Acepromazina também tem efeito
antiemético, mas esse efeito é observado quando a administração é feita cerca de 1h antes de um fármaco que possa
induzir vomito (morfina e opioides em geral tendem a causar vomito).
 Evitar a administração desse fármaco em: choque (dificuldade de captação de oxigênio, paciente estará com menor
oxigenação nos tecidos, como o fármaco leva a hipotensão  queda de pressão e menor profusão sanguínea  menor
oxigenação), geriátricos, cardiopatas (pressão), hipoproteinemicos (não deixa de administrar necessariamente, mas tem
que ajustar a dose) e epiléticos (ficar atento a dose e lembrar que o limiar convulsivo fica reduzido).
Clorpromazina
 Ação tranquilizante menos potente (leve ataxia – reduz tônus motor). Menos potente que a acepromazina. Se o paciente
for um ASAIII é melhor usar a clorpromazina, visto que os efeitos adversos dela serão reduzidos. Lembrar que o efeito
desejado também sera reduzido. Tudo é mais brando do que a acepromazina. No caso de braquicefalicos por exemplo é
melhor usar clorpromazina.
 Não e muito usado em grandes animais, efeito não é tão bom. Alguns animais silvestres também tem bom uso. Mas
quase não há estudos para eles.
 Butiferona
 Bloqueiam a transmissão dopaminérgica (substancia reticular mesencefalica), usado amplamente em suínos, poucos
efeitos cardiovasculares e respiratórios, tem ação antiemetica
 Azaperona um bom exemplo dessa classe: alterações fisiológicas leves com boa margem de segurança tem ação
adrenoliticas, tranquilização de suínos e tem duração de 3 a 6 anos.
 Ansiolíticos
 Possuem ação facilitadora especifica na neurotransmissão de sinapses GABA-ergicas.
 Benzodiazepínicos: diazepam, zolazepam (não é vendido comercialmente separado, é vendido junto com a tiletamina
que é um anestésico dissociativo – isso limita o uso dele.) e midazolam.
 Eles causam atraso no impulso nervoso. Hiperpolarizam a celular  dificuldade de despolarização  redução dos
impulsos nervosos.
 Ocorre a facilitação da entrada de cloro para dentro da célula, cloro tem carga negativa, não deixa que ocorra a
despolarização dessa célula, célula se mantem em repouso (efeito ansiolítico, relaxante muscular e anticonvulsivante).
 Redução da ansiedade, ficar atento pois mesmo em pacientes hígidos na MPA pois ele pode excitar (efeito paradoxal – o
contrário do que é esperado). Marcante em pacientes debilitados. Usa-se muito como anti convulsivante. Promove
miorelaxamento. Se associar ele com um agente indutor, pode chegar a diminuir 50% da dose do agente indutor. Mas
em classificação são fármacos MPA. São conhecidos como a droga da verdade kkkk promove amnesia.
 Tem atuação discreta nos parâmetros fisiológicos. Drogas bastante seguras que não promovem grandes interações com
o sistema cardiorrespiratório.
 Diazepam
 IV: fazer administração lenta (trombos, hipotensão, depressão respiratória e arritmias). IM: absorção irregular (variação
de resposta) e dor (fármaco oleoso, como é MPA queremos evitar estresse a dor pode causar bastante estresse).
 Alta lipossolubidade (barreira placentária e hematoencefálica), ligam-se a proteínas plasmáticas: 98%, biotransformação
hepática e eliminação urinaria.
 Vias de adm: IV, IM, VO e em situação atípica como convulsão ele pode ser administração via retal.
 Primeira escolha para anticonvulsivante.
 Midazolam
 Hidrossolúvel, menos toxico, eliminado mais fácil, pode ser administrado tranquilamente pela via intramuscular.
Pacientes hígidos (saudáveis), MPA pode não combinar porque pode ocorrer do animal excitar.
 Fármaco muito seguro, efeitos adversos brandos, seguro para pacientes debilitados, efeito ansiolítico e
anticonvulsivante compatíveis com o diazepam, meia vida menor do que o diazepam. Potente efeito amnésico, excitação
“paradoxal” (hígidos – animais saudáveis).
 Os benzodiazepínicos têm fármacos reversores. Tem animais em que administramos a dose correta, mas ele tem efeitos
adversos fortes e aí aplicamos o reversor. Em hospitais humanos é de suma importância devido a intoxicação por
tentativa de suicídio.
 Antagonista: flumazenil – usado em doses de 0,05 a 0,07 microgramas IV (importante no caso de pequenos animais que
comem medicação dos tutores). Repetir até 3x a cada 2 a 3 minutos (em excesso ele provoca vomito).
 Agonistas de receptores alfa 2 adrenérgicos
 Promovem a estimulação de receptores alfa-2-adrenérgicos do SNC e SNP.
 Atuam em receptores pre e pos sinápticos no sistema nervoso simpático, reduzindo a liberação de noradrenalina.
 Promovem sedação, analgesia visceral e miorelaxamento.
 Xilazina, romifidina, detomidina, medetomidina e dexmedetomidina.
 Efeitos cardiorrespiratórios: vasoconstrição fugaz (5-10 minutos), bradicardia reflexa (estimulação vagal e central),
efeitos arritmogênicos (arritmia sinusal, BAV 1º e 2º grau), hipoventilacao (depressão do SNC),
 Sistema digestório: emese (ativação da zona do gatilho do vomito). Nos equinos não ocorre porque cavalo não vomita
né.
 Sistema renal: inibição do ADH (poliúrica).
 Outros efeitos: hiperglicemia, inibição da secreção de insulina, tomar cuidado com pacientes que tem tendencia a
hiperglicemiar (diabéticos). Ataxia (sedação), ptose labial, abaixamento de cabeça (efeito esperado, pois são fármacos
sedativos), aumentam a tonicidade uterina (pode causar aborto, cuidado com fêmeas gestantes – evitar usar), redução
do hematócrito devido a vasodilatação esplênica – sequestro de sangue para o baco. Potente ação analgésica visceral.
 Xilazina
 Não se usa mais em pequenos animais, mas ainda usa bastante em grandes. Em pequenos tem efeito adverso demais.
 Reduz a FC (BAV de 1º, 2º e 3º grau), reduz o debito cardíaco, sensibiliza o miocárdio as catecolaminas (animal fica
susceptível a arritmias), aumento inicial da PA (receptores alfa-1) seguido de hipotensão duradoura. Vasoconstrição
inicial e depois vasodilatação e hipotensão duradoura.
 Efeitos respiratórios: são muito variáveis, reduz a frequência respiratória.
 Outros efeitos: ação potencializadora de outros fármacos (50% anestésicos voláteis, 90% barbitúricos – lembrar de
reduzir as doses desses fármacos), tomar extremo cuidado em pacientes debilitados.
 Doses: bovinos, ovinos e caprinos: 0,05 a 0,1 mg/kg. Latência de 3 a 5 minutos IV e 10 a 15 minutos IM.
 Efeito: analgesia dura de 15 a 30 minutos e sedação de 1 a 2h. Fármacos comerciais: rompum, coopazine, sedazine.
 Agonistas dos receptores alfa-2-adrenérgicos:
 Detomidina: excelente analgesia, excelente sedação.
 Romifidina: ação mais duradoura, sedação menos intensa que a detomidina e melhor que a xilazina.
 Dextodomidina: maior relação alfa2:alfa1 (1620:1), ação de alfa-2 muito maior, efeitos depressores menos acentuados,
importante efeito sedativo, potencializa os efeitos sedativos de outros fármacos, infusão continua pode ser feita:
redução importante dos halogenados (inalatórios).
 Ioimbina e atipamezole: reversores desses fármacos, são antagonistas específicos, aumento da liberação d noradrenalina
e outros neurotransmissores, hipertensão e taquicardia, tomar cuidado com a dose que é bem baixa e as vezes pode até
diluir e aplicar bem lentamente.

ANESTESIOLOGIA – MARIA MENDES – 20/03 – SEGUNDA FEIRA

FISIOLOGIA DA DOR E ANALGESIA

 Então até aqui já fizemos várias avaliações do paciente e medição de riscos. A partir daqui temos que ter avaliação de
todos os exames laboratoriais e avaliação física do paciente para escolher o protocolo anestésico (MPA + indução +
manutenção anestésica + recuperação do paciente (analgésicos e anti-inflamatórios).
 A dor é uma experiencia real individual. Teremos que analisar sempre de maneira individual.

HISTORICO
 A grande diferença da demonstração da demonstração de dor de um animal de grande porte, um de pequeno porte, etc.
Historicamente, um animal de grande porte se demonstrar dor, se tornava uma presa mais fácil. Foram então adaptados
para não demonstrarem dor e, dessa forma, serem menos predados. Por isso os grandes animais demonstram dor de
forma tão diferente e mais discreta do que animais de pequeno porte. O limiar de dor dos animais de grande porte é um
pouco maior e não dão sinais tão evidentes da dor.
 Logo a anestesia precisa ser boa o suficiente para não comprometer o paciente hemodinamicamente, mas também não
pode entrar em estresse (dor). Essa é a finalidade da anestesia.

VANTAGENS NO TRATAMENTO
 Recuperação clinica mais rápida (os pacientes que não tem dor apresentam uma imunidade melhor, menos susceptíveis
a infecções secundarias, passam menos tempo no hospital, não tem elevação no cortisol (prejudica o paciente), menor
tempo de internação e reiteração, melhor qualidade de vida (importante enquanto um bom veterinário promover
qualidade de vida e bem estar), aumento de produtividade (quando pensamos em animais de produção, uma vaca com
mastite por exemplo irá produzir menos enquanto ela estiver com dor e doente).
 Desvantagens da dor: aumento do tônus simpático (aumento da liberação de noradrenalina e isso faz que haja aumento
da atividade cardiovascular, promove sobrecarga no paciente – é possível morrer de dor), aumento do cortisol, aumento
do estresse no paciente, aumento da glicemia, diminuição da cicatrização, dminuicao de agregação plaquetária, sequelas
emocionais e psicológicas (pode se tornar um paciente agressivo, que se isola).

CONCEITOS FUNDAMENTAIS
 Dor: “é uma experiencia sensorial e emocional desagradável associada com o dano tecidual real ou potencial.” –
GEORGE, 2003. Então é uma experiencia que necessita dos sentidos, pode haver um dano tecidual real – podemos nos
machucar ou ate mesmo o estimulo visual (ver algum machucado horrível já nos causa a sensação de dor). O paciente
veterinário vai ter uma resposta sensorial, pode ter uma resposta emocional (morder, mancar, rosnar, etc.).
 Outro conceito de dor: “a dor e a percepção de um estimulo nocivo seguida da elaboração de uma resposta integrada ao
processo emocional”. O limiar de dor varia de um individuo para o outro, dois agentes expostos ao mesmo estimulo de
dor podem apresentar respostas diferentes (um pode vocalizar e o outro morder, por exemplo). O animal não consegue
dizer a intensidade da dor, nem o tipo (pontada, queimação, laceração, etc) – sendo assim é por isso que o tratamento
da dor na medicina veterinária e tão complicado, visto que cada animal demonstrara dor de uma forma e não se
comunica.
 Dor: quando existe a percepdao da dor no SNC. Consegue sentir a dor fisicamente, dizer que esta doendo, o cérebro
percebe essa dor.
 Nocicepcao: é um estimulo nocivo, danoso, prejudicial e que não necessariamente é percebido pelo cérebro enquanto
manifestação física. A recepção de sinais interpretados pelos nociceptores como estímulos nocivos aos tecidos.
 Nociceptores: receptores ativados por estímulos mecânicos, térmicos ou químicos (pode ser que tenhamos nociceptores
polimodais que pegam esses 3 estímulos (polimodais), mas existem os que são únicos (específicos)). Terminação nervosa
amplamente distribuída na pele e tecidos profundos. Terminações nervosas de neurônios nociceptivos aferentes.
 Analgesia: ausência ou diminuição da dor. Alguns termos importantes: algesia – do grego algesis: sensação de dor.
Hipoalgesia – sensibilidade diminuída e estimulação nociva. Hiperalgesia – sensibilidade aumentada e estimulação
nociva. Alodinia – sensação de dor sem a promoção de estimulo doloso, quando colocamos a dor em um lugar que não
deveria doer. Por exemplo: paciente teve uma lesão não tratada no braço esquerdo e após um tempo passa a sentir a
mesma dor também no braço direito mesmo sem ter tido nenhuma lesão nele.

FISIOLOGIA DA DOR
 Dois tipos de fibra nociceptivas: axônios de neurônios nociceptivos. A-Delta: condução rápida (5 a 30m/s) – mielinizadas.
C polimodais: condução lenta (0,5 a 2m/s) - amielinizadas (são as mais finas que tem no organismo). Ambas atuam na
dor superficial e profunda.
 Fibras A-delta polimodais estão presentes em todos os tecidos. Mas a inervação visceral vem principalmente de fibras C.
 As vísceras para desencadearem o estimulo para ser considerado dor, precisa acontecer uma dessas três coisas:
compressão, distensão e isquemia. Por isso fazer incisões, perfurações e punçoes os órgãos não dói. Por isso puncionar a
vesícula urinaria para exame não doi tanto no animal, porem retenção de urina (causa distensão e compressão) – gera
muita dor no paciente.

CLASSIFICACAO DA DOR
 Fisiologcia: dor auto limitante. Não necessária causa danos a saúde. Serve de aviso, de limite.
 Patológica: persistência do estimulo nocivo (dor inflamatória ou neuropática). Qualquer cirurgia terá inflamação pois
teremos promovido a perda da integridade tecidual, a partir do momento que há rompimento de membranas e
liberação dos fatores pro inflamatórios haverá dor. Neuropática: é quando há uma lesão nervosa grave e essa dor não foi
tratada, isso pode desencadear um processo de dor crônica. A dor e considerada crônica quando ela persiste por mais de
três meses. Para tratar ela e cada vez mais difícil, pois passam a usar o caminho de outras fibras (fibras motoras por
exemplo, que não são capazes de expressar dor fisiologicamente – passam a ser capazes de ser).
 Com relação a duração:
 Aguda: fibras de condução rápida. Os sintomas dela são: taquipneia, taquicardia e vocalização (sinais mais aparentes).
Dor pós operatória por exemplo.
 Crônica: Fibras de condução lenta. Tem sinais clínicos mais sutis do que a dor aguda, como: mudanças de postura,
isolamento e depressão (sinais mais sutis). Exemplos: dor oncológica, dor lombar crônica.
 Comparativo dor aguda x dor crônica: professora projetou um gráfico no slide verde (procurar nos slides depois).
 Linha A: dor aguda. A intensidade da dor melhora com o tempo.
 Linha B: dor crônica oncológica. A dor se manifesta continuadamente e há tendência de piora progressiva.
 Linha C: dor crônica não oncológica: p paciente apresenta dor continua ou intermitente alternada por períodos de piora
e remissão.
 Em relação a localização:
 Somática: dor em locais mais superficiais – pele, ossos, músculos, etc.
 Dor visceral: dentro da víscera, é uma dor mais interna.

TIPOS DE ANALGESIA
 Analgesia preemptiva: realizada antes que a injuria ocorra.
 Analgesia multimodal: associações de fármacos para aumentar a analgesia.
 Analgesia pós-operatória: a dor não é fisiológica, portanto, deve ser tratada.
 Fisiologia da dor:
 Três fases – transdução, transmissão e modulação.  nocicepção  percepção pelo SNC.
 Transdução: é a conversão do estimulo nocivo em potencial de ação, ou seja, um potencial elétrico que o neurônio
consegue captar.
 Transmissão: Essa eletricidade que foi gerada pelo estimulo nocivo precisa chegar até a medula espinhal, para isso
precisa ocorrer a transmissão do sinal. Isso ocorre nos terminais eferentes dos axônios.
 Modulação: Se for um estimulo intenso, essa mensagem vai ser mandada para o encéfalo, se for um estimulo tranquilo
ele para ali mesmo.
 Nocicepção: a percepção da dor pelo SNC. A partir dos momentos que passamos da modulação há o carreamento desse
potencial elétrico até o córtex cerebral, aonde de fato irá acontecer a percepção da dor e terá a reação (motora e
emocional) a dor. Fibras eferentes mandarão o sinal, mas só após a nocicepção.

AVALIACAO DA DOR
 A avaliação da é dor muito complexa entre as espécies e dentro de cada espécies temos as raças, dentro de cada raça
tem a individualidade de cada animal.
 Pequenos animais a avaliação e muito mais evidente. Animais de grande porte vão tentar esconder a dor a todo custo,
animal silvestre também é assim – isso se dá por questões evolutivas.
 Animais de grande porte tem um limiar de dor um pouco mais elevado, mas são animais que sentem dor gravemente
também. Animal pode estar com muita dor e não estar demonstrando.
 Métodos clínicos de avaliação: escala análoga visual – EVA ou VAZ. Traça-se uma linha imaginaria ou no papel que um
extremo é “dor nenhuma” e a outra extremidade é “a dor mais excruciante” de todas. Antes de anestesiar o paciente é
importante colocar ele elencado nessa escala de dor, pois dependendo de como o animal chega ou de quão doloroso
será o procedimento a ser feito, a dor pode variar entre: leve, moderada e severa.
 Escala de avaliação numérica: mesma situação descrita acima, mas agora utiliza-se números na escala de 0-10 para
classificar a dor. 0-3: dor leve. 3-7: dor moderada. 7-10: dor severa.
 Escala de dor de Glasgow: paramentos comportamentais que vão somar 24 pontos e serão utilizados para elencar a dor
de um paciente. O aceitável é até 4 pontos. Resgate analgésico deve ser feito no momento em que o animal pontuar
6/24 quando é possível avaliar todos os dados. Resgate analgésico deve ser feito no momento em que o animal pontuar
5/20 quando não é possível avaliar a mobilidade do animal.
 Os parâmetros observados são: observação do animal no ambiente, passeio com guia fora do ambiente normal do cão,
aplicação de pressão leve em uma área de cinco centímetros ao redor da ferida cirúrgica ou área dolorida, avaliação
geral do paciente.

ANESTESIO – MARIA MENDES – 27/03 – SEGUNDA

CONTINUACAO DA AVALIACAO DA DOR


 Escala da avaliacao da dor aguda, especificamente cao. Escala vem da escala do colorado.

Ausencia de dor  Psicológico e Resposta a palpacao Tensao


comportamental
Leve Descansando confortável, feliz Sem sensibilidade a Minima
e contente, não interfere na palpação da ferida ou
fenda, interessado ou curioso palpação em qualquer
sobre o ambiente. lugar.
Leve a moderada Contente ou discretamente Reage a palpação da ferida Leve
inquieto ou outra parte do corpo,
olhando para o local,
fugindo ou chorando.
Olha desconfortável quando Foge, chora, protege ou se Leve a moderada
em repouso, pode chorar, afasta.
lamber ou cocar a ferida
sozinho, orelhas caídas,
expressão facial preocupada,
não quer interagir, mas fica
olhando ao redor.
Moderada Inquieto, chorando, gemendo, Pode ser sutil
mordendo a ferida sozinho.
Guada ou protege a ferida
mudando a distribuição de
peso do corpo, pode relutar ou
mover todo ou parte do corpo.
Moderada a severa Gemendo ou gritando
constantemente sozinho, pode
morder a ferida, mas reluta em
se mover. Potencialmente
responsivo ao ambiente.
Difculdade de se distrair da
dor.
 Professora projeta logo em seguida a tabela de dor para os gatos, pegar a tabela e estudar ela depois. Principal diferença
do gato para o cao é que o gato com dor severa simplesmente evita se mover a qualquer custo, enquanto o cao tende a
ficar agitado.
 Escala da universidade de Melbourne: temos um total de 27 pontos como o máximo de dor. O mínimo aceitável para
sugerir que o animal está com dor é 13 pontos. A partir de 13 pontos é necessário intervenção. A escolha do tratamento
também irá depender da pontuação do animal nessa escala. Quanto mais alta, maior a intervenção. Literalmente só ler
os scores e somar para chegar a pontuação final.
 Escala da dor preemptiva: (é a mais importante – memorizar)

Intensidade da dor Procedimento clinico ou cirúrgico


Dor insuportável Pos cirúrgico em casos de intensa lesão tecidual ou
inflamação.
Reparo de fraturas múltiplas na presença de lesões
extensas em tecidos moles, manipulação excessiva no
trans-cirurgico ou contato de implantes ortopédicos em
tecido neural.
Dor moderada a intensa Fraturas patológicas; tumores osseos.
Cirurgias articulares, reparo de fraturas.
Amputacao, toracotomia pode ser considerada dor
insuportável também), laparotomia.
Reparo de hernias traumáticas na presença de extensa
injuria tecidual.
Ablacao total de conduto auditivo.
Dor moderada Procedimentos ortopédicos intimamente invasivos
(aplicação de fixadores externos, caudectomia).
Reparos de hernias inguinal ou diafragmática.
Remocao de massas (dependendo de sua localização e
tamanho, a intensidade da dor esperada pode ser maior).
Ovariohisterectomia (animais idosos, obesos, maior
manipulação tecidual).
Orquiectomia.
Enucleacao.
Dor leve a moderada Ovariohisterectomia (animais jovens).
Orquiectomia (em alguns casos).
 Na castração de femea tem-se mais dor do que a do macho, visto que precisa abrir o abdômen e depois puxa o pedículo
(ligamento com veias e artérias) – quando puxa essa estrutura o animal sente muita dor. É onde tem-se a maior
estimulação dolorosa nesse procedimento cirúrgico.
 Tem animais que mesmo com todo o protocolo cirúrgico correto, ainda irão sentir dor. Isso super pode acontecer, caso o
animal sinta dor durante o transoperatório é necessário ajustar a medicação. Lembrando novamente que cada caso é
um caso.
 Essa escala preemptiva e muito importante para gente se organizar no protocolo analgésico, precisa saber se a dor vai
ser leve moderada ou severa. Lembrar que o protocolo pode ser mudado no trans operatório, mediante as necessidades
do animal.
 Métodos simples de avaliação da dor: é utilizada em equinos, muito utilizada para avaliar dor de membros. Temos um
score de 0 a 3. Zero indica dor nenhuma e o animal apoia tranquilamente os 4 membros. Score 1 ele apoia parcialmente
em estação ou andando, eventualmente de tempos em tempos ele evita o apoio desse mesmo. Score 2, enquanto ele
esta se locomovendo ele não apoia o membro, mas quando esta parado, se apoia o tempo todo. Na escala 3 ele não
apoia o membro no chão de forma alguma, nem andando, nem parado.

RECONHECIMENTO DA DOR EM PEQUENOS ANIMAIS


 Professora mostra foto da cadelinha que aparentava estar bem. Informa que ela estava ofegante, mas nada demais.
Professora então explica que essa cadela vocalizou e tentou atacar mediante toque na ferida. Indicativo de dor, mesmo
ela tendo recebido medicação no transoperatório. Foi então feita a administração de morfina e a cadela simplesmente
desmontou. Muito fofinha e engraçado a imagem dela relaxada depois.
 Imagem de um cao que não apoia a pata no chão, possível notar dor só pela imagem. Ausencia de apoio de membro.
Semblante negativo, pelos eriçados, animal acuado. Indicativo de dor também.
 Imagem de bovino em pé normal. Tranquilo na paz do senhor. Professora infoma que ele estava la ruminando e se
alimentando normalmente, mas ao ser feito uma radiografia foi mostrado que ele estava com uma fratura de mandíbula.
Nesse caso o que fazer? Administrar medicação para dor, não precisa ser intensa visto que o animal esta tranquilo, mas
lembrar que ele esta com dor e não esta demonstrando (herbívoro – caca).
 Na duvida se o paciente está com dor ou ao, temos que tratar. As vezes não tem como saber mesmo se está doendo ou
não, afinal os animais não falam. Evitar ao máximo sobrestimar a dor deles. Então na duvida, medique. Evite sofrimento
do animal.

PRINCIPAIS GRUPOS DE FÁRMACOS ANALGESICOS

 Opioides. – Lembrar de tomar cuidados com equinos e animais com problemas de TGI em geral, redução da motilidade.
 Agonistas alfa-2 adrenérgicos.
 Anestesicos locais. – Minimos efeitos adversos no paciente, sempre que possível associar ele a outros analgésicos para
poder diminui a dose dos outros fármacos que serão administrados.
 Antagonistas de NMDA (amadantina, dissociativo) – é um receptor que vai se ligar ao glutamato e causar dor. Quando o
fármaco se liga aqui e promove efeito antagonista nesse receptor, observa-se melhora da dor. Fármacos dissociativos
(Ketamina).
 Anti-infamatorios não esteroidais (AINES).
 Relaxantes musculares. – Não tem propriedades analgésicas. Porem, a tensão muscular leva a um quadro de dor. Logo
ele funciona como um adjuvante interessante para utilizar no protocolo anestésico.
 Antidepressivos (amitriplina)
 Anticonvulsivante – diminui atividade do sistema nervoso central, logo acaba que diminui a percepção da dor.

TRATAMENTO DA DOR
 1º degrau da dor: utilizamos um não opioide + adjuvante.
 2º degrau da dor: opioide de dor moderada (tramal) + adjuvante + não opioide.
 3º degrau da dor: opioide dor forte (metadona) + adjuvante + não opioide.
 Se esse protocolo acima não resolver o problema, vamos classifica-la como dor insuportável/incontrolável.
 Caso um animal acorde nesse quadro de dor incontrolável e já foram feitas as medicações. Como proceder? Sedar esse
animal, diminuirá a atividade cerebral, chegaram menos impulsos de dor ao paciente. Dependendo da profundidade
anestésica, menos impulsos ainda irão chegar. Pode até se induzir o coma para evitar a dor.
OPIOIDES
 Mecanismo de ação: Promovem hiperpolarização, inibição da deflagração do potencial de ação e inibição pre e pos
sináptica da liberação de neurotransmissor. Ou seja, com a dificuldade de deflagrar potencial de ação a mensagem do
estimulo nocivo passa a ter dificuldade de ser carregada até o SNC. Além disso, tem a inibição e menos
neurotransmissores são liberados na fenda sinapse.
 Receptores opioides: Kappa, Mu, Sigma e Delta. Os importantes para nós serão kappa e um.
 Agonistas puros: morfina, meperina, fentanil, sufentanil, remifentanil, metadona. A analgesia vem dos receptores Mu e
Kappa. Os agonistas Mu puros são os analgésicos mais potentes.
 Agonistas-antagonistas: butorfanol, balbufina. Agonista em receptor kappa e antagonista em receptor Mu. Como os
receptores Mu são aqueles que promovem maior analgesia, como aqui nesse caso sofrerão ação de um antagonista, não
irão responder. Então esses fármacos são menos potentes do que os agonistas puros no que diz respeito a analgesia. Os
receptores kappa que serão estimulados, tem menor efeito analgésico, porem tem maior efeito sedativo.
 Agonista parcial: tramadol e buprenorfina. Ele tem 30% de efeito opioide com agonismo em receptor Mu. Outros 70%
são outro mecanismo de ação: inibição da recaptacao de serotonina. Haverá bastante serotonina no corpo
proporcionando sensação de bem estar e isso ajuda no processo de analgesia do paciente.
 Antagonistas: Naloxna. Antagonista mais utilizado, mas também existe a nalorfina.

MORFINA
 A morfina foi um dos primeiros opioides a serem sintetizados, muito utilizado na medicina veterinária para dor severa
nos pacientes, agonista mi puro, animal não perde consciência, dependendo do paciente podemos observar uma
tranquilização/sedação (mas nada muito intenso – a não ser que seja associado com um sedativo). Lembrando que a
MPA em pequenos animais é sempre associada a opioide.
 Pequena depressão do sistema nervoso central.
 Paciente pode ter disforia e hiperexcitabilidade: gatos, cavalos, porcos, vacas, caprinos e ovinos. Lembrar que para
grandes animais, o animal estar excitado é muito perigoso tanto para o animal, quanto para equipe. Geralmente ocorre
por sobrestimacao da dor.
 Gato e cavalo são os principais problemas, mais susceptíveis a ter excitação.
 Pode provocar náuseas e vômitos, também geralmente em casos de sobrestimacao (pode ser usada para provocar
vomito mediante intoxicação). Ela causa vomito pois atua na zona do gatilho e os quimiorreceptores liberam dopamina,
causando vomito.
 Usos da morfina: MPA, transoperatório e pós operatório. Pode se fazer infusão continua de morfina para alguns casos.
Iremos aprender como fazer o cálculo de infusão continua.
 Efeitos endócrinos na morfina: principalmente no cao a morfina aumenta a secreção do hormônio antidiurético. Muito
comum, após a administração de morfina, o paciente apresentar dificuldade para urinar. Aumenta ADH (faz retenção de
água, diminui a produção de urina) e também a morfina aumenta o tempo de esvaziamento vesical. No máximo em até
24h o animal tem que urinar.
 Outros efeitos: constipação intestinal, muito mais preocupante em grandes animais e humanos. Em pequenos animais
não é tão preocupante, administrar uma alimentação pastosa e mais gordurosa para estimular a defecação.
 A morfina pode liberar histamina, que é um mediador químico que atua em reações de hipersensibilidade, então pode
provocar uma reação alérgica no paciente. Pode ser só cutânea, mas pode levar a edema de glote e vasodilatação
generalizada, levando a hipotensão. Pode ocorrer degranulação pequena de mastócitos ou grande degranulação de
mastócitos.
 Essa histamina pode ser liberada por qualquer via de administração, mas a via endovenosa apresenta maior ocorrência.
Por isso deve ser administrada em doses baixas, diluídas e lentamente. Se fizer em infusão continua, ela já estará diluída
e sendo administrada lentamente. Caso vá usar morfina como droga de resgate, lembrar de fazer a administração de
forma correta.
 Doses: professora não cobra, mas é bom saber. Cao: 0,1 – 1mg/kg. Gatos: 0,1 – 0,2mg/kg. Equinos: 0,05 – 0,2mg/kg.
Bovinos: 0,05 – 0,1mg/kg.
 Efeito analgésico: de 2-6 horas. O pico de analgesia é após 2h de administração, quando aplicada IM os efeitos se iniciam
após 10 minutos, atinge pico as 2h e depois disso a concentração cai.
 Vias de administração: SC/IM/IV/Peridural.
 Nome comercial: dimorf.
MEPERIDINA
 Também e um agosnista Mi puro, mas é para dor moderada.
 Otimo fármaco, mas tem que ter muito cuidado com pacientes hipotensos. Pois, a mepedirina tem maiores chances de
degranulação de mstocitos, o que pode levar a hipotensao.
 Não pode ser administrada pela via endovenosa pois o risco dela degranular mastócitos pela via endovenosa é altíssima.
 Tomar cuidado com pacientes cardiopatas e nefropatas. Pode fazer vasoconstrição renal e cardíaca. Paciente que é
doente renal pode se prejudicar.
 Doses: cães 2 a 5mg/kg IM/SC. Felinos: 2 a 10 mg/kg/IM/SC. Equinos: 0,5 – 1mg/kg/IM/SC.
 Apresentacao: cloridrato de meperidina.

FENTANIL
 Agonista Mi puro. Ele chega a ser mil vezes mais potente do que a morfina, usado para dor severa.
 A partir dele foram desenvolvidos fármacos semelhantes a ele: alfentanil, sefentanil, remifentanil, carfentanil. As
caracteristicas deles são muito semelhantes, mas eles têm menos efeito cumulativo. Remifentanil não tem efeito
cumulativo NENHUM, isso torna o fármaco muito mais seguro.
 Usamos esses fármacos em infusão continua pois o tempo de meia vida é muito curto. Se fizer ele na MPA por exemplo,
no momento em que a cirurgia começa, o efeito já vai ter começado a passar. Caso a cirurgia vá ser curta, pode-se fazer
bolos. Mas é necessário ter cuidado pois pode ter efeito cumulativo. Se for precisar fazer muito bolos, é melhor deixar na
infusão continua.
 Então tende-se a usar ele no transoperatório para cirurgias que envolvem dor severa.
 Administracao rápida pela via endovenosa. Potente ação analgésica e hipnótica. Pode ser utilizado em pequenos
procedimentos rápidos e que são extremamente dolorosos como posicionamento radiográfico – fentanil + relaxante
muscular + tranquilizante. Pode fazer isso com animal politraumatizado, displasia coxofemoral.
 O fentanil tem que ser administrado lentamente, tem que ter cuidado pois ele estimula o nervo vago. Se fizer
administração muito rápida pode provocar bradicardia com hipotensao, esse efeito é dose-dependente e velocidade-
dependente. Administrar e monitorar atentamente o animal.
 Tempo efetivo da ação é de 20 minutos.
 Dose: 2 a 10mcg/IV/IM. Pra infusão continua: 5 a 10 microgramas por kg/h. Existem adesivos que podem ser utilizados:
tricotomia muito bem feita, tirar toda oleosidade da pele e aplicar o adesivo. Problema: não temos muito controle da
dose que é passada de fato para o animal.
 Apresentacao em forma de frasco-ampola (borracha em cima que a gente fura com a agulha). Tomar cuidado com
agulha contaminada. Adesivos: 25, 50, 75 e 100 microgramas/hora.

METADONA
 Propriedades muito semelhante a morfina, mas a metadona não libera histamina e não induz vomito. Além de ter efeito
agonista Mi (provoca analgesia severa), ela é antagonista de receptores NMDA (vias responsáveis pela dor somática).
Então ela tem dois mecanismos para diminuição da dor.
 Metadona é muito mais eficiente para dor somática (dor superficial – toda que não é visceral) e para dor visceral.
 Ela é duas vezes mais potente que a morfina. Pode fazer vasoconstrição periférica  pode fazer bradicardia reflexa. É
um mecanismo de proteção, se a pressão esta alta na periferia, o paciente vai ter uma bradicardia reflexa para diminuir a
pos carga e diminuir a forca que ele ter que exercer por minuto para ejetar o sangue para as artérias. O coração reduz a
quantidade de batimentos para não desgastar o musculo cardíaco visto que RVP estão aumentadas.
 Tem um tempo de duração de efeito por cerca de 4-6 horas.

TRAMADOL
 Agonista Mi parcial. 30% atuação em receptor Mi e 70% inibição da receptação de serotonina.
 Mínimos efeitos adversos. O que mais acontece é tutor relatar que o animal ficou hiperativo (devido a alta liberação de
serotonina) – em geral se da por sobrestimacao da dor do paciente.
 Potencia do tramal é 6 mil vezes menor do que a da morfina.
 Indicado para MPA, pós-cirúrgico, controle da dor leve a moderada, analgesia por 6 a 8 horas, dose: 2 a 6mg/kg
IM/SC/VO e VI. Dose para gatos: 1 a 2mg/kg. Dose para grandes: 1 a 2mg/kg. Dose para cães: 4 a 10mg/kg.

BUTERFANOL
 É um fármaco agonista kappa e agonista mi. Tem um efeito sedativo interessante, mínimos efeitos adversos (ótimo para
usar em animais críticos), boa analgesia visceral pelo agonismo kappa.
 Problema da utilização dele: como é agonista-antagonista, ele tem um efeito teto. A partir do momento que ele atingir o
efeito máximo, não adianta administrar mais fármaco. Caso ele não seja o suficiente para controle da dor e seja
necessário utilizar morfina depois, ela não irá fazer efeito pois os receptores mi estarão ocupados e antagonizados pela
presença do buterfanol.
 Indicacoes: Por ser agonista kappa e antagonista mi, não interfere tanto com o trato gastrointestinal, interessante para
animais de grande porte. Para o cavalo usamos para dor severa na MPA, dor visceral e dor somática (infinitamente
menor do que a visceral), efeito teto, antitussígeno.
 Pico de ação: 30 a 45 minutos. Tem um efeito rápido, dependendo, após 1h ou 1h30 não se tem mais efeito do fármaco.
 Concentração: 10mg/ml – nome comercial Turbogesic.
 Doses  cães: 0,1 a 0,6mg/kg IV, IM, SC. Gatos: 0,2 a 0,8mg/kg IV. IM, SC. Equinos e bovinos: 0,2mg/kg.

ANTAGONISTAS DESSES FÁRMACOS


 Naloxona é o mais comum e mais encontrado. Existe também a nalorfina, mas quase não se ve dela.
 A naloxona é um reversor de TODOS os opioides, independente da preferencia deles por receptores.

NEUROLEPTOANALGESIA
 Analgesia obtida pela administração de um neuroléptico (sedativo, ansiolítico ou tranquilizante) + analgésico.
 Quando fazemos isso, essa associação na MPA tem um sinergismo muito bacana na MPA, pois todos os opioides além de
átomos anagesicos, potencializam o efeito dos neurolépticos.
 Lembrando das famílias que conversamos: Fenotiazinicos (tranquilizante) + opioides. Butirofenona (tranquilizante mais
usado em suínos) + opioide. Benzodiazepinico (ansiolítico) + opioide.
 Quando pensarmos em fazer uma MPA no paciente podemos e devemos pensar em uma neuroleptoanalgesia =
potencialização do efeito de ambos os fármacos (ansiolítico/tranquilizante/sedativo + anestésico). Isso é excelente pois
vai diminui tanto a dose desses fármacos que vai ser utilizada, tanto quanto a dose que será utilizada no trans e pos
operatório.
 Exemplos: vamos pensar em uma orquiectomia. Cao vai ser submetido, ele é muito agitado, cirurgia não é tão dolorosa.
Logo, não precisamos de uma tranquilização e analgesia pesados. Comecamos a pensar no que podemos usar: acepram
(ver a dose, se o animal for MUITO agitado, dar uma dose um pouco maior) como tranquilizante. Como analgésico
podemos usar tramal na MPA, não é um fármaco muito forte e como a orquiectomia é um procedimento tranquilo e
sem muita dor. Lembrar que após a cirurgia também não seria necessário administrar analgésico após a cirurgia.
 Exemplo 2: se fosse uma mastectomia em um animal calmo, que é um procedimento muito doloroso, vamos associar
novamente aí podemos também usar clorpromazina (menos potente e tem menos efeitos adversos que o acepram e
como o animal é calmo) / acepram (é um fármaco mais potente, logo, com mais efeitos adversos) + metadona (opioide
agonista Mi puro – mais viabiliza a analgesia e faz bloqueio dos receptores da dor somatica). Lembrar de evitar estresse
ao máximo durante o MPA, tem animais que simplesmente nunca caem mesmo com doses cavalares, isso se da pois
estão super excitados. Então, os neurotransmissores do animal estarão conectados nos receptores o que não permite
que o fármaco se ligue, então precisamos aumentar muito a dose.

TERAPIA INTENSIVA
 Tem esse nome pois quando o paciente esta em terapia intensiva (uti, cuidados mais específicos – paciente sentindo
dor), todos esses fármacos são utilizados como anestésicos contínuos para internação do animal por exemplo.
 MLK: morfina/lidocaína/Ketamina – 1mL / 7,5ml / 0,3ml em 500ml.
 Fentanil: 5 a 10 mcg/kg/h.
 Remifentanil: 0,25 mcg/kg/min.
 Alfentanil: 3 a 8 mcg/kg/min.
 Sufentanil: 0,5 a 1 mcg/kg/h.
 Lidocaina: 50 mcg/kg/min.
 Cetamina: 10mcg/kg/min.
 Infusao continua: administração de 3,3 microgramas por kg de morfina + 50 microgramas por kilo por minuto de
lidocaína + 10 microgramas por kilo por minuto de Ketamina. (MLK).
 Infusao continua: 0,05 – 0,1 micrograma por kg por minuto de fentanil + 50 – 100 micrograma por kg por minuto de
lidocaína + 10 – 20 microgramas por kilo por minuto de Ketamina. (FLK).
ANESTESILOGIA VETERINARIA – 03/04/23 – MARIA MENDES

ESTAGIOS E PLANOS ANESTESICOS

 Lembrar que a anestesiologia ocorre em ordem cronológica: preparo do paciente, MPA e agora vamos ver a indução,
manutenção e pos operatório respectivamente.
 Após a MPA vamos fazer a tricotomia do paciente, canular o paciente, após e paciente estar canulado iremos induzir o
paciente.
 O que é a inducao: promoção da anestesia geral. Deprimir de maneira acentuada o SNC. Aplicacao de um fármaco
intravenoso e o animal ira dormir. Farmaco dura pouco tempo assim (5 – 10 minutos), por isso precisamos fazer a
manutenção, para fornecer anestésico para o paciente durante todo o transito cirurgico. Essa manutenção pode ser por
infusão continua ou inalatória.
 Para falar de indução de anestesia, precisamos entender o que e um paciente anestesiado de maneira geral.
 Anestesia geral: inconsciência, alagesia, relaxamento muscular, ausência de reflexos protetores, presenrvacao da
atividade autônoma. Tudo isso são atividades realizadas pelo SNC, então vamos estar sempre deprimindo-o.

ESTAGIOS E PLANOS DE GUEDEL


 Guedel desenvolveu uma tecninca que consiste de estágios e planos anestésicos que avaliam se o paceitne esta
profundamente anestesiado ou se ele esta prestes a acordar. Se o animal estiver muito profundo a ponto de apresentar
riscos, após fazer essa analise, podemos por exemplo diminuir a dose do anestésico. O mesmo vale para o contrario, se
animal está dando indícios de dor (pressão, movimentação, frequência cardíaca) – podemos pensar em aumentar a
dose.
 4 estagio.
 Devemos levar algumas coias em consdieracao: raça, idade, espécie, etc.
 Etagio I: Estagio I é a perda da consciência. Animal inicia ele acordado e acaba ele dormindo.
 Estagio II: excitação e delírio. Depende do individuo/fármaco/dose, mas o animal pode delirar e ficar hiperresponsivel.
Não queremos o que o paciente passe por esse estagio. O ideal é que ele passe direto para o 3. Caso isso ocorra tem que
aumentar a velocidade do anestésico sendo feito.
 Estagio III: anestesia cirurgia. Dentro dele temos 4 planos. Alguns mais superficiais e outros mais profundo. Na maioria
das cirurgias vamos querer estagio 3 plano 2 ou 3. Quanto maior o plano, mais profunda esta anestesia do paciente.
 Plano I – paciente em anestesia geral, mas se houver estimulação dolorosa relevante ele ira responder: aumenta de
frequência respiratória, aumento de frequência cardíaca, etc. Caso isso corra tem que aumentar a dose para voltar o
animal pro plano II ou III. Animal está iniciando a rotação o globo ocular.
 Plano II e III : ideal que é o que queremos. Animal está com o globo ocular rotacionado.
 Plano IV: também não queremos que o animal entre nesse estagio pois é muito profundo. Simplesmente plano celestial.
Se aprofundar animal pode ter choque bulbar. Globo ocular centralizado e com midríase. Nunca vamos querer ele, e
muito profundo. Simplesmente vai com deus aqui. Não adianta.
 Se olharmos o ESTAGIO II e o PLANO IV terão as mesmas características referente ao globo ocular, como diferenciar os
2? No estagio II o paciente ainda estará minimamente responsivo: responde a dor profunda, alterações de respiração,
estimulo de dor profunda.
 Como diferencias o plano I do plano II? No plano I o animal ainda tem reflexo palpebral, animal está iniciando a rotação,
responde a outros reflexos ainda. Já no plano II o animal terá a rotação completa, deve estar tranquilo, sem resposta de
reflexo.
 Reflexos e atividade autonômica: reflexos pupilares, palpebral (tem que perder na anestesia geral – ficar observado, o paciente perde
primeiro o reflexo palpebral lateral e quando ele para geralmente já da para entubar ), corneal (faz-se uma pressão diretamente no globo ocular, ao
tirar a pressão o animal deve piscar – isso é mais sensível e pode ferir a córnea de pequenos animais, usamos mais em grandes animais e se o paciente
perde ele no transoperatório é porque está muito profundo ), interdigital (é um reflexo de retirada, é um reflexo protetor também, pinca
interdigitalmetne e o paciente deve retirar a pata normalmente – caso esteja anestesiado esse reflexo deve estar AUSENTE) , laringotraqueal (tem
que estar ausente para conseguir entubar) e anal (se estiver ausente em grandes animais, isso significa que animal esta aprofundando demais e deve-
se ficar atento e tentar corrigir a anestesia caso seja necessário) . Nistagmo (não pode estar presente, é mais importante em grandes animais – se
paciente começa a ter nistagma isso significa que o animal está acordando – simplesmente salve-se quem puder ne gatas!!! Fazer manutenção da
anestesia (caso seja necessário – animal em transoperatório ainda)) , producao de lagrimas (se ocorrer é porque esta superficializando, mais
importante para grandes animais), tônus muscular da mandibula ( vamos aplicando anestésico e fazendo o teste do reflexo palpebral lateral
mas ainda tem o medial – então esta nno plano I ainda (talvez já de para entubar entao tentamos abrir a boca, se essa abertura for fácil é porque ele já
perdeu tônus de mandíbula – isso é o ideal). Se animal apresentar resistência para abrir a boca é melhor esperar mais um pouco. Perde isso entre o
plano I e II.). Frequência e padrão respiratório (se deprimir, pode ser que o paciente esteja aprofundando demais. Existe uma depressão que é
aceitável e esperada durante a anestesia – mas se deprimir demais, ficar atento e corrigir caso seja necessario ). Frequência cardíaca (se houver
aumento pode indicar que o animal está com dor ou no inicio de um aprofundamento – mecanismo compensatório inicial devido a hipoensao grave,
tentatia de manter o debito cardiaco) e PA (se houver aumento pode ser indicativo de dor e queda indicativo de hemorragia – imagino que tenha mais
outras situações mas não consegui pegar).

ANESTESIA GERAL INTRA VENOSA

 Lembrando novamente que um anestésico geral é um faramco que tem que promover incosncicicia e vai inibir o
estimylo doloros no paciente, provomer analgesia, miorelaxamento, supressão de reflexos protetores, preservação das
funções autônomas. Tomar cuidado porque temos que achar o limiar entre obter esses efeitos e deprimir eles demais a
ponto de MATAR o animal!!!!
 Por causa das propriedades farmacológicas dos fármacos eles TEM que ser intravenosos, não pode ser outra via.
 As funções da anestesia geral intravenosa são: indução da anestesia inalatória, manutenção anestésica (TIVA), contenção
química (para fazer coleta de medula por exemplo, canula o animal, faz um POQUINHO de anestesia intravenosa, só pro
animal ficar bem grogue – raiox também pode ser utilizado para conter o animal).
 São fármacos dose-dependentes e reversíveis, Resultam na perda da capacidade de percepção e resposta aos estímulos
analgésicos (por mecanismo de ação eles não tem propriedade analgésica). Foco na PERCEPCAO. Eles diminuem
percepção e resposta aos estímulos.

CLASSIFICACAO
 Barbituricos: tiopental e pentobarbital.
 Alquil-fenol: propofol. Leitinho do Michael Jackson kkkkk tadinho do divo!! O propofol é branco e o michael era muito
depressivo, tomava muitos antidressivos por muito tempo e por via oral eles não surtiam mais efeito e ele não conseguia
dormir. Por isso ele tinha um enfermeiro e para ele poder dormir ele usava uma bomba de infusão com propofol para
poder dormir. O enfermeito responsável sair por um momento e o michael morreu (F). Ele teve uma apneia e morreu,
enfermeiro não chegou a tempo para corrigir.
 Compostos imidazólicos: Etomidato – fármaco agente indutor exclusivamente intravenoso, bastante utilizado, nunca
ouvimos falar pois muitos veterinários tem medo de utiliza-lo por falta de conhecimento.

BABITURICOS
 Foram os primeiros sintetizados em 1882, por muitos anos só eles foram utilizados. Tem vários efeitos adversos e quase
não usamos. São mais utilizado para experimentação em animais de laboratório.
 Derivados do acido babiturico, são MUITO lipossolúveis, atravessam facilmente as barreiras biológicas (muito cuidado
com animais gestantes), ligação com proteínas plasmáticas 72 a 86% (albumina) – lembrar que animais com
hipoalbuminemia terão que ter a dose ajustada para BAIXO, visto que teremos mais fármaco livre circulante e com mais
chances de afeitos adversos.
 Farmaco altamente solúvel em lipídeos, exclusivamente pela via intravenosa. A partir do omento que ele e
admnisnitrado ele estará em maior concetracao no vaso, com o tempo haverá a absorção por outros tecidos e
diminuição no sangue. Temos órgãos ricamente vascularizados que irão ter aumento de concentração do fármaco
primeiro (SNC, coração, pulmão – mas principalmente SNC). Vai agir por um curto tempo (20min – 30min). Após algum
tempo vai aumentando a concentração na musculatura também, Gradualmente vai ocorrer o deposito dele no tecido
adiposo, isso vai fazer com o fármaco se acumule la e seja liberado aos poucos e animal fica grogue por mais tempo.
 Com isso em mente pensando em pacientes galgos, que não tem gordura. Farmaco vai procurar tecido adiposo e não vai
encontrar, cai no sangue novamente, processo ocorre novamente e ocorrerrá redistribuição para os órgãos com grande
perfusão novamente, isso vai fazer o animal dormir por dias e provavelmente MORRER. Não se usa em galgos. Caso
TENHA que usar, usar muito pouco – mas não se usa, esse exemplo é só didático mesmo.
 Animais obesos: vai acumular o fármaco na gordura e ocorrer eliminação muita lenta dele. Animal fica sonolento por
mais tempo. Não aumenta os riscos para o animal, ele só fica chapado mais tempo. Não queremos isso, entao não
usamos.
 Tem efeito cumulativo: quando fazemos a primeira dose o tempo de recuperação é x, quando fazemos a segunda o
tempo de recuperação vai ser x+y. Tempo longo de recuperação devido a esse efeito cumulativo.
 Mecanismo de ação: GABA (inibitório – se favorecermos atividades inibitórias teremos mais sonolência e depressão do
SNC). Os barbatuticos potencializam o efeito do gaba, faz com que ele se ligue MAIS a receptores gaba. Como o fármaco
consegue fazer isso? O receptor gaba ter varias subunindades, quando o faramco se ligar ao receptor gaba, vai abrir
canais de cloro (negativos).
 Para passar o potencial de ação entre 2 celular, precisa ocorrer a despolarização. O onda precisa chegar ate o terminal
do axônio para ocorrer a sinapse. Para despolarizar o sódio vai entrar para dentro da célula (ele tem carga positiva),
neurônio despolariza, sai potássio. Então um neurônio despolarizado é negativo fora (potássio) e positivo dentro (sódio).
Quando isso ocorre, logo após a célula tende a permanecer em repouso, sódio vai saindo de dentro da celular e o
potássio entrando. Celular fica negativo (-70mv) – célula em repouso.
 O gaba altera a permeabilidade dos canais de cloro, muito cloro entra dentro da célula e entao ela fica
HIPERPOLARIZADA. Muito difícil despolarizar ela, permanece em repouso.
 Quando a despolarização ocorre e despolariza o terminar do axônio e nesse terminal tem variaas vesículas com
neurotransmissores, quando o cálcio entra ele libera os neurotransmissores e ai os neurotransmissores se ligam nos
receptor da próxima fenda sináptica, ela vai ser despolarizada, vai até o final do axônio, ciclo começa de novo.
 Então o gaba atua na redução da condutância de ions Na+, Ca++ e K+.
 Reduz a ligação da acetilcolina e glutamato. Acetilcolina na placa motora tem função de contração musculatura. Se a
gente reduz a ligação da acetilcolina ocorre relaxamento muscular. Glutamato: é o neurotransmissor do sistema nervoso
central que é excitatório, se liga ao receptor NMDA. Se reduzimos a ligação do glutamato, potencializamos depressão no
sistema nervoso central.

ANESTESIOLOGIA – 10/04 – SEGUNDA FEIRA – MARIA MENDES


PERDI OS PRIMEIROS 10 MINUTOS DE AULA

BARBITURICOS

TIOPENTAL
 Efeitos no sistema nervoso central:
 Depressao: pode ser irregular e levar paciente a um quadro de excitação, bem comum nos agentes indutores.
 Não é um fármaco analgésico, mas deprimem tanto o SNC que diminuem a percepção da dor pelo SNC. Então acaba
diminuindo bastante essa percepção.
 Diminui o consumo de O2 cerebral, como diminui o metabolismo celular, isso diminui o requerimento de O2 pelo SNC.
Isso é bom pois aumenta a segurança da droga. Um animal vitima de atropelamento com trauma no SNC, seria
interessante administrar, visto que o paciente está perdendo muita energia, então ao diminuirmos o metabolismo do
animal e demanda com oxigênio, isso protege as células.
 Diminuem a pressão intracraniana (PIC), esse aumento também leva a morte dos neurônios. Então é muito interessante
fazer o uso desses fármacos.
 Ocorre depressão do centro termorregulador, o paciente perde a capacidade de autorregularão da temperatura (já tem
outros fatores: mesa gelada, fluido, ar condicionado, vasodilatação). Então é importante ficar atento a isso.
 Todos os barbitúricos são também anticonvulsivantes.

EFEITOS CARDÍACOS:

 Bloqueio vagal entao podemos observar nos primeiros segundos uma taquicardia e, dependendo do estado do paciente,
podemos até observar uma bradicardia.
 Diminui a força de contração.
 Diminui o retorno venoso (sangue que retorna para o coração, PVC.
 Diminui a pressão arterial pois promovem vasodilatação. Distribui mais sangue para periferia o leva a queda da PA.

EFEITOS RESPIRATÓRIOS:

 Apneia transitória pode acontecer. Apneia transitória: paciente tem pausas de respiração, não existe um tempo fixo e
depois ele volta a respirar sozinho, não deixar em apneia em muito tempo.
 Depressão centro bulbar: depressão acentuada da região de tronco cerebral, que e responsável pela ventilação. Então
vai ter uma diminuição de volume/minuto (volume de ar que entra e sai dos pulmões em um minuto).
 Frequência respiratória: quantidade de vezes que o paciente respirou durante um minuto. E ela é reduzida.
 Reduz a sensibilidade a hipoxia e a hipercapnia (aumento de CO2). O paciente perde a capacidade de perceber o quanto
de CO2 esta presente no sangue e assim poder aumentar ou diminuir a frequência respiratória. Então por mais que o
animal possa ter aumentos de CO2 no sangue ele não vai conseguir aumentar a frequência respiratória para suprir isso.
Responsabilidade do anestesista monitorar isso e ficar atento.
 Aumento das secreções pode ocorrer.

NO TRATO GENITOURINARIO:

 Reduzem o fluxo sanguíneo renal (cuidado com pacientes DRC).


 Diminuem o tônus uterino e causam depressão fetal. Não usar em gravidas.

OUTROS EFEITOS:

 Miose puntiforme.
 Diminuição da motilidade intestinal.

DESVANTAGENS:

 Metabolização lenta, se acumula em gordura e é liberado lentamente  como consequência disso a recuperação é
tardia. Animal demora a voltar.
 Depressão cardiorrespiratória  inviável em paciente de alto risco.
 Pouco relaxamento muscular, não tem um efeito de relaxamento muscular tão intenso, mas existe.
 Risco de lesão extra vascular. É um fármaco exclusivamente intravenoso: pH alto. Se esse fármaco for administrado em
qualquer via que não seja a intravenosa, pode causar lesão celular e levar a necrose da área.
 Efeito glicose e efeito cumulativo: tomar cuidado com pacientes galgos, caquéticos e pacientes obesos.
 Efeito glicose: quando administramos o tiopental com glicose no ringer-lactato, haverá a diminuição da metabolização
do tiopental. A glicose é metabolizada no lugar dele. O fármaco dura por mais tempo.
 Redistribuição: lembrar que o fármaco pode ficar “preso” na gordura, ele é lipossolúvel. Lembrar que em pacientes
caquéticos o fármaco não vai se acumular na gordura, vai se redistribuir pelos tecidos e o efeito irá durar muito mais
nesse paciente.
 O tiopental sobre biotransformação hepática. Tomar cuidado com pacientes hepatopatas que não vão conseguir
metabolizar dele.
 Eliminação renal e reabsorção tubular. O paciente instável pode ficar sonolento por mais tempo do que esperado, um
pouco sonolento. Isso se da por conta da reabsorção tubular. Não queremos um paciente instável sonolento.
 Supondo que um animal chega convulsionando e administramos diazepam 3 vezes e o animal segue convulsionando,
seria interessante fazer tiopental. Não é tão feito, mas é uma possibilidade. Se faz isso pois o tiopental deprime com
mais intensidade o SNC. Onde o diazepam não funciona podemos usar fármacos depressores gerais. Induz o animal até
ele perder a consciência e espera ele retornar, provavelmente sem convulsões.
 Indicações: pequenas intervenções (30 min) – lembrar que ele não é administrado sozinho. Usado para indução da
anestesia também, depois entubamos e colocamos na anestesia inalatória. Não são indicados para infusão continua
devido ao efeito cumulativo. Usado em pacientes refratários no tratamento de convulsões no momento da crise quando
o diazepam está falhando por exemplo, faz o tiopental e depois manutenção com fenobarbital. Não faz uso continuo.

DOSES:

 Cães e gatos: 5 a 12 mg/kg/IV com MPA ou 20 a 25 mg/kg/IV sem MPA.


 Equinos: 5 mg/kg/IV com MPA ou 10mg/kg/IV sem MPA.
 1/3 é administrado rapidamente e o restante dose-efeito. Esse 1/3 é para deprimir o sistema nervoso central
rapidamente e uniformemente. Se fizer muito lento, aumenta a chance de excitação.
 Diluição: 2,5 a 5%.
 Refrigeração: 5 a 6%
 Se temos um frasco com 1g de pó do fármaco  transforma em mg  saber quantos mg/ml (2,5% = 25mg/ml).
 Depois de diluir o fármaco, ele pode ficar instável. Colocar na geladeira. Pode começar a formar grumos.

ACABOU AQUI OS BARBITURICOS

PROPOFOL
 Não é barbitúrico, tem coloração branca característica. Deve ser armazenado sob refrigeração (4ºC). Para conserva-lo é
adicionado lecitina de ovo e isso é um excelente meio de cultura para bactérias. Pode ocorrer crescimento bacteriano, se
ocorrer tem que ser descartado. Toda vez que vai puxar mais propofol, tem que pegar uma seringa nova ou uma agulha
nova para não contaminar o frasco. Pode aparecer como uma ampola grande que quebramos a pontinha normal ou
frasco ampola (vidro com borrachinha na ponta). Não usar depois de aberto por mais de 6h. Tudo que não for usado
pode ser jogado fora ou ser guardado para usar em eutanásias. Se sobrar na própria seringa também não pode reutilizar,
pode no máximo guardar para eutanásia.

FARMACOCINÉTICA

 97% a 98% com proteína plasmática. Tomar muito cuidado com pacientes que estão com albumina baixa.
 Fármaco é administrado lentamente e o animal começa a relaxar, se o animal começar a excitar, administra rapidamente
e aí ele já relaxa e fica inconsciente.
 Indução rápida e suave. Comparado aos outros é o mais suave.
 Reduz 50% a dose quando associado a qualquer outro fármaco. Podemos associar com indutores (diazempam,
midazolam).
 Biotransformação: tem metabolização extra-hepática. Conjugado com ácido hialurônico (cuidado com gatos que tem
deficiência) e glicuronideos e sulfatos. Metabolização hepática, pulmonar, intestino e plasmática.
 Excreção: na urina e pelas fezes. Não é exclusivamente renal, isso é muito bom pois torna a droga ainda mais segura para
animais críticos.

EFEITOS
 Mecanismo de ação: potencializa os efeitos GABA. O gaba está no sistema nervoso central, então temos o
neutransmissor e o receptor GABA e quando se ligam ocorre inibição e depressão do sistema nervoso central  abre
canais de cloro e hiperpolariza a celular. Propofol então potencializa GABA, potencializa efeito depressor e inibitório.
Diminui o metabolismo celular também.

EFEITOS SOBRE OS SISTEMAS

 Diminui a pressão intracraniana (PIC).


 Tem efeito sedativo e hipnótico.
 Menor contratilidade do miocárdio (diminui o consumo de o2) – Diminuição do debico cardíaco (DC) e (PA). A diminuição
de debito cardíaco não e acentuada e é um efeito muito rápido (propofol dura 10 minutos). Os efeitos adversos são
dose-dependentes. Então quando associamos ele diminuiu diretamente todos esses efeitos não desejados.
 Aumenta o fluxo sanguíneo coronariano. Teoricamente o miocárdio fica mais oxigenado, isso é bom.
 Diminuição da frequência respiratória e apneia (dose dependente e velocidade dependente) – se administrar dose alta
ou dose muito rápida, tem grandes chances de ter apneia. Vai titulando a quantidade realmente necessária para o
paciente. Sempre vamos calcular a dose para o paciente, mas as vezes ao longo da administração podemos ver que o
animal já está sob os efeitos, não precisa administrar a dose inteira.
 Mínimos efeitos sobre a respiração fetal. Podemos usar em gestantes. Um dos fármacos mais utilizados em cesárea.
 Propofol promove um bom relaxamento muscular.

USO CLINICO

 Anestesia de curta duração (10-15 minutos, depende da dose).


 Para anestesias de longa duração também pode ser utilizado, mas é preciso fazer infusão. Tem mínimo efeito
cumulativo.
 Intubação orotraqueal – um dos fármacos mais usados para induzir o paciente e depois pode manter na infusão e depois
colocar na inalatória.
 Pode ser usado em pacientes críticos, hepatopatas, cardiopatas, DRC, saudáveis. Na dúvida, fazer propofol.
 Anestesias repetidas em intervalos curtos, exceto em felinos (composto fenolitico, conjugação com acido glicuronico!!!).

DOSE

 Cães e gatos: 2 a 10mg/kg/IV (dificilmente vamos chegar a usar 10mg, geralmente chegamos até 5mg e associado
usamos 2/3mg/kg. Ótimo associado).2
 Bezerros e potros: 2 a 5 mg/kg/IV.
 Pequenos ruminantes 3 a 5mg/kg/IV.
 Para anestesiar grandes animais precisamos de fármacos mais potentes que necessitam de menores doses. É inviável
usar em grandes animais pois o volume e tempo de administração seria muito alto.
 Infusão continua
 0,2 a 0,5 mg/kg/min (anestesia cirúrgica em pequenos animais).
 0,2 mg/kg/min (anestesia cirúrgica em grandes animais). Só para bezerros, potros e pequenos ruminantes.
 Lembrar que o propofol não é analgésico, doses grandes dele podem diminuir a percepção da dor por depressão do SNC.

CONSIDERACOES

 Tomar cuidado com o tempo anestésico. Observar alterações na pressão arterial.


 Sempre tentar fazer a menor dose possível. Lembrar de associações.
 Dose de infusão é sempre menor, mas ao usar doses menores, podemos ter menor depressão do SNC.
 Gráfico mostrando a concentração da droga X tempo. O caminho mostrado no gráfico é a zona terapêutica ideal. Se
estiver abaixo da zona, o paciente está acordando e se estiver acima o paciente pode estar intoxicando e deprimindo
demais o sistema cardíaco. Esse gráfico mostra a diferença entre bolus X infusão continua.
 Infusão continua = manter a mesma dose durante todo o período de tempo.
 Bolus = administra uma quantidade maior de uma vez. Lembrar que tem droga resquicial. Toda hora que faz um bolus o
efeito do anterior ainda não vai ter acabado totalmente (efeito x), então vai aumentar quando fizer um novo bolus (x +
y), vai ficando uma concentração muito alta e pode chegar na toxicidade. Tirei foto do gráfico, incluir aqui.
 Lembrar que podemos fazer infusão continua com bomba ou manual (professora vai ensinar a calcular). Para fazer TIVA
(sem inalatória), temos sempre que fazer infusão continua.
ETOMIDATO

 Outro fármaco agente anestésico intravenoso.


 Dificilmente vemos na rotina poque as pessoas tem medo de usar ele, pois não sabem usar. É um pouco mais caro.
 É um fármaco muito seguro, muito bom para pacientes críticos, principalmente cardiopatas.
 Então aquela diminuição de contratilidade, taquicardia, etc. que os outros fármacos causam ele não irá causar.
 Potente ação hipnótica: deprime muito o SNC, é um fármaco hidrossolúvel, tem pH de 6.9, pode causar dor e mioclonias
durante a aplicação. Essa dor não é tão observada porque na aplicação dele paciente geralmente já passou pela MPA.
Mioclonia (contrações musculares) pode ser evitada através da técnica.
 Farmacocinética
 Tem alta ligação a proteínas plasmáticas, mas menos que o propofol: 75%. Tomar cuidado com pacientes com
hipoproteinemia.
 Anestesia ultracurta (10 minutos no cão – proporcional a dose). Dependendo do MPA e do ASA do paciente, esse tempo
pode ser reduzido.
 Latência é muito rápida: 30 segundos.
 Não tem efeito cumulativo.
 Metabolismo hepático e plasmático. Também tem metabolização extra-hepático.
 Excreção é renal.
 Mecanismo de ação: potencialização GABA. Abertura de canais de cloro. Hiperpolarização dos neurônios, impulso não
passa.
 Farmacodinâmica
 Diminui o consumo de oxigênio cerebral, diminui metabolismo cerebral.
 Diminui o fluxo sanguíneo cerebral.
 Diminui a PIC. Todas essas características são interessantes para um paciente que tem TCE.
 Não deprime o sistema cardiovascular (aumento de FC, VS (volume sistólico) e DC).
 Mínimas alterações respiratórias (aumento de frequência respiratórias).
 Lembrando que esses efeitos não são mensuráveis e cada paciente é um caso. Observar pacientes.
 Indicações
 É indicado para pacientes traumatizados.
 Muito indicado para pacientes cardiopatas também, ideal. Visto que não vai causar grandes alterações cardiovasculares.
 Se for um paciente cardiopata leve pode ser induzido com propofol sem grandes riscos, mas um cardiopata severo é
ideal que se use etomidato.
 Paciente com TCE é muito interessante usar ele pois diminui bastante a PIC (mais do que propofol).
 Pode ser usado em cesáreas, não interfere na oxigenação fetal, não interfere na contração do útero.
 Doses:
 Cães e gatos: 0,5 a 2mg/kg/IV
 Exclusivamente intravenoso.
 Não se usa em grandes animais pois imagina um cavalo com mioclonia. Poderia matar geral rs.
 Desvantagens:
 Pode causar náuseas e vômitos no momento da indução. Pois também pode causar excitação no início da indução.
 Pode causar mioclonias que podem ser bem feias. Por isso as pessoas evitam, tem certo receio e medo.
 Quando utilizados MPA para tranquilizar o paciente antes de induzir, diminui bastante essa possibilidade na mioclonia.
 Não analgésico. Lembrar que ele deprime o SNC e pode diminuir a percepção da dor, mas não a dor em si.
 Excitação, tremores musculares (benzodiazepínico). Sempre deve estar associado a um benzodiazepínico (midazolam ou
diazepam). Monica diz que sempre prefere midazolam pois ele é hidrossolúvel então pode ser administrado na mesma
seringa e junto.
 Hemólise. Nunca fazemos infusão continua pois pode causar hemólise vascular. Propilenoglicol a longo prazo pode
promover hemólise. Não usar na TIVA.
 Não administrar mais do que uma dose dele (caso foi usar para intubação, por exemplo) e aí não deu tempo de intubar e
precisa fazer de novo = NÃO FAZER OUTRA DOSE DELE. Utilizar propofol.
 Supressao da adrenal. Pode ocorrer, mas não e um efeito clinico que observamos pois administramos ele em uma dose
única, seria mais importante se fosse feita infusão continua. Novamente não fazer infusão continua com ele.
 Velocidade de administração é importante, tudo que puxar tem que ser administrado totalmente e de maneira rápida (o
mais rápido possível) – para conseguir deprimir o sistema nervoso central de maneira uniforme. Puxa midazolam +
etomidato, administra o mais rápido que conseguir.
 Comentários
 Estudo cientifico feito em Jaboticabal. Infusão continua de propofol X etomidato. Cães normopneicos, respirando
normalmente e foram observados os efeitos da PIC e PPC (pressão de perfusão coronariana).
 GP (grupo propofol) X GE (etomidato).
 Em relação a PIC o etomidato reduziu ela mais.
 Em relação a perfusão na região de encéfalo o etomidato também foi melhor.
 Professor mostra um vídeo da internet, que é um show de horror, mostra como não deve ser feito o etomidato e por
isso que tantas pessoas não o usam, pois desconhecem a técnica correta.
 Vídeo mostra a administração do etomidato. Paciente começa a apresentar mioclonia, contrações pelo corpo todo,
parece uma mini convulsão, pessoa continua administrando. Animal cerra a boca e não abre. Pessoa para e faz um
benzodiazepínico. Cachorro aparentemente cai. Pessoa começa a checar parâmetros pra ver se o cachorro caiu.
Cachorro do nada quase morde o administrador. Ele volta então a administrar o etomidato, aí o cachorro acaba de cair e
dorme.
 Forma correta: etomidato sendo administrado rapidamente já associado com midazolam, animal resiste nos primeiros 5
segundos (lembrar que administração dói um pouco), mas segundos depois cachorro já cai e dorme e é entubado.

Esses foram os 3 fármacos anestésicos gerais que a professora queria comentar conosco. As características dos anestésicos
gerais são: perdi e não quis pedir pra prof repetir kkk humilhação. Agora vamos ver anestésicos dissociativos.

ANESTESICOS DISSOCIATIVOS

CARACTERISTICAS GERAIS
 Eles não promovem miorelaxamento, mantem os reflexos protetores, paciente permanece consciente. Estado de
catalepsia (consciente, mas perde a capacidade de responder aos estímulos). Paciente fica anestesiado, mas permanece
consciente.
 A anestesia dissociativa tem uma infinidade de possibilidades que podemos fazer: usados em pequenos, grandes,
selvagens.
 Primordiais para contenção química de animais selvagens – os dados são sempre de anestésicos dissociativos associados
junto com um anestésico associativo.
 Muito administrado pois pode ser administrado por qualquer via. É absorvido pelo subcutâneo, IM, oral, IV, muito
versátil.
 Usa-se muito não pensando em animais agressivos e selvagens, mas também em pacientes domésticos que são muito
agressivos que não conseguimos canular uma veia ou coletar sangue. Podemos usar esse fármaco porque esse animal irá
cair e aí podemos fazer o que quisermos com esse animal.
 Lembrando que a MPA não irá deixar o paciente imóvel, se for um paciente muito agressivo pode não ficar tranquilo o
suficiente pra conseguirmos pegar uma veia depois.
 Sempre coletar o sangue antes para depois escolher o protocolo, mas tem paciente que é muito agressivo que não
podemos correr o risco. Aí damos o termo pro tutor e fazemos o anestésico antes para poder manusear o animal.
 É o fármaco de escolha para induzir animal adulto de grande porte (Ketamina).
 Os anestésicos dissociativos são analgésicos, promovem analgesia somática (pele, musculatura, articulações, ossos).
 Lembrando de um tempo atras quando a prof falou que poderíamos aplicar alguns fármacos pela via oral dos gatos,
muito comum o gato chegar na gaiola e abrir a boca. Quando o gato fizer isso podemos jogar Ketamina na boca dele e
conseguimos pegar ele na gaiola, causa menos estresse a esse animal. Ideal para reduzir estresse no animal e o fármaco
consegue funcionar melhor assim dessa forma, lembrando que se o animal estiver muito estressado o fármaco tem
dificuldade de ligação aos receptores.
 Definição: dissociação entre a atividade neural do tálamo e no sistema límbico.
 Observa-se depressão da função neuronal no córtex cerebral (memoria, atenção, percepção pensamento) e tálamo
(transmissão de sinais sensitivos e motores) ao mesmo tempo em que há ativação do sistema límbico.
 Então o paciente perde a capacidade de controlar os seus movimentos, o seu comportamento. Ao passo que os sinais
sensitivos vão acabar sendo inibidos de certa forma. Quem controla o sistema límbico é o córtex cerebral (nossa razão).
Como o córtex cerebral perde a capacidade de controlar o sistema límbico, o animal perde a capacidade de controlar o
sistema límbico (animal pode vocalizar, cair, pode se lamber, movimento ataxico).
ANESTESIOLOGIA – MARIA MENDES – 17/04/2023 – CONTINUACAO DA AULA PASSADA

ANESTESIA DISSOCIATIVA

 Mecanismos de ação: antagonismo não competitivo pelos receptores glutaminergicos do tipo NMDA. Promove efeito
analgésico. Os fármacos dissociativos são ótimos analgésicos para dor somática.
 Aumentam o tônus serotoninérgico e dopaminérgico, causam sensações de bem estar. Porem, se for em doses muito
altas podem promover excitação no paciente. Esse é um efeito não desejado.
 Potencializa atividade GABAergica, abertura de canais de cloro, inibição do SNC ao ponto de provocar anestesia no
paciente.
 Agonismo por receptores opioides, ou seja, potencialização de efeito analgésico.
 Antagonismo por receptores muscarínicos. Os receptores muscarínicos são os responsáveis pela ação do sistema
nervoso autônomo parassimpático. Como a droga faz antagonismo nesses receptores pode levar aumento de frequência
cardíaca, pode causar vasoconstrição, aumento de pressão arterial. Se esse fármaco faz vasoconstrição, haverá aumento
da RVP, causa aumento da pós carga (esforço cardíaco) pois a periferia está constrita, maior forca de contração, maior
frequência como mecanismo compensatório  isso para um cardiopata é basicamente veneno.
 Efeitos: é um paciente que terá anestesia, as vezes pode ficar excitado (indução e recuperação), terá tônus muscular
(associar fármacos para efeito miorelaxante), fármaco anestésico analgésico somático.
 Os fármacos dissociativos não se enquadram no esquema de Guedel, pois não são anestésicos gerais. Para ser anestesia
geral precisa de inconsciência, relaxamento muscular, perda de reflexos, analgesia. Esses fármacos não promovem
inconsciência, não promove relaxamento muscular e mantem os reflexos protetores. Quando fazemos só anestesia
dissociativa, é comum o paciente se movimentar (lamber o próprio focinho, vocalização, nistagmo). Para procedimentos
curtos e pequenos podemos usar apenas anestesia dissociativa, mas abrir cavidade só com eles é proibido.
 Promovem amnesia, então o paciente não lembra do que aconteceu ali num curto espaço de tempo.
 Analgesia somática, manutenção de reflexos protetores, supressão de medo e ansiedade, estado cataleptoide (animal
perde a consciência, mas não consegue responder a estímulos), hipertonia muscular (muita rigidez muscular), nistagmo
(devido a certa excitação que o fármaco pode causar), midríase (aumento da atividade simpática) e animal pode
apresentar muita salivação.
 Farmacocinética: absorvida pelas vias SC, IM, IV, nasal, oral, retal e medular.
 Ligação de 20-30% a proteínas plasmáticas. Não é muito.
 Solução transparente e inodora, então o frasco geralmente vem âmbar, é um frasco ampola e tem borrachinha em cima
e quando puxamos na seringa é transparente.
 Via de eliminação: biotransformação hepática e eliminação renal (nos gatos é ainda mais difícil essa eliminação). NÃO
FAZER em hepatopatas e nem em nefropatas.
 Farmacocinética: período de latência muito curto, depende da via de administração (IV é em segundos e IM leva mais
tempo por exemplo), período hábil (tempo de duração do fármaco) é de 30-40 minutos – depende também da
associação utilizada. Apresentação comercial é de 5 a 10% e o mais comum é o de 10%, 100mg/ml.
 Convulsões? A Ketamina é o anestésico dissociativo mais utilizado, mas temos que tomar cuidado com o uso dela.
Existem as subdoses da Ketamina que são consideradas doses analgésicas e que tem propriedade neuroprotetores
(excelente para um paciente politrauma), mas se usar uma dose anestésica nesse paciente pode piorar a situação pois a
Ketamina na dose anestésica causa aumento da pressão intracraniana e diminui o limiar convulsivo pois pode promover
excitação neuronal. Isso pode piorar edema cerebral e predispõe convulsão. Subdoses: 10mcg/kg/minuto  pode ser
feita num paciente epilético, politrauma. Já a dose anestésica pode causar convulsões e edema cerebral. Em geral deve-
se evitar, mas se for a única droga presente no momento e não tiver outra opção pode usar, mas é importante estar
pronto pros problemas que podem ocorrer.
 Aumenta o fluxo sanguíneo cerebral e ocorre aumento da PIC.
 Sempre que formos utilizar Ketamina temos que associar um relaxante muscular. Midalozam, diazepam e fentanil
atenuam efeitos da Ketamina na PIC.
 Sempre deve estar associada para evitar reações adversas: Fenotiazinicos, benzodiazepínico, agonistas de receptores
alfa 2 adrenérgicos. Se a gente associa um fenotiazinico + Ketamina  fenotiazinico é tranquilizante, então o animal não
vai ter a excitação provocada pela Ketamina. Agonistas alfa 2 adrenérgico  promovem relaxamento muscular intenso e
muita depressão no SNC, logo ela associada a Ketamina também é muito interessante.
 Doses: 2-5mg/mg IV ou 10-20mg/kg IM (essa dose pode ser MUITO diminuída quando o fármaco e associado a outros
fármacos, nas aulas por exemplo fazemos 2mg/kg IM devido as associações para todo mundo).
 Infusão continua de analgésicos: 10mcg/kg/min (pequenos animais) e 2mg/kg/h (grandes animais) – a dose é a mesma
só mudou o tempo.
 MLK: morfina + lidocaína + Ketamina (3,3mcg/kg/min; 50mcg/kg/min; 10mcg/kg/).
 FLK: fentanil + lidocaína + Ketamina (5mcg/kg/h; 50mcg/kg/h; 10mcg/kg/min).

TILETAMINA
 Vendida somente em associação com um benzodiazepínico que é zolazepam, por isso é chamado de zolazepam.
 Latência: 7 a 8 min IM e 30 a 60 segundos IV.
 Período hábil anestésico = 15 a 30 minutos. Recuperação completa ocorre após 4 horas, ele acorda bem antes disso, mas
recuperação completa mesmo é após 4 horas. Pode ser reaplicada, mas tem um pouco de efeito cumulativo. Não é
utilizado em grandes animais, apenas em pequenos e selvagens.
 Pode ser aplicado através do dardo.
 No caso o tempo de eliminação: 4,5 zolazepam / 2,5 horas tiletamina (gatos).
 Tempo de eliminação: 1h zolazepam / 1,2 tiletamina (cães). O cão tem mais chances de excitar visto que a tiletamina vai
demorar mais tempo para perder efeito do que o zolazepam. Ela pode ter efeito excitatório.
 Dose para cão e gato: 2-4mg/kg IV ou 5-15mg/kg IM. Não ultrapassar a dose de 10mg/kg.

EXERCICIOS – CALCULOS DE INFUSÃO CONTINUA


 Fármaco:
 Fentanil 5mcg/kg/hora. | peso: 7kg | concentração: 50mcg/ml |
 Qual o volume por hora de fentanil que o paciente deve receber?
 5mcg/kg x 7kg / 50 mcg/ml = 35/50 = 0,7 ml/hora (lembrar unidade de medida, se não estiver correta é zero na prova).
 Quantos ml teriam que puxar na seringa para colocar na bomba de infusão (analgésica) por 3 horas?
 0,7ml por hora, como queremos para 3 horas  0,7 x 3 = 2,10mL/3 horas. Isso com a bomba de infusão, só colocar na
bomba 0,7mL por hora e ela vai ir liberando ao longo das horas que animal ficar sedado.
 Sem a bomba de infusão: o paciente ainda irá receber 0,7mL/hora.
 A taxa de fluido do paciente de 10ml/kg/hora (fluido normal do transoperatório). Como não temos bomba de infusão,
vamos ter que diluir o fentanil no frasco do soro e depois contar gotinha.
 Quanto de soro o paciente irá tomar: 70ml/kg/hora. 7kg x 10mL/kg/hora = 70mL/hora.
 Quantas horas o paciente vai demorar para tomar um soro de 250ml.
 Se em 1h ele toma 70ml, 250ml demoram 3,57h. (regra de 3 básica). Porque descobrimos esse valor? Pois vamos diluir o
fentanil na bolsa. Se ele toma 0,7h em 1h, em 3,57h ele vai tomar...? 0,7 x 3,57 = 2,5ml. Então agora sabemos o volume
que deve ser administrado, precisamos saber a vazão. Calculo de gotas.
 Definir ml por minuto que o animal deve receber  70ml/60(minutos em 1hr)  1,16ml/min / 60 (segundos em 1 min)
 0,019ml/seg x 50 (gotas do equipo micro)  0,97 gotas por segundo  aproximadamente 1gota/segundo.
 Caso fosse um equipo macro  0,019ml/seg x 20 = 0,38gota/minuto  multiplicar até termos um número próximo a 1,
a quantidade de vezes que a gente multiplicar o número é um segundo a mais que não vamos pingar  0,38 x 3 =1,14 
1,14 é próximo de 1 e multiplicamos 0,38 3 vezes até chegar nele, logo precisamos de 1 gota a cada 3 segundos.

ENTUBACAO

 De acordo com as fases da anestésica: depois que o animal está induzido ele pode ser entubado e mantido na anestesia
inalatória ou entubar pra manter oxigênio e mantes a anestesia injetável. A indução anestésica pode ser inalatória pela
mascara ou pode ser injetável. Aqui só fazemos a indução injetável. Induzimos os pacientes com anestesia injetável, após
a indução colocamos o tubo endotraqueal e conectamos ao tubo o circuito da anestesia inalatória.
 Mascara facial: seja para fornecer oxigênio no transoperatório ou para induzir anestesia devemos preconizar mascaras
próprias para animais. Precisamos usar mascaras veterinárias para economizar oxigênio pois perde muito dele para o
oxigênio. Ter um bom acoplamento ao rosto.
 Preconizar indução anestésica na mascara: podemos usar para indução ou manutenção. Para pacientes hígidos não é
muito bom de usar pois ele fica agitado devido ao cheiro ruim. É bom usar para neonatos, animais debilitados, etc.
 Sempre importante pre-oxigenar o paciente antes por uns 5 minutos e depois tiramos a mascara, induzimos anestesia
com o propofol e depois ligamos o oxigênio e a bomba de infusão.
 Camaras: podemos utilizar para induzir com o anestésico inalatório. Basicamente uma tupperware gigante para enfiar o
animal la dentro, é importante que a gente consiga ver o animal la dentro. Muito bom para animais selvagens pois eles
tendem a estressar muito.
 A intubação esta dentro do conceito de anestesia inalatória. Porque? Porque quando vamos anestesiar o paciente por
meio inalatório e importante que ele seja intubado. Manter ele por mascara durante o procedimento cirúrgico todo é
inviável: muito caro e pode intoxicar as outras pessoas na sala. Então sempre ideal intubar.
 Vamos intubar o animal na aula, fornecer oxigênio e fazer anestesia TIVA (não inalatória). É muito importante que o
animal esteja intubado também pois se houver apneia a qualquer momento, podemos oxigenar o animal.
 Para bovinos, vamos precisar de um abridor de boca.
 Para intubar pequenos animais precisamos de um laringoscópio (colocar na base na língua sem enconstrr em cartilagens
para que a epiglote everta (se abra), ai conseguimos visualizar as aritenoides e os anéis traqueais. O tubo é introduzido
entre as aritenoides. Tomar cuidado para não intubar esôfago, importante VER as estruturas, SO QUANDO A GENTE
ESTIVER VENDO O QUE ESTAMOS FAZENDO.
 O segredo da intubação de pequenos animais é o posicionamento. Influencia diretamente na vizualizacao da epiglote.
 Precisamos do tubo orotraqueal para intubar e para saber o tamanho ideal teremos que palpara traqueia e ter uma
nocao.
 Entra com a ponta proximal e cuff em direção ao animal. Os tubos orotraqueais de pequenos tem uma curva maior e
menor. Todo mundo entra com ela virada para baixo, mas o correto é entrar com ela virada para cima.
 As marcações pretas server para delimitar o máximo que o tubo pode entrar para dentro do animal. Caso o tubo vá
muito fundo ele pode passar a ventilar apenas um pulmão. Ventilacao seletiva.
 Na parte proximal do tubo temos o cuff que é um balonete, vedamos ele para garantir que não haja entrada e saída de
gases. Inflamos ele pela válvula de controle do lado de fora e uma seringa com ar. Entuba o paciente  amarra o tubo
na boca  infla o balonete.
 Na parte proximal do tubo tem o olho de Murphy, que é como se fosse uma segunda saída, caso haja alguma oculsao na
primeira, essa garante que ainda haja passagem de ar pelo tubo.

INTUBACAO EM CÃES
 Decubito esternal, verificar a ausência de reflexo palpebral e ausência de resistência mandibular, abrir a boca, puxar a
pele do pescoço para elevar a cabeça, passar o cordão de gaze atras dos caninos, pegar o laringoscópio (não pegar
diretamente na cartilagem) sempre anterior a ela, fazer pressão, observar a abertura das cartilagens, usar correntinha de
gaze, usar gel de lidocaína para lubrificar a ponta da sonda. Introduzir a sonda entre as aritenoides. Verificar que está no
local certo (checar gotículas de água).

INTUBACAO EM GATOS
 Em gatos o procedimento é praticamente idêntico ao de cães, porém é obrigatório usar sempre lidocaína em spray
diretamente na aritenoide, espera alguns segundos, pega o laringoscópio e só então intuba o animal. Se fizer sem
lidocaína o gato terá reflexo.

INTUBACAO EM EQUINOS
 O decúbito em equinos é lateral. Vamos colocar o abridor de bocas (serve para colocar entre os incisivos e manter a boca
do cavalo aberta e passar o tubo rortraqeual por dentro dele), puxa a língua lateralizada, introduz o tubo dentro da boca
do animal, vai chegar uma hora que o tubo para pois bate na epiglote (não iremos ver), posiciona o pescoço do cavalo
bem esticado, abre as vias aéreas, fazemos movimentos circulares coma a mao que segura o tubo e observamos a
respiração do animal, no momento que ele expirar ou inspirar iremos adentrar com o tubo. Sempre usar lubrificante,
aqui no hospital professora disse que usamos muita lidocaína gel.

INTUBACAO EM BOVINOS
 Decubito pode ser lateral, mas professora prefere esternal. Precisamos de um abridor de boca de bovinos, luva de
palpação (intubação é as “cegas” pois não conseguimos ver, mas conseguimos palpar), acha com a ponta dos dedos a
epiglote, abaixa ela com os dedos, com a outra mao que esta com o tubo, entra com a mao na boca dele, vem com a
sonda ate a ponta dos seus dedos, mantem a epiglote abaixada e introduz a sonda na medida que for sentindo que está
no lugar correto.
PARTICULARIDADES
 Para animais braquiocefalicos a extubação é tardia. Eles tem palato longo e língua muito cumprida, só tirar quando o
animal começar a mastigar a sonda mesmo. Quando estiver bem acordado. Não tirar antes pois esses animais quando
ainda estiverem relaxados da medicação correm risco respiratório. Desinfla o cuff.
 Já para gatos a extubação é precoce. As aritenoides começam a vibrar, desinfla o cuff, animal começa a ter reflexo
palpebral já retira o tubo. Acompanhar para ter certeza que está respirando normalmente.
 Equino não consegue respirar pela boca, devido ao decúbito, após a cirurgia devemos deixar o tubo o máximo possível,
quando ele começa a mastigar tira o tubo. Pode estar com edema e por isso deixamos o máximo de tempo possível.
Desinfla o cuff.
 Bovina também demora, quando ele começar a fazer movimentos de deglutição em decúbito esternal, não desinfla o
cuff (tem risco de regurgitação), só desinflar na hora de exturbar. Que é quando ele estiver deglutindo.

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