Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ATIVIDADES PRÁTICAS
2
ÍNDICE
3
1. Introdução
A microbiologia, ciência que estuda os microrganismos
ou a “vida” pequena, está presente em praticamente todas as
áreas de atuação do médico veterinário, seja na
biossegurança da produção animal, clínica médica veterinária,
inspeção de alimentos de origem animal, saúde pública,
epidemiologia e defesa animal, terapêutica veterinária, etc..,
enfim esta presente em muitas especialidades. O médico
veterinário que utiliza bem seus conhecimentos acerca da microbiologia sem sombra
de dúvida terá um melhor desempenho e rendimento em sua área específica. A
microbiologia tem sofrido enormes avanços desde as primeiras descobertas de
Pasteur e Koch a mais de 120 anos atrás, inúmeros microbiologistas veterinários sem
dúvida fazem parte destes avanços. Como uma ciência da área biológica básica, a
microbiologia também desenvolve ferramentas que analisam os fundamentos
primordiais da vida. Os microrganismos já existiam na terra a cerca de bilhões de
anos atrás, muito antes de plantas ou animais, e embora sejam as menores formas
de vida, conjuntamente formam a maior massa de matéria com vida na terra.
Hoje a Microbiologia Veterinária ocupa uma posição de destaque na grade
curricular, auxiliando o diagnóstico clínico ou a pesquisa, seja de forma clássica
(caracterização cultural e bioquímica) ou através de técnicas moleculares avançadas
usadas para detectar genes associados a fatores de virulência. Este manual se
destina primariamente aos estudantes do curso de medicina veterinária, que
necessitam de informações, sobre os agentes infecciosos importantes causadores de
doenças nos animais. O conteúdo reflete os grupos microbianos mais importantes ou
presentes na população animal no Brasil, bem como os microrganismos zoonóticos.
São atividades práticas que irão auxiliar os alunos a compreender as características
fenotípicas presentes entre os microrganismos, bem como utilizar estas para
diferenciar as espécies.
Ao final de cada atividade prática executada, os alunos deverão responder
algumas perguntas relacionadas ao grupo microbiano estudado, ou aos resultados
observados. Bom estudo a todos!
4
Coleta de amostras para exame microbiológico
6
▪ Independentemente do tipo de transporte, a principal tarefa é diminuir a
um mínimo o tempo entre a coleta e a inoculação.
7
2. Isolamento e Identificação de Enterobactérias
8
antibióticos, quando se isola uma espécie considerada patogênica é aconselhável
fazer antibiograma.
a b
• Materiais:
- Tubo de BHI com cultivo bacteriano (1 por grupo).
- Placa de agar nutriente com cultivos bacterianos (1 por grupo).
- Placa de agar MacConkey (2 por grupo).
- Placa de agar EMB (2 por grupo).
- Tubo com agar TSI (2 por grupo).
- Tubos com caldo uréia, citrato, Indol, VM, VP (2 por grupo).
- Corantes de Gram
10
• Tubo indol: Adicionar 3-4 gotas de reativo de Kovacs. Este teste demonstra
que algumas bactérias degradam o aminoácido triptofano. Bactérias que
possuem a enzima triptofanase são capazes de hidrolizar o triptofano,
produzindo indol, piruvato e amônia. Os dois últimos são utilizados
diretamente no metabolismo da bactéria, enquanto o indol acumula-se no
meio. A presença do indol pode ser destacada pela adição do reativo de
Kovacs ao meio de cultura, que resultará na formação de uma coloração
vermelha na superfície. A ausência da coloração vermelha indica que o
triptofano não foi hidrolizado, e que a bactéria é negativa para o teste do
indol.
• Questões:
a) Cite algumas doenças importantes que podem ser causadas por
enterobactérias (cite a doença e o microrganismo), em bovinos, aves e
suínos.
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
11
b) Identifique os componentes da enterobactéria, bem como seus
antígenos de superfície.
a. Flagelo
b. Cápsula
c. Antígeno H
d. Membrana citoplasmática
e. DNA
f. Antígeno O
g. Fímbria
h. Antígeno K
i. Plasmídeo
j. Parede celular
k. Citoplasma
12
3. Isolamento e Identificação de coco Gram-positivos.
Estafilococos
As bactérias Gram-positivas
constituem um grupo grande e diverso. O
estudo dos cocos Gram positivos é de grande
importância em Microbiologia Veterinária, sob
diferentes aspectos. Muitas espécies são
patogênicas para o homem e animais
causando diversos tipos de doenças e um
número ainda maior de espécies pode ser considerado componente da microbiota
normal da pele e cavidades abertas do corpo humano e animal. Em graus variáveis,
apresentam estes microrganismos, poder invasor acentuado, multiplicando-se no
hospedeiro e secretando produtos biológicos diversos (enzimas, toxinas etc.) Tudo
isso aliado a uma variação de resistência do hospedeiro decorrem as formas clínicas
da doença, que são geralmente de caráter agudo e esporadicamente sub-agudo ou
crônico. Normalmente estes microrganismos são sensíveis aos antibióticos e
quimioterápicos de uso comum, uma exceção importante é constituída pelo
13
Staphylococcus aureus, principalmente aqueles isolados de ambientes hospitalares,
que desenvolvem resistência múltipla.
Estafilococos são bactérias que se dividem em diversos planos para formar
cachos irregulares. Das inúmeras espécies, cinco são de importância veterinária: S.
aureus (agente piogênico comum em diversas espécies), S. pseudointermedius
(bactéria piogênica mais freqüente nos cães), S. epidermidis (encontrado
universalmente na pele e mucosas, raramente é patogênico), S. hycus (epidermite
exsudativa em suínos e mastite) e S. schleiferi (otite em cães).
São imóveis, não formadores de esporos e catalase-positivos. Na maioria
das vezes são anaeróbios facultativos. A morfologia, na coloração, pelo método de
Gram não pode ser utilizada para diferenciar os estafilococos de micrococos ou
planococos. As cepas de algumas espécies exibem uma considerável variação nos
tamanhos das colônias na mesma placa de cultura, dando a aparência de uma cultura
mista. Algumas cepas podem ter pigmento amarelo ou amarelo-alaranjado (daí a
designação “aureus” que significa dourado), enquanto outras cepas podem produzir
colônias esbranquiçadas ou cinzas.
Em humanos existem duas espécies importantes, o S. aureus (associado a
condições patológicas) e o S. epidermidis (não patogênico, encontrado na pele).
Estreptococos
Os estreptococos e os enterococos são bactérias Gram positivas e catalase
negativas que tendem a crescer aos pares e em cadeias. São anaeróbios facultativos,
embora algumas cepas cresçam melhor em condições anaeróbicas. Fermentam
glicose formando ácido láctico sem formação de gás. Os membros do gênero
Streptococcus crescem tipicamente em cadeias quando cultivados em caldo.
Algumas espécies de estreptococos, podem ser classificadas sorologicamente com
base nos carboidratos antigênicos da superfície celular. O trabalho pioneiro de
Rebecca Lancefield, estabeleceu o sistema de grupamentos de Lancefield para os
estreptococos beta-hemolíticos.
Os principais grupos causadores de doenças são os seguintes:
a. Infecções do trato respiratório superior com linfadenite
(eqüinos, suínos, gatos), particularmente nos jovens.
b. Infecções respiratórias e septicêmicas neonatais em potros,
leitões e cães jovens.
14
c. Pneumonias e infecções secundárias (eqüinos, primatas,
pequenos carnívoros).
d. Infecções piogênicas não relacionadas ao trato respiratório
(infecções do trato genitourinário, mastite bovina).
Animais de sangue quente albergam uma microbiota de estreptococos nas
mucosas dos tratos respiratório superior, genital inferior e quase todo o trato digestivo
(enterococos).
A formação das cadeias é variável, apesar de que algumas espécies
(Streptococcus equi) as produzem constantemente. Muitas espécies notadamente S.
pneumoniae, são encapsuladas e algumas possuem fímbrias.
Exsudatos, leite, tecidos, urina, aspirados e líquido cefalorraquidiano são
cultivados diretamente no agar sangue de carneiro, incubados a 37ºC por 24 horas. A
identificação baseia-se na classificação de Lancefield e em testes bioquímicos.
Algumas espécies são importantes na produção de ácido lático (produção
de iogurte, queijos, silagem) como os Lactococcus sp., enquanto o gênero
Enterococcus sp. inclui os estreptococos predominantemente de origem fecal.
• Execução:
- Coloração de Gram
Fazer coloração de Gram da placa de estafilococos e de estreptococos.
Anotar e desenhar o que foi observado:
Estafilococos Estreptococos
15
__________________________________________________________________
_________________________________________________
- Teste da Catalase
A catalase é uma enzima que decompõe o peróxido de hidrogênio (H 2O2)
em água e oxigênio. O H2O2 se forma na célula bacteriana devido ao metabolismo
aeróbico dos carboidratos, que se acumulado ele se torna letal para a bactéria. O
teste da catalase é comumente aplicado para diferenciar membros das
Micrococcaceae dos membros de Streptococcaceae.
Com a alça bacteriológica transfira o material em crescimento da placa
(placa de estafilococos e de estreptococos) para uma lâmina e acrescente uma
gota de H2O2 , misture, observe a formação de bolhas.
Diferenciação de Staphylococcus sp. e Streptococcus
sp.:_______________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
- Isolamentos
Isolamento de estafilococos (colher com auxílio do suabe estéril, material
do nariz e semeá-lo no agar, incubar em estufa a 37ºC por 24-48h). Fazer
coloração de Gram das colônias suspeitas.
Inocular uma cultura de S. aureus em agar manitol.
Isolamento de estreptococos (colher com auxílio do suabe estéril, material
de garganta e semeá-lo no agar). Identificar as placas (grupo). Incubar em estufa
a 37ºC por 24-48h.
✓ Na próxima aula:
Leitura: Observar o crescimento nas placas. Observar os tipos de colônias
presentes. Fazer coloração de Gram das colônias. Fazer catalase das colônias.
Anotar o que foi observado:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
16
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
• Questões:
a) Cite as principais doenças infecciosas animais que podem ser causadas por
estafilococos e estreptococos (cite a espécie).
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
17
b) Encontre as respostas:
18
4. Bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR)
O grupo das Actinobacterias inclui: Corynebacterium,
Arthrobacter, Propionibacterium e Mycobacterium. São principalmente
bactérias saprófitas presentes no solo, entretanto o gênero
Mycobacterium pode causar a tuberculose no homem e nos anaimais.
O estudo das micobactérias apresenta grande importância em
Medicina Veterinária e humana (Tabela 1). O gênero Mycobacterium é composto por
bactérias em forma de bastonetes, entretanto são relativamente pleomórficas
podendo apresentar ramificações ou filamentos, que em certos estágios apresentam
ácido resistência. Esta característica da parede celular desse microrganismo é devido
a grande quantidade de ácidos micólicos ali encontrados. O famoso cientista
alemão Robert Koch isolou e descreveu o M. tuberculosis em 1882. A prevalência
mundial é de 10 milhões de novos casos todos os anos,
e a mortalidade está em torno de 1,5 milhões. A vacina do bacilo Calmette–Guérin (BCG) é
usada na prevenção da tuberculose. O bacilo
Atualmente o tratamento humano é baseado no uso de começou a ser desenvolvido em 1906
por Albert León Charles Calmette e Jean
isoniazida, no entanto a resistência do microrganismo a Marie Camille Guérin. A OMS considera
como um medicamento essencial e eficaz nos
este antibiótico vem aumentando, e cepas denominadas sistemas de saúde. Anualmente mais de 120
milhoes de crianças são vacinadas.
linhagens tuberculosas resistentes a múltiplos fármacos
(MDR TB) estão surgindo. Nos animais a espécie
predominante é o M. bovis, que entretanto pode causar uma tuberculose no homem,
principalmente pelo consumo de leite cru, denominada tuberculose zoonótica.
Neste gênero incluem-se o agente etiológico da tuberculose (M.
tuberculosis, M. bovis) e o da hanseníase/lepra (M. leprae), além de outras espécies,
algumas saprófitas e outras de patogenicidade peculiar. As espécies de
micobacterias se diferem, sob muitos aspectos, da maioria das bactérias conhecidas.
Assim, elas se distinguem por:
▪ Apresentarem uma replicação lenta, mesmo em condições ótimas
(seu período de geração é de 12-18 horas, enquanto o de outras
bactérias é de 20 minutos).
▪ Apresentarem características tintoriais próprias, que as fazem
conhecidas como “ bacilos álcool-ácido resistentes” (BAAR). Estas
características são reveladas pela coloração de Ziehl-Neelsen.
19
▪ São mais resistentes a agentes químicos, o que permite isolá-las de
material contaminado com outros microrganismos.
▪ Finalmente sua patogenicidade é peculiar: apresenta um parasitismo
intracelular, faz desenvolver lesões que tendem a cronificação, e nos
indivíduos afetados aparece um tipo diferente de hipersensibilidade
(tardia). Os anticorpos humorais não participam da imunidade que se
desenvolve contra o microrganismo.
Materiais:
- Lâminas
- Bateria de Ziehl-Neelsen
Execução:
- Fazer um esfregaço fino de BCG.
- Fixar pelo calor.
- Corar com Fucsina de Ziehl concentrada, aquecendo a lâmina até a
emissão de vapores, durante 5 minutos.
- Escorrer o corante e diferenciar com álcool-clorídrico.
- Lavar com água corrente.
- Corar rapidamente com solução de Azul de Metileno.
- Lavar e secar.
- Observar com objetiva de imersão.
- Tipo de bactéria a ser observado: Bacilos corados em vermelho.
20
Comentários:
- O bacilo da tuberculose é de crescimento lento, exigindo meios de cultura
complexos e apropriados. No meio comumente usado (Loewenstein-Jensen) o
crescimento se dá após 12-15 dias, mas as culturas devem ser mantidas em
observação até 6 a 8 semanas.
- Para a semeadura do material, se este for contaminado com outras bactérias,
como é o caso do escarro, deve-se fazer a sua descontaminação (NaOH a
4%,ácido oxálico a 5%).
- Os tipos que se podem distinguir são: M. tuberculosis, M. bovis, M. avium,
saprófitas e micobactérias atípicas.
Questões:
a. Quais espécies de micobactérias podem causar doenças nos animais ?
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
b. Desenhe e caracterize as células observadas ao microscópio.
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
21
c. Identifique as etapas da infecção produzida pelo Mycobacterium bovis e
identifique as células e estruturas presentes na lesão:
• ( )Macrófagos
• ( )Necrose caseosa central
• ( )Linfócitos
• ( )Fibroblastos (início da formação da
cápsula)
• ( )Células epitelióides (macrófagos alterados)
• ( )Células gigantes (macrófagos fusionados)
22
4. Análise de leite mastítico e antibiograma
23
Dentre os microrganismos que são isolados nos quartos infectados, os
oportunistas (Sthaphylococcus coagulase-negativos, dentre os principais: S.
chromogenes, S. hycus) são os mais predominantes, mas causam apenas uma leve
24
Materiais:
Primeira etapa:
- Placa de agar sangue/nutriente (1 por grupo)
- Placa de agar MacConkey (1 por grupo)
- Bateria de Gram
Segunda etapa:
- Bateria de Gram
- Tubo com água peptonada (5 mL)
- Agar Mueller-Hinton (2 por grupo)
- Suabe estéril (1 por grupo)
- Discos de antibiótico
- Bateria para identificação de bactérias Gram negativas (TSI, indol, VM, VP, Citrato e caldo uréia).
- Bateria para identificação de bactérias Gram positivas (catalase, coagulase, manitol).
Terceira etapa:
- Régua milimetrada para determinação do tamanho dos halos de inibição.
Execução:
Primeira etapa:
- Semear o leite nos meios de cultivo, agar sangue/nutriente, agar MacConkey e
agar Sabouraud, incubar em estufa microbiológica a 37ºC por 24 horas.
Segunda etapa:
- Observar as colônias formadas nas placas e realizar coloração de Gram.
- Se a bactéria for Gram-positiva utilizar catalase, coagulase e manitol.
- Se a bactéria for Gram-negativa utilizar TSI, indol, VM, VP, Citrato, caldo ureia
ou Rugai.
- Repicar algumas das colônias características no tubo com água peptonada,
agitar no vórtex. Com o suabe, semear deste caldo uma alíquota sobre toda a
superfície do agar Mueller-Hinton, esperar secar a superfície e logo em seguida
adicionar os discos com antibiótico, incubar a 37ºC por 24 horas.
Terceira etapa: leitura e interpretação dos testes (identificação do gênero ou
espécie bacteriana) e determinação do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos.
Questões:
a. Cite os resultados dos testes bioquímicos de identificação:
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
25
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
b. Qual foi o microrganismo identificado na amostra (leite da vaca com
mastite)? Este é um microrganismo contagioso, ambiental ou
oportunista ? _______________________________________________
( ) Bloqueio da entrada.
( ) Modificação do alvo.
( ) Inativação enzimática.
( ) Superprodução do alvo.
( ) Bomba de efluxo.
f. Encontre as respostas:
27
g. Algumas bactérias também são conhecidas por serem multirresistente e
produtoras de biofilmes. Na figura abaixo indique a sequência correta da
formação de um biofilme.
a. ( ) Colonização primária
b. ( ) Dispersão das células
c. ( ) Adesão de células de
múltiplas espécies.
d. ( ) Maturação e formação de
mosaicos clonais.
e. ( ) Adesão
f. ( ) Crescimento, divisão celular
e produção de exopolissacarídeo.
5. Microcultivo de fungos
Objetivos
Cultivar uma espécie fúngica (bolor), e observar sua morfologia.
Materiais
• Placas de Agar Sabouraud
• Placas de Petri com papel filtro, suporte, lâmina e lamínula.
• Água destilada autoclavada
• Inóculo ou pêlos contaminados
• Lâmina de bisturi
Execução
a) Abrir a placa de petri com todos os materiais próximo ao bico de
bunsen.
b) Cortar o Agar sabouraud (quadrado) e colocar os pêlos ou inóculo.
c) Colocar o pedaço de Agar entre a lâmina e a lamínula (sanduiche).
Conforme o desenho abaixo.
d) Colocar a lâmina sobre o suporte da placa de petri, molhar o papel e
vedar. Incubar em temperatura ambiente, ao abrigo da luz, por até 30
dias. Após o crescimento adicionar um mL de formol ao papel e vedar
bem a placa por dois dias. O vapor inativa o fungo e fixa as estruturas
microscópicas.
29
Figura 3. Esquematização de preparo do microcultivo de fungo.
Questões
1. Desenhe e identifique o que foi observado.
30
3. Identifique as seguintes estruturas indicadas abaixo:
A.______________________
B.______________________
C.______________________
D.______________________
E.______________________
F.______________________
A.______________________
B.______________________
C.______________________
D.______________________
E.______________________
F.______________________
G.______________________
31
4. Certas espécies fúngicas podem
se comportar como fungos
dimórficos, portanto indique a Blastomyces dermatidis
correspondência correta:
a. Fungo filamentoso
b. Levedura
Coccidiodes immitis
Histoplasma capsulatum
Paracoccidioides brasiliensis
32
4. Encontre as respostas corretas:
33
7. Microrganismos Fermentadores
Objetivos
Observação microscópica de células de leveduras fermentadoras
(Saccharomyces cerevisiae) utilizadas na produção de cerveja.
34
Materiais
• Azul de metileno
• Solução fisiológica estéril
• Mosto em fermentação
• Lâminas e lamínulas
Execução:
- Flambar rapidamente uma lâmina de microscopia limpa, nos dois lados,
cortando lentamente a chama do bico de Bunsen.
- Flambar a alça de repicagem ao rubro e, a seguir, deixá-la esfriar,
conservando-a perto da chama.
- Tomar o tubo com o mosto/malte, agitar, remover o tampão e flambar a boca
do tubo.
- Com a alça de repicagem pegar uma alíquota da suspensão e depositar no
centro de uma lâmina.
- Pingar uma gota de azul de metileno e sobre a lâmina colocar uma lamínula.
- Observar ao microscópio na objetiva de 40x.
Questões:
a. Desenhe abaixo os microrganismos visualizados e identifique as
estruturas morfológicas da célula:
( ) Membrana celular
( ) Mitocôndria
( ) Vacúolo
( ) Grânulo de gordura
( ) Complexo de Golgi
( ) Botão de brotamento
( ) Filamento de actina
( ) Retículo endoplasmático
( ) Núcleo
( ) Parede celular
( ) Vesículas
35
8. Microbiologia do Rúmen
Objetivos
Observação microscópica a fresco e fixada simples da microbiota rumenal.
Materiais
• Azul de metileno
• Coloração de Gram
• Solução fisiológica estéril
• Lâminas e lamínulas
Execução:
- Flambar rapidamente uma lâmina de microscopia limpa, nos dois lados,
cortando lentamente a chama do bico de Bunsen.
- Flambar a alça de repicagem ao rubro e, a seguir, deixá-la esfriar,
conservando-a perto da chama.
- Tomar o tubo com o conteúdo rumenal, remover o tampão e flambar a boca
do tubo.
- Com a alça de repicagem pegar uma alíquota da suspensão e depositar no
centro de uma lâmina.
- Pingar uma gota de azul de metileno e sobre a lâmina colocar uma lamínula.
- Observar ao microscópio na objetiva de 40x.
- Fazer um esfregaço, fixar e corar pelo método de Gram. Observar na objetiva
de 100x.
37
Questões:
a. Desenhe abaixo os microrganismos e estruturas visualizadas:
9. Bactérias lácteas
As bactérias ácido-láticas
(BAL) constituem um grupo diverso de
microrganismos associados a carnes,
leites e plantas. São bastante
empregadas na produção de alimentos
fermentados, como os laticínios
Figura 1. Produtos lácteos.
(iogurte, queijos, manteiga) (Figura 1,
Figura 2). São Gram-positivas e microaerófilas ou estritamente anaeróbias. Os mais
importantes gêneros desse grupo são Lactobacillus sp., Lactococcus sp.,
Streptococcus sp., Pediococcus sp., Leuconostoc sp., Bifidobacterium sp., dentre
outras.
As BAL são consideradas o maior grupo de bactérias com ação probiótica.
Presentes normalmente nos alimentos após o processamento, tendo uma ação
benéfica, pois contribuem para inibir ou retardar a multiplicação de bactérias
patogênicas ou deteriorantes. Esta bio-preservação é devido a produção de
substâncias chamadas de bacteriocinas pelas BAL, um peptídeo antimicrobiano que
apresenta atividade antimicrobiana sobre um amplo espectro de bactérias (Figura 3).
Esses microrganismos também compõem um importante grupo de
alimentos, os alimentos funcionais (suplementos alimentares que podem trazer
benefícios a saúde do hospedeiro). Um dos principais metabólitos produzido por elas
38
é o ácido láctico e ele é o responsável por diminuir o pH do meio, inibindo a
viabilidade de bactérias patogênicas. Devido à grande importância econômica das
bactérias lácticas para a indústria de fermentação, os estudos sobre a fisiologia,
bioquímica, genética e biologia molecular desses microrganismos tiveram um avanço
significativo.
De acordo com o produto do metabolismo da glicose, são classificadas em
homoláticas (processo no qual o ácido láctico é o único produto da fermentação da
glicose) ou heteroláticas (além de ácido lático produzem dióxido de carbono, ácido
acético e etanol; importantes na formação de aroma e sabor). Embora as BAL sejam,
geralmente, consideradas seguras, a sua capacidade de produção de compostos
tóxicos também deve ser levada em consideração, por exemplo o gênero
Enterococcus sp. é membro da comunidade de BAL e o seu emprego ainda é
controverso, devido à presença de genes virulência em algumas espécies.
A B
Figura 3. Mecanismo de ação das bacteriocinas. a Ação sobre bactérias Gram-positivas. b. Ação
39
sobre bactérias Gram-negativas.
Objetivos: Observar Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus (Bastonetes Gram-
positivos; homofermentativa) e Streptococcus thermophilus (Cocos Gram-positivos;
homofermentativa) no iogurte.
Materiais:
• Azul de metileno
• Iogurte
• Álcool
• Solução fisiológica estéril
• Lâminas e lamínulas
Execução:
• Coloque uma gota de iogurte em uma lâmina, em seguida coloque uma gota
de solução salina e espalhe. Fixe levemente na chama.
• Adicione uma gota de álcool e espere secar.
• Core com azul de metileno, aguarde 3 minutos e lave a lâmina.
• Espere secar naturalmente.
• Em seguida coloque uma gota de óleo e feche a lâmina com uma lamínula.
• Para visualizar observe na objetiva de maior aumento utilizando o óleo de
imersão em cima da lamínula.
Questões:
a. Desenhe abaixo os microrganismos e estruturas visualizadas:
40
10. Virologia e Contagem de Placas de Lise
Os vírus são elementos genéticos incapazes de replicarem-se
independentemente de uma célula viva, denominada célula hospedeira. Os
vírus, portanto, são parasitas intracelulares obrigatórios, que dependem da
penetração em uma célula viva para realizarem seu ciclo de replicação.
Contudo, os vírus possuem sua própria informação genética, sendo, desse
modo, independentes do genoma da célula hospedeira. No entanto os vírus têm
forma extracelular, a partícula viral, que os permite sobreviver fora do
hospedeiro por longos períodos, facilitando sua transmissão.
Os vírus, assim como os plasmídeos, utilizam a maquinaria metabólica
da célula hospedeira. Portanto podem conferir novas propriedades à célula, esta
nova condição pode ser ruim a célula (destruição) ou até pode ser benéfica
(aquisição de genes produtores de toxinas, tabela 1). Os vírus são os
“microrganismos” mais numerosos em nosso planeta, infectando todos os tipos
de organismos celulares (mamíferos, plantas, insetos, bactérias). Os cientistas
estudam os vírus, devido as informações que eles podem fornecer em relação à
genética e bioquímica, e no caso de alguns deles ao desenvolvimento de
doenças nos animais e no homem.
Sabemos que todas as células contêm DNA de fita dupla como material
genético. Os vírus, por sua vez, são conhecidos por apresentarem material
genético constituído por RNA de fita simples, RNA de fita dupla, DNA de fita
simples ou DNA de fita dupla. São conhecidos muitos vírus que infectam
bactérias, eles são denominados bacteriófagos ou simplesmente fagos.
Pelo fato de os vírus replicarem-se apenas no interior de células
vivas, seu cultivo requer o emprego de hospedeiros apropriados. A maioria
dos vírus de animais podem ser cultivados em culturas de tecidos, já para o
estudo de vírus bacterianos, são empregadas culturas puras (bactéria
receptora) em ágar semissólido (Top Agar).
Quando um vírion inicia uma infecção em uma camada de células
hospedeiras crescendo em uma superfície plana, uma zona de lise pode ser
observada na forma de uma área clara no tapete de células hospedeiras em
crescimento. Essa zona clara recebe a denominação de placa de lise, e
convencionou-se que cada placa de lise se origina a partir da replicação de
um único vírion. Contando-se o número de unidades formadoras de placas
de lise (UFP/ml) temos uma perspectiva da quantidade de partículas virais
em uma amostra.
Muitos vírus de importância veterinária, também podem ser
detectados através de exames de imunofuorescência, ou observação de
corpúsculos de inclusão no interior das células hospedeiras. Outras formas
de diagnóstico são as provas sorológicas, onde podemos detectar a
presença de anticorpos específicos no sangue dos animais.
Materiais:
• Top Ágar
• Pipetadores/ponteiras
• Placas de pertri com ágar nutriente/LB
• Cultura jovem de E. coli C600 (receptora)
• Cultura jovem de E. coli infectada (Bacteriófagos)
• Tubos vazios autoclavados
Execução:
1. Em um tubo vazio (autoclavado) transfira uma alíquota da cultura da
bactéria contendo o fago.
2. Em seguida transfira uma alíquota da bactéria receptora (E coli C600)
para o mesmo tubo, homogenize.
3. Agora transfira para o tubo uma alíquota de top ágar.
42
4. Finalmente verta todo o conteúdo do tubo (E. coli doadora + E. coli
receptora + Top ágar) para uma placa de ágar nutriente, cobrindo
homogeneamente toda a superfície.
5. Incubar a 37ºC por 12 horas.
Leitura:
Após 12 horas de incubação observe a formação das placas de lise
produzidas pela multiplicação do fago.
Questões:
a. Desenhe abaixo o resultado da prática de contagem de placas de lise:
•
Corpúsculos de Lentz em neutrófilo. Vírus Detecção do vírus da cinomose por
da Cinomose Canina. imunofluorescência em tecido do duodeno.
43
Corpúsculos de Negri. Vírus da raiva. Interprete a prova de Imunodifusão em Agar
Gel para o vírus da AIE.
44
d. Identifique as etapas da replicação viral (bacteriófago):
A. ________________________
B. ________________________
C. ________________________
D. ________________________
E. ________________________
F. ________________________
( ) Liberação
( ) Tradução
( ) Adesão
( ) Desintegração
( ) Empacotamento
( ) Endocitose
( ) Transcrição
( ) Replicação do genoma
Bibliografia
QUINN, P. J.; MARKEY, B.K.; CARTER, M.C.; DONNELLY, W. J.; LEONARD, F.C.
Microbiologia veterinária e doenças infecciosas.1ª ed. Porto Alegre: Ed. Artmed,
2005, 512p.
46