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AULA 1 – INTRODUÇÃO À ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
Anestesia é tida como uma insensibilização de uma determinada área ou uma dessensibilização geral e se tornou
uma área dentro da medicina veterinária.
Histórico da anestesia
Na Antiguidade, eram realizadas tentativas de anestesia através de asfixia, álcool e narcóticos e por compressão das
artérias carótidas (impede o fluxo sanguíneo para o cérebro e o sistema nervoso central tem essa propriedade de
promover o seu “desligamento” como forma de proteção).
Em 1540, Paracelsus faz a descoberta do éter, que tem propriedades socoríferas – ou seja, causam sono em galinhas.
Mas no século XVIII tem o desenvolvimento da área química, através do isolamento e produção de gases,
principalmente oxigênio, CO2, óxido nitroso; e iniciam-se então as Pneumatic institutions, que são instituições que
tem como objetivo tratar com produção de gases problemas desde de tuberculose até problemas gástricos.
Em 1800, Davy começa a trabalhar com óxido nitroso, fazendo experimentos tanto em animais quanto em si próprio,
desenvolvendo e publicando um volumoso trabalho dizendo que esse gás tem propriedades de alivio de dor em
procedimentos cirúrgicos menores e pode ser usado para tal.
Em 1824, Henry Hill Hickman demonstrou em experimentos em animais que a dor pode ser removida em
procedimentos cirúrgicos através do uso de CO2 e, embora tenha chegado o mais próximo de uma anestesia
cirúrgica, esse gás se utilizado de forma isolada não teria futuro (isoladamente causa hipoxemia).
Em 1830 e 1840, conforme o óxido nitroso começa a ser testado por diferentes pesquisadores, iniciam-se os debates
para discutir os efeitos “agradáveis” do gás – inicialmente provoca excitação, depois sedação e inconsciência –
apenas a excitação era tido como efeito agradável. Durante essas reuniões, em 1845, Horace Wells, percebe que
uma pessoa se machucou mas não percebeu e surge a ideia de que o óxido nitroso poderia causar algum tipo de
analgesia; com isso então, ele começou experimentos nos seus pacientes como dentista e chega a conclusão de que
realmente funciona no caso de extração dentária, então pede ao Massachussetts General Hospital e faz uma
apresentação na turma do Dr. John Collins Warren onde ele realiza uma extração molar utilizando o óxido nitroso,
porém, ele remove o aparelho de inalação muito cedo e o paciente começou a apresentar sinais de excitação e tido
como sinais de dor.
Em 1846, William Thomas Green Morton, cursando medicina com o professor Charles Jackson, fez experimentos
com éter em animais e em si próprio, depois pede ao professor para marcar uma excisão de neoplasia no pescoço
utilizando o éter – inicia-se a anestesia ou também conhecida como eterização. Ainda nesse ano, não havia literatura
veterinária disponível.
Em 1947, surgiu o primeiro relato do uso de inalação de éter em cães e gatos, feito pelo Edward Mayhew. O éter se
encontrava dentro de um vidro e os animais inalavam e de 10 a 45segundos eles entravam em inconsciência; foi
realizado em pequenas cirurgias, mas os animais apresentavam quadro de excitação na volta da anestesia e isso
gerou duvidas se era pelo uso do éter ou se eram sinais claros de dor. Nesse mesmo ano, também é utilizado o éter
em grandes animais, no caso um bovino, e ele levou 17 minutos para ficar inconsciente e foi possível realizar o
procedimento sem nenhuma intercorrência.
Aconteciam muitos acidentes com o uso do éter pois era misturado com o ar ambiente, e por isso em 1848 surgiram
os primeiros inaladores anestésicos. Em meados do século XIX, surgiram dúvidas sobre os benefícios da
anestesiologia veterinária visto que existiam apenas 15 médicos veterinários em 1847 nos EUA.
Em 1852, George H Dadd, começou a usar éter e clorofórmio na sua rotina, mas sua principal contribuição foi em
bem-estar animal, em que escreveu o The Modern Horse Doctor, onde ele vai falar sobre a anestesia em todas as
cirurgias, uso de tratamentos humanitários e princípios científicos utilizados em medicina veterinária.
Em 1858, Robert Jennings vai escrever o Experiments with choroforms and chloric ether in vet surgery, onde o éter e
o clorofórmio vão ser utilizados em diversas cirurgias de rotina como herniorrafias, neurectomias, neoplasias e
algumas cirurgias experimentais. Em 1872, o Pierre Cyprien Oré vai descrever o hidrato de cloral com uso em
humanos de forma intravenosa, utilizado em torno de um ano e ocorre uma recuperação lenta e margem de
segurança baixa; em 1878, Humbert vai usar hidrato de cloral em equinos por vias oral, retal e intraperitoneal e é
tido, então, como o primeiro composto não inalatório da anestesia veterinária e, no inicio do século XX, foi muito
utilizado em procedimentos a campo, porém tem sabor amargo e precisava ser misturado em xaropes adocicados e
os animais precisavam ficar em dieta hídrica por 27 a 36h, mas existiam casos de aspiração e pneumonia por
aspiração. Em 1908, o A. Degive vai utilizar o hidrato de cloral em equinos de forma intravenosa, mostrando que
deveria ter cuidados visto que a administração perivascular é extremamente tóxica – mas resolveu as questões de
aspirações em equinos.
No século XX, na anestesiologia veterinária têm-se o éter e o clorofórmio como principais agentes inalatórios; o
hidrato de cloral como anestesio via intravenosa, oral e retal; os anestésicos locais principalmente com a cocaína e a
difusão do uso em cirurgias sendo baixa, utilizando ainda a contenção de grandes animais e a anestesia geral em
animais pequenos só teve sua difusão em 1940-1950.
Em 1910, Jorge Spitz escreveu a obra Veterinaria e foi o primeiro autor veterinário a reconhecer a importância da
anestesia em um livro, falando sobre as principais técnicas locais empregas nas cirurgias, a farmacologia dos
principais agentes e a anestesia inalatória em grandes e pequenos animais.
O progresso é lento em 1910/1920 e, em final de 1930, foram descobertos os barbiúticos (hoje em dia muito usados
para controle de convulsões) como pentobarbital sódico (1930) e o tiopental sódico (1934) – muito utilizados em
animais de pequeno porte, porém em grandes animais, devido a uma recuperação anestésica lenta, só vão ser
utilizados após a segunda guerra mundial quando surgem os derivados fenotiazínicos como pré-anestésicos (por
Carpentier 1950). Em 1941, John George Wright vai escrever o Veterinary Anaesthesia, um livro inteiro de anestesia,
causando difusão da anestesiologia em diversos países, inclusive no Brasil.
Na década de 1950 ocorreu um grande progresso na Inglaterra e nos EUA. Em 1956, através de Raventos foram
sintetizados os hidrocarbonetos halogenados, desenvolvimento de aparelhos e circuitos inalatórios, uso de
tranquilizantes, analgésicos opioides e anestésicos dissociativos. Leslie Wilfred Hall faz a sucessão do Veterinary
Anaesthesia (hoje já está na décima edição).
No século XXI, começam conceitos como qualidade da analgesia e bem-estar animal – as técnicas foram aprimoradas
a fim de causar o melhor bem-estar possível para o animal e escolher também um protocolo mais humanitário
possível e com menor risco para o paciente.
Histórico anestesia local
Em 1860, Albert Niemann fez o isolamento da cocaína e apenas em 1878 se percebe a possibilidade de uso desse
agente. Em 1884, Karl Kolher usou a primeira anestesia tópica no globo ocular feita com cocaína; em 1885, William
Halstead fez o primeiro bloqueio de nervo periférico na medicina humana e também no mesmo ano, G. I. Corning faz
a primeira anestesia espinhal em cães (pelos relatos, parece ser uma anestesia epidural). Em 1898, August Bier fez a
primeira anestesia subaracnóide em animais, em si próprio e no seu assistente – foi feito uso em larga escala por um
ano mas ocorreram vários acidentes (relacionados a toxicidade da cocaína e a falha técnica de punção de meninges)
e acabou sendo uma técnica abandonada.
A difusão da anestesia local em medicina veterinária só vai ser difundida no século XX a partir do isolamento de
outros anestésicos locais, o primeiro deles a procaína em 1904, que possui uma toxicidade menor que a cocaína. Em
1901, Cuile e Sendrail fazem a anestesia subaracnóidea em bovinos, equinos e cães, no mesmo ano Cathelin faz a
anestesia epidural em cães. Apenas em 1925, Retzgen faz anestesia epidural nos equinos e no ano seguinte Franz
Benesch faz a mesma anestesia em bovinos. Em 1940, Farquharson e Formston performam a anestesia paravertebral
em bovinos. E em 1943 têm-se a síntese da lidocaína, anestésico revolucionário que vai gerar uma mudança radical e
difusão da anestesia local, e também ocorreu o aperfeiçoamento de técnicas de bloqueios perineurais em membros
nos grandes animais (descoberta desde 1880).
Terminologia
Analgesia: ausência de dor em resposta à estimulação dolorosa, não há perda de consciência;
Hipnose: sono induzido artificialmente por um fármaco, estado de transe que lembra sono, que promove uma
depressão moderada do SNC e o paciente pode ser despertado sem dificuldade;
Anestesia: perda total da sensibilidade, pode ser local ou geral;
Anestesia geral: cursa com perda da consciência, feita com um ou mais fármacos, gera uma depressão controlada e
reversível do SNC – ideal que se tenha: hipnose, hiporeflexia (diminuição dos reflexos protetores), analgesia e
miorelaxamento;
Anestesia geral cirúrgica: é o estado ou plano anestésico que proporciona inconsciência, amnésia, relaxamento
muscula, hipoalgesia/analgesia e hiporeflexia focadas para um procedimento cirúrgico específico;
Anestesia loco-regional: é a insensibilidade de uma área específica gerando interrupção da condução nervosa nos
nervos sensitivos (nervos não levam essa sensibilidade ao sistema nervoso central);
Anestesia dissociativa: é o estado anestésico que promove analgesia e catalepsia (cursa com uma hipertonia
muscular, olhos abertos e manutenção dos reflexos protetores), ocorre uma dissociação dos sistemas talamocortical
e límbico e com isso ocorre depressão e estimulação de áreas distintas do sistema nervoso central;
Tranquilização: promove um estado de relaxamento ou calma, alívio de ansiedade sem que o paciente perca a
consciência, realizada através da depressão do hipotálamo e do sistema reticular, sem analgesia.
Sedação: depressão central que cursa com sonolência, alguém relaxamento induzido centralmente e perda da
consciência ao redor (então o paciente não percebe o que ocorre ao redor apesar dele poder responder a algum
estimulo que aconteça);
Neuroleptoanalgesia: estado de indiferença ao meio, feito pela associação de uma tranquilização com analgesia
(fármacos tranquilizantes e analgésicos);
Narcose: estado de sono profundo, gerando através de um fármaco, onde o paciente não pode ser prontamente
acordado e pode cursar com ou sem analgesia dependendo do fármaco ou associação de técnicas utilizadas.
Vias de administração: intravenosa, intramuscular, subcutânea (pós-cirúrgico), via oral (pós-cirúrgico), inalatória,
infiltrativa, perineral, epidural ou subdural.
Avaliação Pré-anestésica
É a avaliação do paciente antes de todo e qualquer procedimento anestésico. O sucesso da anestesia está
diretamente relacionado com a acurada avaliação pré-anestésica, pois é feita avaliação cuidadosa do paciente, com
a compensação e conduta mais adequada para ele, é também levado em consideração o tempo da cirurgia e a
técnica, que vai ser responsável por garantir ao paciente o menor risco cirúrgico.
PACIENTE
Preparação do paciente
1. Jejum: feito em casa no caso de pequenos animais e varia de 8 a 12h de jejum alimentar e 2 a 6h de jejum hídrico –
em animais jovens, reduz-se para 4h de jejum; em grandes animais é feito a campo, sendo equinos de 12h de jejum
hídrico e alimentar e ruminantes de 24 (retira toda a água), 48 (tira toda a alimentação) e 72h (limita-se a metade da
alimentação); em aves de 2 a 4h de jejum alimentar e 1 a 2h de jejum hídrico – obs: avestruz, por ser uma ave maior,
o jejum é de 6h. Animais lactentes não precisa de jejum pois há esvaziamento gástrico muito rápido.
2. Correção fisiológica dos problemas que foram percebidos durante a avaliação pré-anestésica
3. Preparação específica para o procedimento precedido: formulação do plano de cuidado, seleção dos fármacos,
posicionamento, manejo das vias aéreas (lavar a boca do paciente para evitar levar para a traqueia restos de
alimentos), fluidoterapia adequada (de acordo com a espécie, procedimento e nível de desidratação), temperatura
(anestesia e cirurgia diminuem a temperatura), monitoração, previsão de situações e custo (adequar tudo isso ao
valor que o tutor pode pagar).
A avaliação criteriosa pré-anestésica do paciente é bastante importante pois é possível inferir a verdadeira situação
dele, avaliar qual o procedimento cirúrgico indicado, escolher o melhor fármaco, avaliar o risco do paciente;
promover a conscientização do tutor do animal sobre os riscos do procedimento anestésico e cirúrgico; realizar a
devida classificação ASA do paciente e também o devido preparo do paciente.
AULA 2: MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
A medicação anestésica é a medicação que prepara o animal para a anestesia, mas também pode preparar o animal
para procedimentos com fins diagnósticos (promove analgesia e tranquilização do paciente para ocorrência desses
procedimentos), procedimentos ambulatoriais e também os cirúrgicos. É preciso ter um conhecimento básico da
farmacologia para adequar a medicação ao paciente.
A anestesia cursa com analgesia, relaxamento muscular, redução da atividade reflexógena e inconsciência – e isso de
vai ser feito de acordo com a utilização dos fármacos e associação desses. Com o advento da anestesia balanceada, a
intenção é que se faça uma associação de fármacos e técnicas para que se consiga diminuir a dose desses fármacos,
diminuindo seus efeitos colaterais e assim, conseguir os efeitos desejados.
A medicação pré-anestésica é tida por fármacos em associação ou sozinhos, que irão agir de 15 a 45 minutos antes
da indução anestésica e promoverão sedação, tranquilização, miorelaxamento e analgesia, dependendo do fármaco
utilizado (e muito relacionado com a situação pré-anestésica do animal). Os fármacos que compreendem essa
medicação pré-anestésica são fármacos anestésicos e fármacos de outros grupos (exemplo, os anti-inflamatórios não
esteroidais, promovendo uma ação analgésica e anti-inflamatória ainda no momento pré-operatório – também
indicado nos casos em que o paciente já tem dor, como fraturas ou afecções dolorosas que vão precisar do
procedimento cirúrgico para sua correção) = a associação deles compreende a anestesia balanceada.
Os objetivos da medicação pré-anestésica são auxiliar a contenção do paciente quando esses tem comportamento
mais agressivo (proteção para o animal e para a equipe), diminuição do estresse (importante pois o estresse libera
catecolaminas que causam uma instabilidade cardiovascular, que gera maior risco ao paciente), potencialização dos
efeitos indutores e da manutenção da anestesia (os fármacos usados previamente, além de preparar o paciente para
a indução anestésica, também consegue reduzir as doses dos fármacos necessários tanto para indução quanto
manutenção da anestesia = a indução é onde tem o maior risco de óbito ao paciente pois o leva da consciência à
inconsciência), produzir analgesia trans e/ou pós-operatória, também tem função de adjuvante da anestesia local,
reduzir os efeitos deletérios dos fármacos anestésicos (permite diminuir doses de fármacos utilizados na indução e
manutenção dos fármacos), reduzir secreções das vias aéreas e a salivação (hoje em dia depende da espécie e dos
outros fármacos utilizados que podem causar esse aumento de secreções e salivação), também tem objetivo de
prevenir vômito ou regurgitação, minimizar atividade reflexa autonômica tanto simpática quanto parassimpática
(simpática – liberação de catecolaminas/parassimpática – dependendo de fármacos que possam causar bradicardia,
por exemplo, fazer associação para poder minimizar), permitir indução e recuperação suaves (sempre que a indução
é suave, a recuperação tem tendência também a ser suave).
Escolha pelo melhor fármaco depende: avaliação pré-anestésica; dados gerais/fisiológicos do paciente; exames
complementares; ASA (risco que o paciente tem no procedimento); conhecer o procedimento a ser realizado;
conhecimento farmacológico básico dos fármacos sobre o mecanismo de ação, da metabolização, da eliminação e as
associações. Associada a experiência e bom senso.
Algumas considerações são importantes para a escolha dessa medicação pré-anestésica. São elas: temperamento do
paciente (saber técnica mais adequada para um paciente agressivo ou dócil); necessidade ou não de analgesia
(relacionada a afecção que está levando o paciente pro procedimento anestésico cirúrgico); ASA do paciente (saber
quais fármacos são seguros para o paciente dependendo de qual ASA ele tem); quais os efeitos farmacológicos
desejados (analgesia, contenção química, fármaco que mantenha a atividade cardiovascular ou dá pra usar um
medicamento que gere uma hipotensão e o paciente vai conseguir compensar?); e saber o tempo de ação dos
fármacos para saber se é o suficiente dentro do procedimento a ser realizado.
Classificação dos agentes utilizados na MPA
1. Anticolinérgicos ou antimuscarínicos: atropina (mas também glicopirrolato e escopolamina)
2. Fármacos tranquilizantes: benzodiazepínicos, fenotiazínicos e butirofenonas
3. Fármacos sedativos: opioides (relacionados ao controle da dor, mas são fármacos sedativos que vão ser também
utilizados na medicação pré-anestésica) e agonistas alfa-2 adrenérgicos
Anticolinérgicos
Eram utilizados como medicação pré-anestésica universal, ou seja, em todos os procedimentos anestésicos na MPA
tinha um anticolinérgico – isso porque era muito utilizado o éter e ele produzia uma irritação das vias aéreas e com
isso, bastante secreção e salivação. Já hoje em dia, quase não são utilizados na MPA. Eles são antagonistas
competitivos da acetilcolina (Ach), tendo ação nos receptores muscarínicos pós-ganglionares, tendo efeitos
simpáticos por serem parasimpatolíticos – ou seja, inibem ações do sistema autônomo parassimpático (fazem o
efeito contrário ao que a acetilcolina faria se estivesse ligada no receptor).
Hoje em dia, vão ser praticamente utilizados como tratamento da bradicardia trans-operatória, mas em alguns casos
são usados na medicação pré-anestésica para prevenir a bradicardia induzida por tono vagal aumentado (feita em
casos que vão ser manipuladas regiões onde acabará tendo estimulação vagal e com isso, vai levar uma bradicardia)
e prevenir salivação e secreções do trato respiratório excessivas (dependendo do paciente e fármacos que forem
utilizados).
Eram utilizados em associação com agonistas alfa-2, quando utilizados em dose alta, pois eles provocam uma
bradicardia sinusal e bloqueio atrioventricular – hoje, não se utiliza mais agonistas alfa-2 em doses altas devido a
descompensação cardiovascular que eles causam. São utilizados em casos de cirurgia no globo ocular, na região
cervical, supressão do estímulo vagal e hipotireoidismo.
Farmacodinâmica
No sistema cardiovascular, vão realizar bloqueio do tônus vagal (impedindo bradicardia), aumento do ritmo sinusal
com aceleração da condução atrioventricular (acelera-se a passagem do estimulo elétrico do átrio para o ventrículo,
acelerando a contração e alterando o ritmo de sístole e diástole), aumento da contratilidade atrial podendo
taquicardia e também taquiarritmias, redução do débito cardíaco e um aumento significativo do consumo de
oxigênio pelo miocárdio. Deve-se evitar seu uso em pacientes com miocardiopatia hipertrófica e restritiva,
taquicardia (febre e tirotoxicose – hormonios tireoidianos tendem a aumentar a frequência cardíaca) e arritmias pré-
existentes.
Na região pulmonar, ocorre uma broncodilatação e há uma redução das secreções, e com isso, poderia se pensar
que ocorre uma diminuição da resistência das vias aéreas, diminuindo a obstrução; mas o que ocorre na realidade é
um aumento do espaço morto anatômico (aumenta o leito por onde o ar vai poder passar), mas as trocas gasosas
ocorrem nos alvéolos – então não melhora as trocas, mas sim permite que o ar chegue até esse paciente – porém,
esse aumento do espaço morto pode causar uma hipoventilação e redução da tensão de oxigênio arterial. Em
algumas espécies, tem-se o aumento da viscosidade de algumas secreções, gerando um contrabalanço dos
benefícios que esses fármacos poderiam trazer com essa broncodilatação e redução das secreções.
No sistema digestório, diminui secreções tanto gástricas quanto de salivação, também são potentes antissialagogos
nos monogástricos, porém nos ruminantes isso não ocorre pois a saliva se torna viscosa e espessa, podendo causar
obstruções nesses pacientes. Com relação a motilidade, há uma diminuição dessa tanto no rúmen quanto no ceco
(nos pequenos animais isso também acontece através do relaxamento do esfíncter esofágico e com isso tem maior
chance de refluxo e esofagites causando estenose esofágica posterior), porém no rúmen é extremamente deletério
pois pode causar timpanismo e no ceco dos equinos pode causar as cólicas = contraindicado na medicação pré-
anestésica, só podendo ser utilizado em bradicardias transoperatórias como medicamento e mesmo assim com
bastante cuidado.
Outros efeitos que os anticolinérgicos vão causar são: midríase do globo ocular (não acontece em aves), diminuição
da produção de lágrimas e o olho tende a ficar mais seco (atentar para lubrificar o olho durante o procedimento
anestésico), gerar desconforto e intranquilidade no paciente quando não for feito associação com fármacos que vão
causar boa tranquilização.
Posologia
1. Atropina: sulfato de atropina 0,03 a 0,05mg/kg em pequenos animais (em grandes animais somente de forma
transoperatória e mesmo assim com bastante cautela) – pode ser administrada por vias intravenosa, intramuscular e
subcutânea, tem latência de 1min (por via IV) e de 5min (por via IM), como ação promove aumento da frequência
cardíaca de 30 a 40% durante um período de 30min, nos demais sistemas varia de 1 hora a até 3 dias (com uso
tópico), pode causar um efeito paradoxal que é uma bradicardia temporária causada por doses baixas desses
fármacos (só esperar um tempo da primeira dose ou aplicar outra dose por cima que o efeito passa); algumas
espécies possuem uma enzima atropinaesterase, como gatos, ratos e coelhos, metabolizando mais rápido esses
fármacos e tendo tempo de ação menor = a biotransformação da atropina é realizada pelas esterases plasmáticas e
por via hepática e renal nos gatos também.
2. Escopolamina ou ioscina: buscopam 0,01 a 0,02mg/kg em grandes animais – possui ações midriática,
antiespasmódica e anti-secretora, superiores à da atropina, bastante utilizada em equinos e também em pequenos
animais; tem uma maior ação sobre glândulas salivares, brônquicas e sudoríparas, mas produz também uma
taquicardia discreta e em doses mais altas, pode provocar êmese, alucinação e ataxia.
3. Glicopirrolato: 0,01 mg/kg em pequenos e grandes animais – é um anticolinérgico que não atravessa nenhuma das
barreiras pois é pouco solúvel; é quatro vezes mais potente que a atropina, mas tem inicio da ação mais lento e
tendo duração de 1h; os efeitos cardiovasculares são comparáveis a atropina; promove uma redução da motilidade
em cães de 30min e em equinos de 6h e possui efeitos mínimos nos parâmetros oculares quando utilizado de forma
sistêmica
OBS: antagonista – neostigmina: prostigmine 0,05mg/kg e pode causar diarreia.
A atropina e a escopolamina atravessam as barreiras hematoencefálica e transplacentária, promovem um certo grau
de sedação e um aumento no tempo de recuperação – quando a atropina é utilizada em doses farmacológicas de
uso clínico, a sedação é pouco observada, ao contrário da escopolamina.
Fármacos tranquilizantes
Os principais fármacos tranquilizantes são o fenotiazínicos e as butirofenonas. Os benzodiazepínicos, apesar de
serem classificados como tal, eles não são tranquilizantes típicos pois sozinhos, eles não são capazes de produzir
uma tranquilização adequada em um paciente hígido e esses fármacos tem mecanismo de ação no GABA e acabam
induzindo sonolência e hipnose, que não são característicos dos tranquilizantes.
1. Fenotiazínicos: são antipsicóticos ou neurolépticos; possuem ação anti-histamínicos, anti-eméticos, antisialagoga e
antiarrítmico; conferem tranquilização sem necessidade de analgesia, porém potencializam os fármacos analgésicos;
promovem uma vasodilatação esplênica e com isso uma redução do volume globular de 20 a 30% em cães e equinos
por duas horas (contraindicado para cirurgias voltadas para o baço); são indicados para medicação pré-anestésica
associado ou não a outros fármacos e podem ser administrados pelas vias intravenosa, intramuscular e subcutânea.
Tem ação seletiva no sistema nervoso central – núcleos talâmicos, hipotálamo, vias aferentes sensitivas e estruturas
límbicas; ocorre tranquilização sem hipnose ou perda da consciência, causa bloqueio dos receptores dopaminérgicos
no SNC e em doses elevadas tem efeitos extrapiramidais (apresenta efeito-teto, que é quando você atinge o limite
de ação e o ultrapassa, somente ocorre efeitos excitatórios, com tremores); tem ação na formação reticular lateral
do bulbo, ou seja, no centro emético; bloqueio dos receptores alfa-adrenérgicos periféricos causando vasodilatação
acentuada, que vai gerar uma hipotensão e pode causar uma taquicardia reflexa; promovem depressão respiratória
leve, mas potencializam fármacos que causam depressão respiratória com os opioides, diminuem sensibilidade dos
quimiorreceptores de CO2 podendo reduzir frequência respiratória e volume minuto desses pacientes; no SNC
ocorre diminuição do limiar convulsivo (redução da liberação de dopamina e noradrenalina no SNC – em doses mais
baixas, pacientes com baixo limiar convulsivo não tendem a convulsionar com uso desses medicamentos); tomar
cuidado no uso desses medicamentos em boxer e braquiocefálico pois eles podem desenvolver bradicardia, bloqueio
atrioventricular e sinoatrial (dose máxima de 0,05mg/kg).
a) Acepromazina (acepran): é o principal fenotiazínico utilizado e vai promover ptose palpebral, protusão da glândula
nictitante (glândula de terceira pálpebra), protusão peniana (importante evitar utiliza-lo em equinos não castrados,
já que causa episódio de priapismo e se mantem um tempo maior – tomar cuidado ao manipular esses animais pois
pode ocorrer lesões, causando um priapismo definitivo) e abaixamento da cabeça; diminuição da temperatura
corporal, depressão miocárdica e aumento da perfusão cutânea e visceral – podem promover bloqueio
atrioventricular, diminuição da frequência cardíaca (é mais comum de ocorrer estabilidade cardíaca ou taquicardia
compensatória pelo hipotensão) e bloqueio sinoatrial. Liga-se fortemente às proteínas plasmáticas, diminui o tônus
do esfíncter esofágico e causa retardo do esvaziamento gástrico e, esses dois últimos, juntos, podem causar refluxo
com esofagites e potencial estenose esofágica; em doses elevadas irá causar hipotensão (dose utilizada é de 0,01 a
0,07mg/kg) e não deve ser utilizada em animais geriátrico, pediátricos, toxêmicos, com hipotensão prévia, com
cardiopatias graves e com choque moderado a grave. As vias utilizadas para sua administração são intravenosa,
intramuscular (usada de forma preferencial para diminuir os efeitos hipotensores em pequenos animais) e
subcutânea, em doses de 0,01 a 0,1 mg/kg IV, podendo chegar até 0,2 mg/kg por via IM, e de 1 a 3mg/kg por via
oral; a duração do fármaco é de 4 a 8 horas, dependendo da via (3-5min IV, 5-10min IM).
b) Levomepromazina: promove hipotensão arterial, tem ação antiespasmódica e fortemente anti-histamínica; ação
anti-emética inferior a clorpromazina; estuda-se a possibilidade de ter ação analgésica em humanos na potência de
7/10 de morfina. Dose varia de 1 a 2mg/kg por vias intramuscular e intravenosa.
c) Clorpromazina: possui ações e efeitos adversos similares a acepromazina, mas menos potente; tem período hábil
longo e tranquilização menos evidente e é mais empregada em humanos pelos efeitos antipsicóticos; é o mais
potente anti-emético. Doses variam de 1 a 2 mg/kg por vias intramuscular e intravenosa.
2. Butirofenonas: tem indicação de uso limitada na medicina veterinária, é um fármaco neuroléptico e tem poucos
efeitos cardiovasculares e respiratórios. Promove uma hipotensão discreta pelo bloqueio alfa-adrenérgico e pode
promover alucinações e agressividade dose dependente. Promove tranquilização sem efeito analgésico, é um
potente anti-emético e promove neuroleptoanalgesia – são fármacos de escolha já que não são analgésicos, mas
promovem boa tranquilização quando em associação com um opioide.
a) Azaperone: gera tranquilização indevida em pequenos animais, não sendo utilizada nessas espécies; muito utilizado
na tranquilização de suínos pois ajuda a reduzir ansiedade e estresse no transporte – pode também ser utilizada
como medicação pré-anestésica, embora indução anestésica nessa espécie seja rara. Tem duração e torno de 3 a 6
horas com uma dose de 2,2mg/kg via intramuscular.
b) Droperidol: tem efeito semelhante a acepromazina em caninos e quando associado ao fentanil, produz sedação
profunda. São potentes anti-eméticos e em doses elevadas tem efeito extrapiramidal como tremores, espasticidade
muscular e hiperritabilidade. Dose varia de 0,1 a 0,4mg/kg via intramuscular, tendo ação entre 2 a 5 horas.
3. Benzodiazepínicos: causam tranquilização com relaxamento muscular, são ansiolíticos e promovem amnésia e
alterações psicomotoras; são anticonvulsivante e potente hipnóticos. O tempo de efeito varia de 1 a 6 horas. Seu
mecanismo de ação é através da potencialização do GABA no SNC, inibindo a neurotransmissão – os receptores são
amplamente distribuídos e suas maiores concentrações estão no córtex e estruturas límbicas; a ação ansiolítica e
hipnótica vai produzir um sono semelhante ao fisiológico (que não é comum na tranquilização), ocorre na formação
reticular e sistema límbico que são estruturas relacionadas ao ciclo sono-vigília. Potencializam efeitos de opioides e
fenotiazínicos; potencializam tiobarbitúricos. Ligam-se a proteínas plasmáticas – diazepam 98%, midazolam 97% (se
esses fármacos se ligam muitos as proteínas plasmáticas, significa que pouca porcentagem dele exerce efetivamente
sua ação – então em pacientes com hipoproteinemia, tem que reduzir a dose desse fármaco pois haverá mais
porcentagem do fármaco fazendo efeito, tendo poucas proteínas plasmáticas para ele se ligar). Possuem antagonista
específico – flumazenil. Não produzem analgesia, também são muito utilizados na indução anestésica como co-
indutores, já que diminuem a dose em 50% diminuindo risco para essa indução; também podem ser associados na
medicação pré-anestésica, pois em paciente hígidos eles não devem ser utilizados sozinhos já que causam excitação
paradoxal; os principais representantes são Diazepam e midazolam; o zolazepam é veiculado somente com a
tiletamina e com esse fármaco os pacientes podem sofrer excitação e depressão respiratória na recuperação (tempo
de ação da tiletamina nos cães é maior que do zolazepam, podendo ser usado diazepam para terminar o efeito da
tiletamina/nos gatos isso não ocorre pois zolazepam tem efeito maior); a metabolização desses benzodiazepínicos é
hepática com eliminação renal. Não alteram padrões cardiovasculares, nem frequência e amplitude respiratória,
porém atravessam a barreira transplacentária podendo provocar depressão respiratória no feto (cuidado com
animais gestantes).
a) Diazepam: por muito tempo teve veiculação oleosa e deve-se evitar ser administrado pela via intramuscular, já que é
uma administração dolorosa e tem absorção inadequada (em casos de choque, esse depósito errado pode causar
casos de flegmão), além de não deve ser diluído com outros fármacos já que podem formar partículas pequenas
nessa emulsão; porém hoje ele já é administrado com veículo não oleoso. Quando utilizado pela via intravenosa
produz intenso relaxamento muscular (fármaco de escolha para uso anticonvulsivante), tem boa absorção tanto por
via intravenosa quanto por via oral (absorção retal muito rápida, parte do fármaco não passa por circulação portal,
cai direto na veia cava e por isso tem absorção similar a absorção intravenosa) – não sendo utilizada na MPA de
grandes animais, já que vai causar relaxamento muscular e isso pode gerar a queda dos animais (muito usado como
indutor); pode causar pequena depressão respiratória em bolus por via intravenosa e possui uma metabolização que
gera metabólito ativo, o desmetildiazepam ou nordiazepam, que tem meia vida de eliminação longa de 3,6 horas nos
cães e 21 horas nos gatos. Doses variando de 0,1 a 1 mg/kg (doses anticonvulsivantes podem ser mais altas que isso).
b) Midazolam: tem maior potência hipnótica e potencial anticonvulsivante menor, porém uma meia vida mais curta
(1,7h); pode ocorrer uma ligeira diminuição da pressão arterial pela redução da resistência vascular periférica, mas é
bem discreta, e também gera uma apneia transitória quando feito em bolus intravenosa. As doses variam de 0,1 a 1
mg/kg (geralmente usa de 0,2 a 0,5mg/kg).
c) Flumazenil – antagonista: desloca os benzodiazepínicos de seus receptores específicos, fazendo com que retorne à
consciência e terminando o efeito de relaxamento muscular, tendo ação por 60 minutos e usado em doses 0,02 a 0,1
mg/kg por via intravenosa.
Fármacos sedativos
1. Agonistas alfa-2-adrenérgicos: são considerados como sedativos clássicos, promovem uma depressão dose-
dependente (quanto maior a dose, maior a depressão); a ação ocorre nos receptores alfa-adrenérgicos do SNC e
periférico, há uma diminuição da liberação de noradrenalina central e periférica e, com isso, uma diminuição da
atividade simpática do SNC e redução de catecolaminas circulantes e outros hormônios do estresse.
Os efeitos sobre o SNC são: sedação, hipnose, relaxamento muscular, ataxia e analgesia. A sedação e o relaxamento
muscular são bem pronunciados e mais pronunciados que os outros medicamentos pré-anestésicos.
Efeitos cardiovasculares: promovem um limite de utilização desses fármacos – diminuição da frequência cardíaca
(bradicardia sustentada), bloqueio atrioventricular de 1º, 2º ou até de 3º graus, redução do débito cardíaco e
aumento inicial da pressão arterial seguido de hipotensão.
Efeitos no sistema respiratório: depressão respiratória dose-dependente, diminuição de PO2 e aumento de CO2 (nos
primeiros minutos), redução da frequência respiratória e volume minuto (intravenoso e intramuscular em doses
elevadas).
Promovem ptose labial, abaixamento de cabeça, protusão peniana, anorexia, ataxia, diminuição da motilidade
intestinal, aumento da tonicidade uterina (pode ter efeito abortivo), diminuição do hematócrito (vasodilatação
esplênica), hiperglicemia (inibição da secreção de insulina devido a ligação nos receptores alfa-2).
Esses fármacos promovem uma seletividade dos receptores adrenérgicos alfa2:alfa1 para agonistas selecionados dos
receptores alfa2 adrenérgicos – xilazina 160:1; detomidina 260:1; romifidina 340:1; medetomidina 1620:1;
dexmedetomidina 1620:1.
a) Xilazina: se feita de forma intramuscular, pode ter diminuição dessa fase hipertensiva, pode ocorrer vômito nos cães
e gatos (prevalência de 80% de ocorrência em gatos); as doses baixas e associações com outros fármacos tem feito a
xilazina voltar a ser utilizada; é o fármaco mais utilizado para grandes animais pois tem custo beneficio muito bom;
em pequenos animais é limitado aos pacientes hígidos. As vias de administração são vias intramuscular e intravenosa
– a subcutânea não deve ser realizada já que ocorre uma vasoconstrição inicial e isso pode causar atraso na absorção
desse fármaco. Xilazina + tiopental + halotano = probabilidade maior de arritmias (acredita-se que fármacos com
maior seletividade não promovam essas arritmias). As doses são 0,1 a 1 mg/kg em pequenos animais (20 a 30min);
0,4 a 1 mg/kg em equinos e 0,1 a 0,2 mg/kg em ruminantes – tomar cuidado pois dependendo da dose pode
acarretar na queda de equinos e ruminantes.
b) Detomidina: tem efeito dose-dependente com efeitos similares aos demais alfa2-adrenérgicos, é mais potente que a
xilazina tendo duração de 1h IV (em equinos 5min de período de latência e 15min para cães – não é indicada);
promove sedação, analgesia (dura em torno de 45min) e relaxamento muscular (20 microgramas/kg para cães x 1,1
mg/kg de xilazina) – é uma boa alternativa para equinos agressivos e para procedimentos em estação como
procedimentos oftálmicos/odontológicos. Dose 5 a 20 microgramas/kg IV e 10 a 40microgramas/kg IM em cães
(apenas em relatos já que não é utilizado) e 10 a 40microgramas/kg em equinos.
c) Romifidida: indicado para equinos para sedação e analgesia confiável, causando menor ataxia, é utilizado para
medicação pré-anestésica e sedação para procedimentos em estação; em cães e gatos tem efeitos semelhantes a
xilazina (porém com um tempo maior, em torno de 2h com pico de sedação em 15min – mas não é utilizada nessas
espécies). 40 microgramas/kg teve efeitos cardiovasculares na dose de 1 mg/kg de xilazina. Tem efeito dose-
dependente e as doses indicadas são 10 a 120 microgramas/kg em cães (relatos) e 30 a 80 microgramas/kg em
equinos.
d) Medetomidina: é um potente e seletivo agonista alfa2-adrenérgico (10x mais seletivo e 100x mais potente que a
xilazina – aparenta trazer menos efeitos colaterais, mas ainda ocorre bradicardia, hipertensão com hipotensão
sustentada). Possui dois isômeros – dexmedetomidina + levomedetomidina. O tempo de latência da sedação,
analgesia e relaxamento por via intramuscular é curto – 5min em cães (30 microgramas/kg) e 15min em gatos (50
microgramas/kg), com duração de 1 a 2 horas. Pode causar vomito em 10% cães e 50% gatos. Não é indicado seu uso
em equinos devido ao acentuado relaxamento muscular, correndo o risco de queda. É disponível para captura e
contenção em formulações prontas da fauna silvestre. As doses são 20 a 40 microgramas/kg em cães, 40 a 80
microgramas em felinos e 30 a 80 microgramas/kg em suínos.
e) Dexmedetomidina: é isômero ativo da medetomidina e tem alta especificidade para receptores alfa2 e com isso
parece ter diminuição dos efeitos colaterais. É um potente sedativo e analgésico confiável. Em doses mais baixas
promove uma leve hipertensão durante todo o tempo de uso, queda do debito e da frequência cardíaca, porém gera
maior estabilidade hemodinâmica – mas seu custo é alto e tem necessidade de mais estudos. A dose é de 1 a 10
microgramas/kg PA.
Antagonistas alfa 2 adrenérgicos:
a) Atipemazole – antagoniza a medetomidina e dexmedetomidina, com dose de 30 a 40 microgramas/kg. Mas estudos
mostram que a reversão não deve ser desejada.
b) Tolazolina: antagoniza somente a xilazina, após a aplicação IV a reversão ocorre de 1 a 2min, mas não é disponível no
mercado nacional.
c) Ioimbina: antagoniza todos os agonistas alfa2, mas deve-se tomar cuidado pois com o uso IV pode causar
taquicardia, mas é de difícil aquisição. A dose é de 0,1 a 0,4 mg/kg IV.
Posologia: é a dose dada em períodos reguladores para manter a concentração sérica necessária para a terapêutica.
Reconstituição: é a dissolução de um principio ativo na forma de pó em um solvente.
FÓRMULAS
1. Transformação de % para mg/mL:
Concentração (%) x 10 = ....... mg/mL
2. Cálculo de volume:
Peso (kg) x Dose (mg/kg) / concentração (mg/mL)
3. Fluidoterapia:
Peso x Taxa (hs) / 60 (min) / 60 (segundo) = quantas gotas por segundo
Multiplica por 20 (macro > 5kg) e por 60 (micro – até 5kg)
AINEs
São analgésicos de ação moderada, então se a dor do paciente é intensa, é necessária a associação com os opioides
(dipirona, principalmente). Podem ser administrados por via oral e parenteral (subcutâneo, intramuscular e
intravenoso) e os novos tendem a ser mais potentes e tem menores efeitos adversos.
Mecanismo de ação – ocorre um dano no tecido com liberação de ácido araquidônico, que vai então ter a formação
da cicloxigenase, tendo produção de prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos. Quando se administra os AINEs,
eles agem diretamente na COX inibindo a formação e liberação dessas substâncias vasoativas.
OBS: COX1 – constitutiva: presente nas situações fisiológicas, sendo responsável pela homeostase // COX2 –
induzível: induzida pela inflamação, liberada em grandes quantidades e causa dor e inflamação. Então quando se
tem inibição da COX há os efeitos benéficos da inibição da COX2, porém também tem lesões nas situações
fisiológicas como lesões gastrointestinais como vomito, gastrite, esofagite, levando até a úlceras = usar AINEs
seletivos para COX2.
a) Inibidores: Flunixin Meglumine (1,1 mg/kg – age COX 1 e 2), cetoprofeno (1 a 2 mg/kg – age COX 1 e 2), meloxican
(0,1 a 0,2 mg/kg – seletividade para COX2), carprofeno (4 mg/kg), vedaprofeno (2 mg/kg) e tepoxalina (10 mg/kg).
A dipirona e o paracetamol são tidos como analgésicos ou anti-inflamatórios atípicos já que na verdade eles não tem
ação anti-inflamatória, pois são analgésicos e antipiréticos e essa associação entre os fármacos é bastante benéfica.
Derivados opioides (obtivos da papoula de Papaver somniferum)
Atuam por combinação reversível com um ou mais receptores específicos (receptores opioides) que são presentes
no cérebro, medula espinhal e em tecidos periféricos. Os efeitos variam de acordo com os receptores e podem ser
analgesia, sedação, euforia, disforia e excitação. As características que esses fármacos podem causar são intensa
analgesia sem perda da consciência em casos de doses baixas a moderadas – em casos de doses elevadas, tem a
sedação e até mesmo inconsciência.
A ação desses fármacos ocorre através do aumento da limiar da dor, da diminuição da percepção da dor através do
bloqueio dos receptores localizados no SNC – a aplicação desses agentes diminui a liberação dos neurotransmissores
e com isso diminui a resposta que chega na medula e que é levada ao SNC.
As regras recentes de nomenclatura de receptores foram adaptadas pela IUPHAR têm a abreviatura OP (de opioide),
sendo a recomendação atual: DOP para receptor delta = OP1; KOP para o receptor kappa = OP2; MOP para receptor
mu = OP3.
1. Receptor mu: causa uma analgesia supra espinhal preferencialmente e mais levemente espinhal, depressão
respiratória, euforia e dependência química.
2. Receptor kappa: causa analgesia espinhal principalmente bloqueio da dor visceral, sedação, miose e disforia
(excitação depressiva).
3. Receptor delta: não se sabe muito dele mas acredita-se que causa uma analgesia periférica provável.
4. Receptor sigma: vai causar estímulo da respiração, alucinações e distúrbios do sistema psicomotor e vasomotor.
Os derivados opioides podem funcionar como agonistas, que são aqueles fármacos que tem alta afinidade pelos
receptores mu e fraca aos outros receptores. Ex: morfina, fentanil, meperidina, metadona, oximorfona,
hidromorfona, codeína (utilizada também como antitussígenos), oxicodona, hidrocodona.
Também existem os agonistas parciais, que possuem certo grau de afinidade com receptores mu e atividade com
outros receptores. Funcionam como agonista mu na ausência de um agonista mu e, caso contrário, atua como
antagonista. Ex: bupernorfina, nalorfina.
Ainda, existem os agonistas-antagonistas, que são os fármacos que possuem atividade principalmente com
receptores kappa e sigma, sendo agonista para esses receptores e antagonista mu. Ex: butorfanol, nalbufina.
Por fim, os antagonistas que possuem efeito antagonista em todos os receptores. Ex: naloxona.
Os opioides são fármacos analgésicos e sedativos, mas que também podem causar depressão respiratória e
bradicardia e, dependendo do fármaco, tem ação mais ou menos intensa. Utilizados na medicação pré-anestésica
quanto na analgesia trans e pós-operatória. Alguns fármacos vão ser utilizados por via intramuscular e sua ação
permite que faça como medicação pré-anestésica e dure até o pós-operatório, outros faz bloqueios locais como
anestesia epidural ou raquidiana, e isso faz com que se tenha uma analgesia trans e pós-operatória de 16 a 24 horas
no corpo inteiro e ainda, outros fármacos vão ser utilizados apenas no transoperatório como infusão contínua, já
que tem analgesia potente mas causa muita bradicardia e depressão respiratória, então o paciente precisa estar
monitorado pelos grandes efeitos colaterais.
a) Morfina: primeiro derivado opioide sendo então um opioide natural e agonista mu puro, então promove analgesia
espinhal e supra espinhal, depressão respiratória, êmese (doses mais baixas 0,1 a 0,2 mg/kg podem produzir na MPA
e com 0,5 mg/kg já tendem a produzir êmese – pode ser feita associação com os fenotiazínicos, mas dependendo da
dose, ainda assim vai produzir êmese), em doses mais altas podem causar bradicardia e hipotensão. A morfina e a
meperidina não devem ser administradas por via intravenosa porque ocorre liberação de histamina e isso vai causar
vasodilatação e hipotensão – para a morfina ser feita por via intravenosa, teria que ser muito diluída e administrada
de forma lenta. A biotransformação é hepática e eliminação é renal e fecal, o tempo de duração é de 4 a 6 horas
dependendo da dose e da via de administração. A dose varia de 0,1 a 1 mg/kg e por via epidural varia de 0,05 a 0,1
mg/kg (chegando a durar em torno de 18h).
b) Fentanil, Sulfentanil: são opioides sintéticos que tem de 75 a 125 vezes mais potência (precisa de uma dose menor
para causar o mesmo efeito de uma dose maior da morfina) que a morfina, vai causar intensa depressão respiratória
assim como bradicardia e hipotensão também muito intensas, principalmente em doses mais altas – quando se faz o
uso de fentanil, principalmente, na MPA tende a fazer uma dose mais baixa para evitar esses efeitos e associar com
outros fármacos; quando é para analgesia transoperatória, pode ser feita doses maiores mas é feito lentamente (em
torno de 2min) ou em infusão contínua para minimizar esses efeitos adversos, mas mesmo assim estão presentes. O
sulfentanil e alfentanil são parecidos com fentanil (latência de 1min, duração de até 30min), mas tem latência e
tempo de duração menor, com durabilidade em torno de 5min. Não provoca êmese e a dose tem variabilidade de 1
a 5 microgramas/kg, mas depende da via de administração. São agonistas mu puros.
c) Meperidina: é agonista mu puro, é cinco vezes menos potente que a morfina, promove liberação de histamina por
via intravenosa, tem durabilidade menor (30min a 2h nos cães e até 3h nos gatos) – mas tem vantagem de causar
um leve aumento da frequência cardíaca, manutenção do débito cardíaco e frequência respiratória (os pacientes
podem até ficar um pouco ofegantes, mas é pelo aumento da temperatura), tem sedação compatível com a da
morfina (por isso, em pacientes mais debilitados, pode fazer associação da meperidina com benzodiazepínico ou nos
pacientes que não são desejados o vomito da morfina mas são hígidos suficientes pra usar o fentanil). Raramente
utilizado sozinho, pois pode gerar algum grau de excitação do paciente, então é associado a outros fármacos.
Quando associada aos fenotiazínicos, tem excelente sedação e analgesia já que há uma potencialização pelos
fenotiazínicos. Nos equinos não é indicada pois vai causar hiperestesia, fasciculações musculares e efeitos
cardiovasculares importantes. A dose varia de 3 a 5 mg/kg em gatos e 5 a 10mg/kg em cães. É um fármaco bastante
utilizado na medicação pré-anestésica mas que não é utilizada em pós-operatório pois o tempo de ação é muito
pequeno, além de ter chance de causar vício nas pessoas.
d) Tramadol: é um dos fármacos mais utilizados, é um análogo sintético da codeína sendo seletivo para o receptor mu
mas tem baixa afinidade (6000x menor que a morfina, sendo considerado um opioide fraco). Causa menor
depressão e menores efeitos adversos que a morfina, mas também tem menor analgesia. Sua ação ocorre por
bloqueio de impulsos na medula espinhal de ação mista, realizada pela ação de agonista opioide fraco e inibição da
recaptação das monoamidas (norepinefrina e serotonina) – por isso é um fármaco que não é totalmente revertido
pela naloxona, pois vai apenas reverter a ação de agonista opioide que ele faz. O efeito analgésico está relacionado
com o metabolismo do tramadol em O-desmetiltramadol (M1), que vai atuar como agonista mu opioide completo e
tem efeito entre 6 e 8 horas. Nem todos os animais conseguem metabolizar o tramadol em M1 e por isso tem
melhor ação em algumas espécies e outras não = em felinos a dose é de 1 a 2 mg/kg e nos equinos e cães, tem
menor metabolização e por isso precisa de dose maior para ser compatível com os efeitos nos felinos, a dose é de 5
a 10 mg/kg. Tem boa disponibilidade por via oral.
e) Metadona: também é um agonista mu puro e seus efeitos e potência são semelhantes ao da morfina, porém tem um
efeito antagonista no receptor N-metil-D-aspartato (NMDA) e, com isso, tem efeito analgésico mais efetivo para dor
crônica e dor refratária, além de diminuir o risco de tolerância/vício dos pacientes. Pode ser utilizada como MPA e
no tratamento pós-operatório já que sua durabilidade acaba sendo mais baixa – 3 a 4h para pequenos animais e 4 a
8h para equinos, em doses variando de 0,1 a 0,25 mg/kg, podendo ser utilizada nas vias subcutânea, intramuscular,
intravenosa (bolus por min ou infusão contínua). Tem baixa disponibilidade por via oral. O cloranfenicol vai fazer
uma inibição enzimática das vias de metabolização da metadona (se forem utilizados juntos, vai ter efeito mais
prolongado) e a metadona possui efeitos sinérgicos com outros agonistas mu.
f) Buprenorfina: é um agonista parcial e por isso vai ter efeito teto, pois na ausência de um agonista mu puro, ele vai
exercer essa função mas tem efeito menor, porém tem grande ação na dor crônica. É um fármaco vezes mais
potente que a morfina, pode ser feita por intravenosa (bolus 1min ou por infusão), subcutânea, intramuscular ou
transmucosa oral em gatos (precisa aumentar a dose pois não tem eficiência tão grande). É uma droga segura, com
efeitos adversos menores para pequenos animais nos sistemas cardiovascular e respiratório, já para os equinos tem
efeitos maiores. No caso de náuseas e vômitos, tem menor potencial que a morfina e esse fármaco realiza
antagonismo parcial mu na presença do agonista puro e é bem difícil o uso de antagonismo completo com uso de
antagonistas como naloxona, já que tem afinidade muito intensa pelo receptor um, porém se tiver outro agonista
com afinidade maior e acaba deslocando, ocorrendo competição e antagonismo. Tem tempo de duração de 4 a 8
horas e, dependendo da dose, até 12 horas e existem também adesivos transdérmicos que em gatos duraram 96
horas (mesmo depois que tirou o adesivo ainda teve implementação de analgesia). A dose varia de acordo com a
espécie – 0,01 a 0,04 mg/kg para cães, 0,01 a 0,02 mg/kg para gatos e 0,005 a 0,01 mg/kg para equinos.
g) Butorfanol: é um agonista-antagonista, tem efeito analgésico menos intenso porém tem menos efeito colateral
(pouca modificação nos sistemas respiratório e cardiovascular) e é um bom sedativo, excelente antitussígeno mas
tem efeito teto (não tem analgesia tão potente quanto um agonista mu puro). É agonista kappa e sigma (receptores
presentes no sistema digestório, sendo interessante para analgesia visceral em equinos, por exemplo cólica), e
antagonista mu. Em doses maiores, vai causar ataxia, excitação e disforia; em doses menores, vai antagonizar o
agonista mu. Tem efeito de 3 a 5 horas e a dose varia de 0,1 a 0,4 mg/kg.
h) Naloxona: é um antagonista dos receptores, com exceção do tramadol (tem outras vias de ação) e da buprenorfina
(dificuldade de deslocar), tem tempo de duração de 1 a 2 horas e a dose é de 0,04 mg/kg – não é indicado começar
com a dose máxima pois pode reverter todos os sintomas e causar taquicardia, hipertensão e excitação (começar
com doses mais baixas e ir aumentando aos poucos). Ficar atento com o tempo de duração – ex: se usou um
fármaco com tempo de duração de 4 horas e a naloxona tem só 2 horas de efeito, será preciso repetir a dose para
que os efeitos adversos não retornem.
3. Etomidato
É um derivado imidazólico carboxilado, é hidrossolúvel porém instável em solução aquosa, produz inconsciência
devido a potencialização do GABA, a administração deve ser intravenosa com latência em torno de 30 segundos e
tem efeito de 8 a 21 minutos (em média, 10 minutos). Pode causar dor e mioclonias durante a aplicação (associar
com benzodiazepínico, que possui um relaxamento muscular eficiente), promove relaxamento muscular fraco, sem
analgesia e potencializa ação dos fenotiazínicos (MPA) e benzodiazepínicos (coindutor).
No sistema nervoso central, há uma depressão do córtex e do tálamo, causando de hipnose a choque bulbar
dependendo da dose, reduz consumo de oxigênio cerebral, reduz fluxo sanguíneo cerebral e reduz pressão
intracraniana (interessante na neurologia). No sistema cardiovascular, causa alterações discretas como pouca
alteração de ritmo cardíaco, há uma manutenção da pressão arterial, discreto aumento de frequência e debito
cardíacos, reduz resistência vascular periférica e é fármaco de eleição para cardiopatas. No sistema respiratório, tem
redução do volume corrente, aumento da frequência respiratória, com breve hiperventilação seguido de uma
depressão respiratória (bem discretos). Outros efeitos são redução da pressão intraocular, do peristaltismo e do
tônus, causa inibição da síntese do cortisol (supressão adrenocortical numa dose de 2 mg/kg em cães por 2 a 6 horas
e em 3h em gatos e por isso não é indicado em infusão continua), aumento de secreções após sua administração,
promove dor e flebite no local da aplicação (em vasos pequenos), náuseas e vômitos e não causa liberação de
histamina.
Tem metabolização hepática pelas enzimas microssomais e plasmática pelas esterases, tem eliminação renal, biliar e
fecal e normalmente acontece pela eliminação do metabolito inativo e apenas 3% ocorre pela eliminação do
metabolito ativo através da urina. Não vai alterar significativamente a frequência cardíaca, débito cardíaco, pressão
arterial e frequência respiratória, com isso é fármaco de eleição para cardiopatas (nem arritmias ou sensibilização do
miocárdio às catecolaminas), porém pode produzir excitação. Sua distribuição ocorre 75% ligada a proteínas
plasmáticas, possui alta lipossolubilidade (de ação rápida) e tem efeito não cumulativo. A biotransformação é feita
por esterases hepáticas e plasmáticas e seu metabolito inativo é o acido carboxílico imidazólico e o tempo de meia
vida é de 75 minutos.
a) Etomidato: em pequenos animais com MPA a dose varia de 0,5 a 4 mg/kg – não pode ser administrado sem MPA já
que pode causar excitação e mioclonias. Associa ao benzodiazepínico para fazer esse relaxamento muscular
(midazolam ou Diazepam) ou aos opioides para fazer analgesia e aos fenotiazínicos para minimizar os efeitos e
potencializar a ação, diminuindo a dose necessária e a administração deve ser lenta.