Você está na página 1de 21

TECNICA OPERATORIA – MARIA MENDES – AULA 01 – 06/03 – SEGUNDA

INTRODUCAO A TECNICA CIRURGICA E PROFILAXIA DE INFECCAO

 O mais importante aqui é a profilaxia da infecção. Nos vamos expor o tecido do animal ao ambiente e vamos sujeita-lo a
riscos.
 Diferença entre contaminação e infecção. Tudo que tem a presença de microrganismos é contaminado, basicamente
tudo é contaminado. Caso haja uma concentração de bactérias maior do que 10’6 potencia por grama de tecido vivo,
teremos uma infecção. Existe uma serie de cuidado que tomamos para evitar infecções.
 Isso vai desde o ambiente em que vamos trabalhar, os preparativos (higienização, vestimentas, unhas).
 Conceito de técnica cirúrgica: é a parte da ciência medica que estuda procedimentos manuais e instrumentais, mediante
os quais s tecidos são incisados e reconstituídos por meio de um plano pré-determinado com fins terapêuticos.
 Plano pré-determinado: nenhuma cirurgia e feita aleatoriamente e sem planejamento, por mais simples que seja, ele
deve ser planejado. Avaliação pre anestésica (está apto ou não ao procedimento, padrão respiratório, sistema
cardiovascular, função renal, hepática, leucocitose, etc.) e a partir dessas informações vamos planejar a anestesia e
prevenir possíveis alterações. Tem que saber qual cirurgia vi ser feita, local da incisão, irrigação e inervação do local. Isso
nos permite também ver quais fios de sutura iremos utilizar.
 Fins terapêuticos: só fazemos intervenções cirúrgicos quando se trata de saúde e bem estar do animal. Antigamente
fazia-se cirurgias estéticas em animais, como o corte da orelha e causa de algumas raças. Hoje em dia é proibido graças a
deus.
 Qualidades do cirurgião: conhecer anatomia e fisiologia do animal. Saber identificar estruturas para promover acesso,
lembrar que musculo não regenera, ele cicatriza (não tem a mesma forma, função, elasticidade do tecido original).
Importante lembrar disso no acesso cirúrgico (por exemplo para acessar o fêmur, lembrar da anatomia dos músculos e
desvia-los ao invés de corta-los).
 Qualidades do cirurgião: habilidades manuais. Importante treinar e obter pratica, mais destreza, etc. Obviamente
algumas pessoas já tem mais facilidade.
 Qualidades do cirurgião: ser humano e racional. Não achar que o animal e apenas um pedaço de carne, lembrar que é
um ser vivo com dores e emoções, lembrar que o animal ali tem uma família que o ama e é afetuoso a ele. Diferença
entre pequenos animais e animais de produção. Lembrar que animais de companhia tem vinculo direto com a saúde
mental dos tutores. Prezar a humanidade e ser caprichoso. Fazer com cuidado, tomar cuidado na execução do
procedimento! Não só pela estética, mas isso facilita a cicatrização. O tutor também não vai saber do trabalho interno
que o cirurgião fez, ele ve os pontos externos.
 Equipe cirúrgica: cirurgião ( faz todo o processo de higienização, usa roupas e vestimentas apropriadas e comanda a
equipe), auxiliar/instrumentador (segundo cirurgião, outro individuo paramentado, devidamente vestido – em alguns
lugares trabalha-se com até 3 pessoas paramentadas) – cirurgião, auxiliar e instrumentador), anestesia (individuo com o
papel mais importante da cirurgia, responsável por manter o animal vivo, maioria das vezes quando o animal morre
durante um procedimento é por problemas com a anestesia – é o anestesista que avisa quando o cirurgião pode
começar e quando que o animal está devidamente recuperado), assepsista (volante) (são os indivíduos que tem a função
de ajudar o anestesista a preparar o paciente – auxiliar na contenção física, tricotomia, pegar material, fármacos, abre o
material cirúrgico, pega fio de sutura, laminas, ajuda o cirurgião a se paramentar, etc.).
 Observa-se que o cirurgião e o anestesista têm “assistentes” e o centro cirúrgico não funciona sem eles, visto que
anestesista e cirurgião não podem NUNCA deixar seus postos.
Organograma do centro cirúrgico:
 Paciente adentra o centro cirúrgico sem tocar no chão, do corredor que ele entra ele vai para os blocos cirúrgicos, tem a
sala de recuperação (indivíduo que saiu da cirurgia vai para essa sala até se recuperar e é entregue ao tutor pela janela).
Temos também os vestiários onde é preciso trocar a roupa que foi utilizada na área comum do hospital. Isso promove
um isolamento físico da roupa que estava com germes e coloca-se o pijama cirúrgico – que não é estéril – mas não
conhece o corredor do hospital, apenas o centro cirúrgico. Lembrar que corredor de hospital e o local mais contaminado
de todos. Tem-se uma sala de estudos também onde são feitas as receitas e tem-se a sala de paramentacão. Na sala de
paramentacão é onde é feita a higienização do cirurgião e auxiliar.
 Todo o material que é utilizado na cirurgia, ao final dela, precisa ser transportado para área suja. Aquilo que é pano vai
para o expurgo e vai para uma lavanderia especializada. Já o instrumental cirúrgico é limpo na pia, embalado e vai para
sala de esterilização para ser esterilizado e vai para a sala de armazenamento e fica na prateleira (indicando se está ou
não estéreis e a data que isso foi feito – após 6 meses na prateleira, deve ser esterilizado de novo).
 Para o cirurgião sair da sala para o corredor, deve trocar de novo ou colocar jaleco cumprido antes de sair.
 Vestiário: precisa ter banco, armários e nos armários devem estar os pijamas. Não precisa ser estéril, mas não deve ter
contato com o corredor. Então por isso, novamente, precisamos promover essa barreira física entre os contaminantes e
o centro cirúrgico.
 Sala de paramentacão: deve conter pia com formato de coxo e na medida que ela aprofunda ela deve afunilar, quanto
mais funda ela for, melhor. Ela sendo funda, evita respingo de água na mão. O formato de funil é importante e a
profundidade dela também. Temos que ter torneiras, podem ser as que tem acionamento automático ou podem ser
aquelas que acionamos com pedal ou alavanca. Importante que seja assim pois após a assepsia das mãos e braços, não
se pode mais tocar na torneira.
 Ambiente cirúrgico ideal: sala cirúrgica – tem algumas características especificas que devem ser respeitadas
obrigatoriamente. Deve ser um ambiente bastante iluminado, tanto as paredes, quanto o piso deve ser de cor clara para
facilitar a identificação de sujeita. Deve ser de piso liso, para que a limpeza seja adequada e ele retem sujeira e
permanência de microrganismos. Entre as paredes e o chão não podem haver cantos, devem ser arredondados para
facilitar a limpeza. Não pode haver ralo ou janelas (caso haja, devem ser tampados) – isso evita a entrada de insetos.
 Para a sala cirúrgica de grandes, os mesmos cuidados são necessários. Um detalhe diferente é que ela tem uma sala de
pre anestesia que é totalmente modificada com piso antiderrapante e as paredes e portas devem ser acolchoadas
(diferente de um animal pequeno, um animal grande resiste ao máximo a cair e cai de uma vez, se ele esbarrar na
parede com forca pode se machucar – por isso acolchoamos a parede). Isso evita traumas na indução anestésica e
também na recuperação anestésica. Evita traumas.
 Da sala de preparo pro centro cirúrgico em grandes animais precisamos de uma talha elétrica com troller que transporta
o animal até a mesa cirúrgica. Evitamos levantar o animal até o topo e transportar o animal de uma ponta a outra no
troller (elevamos o animal até a altura da mesa cirúrgica, transportamos a mesa cirúrgica ate a sala de preparo e então
colocamos o animal na mesa – evitando sempre riscos maiores).
 Componentes da sala cirúrgica: mesa acolchoada para grandes animais e mesa de inox para pequenos. Tem que ter uma
mesa auxiliar, que é a mesa onde vamos colocar todo o instrumental cirúrgico que vai ter contato direto com o animal.
Tem que ter uma iluminação adequada e a presença do foco cirúrgico (não tem função de iluminar, mas sim de tirar
sombras) quanto mais bulbos de lâmpada tiver, mais conseguimos tirar sombras do campo cirúrgico. Precisa ter também
a haste de fluidoterapia, para colocar soro ou sangue. Todo paciente que precisa ser submetido a um procedimento tem
que ter um acesso venoso que esteja na fluido, muito importante pois caso paciente apresente qualquer problema e
precise de drogas de emergência, elas precisam ser administradas na veia. Bisturi elétrico e essencial, tanto para fazer
incisões sem sangramento, quanto para fazer cauterização dos vasos. Aparelho de monitoração também é indispensável
para monitorar Fc, fluxo de oxigênio e outros parâmetros vitais.
 Como se portar no ambiente cirúrgico? A primeira coisa é tranquilidade, visto que até movimentos bruscos podem
deslocar ar e trazer bactérias. Haverão aparelhos ligados em tomadas, muitos cabos no local. Caso se movimente rápido
e distraído pode ocorrer a queda de um dos aparelhos e contaminar o paciente. Importante também se paramentar no
local reservado. Deve-se evitar ter pias de paramentacão dentro do bloco cirúrgico. Além disso, é importante ter silencio,
mantem um tom de conversa baixo e evitar falatório desnecessário, tudo isso atrapalha o anestesista a auscultar os
parâmetros. Existem inclusive sinais manuais que realizados para solicitar instrumentos cirúrgicos, justamente para não
tirar o foco do cirurgião e anestesista. Sempre lembrar que cuidados com a assepsia do ambiente 9conjunto de
manobras que evitam a entrada de microrganismo em locais que antes não tinham ou tinham pouco).
 Cuidados com assepsia do ambiente: pijama cirúrgico, calca e blusa com tecido mais leve e mangas curtas – lembrar que
o capote cirúrgico vai por cima e pode ficar muito quente. As mangas curtas são importantes pois o cirurgião precisa
lavar as mãos e os braços. Ressaltando que o pijama não e estéril. Gorro e mascara: evitar queda de cabelo no campo
cirúrgico ou sobre a mesa, cabelo retem grande quantidade de bactérias. Mascara tem a função primordial de evitar
deslocamento de ar para dentro do ferimento. Evita também a queda de pelos faciais.

AULA 08/03 PERDI A GRAVACAO NO TEAMS PEGUEI ANOTACOES COM RENATA

CONTINUACAO A INTRODUCAO A TECNICA CRURGIA E PROFILAXIA A INFECCAO

 Assepsia: conjunto de manobras e procedimentos mediante os quais se evita a entrada de microrganismos em locais que
não haviam ou haviam poucos microrganismos.
 Pijama cirúrgico: blusa e calça de tecido leve (brim), de preferência com mangas curtas. Gorro e máscara: a função
primordial do gorro é evitar queda de cabelo no campo cirúrgico ou sobre a mesa auxiliar. A máscara funciona para
segurar o pelo na face em casos de barba e evitar deslocamento de ar.
 10 microrganismo elevado a 6 por grama de tecido vivo é o que determina uma infecção.
 O pijama cirúrgico não é estéril, mas não conhece corredor de hospital.
 Preparo do paciente: -banho geral no dia anterior a cirurgia -cirurgias de urgência: banho local (água + sabão + escova +
tricotomia) -cirurgias eletivas: eliminação de ectoparasitas -tricotomia ampla da área cirúrgica.
 Preparo do campo cirúrgico: -campo cirúrgico: determinas a região do campo cirúrgico -tricotomia ampla -aplicação de
antissépticos -toda área depilada -métodos de realização: Página 4 de Técnica operatória Página 5 de Técnica operatória
começa craniocaudal em todas as regiões, nunca passar a gaze já utilizada duas vezes no mesmo lugar.
 Antissepsia: -antissepsia prévia: feita pela assepsista (volante) com álcool 70 em toda área várias vezes até a gaze ficar
limpar, depois pegar o antisséptico de escolha do cirurgião e fazer a segunda passagem com antisséptico de escolha 3x
de modo que todo tecido fique embebido na solução antisséptica -antissepsia definitiva: feita pelo auxiliar ou cirurgião --
> feita apenas com o antisséptico de escolha, sem álcool porque o álcool retira o antisséptico que o volante colocou
anteriormente. Importante: a antissepsia deve ser feita utilizando gaze esterilizada juntamente com pinça de antissepsia
-após assepsia definitiva espera secar e coloca o pano de campo -antissépticos de escolha: povidine ou clorexidine.
 Preparo do campo cirúrgico: -colocação dos panos de campo: deve cobrir pelo menos todo o animal; há vários tipos de
pano de campo (deve ser feito no mesmo tecido que o avental cirúrgico, de brim e grosso para não permitir a passagem
de líquidos. -Fixados na pele do paciente com pinças de campo, uma em cada extremidade prendendo um pano no outro
e na pele do animal.
 Preparo material auxiliar: -pano de mesa: deve estar esterilizado, deve ser arrumado sobre a mesa auxiliar pelo
auxiliar/instrumentador -pano de mesa feito pelo mesmo material que o pano de campo e deve cobrir toda a mesa
(pano de mesa) -modo de colocação sobre a mesa: aberto pelo volante de modo que ele não toque no interior do
envelope, o cirurgião e auxiliar não devem tocar na parte externa do envelope, apenas na parte interna. O pano de mesa
e pano de campo devem ter a mesma cor, assim como qualquer pano estéril para facilitar descobrir o que é estéril e não
tocar no que é estéril.
 Preparo do material cirúrgico: -deve ser arrumado sobre o pano de mesa pelo instrumentador/auxiliar -deve ser
distribuído segundo sua função (E: especial, S: síntese, A: auxiliar, C: campo, H: hemostáticas, D: diérese -síntese:
material de sutura -Diérese: material de corte -Especial: específicos para o tipo de cirurgia que será feita.
 Posicionamento dos profissionais durante a cirurgia: -Mesa auxiliar deve ficar nos pés do paciente e do lado esquerdo do
paciente -incisão sempre cranial-caudal ou dorsoventral -incisão do lado esquerdo pro lado direito -cirurgião destro se
posiciona do lado direito e o auxiliar do lado esquerdo -A mesa sempre fica do lado dob auxiliar -a incisão deve ser
realizada do lado não dominante para o lado dominante.
 Profilaxia da infecção: -vias de transmissão: ato cirúrgico é responsável por 90% das infecções e o ambiente cirúrgico por
apenas 10% Assepsia: conjunto de procedimentos com finalidade de evitar a penetração de germes em locais que não
contém.
 Ex: uso de pijama, propé, gorro e máscara. Antissepsia: método pelo qual uma substância impede a proliferação de
microrganismos em tecidos vivos.
 Ex: limpeza das mãos, limpeza do campo cirúrgico.
 Antissépticos: -tintura de iodo (álcool, iodo, álcool -álcool 96% e 70% (o 70% é melhor pq demora mais pra evaporar) -
Povidine (polivinilpirrolidona)  Tem degermante e não degermante, o degermante possui uma substância tensoativa,
como se fosse um detergente junto com o anti-séptico e o tópico é só a substância anti-séptica. Para o campo cirúrgico
usamos o tópico -Clorexidine --> tem ação imediata germicida, mas não pega todas as formas esporuladas (não pode ser
usada no ouvido e nem no olho porque é ototóxico e tóxico para células Página 8 de Técnica operatória Página 9 de
Técnica operatória (não pode ser usada no ouvido e nem no olho porque é ototóxico e tóxico para células epiteliais da
córnea --> possui solução aquosa, muito usada para higienização de mucosas e cavidade oral, solução alcóolica usada
para anti-sepsia do campo cirúrgico e degermante para anti-sepsia das mãos e caso o animal esteja muito sujo usa antes
no campo cirúrgico, mas retira o excesso de substância tensoativa, porque se ela cair na cavidade causa irritação.
Desinfecção: é o método físico ou químico utilizado para impedir a presença de germes ou microorganismos em
instrumentais, utensílios e ambientes.
 Ex: limpeza do centro cirúrgico com produtos químicos -ex de desinfetantes veterinários: Biocid, Creolina, Cloro, água
sanitária, água a 100° (herbalvet) Esterilização: é o método + seguro para destruição de microorganismos, ou seja, causa
a destruição total destes.
 Ex: esterilização de material cirúrgico -esterilizantes: autoclave ( temperatura 120°, pressão 1atm por 20 min) -Estufa não
é mais utilizada -Para esterilizar furadeira é um procedimento diferente -Outra forma de esterilização é a utilização do
fogo instantâneo em cirurgias de emergência onde o material não está estéril --> álcool + fogo ou fervura por 10 minutos
Anti-sepsia de braços e mãos: objetivos: remoção mecânica das sujidades mais visíveis e oleosidade; redução dos
microorganismos presentes (temporários e permanentes).
 Utilizar escova estéril com degermante Página 10 de Técnica operatória Página 11 de Técnica operatória -enxague das
mãos e antebraço - sentido mão/antebraço e evitar contato com qualquer local -enxugar os braços e mãos com
compressa cirúrgica estéril -importante: deve escovas as mãos, unhas e antebraço pelo menos 10 vezes; após término da
limpeza não deve tocar em nenhum objeto (torneira); após anti-sepsia os braços devem ficar elevados acima do cotovelo
-colocação do avental: deve-se pegá-lo pelas tiras superiores -colocação de luvas cirúrgicas: observe que existem abas
nas dobras internas da embalagem das luvas; elas existem para facilitar a abertura do papel, sem que ocorra o risco de
tocas nas luvas e contaminá-las; então, segure nas abas e abra os dois lados que revestem as luvas -manter braços e
mãos em nível mais elevado que o cotovelo e afastados das roupas cirúrgicas, pias e torneiras.
 Precauções para uma cirurgia asséptica: -esterilização rígida de instrumentais e utensílios -anti-sepsia adequada do
campo cirúrgico -cuidados com manuseio dos tecidos -hemostasia perfeita.
 Falhas técnicas da cirurgia asséptica: -mãos e antebraço do cirurgião -esterilização deficiente -boca, nariz do cirurgião,
auxiliares e pessoas no ambiente cirúrgico -pele do paciente - tricotomia e anti-sepsia deficiente.

TECNICA OPERATORIA – MARIA MENDES – AULA 03 – 13/03 – SEGUNDA FEIRA

FASES FUNDAMENTAIS DA TECNICA OPERATOTIA

 Qual o objetivo do procedimento cirúrgico? Promover a cura de um processo patológico através de intervenção física ou
mecânica inclui cortar os tecidos, retirar parte desses tecidos, colocação d implantes (próteses, placas, pinos),
reconstrução de tecidos e quando a gente realiza essas manobras que são realizadas de forma mecânica, acabamos
causando uma certa injuria ao paciente. Buscamos causar o mínimo de injurias possível.
 Classificação dos instrumentais cirúrgicos: diérese (destinados a corte), síntese (destinados a reconstrução dos tecidos),
auxiliares (vão atuar de forma indireta no procedimento – apreensão, fixação do tecido), hemostasia (o controle da
hemorragia).

DIÉRESE
 Toda manobra manual e instrumental feita para chegar no local da cirurgia. Inclui o corte e a separação dos tecidos até
chegar no objetivo da cirurgia, feita por instrumentais específicos.
 2 tipos de diérese:
 Cruenta – onde ocorre bastante exposição de tecido e a Incruenta – onde ocorrem incisões menores, separação de
tecidos e preservação da parte vascular e nervosa.
 Principal instrumento de diérese hoje na veterinária é o bisturi e com ele realizamos a manobra de incisão.
 Incisão: ato de cortar os tecidos, deve ser feito de maneira única e perpendicular aos tecidos. Se precisamos fazer um
corte entre o ponto x e o ponto y, devemos iniciar o corte e seguir continuamente ate o ponto y. Caso esse corte não
seja suficiente, devemos passar lâmina por cima novamente ate o tecido ser aberto. O que não podemos fazer é fica
movimentando o bisturi para cima e para baixo, pois isso leva ao retardo da cicatrização, entrada de microorganismos e
causa dor e desconforto ao paciente. Manobra de cortar sempre do ponto inicial ao final, se não for o suficiente, enconta
novamente no ponto inicial e vai até o final.
 Exérese: também é uma diérese cruenta. Retirada total ou parcial de uma estrutura anatômica. Muito utilizada para
remover neoplasias. Sempre que promovemos o corte, devemos promover de forma fisiforme de forma que facilite a
reconstrução do tecido depois.
 Ressecção: é o mesmo que exerce, porem ocorre em tecidos duros (osso, como a resseção da cabeça do fêmur),
 Curetagem: diérese cruenta – raspagem de tecidos neoformados e indesejáveis.
 Escarificacão: diérese cruenta – raspagem superficial, ou pequenas incisões nos tecidos com a finalidade de provocar
aderência. Ocorre muito em feridas que chegam no hospital após alguns dias da lesão, machucado já está com tecido de
granulação, promove-se a raspagem superficial (pode ser através de pequenos cortes ou pode literalmente raspar o
bisturi em cima – isso remove as camadas de cicatrização que iniciar incorretamente, continuar o processo ate haver
sangramento.) Mesma coisa que debridacao.
 Punção: diérese cruenta – feito com trocantes ou cateter, para retirada de líquidos e gases. Mesmo sendo pequena,
consideramos sim cruenta. Exemplo: gato obstruído, punciona a pele musculatura e bexiga e faz o esvaziamento da
bexiga, cisto centese.
 Diérese incruenta
 1- Divulsao: é o afastamento dos tecidos através de uma abertura, realizada com a tesoura fechada ou manualmente. A
tesoura entra fechada entre os tecidos que temos a intenção de separar, abre a tesoura entre esses tecidos e puxa ela
aberta. Isso vai separando esses tecidos.
 2- Crio bisturi: trabalha com o nitrogênio líquido (-80ºC), ele rapidamente retira o calor do tecido e promove a
cristalização da célula e a ruptura delas, sem causar sangramento. Basicamente se congela toda aquela região, faz a
incisão em volta e remove esse tecido. No momento dessa manobra e importante evitar que células neoplásicas saiam,
então facilita a remoção com margens de segurança nesse tecido.
 3- Bisturi elétrico: trabalha focando toda a energia produzida em um determinado ponto, essa energia focada e
transferida para esse ponto promove uma vaporização da célula e o tecido se abre. A energia dissipada nesse único foco
gera termo aquecimento em volta do foco e automaticamente cauteriza os vasos. Existem vários modelos de bisturi
elétrico (caneta, ponteiras, botão para ligar, calculador de voltagem, selecionar se quer só cauterizar ou fazer corte
também, usar placa por baixo do paciente para a descarga elétrica ficar apenas onde o corte precisa ser feito).
Vantagens do bisturi elétrico: não tem sangramento, diminuímos o numero de fios de sutura utilizados para fazer
hemostasia (ligadura – usar o fio de sutura para abraçar o vaso que está sangrando) isso é ótimo pois diminui infecção
por corpo estranho no corpo do paciente, não perdemos tempo secando e procurando vasos sanguíneos então o tempo
anestésico cirúrgico é curto (menos riscos e menos complicações). Desvantagens: podemos ter necrose nas bordas
teciduais causando retardo da cicatrização tecidual visto que como está cauterizado não irá chegar sangue o suficiente
ali na região do corte, diminui a resistência naquela região a infecções pois são os vasos sanguíneos que levam células de
defesa e fármacos para a região do corte, cuidado ao usar ele próximo a substancias inflamáveis e tecidos que produzem
gases.
 4- Bisturi de lâmina fixa: é o normal. O mais utilizado na medicina veterinária. Hoje quase não se usa mais o de lâmina
fixa (quase não se usa mais, lâmina não removível, tem que ficar amolando e anestesiando). O de lâmina móvel usamos
2 cabos (3 e 4). A escolha da lâmina e do cabo depende do tipo de procedimento que vamos realizar. Pedido manual ou
por sinais para o bisturi, lembrar que no centro cirúrgico evitamos falar, por isso tem o sinal manual. O sinal para o
bisturi é joga todos os dedos em direção a mão como se estivesse fechando o punho e sinaliza para baixo.

PEGADAS DE BISTURI
 Os bisturis apresentam 3 pegadas básicas: forma de lápis (segura o bisturi como se ele fosse um lápis mesmo) e há
pequeno contato da superfície cortante do bisturi com o tecido, palma da mão fica apoiada sobre o tecido. Esse tipo de
manobra dá uma grande precisão no corte. Usa-se para fazer pequenas incisões em tecidos delicados.
 Empunhadura na ponta dos dedos: 100% da superfície cortante do bisturi entra em contato com os tecidos e o
movimento é feito com o braço. Indicado para grandes incisões.
 Empunhadura na palma da mão: maioria das regiões utiliza ela, porção proximal do cabo do bisturi é apoiada na palma
da lâmina, dedo indicador posicionado acima da lamina, promove maior pressão ao corte e é indicada para corte de
tecidos mais resistentes e espessos.

TESOURAS CIRURGIAS
 Existem diversas que usamos na veterinária com vários pesos, tamanhos e pontas.
 Partes das tesouras: argolas, hastes, fulcro (une uma haste a outra, parafuso no meio da tesoura), fulcro, lâmina e
pontas.
 Podemos classificar as tesouras com relação a ponta: fina-fina (utiliza-se em tecidos mais resistentes), fina-romba (usada
para fazer aberturas de cavidade – ponta fina para fora e a romba para dentro da cavidade), romba-romba (tecidos mais
delicados e manobras dentro de cavidade – de modo que não danificamos estruturas onde a ponta da tesoura bater pois
ela é romba).
 Classificação das tesouras em relação a forma: lâmina reta ou curva.
 Reta: permite maior forca mecânica, tanto no corte quanto na direção quando comparada com a tesoura curva. A
tesoura curva permite maior visibilidade do que estamos fazendo e onde estamos fazendo (professor deu o exemplo de
colocar os dois dedos pra frente e olha, não conseguimos ver a ponta dele – mas se curvar o dedo conseguimos ver onde
a ponta esta).
 - Tesoura de Metzembaum: tesoura mais delicada, usada para tecidos finos. Pode ter forma reta ou curta, tem lâmina
curta.
 - Tesoura de Mayo: mais rustica, utilizada para corte e divisão de tecidos mais resistentes, pode ser reta ou curva, pode
ser fina-fina, fina-romba, romba-romba. Diferença da de metzembaum: tamanho da lâmina – Mayo tem lâmina longa.
 - Tesoura de sutura: utilizada para cortar os pontos após a sutura, evitar usar as tesouras cirúrgicas para cortar ponta de
fio (isso gasta a superfície de corta de uma tesoura que deveria ser tecidual).
 - Tesoura tira ponto: usa-se no final do pôs operatório. Paciente vem para retirada dos pontos, apresenta uma
concavidade na lâmina inferior, conseguimos isolar e pegar o fio de sutura sem lesionar o paciente. Também é usada
para curativos. Essa tesoura não vai na caixa cirúrgica, ele é desinfectado, mas não esterilizada. Aponta é romba para
não causar danos a pele do paciente.
 Pedido manual ou por sinais da tesoura: mostra as costas da mão e faz o movimento de corte com o dedo indicador e o
médio (literalmente faz movimento de tesourinha com a mão kkkk).

EMPUNHADURAS
 - Empunhadura em tripe de base ampla: dedão na argola superior, anelar na argola inferior, dedo do meio de apoio e
suporte na haste inferior e o indicador vai em direção ao fulcro promovendo precisão ao corte. Por que usar essa
empunhadura? Os cortes com tesouras vão para frente no tecido e para conseguir um corte preciso com a tesoura é
necessário executar 3 forcas durante a manobra. A primeira é chamada força de oclusão (movimente abre e fecha),
segunda forca é a de cisariamento (fazer com que uma lâmina passe rente a outra), força de toque (faz com que a
superfície interna entre as lâminas se risque, se raspem) – a junção dessas 3 forças promove um corte preciso. Para
conseguir fazer força de torque. Para conseguir essas 3 forcas ao mesmo tempo a melhor empunhadura é essa de tripe.
Lembrando novamente que a maioria das vezes o corte é de avanço. Se tivermos que fazer o corte com o lado não
dominante, não se faz com a mão não dominante pois precisamos de precisão, então fazemos o que é chamada
manobra reversa, onde invertemos os dedos encaixados nas argolas. Existe também a empunhadura polegar indicador:
coloca o polegar em uma argola e o indicador na outra, usa-se os outros dedos para dar apoio e é usada para fazer cortes
em direção a nós mesmos.
 Para que o corte continue sendo preciso é preciso estabilizar o tecido sobre a lâmina da tesoura, para isso a tesoura tem
que ficar paralela ao tecido que vai ser incidido, faz-se certa forca para cima para estabilizar o tecido, o corte sempre vai
ser o mais próximo do fulcro possível e não da ponta – torque é maior na região do fulcro e isso garante mais precisão e
forca. Nunca fechamos totalmente a tesoura ate a ponta porque após isso teremos que iniciar um novo corte e isso cria
bordas soltas serrilhadas (tem um nome especifico, mas nunca consigo ouvir direito kkkk).
 Instrumentais mais comuns para diérese: cisalha, costotomo, cureta, burdizio, emasculador, serra cirúrgica, fio serra
(para serrar o feto dentro do útero), trepano (usado muito para remover dentes de cavalo ou em casos de sinusite onde
fazemos um buraco para drenar conteúdo infectante).

INCLUIR AULA DE QUARTA FEIRA PASSADA AQUI 15/03

TECNICA OPERATORIA – MARIA MENDES – 20/03 – SEGUNDA

SINTESE
 Conceito: é o conjunto de manobras manuais e instrumentais destinadas a reestabelecer da melhor maneira possível a
forma e função dos tecidos, incididos acidentalmente ou voluntariamente.
 Importante, como sempre, ter um plano pré-determinado. E lembrar que cada caso é um caso, varias fatores devem ser
levados em consideração antes da tomada de decisões.
 Para fazer uma boa sutura precisamos de:
 1- Assepsia correta dos tecidos e material de sutura (por exemplo animal que chega com ferida de mordida e alguém
sutura imediatamente – levando a infecção grave, pus, ferida infeccionada), primeira coisa a fazer é tricotomia. Para que
não haja risco do pelo cair dentro da ferida, passar gel de ultrassom na ferida e quando o pelo cair ficara preso no gel e
não no machucado. Após a tricotomia, limpa-se o ferimento: água, sabão, solução degermante, clorex)
 2- Hemostasia perfeita – se tiver vaso sangrando tem que identificar e resolver o problema. Fazer ligadura, cauterização,
etc. O que for melhor para a situação.
 3- Abolição do espaço morto – Quando há o descolamento da pele dos tecidos subcutâneos, comum em casos de
atropelamento e brigas. Se deixar o espaço morto aberto e ele irá se encher de ceroma e depois exsudato, podendo virar
um abcesso ou foco de infecção. É necessário colar o subcutâneo de volta.
 4- Lábios das feridas limpos e sem anfractuosidades – fazer boas bordas e lembrar de não deixar as anfractuosidades que
irão prejudicar a cicatrização e bem estar do animal. Remover todo o tecido necrótico: animal chega com muita necrose
e o animal não está bem para ser sedado, como proceder? Bandagem úmida seca – gaze umedecida com soro fisiológico
dentro do ferimento, por cima dela colocar algodão hidrofílico e enfaixar. O algodão hidrofílico suga a água da gaze 
gaze seca dentro do ferimento  se adere ai ferimento  no dia seguinte quando remover a gaze ela irá remover o
tecido necrótico  repetir até observar granulação.
 Ausência de corpo estranho e tecido morto: limpar bem o ferimento e garantir que corpos estranhos não estão na
dentro e poderão causar focos de infecção mais pra frente.
 Posição anatômica correta: garantir que a estrutura anatômica está sendo preservada de forma correta sempre que
possível.
 Tração moderada sobre o fio: se apertar demais o nó, irá causar isquemia naquela região. Uma região isquêmica não irá
receber nutrição e fluxo sanguíneo, isso irá impedir a cicatrização. A tração do primeiro nó é suficiente apenas para
cooptar as bordas, já a tração do segundo e do terceiro pode ser forte porque não será passada para o ferimento,
apenas para o primeiro no (que já estará com boa tração).
 Após a limpeza da ferida iremos passar por todo o processo de antissepsia cirúrgica e colocar pano de campo.
 Materiais necessários para manobra de síntese: porta agulha (estabiliza a agulha cirurgia, promove introdução e saída
dos tecidos), pinça, agulha cirurgia e fio de sutura.
 Entre os porta agulhas existem vários tipos: de forma geral são muito parecidos com pinças hemostáticas. Tem uma
diferença básica entre eles, a extremidade do porta agulha é curta e robusta. A da pinça é cumprida é fina.
 Porta agulha tem sistema de gremalheiras (aqueles dentinhos onde você consegue travar o instrumento fechado).
 Porta agulha mayo-hegar: possui uma fissura no meio da ponta do porta agulha que auxiliar em melhor tração e forca na
agulha
 Porta agulha Olsen-hegar: muito parecido com o anterior, mas entre o fulcro e a extremidade do porta-agulhas tem-se
uma lâmina. Da pra cortar o fio com ele, tem função de tesoura (cortar linha de sutura apenas – não corta tecidos).
 Porta agulha mathie: tem um sistema de molas, não possui argolas. O ato de fechar e abrir a mão já segura ou não a
agulha (parece um alicate).

NÃO ESTOU CONSEGUINDO PRESTAR AGNVA MUTI


 A maioria dos animais passa apenas pelo cirurgião.

FIOS DE SUTURA
 Orgânicos e inorgânicos.
 Orgânicos: produzidos sintetizados através de material vivo (animal ou vegetal).
 Fios inorgânicos ao simpdslf denrod sdos (to aqui corrigindo as anotações após a aula e não faco ideia do que eu queria
escrever aqui) orgânicos temos que:
 Orgânico: pode ser absorvível (cat gute) ou inabsorvível (seda algodão).
 Inorgânico: podem ser absorvíveis (vicryl, PDS, caprofyl, dexon.
 Inorgânico: inabsorvível: nylon, poliéster, polipropileno.
 Importante lembrar na escolha dos fios: todos os fios orgânicos possuem material genérico em suas estruturas e podem
sofrer rejeição. Os fios inorgânicos são inertes, então não são reconhecidos pelo corpo do animal nem como corpo
estranho nem como parte do próprio corpo.
 Outra particularidade importante dos fios é a classificação desses fios quanto ao seu estruturamento físico. Temos o
monofilamentoso e multifilamentado.
 Monofilamento: um filamento de fio só (nylon).
 Multifilamentoso: formado por vários filamentos (cadarço, linha de costura, barbante).
 Independente se é orgânico ou inorgânico, pode ser mono ou multi.
 Em cima disso, temos que saber algumas características importantes desses fios.
 Dependendo dessa característica física poderemos ou não usar eles em determinados locais. Isso depende da
capilaridade do fio – capacidade do fio de reter ou transportar líquidos (e com isso mais bactérias). O fio
multifilamentoso tem alta capilaridade, se formos fazer uma cirurgia no intestino de um animal e tenha que passar a
agulha na luz e na parte externa do órgão. Nesse caso o ideal seria o mono devido ao menor transporte de bactérias.
 Memoria do fio: capacidade do fio de voltar ao seu estado original na ausência e tensão. Comparação entre um fio
dental e fio de nylon. O de nível ao ser retirado de um carretel, segue enrolado e mantem seu estado original devido a
memória dele. Isso afeta a quantidade de nós que precisaremos dar. Quando maior a memória, mais nós tem que dar.
 Pliabilidade: a capacidade de fechar o nó, atar o no, o quão fechadinho um nó fica. Fio de nylon por exemplo a gente não
consegue dar um nó apertado facilmente. Pensar em fios duros que tentamos dar um nó e eles basicamente se
desfazem. Fios multifilamentosos tem maior pliabilidade.
 Coeficiente de atrito: capacidade do fio de aderir nele mesmo e nos tecidos. Novamente o multifilamentoso apresenta
maior coeficiente de atrito. Por isso a escolha do fio depende de onde ele será feito. Para uma parede de vaso, seria o
ideal um alto coeficiente de atrito, para ficar bem aderido e não ter vazamento, esse fio não sera removido também.
Agora pensando na pele, usar um fio multifilamentoso vai ser maléfico, visto que irá aderir demais na pele, depois será
difícil de retirar.

TECNICA OPERATORIA – MARIA MENDES – 22/03 – QUARTA FEIRA

FIOS

ORGANICO ABSORVIVEL
 Feito de proteína animal e o organismo o absorve. Não há necessidade de retirada. Lembrando que todo material
orgânico, devido a sua composição de proteínas, pode estar relacionado a grandes reações teciduais (rejeições).
 Categute: feito da submucosa de carneira, bois, etc. Antigamente era feito com intestino de gato, por isso o nome.
 E uma fibra de colágeno formalizada (tratada com formol). É um fio que pode ser encontrado na forma simples
(absorção de 15 a 14 dias), tem o categut cromado (recebeu banhos de sal de cromo) – isso impede a ação de
macrófagos e aumenta o tempo de reabsorção. É um fio multifilamentado o que faz com que ele tenha alta capilaridade.
Pode predispor uma grande rejeição tecidual. Quase não é mais usado hoje em dia.
 Quando pegamos o categut vamos ver que ele é envolto dentro de um liquido na embalagem (clorofórmio + álcool de
cereais) – isso é para que o fio orgânico de origem animal fiquei mais tempo viável (não resseque, não perca facilidade,
etc). é uma característica especifica do categut. Se pegar um fio velho ele vai estar ressecado.
 Na frente do nome do fio sempre haverá um numero que indica o diâmetro do fio. Na embalagem também vemos se o
fio tem ou não agulha e conseguimos ver também o comprimento do fio. A maioria dos fios que vem sem agulha tem um
comprimento maior, já que tem certa dificuldade de agulhar. É mais interessante adquirir um fio agulhado, mesmo que
ele seja menor. Com o fio que não é agulhado sempre há perdas e mais trabalho.
 Numeração: em relação ao diâmetro do categut nós o temos de 4 a 6-0. O que isso significa? Que temos um fio diâmetro
4, 3, 2, 0, 2-0, 3-0, 4-0, 5-0 e 6-0. O que temos que entender disso? Quanto maior o numero de zero, mais fino é o fio.
Quanto maior o numero inteiro, mais grosso é o fio. Então, 4-0 seria mais grosso que o 6-0. O mais grosso de todos é o 4
e o mais fino de todos o 6-0. O diâmetro do fio não tem correlação com o tempo de absorção, ele está relacionado
apenas com a força de tensão, quanta tração ele aguenta. Fio com diâmetro menor arrebenta fácil.
 Categut pode ser encontrado com ou sem agulha.

ORGANICO NÃO ABSORVIVEL


 Algodão: organismo não absorve. Pode ser encontrado com ou sem agulha e de diversas cores. O algodão e o único fio
que foge à regra da numeração do diâmetro. Todos os outros seguem a regra normal. No fio de algodão quanto maior o
numero de zeros, maior é o diâmetro do fio. Em ordem do mais grosso para o mais fino: 4-0, 3-0, 2-0, a-1 e p-10 (mais
finos).
 É um fio facilmente esterilizado, facilmente armazenado, baixa memoria, alto coeficiente de atrito, fácil de manusear.
Por ser orgânico de origem vegetal, está relacionado a muita rejeição tecidual. Quando usado internamente pode
promover a formação de granulomas e fistulas. Tem que ser utilizado com bastante cuidado. Hoje em dia usamos em
situações especificas a ligaduras de vaso, onde temos muito tecido adiposo e precisa conter a hemorragia naquela
região.
 Seda: origem animal. Bicho da seda. É um fio que pode ser encontrado com o sem agulha, preto, multifilamentoso,
mesmas características do fio de algodão. Mas esse não promove rejeição tecidual, é um fio menos reativo do que o fio
do algodão. Muito usado em cirurgia ortopédica pois tem muita resistência, bom coeficiente, consegue segurar as
estruturas bem no lugar. Alguns fios de seda são seda “silk” isso significa que foram siliconados. Algumas empresas
fazem isso para diminuir a permeabilidade e capilaridade, isso diminui a chance de rejeição visto que o fio não irá
absorver liquido e por consequência, micro organismos.

FIOS INORGANICOS ABSORVIVEIS


 São os mais utilizados hoje em dia pois são os que causam menos rejeição.
 Pliglactina 910 (vicryl): tem a propriedade de ser absorvível e inerte (não causa reação tecidual), cada individuo é
diferente. Pode ser que um animal ou outro tenha reação com ele, mas aí é so trocar o fio – mas de modo geral ele é um
fio inerte. É um fio resistente a força de tração, multifilamentoso, alta capilaridade (tomar cuidado com a levada de
microorganismos para a a luz dos órgãos), alto coeficiente de atrito. A numeração e semelhante a do categut. O menor
diâmetro dele é 8-0 e o maior é 2. Tempo de absorção é em torno de 60-90 dias. Com 21 dias ele perde 50% da forca
tensil, não é reabsorvido ainda mas “arrebenta” mais fácil.
 Ácido poliglicolico (dexon): tem as mesmas características do vivcryl. O maior e o numero 2 e o mais fino é o 8-0. Ele
perde força de tensão em torno de 14 dias ele perde cerca de 50% da forca tensil. Por esse motivo ele é mais barato que
o vicryl.
 Polidiaxanona (PDS): a diferença dele pros demais é que ele é monofilamentoso. Absorvível, sintético, inerte, resistente,
numeração semelhante: a maior é 2 e o menor é 8-0. A absorção dele é em 180 dias e com 21 dias ele vai perder 40% da
forca tensil. O maior diferencial dele é ser monofilamentoso, então se for fechar um órgão com luz é melhor usar ele,
visto que leva menos microorganismos. Por esse motivo ele é mais caro. Tem baixo coeficiente de atrito por ser
monofilamentoso, por isso adere menos aos tecidos, mais difícil de atar o nó, tem alta memoria então o nó pode se
desfazer, tem que deixar a ponta mais comprida pois se ficar curta pode desfazer, importante dar vários nós na ponta
para não desfazer.
 Fio de aço: usado na reconstrução de tecido ósseo, como é inoxidável não causa rejeição, bastante inerte. Pode ser
encontrado em forma de carretel ou em envelopes. É um fio difícil de dar nó, então trabalha-se mais o sistema de torcao
para fixar o fio no tecido que ele esta sendo trabalhado (mais usado na reconstrução de fraturas, não e usado na sutura
convencional). Baixa capilaridade, baixa memoria (a posição que colocar ele fica), baixa pliabilidade (difícil de dar nó).

INORGANICOS INABSORVIVEL
 Nylon: fio sintético inabsorvível. A numeração do fio metálico também segue a numeração do catgut. O fio de nylon
pode ser monofilamentoso ou multifilamentoso (nylon trancado) – o multifilamentoso é encontrado com o nome de
perlon e é bastante utilizado par sutura de tendões, visto que essas estruturas estão sempre submetidas a alta tensão
então se usarmos um monofilamentoso, corre o risco de o fio rasgar o tendão. O nylon simples em geral apresenta todas
as características de um fio monofilamentoso, baixa capilaridade, alta memoria, baixa pliabilidade, baixo coeficiente de
atrito. O fato dele ser um fio que tem baixa capilaridade, pode ser usado em regiões contaminadas. Como ele é um fio
com baixo coeficiente de atrito é indicado para suturas externas pois é facilmente removível e por ser um fio inabsorvível
é indicado para suturas externas. Ou seja, em algum momento ele pode ser removível. No entanto por ele ser um fio
totalmente inerte e não causar reação de corpo estranho, pode ser usado com segurança em suturas internas. É um fio
barato e não causa desconforto nem reações, então é utilizado sim internamente.
 Devido ao fato dele ser um fio inabsorvível e sintético, pode ser utilizado tranquilamente em situações de extrema
inflamação ou contaminação. Ele é inclusive indicado para isso. Uma perfuração de estomago por exemplo que chega
com peritonite, tem que fechar estomago, musculatura e subcutâneo. Estará todo inflamado, se usar um fio
reabsorvível, a reação inflamatória vai fazê-lo ser reabsorvido muito rápido e abrirá o órgão novamente. Então pode
fechar com o nylon, vai segurar o órgão no lugar tranquilamente e como ele é monofilamentoso terá menos chances de
infecção. Mas ele também tem problemas, se usar nylon na bexiga urinaria, como ele não é absorvível, mesmo que não
cause reação de corpo estranho, a bexiga tem predisposição a formar calculo e pode começar a formar cálculos em
torno dele, levando a obstruções.
 Poliester: fio multifilamentoso, sintético, não absorvível, alto coeficiente de atrito, baixa capilaridade, baixa memoria (nó
não se desfaz com facilidade). Devido a suas características, é muito utilizado em cirurgias vasculares. Mesmo ele tendo
alta capilaridade, ele é siliconizado para abaixar os riscos de infecção devido a menor capilaridade.
 Existem outros fios no mercado e a escolha deles vai ser em cima do estado clinico do paciente e levando em
consideração as características do fio. Lembrando que os orgânicos causam muita reação tecidual e os inabsorvíveis não.
Lembrando que, em geral, usamos o absorvível internamente e os inabsorvível para sutura externa. Dar sempre
preferencia para os inorgânicos. Situacao contaminável usar o monofilamentoso, situação não contaminável usar um
multifilamentoso.

AGULHAS

 A maioria das agulhas cirúrgicas são semicirculares. Mas pode acontecer de pegar uma agulha reta, agulha semi reta.
Mas a maioria dos casos a agulha que vamos trabalhar é a semicircular. Existe também a agulha em S, que é mais
utilizada para sutura de pele de bovinos, ela encaixa melhor na palma da mão e a escolha vai muito do cirurgião. As
agulhas retas são muito utilizadas em suturas intradérmicas para não deixar cicatriz.
a agulha semi circular tem suas estruturas:

TIPOS DE FUNDO
 Fundo cego: se olharmos o olhal da agulha que terá aquela bolinha na ponta onde o fio passa dentro. O mais tradicional
é o fundo falso ou fraces (fundo traumático). Nele teremos um fundo real totalmente fechado e um fundo falso que tem
abertura para parte externa. Muito utilizado para fazer sutura rápida.
 Fundo prensado ou atraumatico pois o diâmetro do fundo é o mesmo diâmetro do corpo da agulha. O fundo prensado
ou atraumatico, é o que o fio já vem preso na ponta da agulha. É o melhor tipo de agulha que tem para trabalhar pois
não teremos dificuldade de atravessar o tecido. Toda vez que for comprar fio, comprar o agulhado. Mas é sempre
importante ter agulhas avulsas com fundos falsos pois a agulha pode quebrar, o fio pode arrebentar, o fio pode soltar do
fundo prensado e caso você já tenha feito metade da sutura é só encaixar a agulha avulsa e continuar ao invés de ter que
desfazer tudo e começar de novo.

TIPOS DE CORPO
 Formato cilíndrico: é um tipo de agulha que será utilizada para suturas internas, como musculatura.

 Formato triangular: causa grande instabilidade no porta agulha



 Corpo trapezoide: um tipo de corpo de agulha que permite a penetração fácil de tecidos mais resistentes como pele.
Devido ao seu formato também aumenta a estabilidade da agulha no porta agulhas.

TIPOS DE PONTA
 Ponta cilíndrica aguda.
 Ponta cônica romba – melhor para utilizar em corpos friáveis, como sutura hepática/esplênica/renal.
 Triangular cortante: ideal para sutura de pele.
 Da pra olhar qual o tipo de ponta de acordo com o envelope do fio.

SUTURAS

 Sutura, síntese, fechamento. A sutura é a forma que o fechamento cirúrgico é feito.


 Não falar mais “costura” e nem “linha”. Os termos corretos são sutura e fio de sutura.
 Temos basicamente 2 tipos de sutura que são: continua – onde se da o ponto inicialmente fora da ferida e passa o fio em
volta da borda, borda a borda, fechando toda a ferida ate sair na outra porção integra e dou o nó. E temos suturas
separadas, dá-se um primeiro nó no meio da ferida para diminuir a tensão e depois um longe e outro longe, um no meio
dos dois e assim por diante, dando pontos isolados ao longo de toda a ferida.

TIPOS DE SUTURA
 Continua
 Vantagens – a quantidade de fio utilizada é menor, economia do material, menor quantidade de corpo estranho no
organismo. É feita mais rapidamente, diminui tempo anestésico cirúrgico. Promove melhor vedação, então se for um
órgão que tem liquido dentro e não queremos extravasamento de liquido para fora, ela é ideal.
 Desvantagens: se por algum motivo o fio se romper em algum lugar, toda a ferida ira se abrir (isso para feridas externas
– feridas internas raramente vão abrir devido a agitação do animal, por exemplo).
 Separada
 Vantagens – se houver ruptura de um ponto, a sutura não irá se abrir toda. Podemos perder 2,3 pontos e a ferida não se
abrir. Como ela é individual podemos promover uma aproximação uniforme com a mesma tensão adequada em ambas
as bordas, tem como padronizar a tensão e isso padroniza a cicatrização. Como mantenho o espaço entre um ponto e
outro, é uma região que mantemos a vascularização adequada, boa irrigação nessa região.
 Desvantagens: perde-se muito tempo para fechar ferida com o nó separado. O tempo anestésico cirúrgico é maior, logo,
mais perigoso. Gasta-se maior quantidade de material, deixa mais corpo estranho no organismo – maior chance de
reação de corpo estranho. Ficar atento as vantagens e desvantagens a cada padrão de sutura.
 Como escolhemos a melhor sutura para cada situação? Seguindo esses princípios, tem-se a maneira própria do cirurgião.
Dentro da sutura continua e a descontinua tem-se tipos de cada uma com suas devidas vantagens e desvantagens e
temos que verificar situações que vão influenciar nessa escolha. Situações como:
 I - Local da ferida: se for uma região de tensão tem que usar pontos separados pois pode acontecer de um ponto ou
outro romper, animal pode ser agitado. Se for um animal que está em uma condição física inadequada durante a cirurgia
é melhor fazer uma sutura mais rápida e mesmo se romper um lado ele pode abrir a sutura – mas é melhor evitar o risco
anestésico e depois dar alguns pontos separados para segurar
 II – Condição do animal: se o animal não está bem enquanto submetido a anestesia, se está instável, está tendo muito
risco o ideal é terminar o mais rápido possível. Fazer uma sutura continua.

PADROES DE SUTURA
 1- Coaptante: sutura de tecidos semelhantes (pele a pele, musculo a musculo,), camadas justapostas. Esse tipo de sutura
acelera o processo d cicatrização, esteticamente é mais bonito também.
 2- Invaginante: bordas da ferida vão ficar para o lado interno. Normalmente utilizada onde se tem bastante
contaminação e não queremos que a contaminação venha para fora. Muito usada em fechamento de órgãos ocos
(intestino, estomago, bexiga), evitar contato com o meio externo. As bordas da ferida ficam para o lado de dentro.
 3- Evaginante: as bordas ficarão para fora, utilizada em regiões de muita tensão e pegamos bastante camada tecidual
para fazer uma sutura de tensão. Utilizar em ruptura de tendão, região de musculo com tensão, regiões de pele
tensionada. Hernias diafragmáticas: além de ser um local de tensão, também precisamos da vedação para que não haja
saída de ar.
 Tanto a sutura invaginante quanto a evaginante, são suturas que tem uma diminuição no processo de cicatrização
quando comparadas com sutura coaptante que tem camada com camada justapostas em contato uma com a outra. Nas
outras não há a união de camada com camada.


 Sempre quando formos iniciar uma sutura, iniciamos com um nó e ele pode ser simples ou de cirurgião. O simples é o
que conhecemos. Num nó simples a tensão precisa ser o suficiente apenas para unir as bordas, se for muito forte pode
causar necrose nas bordas. Nos procedimentos de hemostasia, do primeiro ao ultimo nó tem que aumentar a tensão
justamente para que não extravase sangue para fora dos vasos. Toda sutura se inicia com nó simples onde vamos juntar
as bordas da ferida.
 Em seguida daremos um nó quadrado que é todo semi no que damos por cima do nó simples desde que o semi no seja a
imagem espalhada do primeiro nó. Se no primeiro no, o azul está saindo do lado esquerdo, o semi nó tem que sair pelo
lado direito.

 No de cirurgião é aquele que damos 2 ou 3 semi lacadas logo no primeiro nó. Ele é usado sempre que temos uma região
de tensão, pois assim que soltamos a borda da ferida ela vai tender a se afastar e por isso é importante que o nó esteja
bem lacado. Aumenta o coeficiente de atrito para também impedir que o nó se desfaça.

 Sutura para órgão oco:


 Quando estamos fechando um órgão oco temos que saber que vamos ter a situação de suturas contaminantes ou não
contaminantes. Contaminante: quando a agulha e o fio de sutura vão atravessar a luz do órgão. Não contaminante: a
agulha não entrará em contato com a luz do órgão, apenas com a serosa e muscular.

 Como fazer a sutura de um órgão oco: em geral toda sutura de órgão oco deve ser feita em duas linhas de sutura. Vamos
fechar o órgão duas vezes. Faz-se a primeira linha de sutura para fechar e depois por cima dela fazemos outra, de modo
que na hora que fechamos ela, ela envagina. A primeira linha de sutura PODE ser invaginante ou coaptante. Ela pode ser
contaminante ou não contaminante (fio e agulha podem passar pela luz do órgão ou não). Já a segunda linha de sutura
OBRIGATORIAMENTE tem que ser invaginante e não contaminante. Aqui vem a escolha do profissional, onde temos uma
cicatrização mais rápida? Coaptante. Então o cirurgião o cirurgião pode escolher fazer a primeira linha coaptante para
que a cicatrização seja mais rápida. Segunda escolha: contaminante ou não? Onde teremos maior tensão e segurança na
sutura? Na contaminante. Então o cirurgião pode optar por fazer a primeira sutura coaptante e contaminante para ter
um nó firme. Mas isso é ESCOLHA. Após fazer a primeira linha de sutura, lava a superfície do órgão, troca tudo que teve
contato com a luz do órgão e então faz-se a segunda linha de sutura.

PADROES DE SUTURA
 Simples separada: Entra em uma borda, passa por toda a profundidade do ferimento, coaptante. Dá-se o primeiro nó
simples, semi nó quadrado por cima, ultimo semi nó por cima. Sutura coaptante!!! Sempre padronizar a quantidade de
fio que fica para fora: 0,5cm para sutura externa com nó monofilamentoso, 0,3 para multifilamentoso.

 Sutura simples continua: semelhante a anterior, mas agora não serão pontos separados mas sim uma sutura continua
até o final da ferida. Também é coaptante.

 Ponto de Wolff ou U deitado: padrão evaginante, usada em regiões que tem mais tensão, onde se precisa de maior
vedação. Se ela é evaginante, tem-se um processo de cicatrização mais demorado.

 Ponto de donatti: também é evaginante, entramos longe, vamos longe, volta com o fio próximo a borda da ferida, entra
perto e sai perto. Utilizado para fechamento de regiões próximas a articulações com muita movimentação e tensão.
 Ponto de Lembert: sutura invaginante, bordas para dentro, pode ser utilizado para fechar órgãos ocos. Entra longe da
ferida, mas sai perto do mesmo lado, passa o fio por cima da ferida, entra perto do outro lado e sai longe.

 Ponto em X: padrão coaptante, onde usamos ele para fechar áreas de tensão, muito utilizado para cavidade abdominal
pois tem 4 pontos apoio.

 Ponto festonado: tipo de sutura continua de padrão coaptante, a diferença dela para sutura simples continua é porque
entre uma passada e outra, dá-se uma lacada no fio. Usado em regiões onde tem tensão e queremos vedação. Muito
utilizada em hernia diafragmática. Toda sutura continua começa e termina da mesma forma.
TECNICA OPERATORIA – 03/04/2023 – MARIA MENDES

PONTO CONNEL E PONTO CUSHING


 Ambas são continuas e invaginantes. A forma de fazer ambas é igual. A diferença entre elas é que o ponto connel é uma
sutura continua, invaginante e contaminante (vai até a luz do órgão) e o cushing é não contaminante (serosa e
muscular). Fechamento de rumem fazemos connel (queremos pegar bastante camada de tecido par que não arrebente)
e depois finalizamos com Cushing. O ideal é usar absorvível nas duas, mas se estivermos em uma região com muita
inflamação, como uma peritonite  ambiente não favorável para sutura absorvível, como tem a inflamação o fio pode
ser absorvido muito mais rápido do que o esperado, inclusive abrindo a ferida. Lembrando que todo inicio e final de
sutura é igual.
 To meio aérea hoje, não to prestando tanta atenção. Mas acho que anotei tudo que ele falou até aqui... sei não.

SUTURA ZIG ZAG OU PONTO SUBCUTANEO


 Utilizamos para fazer abolição de espaço morto. Quando incidimos todas as estruturas, o subcutâneo fica solto da
musculatura e pele. Isso e chamado de espaço morto, se deixamos ele livre e vai ocorrer uma movimentação entre os
folhetos teciduais e vai formar um processo inflamatório. Ocorrerá um acumulo de transudato no espaço morto, isso é
chamado de seroma, isso favorece o aparecimento de infecções por bactérias anaeróbicas. Para evitar isso precisamos
fazer a abolição do espaço morto. Vamos fazendo pontos zig zag, mas entre um ponto e outro ancoramos também a
musculatura. Ao final da sutura, quando tensionar, haverá a abolição do espaço morto.

PONTO BOLSA DE FUMO


 Muito utilizado para fechar lesões circulares ou diminuir o lumem de regiões como o reto (muito utilizado em prolapso
de reto). Parece bolsinha de guardar joia onde puxamos a cordinha e ela se fecha. Sendo muito sincera parece um
cuzinho, acho que falando assim é o jeito mais fácil pra lembrar kkkkk.

PONTO TIPO JAQUETAO


 Indicada para correção de hernias umbilicais de grandes animais.
 É um ponto de sobreposição.
 A maior parte dos casos se usa em grandes pois e uma área de bastante tensão.

TERMINOLOGIA DAS MANOBRAS CIRURGICAS

MANOBRA SUFIXO EXEMPLO


Sutura rrafia ruminorrafia
Incisao tomia esofagotomia
Extirpacao ectomia enterectomia
Puncao centese ruminocentese
Plastica plastia dermatoplastia
Uniao de 2 orgaos anastomose gastro-entero anastomose
Exame visual de cavidade scopia Histeroscopia
Liberar aderencias lise histeriolise/enterolise
Fixacao de orgaos no peritonio pexia gastropexia
Imobilizacao da articulacao dese artrodese

AFASTADORES

 Afastador de Farabeuf: para afastar e manter o corte aberto. Precisa ter um auxiliar. O auxiliar prende um dos ganchos
na palma da mão e puxa, mantendo a cavidade aberta.
 Afastador de Gelpi: mais utilizado para cirurgias ortopédicas, usado para afastar tendões. Auto estático (ele mesmo se
trava aberto, não precisa do auxiliar ficar segurando.
 Afastador de Weitlaner: também usado em cirurgias ortopédicas. Também é auto estático, não há porque alguém ficar
segurando.
 Afastador de Finochetto: utilizado em cirurgia torácica, para fazer abertura do esterno. Auto estático.
 Afastador de Gosset: também funciona com pressão utilizado para cirurgias cavitarias, abdominais. Auto estático.

CIRURGIAS DE CABECA E PESCOCO

FARINGOSTOMIA
 Qualquer cirurgia que seja feita da região da faringe ate o estomago para que seja feita a colocação de uma sonda.
 Abertura da faringe para colocação de sonda esofágica.
 É um procedimento feito diariamente no ambulatório em animais que sejam com processos traumáticos na boca que
impedem a alimentação natural (ocorre muito em gatos)  processo traumático ou patológico na região maxilofacial.
Animais com fratura de mandíbula, maxila, reconstrução de palato, reconstrução de fratura etc. a gente mantém a
presença da sonda para possibilitar a alimentação. Algum processo patológico que impeça a deglutição ou mastigação.
 Pré operatório: jejum se caso necessário, toda a região deve passar por ampla tricotomia (muitas vezes tem que
estender essa incisão e não pode haver presença de pelos), anti-sepsia da região (pele álcool e PVPI. Na boca solução
oral de clorex. Posição é decúbito lateral (não importa o lado pois da para acessar a faringe por ambos os lados. Abrimos
a boca do animal, sentimos o osso epioide, caudal a ele região da faringe, entra com a sonda nessa região. Tomar
cuidado com a ramificação lingual e maxilar da jugular, vamos entrar bem no meio dela. Da para faze garrote da jugular e
então ver a veia e não pegar essa estrutura as cegas, evita perfuração.
 Medição da sonda: parede lateral da faringe, posterior a epiglote (local em que se fara a incisão. Vamos da região da
faringe até a região do 8o espaço intercostal do cão ou 9o espaço intercostal do gato.
 Vamos entrar pela boca do animal com uma pinça hemostática curva através da cavidade oral contra a pele no local da
incisão.
 Faz-se a incisão de pele e faringe contra a pressão da pinça. A pinça avança através da incisão.
 Sai na boca, vamos pegar ela na boca, inverter ela e empurrar de volta. Fica uma ponta no pescoço e a outra ponta vai
para dentro do esôfago (fazer testes para ter certeza de que está no local certo).
 A sonda suturada a pele com sutura tipo sapatilha grega, com fio monofilamentoso inabsorvível n 3-0 ou 2-0.
 O pescoço é coberto com bandagem, apenas a peca conectora da sonda deve projetar-se.
 Pôs operatório: fazer cobertura com antibióticos e anti-inflamatórios, limpeza local com solução fisiológica e anti séptico,
coloca-se gaze estéril na região da sutura para evitar contaminação com água ou alimento, deve ser lavada com 5ml de
soro fisiológico através da seringa antes das refeições. Ficar atento ao volume gástrico dos animais: cão é 20mL/kg e o
gato é 10mL/kg. Essa alimentação deve ser bem liquida e divida 3x ao dia. A sonda deve ser ocluída entre as refeições
para que não haja refluxo de alimentos.
 Complicações; infecção do campo cirúrgico, esofagite caso permaneça por mais de 20 dias, pneumonia por aspiração se
a sonda estiver no lugar errado ou o volume de alimentação máximo do animal for desrespeitado, vomito e gastrite
podem ocorrer caso a sonda fique muito longa, hemorragia por lesões na artéria carótida e veia jugular.
TECNICA OPERATORIA – 10/04/23 – MARIA MENDES – SEGUNDA FEIRA

TRAQUEOTOMIA

 Indicações: remover obstruções, facilitar fluxo da respiração, correção de ruptura traumática da traqueia.
 Traqueostomia: abertura permanente na traqueia. Desvia permanentemente o fluxo.
 Traqueotomia: abertura na traqueia. Abre e fecha a traqueia.
 Um dos sinais clínicos que a gente observa é o enfisema subcutâneo na região. Todo o ar que o animal respira, extravasa
da traqueia e vai para o subcutâneo. Chamamos de cão bolha, você aperta e consegue sentir o ar correndo lá dentro.
Geralmente se inicia na região cervical e vai extravasando. Esse é o sinal clinico clássico.
 Tem situações que o animal chega, está com o sinal clinico característico, dificuldade respiratória, se fizer um raio x, se a
traqueia não estiver integra não veremos o contorno radioluscente dela, isso quer dizer que o ar está saindo para fora
dela. A lesão pode ser tão pequena que ao fazer o acesso cirúrgico não conseguimos ver. A ruptura pode não ser na
região ventral, pode ser cervical também. O nosso acesso é ventral, então vamos ver o escudo cartilaginoso e não o
ligamento que está na porção dorsal, aí não vamos conseguir ver. Fazemos então o teste de imersão = preenche o
espaço com liquido e espera o animal respirar, aí veremos as bolhas saindo do local. Caso o animal esteja entubado,
puxamos o tubo até a região da laringe e damos uma ambuzada para passar ar. Aí então pegamos essa traqueia,
soltamos do esôfago e promovemos o tratamento.
 Pré operatório: como a maioria dos casos que chega para nós é trauma, se é uma situação traumática não teremos como
agendar, fazer jejum, etc. Esse animal pode descompensar ao longo do dia. Muitas vezes o jejum não irá ocorrer.
Tricotomia deve ser ampla, remover pelo de todo o pescoço (inicia no queixo e vai até o tórax). Como o exame de
imagem é bidimensional, ao abrir o animal podemos nos deparar com uma situação que não esperávamos e pode ser
necessário ampliar a incisão – por isso é melhor já fazer a tricotomia em toda a região. Melhor acesso a traqueia é
ventral (pele, subcutâneo, esterno-hioide), pois tem menos estruturas. Então o animal deve ficar em decúbito dorsal.
 Volante chega, faz a primeira antissepsia (volante) e vem o cirurgião ou auxiliar e faz a segunda apenas com o
antisséptico de escolha, coloca-se o pano de campo.
 Incisão: será no terço médio do pescoço na linha media. A incisão inicia na laringe e vai até o manúbrio do esterno.
Posicionamento para acesso é muito importante. Se ficar um pouco pra direita ou pouco para esquerda podemos sair
em cima da carótida, podemos perder todos os pontos de referencia (perigoso). Fazer incisão exatamente na linha mede.
Incidir pele  subcutâneo  musculo esterno-hioide (unido apenas por uma aponeurose)  não cortamos músculos
(perde a função)  encontrar a junção dos músculos esternoioideo e divulsiona-los (entrar e abrir) com uma tesoura
romba-romba  quando ela abrir vamos visualizar a traqueia.
 Identifiquei a traqueia: afastamos a musculatura para os lados, identificamos a traqueia, utilizamos novamente a tesoura
de metzembaum romba-romba e separados a traqueia do esôfago. Coloca por baixo da traqueia uma pinça auxiliar ou
hemostática para expor ela. Então a traqueia é um órgão elástico que conseguimos expor. Conseguimos até remover 3
anéis da traqueia caso seja necessário, devido a elasticidade do órgão.
 Caso tenha algum anel traumatizado, preferimos fazer a incisão exatamente sob o ligamento anular (que une um anel
traqueal ao outro), não fazer incisão sob a cartilagem hialina.
 Sutura da traqueia: ela é feita com pontos simples separados, padrão coaptante, sempre entrar no ligamento anular
adjacente ao que incidimos. O fio tem que ser inabsorvível sintético monofilamentoso (evitar a contaminação, visto que
a traqueia é um órgão contaminado). Ficar atento a tensão e justaposição das bordas, pois elas têm que ficar bastante
juntas para poder cicatrizar em paz.
 Volta a traqueia para o lugar anatômico, voltar os músculos para o local correto e suturar com pontos simples separa ou
continuo, com fio absorvível (numero depende do tamanho do animal, 2-0 (5 a 10kg) a 4-0 (animais com menos de 5kg).
Sempre tentar usar a menor numeração possível dos fios em toda situação, quanto maior o fio, maior o corpo estranho.
 Fazer abolição do espaço morto, usando sempre fio absorvível prendendo subcutâneo – musculatura – subcutâneo.
 Ponto de pele com fio de nylon (numero 2-0 a 3-0). Não é área de tensão então pode fazer continua ou separada.
Professor diz que geralmente ele fecha com sutura continua para diminuir o tempo anestésico.
 Pós operatório: costumamos fazer cobertura de antibióticos por pelo menos 7 dias, na maioria das vezes se trata de
trauma por mordida, prescreve antibiótico por 10-14 dias. Prescrição de anti-inflamatórios. Curativo no local por 10 dias
com solução fisiológica e spray antisséptico. Retirada dos pontos é feita com 12 dias.

ESOFAGOTOMIA

 Abertura cirurgia do esôfago ou qualquer intervenção cirúrgica a nível só esôfago.


 Indicações: a maior parte é para ingestão de corpo estranho (laranja, caroço de manga, abacate – os animais de grande
porte engolem e ficam presos ali no esôfago). Pequenos animais, principalmente cães filhotes – agulhas, ossos de frango,
utensílios domésticos, casos de neoplasia (animal mais velho), brinquedos. Dificilmente será feita uma esofagotomia em
gato, gatos não engolem tanta porcaria porque eles têm bom senso – o soco na cara dos cachorros.
 Sintomas: falta de apetite, ânsia de vomito frequente porem não produtivo, aumento de volume na região ventral do
pescoço.
 A obstrução de esôfago é emergencial e precisa ser resolvida o mais rápido possível, pois o esôfago não é elástico, pouco
vascularizado, baixa irrigação.
 Pré operatório: mesma sequencia exata igual a traqueo. Jejum caso seja necessário, mas geralmente não será pois o
animal não está conseguindo se alimentar. Tricotomia ampla e bem feita, decúbito dorsal, 1a antissepsia feita pelo
volante (álcool e PVPI) e a 2a antissepsia (PVPI) e colocação do pano de campo.
 Técnica: o acesso cirúrgico é exatamente o mesmo da traqueotomia. A maioria dos corpos estranhos vão parar na região
cervico-toracica. A melhor área de se trabalhar é terço médio ou o terço final do esôfago, próximo ao tórax.
 São locais onde a maioria dos problemas ocorre.
 Incisão é feita na linha media do pescoço e vai até o manúbrio do esterno.
 Incisão de pele e subcutâneo (varia com o tamanho do corpo estranho).
 Encontrar junção dos músculos esterno-hioides e seccionar ali, identificar a traqueia e desloca-la para o lado direito. O
esôfago cervical vai mais para o lado esquerdo e jogando a traqueia pro lado direito temos mais visão do esôfago.
Lembrando que eles vão estar aderidos e então entramos com a tesoura de metzembaum romba-romba e separamos.
Também colocamos o esôfago para cima com as pinças. Lembrar que quanto mais fundo a gente vai, mas estruturas
importantes temos, tomar cuidado para não perturbar o tronco vago-simpático.
 Esôfago exposto e projetado para fora com a pinça. Tendencia do corpo estranho é parar na entrada ao tórax, sempre
fazer a incisão cranial ao corpo estranho. Onde o objeto tiver parado, vai estar tendo uma dilatação, privação de sangue,
maior pressão, não convém cortar em cima dele pois é uma área mal irrigada e contaminada, pode dar problema nos
pontos.
 Antes de fazer qualquer incisão em órgão oco é importante isola-lo com compressas, pois caso algum conteúdo da luz do
órgão extravase, ele vai contaminar as compressas e não o campo cirúrgico.
 Lembrando que todo material que teve contato com a luz de um órgão oco deve ser descartado. Pinça auxiliar sem
dente utilizada para remover o corpo estranho deve ser descartada, ir jogando tudo que teve contato com a luz do órgão
para baixo da mesa. Manter as compressas em contato com órgão sempre úmidas com líquidos aquecidos (importante
para não desidratar o órgão e para não ter queda de temperatura).
 Sutura: pode fazer de duas camadas ou uma só. Um animal muito pequeninho só faz uma pois se fizer duas pode
estenosar. Se for duas camadas: pontos SWIFT, (mucosa + submucosa). O primeiro ponto vai ser invaginante. Depois de
fechar a primeira camada, pega todo o material utilizado e descarta, troca as luvas, troca as compressas que estava
isolando o órgão, limpa a região entre a primeira e segunda linha de sutura com gaze e solução fisiológica, diminuir
contaminação. Depois de fazer tudo isso vem e fecha a camada muscular e adventícia. Isso é feito com nós extras
luminais. Qualquer nó coaptante (simples separado ou simples continuo). Se o animal foi muito pequenininho,
minúsculo, não da pra isolar a camada muscular da mucosa  fecha-se em uma única camada coaptante contaminante
(abraça tudo adventícia, muscular, submucosa e mucosa).
 Após fechar todo o esôfago, fazer miorrafia. Voltar os músculos para o lugar, suturar com pontos simples separado ou
continuo. Fazer abolição de espaço morto em pontos zig-zag, ambos com fio absorvível, pontos de pole com fio de nylon
(simples continuo, separado, sutura que você quiser basicamente).
 Pós operatório: inicialmente o animal não vai poder deglutir muita coisa. Cobertura de antibiótico e anti-inflamatório.
Dieta: pequenos animais – nas primeiras 48h apenas alimentação endovenosa (solução glicofisiologica a 5%
(40ml/kg/dia, IV). No 3o e 4o dia oferecer uma alimentação mais liquida, e água a vontade. A partir do 5o dia e durante
10 dias, oferecer ração umedecida em água de consistência pastosa. Após esse período, ração granulada e água.
 Dieta para grandes animais: alimentação parenteral (veia), após 24h entra com o que chamamos de sopão (ração +
capim triturado e água) por 3 dias, depois soltar no piquete.
TECNICA OPERATORIA – 17/04/2023 – MARIA MENDES – SEGUNDA FEIRA

ORQUIECTOMIA

 Orquiectomia é a cirurgia de retirada dos testículos.


 Lembram que os testículos dos equinos descem após o nascimento e podem subir de novo até os 2 anos de idade.
 Não castrar cavalos antes dos 2 anos por esse motivo.
 São muito sensíveis a clostridiums, fazer vacina anti tetânica antes.
 Em relação aos tipos de incisões na bolsa escrotal nós temos 3: longitudinal (uma em cada antimero da bolsa escrotal),
ela é feita na porção mais ventral da bolsa, incisão transversal onde cortamos ambos os antimeros simultaneamente e
existe a incisão em tampa (levanta, pega a ponta da bolsa escrotal, sobe o testículo e secciona a pele e ambos os
testículos caem – mais traumático, mas também é mais rápido).
 O tipo de incisão implica na recuperação, a bolsa escrotal e rica em vasos linfáticos então edemacia muito. Por isso a
tendencia é não fechar, não fazer a rafia da bolsa escrotal para deixar dessorar e não edemaciar tanto.
 Uma incisão muito ampla não vai edemaciar, mas a chance de infecção é maior, dor, recuperação mais demorada.
 Se fazemos pequenas incisões a tendencia é o animal recuperar rapidamente, menos dor, mas o animal vai ficar bem
mais edemaciado.
 Técnica testículo tendão coberto: a incisão vai atingir apenas a pele da bolsa escrotal e o testículo irá descer envolvido
por ambas as túnicas (vaginal e parietal) e a nossa ligadura vai ser feita por cima do musculo cremaster. Incisão apenas
de pele e puxa o testículo ainda envolvido pelas túnicas. Não há contato com a cavidade abdominal. Muito utilizada em
equinos que tem hernia inguino-escrotal e desde de jovem as alças intestinais passam pela abertura e as vísceras vão
para bolsa escrotal. Esse animal deve ser excluído da reprodução e nesses casos é ideal que se faca essa técnica. O anel
inguinal dele já é aberto, risco de os órgãos saírem caso abra. Por ter muito tecido por cima dos vasos, pode ocorrer de o
cirurgião não conseguir fazer a ligadura bem feita e ocorrer sangramento.
 Técnica testículo cordão descoberto, iremos incidir todas as túnicas o equídeo e um animal que e muito sensível a
determinados fios de sutura na bolsa escrotal (não pode nylon, categut, algodão) – o ideal são fios absorvíveis sintéticos
(PGS, vicryl, PDS). Por isso que muitos profissionais que trabalham com equídeos preferem nem usar fio de sutura e sim
o emasculador (não amarra nada, apenas é um alicate que comprime bastante os vasos e depois a terceira lâmina corta).
Nessa técnica testículo cordão coberto, a gente faz a incisão na pele, desce todo o testículo envolto pelas túnicas então
continua a incisão, incide a túnica parietal, visualizamos diretamente o testículo, mas nessa região temos um tecido que
prende a túnica vaginal na cabeça do epidídimo, que é o gubernaculo. Embora seja considera uma região avascular, nos
equídeos ela sangra, então é interessante fazer uma ligadura aqui também ou fazer uso do emasculador. Fazer ligadura
diretamente na artéria e descer 2-3cm e então seccionar ali (lembrar de não cortar muito perto da ligadura, se não o fio
pode soltar), retirando o testículo por inteiro (lembrar de fazer a ligadura do gubernaculo nos equídeos).
 Recuperação: promover cobertura analgésica (anti-inflamatórios e dipirona). Em volta da bolsa escrotal usamos uma
pomada antibiótica e repelente. Banho de água fria na região 3 vezes ao dia. Levar o animal para caminhar.
 Complicações: evisceração em equinos que tem abertura inguinal-escrotal.

BOVINOS
 São menos sensíveis a clostridios, não há necessidade de vacinação.
 Podemos fazer qualquer uma das 3 incisões. Existe a técnica que pode fazer que consiste em PUXAR todas as estruturas,
só pode fazer em animais de até 6 meses.
 Pode fazer testículo tendão coberto ou testículo cordão descoberto. Professor falou que ELE prefere a testículo cordão
descoberto pois aí dá para visualizar todas as estruturas e ter a certeza que tudo está sendo feito no local correto da
forma correta.
 No bovino quando fizermos a incisão de todas as túnicas o testículo ira cair para fora e ai podemos cortar as estruturas,
ao identificar veia e artéria e fazer a ligadura (basicamente com qualquer fio, dificilmente terá reação). Depois cortar e
fechar.
 Indicações de castração em bovinos: manejo e terapêutico. Manejo: evitar comportamento agressivo, problemas de
demarcação de território. Terapêuticas: neoplasias e em pequenos animais temos muito problemas relacionados a
descontrole hormonal no macho, criptorquidia (neoplasia), hernias perineais (relacionada a fraqueza do diafragma
pélvico), hiperplasia prostática.

PEQUENOS ANIMAIS
 Indicações: manejo e terapêutica.
 Duas incisões: na bolsa ou na rafe. Fazemos geralmente na rafe devido ao fato de que os tutores palpitam muito. Fazer a
incisão entre a bolsa e o pênis.
 Na rafe a sutura é obrigatória, caso seja feita uma incisão em cada testículo a sutura é opcional.
 Normalmente nesses casos fazemos uma leve pressão em um dos antimero, deslocando o testículo para essa região da
incisão e mantem ele ali fixo e ali então fazemos a incisão das túnicas e o testículo vai sair. Identificar o gubernaculo,
romper o gubernaculo, quando ele e rompido o testículo fica preso apenas pela veia e artéria testicular. Fazer a
separação do gubernaculo com’ os dedos, um para cima e outro pra baixo, não romper afastando pois vai ser difícil e não
vai dar certo, pode fazer corte, mas o corte pode levar a sangramentos (tomar cuidado).
 Como a incisão feita na rafe, será feito uma sutura (wolff, rafe, simples continuo) – não é uma região de alta tensão,
então não é preciso.

Você também pode gostar