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Reparo e Função do Instrumentador Cirúrgico

A instrumentação cirúrgica é uma profissão de nível técnico, no Brasil, em


que o profissional tem a função de ajudar o cirurgião no ato cirúrgico, que
abrange desde a preparação dos instrumentos até a esterilização dos
mesmos, após a cirurgia.

A instrumentação cirúrgica nasceu no século XX no período de maior


crescimento nas cirurgias e com isso, o papel do instrumentador cirúrgico
também ganhou destaque.

Devido a esse crescimento tornou-se necessário qualificar mais


profissionais para trabalhar nessa área tão importante para a medicina.
Surgiram então, as primeiras escolas formadoras de instrumentadores
cirúrgicos.

Na França em 1954, surgiram as escolas de Técnicos em instrumental


cirúrgicos. A finalidade dessas escolas era preparar os profissionais para
atuar na instrumentação cirúrgica de forma que entendessem a evolução
cirúrgica, isto é, tempos cirúrgicos, materiais para cada especialidade entre
outras atividades cirúrgicas.

Toda pessoa que decide realizar um curso de instrumentação cirúrgica deve


conhecer a história referente à Batalha de Solferino, na qual podemos
destacar Jean Henri Dunant, que auxiliava os cirurgiões repassando os
instrumentais e materiais cirúrgicos necessários para o ato cirúrgico.

Portanto, dentre as inerentes funções, a maior responsabilidade do


instrumentador cirúrgico é o cuidado com os instrumentos cirúrgicos. Esse
cuidado envolve toda a manutenção destes instrumentais, e o seu
processamento adequado.

Já, o objetivo maior, assim como de toda a equipe cirúrgica, é a qualidade e


segurança do procedimento cirúrgico, atendendo ao cliente com maior
eficácia e eficiência.
Atualmente, muitos profissionais de enfermagem acabam optando pela
instrumentação cirúrgica, mas vale lembrar que o curso específico é muito
importante para que este profissional possa participar de concursos
públicos.

A Câmara de deputados aprovou o Projeto de Lei 642/07, do deputado


George Hilton (PRB-MG), que regulamenta a profissão de instrumentador
cirúrgico. A proposta foi aprovada em caráter conclusivo na Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e será encaminhada para
análise do Senado, se não houver recurso para que seja votada pelo
Plenário da Câmara.

O projeto estabelece que o exercício da profissão seja privativo daqueles


que tenham concluído curso de Instrumentação Cirúrgica, ministrado no
Brasil, por escola oficial ou reconhecida pelo governo federal, ou no
exterior, desde que esse diploma seja revalidado no Brasil.

Também podem exercer a atividade aqueles que já atuam na profissão há


pelo menos dois anos, contados da data em que a lei entrar em vigor.

A instrumentação cirúrgica a cada dia que passa, vem recebendo da direção


das instituições hospitalares, das clínicas e principalmente das equipes
cirúrgicas uma grande valorização.

Esse reconhecimento exige uma maior qualificação dos instrumentadores


cirúrgicos e consequentemente, as instituições formadoras destes
profissionais devem estar atentas a essa nova exigência do mercado.

As pessoas que optam por essa atividade devem estar preparadas para
proporcionar ao paciente e a sua equipe cirúrgica a segurança e
tranquilidade, pois trabalham no centro cirúrgico e cuidam dos
instrumentais que serão utilizados nas cirurgias.

O Instrumentador Cirúrgico é responsável por todo o instrumental utilizado


antes, durante e após a cirurgia, ou seja, por todo o seu processamento,
exceto os instrumentais básicos cuja responsabilidade é da central que
esteriliza os materiais da instituição hospitalar.
Com a evolução das intervenções cirúrgicas, exige-se conhecimento de
aparelhos e instrumentos modernos, técnicas usualmente empregadas em
atos operatórios, noções de anatomia, assepsia, biossegurança, células e
tecidos, ética profissional, fisiologia, higiene e microbiologia.

O instrumentador cirúrgico é um profissional indispensável para que o ato


operatório transcorra com segurança e qualidade. Sua função primordial é
fornecer o instrumental cirúrgico adequado ao cirurgião e ao auxiliar,
sendo possível realizar as funções básicas de segundo auxiliar quando o
primeiro estiver ocupado.

Todo instrumentador cirúrgico deve conhecer a técnica empregada no ato


operatório e estar atento à manutenção da assepsia de toda a equipe
cirúrgica, colaborando para a qualidade do procedimento cirúrgico.

Podemos ainda citar outras funções básicas do instrumentador


cirúrgico:
Conhecer os instrumentais por seus nomes, apelidos e gestos;

Entregar o instrumento com presteza ao sinal ou pedido verbal do


cirurgião, colocando-o em sua mão de forma precisa e exata para uso
imediato;

Não se distrair no decorrer da cirurgia, pois a antecipação às requisições do


cirurgião depende da atenção do instrumentador;

Sempre antes da cirurgia é preciso certificar-se que tudo está em ordem,


desde os fios e agulhas, até os instrumentos especiais.

O instrumentador cirúrgico é o braço direito do cirurgião, portanto, deve


saber com antecedência dos procedimentos cirúrgicos agendados, para que
possa prever os materiais necessários para as cirurgias.

As demais funções do instrumentador são:


Chegar ao centro cirúrgico e logo vestir o uniforme privativo, não se
esquecendo do gorro para proteger os cabelos, máscaras para cobrir o nariz
e a boca, e por fim, a proteção para os pés;
Verificar com o enfermeiro responsável do centro cirúrgico a confirmação
da internação do paciente, os exames pré-operatórios e a sala
disponibilizada para o procedimento;

Escolher o material específico para a cirurgia e verificar se está em ordem;

Se não estiver familiarizado com o cirurgião, perguntar antecipadamente os


fios que serão utilizados durante a cirurgia;

Usar técnica de escovação correta, vestir avental esterilizado e calçar as


luvas;

Dispor na mesa o campo cirúrgico duplo, próprio para a mesa de


instrumentador;

Dispor o material da cirurgia na mesa, evitando contaminar o mesmo,


verificando sempre se nenhum material importante está faltando;

Evitar qualquer tipo de contaminação, conservando as mãos acima da


cintura, não podendo encostar estas em qualquer lugar que não esteja
esterilizado;

Tomar o cuidado para não encostar com a parte não estéril do avental nas
mesas auxiliares e de instrumentais, na falta de avental com opa utilizado
na proteção das costas;

Auxiliar na colocação dos campos que delimitam a área operatória,


entregando-os ao assistente e ao cirurgião;

Passar os instrumentos, sempre tendo cuidado que seja do lado correto,


para evitar quedas, e que o cirurgião tenha que corrigir o seu
posicionamento antes de usar, evitando um acidente;

Conservar o campo operatório sempre limpo e em ordem para evitar


transtornos;

Conservar os instrumentos sempre no lugar próprio, nunca deixar a mesa


desorganizada;
No caso de cirurgias em que são retirados materiais para exame, é
necessário se responsabilizar por elas até que sejam encaminhadas ao setor
competente;

Ter o controle do material e instrumental durante toda a cirurgia, prestando


atenção em toda e qualquer manobra do cirurgião;

Contar compressas grandes, pequenas e gazes antes e ao término de cada


procedimento cirúrgico;

Evitar o desperdício de fios, porém ter sempre o necessário para não


ocorrer complicações durante o ato cirúrgico;

Ser consciencioso e lembrar que a vida do paciente depende da assepsia do


instrumental, além da habilidade do cirurgião;

Ao final da cirurgia realizar o curativo na incisão cirúrgica;

Separar o instrumental dos materiais perfurantes e cortantes, evitando dessa


forma acidentes;

Antecipar os pedidos do cirurgião, de modo a prevenir o atraso no tempo


operatório. Isto se consegue conhecendo instrumental, o tempo cirúrgico e,
prestando atenção ao desenrolar da cirurgia, a fim de estar sempre um
passo à frente do cirurgião;

Atenção, iniciativa e rapidez durante todo o tempo.

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