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Aula 1 – Centro Cirúrgico

- Dados históricos
• Cirurgia (curativo): destacou-se com a ocorrência das duas grandes
guerras
• As cirurgias deixaram de ser realizadas nos teatros e
• passaram para as salas cirúrgicas.
• Enfermagem em Centro Cirúrgico:
• Auxiliar o cirurgião, prover ambiente seguro,
• confortável e limpo
• Cuidados com o ambiente, instrumental e
• processamento de materiais
• Historiadores e pesquisadores da área afirmam que a história
da cirurgia começou muitos anos antes de Cristo.
• relatos de trepanação, este foi considerado o primeiro procedimento
cirúrgico em 6500 a.C.
• Esse método era utilizado para curar doenças mentais, dores de cabeça
e ataques epiléticos.
• Em Londres, uma sala de cirurgia antes da moderna anestesia ou
assepsia existirem, era aberta ao público. Isto era encontrado em uma
sala da Igreja de St Thomas em Southwark. Está sendo hoje conhecida
como a mais antiga sala de cirurgia.
• Um dos maiores avanços da medicina durante a Primeira Guerra
Mundial foi que os soldados que sofriam ferimentos graves e perdiam
muito sangue passaram a receber soro fisiológico diretamente na veia.
Antes disso, aplicações de soro intravenosas eram incomuns e os
estudos sobre choque hemorrágico eram incipientes.
• “Sulfas”: uma geração anterior à penicilina, as sulfonamidas também
foram muito utilizadas como substâncias antibióticas no período
da segunda guerra. Os soldados recebiam kits de primeiros socorros
contendo pó de sulfa antibacteriana para tratar ferimentos abertos e
material para curativo de proteção.
• A enfermagem perioperatória cresceu juntamente com a evolução das
cirurgias, provendo cuidados ao ambiente e instrumentais.
• Enfermeiro responsável por ambientes seguros, confortáveis e limpos.
• Prestar assistência integral ao paciente, preservando sua segurança
• (integridade física e psicológica), durante todo o período perioperatório
• Observar os cuidados peculiares de cada paciente
• Plano de cuidados que contemple intervenções para todas as fases do
procedimento anestésico-cirúrgico
• Atualmente procedimentos passaram de simples para computadores
e robótica necessitando capacitação, atualização e habilidade do
enfermeiro.

DEFINIÇÃO

A Unidade de Centro Cirúrgico pode ser definida como um conjunto de


elementos destinados a atividade cirúrgica, à recuperação anestésica e ao
pós-operatório.
O centro cirúrgico é considerado uma das unidades mais complexas do
hospital, não só por especificidade, mas também por ser um local fechado
que impõe a equipe de saúde situações estressantes, como lidar com vários
aspectos pertinentes a competência técnica, não só por sua especificidade
como também ao relacionamento e aos recursos materiais, além da
necessidade de interação com o paciente e com a família.

- OBJETIVOS E FINALIDADES DA UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO


► Prestar assistência integral ao paciente cirúrgico em todo o período
perioperatório.
► Realizar intervenções cirúrgicas e encaminhar o paciente à unidade, na
melhor condição possível de integridade.
► Proporcionar recursos humanos e materiais para que o procedimento
anestésico-cirúrgico seja realizado dentro de condições ideais, técnicas
e assépticas.
► Favorecer o ensino e servir como campo de estágio para a formação e o
aprimoramento de recursos humanos.
► Desenvolver programas e projetos de pesquisa voltados para o
progresso científico e tecnológico.

- Elementos da equipe de enfermagem e médica envolvidos na realização


do ato anestésico-cirúrgico
- Compõe-se de um grupo de profissionais que tem como finalidade assistir o
paciente em todas as suas necessidades durante os períodos
TRANSOPERATÓRIO e PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO (SRPA/ RA).
Enfermeiro: Coordenador/Supervisor/Diretor; Enfermeiro
Assistencial
Ser especialista em enfermagem em CC
Atividades desenvolvidas - planejamento da assistência, Área de
abrangência:
Administrativa, assistencial, educação em serviço, pesquisa
Enfermeiro coordenador
 elaborar normas, rotinas e procedimentos
 participar das reuniões de gerenciamento
 avaliar o desempenho da equipe
 exigir das equipes o cumprimento das normas e regulamentos
 colaborar com o setor de controle de infecção hospitalar
 implementar programas de qualidade de serviço
 participar do processo admissional e de treinamento dos funcionários
 realizar/coordenar pesquisas e implantar resultados
 incentivar participação em eventos científicos
 conhecer regulamentação da vigilância sanitária
 realizar relatórios mensais com dados estatísticos
 zelar pelas condições ambientais de segurança
 manter o controle administrativo, técnico-operacional e ético
 notificar ocorrências adversas ao paciente
 notificar intercorrências administrativas
Enfermeiro assistencial
 supervisionar e implantar o plano de cuidado de enfermagem
 participar da marcação de cirurgia
 realizar e checar previamente a programação cirúrgica
 supervisionar as ações da equipe de enfermagem
 orientar a montagem e desmontagem das salas de operações
 checar materiais e equipamentos necessários ao ato cirúrgico
 priorizar atendimento aos pacientes segundo o grau de
 complexidade
 recepcionar o paciente no CC e checar o seu prontuário
 auxiliar transferência do paciente da maca para mesa cirúrgica
 auxiliar no posicionamento do paciente na mesa cirúrgica
 realizar procedimentos específicos (Cateterismo Vesical, higiene,
tricotomia, entre outros)
 auxiliar no ato anestésico
 prestar assistência ao término do procedimento anestésico-cirúrgico
 auxiliar na transferência do paciente da mesa cirúrgica para a maca e
 fazer inspeção física
 registrar anotações e evolução de enfermagem
 auxiliar no encaminhamento do paciente para SRPA ou UTI (Unidade de
 Tratamento Intensivo) com as informações necessárias.

Técnico de Enfermagem/Auxiliar (Circulante de Sala)


• assumir o plantão conforme a regra institucional
• estar ciente das cirurgias marcadas sob sua responsabilidade
• manter a ordem e limpeza no ambiente da SO (Sala de Operação)
• prever e prover a SO de materiais e equipamentos
• zelar pelo correto manuseio dos equipamentos
• zelar pela segurança ambiental, do paciente e da equipe
• verificar funcionamento dos gases, equipamentos e iluminação da
SO, solicitar temperatura adequada da SO (18 a 22 / 17 a 21)
 auxiliar na transferência da maca para a mesa cirúrgica e vice-
versa
 auxiliar o posicionamento do paciente na mesa cirúrgica
 colocar a placa do eletrocauterio
 auxiliar no procedimento anestésico na ausência da enfermeira
 notificar ocorrências na SO ao enfermeiro responsável
 auxiliar na paramentação cirúrgica
 abrir os materiais estéreis com técnica correta
 encaminhar “peças anatômicas” e materiais do transcorrer da
 cirurgia
 controlar materiais, compressas e gazes
 auxiliar no encaminhamento do paciente para a SRA ou UTI
 registrar gastos de materiais e equipamentos da SO
 preencher os impressos pertinentes do prontuário
 providenciar a limpeza da sala ao término da cirurgia

Cirurgião: Chefe/titular/ staff


• Observar qualificação do cirurgião assistente
• Responsabilidade integral pelo ato cirúrgico
• Responsabilidade de planejamento, execução e comando da cirurgia
• Conduzir a cirurgia e fazer as manobras principais
• Manter a ordem, disciplina e harmonia do ato operatório

Assistente ou Residente
• Prestar auxílio ao cirurgião durante o procedimento
• Certificar-se de que o prontuário e os exames pré-operatórios estejam
presentes
• Realizar os procedimentos no pré-operatório imediato
• Colaborar com o instrumentador na montagem da mesa e no pedido de
materiais ao circulante
• Fazer a anti-sepsia do paciente
• Realizar as atividades delegadas pelo cirurgião principal
• Substituir o cirurgião responsável, se necessário
• Realizar as técnicas intraoperatórias da melhor forma possível
• Permanecer ao lado do paciente até que seja encaminhado à SRPA
(Sala de Recuperação Pós-anestésica)

Anestesiologista: Chefe/ titular, Residente


• Realizar a avaliação pré-operatória
• Manter a vigilância permanente do paciente anestesiado
• Ministrar drogas para que o ato cirúrgico seja realizado de maneira
segura e sem dor
• Manusear equipamentos de anestesia
• Monitorar o estado geral do paciente
• Cuidar do nível de consciência
• Manter as funções vitais
• Identificar e tratar qualquer alteração que possa ocorrer
• Responsabilizar-se por todas as consequências decorrentes do ato
anestésico

Auxiliar de anestesia
• Promover um atendimento de qualidade à equipe de anestesia
• Cumprimento das rotinas estabelecidas
• Preparar aparelho de anestesia
• Verificar os itens obrigatórios na gaveta de medicações
• Conferir todas as conexões entre aparelhos
• Auxiliar o anestesista nos diversos procedimentos anestésicos
• Encaminhar ao CME (Central de Material Esterilizado) os materiais para
reprocessamento
• Realizar desinfecção dos equipamentos

Instrumentador
 preparar a mesa cirúrgica
 controlar o material utilizado durante o ato cirúrgico
 auxiliar na colocação dos campos cirúrgicos
 transferir o instrumental da mesa para as mãos do cirurgião
 controlar o instrumental, compressas e gazes no intraoperatórios e no
momento de fechamento da cavidade

Auxiliar administrativo
 executar procedimentos administrativos específicos no
atendimento ao cliente e na organização do setor
 atendimento telefônico
 realizar e encaminhar pedidos de material de consumo
 protocolar peças de anatomia patológica

Referências Bibliográficas

1. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução n. 94406, de 8 de junho


de 1987. Dispões sobre o exercício profissional de enfermeiros,
técnicos e auxiliares de enfermagem. In: Conselho Regional de
Enfermagem. Documentos Básicos de Enfermagem. São Paulo,1997.
2. Possari JF. Centro cirúrgico: planejamento, organização e gestão. São
Paulo: Iátria; 2004.
3. Recursos Humanos em Centro Cirúrgico. Costa, ALS; Coutinho, RMC;
Carvalho, R. Cap.4, pag. 53-69 In: Enfermagem em Centro Cirúrgico e
Recuperação.2 ed.2016
Aula 2 - Assistência de Enfermagem no Período Pré-Operatório

Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE):


• Método que orienta o trabalho profissional composto por cinco etapas
inter-relacionadas: coleta de dados (histórico), diagnóstico de
enfermagem, planejamento (prescrição), implementação e avaliação
(evolução) de enfermagem
• Permite uma assistência individualizada e que o profissional tenha
• maior visibilidade de suas ações
• Resolução COFEN no 358/2009
• Proposta por Jouclas e Castellanos (1985): Sistemática da Assistência
de Assistência integral, individualizada, continuada, participativa e
documentada
• Ajudar o paciente e a família a compreenderem e se prepararem para o
procedimento anestésico-cirúrgico
• Documentar a assistência de enfermagem no período perioperatório
• Proposta: SAEP tenha instrumento próprio para a coleta de informações
do paciente

O QUE DEVE CONTER NO INSTRUMENTO DA SAEP?


• Informações individuais do paciente (identificação, anamnese, exame
físico)
• Necessidades de cuidados de Enfermagem (diagnósticos de
Enfermagem)
• Intervenções
• Avaliação dos cuidados
• Faz parte da assistência pré-operatória de Enfermagem
• Objetivo: planejar a assistência de enfermagem prestada no período
perioperatório tendo como subsídios a coleta de dados (histórico)
• Em geral, norteada por um Instrumento de coleta de informações
específico para o paciente cirúrgico
Avaliação Pré-operatória
COMO É FEITA?
Por meio de consulta ao prontuário, exames clínicos e exame físico
do paciente
QUANDO É FEITA?
Durante o período pré-operatório imediato
ONDE É FEITA?
Na recepção do paciente no Centro Cirúrgico
OU
Na unidade de internação, neste caso, a “Avaliação Pré-operatória” é
denominada de “Visita Pré-operatória”
OBS: AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA – FEITA PELO
ANESTESIOLOGISTA

- Classificação de Risco Anestésico segundo ASA


- VANTAGENS da Avaliação Pré-operatória: a Visita Pré-Operatória
• Estabelece o primeiro vínculo entre a Enfermagem do CC e o paciente
• Obter informações sobre as condições psicobiológicas do paciente
• Diminuição de riscos e prevenção de danos
• Prover um cuidado fundamentado na interação da equipe multidisciplinar
• respeitar a individualidade de paciente, proteger seus direitos e
dignidade:
• promover a continuidade do cuidado de enfermagem entre a unidade de
internação e o centro cirúrgico;
• estabelecer um vínculo de comunicação entre a unidade de internação e
o CC;
• levantar dados para promover, recuperar e manter o estado de saúde do
indivíduo;
• estabelecer o diagnóstico de enfermagem, formular objetivos e planejar
os cuidados para o período transoperatório;
• verificar a orientação dada pelo cirurgião e anestesista, esclarecendo
rotinas e procedimentos relacionados à proposta anestésica-cirúrgica;
• promover a interação da enfermeira de CC com o paciente, procurando
conhecer sua ansiedade e apreensões, e expectativas de cuidado;
• reforçar informações recebidas da equipe de saúde;
• incrementar a segurança do paciente pelo conhecimento de mais um
membro da equipe cirúrgica;
• aumentar o grau de satisfação da enfermeira de Centro Cirúrgico no seu
trabalho, em virtude de maior contato direto com o paciente.

Coleta de dados: Checar termos


TERMO DE RESPONSABILIDADE: O paciente concorda que os
procedimentos aos quais será submetido não têm garantia de que terão
pleno sucesso e que está sujeito a adquirir infecções relacionada à
assistência à saúde
TERMO DE CONSENTIMENTO CIRÚRGICO E TERMO DE
CONSENTIMENTO ANESTÉSICO: Detalha os riscos inerentes ao
tratamento e ao procedimento os quais serão assumidos como de
responsabilidade do paciente, a fim de afastar a responsabilidade médica e
multidisciplinar dos resultados indesejáveis no pós-operatório
TERMO DE AMPUTAÇÃO: Deve ser assinado em três vias pelo paciente
ou representante legal em caso de peças amputadas com peso superior a
500g

Coleta de dados: diagnóstico de enfermagem e médica


• Conhecer as patologias do paciente
• Identificar a necessidade de adoção de medidas e precauções e
isolamentos
• Permitir uma assistência continuada

Coleta de dados: exames pré-operatórios

Exame Possíveis Conduta


Alterações
Hemograma Anemias, Correção da anemia, Reserva cirúrgica de hemo
infecção,
plaquetopenia

Coagulograma (TP Alterações na Suspensão de anticoagulantes Evitar punção ra


Tempo de coagulação
Protombina/TTPATempo
de Tromboplastina)

Eletrólitos Alteração no Correção dos eletrólitos


balanço
hidroeletrolítico

Radiografia de Tórax Pneumonia, Solicitar reserva de vaga de UTI para o pós-ope


DPOC,
Considerar anestesia regional se possível
alterações
anatômicas,
massas

Exames de imagem (RX, Alterações Uso das imagens durante a cirurgia


anatômicas
Tomo, RSM)
relacionadas
com o
procedimento

Tipagem Sanguínea Presença de Solicitar hemocomponente


anticorpos

Exame Possíveis Conduta


Alterações

Eletrocardiogram IAM, Solicitar reserva de vaga de Semi/ UTI para o pós


a arritmias,
isquemias

Uréia/Creatinina Alteração Correção de eletrólitos, Diálise (?)


na função
renal

Teste de função Alterações Solicitar reserva de vaga de UTI para o pós-opera


na regional
pulmonar
capacidade
se possível
pulmonar,
DPOC,
doenças
obstrutivas

Anamnese
• Contexto sociofamiliar (rede de apoio para o pós-operatório)
• Idade
• Estado nutricional
• Limitações anatômicas e de mobilidade
• Capacidade de autocuidado
• Tabagismo, estilismo e uso de outras substâncias
• História clínica prévia
• Asma, bronquites, IVAS e vias aéreas alérgicas
• Alergias a medicamentos, tipos de materiais e alimentos (alergia à latex)
• Uso de medicamentos contínuos (anticoagulantes)
• Cirurgias prévias (intercorrências anestésicas)
• Alergia a látex: Pacientes submetidos a múltiplos procedimentos,
histórico de malformações geniturinária, espinha bífida e malformações
associadas ao sistema nervoso e locomotor.
• Alergia alimentar (abacate, banana, castanha, kiwi, amendoim, marisco,
cogumelo, fruta tropical)
• História de reação ao látex (chinelos, bexigas e dispositivos)
CONDUTA DE ENFERMAGEM
• Na véspera do procedimento:
• Separar materiais látex free para o procedimento
• Identificar a SO como “isenta de látex”
• Acionar o ar-condicionado da SO por, ao menos, 4h
• Remover tampas de borracha de frascos/ampolas antes do uso em outro
ambiente
• Heparina (HNF)
• Prevenção e tratamento de Tromboembolismo Venoso -TEV
• Inibe fatores de coagulação e a conversão de fibrinogênio em
fibrina
• Meia-vida: 1, 2 e 5 horas (respectivamente com doses IV de 100,
400 e 800UI/kg)
Recomendação: Pacientes com doses terapêuticas de Heparina IV não
devem receber o anticoagulante 2h-6h antes do procedimento . SC: 12h-
24h antes do procedimento
Ácido Acetil Salicílico
- Inibe a agregação plaquetária reduzindo a formação de trombos
Recomendação: Descontinuar o uso 7 dias antes do procedimento.
* Clopidogrel
- Inibição irrevesível de um receptor plaquetário
Recomendação: Descontinuar o uso 5-7 dias antes do procedimento.
- Hipertermia maligna: Condição hereditária que constitui-se de um
distúrbio de hiperatividade contrátil muscular, induzido pela
administração de gases voláteis (halotano, isofluorano, sevofluorano e
desflurano) e/ou succinilcolina

• Exame físico: deve ser suscinto e direcionado

ATENTAR-SE PARA:
• déficit visual e auditivo
• reserva funcional do sistema respiratório
• limitações no sistema locomotor
• alterações no sistema tegumentar
• Uso de próteses dentárias, pierciengs, cabelos e cílios sintéticos

Principais diagnósticos de enfermagem

DIAGNÓSTICOS CARACTERÍSTICAS INTERVENÇÕES


DE ENFERMAGEM DEFINIDORAS /
FATORES
RELACIONADOS
Risco de quedas Alteração na função Manter as grades do leito
cognitiva; agente
elevadas
farmacológico; ≤ 2
anos, ≥ 65 anos

Risco de lesão por Distúrbios Auxiliar/avaliar o posicionamento cirúrgico


posicionamento sensoriais/perceptivos
Prover coxins e posicionadores
perioperatório decorrentes da
anestesia; edema;
obesidade;
imobilização

Risco de disfunção Cirurgia ortopédica; Verificar pulsos periféricos e/ou coloração


neurovascular compressão mecânica
da pele e/ou tempo de preenchimento capilar
periférica (gesso, aparelho
ortopédico, curativo,
contenção), fratura,
imobilização

Mobilidade física Capacidade Auxiliar na transferência maca-mesa cirúrgica


prejudicada prejudicada de
transferir-se entre
superfícies de níveis
diferentes; alteração
na função cognitiva;
dor; força muscular
insuficiente;
obesidade; prejuízo
músculo-
esquelético/neuromus
cular

Risco de Mobilidade Prover meias elásticas +


prejudicada, História
Tromboembolismo compressor pneumático
de AVE, Idade > 60
anos, Cirurgia e
tempo total de
anestesia > 90 min,
trauma abaixo da
cintura

Risco de Baixa temperatura Prover aquecimento ativo e passivo no


Hipotermia ambiental, Baixo peso
perioperatório
Perioperatória corporal, ASA>1,
complicações
cardiovasculares
Ansiedade Inquietação; agonia; Propiciar esclarecimentos conforme
angústia; apreensão;
momento cirúrgico
medo; nervosismo;
tremores; aumento da Possibilitar exposição de
PA
sentimentos

Perfusão tissular Edema; pulsos Verificar a presença de edema e/ou


periférica ineficaz periféricos diminuídos
pulsos periféricos e/ou coloração
ou ausentes; cor da
pele alterada; HAS; DM da pele e/ou tempo de preenchimento capilar

Risco de glicemia Condição de saúde Observar sinais de hipoglicemia


instável física comprometida;
estresse; controle
ineficaz de
medicamentos;
gravidez

Risco de Objeto na via aérea Remover objeto de via aérea


sufocação (prótese dentária)

Risco de Coagulopatia inerente; Checar suspensão de anticoagulantes/


Sangramento regime de tratamento;
antiplaquetários;
trauma
Checar reserva cirúrgica de hemocomponen

Orientações ao paciente durante a Visita Pré-operatória

• Esclarecimentos sobre o procedimento anestésico-cirúrgico (dúvidas)


• Possíveis desconfortos esperados, deambulação precoce e
autocuidado
• Horário aproximado do encaminhamento ao CC e como será feito
• Procedimentos pré-operatórios:
- Retirada de adornos, esmaltes, próteses e lentes de contato
- Tricotomia – conforme CDC 2h antes do procedimento, evitar
sempre que possível
- Banho pré-operatório (cabelo seco): Recomenda o banho pré-
operatório com sabão comum antisséptico ao menos na noite
anterior (colocar roupas limpas); Banho com clorexidina –
considerar para pacientes portadores de S.aureus nasal,
sobretudo para pacientes ortopédicos e para cirurgias cardíacas;
- Recomenda o banho pré-operatório com sabão comum ao menos
na noite que antecede a cirurgia (Categoria 1B – fortemente
recomendado).
- Ao menos dois banhos de chuveiro com sabonete contendo CHX
4% ou limpeza com toalhas impregnadas com CHX 2%
- Higiene oral
- Jejum: Manutenção do jejum (protocolo institucional)
- 2h líquidos claros (água e chás)
- 4h leite materno
- 6h para pacientes saudáveis que ingeriram dietas leves (sem
frituras,
- alimentos gordurosos ou carnes) ou fórmulas infantis
- 8h alimentos sólidos contendo carnes e refeições gordurosas
• Estudos têm demonstrado que bebida enriquecida com carboidratos ou
carboidratos e glutamina parece mostrar-se eficaz para reduzir o jejum
pré-operatório para 2 horas antes do procedimento
EXCEÇÕES:
• Situações que afetem o esvaziamento gástrico (gestação, diabetes,
obesidade, hérnia hiatal, doença do refluxo gastroesofágico, obstrução
intestinal, operações de urgência/emergência, alimentação por tubo
enteral)
• Via aérea difícil
• Indivíduos obesos (risco aumentado para broncoaspiração e
interferência da massa corporal no esvaziamento gástrico)

Encaminhamento ao Centro Cirúrgico


• Retirada de próteses, lentes de contato, esmalte e adornos (piercings)
• Marcação de lateralidade pela equipe cirúrgica
• Orientar esvaziamento vesical e intestinal
• Administração de medicamento pré-anestésico

Referências Bibliográficas

American Society of Anesthesiologists. Practice guidelines for preoperative


fasting and the use of pharmacologic agents to reduce the risk of pulmonary
aspiration: application to healthy patients undergoing elective procedures:
an updated report by the American Society of Anesthesiologists Committee
on Standards and Practice Parameters. Anesthesiology. 2011;114(3):495-
511.
• Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução COFEN n.
358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de
Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em
ambientes públicos ou privados. Brasília, DF; 2009. [Acesso em 2017
dez 24]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-
3582009_4384.html
• Herdman TH, Kamitsuru SE. Nanda International. Nursing Diagnoses
2015-17: Definitions and Classification. Oxford: Wiley Blackwell; 2014.
• Hornor MA, Duane TM, Ehlers AP, Jensen EH, Brown Jr PS, Pohl D et
al. American College of Surgeons' Guidelines for the Perioperative
Management of Antithrombotic Medication. J Am Coll Surg.
2018;227(5):521-536
• World Health Organization (WHO). Global Guidelines for Prevention of
Surgical Site Infection [Internet]. Switzerland, Geneva: 2016. [cited 2018
Jan 09] Available on:
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/250680/1/9789241549882-
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• Center for Disease Control and Prevention (CDC). Guideline for the
Prevention of Surgical Site Infeciton. United States of America, Atlanta:
2017. [cited Jan 09]. Available on:
http://jamanetwork.com/journals/jamasurgery/fullarticle/2623725
• Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação
Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC). Diretrizes
de práticas em enfermagem cirúrgica e processamento de produtos para
saúde. 7ª ed. Barueri, SP: Manole; 2017
• You JJ, Singer DE, Howard PA, Lane DA, Eckman MH, Fang
MC,Antithrombotic therapy for atrial fibrillation: Antithrombotic Therapy
and Prevention of Thrombosis, 9th ed: American College of Chest
Physicians Evidence- Based Clinical Practice Guidelines.Chest. 2012
Feb;141(2 Suppl):e531S-75S. doi: 10.1378/chest.11-2304.

Aula 3 - POSICIONAMENTO DO PACIENTE PARA O ATO ANESTÉSICO


CIRÚRGICO
Em relação ao Posicionamento cirúrgico: O POSICIONAMENTO DEVE
SER FEITO DE MANEIRA SEGURA, LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO A
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO PACIENTE, A TÉCNICA DAS
INTERVENÇÕES REALIZADAS, A MANUTENÇÃO DO POSICIONAMENTO
SEM SEQUELAS E O REGISTRO DE TODOS OS PROCEDIMENTOS E
PROTEÇÕES UTILIZADAS, COMO DOCUMENTO PARA O PACIENTE E
PARA A EQUIPE PRESENTE.

• AO POSICIONAR O PACIENTE A EQUIPE CIRÚRGICA DEVE


CONSIDERAR:
 LOCAL DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO
 ACESSO FACILITADO PARA O CIRURGIÃO
 ACESSO E NECESSIDADES DO ANESTESIOLOGISTA
 PRIVACIDADE DO PACIENTE
 EFEITOS FISIOLÓGICOS DURANTE O POSICIONAMENTO DO
PACIENTE ANTES E DEPOIS DE ANESTESIADO
 CONHECIMENTO DAS ESTRUTURAS ANATÔMICAS

RESPONSABILIDADE DE CADA MEMBRO DA EQUIPE

Cirurgião
Anestesiologista:

Equipe de Enfermagem

Equipamentos e recursos de proteção:


mesa cirúrgica
Materiais e equipamentos de proteção:

Funções dos equipamentos de proteção:

Pontos a serem observados na manipulação do paciente


Posições cirúrgicas

DECÚBITO DORSAL: é a posição mais comum;

Posição de litotomia
Posição de trendelemburg

Posição de proclive

Posição decúbito ventral


Posição lateral

 É UTILIZADA PARA REGIÃO DOS RINS (NEFRECTOMIA)


 OU TÓRAX (TORACOTOMIA)
 ARTROPLASTIA OU PRÓTESE DE QUADRIL
Abordagem Posterior
 O paciente é posicionado decúbito lateral (deitado sobre o lado oposto
ao operado). A incisāo na pele começa lateralmente na coxa e termina
posteriormente na regiāo glútea. Esta abordagem tem como vantagem
a preservação da musculatura abdutora e menor taxa de claudicação
pós-operatória. A desvantagem é que apresenta maiores taxas
de luxaçāo (deslocamento) da prótese.
 Modificações na técnica original e nos materiais usados tem
 permitido a redução do risco de luxação da prótese.
Abordagem anterior
 O paciente é posicionado em decúbito dorsal. As taxas de
deslocamento são as menores nesta abordagem, com preservação da
musculatura abdutora. Esta abordagem é mais complexa tecnicamente
que a posterior ou lateral

Posição Fowler
Posição de canivete

Referências Bibliográficas

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