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Enfermagem em Clínica Cirúrgica Cuidados

no Pré, trans e pós-operatório

Professora : Raquel Soeiro


Mestre em Ensino na Saúde – UFF
Graduação em Enfermagem e Licenciatura -UFF
Enfermeira Especialista em Enfermagem em Emergência - UGF
Enfermeira Especialista em Saúde da Família - UCM
ASPECTOS HISTÓRICOS DA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE CIRÚRGICO

 Até meados do século XVIII, um grande número de moléstias, de


dores, de falta de assistência médica assolava o mundo. Os
procedimentos cirúrgicos realizados nessa época eram limitados,
destacavam-se as amputações, extração de abscessos e dentes e ligação
de artérias, evitavam-se as da região do abdômen e outras cavidades do
corpo, assim como do sistema nervoso central.
 Os principais desafios enfrentados eram a dor, a hemorragia e a
infecção, neste sentido os cirurgiões se mostravam temerosos a operar
seus doentes, além de que para realizar cirurgias não passavam por
uma academia, mas por um aprendizado prático, acompanhando um
mestre renomado em suas atividades, sendo chamados de “cirurgiões
barbeiros” (SILVA; RODRIGUES; CESARETTI, 1997; DAVIS,
1970; THOWALD, 1976).
PACIENTE CIRURGICO
 Este tipo de terapia pode representar uma agressão
orgânica, psíquica, além de que na maioria das vezes o
paciente não se encontra preparado para o inesperado,
como o diagnóstico da necessidade de uma cirurgia,
uma situação de risco, crítica e evasiva, com indefinição
de fatos que irão advir, transformando a intervenção em
uma situação assustadora, que traz à tona sentimentos
dolorosos e angustiantes.
PROCESSO DE CUIDADO
O procedimento cirúrgico é uma situação estressante
para o paciente, ao depararse com a mesma é acometido
de muitos medos, diante destas características
entendemos que a sistematização da assistência de
enfermagem perioperatória possibilita a melhoria da
qualidade da assistência prestada, “...pois torna-se um
processo individualizado, planejado, valiado e,
principalmente, contínuo...” (GALVÃO; SAWADA;
ROSSI, 2002, p. 692 ).
PREPARANDO O PACIENTE
PARA CIRURGIA
O termo perioperatório é o termo utilizado para
descrever todo o período da cirurgia, incluindo antes e
após a cirurgia em si. As três fases do período
perioperatório são:

Fase Pré-operatória,
Fase Transoperatório ou Intraoperatório,
Recuperação pós-operatória.
Fase pré-operatória :
A partir do momento em que se toma a decisão para a
intervenção cirúrgica até a transferência do paciente para a
sala de cirurgia;

Pré-operatório mediato: o cliente é submetido a exames


que auxiliam na confirmação do diagnóstico e que auxiliarão
o planejamento cirúrgico, o tratamento clínico para diminuir
os sintomas e as precauções necessárias para evitar
complicações pós-operatórias, ou seja, abrange o período
desde a indicação para a cirurgia até o dia anterior à mesma;
Pré-operatório imediato: corresponde às 24 horas
anteriores à cirurgia e tem por objetivo preparar o cliente para
o ato cirúrgico mediante os seguintes procedimentos: jejum,
limpeza intestinal, esvaziamento vesical, preparo da pele e
aplicação de medicação pré-anestésica
Fase intra-operatória (trasoperatória)

Desde o momento em que o paciente é


recebido na sala de cirurgia até quando é
admitido na sala de recuperação pós-
anestésica.
Recuperação pós-anestésica:
Do momento da alta do paciente da sala
de operação até sua alta da sala de
recuperação pós-anestésica;
Fase pós-operatória
A partir do momento da admissão na sala
de recuperação pósanestésica até a
avaliação domiciliar/clínica de
acompanhamento.
De forma genérica, o período perioperatório
pode ser dividido em: pré-operatório,
transoperatório (intraoperatório), e pós-
operatório.
De forma detalhada, pode ser dividido nas
seguintes fases: pré-operatória mediata e
imediata, transoperatória, recuperação anestésica
e pós-operatória.
Consentimento cirúrgico:
 Antes da cirurgia, o paciente deve assinar um
formulário de consentimento cirúrgico ou permissão
para realização da cirurgia.
 Quando assinado, esse formulário indica que o
paciente permite a realização do procedimento e
compreende seus riscos e benefícios, explicados pelo
cirurgião.
 Se o paciente não compreender as explicações, o
enfermeiro notifica ao cirurgião antes que o paciente
assine o formulário de consentimento.
 Os pacientes devem assinar um formulário de
consentimento para qualquer procedimento invasivo
que exija anestesia e comporte risco de complicações
e antes que lhes seja administrado qualquer sedativo
pré-operatório
Preparo pré-operatório
Pode ocorrer:
Consultório médico
Residência antes da internação,
Por ocasião da internação durante os dias
pré-operatórios.
Na noite que precede a cirurgia, caso o
paciente se encontre no hospital.
Ou na manhã da cirurgia por ocasião da
admissão.
Preparo pré-operatório
Orientações de jejum conforme o procedimento
Verificar Sinais vitais
Cuidados com a Higiene
Realizar tricotomia se necessário
Roupa adequada
Preparo gastrointestinal ( esvaziamento intestinal)
Eliminações Urinárias (sondagem)
Controle de peso
Remoção de Próteses e Dentaduras
Remoção de Jóias, Esmalte e Maquiagem
Transporte do paciente
Período transoperatório (intra-
operatório)
É aquele em que o paciente será submetido a uma
cirurgia propriamente dita, sendo realizada na unidade
de centro cirúrgico, que é dotada de uma infra –
estrutura que garanta plena segurança e conforto ao
paciente e a equipe de saúde.

 As funções da enfermagem abrangem a recepção do


paciente no CC, organização da SO, atendimento as
necessidades de saúde e segurança do paciente durante e
após a cirurgia, encaminhando o paciente para a RPA,
UTI ou enfermaria
O circulante de sala deve
 Controlar e orientar o uso correto do uniforme privativo,
visando à segurança do paciente.
 Auxiliar os elementos da equipe cirúrgica a vestirem o
avental e as luvas.
 Iniciar a abertura dos pacotes em seqüência de uso e
obediência à técnica asséptica.
 Auxiliar a montagem da mesa de instrumentação,
apresentando os artigos médicos necessários ao procedimento
cirúrgico.
 Puncionar a veia ou auxiliar na instalação dos soros.
 Auxiliar o anestesiologista na indução e manutenção da
anestesia.
 Auxiliar a equipe cirúrgica no posicionamento do paciente.
 Auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica.
O circulante de sala deve
 Auxiliar na anti-sepsia da área operatória.
 Colocar a placa dispersiva do gerador eletro-cirúrgico (placa
do bisturi)..
 Auxiliar na colocação dos campos cirúrgicos.
 Prover as mesas do instrumentador e de cirurgião assistente
com artigos e equipamentos necessários ao ato operatório.
 Manter o ambiente asséptico.
 Acompanhar a cirurgia provendo ao instrumentador artigos
necessários ao ato operatório.
 Manter boa iluminação da área cirúrgica.
 Realizar controle de perda sanguínea por meio da pesagem
das compressas e gazes utilizadas.
 Preencher a ficha transoperatória, a fim de fornecer subsídios
para a continuidade dos cuidados de enfermagem.
O circulante de sala deve
No final da cirurgia, o circulante deve:
Auxiliar o cirurgião no curativo cirúrgico.
O CUIDADO DE ENFERMAGEM
NO PÓS-OPERATÓRIO
 Pós-operatório: inicia-se a partir da saída do cliente da
sala de operação e perdura até sua total recuperação.

Subdivide-se:
 Pós-operatório imediato (POI): até às 24 horas
posteriores à cirurgia.
 Pós-operatório mediato: após as 24 horas e até 7 dias
depois;
 Pós-operatório Tardio: após 7 dias do recebimento da
alta.

Objetivos: identificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos


procedimentos anestésicos e cirúrgicos, tais como dor, entubação
traqueal, náuseas, vômitos, retenção urinária, flebite pós-venóclise e
outros, com a finalidade de restabelecer o seu equilíbrio.
AVALIAÇÃO BÁSICA PÓS-OPERATORIO IMEDIATA

Avaliação da permeabilidade da via aérea e toma


providências necessárias.
Avalia a presença de ronquidão, estridor, sibilos
ou diminuição do murmúrio vesicular;
Aplicar oxigênio umidificado através de cânula
nasal ou máscara facial;
Registrar os SSVV (pressão arterial, frequência,
força e ritmo cardíaco, frequência e profundidade
das respirações, saturação de oxigênio, coloração
da pele e temperatura.)
Avaliar condição do local da cirurgia .
Avaliar nível de consciência.
PÓS–OPERATÓRIO MEDIATO: As primeiras
24 horas após o ato cirúrgico (há dor mas com
menos intesidade)
Promoção de deambulação precoce.
Higiene após a cirurgia.
Realizar curativo após o banho.

PÓS–OPERATÓRIO TARDIO: Se relaciona com


o desaparecimento dos achados clínicos (dor ,mal
estar, instabilidade dos sistemas ôrganicos).
Evolução da cicatrização do processo cirúrgico.
As ações de enfermagem se baseiam nas
manifestações do cliente a pós a cirurgia.
Orientação do auto cuidado

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