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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3
6.1 Tratamento......................................................................................... 16
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 35
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INTRODUÇÃO
BONS ESTUDOS!
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O ALIMENTO E A SUA IMPORTÂNCIA
Fonte: alimentacaosaudavel40.com
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humano, tanto no âmbito biológico, quanto no metafísico, pois possibilita ao indivíduo
nutrir-se ao passo que se bem gerida a sua dieta pode chegar a um imenso universo
de prazer (SILVA, 2017).
Fonte: 3.bp.spot.com
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quadro grande parte dos seres humanos tem a sua alimentação norteada pelas mídias
de massa e não mais auscultam o seu próprio organismo com a finalidade de saber
qual o melhor alimento para consumir naquele determinado momento. O critério deixa
de ser interno e passa a ser externo. O público infantil e adolescente é o mais suscetível
aos apelos promocionais de propaganda e publicidade que envolve uma série de
alimentos como biscoitos, refrigerantes e alimentos semi prontos industrializados
(AMARAL, 2016).
A Ciência Ontopsicológica, em base às suas mais variadas aplicações, após
anos de experimentação e codificação do seu método, também evidenciou que existe
um critério de natureza que também pode ser utilizado para se perceber de modo mais
exato as informações no processo de alimentação.
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Fonte: tribunadeituverava.com.br
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Para além do conceito de alimentação saudável, alguns documentos da saúde
passaram a adotar o conceito de alimentação adequada e saudável, dialogando com a
política de segurança alimentar e nutricional, que se refere à adequação cultural, social,
econômica da alimentação, e não apenas nutricional (BRASIL, 2014). A promoção da
alimentação adequada e saudável é um dos componentes da promoção da saúde e
abarca medidas de incentivo, apoio e proteção, que visam a difundir informações,
facilitar e proteger a adesão a práticas alimentares saudáveis, como a rotulagem
nutricional obrigatória, os guias alimentares e a regulamentação da publicidade de
alimentos (BRASIL, 2012).
Quanto à regulamentação da publicidade de alimentos, ainda não houve êxito,
a despeito dos esforços da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), uma vez
que esse tipo de medida se opõe aos interesses da indústria de produtos processados
e ultraprocessados, que tem forte poder de influência nas decisões políticas. As
medidas menos conflitivas são os acordos voluntários para redução dos teores de sal,
gorduras saturadas e açúcar dos processados, previstos no Plano Nacional para
Enfrentamento das DCNT, que propõem “parcerias” com a indústria de alimentos e
sugerem que voluntariamente sejam evitadas as propagandas de alimentos não
saudáveis, o que é bastante improvável (BRASIL, 2011).
O guia alimentar de 2006 destaca o risco da ingestão de alimentos com elevada
densidade energética e altos teores de gorduras, açúcar e sal na configuração da
obesidade e DCNT. O documento já pautava o conceito de segurança alimentar e
nutricional e recomendava medidas destinadas a afetar o “ambiente obesogênico”,
como a regulamentação da publicidade de alimentos. O guia alimentar de 2014
reconfigura o setor saúde na abordagem da questão alimentar, pois amplia o diálogo
entre SUS e SISAN, considera a promoção da alimentação adequada e saudável como
parte da construção de um sistema alimentar “social e ambientalmente sustentável” e
destaca condicionantes da alimentação, desde a produção até o consumo. Suas
recomendações baseiam-se em uma classificação de alimentos segundo o grau de
processamento , sugerindo que se limite o consumo de alimentos processados e se
evite o consumo de ultraprocessados . Essas novas recomendações introduzem um
forte elemento de confronto com a indústria de alimentos, como sugerem alguns
enunciados do documento, tais como:
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“alimentos ultraprocessados tendem a afetar negativamente a cultura, a vida
social e o ambiente” (p. 45); “evite alimentos ultraprocessados” (p. 50). Além
disso, o guia alimentar pode qualificar as medidas voltadas para mudanças
nas decisões individuais ao considerar que “recomendações sobre
alimentação devem levar em conta o impacto das formas de produção e
distribuição dos alimentos sobre a justiça social e a integridade do ambiente”
(p. 18).
Fonte: bariatricaemetabolicabh.com.br
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tratamentos complexos. Os problemas de obesidade estão cada vez mais frequentes
em crianças desde a primeira fase nutricional, o que vem chamando a atenção de
especialista e da própria população já que a obesidade infantil estende na fase adulta
desencadeando patologias crônicas, estudos mostram que algumas dessas patologias
já são frequentes na infância como diabetes, hipertensão e até problemas cardíacos.
(DESAI, JELLYAM, RON, 2015).
Aliado aos problemas de ordem patológica a obesidade traz consigo problemas
ligados a questões psicológicas, sociais e econômicas, considerando o exposto o
trabalho de conclusão de curso pretende compreender estas questões buscando
responder quais as principais características da obesidade no período infantil.
A transição nutricional é o processo caracterizado pela progressiva diminuição
dos índices de desnutrição e aumento do excesso de peso na população, causada
por alterações no estilo de vida, sobretudo nos hábitos alimentares e prática
de atividade física, os quais determinaram mudanças importantes no perfil de saúde
da população brasileira (SOUZA et al, 2010). A obesidade, principal consequência
desse fenômeno, representa um dos principais fatores de risco para doenças e agravos
como hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, entre outras
(FISBERG et al, 2016; SOUZA et al, 2010). Atualmente, observa-se uma
disseminação do excesso de peso, independente de classe social, gênero e idade. É
ainda mais alarmante o crescente número da obesidade infanto-juvenil. No Brasil,
uma em cada três crianças, entre 5 e 9 anos, apresentam excesso de peso.
Durante o crescimento e desenvolvimento, existem inúmeros fatores de risco
para o desenvolvimento da obesidade, como o peso elevado ao nascer, ausência
do aleitamento materno, alimentação complementar inadequada, sedentarismo e,
até mesmo, o excesso de peso dos pais (ABESO, 2016). Tais fatores,
associados a um ambiente obesogênico, o qual inclui aspectos predisponentes
(socioeconômico, estilo de vida, disponibilidade de alimentos) inseridos no
contexto familiar, são apontados como as possíveis causas da obesidade
(CAMARGO et al, 2013; FISBERG et al, 2016).
A modificação deste cenário é possível através de estratégias de
prevenção e intervenção com enfoque nos fatores de risco modificáveis
(RODRIGUES, ALVES, AMORIM, 2015). As ações devem ser fundamentadas
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na promoção de estilos de vida saudáveis (alimentação adequada e atividade
física regular) e prevenção e tratamento dos problemas de saúde decorrentes,
com oferta de apoio social e atividades interativas (FISBERG et al, 2016;
MASSABKI et al, 2016; RODRIGUES, ALVES & AMORIM, 2015).
As estratégias de prevenção são urgentes e necessitam de abordagem
ainda na infância, pois hábitos adquiridos nessa idade tendem a continuar
durante a vida adulta (COSTA et al, 2012). Porém, uma vez diagnosticado com
obesidade, o tratamento deve ser realizado precocemente, pois apresenta maior
taxa de sucesso e eficiência na redução do risco de desenvolvimento de DANT’s
(MASSABKI et al, 2016).
11
Fonte: STARC E STREL (2010)
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5.3 Fatores genético e ambiental
Fonte: hipnoseclinic.com.br
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a obesidade como uma
epidemia mundial condicionada principalmente pelo perfil alimentar e de atividade física
(WHO, 2000). Sua crescente prevalência vem sendo atribuída a diversos processos
biopsicossociais, em que o “ambiente” (político, econômico, social, cultural), e não
apenas o indivíduo e suas escolhas, assume um lugar estratégico na análise do
problema e nas propostas de intervenções (SWINBURN et al, 2015). Contudo, parte
dos desafios reside em compreender como esses múltiplos fatores interagem.
Em 2006, no Brasil, foi instituído o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (SISAN) que organiza ações implementadas por diferentes ministérios,
abarcando desde a produção até o consumo de alimentos. O Conselho Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), as Conferências Nacionais e a Câmara
Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) integram o SISAN.
Entre 2011 e 2014, a CAISAN protagonizou a formulação do plano intersetorial de
combate à obesidade, que subsidiou uma estratégia intersetorial que sistematiza
recomendações para estados e municípios (BRASIL, 2014)
As ações propostas demandam uma articulação dentro do SUS (intrassetorial)
e entre o conjunto de ministérios que integram o SISAN (intersetorial). O diálogo entre
instituições com práticas distintas implica um processo político e decisório complexo,
atravessado por múltiplos conflitos de interesses (SCHUTZ & MIOTO 2010). Medidas
que estimulem indivíduos a modificarem, por si sós, as suas práticas alimentares e de
atividade física podem ser mais facilmente adotadas pelos governos, pois se alinham
aos interesses e às estratégias de marketing da indústria de alimentos (BURLANDY et
al, 2014). Por outro lado, medidas que visam às transformações nos “ambientes
obesogênicos”, como a regulamentação da publicidade de alimentos, podem afetar os
interesses comerciais. Ambas são igualmente importantes, mas sua operacionalização
impõe desafios políticos e de gestão distintos (ROBERTO et al, 2015)
14
OBESIDADE COMO DOENÇA, CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS,
CONDICIONANTES E MEDIDAS PROPOSTAS
Fonte: encrypted
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vigilância alimentar e nutricional no âmbito do SUS. Não obstante seu emprego
disseminado internacionalmente, o IMC não mede a composição corporal, portanto,
parece haver inconsistência quanto a sua aplicabilidade para diagnosticar uma doença
caracterizada por acúmulo de gordura.
Os dados de estudos populacionais vêm demonstrando alta especificidade, mas
baixa sensibilidade do IMC no diagnóstico de obesidade 20,49. Evidências apontam
para a necessidade de se desenvolver curvas dos componentes da composição
corporal para o diagnóstico clínico e epidemiológico do estado nutricional (WELLS,
2014). No entanto, seu uso como critério para identificar sobrepeso/obesidade como
fator de risco para DCNT, e não de diagnóstico nutricional per se, ainda parece ser
adequado, particularmente em serviços de saúde.
No âmbito do SUS, em 2006, a publicação de um Caderno de Atenção Básica
específico sobre o tema enfatizou aspectos individuais tanto na configuração do
problema quanto no seu enfrentamento, mas também sugeriu estratégias coletivas de
promoção da alimentação saudável BRASIL, 2006. Outros documentos do Ministério
da Saúde reforçam a abordagem assistencial e individualizada (BRASIL, 2012). Em
2014, um novo Caderno de Atenção Básica detalhou a construção da linha de cuidado
para obesidade no âmbito da atenção básica e, secundariamente, destacou ações de
promoção da saúde (BRASIL, 2014).
A análise dos Cadernos de Atenção Básica e dos documentos publicados nesse
intervalo de tempo indica uma preocupação crescente do Ministério da Saúde em
organizar ações de enfrentamento da obesidade na atenção básica. Desde 2007 foram
publicadas portarias que pautam a organização da linha de cuidado e estabelecem
critérios para o serviço de assistência de alta complexidade para os pacientes com
sobrepeso e obesidade, incluindo a garantia do tratamento cirúrgico. Ainda que o
recurso à cirurgia possa reforçar o enfoque patológico e curativo, essa alternativa de
tratamento passou a ser um direito no âmbito do SUS (BRASIL, 2013).
Sem desconsiderar a importância de medidas individualizadas, reconhece-se
que determinados segmentos que conformam o complexo industrial da saúde têm forte
peso de influência no processo decisório governamental. Portanto, a medicalização da
obesidade deve ser analisada à luz desse contexto de disputas de interesses em torno
dos recursos públicos.
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Ampliar a concepção restrita da obesidade como doença e propor medidas
ambientais têm se tornado um imperativo diante da baixa resolutividade das
intervenções focadas apenas no corpo e no atendimento individualizado. Estratégias
que ultrapassem o âmbito de ação do setor saúde são necessárias, dadas as
dificuldades em universalizar medidas individualizadas (como intervenções cirúrgicas),
além dos limites que os próprios indivíduos enfrentam para modificar suas “escolhas”
pessoais (alimentares ou de prática de atividade física) em contextos adversos à
adoção de práticas saudáveis. Nesse sentido, a abordagem da obesidade na
perspectiva da promoção da saúde contribui para pensar o problema em uma ótica
referenciada não apenas na doença e no tratamento (ROBERTO et al, 2015).
6.1 Tratamento
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ao homem adulto, mas também a criança dentro de toda sua faixa etária (LOPES,
2010).
Fonte: manaus.am.gov.br
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Para o desenvolvimento da atenção nutricional na ABS, as equipes de
referência deverão ser apoiadas por grupos de multiprofissionais, a partir
de um processo de matriciamento e clínica ampliada, com a participação de
profissionais nutricionistas cujos deverão instrumentalizar os demais profissionais
para o desenvolvimento de ações integrais nessa área, respeitando seu núcleo de
competências (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
Organizar a atenção nutricional na ABS de forma interdisciplinar é uma
medida importante para contribuir com a prevenção e o controle da obesidade e,
assim, reduzir as chances do adoecimento e morte na população. (ARAÚJO
et al, 2019).
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Programas de tratamento interdisciplinar efetivo para a obesidade são
necessários para desencadear mudanças de concepções e condutas no indivíduo,
principalmente, no relacionado a fatores modificáveis, como a regularidade da
atividade física, hábitos alimentares saudáveis e atividades de lazer.
Fonte: encrypted
Fonte: escolaaed.com.br
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Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 1997), a
escola desempenha um papel importante na formação dos cidadãos para que o mesmo
tenha uma vida saudável. A ideologia para o tema saúde no currículo da escola propõe
a formação de protagonistas capazes de valorizar, discutir e contribuir na decisão
relativa à saúde individual e coletiva. Em adendo, surge a importância da formação do
aluno para cidadania ser direcionada a motivação para o cuidado com seu corpo e
compreensão da saúde como direito e responsabilidade pessoal e social. Neste
contexto, a educação física tem, dentre outras, a função de informar os alunos sobre
diversos fatores interventores na saúde, e conscientizá-los a praticar atitudes mais
positivas em relação à prática de atividades físicas e aos cuidados com o corpo. O
comprometimento desta disciplina escolar com a promoção da saúde deve levar os
alunos à prática e desenvolvimento de conhecimentos sobre a atividade física; deve
conscientizar, acerca da sua importância e benefícios, possibilitando a identificação
dos fatores que os impedem à frequente prática de exercícios; deve, ainda,
desempenhar um papel na educação para a saúde dos alunos, com foco nas ações
preventivas, complementando as ações curativas e de reabilitação (DARIDO, 2012).
Estudo de Lenes et al. (2011) levantou informações sobre o percentual de
escolares com sobrepeso e obesidade no ensino fundamental da rede pública,
propiciando um espaço para inserção e discussão do tema no contexto das aulas de
Educação Física. Além disso, proporcionou alternativas de intervenção à disciplina,
relacionando percepção e autoimagem corporal. A partir da pesquisa, elaborou-se um
caderno de atividades, uma vez que há carência de material didático na disciplina. Foi
observado que os hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo estão
diretamente relacionados a esses índices. Foi percebida a importância de incluir
estudos acerca de sobrepeso e de obesidade, desde cedo nas escolas, com o objetivo
de detectar as possíveis repercussões negativas sobre a saúde, o mais precocemente
possível, e sugerir ações que possam auxiliar na promoção do bem-estar da criança e
do jovem.
Segundo os PCNs (BRASIL, 2008), o tema transversal saúde, quando
trabalhado ainda nos anos iniciais da criança na escola, gera valores que proporcionam
uma vida saudável. No âmbito da educação física, pode ser desenvolvido seguindo as
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propostas do bloco de conteúdos de conhecimentos sobre o corpo e com aproximações
da abordagem pedagógica que enfatiza a cultura corporal do movimento.
Considerada uma abordagem pedagógica contemporânea da educação física,
a saúde renovada tem sido criticada pelo excesso de preocupações com a aptidão
física, não despertando a construção crítica dos alunos a respeito dos parâmetros da
qualidade de vida e da saúde. Entretanto, as bases da cultura corporal do movimento
fortalecem as dimensões conceituais de saúde, e objetivam contribuir com a
transformação da escola em um ambiente saudável, ampliando a discussão da
tendência higienista e favorecendo o combate à obesidade e sobrepeso (OLIVEIRA;
MARTINS; BRACHT, 2015; FERREIRA; SAMPAIO, 2013).
Nesse contexto, surgem propostas de as atividades práticas inseridas no
currículo estarem dialogando com temas pertinentes à boa saúde para favorecer a
inserção do tema sobrepeso e obesidade nas aulas. Como exemplos, podem ser
citadas as atividades rítmicas e expressivas, as diferentes manifestações de ginástica
e as lutas, pois podem ser utilizadas para gerar discussões sobre as relações entre
gasto e consumo energético e suas verdadeiras contribuições com o emagrecimento e
uma vida saudável, assim como os efeitos negativos do tempo de tela (tríade televisão-
games-internet), que contribui com o aumento do sedentarismo (BRASIL, 1997;
CARDOSO et al., 2014; VASCONCELLOS; ANJOS; VASCONCELLOS, 2013). Quanto
aos esportes, existem muitas críticas para sua utilização de forma competitiva com
ênfase no bom desempenho, o que favorece o afastamento de alunos menos
habilidosos, mas, ao mesmo tempo, ser o conteúdo escolar apontado em estudos como
o mais motivante e com contínua prática após a vida escolar (UNESCO, 2015; SILVA;
SILVA, 2015).
A UNESCO (2015), abordando sobre educação física de qualidade, cita a
European Comission, apontando que, para tornar significativos os currículos de
educação física para crianças e jovens do século XXI, teorias inovadoras de
aprendizagem e novas percepções da disciplina devem ser consideradas, avaliadas e
implementadas. De maneira em geral, as propostas observadas nos estudos
selecionados em conjunto com diferentes possibilidades oriundas de aulas de
educação física, ou mesmo de projetos elaborados pela escola, enriqueceriam as
propostas de prevenção e combate ao sobrepeso e a obesidade.
25
8.1 Ações de educação alimentar e nutricional na prevenção da obesidade e na
recuperação da saúde de escolares
26
Neste contexto, a escola, como ambiente favorecedor da construção do
conhecimento, tem papel fundamental na conscientização da comunidade escolar
quanto ao consumo de alimentos saudáveis, visando a promoção e a manutenção da
saúde. A prevenção visa à promoção e manutenção da saúde. Prevenir significa
antecipar-se à sua ocorrência ou cuidar para que ela não aconteça. O processo de
prevenção apresenta três fases: primária, realizar educação em saúde com os
escolares evitando que a obesidade infantil aumente desordenadamente no ambiente
escolar; secundária, efetuar ações de cuidado que evitem a evolução da obesidade
infantil e o surgimento de doenças de base; terciária, há ações de reabilitação para
prevenir complicações, cuidado da causa base e os efeitos da obesidade em crianças
afetadas no ambiente escolar e familiar (CHAVES et al, 2011).
Os programas educativos em saúde incluindo aqueles voltados para
alimentação e nutrição, direcionados a escolares constituem uma das estratégias mais
importantes para prevenir a obesidade na população infantil, uma vez que a cobertura
no ensino fundamental é de praticamente 100% (KAIN et al, 2011).
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) existe desde 1955
(CARDOSO, 2014) e dentre as suas normativas atuais está a consideração de que as
ações educativas devem ser “formativas”, de prática contínua e permanente,
transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional que objetiva estimular a adoção
voluntária de práticas e escolhas alimentares saudáveis, que colaborem para a
aprendizagem, o estado de saúde do escolar e a qualidade de vida do indivíduo”
(VASCONCELOS, 2012).
Essas ações têm como objetivo integrar a temática alimentação e nutrição no
contexto escolar, enfatizando a alimentação saudável e a promoção da saúde,
destacando a escola como um espaço que favorece a formação de hábitos saudáveis
e à construção da cidadania. Ações com esta característica, quando incorporadas ao
projeto pedagógico da escola permitem ao aluno apropriar-se de conhecimentos sobre
alimentação e nutrição que podem ser levados por toda vida (MARTINS, 2010).
27
8.2 Alimentação saudável no ambiente escolar
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
Fonte: yimg.com
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promove o desenvolvimento cognitivo e intelectual, proporciona benefícios
imunológicos, e aumenta o vínculo mãe-bebê. Para as mães, a amamentação é
fator de proteção contra câncer de mama e de ovário, é método contraceptivo, protege
contra diabetes e obesidade, auxilia no retorno ao peso anterior da gestação mais
rápido. Além desses benefícios, o aleitamento materno também contribui para a
economia dos gastos financeiros da família. (LIBRELÃO, 2017).
Mesmo com tantos benefícios do aleitamento materno, ainda hoje, no
Brasil, a prevalência dessa prática é baixa, apenas 41% dos lactentes recebem
aleitamento materno exclusivo (AME) até os primeiros seis meses de vida. Müller et al,
(2014), além 2014 realizou um estudo com 6.397 crianças das cinco regiões do
país, com o objetivo de analisar a prevalência do excesso de peso infantil e fatores
associados. Segundo Müller et al, (2014), a duração média do AME no Brasil é de 120
dias, e apenas 24% da amostra recebeu AME durante os primeiros seis meses de vida,
sendo constatado a prevalência de 36% maior de excesso de peso nas crianças
que foram amamentadas até 120 dias, comparadas às que receberam AME por
período superior à 120 dias (LIBRELÃO, 2017).
Nos primeiros meses de vida, a amamentação possui papel fundamental de
diminuir a chance de desenvolvimento de sobrepeso e obesidade na infância. Segundo
Librelão (2017), na infância, as chances de adquirir excesso de peso são duas vezes
maiores em crianças que receberam aleitamento materno exclusivo por um mês,
comparadas com crianças que foram amamentadas exclusivamente com leite
materno por seis meses, comprovando que quanto maior o período de aleitamento
materno exclusivo, maior é a proteção contra a obesidade.
A composição exclusiva do leite materno está associada a um “imprinting”
metabólico, que é um fenômeno através do qual uma experiência nutricional precoce,
atua durante um período crítico e específico do desenvolvimento e acarreta um
efeito duradouro, persistente ao longo da vida do indivíduo, podendo predispor a
determinadas doenças (SILVA, 2018).
Por ser uma das experiências nutricionais mais precoces do recém-nascido,
e possuir uma composição única com hormônios e células, o leite materno está
envolvido nesse fenômeno, alterando o número e/ou tamanho dos adipócitos e
induzindo o fenômeno de diferenciação metabólica. É possível que crianças
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alimentadas ao seio materno desenvolvam mecanismos eficazes para regular sua
ingestão energética e, crianças que recebem fórmulas industrializadas
podem ter estes mecanismos prejudicados favorecendo o desenvolvimento de
sobrepeso e promovendo uma ingestão excessiva de leite e/ou prejudicando o
desenvolvimento dos mecanismos de autorregulação. O aleitamento permite à
criança controlar a quantidade do leite consumido, baseado no controle da
saciedade interna. As crianças que mamam em mamadeiras podem ser
influenciadas a terminar o conteúdo desta, mesmo quando já atingiu a saciedade,
perdendo a habilidade de autorregular a ingestão energética (PASTORELLI, 2013).
Os componentes hormonais do leite materno também são fatores que
protegem contra o desenvolvimento a obesidade. A leptina, hormônio que promove
a saciedade, controla a ingestão energética; a adiponectina atua no aumento de
gasto energético, no acúmulo do excesso de gordura corporal, e possui ação anti-
inflamatória. Alguns estudos recentes também indicam que a resistina e a obestatina
também podem interferir na obesidade. A resistina atua na regulação do metabolismo
em crianças, e as que ingerem fórmulas infantis possuem maiores concentrações. Já
a obestatina, com seu efeito anorexígeno, atua sobre a função endócrina e sobre a
glicemia (LIBRELÃO, 2017).
Além disso, a liberação de hormônios pancreáticos e intestinais em crianças
alimentadas com leite materno e com fórmula infantil é bastante distinta. Os lactentes
que recebem fórmula infantil possuem um maior consumo de proteínas, fato que
também é um dos mecanismos responsáveis pelo risco aumentado de obesidade
nessas crianças, pois essa ingestão proteica excessiva para a necessidade
metabólica aumenta a secreção de insulina e do fator de crescimento I. O aumento
da concentração plasmática de insulina estimula a captação da glicose pela célula e
inibe a lipólise, contribuindo, assim, para o acúmulo de tecido adiposo-subcutâneo
(SILVA, 2018).
A falta de conhecimento sobre os benefícios da amamentação, o retorno ao
trabalho, introdução de outros alimentos antes do período de seis meses de vida, o uso
de chupeta e de mamadeira são fatores que influenciam diretamente para a ocorrência
do desmame precoce. Com a mudança do perfil da sociedade moderna, em que a
mulher alcançou sua independência, tem-se o retorno ao trabalho das mães cada
32
vez mais cedo, sendo um fator que contribui para o desmame precoce
(ALGARVES, 2015).
Entendendo os mecanismos de interferência positiva do leite materno face ao
risco de excesso de peso infantil, é necessário que essas informações sejam difundidas
para que a amamentação não seja interrompida. Medidas de promoção da saúde
devem ser realizadas desde o pré-natal, enfatizando os benefícios do aleitamento
materno tanto para a mãe como para o filho. Alimentação adequada, bem como
procedimentos para a manutenção do aleitamento materno para as mulheres que
precisam retornar ao trabalho devem ser transmitidas às nutrizes, bem como o não uso
de chupetas e mamadeiras, de introdução precoce de alimentos, de fórmulas
infantis, podendo assim aumentar o período de amamentação e diminuir as chances
de desenvolvimento de obesidade (LIBRELÃO, 2017).
A família deve ser uma aliada, mantendo e estimulando uma alimentação
saudável e balanceada, além de promover uma prática regular de atividade física por
todos da família. Deve-se ter um controle rigoroso das horas de sono e do tempo em
que a criança pode se submeter à televisão e jogos eletrônicos. O leite materno
é fundamental para o desenvolvimento adequado e saudável dos recém-nascidos,
proporciona vantagens a curto e longo prazo, e o ideal é que apenas esse alimento
fosse ofertado durante os primeiros seis meses de vida, visando todos os seus
benefícios, incluindo a proteção contra a obesidade infantil. A prevenção e o tratamento
da obesidade infantil alcançam melhores resultados quando envolvem toda a família e
uma equipe multidisciplinar, com médico, psicólogo, nutricionista, educador físico
(BRASIL, 2015).
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especifico, mas que podem ser chamados de alimentos familiares (MARTINS; HAACK,
2012).
A alimentação inadequada nessa fase da vida pode levar tanto a desnutrição
quanto ao sobrepeso/obesidade, sendo que ambos podem gerar deficiências
nutricionais (BRASIL, 2009). O excesso de peso nem sempre está associado à saúde,
visto que a ingestão de alimentos com alta densidade energética pode levar a
deficiência de micronutrientes, além de aumentar a suscetibilidade para doenças
crônicas não transmissíveis nos diferentes momentos do ciclo da vida, como diabetes,
obesidade e doenças cardiovasculares (BRASIL, 2013)
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