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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3

O ALIMENTO E A SUA IMPORTÂNCIA .................................................... 4

A INFLUÊNCIA DA CULTURA NA ALIMENTAÇÃO .................................. 5

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ...................................................................... 6

OBESIDADE NO BRASIL E NO MUNDO .................................................. 8

5.1 Fatores desencadeantes ................................................................... 10

5.2 Fatores de risco ................................................................................. 11

5.3 Fatores genético e ambiental ............................................................. 12

5.4 As estratégias de prevenção da obesidade .............................. 12

OBESIDADE COMO DOENÇA, CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS,


CONDICIONANTES E MEDIDAS PROPOSTAS...................................................... 14

6.1 Tratamento......................................................................................... 16

ATENÇÃO NUTRICIONAL PARA OBESIDADE EM UNIDADES BÁSICAS


DE SAÚDE ............................................................................................................... 17

7.1 Instrumentos para avaliação nutricional ......................................... 18

7.2 Ações do profissional nutricionista ..................................................... 20

OBESIDADE NA ESCOLA: ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E


CONTROLE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ................................................... 22

8.1 Ações de educação alimentar e nutricional na prevenção da obesidade


e na recuperação da saúde de escolares ............................................................. 25

AMAMENTAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE CONTROLE DE OBESIDADE


INFANTIL
...................................................................................................................Err
o! Indicador não definido.

9.1 Alimentação complementar.................. Erro! Indicador não definido.

2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 35

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INTRODUÇÃO

Prezado (a) aluno (a)!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao


da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta,
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse
aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No
espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser
direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

BONS ESTUDOS!

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O ALIMENTO E A SUA IMPORTÂNCIA

Fonte: alimentacaosaudavel40.com

Todos os alimentos são combustíveis do corpo, aquilo que mantém o complexo


sistema “homem” em funcionamento, ou seja, imprescindível para a manutenção da
vida. As civilizações mais avançadas da história sempre tiveram uma atenção especial
em relação ao alimento, pois tinham noção de que este era determinante para o
sucesso ou fracasso ao longo de suas jornadas diárias. A título de exemplo, o famoso
imperador romano Tibério afirmava que o homem quando alcançava a idade de trinta
e cinco anos não necessitaria mais de auxílio médico, pois em razão de, em tese, já
conhecer de modo superior o seu corpo não haveria tal necessidade, e que o homem
nesta faixa etária já teria uma dieta vital que possibilitaria a prevenção e recuperação
de eventuais doenças relacionadas ao orgânico (SILVA, 2017).
É muito válido perceber que há muito tempo, o alimento já era de suma
importância, e não é difícil relacionar essa atitude dos romanos em relação à
alimentação como uma das causas para o longo sucesso e hegemonia do império
romano, pois estes possuíam um estilo de vida refinadíssimo. No âmbito biológico, o
sujeito que gasta calorias constantemente apenas pelo ato de estar vivo, deve ter
constantemente energia suficiente para manter o seu organismo em perfeito
funcionamento, pois caso contrário as funções vitais deixam de ser exercidas com
precisão até a morte do sujeito. A alimentação é extremamente importante para o ser

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humano, tanto no âmbito biológico, quanto no metafísico, pois possibilita ao indivíduo
nutrir-se ao passo que se bem gerida a sua dieta pode chegar a um imenso universo
de prazer (SILVA, 2017).

A INFLUÊNCIA DA CULTURA NA ALIMENTAÇÃO

Fonte: 3.bp.spot.com

Existe também um aspecto cultural no ato de comer, a título exemplo, diversos


povos divinizavam alguns alimentos e não se atreviam a comer outros em base aos
seus aspectos culturais, religiosos, etc.
Não é que tais posicionamentos culturais e religiosos sejam ruins em si, no
entanto, o ser humano possui uma lógica ínsita ao seu próprio projeto dado pela
natureza e que informa a todo momento aquilo que é mais otimal ao sujeito, e que na
Ciência Ontopsicológica é denominado Em Si ôntico. Portanto, a utilização dessa lógica
natural como critério para a escolha e preparação do alimento, com base nas
percepções estudadas no item anterior, é mais coerente com a lógica humana e
possibilita ao sujeito maior satisfação e ganho energia no ato de alimentar-se.
Atualmente se verifica um grande consumo de comidas industrializadas em especial
os chamados fast food de massa, não porque se trata de uma comida extremamente
nutritiva ou porque traz um prazer imenso aos indivíduos que comem, mas sim em
razão de uma cultura alicerçada em um grande apelo midiático. Com base nesse

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quadro grande parte dos seres humanos tem a sua alimentação norteada pelas mídias
de massa e não mais auscultam o seu próprio organismo com a finalidade de saber
qual o melhor alimento para consumir naquele determinado momento. O critério deixa
de ser interno e passa a ser externo. O público infantil e adolescente é o mais suscetível
aos apelos promocionais de propaganda e publicidade que envolve uma série de
alimentos como biscoitos, refrigerantes e alimentos semi prontos industrializados
(AMARAL, 2016).
A Ciência Ontopsicológica, em base às suas mais variadas aplicações, após
anos de experimentação e codificação do seu método, também evidenciou que existe
um critério de natureza que também pode ser utilizado para se perceber de modo mais
exato as informações no processo de alimentação.

Também no interior do comer existe uma arte, um espírito, um refinamento de


intelecto superior. Dentro dessa experiência, é notável a presença do campo
semântico. Além do alimento, é importante com quem se come, porque, junto
ao outro, eu convivo o outro. O campo semântico em relação faz presente o
outro dentro mim e eu dentro dele. Muitos alimentos não podem ser bons se
cozinhados por uma pessoa que não está em forma, porque pode não ter a
arte da proporção alimentar, a graça do Em Si ôntico, e da mesma forma não
se pode gozar comendo com quem não tem a veste branca do gosto
(MENEGHETTI, 2012, p. 27).

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Fonte: tribunadeituverava.com.br

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Para além do conceito de alimentação saudável, alguns documentos da saúde
passaram a adotar o conceito de alimentação adequada e saudável, dialogando com a
política de segurança alimentar e nutricional, que se refere à adequação cultural, social,
econômica da alimentação, e não apenas nutricional (BRASIL, 2014). A promoção da
alimentação adequada e saudável é um dos componentes da promoção da saúde e
abarca medidas de incentivo, apoio e proteção, que visam a difundir informações,
facilitar e proteger a adesão a práticas alimentares saudáveis, como a rotulagem
nutricional obrigatória, os guias alimentares e a regulamentação da publicidade de
alimentos (BRASIL, 2012).
Quanto à regulamentação da publicidade de alimentos, ainda não houve êxito,
a despeito dos esforços da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), uma vez
que esse tipo de medida se opõe aos interesses da indústria de produtos processados
e ultraprocessados, que tem forte poder de influência nas decisões políticas. As
medidas menos conflitivas são os acordos voluntários para redução dos teores de sal,
gorduras saturadas e açúcar dos processados, previstos no Plano Nacional para
Enfrentamento das DCNT, que propõem “parcerias” com a indústria de alimentos e
sugerem que voluntariamente sejam evitadas as propagandas de alimentos não
saudáveis, o que é bastante improvável (BRASIL, 2011).
O guia alimentar de 2006 destaca o risco da ingestão de alimentos com elevada
densidade energética e altos teores de gorduras, açúcar e sal na configuração da
obesidade e DCNT. O documento já pautava o conceito de segurança alimentar e
nutricional e recomendava medidas destinadas a afetar o “ambiente obesogênico”,
como a regulamentação da publicidade de alimentos. O guia alimentar de 2014
reconfigura o setor saúde na abordagem da questão alimentar, pois amplia o diálogo
entre SUS e SISAN, considera a promoção da alimentação adequada e saudável como
parte da construção de um sistema alimentar “social e ambientalmente sustentável” e
destaca condicionantes da alimentação, desde a produção até o consumo. Suas
recomendações baseiam-se em uma classificação de alimentos segundo o grau de
processamento , sugerindo que se limite o consumo de alimentos processados e se
evite o consumo de ultraprocessados . Essas novas recomendações introduzem um
forte elemento de confronto com a indústria de alimentos, como sugerem alguns
enunciados do documento, tais como:
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“alimentos ultraprocessados tendem a afetar negativamente a cultura, a vida
social e o ambiente” (p. 45); “evite alimentos ultraprocessados” (p. 50). Além
disso, o guia alimentar pode qualificar as medidas voltadas para mudanças
nas decisões individuais ao considerar que “recomendações sobre
alimentação devem levar em conta o impacto das formas de produção e
distribuição dos alimentos sobre a justiça social e a integridade do ambiente”
(p. 18).

Portanto, o documento promove uma inflexão na abordagem das questões


alimentares no âmbito do SUS (BRASIL, 2014). Em termos de propostas intersetoriais
para o ambiente escolar, destacam-se o Programa Saúde na Escola, que envolve os
Ministérios da Educação e da Saúde e prevê ações de avaliação antropométrica,
promoção da segurança alimentar e nutricional, de práticas corporais e de atividade
física, que podem ser estratégicas no enfrentamento da obesidade (BRASIL, 2007) e
a Portaria Interministerial nº 1.010/2006 (BRASIL, 2006), que institui diretrizes para a
alimentação saudável nas escolas da rede pública e privada.

OBESIDADE NO BRASIL E NO MUNDO

Fonte: bariatricaemetabolicabh.com.br

Segundo a Associação Brasileira de Estudos Sobre Obesidade (ABESO, 2017)


a obesidade é um problema de saúde mundial que atinge um número significativo da
população trazendo patologias secundárias crônicas, tanto em adultos como em
crianças. Suas causas estão relacionadas a fatores genéticos e ambientais, com

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tratamentos complexos. Os problemas de obesidade estão cada vez mais frequentes
em crianças desde a primeira fase nutricional, o que vem chamando a atenção de
especialista e da própria população já que a obesidade infantil estende na fase adulta
desencadeando patologias crônicas, estudos mostram que algumas dessas patologias
já são frequentes na infância como diabetes, hipertensão e até problemas cardíacos.
(DESAI, JELLYAM, RON, 2015).
Aliado aos problemas de ordem patológica a obesidade traz consigo problemas
ligados a questões psicológicas, sociais e econômicas, considerando o exposto o
trabalho de conclusão de curso pretende compreender estas questões buscando
responder quais as principais características da obesidade no período infantil.
A transição nutricional é o processo caracterizado pela progressiva diminuição
dos índices de desnutrição e aumento do excesso de peso na população, causada
por alterações no estilo de vida, sobretudo nos hábitos alimentares e prática
de atividade física, os quais determinaram mudanças importantes no perfil de saúde
da população brasileira (SOUZA et al, 2010). A obesidade, principal consequência
desse fenômeno, representa um dos principais fatores de risco para doenças e agravos
como hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, entre outras
(FISBERG et al, 2016; SOUZA et al, 2010). Atualmente, observa-se uma
disseminação do excesso de peso, independente de classe social, gênero e idade. É
ainda mais alarmante o crescente número da obesidade infanto-juvenil. No Brasil,
uma em cada três crianças, entre 5 e 9 anos, apresentam excesso de peso.
Durante o crescimento e desenvolvimento, existem inúmeros fatores de risco
para o desenvolvimento da obesidade, como o peso elevado ao nascer, ausência
do aleitamento materno, alimentação complementar inadequada, sedentarismo e,
até mesmo, o excesso de peso dos pais (ABESO, 2016). Tais fatores,
associados a um ambiente obesogênico, o qual inclui aspectos predisponentes
(socioeconômico, estilo de vida, disponibilidade de alimentos) inseridos no
contexto familiar, são apontados como as possíveis causas da obesidade
(CAMARGO et al, 2013; FISBERG et al, 2016).
A modificação deste cenário é possível através de estratégias de
prevenção e intervenção com enfoque nos fatores de risco modificáveis
(RODRIGUES, ALVES, AMORIM, 2015). As ações devem ser fundamentadas
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na promoção de estilos de vida saudáveis (alimentação adequada e atividade
física regular) e prevenção e tratamento dos problemas de saúde decorrentes,
com oferta de apoio social e atividades interativas (FISBERG et al, 2016;
MASSABKI et al, 2016; RODRIGUES, ALVES & AMORIM, 2015).
As estratégias de prevenção são urgentes e necessitam de abordagem
ainda na infância, pois hábitos adquiridos nessa idade tendem a continuar
durante a vida adulta (COSTA et al, 2012). Porém, uma vez diagnosticado com
obesidade, o tratamento deve ser realizado precocemente, pois apresenta maior
taxa de sucesso e eficiência na redução do risco de desenvolvimento de DANT’s
(MASSABKI et al, 2016).

5.1 Fatores desencadeantes

As causas e origem da obesidade ainda não estão totalmente respondidas,


entretanto, existe um consenso na literatura de que fatores como genética, fenótipo,
questões relacionadas a estilo de vida podem influenciar no desencadeamento da
obesidade. As causas da obesidade podem ser multifatoriais estando envolvidos
fatores genéticos e ambientais como ilustra a Figura (STARC E STREL, 2010).
Na Figura é possível observar que os fatores predominantes das obesidades
são divididos em fatores ambientais e genéticos, a partir destes fatores outros fatores
secundários devem ser melhores estudos e observados, como questões hormonais,
aspectos psicológicos, sociais, econômicos, sedentarismo entre outros. Segundo a
autora existem evidências de que os fatores genéticos podem modular a resposta do
organismo de acordo com as mudanças dos fatores ambientais, como por exemplo, as
dietas e atividades físicas (NEJAR et al, 2019).

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Fonte: STARC E STREL (2010)

5.2 Fatores de risco

Os fatores de risco para desenvolvimento de obesidade na infância são:


prematuridade, bebês pequenos para idade gestacional (PIG), bebês grandes para
idade gestacional (GIG), filhos de mães diabéticas, pais obesos, interrupção precoce
do aleitamento materno e introdução inadequada da alimentação complementar, com
oferta de alimentos ricos em gorduras e açúcares e o uso de leite de vaca antes de um
ano de idade (WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). Além dos determinantes biológicos, a
forte influência do ambiente no desenvolvimento da obesidade infantil também deve
ser considerada, e medidas que incidam no ambiente alimentar devem ser
desenvolvidas e apoiadas.

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5.3 Fatores genético e ambiental

Os fatores genéticos correspondem de 24% a 40% da variância determinando


fatores como taxa de metabolismo basal, em resposta a superalimentação. As
mudanças de comportamento e alimentares bem como a vida sedentária podem atuar
nos genes de susceptibilidade sendo um dos responsáveis pelo crescimento da
obesidade mundial (SANTOS E RABINOVACH, 2011). Fatores resultantes de
complexos poligênicos em ambientes obesogênicos, para os autores o mapa gênico
da obesidade humana encontra-se em permanente processo de evolução, de acordo
com a identificação de novos genes e regiões cromossômicas associadas com a
obesidade (POSTON, 2016).
Embora os fatores genéticos possam influenciar a susceptibilidade ao ganho de
peso, o consenso é que um estilo de vida sedentário, práticas alimentares inadequadas
e mudanças na estrutura familiar contribuem para esta epidemia. A urbanização e
outros fatores ambientais trazem mudanças profundas nos hábitos, especialmente no
que se refere aos hábitos alimentares e à atividade física. No Brasil, a globalização
econômica e de mídia contribuiu para mudanças significativas em relação à dieta (com
uso mais difundido de alimentos processados e ultraprocessados em detrimento de
preparações mais tradicionais) e de hábitos familiares, como realizar as refeições
juntas e sem o uso de telas durante as mesmas (BOLLINI et al, 2019).

5.4 As estratégias de prevenção da obesidade

Fonte: hipnoseclinic.com.br
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a obesidade como uma
epidemia mundial condicionada principalmente pelo perfil alimentar e de atividade física
(WHO, 2000). Sua crescente prevalência vem sendo atribuída a diversos processos
biopsicossociais, em que o “ambiente” (político, econômico, social, cultural), e não
apenas o indivíduo e suas escolhas, assume um lugar estratégico na análise do
problema e nas propostas de intervenções (SWINBURN et al, 2015). Contudo, parte
dos desafios reside em compreender como esses múltiplos fatores interagem.
Em 2006, no Brasil, foi instituído o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e
Nutricional (SISAN) que organiza ações implementadas por diferentes ministérios,
abarcando desde a produção até o consumo de alimentos. O Conselho Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), as Conferências Nacionais e a Câmara
Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) integram o SISAN.
Entre 2011 e 2014, a CAISAN protagonizou a formulação do plano intersetorial de
combate à obesidade, que subsidiou uma estratégia intersetorial que sistematiza
recomendações para estados e municípios (BRASIL, 2014)
As ações propostas demandam uma articulação dentro do SUS (intrassetorial)
e entre o conjunto de ministérios que integram o SISAN (intersetorial). O diálogo entre
instituições com práticas distintas implica um processo político e decisório complexo,
atravessado por múltiplos conflitos de interesses (SCHUTZ & MIOTO 2010). Medidas
que estimulem indivíduos a modificarem, por si sós, as suas práticas alimentares e de
atividade física podem ser mais facilmente adotadas pelos governos, pois se alinham
aos interesses e às estratégias de marketing da indústria de alimentos (BURLANDY et
al, 2014). Por outro lado, medidas que visam às transformações nos “ambientes
obesogênicos”, como a regulamentação da publicidade de alimentos, podem afetar os
interesses comerciais. Ambas são igualmente importantes, mas sua operacionalização
impõe desafios políticos e de gestão distintos (ROBERTO et al, 2015)

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OBESIDADE COMO DOENÇA, CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS,
CONDICIONANTES E MEDIDAS PROPOSTAS

Fonte: encrypted

A OMS define a obesidade como condição crônica caracterizada pelo acúmulo


excessivo de gordura que traz repercussões à saúde. Portanto, é categorizada, na 10ª
revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), no item de doenças
endócrinas, nutricionais e metabólicas. No Brasil, diferentes documentos do governo
seguem a definição da OMS e a concebem simultaneamente como doença e fator de
risco para outras doenças, como condição crônica multifatorial complexa (BRASIL,
2014) e, ainda, como manifestação da insegurança alimentar e nutricional (BRASIL,
2013). Quanto aos fatores condicionantes da obesidade, nos documentos, destacam-
se a alimentação rica em gorduras e açúcares e o consumo excessivo de alimentos
ultraprocessados, associados à inatividade física, ainda que se reconheça a
complexidade dos processos subjacentes (BRASIL, 2014).
O diagnóstico do sobrepeso/obesidade vem sendo realizado por meio do índice
de massa corporal (IMC), calculado como a razão da massa corporal pela estatura ao
quadrado, concebido inicialmente para uso em adultos, pela sua associação com risco
de adoecer e morrer, reiterando a obesidade como fator de risco especialmente para
as DCNT. O IMC também é usado em crianças e adolescentes, idosos e gestantes. No
Brasil, os critérios diagnósticos estabelecidos pela OMS foram incorporados à

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vigilância alimentar e nutricional no âmbito do SUS. Não obstante seu emprego
disseminado internacionalmente, o IMC não mede a composição corporal, portanto,
parece haver inconsistência quanto a sua aplicabilidade para diagnosticar uma doença
caracterizada por acúmulo de gordura.
Os dados de estudos populacionais vêm demonstrando alta especificidade, mas
baixa sensibilidade do IMC no diagnóstico de obesidade 20,49. Evidências apontam
para a necessidade de se desenvolver curvas dos componentes da composição
corporal para o diagnóstico clínico e epidemiológico do estado nutricional (WELLS,
2014). No entanto, seu uso como critério para identificar sobrepeso/obesidade como
fator de risco para DCNT, e não de diagnóstico nutricional per se, ainda parece ser
adequado, particularmente em serviços de saúde.
No âmbito do SUS, em 2006, a publicação de um Caderno de Atenção Básica
específico sobre o tema enfatizou aspectos individuais tanto na configuração do
problema quanto no seu enfrentamento, mas também sugeriu estratégias coletivas de
promoção da alimentação saudável BRASIL, 2006. Outros documentos do Ministério
da Saúde reforçam a abordagem assistencial e individualizada (BRASIL, 2012). Em
2014, um novo Caderno de Atenção Básica detalhou a construção da linha de cuidado
para obesidade no âmbito da atenção básica e, secundariamente, destacou ações de
promoção da saúde (BRASIL, 2014).
A análise dos Cadernos de Atenção Básica e dos documentos publicados nesse
intervalo de tempo indica uma preocupação crescente do Ministério da Saúde em
organizar ações de enfrentamento da obesidade na atenção básica. Desde 2007 foram
publicadas portarias que pautam a organização da linha de cuidado e estabelecem
critérios para o serviço de assistência de alta complexidade para os pacientes com
sobrepeso e obesidade, incluindo a garantia do tratamento cirúrgico. Ainda que o
recurso à cirurgia possa reforçar o enfoque patológico e curativo, essa alternativa de
tratamento passou a ser um direito no âmbito do SUS (BRASIL, 2013).
Sem desconsiderar a importância de medidas individualizadas, reconhece-se
que determinados segmentos que conformam o complexo industrial da saúde têm forte
peso de influência no processo decisório governamental. Portanto, a medicalização da
obesidade deve ser analisada à luz desse contexto de disputas de interesses em torno
dos recursos públicos.
16
Ampliar a concepção restrita da obesidade como doença e propor medidas
ambientais têm se tornado um imperativo diante da baixa resolutividade das
intervenções focadas apenas no corpo e no atendimento individualizado. Estratégias
que ultrapassem o âmbito de ação do setor saúde são necessárias, dadas as
dificuldades em universalizar medidas individualizadas (como intervenções cirúrgicas),
além dos limites que os próprios indivíduos enfrentam para modificar suas “escolhas”
pessoais (alimentares ou de prática de atividade física) em contextos adversos à
adoção de práticas saudáveis. Nesse sentido, a abordagem da obesidade na
perspectiva da promoção da saúde contribui para pensar o problema em uma ótica
referenciada não apenas na doença e no tratamento (ROBERTO et al, 2015).

6.1 Tratamento

Segundo Pettigrew e Moreira (2011), um dos enfrentamentos na linha de


cuidados contra a obesidade desde 2007 tem sido o uso de procedimentos cirúrgicos
em nível de assistência de alta complexidade. No âmbito do SUS a obesidade tem seu
caráter patológico o que garante o acesso embora nem sempre isso se verifique
Em casos de obesidade infantil o tratamento ainda se evidencia pela
reeducação alimentar com o auxílio assistido de medicamentos específicos. A
educação da obesidade precisa ser analisada de forma complexa em torno dos
recursos públicos o que pode impactar no tratamento correto e adequado da patologia
(GÓMEZ, 2011). Uma medida para se alcançar uma resolutividade sobre a obesidade
infantil é a ampliação do conceito ambiental, ultrapassando os limites de assistência no
setor de saúde integrando as capacidades de escolhas individuais saudáveis tirando a
obesidade do foco da doença passando a trabalhar uma visão mais consciente tanto
dos hábitos alimentares, pratica de exercícios regulares, qualidade de ar e água
saudáveis, entre outros fatores ambientais (LOPES, 2015; MEDEIROS, 2018).
Embora tenha-se uma linha de cuidado no setor de saúde pública a obesidade
infantil ainda é um desafio no que se refere a uma solução padronizada ou estratégica.
O sedentarismo infantil é o maior registrado na história, as inovações tecnológicas e
questões relacionadas a urbanização trouxeram um novo estilo de vida não somente

17
ao homem adulto, mas também a criança dentro de toda sua faixa etária (LOPES,
2010).

ATENÇÃO NUTRICIONAL PARA OBESIDADE EM UNIDADES BÁSICAS DE


SAÚDE

Fonte: manaus.am.gov.br

A atenção nutricional compreende os cuidados relativos à alimentação e


nutrição de promoção e proteção da saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento de
agravos, os quais devem estar associados às demais ações de atenção à saúde
do SUS para indivíduos, famílias e comunidades, contribuindo para a conformação
de uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2013; SPINA et al, 2018).
No âmbito da atenção básica em saúde (ABS) as ações de
alimentação e nutrição são de responsabilidade da Estratégia Saúde da Família
(ESF) e visam à ampliação da qualidade dos planos de intervenção, em especial
as doenças e os agravos não transmissíveis no crescimento e desenvolvimento
na infância, na gestação e no período de amamentação, evidenciando que a promoção
de práticas alimentares saudáveis configura em um item importante para a
segurança alimentar e nutricional, tornando-se essencial à população em todas as
fases da vida (MANCUSO et al, 2012).

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Para o desenvolvimento da atenção nutricional na ABS, as equipes de
referência deverão ser apoiadas por grupos de multiprofissionais, a partir
de um processo de matriciamento e clínica ampliada, com a participação de
profissionais nutricionistas cujos deverão instrumentalizar os demais profissionais
para o desenvolvimento de ações integrais nessa área, respeitando seu núcleo de
competências (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
Organizar a atenção nutricional na ABS de forma interdisciplinar é uma
medida importante para contribuir com a prevenção e o controle da obesidade e,
assim, reduzir as chances do adoecimento e morte na população. (ARAÚJO
et al, 2019).

7.1 Instrumentos para avaliação nutricional

Desde 2008, a Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN)


disponibiliza os formulários de marcadores de consumo alimentar no Sistema de
Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN WEB), permitindo a avaliação da
alimentação da população brasileira na rotina da Atenção Básica (BRASIL,
2015). Os instrumentos para avaliação da dieta devem considerar a extensa
variabilidade da ingestão alimentar dos indivíduos e grupos humanos, e a
preferência pelo QFA baseia-se no baixo custo e na praticidade de obtenção
e análise das informações (SCHENEIDER, 2016).
A pirâmide alimentar é um instrumento educativo cujo foi muito utilizado
pelos profissionais de saúde, entretanto, desde o lançamento do Guia Alimentar,
em 2014, a concepção da distribuição diária dos gêneros no formato da pirâmide
tornou-se obsoleta. O Guia é uma ferramenta de múltiplas facetas na promoção da
alimentação adequada e saudável, possuindo tanto um caráter pedagógico, com
orientações claras sobre um consumo promotor de saúde e nutrição, quanto
político, tendo em vista que evidencia e defende que para o acesso à alimentação
adequada, são necessárias decisões políticas de promoção e proteção de um
sistema alimentar saudável e sustentável (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).
A orientação alimentar realizada com embasamento científico caracteriza-se
como uma conduta ética do profissional de saúde, o qual pode contribuir
19
positivamente para o empoderamento e a autonomia das pessoas quanto às
escolhas alimentares condizentes com a saúde e nutrição desejada. O uso de
equipamentos antropométricos pelos profissionais, é importante para conhecer o
perfil de nutrição individual e coletiva, pois possibilita a avaliação da composição
corporal, o diagnóstico do risco ou do agravo nutricional em todas as fases do ciclo
de vida e, portanto, orientam a conduta na atenção nutricional (ARAÚJO et al, 2019).
Segundo Ferreira (2015), a antropometria é considerada um procedimento não
invasivo, de baixo custo e 'fácil' operacionalização e padronização, apresentando
boa precisão e acurácia. O paquímetro é um instrumento importante para
acompanhar a composição corporal e avaliar o crescimento, sendo muito adotado
para medir pacientes acamados e a estatura de crianças (MELO et al, 2014).
Nascimento et al, (2017), avaliando a cobertura do Sistema Nacional de
Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), confirmaram a predominância de
informações para o público materno-infantil em detrimento das outras faixas etárias.
Destacam que tal perfil de cobertura poderia ser considerado consonante em contextos
de altas prevalências de desnutrição infantil, mas é incoerente com o atual cenário de
aumento da obesidade, sobretudo entre adolescentes e adultos.
O rastreamento das morbidades da obesidade deve ser realizado desde a
primeira consulta. Os exames bioquímicos poderão ser solicitados tanto para o
acompanhamento do tratamento, quanto para finalizar a investigação. A monitoração
constante dos pacientes contribuirá para o diagnóstico precoce e o
tratamento das morbidades associadas, melhorando o prognóstico de adultos
com excesso de peso (WAYHS, 2011).
O nutricionista é o mais habilitado para elaborar, em acordo com o usuário,
um plano alimentar adequado a cada caso. Como responsável pelo diagnóstico
e tratamento de distúrbios nutricionais, cabe a ele adotar alternativas viáveis
para guiar os pacientes em direção a uma vida saudável. Ao estabelecer metas
coerentes, viáveis e sustentáveis, o nutricionista deve valorizar outras funções
do alimento além de nutrir e tratar agravos; ao promover atitudes alimentares
saudáveis, deve também primar pelo prazer do indivíduo, tendo como base o
conhecimento científico (ARAÚJO et al, 2019).

20
Programas de tratamento interdisciplinar efetivo para a obesidade são
necessários para desencadear mudanças de concepções e condutas no indivíduo,
principalmente, no relacionado a fatores modificáveis, como a regularidade da
atividade física, hábitos alimentares saudáveis e atividades de lazer.

7.2 Ações do profissional nutricionista

Fonte: encrypted

O nutricionista é um dos profissionais que compõem a equipe do Núcleo de


Apoio a Saúde da Família (NASF) e nela deve desenvolver ações de promoção de
práticas alimentares saudáveis, cabendo ao mesmo atuar de forma efetiva sobre
os agravos e distúrbios alimentares e nutricionais cujos acometem a população
em todas as fases da vida. A alimentação é um fator determinante da saúde, com
isso é primordial a assistência nutricional no âmbito da ABS (BRASIL, 2010).
As ações do nutricionista NASF, baseiam-se nas diretrizes da Política
Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e buscam desenvolver estratégias
junto aos outros profissionais do NASF e às equipes de ESF, para intensificar
e qualificaras ações colaboradoras com práticas alimentares saudáveis,
considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e
epidemiológicas do território adstrito (RECINE E VASCONCELLOS, 2011). O
nutricionista, por ser o único capacitado por meio de formação acadêmica e
possuidor de conhecimentos específicos da área, vai oferecer as devidas
21
prescrições nutricionais, adaptando-as para as condições de cada família, se
tornando um profissional fundamental para o modelo de atenção à saúde no
Brasil (TAVARES et al, 2016). Assim, socializar o conhecimento com um profissional
da área de nutrição sobre os alimentos e realizar ações promotoras da
segurança alimentar e nutricional torna-se essencial à população (MANCUSO et
al, 2012).
Ações de promoção e educação em saúde são consideradas como atribuições
compartilhadas por todos os membros das equipes da Atenção Básica (AB) (BRASIL,
2010), e devem ser pautadas não apenas pelo setor saúde, mas compartilhado por
outros setores comprometidos com a temática (BRASIL, 2014). Nesse cenário, a
Educação Alimentar e Nutricional (EAN) coloca-se como importante e desafiadora
estratégia relacionada à promoção e educação em saúde voltada para a temática do
sobrepeso e obesidade. Com a publicação do ‘Marco de Educação Alimentar e
Nutricional para as políticas públicas’, consolidou-se a orientação para a proposição de
práticas elaboradas a partir de recursos educacionais problematizadores e ativos,
reforçando o caráter transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional da EAN. Essa
perspectiva, que vem sendo gradativamente incorporada na AB, é destaque entre os
esforços para o reconhecimento da complexidade da relação entre saúde, alimentação
e nutrição (BRASIL, 2012).
Sobre esse aspecto, tomando essa atribuição da AB no cuidado ao sobrepeso
e obesidade, evidencia-se o convite para um olhar atento aos ambientes e territórios
em suas potencialidades e fragilidades. Nesse sentido, os documentos oficiais têm
destacado a importância da atenção às oportunidades geradas pela existência de
equipamentos públicos (creches, escolas, centros de esporte e lazer, associações de
moradores), sejam eles governamentais ou não, existentes em cada localidade, e a
oportunidades de realização de ações intersetoriais (BRASIL, 2015).
Dentre as questões do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da
Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), foram destacados seis capazes de
contribuir com os debates sobre ações de promoção e educação em saúde no cuidado
à obesidade. Nas duas questões referentes às ações educativas e promoção da saúde,
os itens identificados como relevantes foram ‘alimentação saudável’ e ‘apoio ao
autocuidado para doenças crônicas’. Considerando os dados nacionais, registra-se que
22
a resposta foi afirmativa para 70,2% das equipes com relação à ‘alimentação saudável’
e 68,7% para ‘apoio ao autocuidado para doenças crônicas’. A constatação de que
cerca de 30% das equipes não aborda tais temas em ações coletivas é preocupante e
revela a necessidade de reflexões e investigações que permitam mapear as barreiras
e dificuldades para a efetivação dessas ações, que são preconizadas nos diversos
documentos orientadores para atenção aos usuários com sobrepeso e obesidade
(BRASIL, 2015).

OBESIDADE NA ESCOLA: ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE EM


CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Fonte: escolaaed.com.br

A alta prevalência do sobrepeso e da obesidade em países desenvolvidos e em


desenvolvimento é um desafio aos serviços de saúde pública, e reforçam a
necessidade de implantação de novas estratégias preventivas, sendo as mais comuns
o estímulo e oferta da prática da atividade física e a promoção de uma alimentação
saudável (FRIEDRIC; SCHUCH; WAGNER, 2012; GUERRA; SILVEIRA; SALVADOR,
2015). Em geral, o sobrepeso e a obesidade na infância e na adolescência são fatores
de riscos para a obesidade na idade adulta, e estão associados a diferentes doenças
crônico-degenerativas (VITA; PINHO, 2012).

23
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 1997), a
escola desempenha um papel importante na formação dos cidadãos para que o mesmo
tenha uma vida saudável. A ideologia para o tema saúde no currículo da escola propõe
a formação de protagonistas capazes de valorizar, discutir e contribuir na decisão
relativa à saúde individual e coletiva. Em adendo, surge a importância da formação do
aluno para cidadania ser direcionada a motivação para o cuidado com seu corpo e
compreensão da saúde como direito e responsabilidade pessoal e social. Neste
contexto, a educação física tem, dentre outras, a função de informar os alunos sobre
diversos fatores interventores na saúde, e conscientizá-los a praticar atitudes mais
positivas em relação à prática de atividades físicas e aos cuidados com o corpo. O
comprometimento desta disciplina escolar com a promoção da saúde deve levar os
alunos à prática e desenvolvimento de conhecimentos sobre a atividade física; deve
conscientizar, acerca da sua importância e benefícios, possibilitando a identificação
dos fatores que os impedem à frequente prática de exercícios; deve, ainda,
desempenhar um papel na educação para a saúde dos alunos, com foco nas ações
preventivas, complementando as ações curativas e de reabilitação (DARIDO, 2012).
Estudo de Lenes et al. (2011) levantou informações sobre o percentual de
escolares com sobrepeso e obesidade no ensino fundamental da rede pública,
propiciando um espaço para inserção e discussão do tema no contexto das aulas de
Educação Física. Além disso, proporcionou alternativas de intervenção à disciplina,
relacionando percepção e autoimagem corporal. A partir da pesquisa, elaborou-se um
caderno de atividades, uma vez que há carência de material didático na disciplina. Foi
observado que os hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo estão
diretamente relacionados a esses índices. Foi percebida a importância de incluir
estudos acerca de sobrepeso e de obesidade, desde cedo nas escolas, com o objetivo
de detectar as possíveis repercussões negativas sobre a saúde, o mais precocemente
possível, e sugerir ações que possam auxiliar na promoção do bem-estar da criança e
do jovem.
Segundo os PCNs (BRASIL, 2008), o tema transversal saúde, quando
trabalhado ainda nos anos iniciais da criança na escola, gera valores que proporcionam
uma vida saudável. No âmbito da educação física, pode ser desenvolvido seguindo as

24
propostas do bloco de conteúdos de conhecimentos sobre o corpo e com aproximações
da abordagem pedagógica que enfatiza a cultura corporal do movimento.
Considerada uma abordagem pedagógica contemporânea da educação física,
a saúde renovada tem sido criticada pelo excesso de preocupações com a aptidão
física, não despertando a construção crítica dos alunos a respeito dos parâmetros da
qualidade de vida e da saúde. Entretanto, as bases da cultura corporal do movimento
fortalecem as dimensões conceituais de saúde, e objetivam contribuir com a
transformação da escola em um ambiente saudável, ampliando a discussão da
tendência higienista e favorecendo o combate à obesidade e sobrepeso (OLIVEIRA;
MARTINS; BRACHT, 2015; FERREIRA; SAMPAIO, 2013).
Nesse contexto, surgem propostas de as atividades práticas inseridas no
currículo estarem dialogando com temas pertinentes à boa saúde para favorecer a
inserção do tema sobrepeso e obesidade nas aulas. Como exemplos, podem ser
citadas as atividades rítmicas e expressivas, as diferentes manifestações de ginástica
e as lutas, pois podem ser utilizadas para gerar discussões sobre as relações entre
gasto e consumo energético e suas verdadeiras contribuições com o emagrecimento e
uma vida saudável, assim como os efeitos negativos do tempo de tela (tríade televisão-
games-internet), que contribui com o aumento do sedentarismo (BRASIL, 1997;
CARDOSO et al., 2014; VASCONCELLOS; ANJOS; VASCONCELLOS, 2013). Quanto
aos esportes, existem muitas críticas para sua utilização de forma competitiva com
ênfase no bom desempenho, o que favorece o afastamento de alunos menos
habilidosos, mas, ao mesmo tempo, ser o conteúdo escolar apontado em estudos como
o mais motivante e com contínua prática após a vida escolar (UNESCO, 2015; SILVA;
SILVA, 2015).
A UNESCO (2015), abordando sobre educação física de qualidade, cita a
European Comission, apontando que, para tornar significativos os currículos de
educação física para crianças e jovens do século XXI, teorias inovadoras de
aprendizagem e novas percepções da disciplina devem ser consideradas, avaliadas e
implementadas. De maneira em geral, as propostas observadas nos estudos
selecionados em conjunto com diferentes possibilidades oriundas de aulas de
educação física, ou mesmo de projetos elaborados pela escola, enriqueceriam as
propostas de prevenção e combate ao sobrepeso e a obesidade.
25
8.1 Ações de educação alimentar e nutricional na prevenção da obesidade e na
recuperação da saúde de escolares

A educação alimentar e nutricional (EAN) se constitui em espaço privilegiado


para ampliação do empoderamento das pessoas no que se refere à realização da
Segurança Alimentar e Nutricional, a garantia do Direito Humano à Alimentação
Adequada e a adoção de práticas alimentares saudáveis, na perspectiva da promoção
da saúde e produção da co-responsabilização, da autonomia, do autocuidado, do
reconhecimento da alimentação como direito social e do exercício da cidadania
(GONÇALVES et al, 2017).
A EAN não tem por finalidade prescrever formas adequadas de se alimentar,
mas sim, ensinar a pensar certo a respeito da alimentação. Pensar certo não é transferir
um conhecimento pronto e inerte sobre o que deve ser consumido, às vezes,
desconexo com o cotidiano alimentar das pessoas, mas, procurar aproximar-se da
realidade de vida e alimentação e reconhecer os aspectos afetivos, do valor dos rituais
de comensalidade, das preferências e de todos os sentidos e significados que
envolvem a alimentação (PAIVA, 2016).
Na escola, a EAN é uma ferramenta que, se utilizada corretamente, contribui
para a formação e consolidação de valores e atitudes relativas à alimentação para a
promoção da saúde individual e coletiva. As atividades educativas no espaço escolar
proporcionam a construção de novos conhecimentos por meio da associação do
conteúdo ministrado em sala de aula com a realidade do meio e dos acontecimentos
do dia a dia dos alunos (GONÇALVES et al, 2017).
Dada a importância da EAN para a formação do hábito alimentar saudável, os
currículos dos ensinos fundamental e médio deverão incluir o assunto educação
alimentar e nutricional nas disciplinas de ciências e biologia, respectivamente. É o que
estabelece o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 102/2017 (LEI DE DIRETRIZES E
BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL ATUALIZADA, 2017).
Atuar com promoção da saúde nas escolas requer um trabalho coletivo e,
portanto, o nutricionista deve reconhecer a importância de sua atuação, juntamente
com os educadores e famílias, neste espaço, visto que uma de suas atribuições é
cuidar da educação alimentar e nutricional da população infantil (MARTINS, 2010).

26
Neste contexto, a escola, como ambiente favorecedor da construção do
conhecimento, tem papel fundamental na conscientização da comunidade escolar
quanto ao consumo de alimentos saudáveis, visando a promoção e a manutenção da
saúde. A prevenção visa à promoção e manutenção da saúde. Prevenir significa
antecipar-se à sua ocorrência ou cuidar para que ela não aconteça. O processo de
prevenção apresenta três fases: primária, realizar educação em saúde com os
escolares evitando que a obesidade infantil aumente desordenadamente no ambiente
escolar; secundária, efetuar ações de cuidado que evitem a evolução da obesidade
infantil e o surgimento de doenças de base; terciária, há ações de reabilitação para
prevenir complicações, cuidado da causa base e os efeitos da obesidade em crianças
afetadas no ambiente escolar e familiar (CHAVES et al, 2011).
Os programas educativos em saúde incluindo aqueles voltados para
alimentação e nutrição, direcionados a escolares constituem uma das estratégias mais
importantes para prevenir a obesidade na população infantil, uma vez que a cobertura
no ensino fundamental é de praticamente 100% (KAIN et al, 2011).
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) existe desde 1955
(CARDOSO, 2014) e dentre as suas normativas atuais está a consideração de que as
ações educativas devem ser “formativas”, de prática contínua e permanente,
transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional que objetiva estimular a adoção
voluntária de práticas e escolhas alimentares saudáveis, que colaborem para a
aprendizagem, o estado de saúde do escolar e a qualidade de vida do indivíduo”
(VASCONCELOS, 2012).
Essas ações têm como objetivo integrar a temática alimentação e nutrição no
contexto escolar, enfatizando a alimentação saudável e a promoção da saúde,
destacando a escola como um espaço que favorece a formação de hábitos saudáveis
e à construção da cidadania. Ações com esta característica, quando incorporadas ao
projeto pedagógico da escola permitem ao aluno apropriar-se de conhecimentos sobre
alimentação e nutrição que podem ser levados por toda vida (MARTINS, 2010).

27
8.2 Alimentação saudável no ambiente escolar

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

Embora falar a respeito das práticas pedagógicas, na Educação Infantil,


relacionadas à alimentação saudável não seja uma reflexão simples, o ambiente
escolar, por ser o lugar em que a criança passa maior parte do seu dia, torna-se
eficaz para se desenvolver ações sobre a promoção de hábitos saudáveis. Para que
isso seja possível e para que se fortaleça o vínculo positivo entre a educação e a
saúde, deve ser promovido um ambiente saudável, de modo a melhorar a educação
e o potencial de aprendizagem, ao mesmo tempo que se promove a saúde.
De acordo com o que é apresentado no Plano Nacional de Alimentação e
Nutrição (PNAN), como elemento de humanização das práticas de saúde,

A alimentação expressa as relações sociais, valores e história do indivíduo e


dos grupos populacionais e tem implicações diretas na saúde e na qualidade
de vida. A abordagem relacional da alimentação e nutrição contribui para o
conjunto de práticas ofertadas pelo setor saúde, na valorização do ser humano,
para além da condição biológica e o reconhecimento de sua centralidade no
processo de produção de saúde (BRASIL, 2013, p. 22).

Nessa perspectiva, o ambiente escolar é um ótimo lugar para que a criança


aprenda a desenvolver hábitos saudáveis, visto que é onde ela passa a maior parte
do dia. Ademais, esse é um espaço no qual atividades voltadas ao tema podem gerar
grande repercussão para todos os envolvidos, isto é, não somente para com alunos,
mas, também, com os adultos, a fim de que eles desenvolvam hábitos saudáveis de
28
igual modo. Conforme apresentado por Foschiera e Tessaro (2011, p. 122), “a
ecopedagogia pode ser um dos caminhos que o educador tem à sua disposição para
a reaproximação do natural, da vida e da reconstrução do futuro”.
Assim sendo, a implementação do tema alimentação saudável no currículo das
escolas tem de ser vista com muita atenção, uma vez que é necessária e primordial.
A formação e a adoção dos hábitos saudáveis deve ser estimulada em crianças, pois
é durante os primeiros anos de vida que ela estará formando seus hábitos, por
exemplo, alimentares e de atividade física. Dessa forma, torna-se imprescindível a
promoção de uma educação que envolva aspectos relacionados à saúde, a fim de
que os estudantes possam estipular e manter tais práticas ao longo de suas vidas ‘
A escola e o educador, de forma lúdica, necessitam ajudar a criança a
reconhecer as suas necessidades e a identificar suas preferências alimentares. Uma
das metodologias que pode ser adotada é a construção de uma horta escolar, a qual,
“é uma estratégia de educar para o ambiente, para a alimentação e para a vida, na
medida em que oportuniza que tais princípios sejam colocados em prática e
incorporados à formação dos cidadãos em idade escolar”.
Segundo Foschiera E. e Foschiera L. (2014, p. 77),

“a produção de alimentos ecológicos/orgânicos passa a ganhar cada vez mais


destaque, porque é realizada com a mínima agressão ambiental. Além disso,
se os processos sociais, culturais e ambientais são coerentes e adequados,
além de gerar produtos saudáveis, tendem a ser mais equilibrados e
duradouros ao longo do tempo, trazendo maior segurança Alimentar e
Nutricional para muitas gerações.”

O cuidar e o educar necessitam estar juntos na Educação Infantil, para


beneficiar o processo contínuo de desenvolvimento integral da criança. De acordo
com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI),

o desenvolvimento integral depende tanto dos cuidados relacionais, que


envolvem a dimensão afetiva e dos cuidados com os aspectos biológicos do
corpo, como a qualidade da alimentação e dos cuidados com a saúde, quanto
da forma como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de acesso
a conhecimentos variados (BRASIL, 1998, p. 24).

Assim, para fortalecer o vínculo entre a educação e a saúde, deve-se promover


um ambiente saudável, melhorando a educação e o potencial de aprendizagem, ao
mesmo tempo que se promove a saúde (BRASIL, 2013).
29
Através dos benefícios de uma alimentação saudável, na Educação Infantil,
os professores cuidam e educam as crianças, tornando-se os principais parceiros do
incentivo à saúde e do desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis.
A escola é um lugar de educação e cuidado, onde os professores têm
comprometimento com as crianças que estão ao seu redor. Desse modo, o
profissional, tendo um olhar panorâmico da situação, deve estar sempre atento às
necessidades dos estudantes e estar disposto a ajudá- los. Os educadores precisam
ter cuidado para que suas práticas sejam naturais, de forma que o cuidar e o educar
caminhem juntos, a fim de estabelecer a identidade e a autonomia da criança.

AMAMENTAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE CONTROLE DE OBESIDADE


INFANTIL

Fonte: yimg.com

Segundo o Ministério da Saúde, o aleitamento materno exclusivo é


recomendado até os seis meses de vida e o aleitamento materno misto até os dois
anos de idade ou mais, fato que vem sendo considerado como fator protetor para a
obesidade infantil. (BRASIL, 2012).
O aleitamento materno traz inúmeros benefícios para o bebê e para a
mãe. Para o bebê reduz a mortalidade infantil, protege contra doenças
respiratórias, diminui as chances de doenças gastrointestinais, infecções, alergias,

30
promove o desenvolvimento cognitivo e intelectual, proporciona benefícios
imunológicos, e aumenta o vínculo mãe-bebê. Para as mães, a amamentação é
fator de proteção contra câncer de mama e de ovário, é método contraceptivo, protege
contra diabetes e obesidade, auxilia no retorno ao peso anterior da gestação mais
rápido. Além desses benefícios, o aleitamento materno também contribui para a
economia dos gastos financeiros da família. (LIBRELÃO, 2017).
Mesmo com tantos benefícios do aleitamento materno, ainda hoje, no
Brasil, a prevalência dessa prática é baixa, apenas 41% dos lactentes recebem
aleitamento materno exclusivo (AME) até os primeiros seis meses de vida. Müller et al,
(2014), além 2014 realizou um estudo com 6.397 crianças das cinco regiões do
país, com o objetivo de analisar a prevalência do excesso de peso infantil e fatores
associados. Segundo Müller et al, (2014), a duração média do AME no Brasil é de 120
dias, e apenas 24% da amostra recebeu AME durante os primeiros seis meses de vida,
sendo constatado a prevalência de 36% maior de excesso de peso nas crianças
que foram amamentadas até 120 dias, comparadas às que receberam AME por
período superior à 120 dias (LIBRELÃO, 2017).
Nos primeiros meses de vida, a amamentação possui papel fundamental de
diminuir a chance de desenvolvimento de sobrepeso e obesidade na infância. Segundo
Librelão (2017), na infância, as chances de adquirir excesso de peso são duas vezes
maiores em crianças que receberam aleitamento materno exclusivo por um mês,
comparadas com crianças que foram amamentadas exclusivamente com leite
materno por seis meses, comprovando que quanto maior o período de aleitamento
materno exclusivo, maior é a proteção contra a obesidade.
A composição exclusiva do leite materno está associada a um “imprinting”
metabólico, que é um fenômeno através do qual uma experiência nutricional precoce,
atua durante um período crítico e específico do desenvolvimento e acarreta um
efeito duradouro, persistente ao longo da vida do indivíduo, podendo predispor a
determinadas doenças (SILVA, 2018).
Por ser uma das experiências nutricionais mais precoces do recém-nascido,
e possuir uma composição única com hormônios e células, o leite materno está
envolvido nesse fenômeno, alterando o número e/ou tamanho dos adipócitos e
induzindo o fenômeno de diferenciação metabólica. É possível que crianças
31
alimentadas ao seio materno desenvolvam mecanismos eficazes para regular sua
ingestão energética e, crianças que recebem fórmulas industrializadas
podem ter estes mecanismos prejudicados favorecendo o desenvolvimento de
sobrepeso e promovendo uma ingestão excessiva de leite e/ou prejudicando o
desenvolvimento dos mecanismos de autorregulação. O aleitamento permite à
criança controlar a quantidade do leite consumido, baseado no controle da
saciedade interna. As crianças que mamam em mamadeiras podem ser
influenciadas a terminar o conteúdo desta, mesmo quando já atingiu a saciedade,
perdendo a habilidade de autorregular a ingestão energética (PASTORELLI, 2013).
Os componentes hormonais do leite materno também são fatores que
protegem contra o desenvolvimento a obesidade. A leptina, hormônio que promove
a saciedade, controla a ingestão energética; a adiponectina atua no aumento de
gasto energético, no acúmulo do excesso de gordura corporal, e possui ação anti-
inflamatória. Alguns estudos recentes também indicam que a resistina e a obestatina
também podem interferir na obesidade. A resistina atua na regulação do metabolismo
em crianças, e as que ingerem fórmulas infantis possuem maiores concentrações. Já
a obestatina, com seu efeito anorexígeno, atua sobre a função endócrina e sobre a
glicemia (LIBRELÃO, 2017).
Além disso, a liberação de hormônios pancreáticos e intestinais em crianças
alimentadas com leite materno e com fórmula infantil é bastante distinta. Os lactentes
que recebem fórmula infantil possuem um maior consumo de proteínas, fato que
também é um dos mecanismos responsáveis pelo risco aumentado de obesidade
nessas crianças, pois essa ingestão proteica excessiva para a necessidade
metabólica aumenta a secreção de insulina e do fator de crescimento I. O aumento
da concentração plasmática de insulina estimula a captação da glicose pela célula e
inibe a lipólise, contribuindo, assim, para o acúmulo de tecido adiposo-subcutâneo
(SILVA, 2018).
A falta de conhecimento sobre os benefícios da amamentação, o retorno ao
trabalho, introdução de outros alimentos antes do período de seis meses de vida, o uso
de chupeta e de mamadeira são fatores que influenciam diretamente para a ocorrência
do desmame precoce. Com a mudança do perfil da sociedade moderna, em que a
mulher alcançou sua independência, tem-se o retorno ao trabalho das mães cada
32
vez mais cedo, sendo um fator que contribui para o desmame precoce
(ALGARVES, 2015).
Entendendo os mecanismos de interferência positiva do leite materno face ao
risco de excesso de peso infantil, é necessário que essas informações sejam difundidas
para que a amamentação não seja interrompida. Medidas de promoção da saúde
devem ser realizadas desde o pré-natal, enfatizando os benefícios do aleitamento
materno tanto para a mãe como para o filho. Alimentação adequada, bem como
procedimentos para a manutenção do aleitamento materno para as mulheres que
precisam retornar ao trabalho devem ser transmitidas às nutrizes, bem como o não uso
de chupetas e mamadeiras, de introdução precoce de alimentos, de fórmulas
infantis, podendo assim aumentar o período de amamentação e diminuir as chances
de desenvolvimento de obesidade (LIBRELÃO, 2017).
A família deve ser uma aliada, mantendo e estimulando uma alimentação
saudável e balanceada, além de promover uma prática regular de atividade física por
todos da família. Deve-se ter um controle rigoroso das horas de sono e do tempo em
que a criança pode se submeter à televisão e jogos eletrônicos. O leite materno
é fundamental para o desenvolvimento adequado e saudável dos recém-nascidos,
proporciona vantagens a curto e longo prazo, e o ideal é que apenas esse alimento
fosse ofertado durante os primeiros seis meses de vida, visando todos os seus
benefícios, incluindo a proteção contra a obesidade infantil. A prevenção e o tratamento
da obesidade infantil alcançam melhores resultados quando envolvem toda a família e
uma equipe multidisciplinar, com médico, psicólogo, nutricionista, educador físico
(BRASIL, 2015).

9.1 Alimentação complementar

Para oferta de adequada alimentação complementar, deve-se oferecer


quantidades corretas de macronutrientes (carboidrato, proteína e lipídeos) e
micronutrientes (zinco, ferro, vitamina A, cálcio, vitamina C e ácido fólico). Vale lembrar
que os alimentos devem ser livres de contaminação (biológica, química e/ou física),
serem de fácil consumo e aceitação, preço acessível e comuns na alimentação da
família. Estudos do Ministério da Saúde (MS) apontam frequência na inadequação da
33
alimentação no primeiro ano de vida, principalmente em função da introdução precoce
de alimentos como leite de vaca e sopas diluídas. Além disso, observa-se ofertas
insuficientes de legumes e verduras e a presença de alimentos industrializados (ricos
em carboidratos simples, lipídeos e sódio) e acréscimo de açúcares simples nas
mamadeiras (CAETANO et al., 2010).
A qualidade nutricional da alimentação complementar é influenciada por vários
fatores, entre eles se destaca a interação materna, pois constitui um elemento
fundamental nos cuidados com as crianças. Os cuidados da mãe são essenciais para
a saúde da criança e podem sofrer influência da qualidade das informações em saúde,
escolaridade, idade, aprendizado e as experiências maternas, bem como o tempo que
a mãe tem para cuidar do lactente. As crenças e tabus maternos prejudicam a
qualidade nutricional e alimentar da criança por limitarem o uso de alimentos, os quais
são importantes para o seu desenvolvimento e crescimento. Além disso, as práticas
alimentares da criança sofrem uma forte influência do ambiente familiar, por
informações dadas pelos profissionais da saúde e também pela mídia (MARTINS;
HAACK, 2012).
A partir do sexto mês de vida, o leite materno não é mais suficiente para atender
as necessidades nutricionais da criança e, portanto, é necessária a adição de alimentos
complementares à rotina alimentar da criança. A justificativa para esta nova introdução
de alimentos é que nesta idade as crianças já atingiram um estágio de desenvolvimento
geral e neurológico (mastigação, deglutição, digestão e excreção), que permite que
elas recebam outros alimentos além do leite materno ou artificial (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2006).
O alimento complementar que será oferecido para a criança deve ser qualquer
alimento sólido ou líquido nutritivo e diferente do leite materno. Mesmo depois da
adição do alimento complementar a criança deve continuar recebendo o leite materno,
pois os demais alimentos são apenas para complementar o leite e não substituí-lo.
Estes alimentos são divididos em duas categorias: alimentos transicionais – alimentos
preparados e modificados exclusivamente para a criança para atender suas
habilidades e necessidades e alimentos complementares – aqueles que não são
modificados e que também são consumidos pelo resto da família, sem um nome

34
especifico, mas que podem ser chamados de alimentos familiares (MARTINS; HAACK,
2012).
A alimentação inadequada nessa fase da vida pode levar tanto a desnutrição
quanto ao sobrepeso/obesidade, sendo que ambos podem gerar deficiências
nutricionais (BRASIL, 2009). O excesso de peso nem sempre está associado à saúde,
visto que a ingestão de alimentos com alta densidade energética pode levar a
deficiência de micronutrientes, além de aumentar a suscetibilidade para doenças
crônicas não transmissíveis nos diferentes momentos do ciclo da vida, como diabetes,
obesidade e doenças cardiovasculares (BRASIL, 2013)

35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Síndrome Metabólica. Diretrizes Brasileiras de Obesidade, 4ª edição. 2016.

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desmame precoce. Revista Saúde em foco, Teresina, v. 2, n. 1, art. 10, p. 151-167,
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AMARAL, A. D. A influência da mídia na alimentação infantil. 2016.

ARAÚJO, F. K. et al. Atenção nutricional para obesidade em Unidades Básicas de


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BOLLINI, M. et al. COMO ORIENTAR O ENFRENTAMENTO DO SOBREPESO E DA


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2014.

BRASIL - Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional. Estratégia


Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade: promovendo modos de vida e
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Dezembro, 2017.

36
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alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília, Brasil, 2013.

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crônica: obesidade. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.

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Brasília: Ministério da Saúde; 2014.

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BRASIL - MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 424/GM/MS, de 19 de março de 2013.


Redefine as diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento do sobrepeso
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