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O mini exame do estado mental é um teste usado para avaliar a função cognitiva de uma
pessoa, de maneira rápida e fácil, com o objetivo de identificar a existência de algum
comprometimento cognitivo.
Ele não é um teste diagnóstico, mas um exame de rastreio, aplicado para identificar
características das funções cognitivas de uma pessoa, que sejam sugestivas de demência.
Se após o teste houver essa suspeita, o médico ou médica responsável pelo caso dará início a
uma investigação mais aprofundada, com exames complementares e específicos.
Neste contexto, é comum o teste ser aplicado para avaliar como a função cognitiva de idosos
com demência evolui ao longo do tempo e, possivelmente, do tratamento. A aplicação do
teste em várias fases do tratamento indica se a função mental do idoso ou da idosa está
melhorando ou não.
Agora que você já sabe o que o mini exame do estado mental avalia, veja como ele é feito,
compreendendo sua organização, perguntas e forma de interpretar os resultados.
1. Orientação espacial
2. Orientação temporal
3. Memória imediata (de curto prazo ou primária). Veja como melhorar a sua memória.
4. Atenção e cálculo
Essas funções são avaliadas por meio de perguntas e, para cada resposta correta, é
contabilizado 1 ponto. Para cada resposta incorreta ou não respondida, é atribuído um zero,
ou seja, não conta ponto na somatória final. A pontuação máxima que pode ser obtida neste
teste é de 30 pontos.
É importante que a pessoa avaliada não se sinta julgada, pois isso pode inibi-la durante o teste.
Para isso, o examinador não deve corrigir e nem parabenizar a pessoa, mas deixá-la à vontade
para responder da maneira como julga estar correto.
Outro ponto importante acerca de quem está fazendo as perguntas é que não se deve ajudar a
pessoa avaliada a responder, dando referências ou dicas, pois isso também interfere no
resultado.
O exame começa com a avaliação da orientação temporal da pessoa, cuja pontuação máxima
equivale a 5 pontos. Nesta etapa são questionados:
Que horas são, aproximadamente? A pessoa deve dizer qual é o horário aproximado,
sem olhar o relógio. Variações de até 1 hora do horário certo são aceitas como
corretas.
Com essas questões, é possível avaliar como está a memória recente da pessoa, bem como a
sua atenção e orientação no tempo.
Onde nós estamos? Deve-se fazer referência ao local exato em que estão tendo a avaliação,
por exemplo, uma sala ou um consultório médico.
Onde (este ambiente) fica? Deve-se fazer referência ao prédio ou local mais
abrangente onde o ambiente da conversa está inserido, por exemplo, uma clínica ou
um hospital.
Nesta etapa, a capacidade da pessoa de se lembrar e reconhecer o local onde ela se encontra é
avaliada.
Na avaliação da memória imediata (de curto prazo), a pessoa que está aplicando o exame
deverá dizer 3 palavras que não tenham relação entre si e pedir para a pessoa avaliada
memorizar. Logo em seguida, deve-se pedir que a pessoa repita as 3 palavras.
A pessoa deverá receber 1 ponto por cada palavra correta na primeira tentativa, totalizando o
máximo de 3 pontos. Ela pode tentar repetir até 3 vezes, com o objetivo de gravá-las, mas
somente as respostas da primeira tentativa são válidas para pontuação.
100-7?
93-7?
86-7?
79-7?
72-7?
Se houver um erro no cálculo, a pessoa que está avaliando pode corrigir, para que a avaliada
possa prosseguir no teste, mas o ponto não é contabilizado. Agora, se a pessoa perceber o
erro e corrigir, o ponto é contabilizado.
Na próxima parte do mini exame do estado mental são avaliadas as funções relacionadas
à linguagem e à capacidade construtiva visual, podendo somar um total de 9 pontos.
Primeiramente, a pessoa avaliada tem que nomear dois objetos que lhe serão apontados,
contabilizando 1 ponto para cada nomeação correta.
Em seguida, o avaliador falará uma frase e a pessoa terá que repetir. O ponto (1 ponto) só é
considerado se a repetição da frase for completamente correta.
Então, o examinador dará 3 comandos para a pessoa executar, somando 1 ponto para cada
comando executado de maneira correta. Aqui, não somente a capacidade de compreensão e
memória são avaliadas mas, também, a capacidade motora e coordenação da pessoa.
Após esse teste, o examinador escreverá numa folha de papel um comando simples e pedirá
para a pessoa ler e executar, contabilizando 1 ponto. Aqui, é avaliada a capacidade de leitura,
compreensão e memória do paciente.
Em seguida, é solicitado à pessoa, que ela escreva uma frase numa folha de papel. Essa frase
deve ser coerente, ou seja, deve fazer sentido. Não são levados em consideração os erros
ortográficos e gramaticais. Se a frase fizer sentido, tiver começo, meio e fim, a pessoa recebe 1
ponto.
O teste inclui perguntas que, para serem respondidas, a pessoa deve ter algum nível de
escolaridade. Por isso, há diferentes notas de corte, de acordo com o grau de instrução da
pessoa avaliada:
Analfabetos: 20 pontos
Estes valores estão de acordo com o proposto pelo pesquisador Brucki e seus colaboradores,
publicados em 2003. Há outros valores de corte, mais antigos, que podem ser usados como
referência, conforme o consenso da instituição que irá aplicar o teste.
Cada pessoa é avaliada com base na nota de corte referente ao seu perfil. Uma pontuação
abaixo da nota de corte pode ser um indício de demência e o caso deve ser melhor avaliado
com exames complementares. Veja quais são os fatores que podem favorecer o
desenvolvimento de demência.
Uma pessoa mais letrada deverá, necessariamente, alcançar patamares mais elevados. Desse
modo, é indispensável moldar-se os pontos obtidos com os anos de efetiva escolaridade do
paciente.
Na prática, aplica-se o teste à pessoa com suspeita de quadro demencial. Considera-se como
normal o paciente que alcança mais de 25 pontos. Suspeita-se de perda cognitiva leve quando
o escore está entre 21 e 24 pontos, moderada, entre 10 e 20 e grave menor ou igual a 9. Após,
agrega-se a escolaridade. Para indivíduos altamente alfabetizados desconfia-se de uma
possível demência se a pontuação for menor que 24 (3). Para pessoas com ensino fundamental
a suspeita deve ser aguçada se o resultado for menor que 18. E para analfabetos, inferior a 14.
Portanto, é indispensável um ajuste que torne os números mais fidedignos e sustente uma
investigação mais detalhada. Geralmente, pacientes com Doença de Alzheimer confirmada
posteriormente por investigação complementar encontram dificuldades em responder os
questionamentos sobre orientação.