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Língua Portuguesa:
Morfossintaxe
2009
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CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
H449L
Inclui bibliograia
ISBN 978-85-387-0668-7
Gabarito .....................................................................................257
Referências................................................................................269
As explicações sobre palavras, termos, orações e frases têm como intuito al-
cançar o texto, numa expansão que se faz mediante o reconhecimento de cada
componente dessa imensa rede que começa num pequeno morfema e, prefe-
rimos dizer, não termina, pois a língua é um espaço em estado de construção
morfossintática.
Sintaxe de concordância:
verbos e nomes em sintonia
A concordância é um dos mecanismos sintáticos fundamentais do por-
tuguês, pois é o processo que registra um tipo de harmonia gramatical
existente entre dois componentes da frase.
3.
Seu comentário amargo pode ter sido sincero.
Sintetizando:
CONCORDÂNCIA VERBAL
CONCORDÂNCIA NOMINAL
4.
SUJEITO VERBO
PREDICATIVO
5. SUJEITO VERBO
PREDICATIVO PREDICATIVO
repetido para conirmar
COM VÍRGULA o exagero?
8. Ela canta melhor (= mais bem) e mais alto (do) que nosso vizinho.
9. Ela canta altíssimo (ou muito alto), mas emociona muito pouco (ou pou-
quíssimo).
Por im, resta ainda dizer sobre o grau que os suixos que se juntam a radi-
cais para expressar ideias de aumento, diminuição e intensiicação têm um uso
bastante expandido no português, sendo possível encontrá-los de modo muito
expressivo em formações que subvertem seus valores iniciais, seja na linguagem
jornalística, publicitária e coloquial, com grande produtividade.
10. Quem gosta de música tem todíssimos os motivos para não arredar pé do
Rio este im de semana. (Danuza. Jornal do Brasil: 16 out. 1998)
Sintaxe de regência:
verbos e nomes em hierarquia
A regência é outro dos mecanismos sintáticos fundamentais do português,
pois é o processo que marca uma relação de hierarquia existente entre dois com-
ponentes da frase, isto é, se um termo tem ou não algum tipo de complemento
ou circunstância que o acompanha em sua signiicação.
REGÊNCIA VERBAL
REGÊNCIA NOMINAL
Cabe aqui outro lembrete importante quanto à pontuação: numa frase es-
crita em ordem direta, nunca separamos o verbo e o seu complemento ou cir-
cunstância (até a 2.ª delas) por vírgula, e também não se separa o nome de seu
complemento por vírgula.
COMPLEMENTO
(por quem?)
ADJETIVO
(regente)
CIRCUNSTÂNCIA
(em que lugar?)
As frases acima empregaram o mesmo verbo, mas observa-se que suas pre-
tensões comunicativas são distintas, o que justiica a existência de um comple-
mento (feijoada: almocei o quê?), de uma circunstância (com minha prima: na
companhia de quem?) ou de nada (Ø: pratiquei a ação de almoçar).
Sintaxe de colocação:
palavras em sintonia e hierarquia
A colocação é mais um dos mecanismos sintáticos fundamentais do portu-
guês, pois é o processo que marca as possibilidades permitidas de combinação
ao se construir uma frase. Todas as línguas faladas pelo homem têm uma carac-
terística em comum: são feitas de palavras que se organizam segundo determi-
nadas características e relações.
COLOCAÇÃO
Veja o exemplo:
20. “O arrulhar destes dois corações virgens durava até oito horas da noite,
quando uma senhora de certa idade chegava a uma das janelas da casa,
já então iluminada” (ALENCAR, 1975, p. 2).
Esses são apenas alguns comprovantes de que o trecho de Alencar está cons-
truído rigorosamente em ordem direta, o que não signiica que se trata de uma
ordem obrigatória no português. O mesmo trecho poderia ter sido escrito de
outra maneira, sem nenhum prejuízo para sua estrutura, como vemos nos exem-
plos abaixo, exatamente com as mesmas palavras:
21. Até oito horas da noite durava o arrulhar destes dois corações virgens,
quando a uma das janelas da casa, já então iluminada, chegava uma se-
nhora de certa idade.
22. Durava até oito horas da noite o arrulhar destes dois virgens corações,
quando chegava uma senhora de certa idade a uma das janelas da casa,
já então iluminada.
Não há diferença sintática entre as frases, mas elas não são iguais. Qual das três
representa de modo mais adequado a expressividade pretendida pelo autor? Já
se vê por essas três maneiras de se construir a mesma frase que, diferentemente
dos mecanismos de concordância e de regência, há muito mais maleabilidade no
estudo da colocação.
TOPICALIZAÇÃO
Novamente cabe perguntar qual das maneiras se presta de modo mais ade-
quado à expressividade pretendida pelo autor. De todo modo, uma conclusão se
pode alcançar desde logo: a ordem direta ou lógica nem sempre é a mais reco-
mendável ou a melhor. Cada situação discursiva, textual, é que dirá se a escolha
mais apropriada é uma, outra ou mesmo um misto de ambas.
O uso desse artifício parece ser uma das marcas estilísticas do autor. Na aber-
tura de Dom Casmurro, o narrador diz: “encontrei um rapaz, que eu conheço de
vista e de chapéu”.
Não foi o que aconteceu com a manchete de jornal ou com a placa do salão
de beleza que estão reproduzidas a seguir. Ambas esbarram na falta de parale-
lismo, pois a escolha sintática não representa a intenção comunicativa, que só é
compreendida porque o leitor reinterpreta o que vê para constituir a adequação
inexistente no enunciado.
JOSÉ DA PENHA
IESDE Brasil S. A.
SANTOS, depois de ter
ultrapassado o pórtico
de um século de idade,
no próximo dia 18 de
junho, 98, a partir das
18h30, na LIVRARIA
CULTURA, Av. Paulista,
2.073, Conjunto Nacion- a desencantados co-
al, a quem o honrar com rações o encanto de
a sua presença, dará au- viver, conforme airma
tógrafos da 4.ª edição de o eminente economis-
CONHECIMENTO E VEN- ta HENRY MAKSOUD:
TURA, muito ampliada, “O livro Conhecimen-
pois se a 3.ª edição tinha to e Ventura está entre
526 páginas, tem esta aqueles que se deve ter
860 e 4.278 pensamen- à mão como recurso nos
tos dos maiores homens momentos em que falta
de todos os tempos. a esperança e os proble-
Propagar esta obra, mas parecem intrans-
não é por vaidade do poníveis. José da Penha
autor, mas cumpre o Santos nos oferece a
sagrado dever de levar ponte sólida e amiga”.
a cadeia “no próximo dia 18 de junho, 98”, “a partir das 18h30” e “na
LIVRARIA CULTURA” refere-se circunstancialmente ao sintagma “dará
autógrafos”, e o número 98 entre vírgulas é supérluo pois o texto já
usara “próximo dia 18 de junho”;
entre a palavra pois e o restante da expressão causal foi inserida uma ora-
ção condicional com apenas a vírgula da direita (toda inversão de oração
circunstancial deve ser marcada por duas vírgulas).
a vírgula entre o sujeito “propagar esta obra” e o seu predicado “não é”;
IESDE Brasil S. A.
Depois de ter ultra-
passado o pórtico de um
século de idade, JOSÉ DA
PENHA SANTOS dará au-
tógrafos da 4.ª edição de
CONHECIMENTO E VEN-
TURA a partir das 18h30
do próximo dia 18 de
junho, na LIVRARIA CUL- sagrado dever de levar a
TURA (Av. Paulista, 2.073, desencantados corações
Conjunto Nacional), a o encanto de viver, con-
quem o honrar com a forme airma o eminen-
sua presença. Muito am- te economista HENRY
pliada, tem esta edição MAKSOUD: “O livro Co-
860 páginas e 4.278 nhecimento e Ventura
pensamentos dos maio- está entre aqueles que
res homens de todos os se deve ter à mão como
tempos, enquanto a 3.ª recurso nos momentos
tinha 526 páginas. em que falta a esperança
e os problemas parecem
Propagar esta obra intransponíveis. José da
não é vaidade do autor, Penha Santos nos oferece
mas o cumprimento do a ponte sólida e amiga”.
Texto complementar
Organização da frase
(CARONE, 1995)
Pior a emenda que o soneto. Mas a frase foi ótima para perceberem o
constrangimento (às vezes insolúvel) que a ordem linear impõe, visto que
nem sempre é possível seguir, palavra por palavra, os caminhos da ordem
estrutural. Todos, porém, com a intuição de falantes nativos, haviam captado
a ordem estrutural, a sintaxe da frase:
beba
(você) leite
de cabra em pó
Dicas de estudo
BECHARA, Evanildo. “Sintaxe: noções gerais”, lição I do livro Lições de Português
pela Análise Sintática.
Estudos linguísticos
IESDE Brasil S. A.
Concordo com GRAU?
você em gênero,
número e grau
2. Construa duas frases com o verbo implicar, de modo a explicar seus traços de
regência quando signiica aborrecer e quando signiica incluir, determinar.
Mecanismos sintáticos
1. A conhecida expressão “Concordo com você em gênero, número e grau”
é inaplicável no mundo da gramática, onde é possível concordar ape-
nas em gênero e número ou em número e pessoa.