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Romário Volk
Rosana Maria Schmitt
[Organizadores]
TUTÓIA-MA, 2021
EDITOR-CHEFE
Geison Araujo Silva
CONSELHO EDITORIAL
Ana Carla Barros Sobreira (Unicamp)
Bárbara Olímpia Ramos de Melo (UESPI)
Diógenes Cândido de Lima (UESB)
Jailson Almeida Conceição (UESPI)
José Roberto Alves Barbosa (UFERSA)
Joseane dos Santos do Espirito Santo (UFAL)
Julio Neves Pereira (UFBA)
Juscelino Nascimento (UFPI)
Lauro Gomes (UPF)
Letícia Carolina Pereira do Nascimento (UFPI)
Lucélia de Sousa Almeida (UFMA)
Maria Luisa Ortiz Alvarez (UnB)
Marcel Álvaro de Amorim (UFRJ)
Meire Oliveira Silva (UNIOESTE)
Rita de Cássia Souto Maior (UFAL)
Rosangela Nunes de Lima (IFAL)
Rosivaldo Gomes (UNIFAP/UFMS)
Silvio Nunes da Silva Júnior (UFAL)
Socorro Cláudia Tavares de Sousa (UFPB)
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autoras.
P659a
Análise linguística no contexto escolar em diferentes perspecti-
-vas [livro eletrônico] / Francieli Matzenbacher Pinton, Romário
Volk, Rosana Maria Schmitt. – Tutóia, MA: Diálogos, 2021.
Formato: PDF
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Modo de acesso: World Wide Web
ISBN 978-65-89932-33-8
1. Linguagem e línguas. 2. Linguística. 3. Educação. I. Volk, Ro-má-
rio. II. Schmitt, Rosana Maria. III. Título.
CDD 407
Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422
https://doi.org/10.52788/9786589932338
Editora Diálogos
contato@editoradialogos.com
www.editoradialogos.com
Sumário
Apresentação............................................................................................................7
Sobre os organizadores................................................................................241
Romário Volk
Francieli Matzenbacher Pinton
DOI: 10.52788/9786589932338.1-1
Considerações iniciais
Ênfase nos usos como objetos de ensino (habilidades de leitura e escrita), que
remetem a vários outros objetos de ensino (estruturais, textuais, discursivos,
normativos), apresentados e retomados sempre que necessário
Pedagogia crítica
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Franchi (1987), Mendonça (2006,
Kemiac e Araújo, (2010), Travaglia (2009) e Suassuna (2012).
A Gramática Sistêmico-Funcional
Percurso Metodológico
Mirela: (1) Acho que [(2) a Prática de Análise Linguística é] uma proposta
mais reflexiva pra atividades didáticas, (2) acho que algo para o aluno dar
mais sentido para o que ele tá aprendendo.
Esther: (1) O ensino gramatical costuma ser mais normativo. (2) Já a prá-
tica da análise linguística proporciona a reflexão dos alunos.
Mirela: (1) [Trabalhar com a PAL na escola significa] dar uma significação
para o aluno, do porquê ele está estudando tal coisa.
Esther: (1) Para mim, [trabalhar com a PAL na escola] significa estimular
os alunos a pensarem de forma crítica, (2) auxiliando-os na compreensão
e análise de diversas falas/imagens em diferentes contextos.
Priscilla: (1) Eu acho que uma coisa chave que (2) o professor tem que levar em
consideração (3) [é] a bagagem que o aluno já carrega. [...] então eu acho que
(4) o professor tem que levar em conta a bagagem do aluno, (5) em relação aos
conhecimentos que ele já tem, (6) e o jeito que ele fala, a linguagem dele, e tudo,
(7) porque tudo interfere.
Laísa: (1) Eu acho que primeiro, (2) quando a gente vai trabalhar a gramática (3)
a gente tem que pensar também (4) o que essa turma tá acostumada a ver ou o
que essa turma entende por gramática.
Esther: (1) Eu acho que, uma coisa que (2) eu considero (3) bem importante é eu
levar o texto como unidade, assim, (4) tentar trazer um texto (5) que seja fun-
cional pra aquela determinada turma, (6) pensando no contexto da turma, né,
na realidade dos alunos.
Mirela: (1) [Acho que o professor não pode (2) deixar de considerar] o contexto,
né... do aluno... (3) o que é mais fácil pra ele, (4) como seria mais fácil pra ele, o
conteúdo.
Alice: (1) Trabalhar com a Análise Linguística na escola (2) significa romper com
os métodos de ensino tradicionais da Língua Portuguesa.
Violeta: (1) Se [eu] não vou cobrar a gramática, (2) o que preciso (3) que meu
aluno saiba?
Violeta: (1) Pra mim análise linguística é a gente trabalhar questões da gra-
mática da língua, das “regras da língua”, (2) mas de uma forma que (3) o aluno
aprenda ou entenda o uso daquilo no dia a dia. (3) Não é eu pedir pra (4) ele de-
corar todos os adjetivos, (5) mas eu querer que (6) ele entenda qual é a função do
adjetivo na frase e (7) o que vai mudar se eu uso ou não uso e (8) como vai ficar
a construção de sentido da minha frase, do meu texto.
Priscila: (1) Pensando na perspectiva da PAL, (2) leva-se (3) o aluno a refletir so-
bre esses usos de uma maneira que faz sentido.
Andréia: (1) Trabalhar com análise linguística na escola é partir do macro para
o micro, (2) ou seja, compreender a esfera social para depois compreender a
forma como a linguagem foi materializada no texto. (3) Por isso, a análise lin-
guística deve considerar também a leitura, oralidade e produção de textos.
Alice: (1) Mesmo quando são utilizados textos como tentativa de um ensino
pautado na perspectiva de Prática de AL, (2) a maioria dos exercícios propõem
uma análise morfossintática, (3) caindo na velha prática de descrição e classifi-
cação de termos e orações. (4) Já na Prática de Análise Linguística, consegue-se
trabalhar formas, estruturas e características, partindo do estudo (con)textual.
Considerações finais
Referências
Professores de Língua
Portuguesa em formação inicial:
representações acerca da produção de
materiais didáticos e da Prática de Análise
Linguística
DOI: 10.52788/9786589932338.1-2
Introdução
1 Pseudônimo escolhido pela autora para não revelar a identidade dos participantes.
público
Os processos empregados pelos alunos para relatar os problemas
de ordem pedagógica foram os materiais, especificamente o verbo “or-
ganizar”. Podemos inferir o uso desse processo ao fato de que os proble-
mas de ordem pedagógica dizem respeito à organização das tarefas.
Alguns declaram que quando têm dificuldades de ordem disci-
plinar, acham fácil recorrer às gramáticas, porém, ao afirmar isso, as
participantes não sinalizam a quais gramáticas recorrem. Com isso, su-
bentende-se que não consideram que, muitas vezes, só ter o domínio da
[...] não é pertinente, nos dias de hoje, de tal amadurecimento da ciência linguís-
tica, manter o encaixotamento de classificações categoriais de lições que se re-
petem com total desaviso em relação às reais ocorrências. Já é hora de analisar
e classificar as peças da língua com sensibilidade para o seu real estatuto nas
diferentes instâncias de uso da linguagem (p. 137).
2 Segundo Figueiredo (2019), andaime “é uma metáfora que serve para descrever o apoio que um adulto fornece
à criança durante tarefas que implicam resoluções de problemas” (p. 51). Além disso, ele é “um processo que
possibilita à criança ou ao aprendiz solucionar um problema, realizar uma tarefa, ou atingir um objetivo que
estaria além dos seus esforços, caso não tivesse ajuda de outras pessoas” (p. 52).
Considerações finais
Referências
DOI: 10.52788/9786589932338.1-3
Introdução
1 Embora essa seja uma característica dos documentos oficiais da educação, já que eles não têm o propósito de
apresentar orientações teórico-metodológicas, os Parâmetros Curriculares Nacionais, por exemplo, propunham
essa perspectiva para o ensino – pautada pela articulação entre as práticas de linguagem – de modo mais
didático, a fim de auxiliar a prática docente.
Gramática Sistêmico-Funcional
2 “Transitivity is a system of the clause, affecting not only the verb serving as Process but also participants and
circumstances”.
3 Neste estudo, entendemos processos cognitivos como “operações mentais necessárias para alcançar
determinados objetivos” (LINO DE ARAÚJO, 2017, p. 29), conforme proposto na Taxonomia dos objetivos
educacionais do domínio cognitivo, elaborada por Bloom.
4 O processo nomear, empregado na segunda oração da habilidade #EF06LP07 (Excerto 7), orienta tipicamente
orações verbais, as quais se localizam na fronteira entre processos mentais cognitivos e processos relacionais.
Nessa habilidade, porém, a aprendizagem focaliza apenas a atribuição da classificação períodos compostos por
coordenação após a identificação dessas ocorrências em textos, desse modo, entendemos o nomear como um
processo material criativo.
Considerações finais
Referências
Análise linguística:
da Base Nacional Comum Curricular
ao Programa Nacional do Livro
Didático 2021
DOI: 10.52788/9786589932338.1-4
Introdução
As concepções de linguagem e o
ensino da língua portuguesa
Conclusão
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Introdução
Solidão necessária
Fonte: https://guiame.com.br/nova-geracao/geral/pos-modernidade-vivendo-na-
companhia-da-solidao.htm
Texto 2:
Texto 3:
Invasão de privacidade
Imagino que muitos como eu estão ficando a cada dia mais preocupados com
as ameaças e as invasões em suas vidas privadas. Todos os dias somos obriga-
dos a nos deixar fotografar, filmar ou permitir a reprodução de nossos documen-
tos pessoais. São câmeras espalhadas sem nenhum critério de regulamentação,
dentro de elevadores, por exemplo, que mais servem para diversão de porteiros
despreparados do que à segurança propriamente dita. Essa invasão da nossa pri-
vacidade e a que se dá todos os dias pela internet precisam ser discutidas pela
sociedade, para descobrirmos até onde estamos dispostos a abrir mão da nossa
individualidade e privacidade em prol da segurança e, principalmente, como que-
remos que isso se dê.
Texto 4:
Solidão necessária
Questão 05- Em “(...) supondo dar todos os recursos para uma vida plena, porém,
ao mesmo tempo, isso torna as relações efêmeras.”, qual é o sentido do conectivo
porém?
a-( ) Explicação. b- ( ) Conclusão. c- ( ) Adição. d- ( ) Oposição.
Questão 06- Na frase “Ou seja: mais do que a sabedoria materna que dita que antes
só do que mal acompanhado, a questão é saber estar tanto só quanto acompanha-
do.”, a expressão ou seja pode ser substituída por:
a- ( ) Entretanto. b- ( ) Todavia. c- ( ) Isto é. d- ( ) Primeiramente.
Questão 07- Na frase “Isso porque se você me completar eu fico um todo e você de-
saparece (...)”, o pronome você:
a- ( ) Apresenta-se como um índice de generalização.
b- ( ) É indicador de um interlocutor específico.
c- ( ) Apresenta-se como um especificador do receptor (alocutário).
d- ( ) Apresenta-se como um determinador do leitor, isto é, do interlocutor.
Considerações finais
Referências
DOI: 10.52788/9786589932338.1-6
Introdução
Percurso metodológico
1 A escolha desta cidade considera o município no qual as pesquisadoras residem e atuam profissionalmente.
6º 9 tarefas 17 tarefas
7º 14 tarefas 15 tarefas
8º 5 tarefas 8 tarefas
9º 25 tarefas 11 tarefas
Total: 53 tarefas 51 tarefas
Fonte: elaborado pelas autoras, 2021.
Exemplo 1: “O que o Papai Noel fez depois de ter visto o que viu? Por que ele
agiu assim?” (TDT6#2d)
Exemplo 2: “Que característica do narrador e dos amigos dele é destacada no
início da história?” (TDT7#1c)
Exemplo 4: “Por que você acha que o narrador usou a expressão ‘quando viu.
Viu o quê?’ em lugar de contar diretamente o que foi visto?” (TDT6#2c)
Exemplo 5: O que o narrador destaca ao afirmar que “Era só um garoto”? O
protagonista não é chamado pelo nome. Que efeito de sentido é criado pela
referência a ele apenas como “garoto” ou “menino”? (TDT9#1a/c)
Exemplo 6: “As ações expressas por acabara de passar e viu ocorrem simultane-
amente? Explique sua resposta.” (TDT6#2b)
Exemplo 7: O parágrafo apresenta o personagem Rodrigo. Que palavras foram
empregadas para evitar a repetição de seu nome? (TDT7#3a) Exemplo 8: Como
você viu, o conto relata a amizade do protagonista com Diego. b) Transcreva a
frase que inicia a sequência de ações relativas ao dia em que Diego e o garoto
se conheceram. (TFC9#1b)
Referências
O tratamento pronominal
no livro didático:
análise e proposta à luz
da Sociolinguística
DOI: 10.52788/9786589932338.1-7
Introdução
1 Esse capítulo é um recorte de uma dissertação, a qual foi constituída a partir de duas frentes de trabalho a
fim de atingir os objetivos lá determinados, e dois artigos já publicados, sendo que aquela não foi publicada. Um
artigo foi publicado pela Revista Sociodialeto (2020) e o outro foi publicado nos Anais do V Colóquio Nacional
15 de outubro & VIII ENLIJE. v. v. 10 (2020). Primeiramente investigou-se a abordagem da variação linguística
no livro didático como um continuum. Depois, ofertou-se uma formação temática a professores do 6º ano do
Ensino Fundamental do município de Lajedo-PE objetivando apresentar os dados da pesquisa do livro didático
e ensiná-los a fazer diferente. Isto posto, as propostas lançadas aqui foram elaboradas pelos docentes, buscando
praticar o ensino de gramática a partir de três frentes de trabalho, como Vieira (2017, 2018) propõe, e analisadas
pela pesquisadora/formadora.
ii. Propiciando condições para que o aluno atenha acesso a variedades de pres-
tígio na sociedade, segundo os contínuos de variação (Cf. BORTONI-RICARDO,
2005), que configuram uma pluralidade de normas de uso, sem desmerecer ou-
tras variedades apresentadas pelo aluno e/ou nos diversos materiais usados
(VIEIRA, 2018, p. 51).
2Tomando por base essa proposta, cabe observar que houve experiências pedagógicas (as conhecidas
intervenções do ProfLetras) com alguns conteúdos gramaticais, as quais culminaram em dissertações para o
referido Programa. Para mais informações sobre a proposta, examinar Vieira (2018).
5 Em Bagno (2019), ele propõe substituir a expressão “norma culta” por variedades urbanas de prestígio, pelo
fato de ser ambígua e problemática e apresentar dupla personalidade, dado que ela esconde “dois conceitos
opostos no que diz respeito à língua que falamos e escrevemos” (BAGNO, 2019, p. 47).
https://twitter.com/TIMBrasil?lang=en
Chico Buarque
Os Saltimbancos Trapalhões
O texto que segue é uma música que faz parte do disco infantil Os Saltimban-
cos. Você a conhece?
Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram
(https://www.vagalume.com.br/chico-buar-
08 Nov. 2019)
a) Você sabia que a norma padrão recomenda que não se inicie orações com
pronomes oblíquos átonos, como está em cada verso da primeira estrofe? Re-
escreva-os, seguindo a recomendação gramatical normativa.
__________________________________________________________
Considerações finais
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação
linguística. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edi-
ções Loyola, (1999).
BAGNO, Marcos. Objeto Língua. 1ª ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2019.
BAGNO, Marcos. Sete erros aos quatro ventos: a variação linguística no ensino
de português. São Paulo: Parábola Editorial, 2013.
BAGNO, Marcos. Gramática, pra que te quero?: os conhecimentos linguísticos
nos livros didáticos de português. Curitiba: Amayrá, 2010.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolin-
guística em sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola, e agora? Sociolin-
guística e educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa.
48. Ed. ver. – São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2010.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: lingua-
gens, 6°ano. 9.ed. reform. São Paulo: Saraiva, 2015.
FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São
Paulo: Parábola Editorial, 2008
FRANCHI, Carlos. Mas o que é mesmo “gramática”? São Paulo: Parábola Edi-
torial, 2006.
GERALDI, João Wanderley. Práticas de sala de aula. In GERALDI, João Wan-
derley. (org). O texto na sala de aula. São Paulo: Editora Ática, 1997. p. 73-79.
MENDONÇA, Márcia. Análise linguística no ensino médio: um novo olhar,
um outro objeto. In: BUNZEN, Clecio; MENDONÇA, Márcia (Orgs.). Portu-
guês no ensino médio e formação de professor. São Paulo: Parábola Editorial,
2006.
NEVES, Maria Helena de Moura. A gramática: história, teoria e análise, ensi-
no. São Paulo: Editora Unesp, 2002.
PAULIUKONIS, Maria Aparecida Lino. Texto e contexto. In: VIEIRA, S. R.;
BRANDÃO, S.F (orgs). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Con-
texto, 2018. p. 239-258.
VIEIRA, Silvia Rodrigues. Três eixos para o ensino de gramática. In: VIEIRA,
Silvia Rodrigues. (org). Gramática, variação e ensino: diagnose e propostas
pedagógicas. São Paulo: Blucher, 2018.
Análise Linguística e
ensino de língua:
considerações sobre o ensino/
aprendizagem de gêneros textuais
em sala de aula
DOI: 10.52788/9786589932338.1-8
Introdução
Conclusões
Após a realização deste estudo, que tem como foco de análises o en-
sino/aprendizagem de gêneros textuais na perspectiva da Análise Lin-
guística, entendemos que a missão da escola e do professor de língua
portuguesa não é a de ensinar a norma-padrão, mas sim o de possibili-
tar que ela seja aprendida e utilizada em situações comunicativas , nas
quais é adequada.
Na relação ensino/aprendizagem de língua, considerando os gêne-
ros textuais e uma perspectiva de Análise Linguística, o padrão linguís-
tico não deve ser considerado um objeto separado das práticas linguís-
ticas dos falantes. Nesta perspectiva, a norma padrão é uma variedade
a ser internalizada pouco a pouco por meio de práticas didáticas como:
a) a prática de leitura de textos elaborados nessa variedade; b) a análise
das produções dos alunos, para perceber os efeitos de sentido alcan-
çados pelo uso de certos registros e dialetos, bem como para revisão
DOI: 10.52788/9786589932338.1-9
Introdução
1 Agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa concedida
no período de agosto de 2018 a janeiro de 2020 para atuação no subprojeto Língua Portuguesa, no Programa
Residência Pedagógica, no curso de Letras-UFAL-Campus do Sertão.
2 Para Luiz Paulo da Moita Lopes, 2013, linguista aplicado, diante das “incertezas” nesse mundo complexo, é
preciso pensar diferente nos estudos em linguagem, movendo-nos noutra lógica, uma lógica responsiva, uma
lógica que se afaste do ideal fundamentalista de pureza.
Fonte: https://www.homemmoderno.com/old-spice-brasil-malvino-salvador/.
Acesso em 22 de junho de 2021.
3 Aproveito a menção para informar que o objeto de reflexão aqui está para o caráter verbal, sem desconsiderar
a necessidade de uma abordagem textual que parta da relação intrínseca entre verbal e não verbal, em sua
constituição multimodal.
Fonte: https://istoe.com.br/a-antirrevolucao-dos-costumes/.
Acesso em 22 de junho de 2021.
4 É importante informar que essa reportagem foi trabalhada em aulas de “Morfologia do Português”, em 2019, no
curso de Letras-Língua Portuguesa (UFAL-Campus do Sertão), nas quais se estudou sobre “classes de palavras”
numa abordagem que considera as perspectivas semântica, morfológica e sintática, conforme discutidas por
Batista (2011).
Gramática contextualizada:
um desafio no Residência Pedagógica
5 É importante destacar que participaram do subprojeto Língua Portuguesa três escolas municipais do ensino
fundamental em Delmiro Gouveia, Alagoas, sendo, portanto, três docentes com preceptoria.
6 É relevante destacar que, apesar de ser um desafio “descer” ao sistema linguístico, inúmeras experiências
docentes pautadas na gramática contextualizada foram no RP desenvolvidas a contento, fruto do processo
de reflexão sobre a língua fundada na prática discursiva, realizada em nossos encontros semanais, nos quais
buscamos compreender os recursos linguísticos nas atividades discursivas, configurando aí também uma
homologia dos processos.
Fonte: https://www.acordacidade.com.br/fotos/p/20062-3.jpg.
Acesso em 22 de junho de 2021.
Fonte: O Autor.
Fonte: https://www.google.com/amp/s/g1.globo.com/google/amp/rj/rio-de-janeiro/
noticia/2019/08/14/rj-teve-pelo-menos-6-jovens-mortos-a-tiros-em-cinco-dias.
ghtml. Acesso em 22 de junho de 2021.
Biscoitinho
Questão 01: Que função tem um título de texto? Qual é o título da música e seu
significado?
lanch-inh-o
biscoit-inh-o
beij-inh-o
amor-z-inh-o
a) O recurso linguístico “inh-(o)”, destacado nas palavras, já deve ter sido es-
tudado por você. O que sabe a respeito?
b) Nas quatro palavras acima, aparece o “pedaço” “-inh-(o)”. Qual a função
desse recurso linguístico em cada palavra?
c) Seria possível dizer que em cada palavra “inh-(o)” tem a mesma função?
Justifique!
d) Quais os sentidos, então, para as palavras “lanchinho” e “biscoitinho” na
música? Por que a palavra “biscoitinho” foi usada como título da música?
e) Na nossa cultura de gênero, esse recurso linguístico [“inh-(o)”] aparece na
construção de outras palavras com a mesma função que na palavra “biscoiti-
nho”? Cite-as e seus contextos de uso!
f) Com esse caso de uso do “inh-(o)”, o que aprendemos sobre língua e nor-
mas linguísticas?
Questão 12: Que leitura podemos fazer dessa música? É possível que a mesma
leitura seja feita por quem escuta essa música no nosso cotidiano? É possível
dizer que essa letra tem um cunho feminista?
(...) tivemos a oportunidade de fazer uma análise de uma música (...). O professor nos
possibilitou entender e compreender o uso e a função do morfema inho e zinho na
música. [Aluna (1)]
O professor colocou uma música na sala para analisarmos morfologicamente; foi um
momento diferente, de descontração, e também de observação dos sentidos da música,
que era intitulada de “Biscoitinho”. [Aluna (2)]
(...) ele [o professor] levou uma música conhecida pela maioria para analisarmos,
sendo bastante diferente, pois a partir daí começamos a ter um outro olhar sobre
músicas (...) e perceber que nem tudo é bonitinho ou “inocente”. [Aluna (3)]
Em outro momento foi-nos apresentada a música “biscoitinho” (...) para ser analisada
e que deveríamos responder a algumas questões. Fiquei surpresa, pois não pensei que
usaríamos uma música dessa forma. Achei muito interessante a maneira de ver a
música. [Aluna (4)]
(...) nos mostrou a música biscoitinho (...) para melhor pensarmos a morfologia com
exemplos do nosso dia a dia. Este novo processo de ensino e aprendizagem é muito
interessante, porque aprendemos de forma mais dinâmica, leve e poderemos aprender
conteúdo e ensinar para nossos futuros alunos de maneira mais eficaz. Por isso, quando
discutimos inicialmente na aula o que seria o biscoitinho nos fez ter uma visão mais
ampla acerca dos sentidos que a música transmite. [Aluna (5)]
(...) foram feitas algumas reflexões morfológicas sobre a famosa música “Biscoitinho”
sobre os usos do sufixo -inho, qual a função dele e que sentidos este pode passar para o
leitor. Eu realmente gosto muito de acompanhar análises linguísticas, sempre fico
maravilhada em ver como a língua funciona. [Aluna (6)]
(...) foi passada uma música, que mais uma vez me levou a refletir será que buscamos
entender ou mesmo compreender o que ouvimos? A minha resposta seria não, porque
não buscamos exatamente conhecer a forma morfológica de como as palavras estão
sendo usadas, o que gera o efeito de sentido (...). Trazer essa metodologia de morfologia
para a prática de letramento, mostrando como os grupos visam e lidam com a escrita é
de arrepiar. [Aluna (6)]
(...) a disciplina de morfologia do português possui um objetivo e creio que esse objetivo
seja nos fazer pensar, aprender e analisar criticamente o que há por trás das palavras
que estão no nosso cotidiano. [Aluna (7)]
Fonte: O Autor.
Considerações
Atividades Epilinguísticas:
concepções e práticas de
professores de língua portuguesa
do ensino fundamental II
DOI: 10.52788/9786589932338.1-10
Introdução
P3 - A língua materna e suas formas de uso, seja ela formal, sejam coloquiais.
Além da gramática, acredito que é essencial o incentivo da leitura, o investi-
mento nas literaturas.
P1 - Uma atitude reflexiva sobre o que está sendo lido ou escrito. Como disse
anteriormente, não basta saber as regras gramaticais sem ter o bom senso
de como usá-las adequadamente, considerando a variedade, o porquê da sua
construção e uso em determinada época, região e contexto social.
Considerações finais
Referências
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Pará-
bola, 2003.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa/Secretaria de
Educação Fundamental. Brasília: MEC, 1997.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensi-
no fundamental: Língua Portuguesa/Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília:
MEC/SEB, 2017.
A
Análise Linguística 5, 6, 9, 12, 13, 14, 15, 19, 20, 21, 23, 24, 25, 26, 27, 29, 30, 31,
32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 42, 43, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 58, 88, 106, 146,
147, 150, 152, 169, 170, 171, 172, 181, 182, 183, 184, 185, 186, 187, 241
B
BNCC 5, 8, 9, 15, 35, 53, 54, 55, 56, 57, 59, 64, 74, 76, 93, 94, 99, 103, 112, 113,
114, 124, 127, 136, 217, 233
C
Campos de atuação 56, 57, 60, 65, 66, 74, 75, 76, 94
E
Educação Básica 55, 76, 79, 85, 87, 112, 127, 145, 188, 242, 245
Ensino Fundamental 9, 18, 55, 56, 57, 59, 64, 70, 74, 79, 84, 93, 94, 108, 128,
134, 144, 146, 150, 244
Ensino Médio 5, 9, 19, 79, 80, 84, 87, 93, 94, 95, 104, 105, 108, 112, 114, 115, 118,
120, 146, 168, 175, 242, 244
Escola 20, 22, 24, 25, 28, 29, 31, 35, 38, 45, 53, 87, 109, 124, 129, 130, 131, 132,
147, 149, 150, 152, 153, 154, 155, 156, 157, 167, 170, 172, 173, 174, 178, 181, 182, 183,
184, 185, 186, 188, 189, 193, 202, 206, 216, 217, 221, 223, 233, 235, 237
Escuta 8, 57, 58, 93, 115, 127, 175, 183, 199, 212
G
Gêneros textuais 6, 9, 10, 49, 55, 57, 60, 75, 81, 90, 108, 109, 111, 123, 134, 135,
136, 161, 165, 169, 170, 171, 172, 175, 176, 177, 181, 183, 184, 186, 187, 188, 243
Gramática 6, 7, 8, 9, 11, 13, 15, 17, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 29, 30, 31, 32, 33,
34, 35, 37, 39, 40, 46, 48, 52, 53, 62, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 79, 80, 84, 87, 88,
89, 90, 91, 106, 108, 110, 111, 128, 130, 131, 132, 146, 147, 149, 150, 151, 152, 153,
154, 155, 158, 159, 161, 167, 168, 170, 173, 174, 177, 181, 182, 183, 185, 186, 189, 190,
192, 197, 198, 199, 200, 201, 202, 203, 210, 214, 215, 216, 217, 218, 220, 224, 229,
233, 237, 240
Língua 5, 6, 7, 8, 13, 14, 15, 16, 21, 26, 28, 31, 32, 33, 34, 35, 37, 38, 39, 40, 42, 46,
48, 49, 50, 52, 53, 54, 57, 58, 61, 74, 76, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89,
90, 91, 92, 93, 94, 99, 100, 102, 103, 104, 106, 107, 108, 110, 111, 123, 124, 126, 127,
128, 129, 130, 131, 132, 133, 134, 135, 136, 138, 141, 142, 144, 145, 146, 147, 151, 152,
154, 155, 156, 157, 158, 159, 160, 161, 163, 167, 169, 170, 171, 172, 173, 174, 175, 176,
177, 178, 179, 181, 182, 183, 184, 185, 186, 187, 188, 189, 190, 198, 199, 200, 201,
203, 207, 210, 211, 212, 213, 215, 216, 217, 219, 220, 221, 222, 223, 224, 225, 226,
227, 228, 229, 230, 231, 232, 233, 234, 235, 236, 237, 238, 239, 240, 243
Linguagem 6, 7, 10, 13, 16, 17, 21, 23, 27, 28, 29, 31, 38, 39, 40, 46, 48, 49, 55, 56,
57, 58, 59, 60, 61, 62, 64, 69, 74, 75, 76, 80, 81, 82, 86, 89, 93, 94, 103, 107, 109,
126, 127, 128, 129, 131, 132, 133, 134, 135, 144, 145, 146, 149, 153, 170, 173, 174, 175,
176, 178, 179, 180, 183, 184, 187, 191, 193, 194, 196, 197, 198, 199, 200, 201, 213,
216, 222, 223, 224, 225, 226, 229, 231, 233, 234, 235, 236, 238, 239, 240, 244
Língua Portuguesa 5, 9, 11, 13, 18, 23, 25, 34, 35, 36, 37, 38, 40, 44, 51, 52, 55,
56, 57, 58, 59, 60, 64, 74, 76, 77, 79, 91, 94, 107, 108, 111, 120, 123, 127, 128, 129,
149, 153, 156, 157, 175, 188, 192, 193, 197, 198, 199, 200, 201, 203, 206, 210, 216,
217, 220, 221, 229, 230, 239, 242, 243, 244, 245
Linguística 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 14, 15, 16, 18, 21, 22, 23, 26, 29, 31, 34, 35, 38,
46, 47, 48, 51, 52, 53, 54, 55, 58, 61, 64, 73, 74, 75, 76, 78, 79, 80, 82, 83, 84, 85,
86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104, 106,
107, 108, 109, 110, 111, 123, 124, 126, 127, 129, 130, 131, 132, 133, 134, 136, 138, 139,
145, 146, 147, 149, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 156, 157, 159, 161, 163, 165, 167, 168,
174, 178, 183, 184, 189, 191, 195, 196, 197, 198, 199, 200, 201, 203, 210, 213, 215,
218, 224, 225, 229, 240
Livro didático 5, 6, 10, 78, 84, 91, 94, 99, 103, 128, 129, 134, 143, 144, 145, 146,
148, 150, 156, 157, 166, 198, 218, 235
Produção de textos 15, 29, 48, 50, 51, 55, 57, 58, 82, 88, 90, 92, 93, 125, 127,
150, 153, 183, 187
Professor 7, 14, 21, 23, 28, 35, 37, 38, 39, 40, 45, 46, 48, 51, 52, 53, 59, 81, 82, 83,
84, 85, 86, 87, 89, 98, 99, 104, 108, 110, 118, 119, 146, 151, 157, 162, 163, 164, 165,
167, 170, 171, 172, 174, 175, 177, 178, 179, 180, 181, 182, 185, 186, 187, 188, 189, 193,
197, 198, 201, 202, 203, 211, 215, 220, 222, 224, 225, 226, 227, 228, 230, 232, 233,
234, 235, 236, 237, 243
R
Reescrita 52, 83, 131, 132, 151, 179, 186, 187, 224, 225, 227, 229, 230, 231, 233,
235, 237, 238, 239
T
Texto 4, 6, 7, 10, 11, 14, 15, 17, 23, 26, 29, 30, 34, 35, 38, 47, 49, 51, 52, 53, 56, 60,
65, 66, 70, 72, 74, 80, 82, 83, 88, 90, 92, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103, 104,
106, 107, 109, 110, 111, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 120, 121, 122, 123, 124, 126, 127,
128, 129, 130, 131, 133, 134, 135, 136, 138, 139, 140, 141, 142, 143, 144, 146, 151, 154,
161, 162, 163, 164, 167, 170, 171, 174, 176, 177, 178, 179, 180, 182, 183, 185, 191, 193,
194, 195, 196, 197, 199, 200, 203, 205, 206, 207, 208, 209, 212, 213, 214, 216, 222,
223, 224, 225, 226, 227, 230, 233, 234, 235, 236, 237, 240