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Resumo Psicometria

Referência para interpretação de score.

Normas e critérios
As normas são pontos de referência que ajudam a determinar como o
desempenho de uma pessoa se compara com o desempenho de outras pessoas que
fizeram o mesmo teste. As normas são baseadas em um grupo de pessoas que
representam a população para a qual o teste foi desenvolvido.
Por exemplo, se um teste foi desenvolvido para avaliar o desempenho
acadêmico de alunos do ensino médio, as normas serão baseadas em um grupo de
alunos do ensino médio que fizeram o teste.

Já os critérios de desempenho são usados para determinar se o desempenho


de uma pessoa atende a um padrão específico de desempenho. Isso é comum em
situações em que o desempenho de uma pessoa é comparado a um padrão pré-
determinado de habilidades ou conhecimentos.
Por exemplo, um teste de direção pode ter um critério de desempenho que
exige que o motorista saiba como usar corretamente os sinais de trânsito.

Em resumo, as normas são usadas para comparar o desempenho de uma


pessoa com o desempenho de outras pessoas, enquanto os critérios de desempenho
são usados para avaliar se a pessoa atende a um padrão específico de habilidades ou
conhecimentos.

Normais desenvolvimentais e Normas Intragrupos


As normas desenvolvimentais são usadas para comparar o desempenho de
uma pessoa com outros indivíduos na mesma faixa etária.
Por exemplo, se um teste foi desenvolvido para avaliar o desempenho cognitivo
de crianças de 5 anos de idade, as normas desenvolvimentais serão baseadas em um
grupo de crianças de 5 anos. Isso permite que os resultados do teste sejam
interpretados em termos de como a criança está se desenvolvendo em relação a
outras crianças da mesma idade.

Já as normas intragrupos são usadas para comparar o desempenho de uma


pessoa com outras pessoas que fazem parte do mesmo grupo.
Por exemplo, se um teste foi aplicado a um grupo específico de funcionários de
uma empresa, as normas intragrupos serão baseadas nesse grupo. Isso permite que
os resultados do teste sejam interpretados em termos de como cada pessoa se saiu
em relação às outras pessoas do mesmo grupo.

Em resumo, as normas desenvolvimentais comparam o desempenho de uma


pessoa com outros da mesma faixa etária, enquanto as normas intragrupos comparam
o desempenho de uma pessoa com outros do mesmo grupo
Escores usados para expressar normas intragrupo

PERCENTIL
Indica a posição relativa de um testando comparada a um grupo de referência
Representa a porcentagem de pessoas no grupo de referência que teve escore
igual ou inferior a um determinado escore bruto.
Diferente do escore percentual (%), que representa o número de respostas
corretas que um indivíduo obtém em meio ao total possível em um teste.
Por exemplo, se um grupo de 100 estudantes fez um teste de matemática e
João obteve um escore de 85, isso significa que ele acertou mais questões do que 85
dos 100 alunos do grupo. Isso coloca João no percentil 85, ou seja, ele está entre os
15% melhores alunos do grupo em termos de desempenho no teste de matemática.

ESCORES PADRÕES
Esses escores transformam escores brutos em escalas que expressam a
posição dos escores em relação À MÉDIA em unidades de DESVIO PADRÃO.
Ajuda a entender onde um determinado escore se encontra em relação aos
demais numa distribuição.
Por exemplo, se um grupo de estudantes fez um teste de matemática e a
média do grupo foi de 70 pontos, com um desvio-padrão de 10 pontos, um aluno que
obteve um escore de 90 pontos estaria acima da média do grupo por duas unidades
de desvio-padrão, ou seja, ele estaria na norma padrão +2. Isso indica que o
desempenho desse aluno está significativamente acima da média do grupo em relação
àquela habilidade ou conhecimento avaliado no teste.

Escalas ordinais baseadas em sequências comportamentais


É uma escala, baseada em sequência do desenvolvimento comportamental,
que pode ser usada como padrão (norma) para comparar o resultado de uma
avaliação.
As escalas ordinais baseadas em sequências comportamentais são usadas
para avaliar o desenvolvimento comportamental de uma pessoa. Elas são baseadas
em uma sequência preestabelecida de comportamentos que uma pessoa deve ser
capaz de realizar em diferentes estágios de desenvolvimento. Essa sequência é usada
como uma norma para comparar o desempenho de uma pessoa com o esperado para
sua idade.
Por exemplo, uma escala ordinal baseada em sequência comportamental pode
ser usada para avaliar o desenvolvimento da fala em crianças. A sequência pode
incluir marcos como "fazer balbucios", "dizer as primeiras palavras", "formar frases
simples" e assim por diante. Se uma criança não atingir esses marcos no momento
esperado, isso pode indicar um atraso no desenvolvimento da fala.

Escalas ordinais baseadas em teoria


É a escala, como por exemplo, a dos estágios do desenvolvimento cognitivo da
infância até a adolescência, proposta por Piaget.

Escores de Idade Mental


Este critério foi criado por Binet e Simon (1905) que falavam em nível mental,
que depois foi popularizado como idade mental. Estes autores construíram uma
Avaliação de Inteligência, cujo resultado era dividido pela idade cronológica para se
obter o QI.

Escores equivalentes a séries escolares


Este critério é utilizado para testes de desempenho acadêmico, e somente faz
sentido quando se trata de disciplinas que são oferecidas numa sequência de várias
séries escolares.
Interpretação de testes referenciados em Critérios ou Domínio.
Características:
Tem por objetivo avaliar o grau em que os testandos são proficientes em certas
habilidades ou domínios de conhecimento;
São pontuados de tal forma que o desempenho de uma pessoa não influencia
o resultado relativo das outras – a comparação é da pessoa com o constructo em si.
É mais utilizado na avaliação educacional e ocupacional

A interpretação de testes referenciados em critérios ou domínio é uma forma de


avaliar o grau em que uma pessoa tem habilidades ou conhecimentos específicos em
uma determinada área.

Por exemplo, imagine que um estudante fez um teste de matemática que avalia
o domínio de resolução de problemas. Esse teste é pontuado de tal forma que o
desempenho de uma pessoa não influencia o resultado relativo das outras, ou seja,
cada pessoa é avaliada com base na sua habilidade para resolver problemas, não em
comparação com os outros alunos que fizeram o teste.

Essa abordagem é mais comumente utilizada em avaliações educacionais e


ocupacionais, em que é necessário avaliar o nível de habilidade de uma pessoa em
uma área específica para tomar decisões, como a admissão em uma faculdade ou
contratação para um emprego.
Fidedignidade/Precisão – Fiel e realidade

Fidedignidade, em psicometria, significa que um teste é consistente e produz


resultados confiáveis. Isso quer dizer que, se você fizer o mesmo teste várias vezes,
ou diferentes pessoas fizerem o mesmo teste, os resultados deverão ser semelhantes.

Por exemplo, imagine que um teste é aplicado para medir a inteligência de um


grupo de estudantes. Se o teste é fidedigno, isso significa que as pontuações obtidas
pelos alunos serão consistentes e confiáveis, ou seja, refletirão suas diferenças reais
em inteligência. Se o teste não é fidedigno, as pontuações podem variar muito de uma
aplicação para outra, o que torna os resultados menos confiáveis e precisos.

Existem algumas formas de se verificar a precisão, tais como teste-reteste,


formas paralelas e consistência interna

Teste e reteste
O teste e reteste é uma técnica usada em psicometria para avaliar a
fidedignidade de um teste, ou seja, o quão confiável é o resultado que ele apresenta.

A técnica consiste em aplicar o mesmo teste em duas ocasiões diferentes, com


um intervalo de tempo entre elas, para verificar se os resultados são semelhantes. Se
o resultado for semelhante nas duas aplicações, isso sugere que o teste é fidedigno.

Formas Paralelas
A forma paralela é uma técnica utilizada para avaliar se um teste é fidedigno,
ou seja, se ele consegue medir a mesma habilidade ou competência de forma
consistente. Para isso, duas formas diferentes do mesmo teste são aplicadas ao
mesmo indivíduo e as pontuações obtidas são comparadas.

Por exemplo, imagine que um psicólogo quer avaliar a capacidade de leitura de


um aluno. Ele aplica uma primeira versão do teste e, em seguida, aplica uma segunda
versão que contém itens similares, com o mesmo grau de dificuldade. Se as
pontuações obtidas nas duas versões do teste forem semelhantes, isso sugere que o
teste é fidedigno e que pode ser usado para avaliar a capacidade de leitura do aluno.

Consistência Interna
Consistência interna é uma medida de confiabilidade utilizada na psicometria
para avaliar o grau de homogeneidade das questões de um teste, ou seja, se as
questões estão medindo a mesma habilidade ou construto.

Por exemplo, imagine que um psicólogo esteja desenvolvendo um teste de


personalidade que avalia a extroversão. Para avaliar a consistência interna, ele pode
aplicar várias questões que se relacionam com a extroversão, como "Você se sente à
vontade em grupos grandes?" ou "Você costuma iniciar conversas com estranhos?".
Se as respostas para essas questões estiverem consistentes entre si, isso sugere que
elas estão medindo a mesma habilidade (a extroversão) de forma homogênea.

A medida mais comum para avaliar a consistência interna é o coeficiente alpha


de Cronbach, que varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior a consistência
interna do teste.
Validade x Fidedignidade

A validade é a medida em que um teste mede o que se propõe a medir. Em


outras palavras, um teste é válido se ele realmente avalia o construto (habilidade,
característica, etc.) que ele foi desenvolvido para avaliar.

Por exemplo, se um teste de matemática é desenvolvido para medir o


conhecimento em álgebra, ele deve realmente medir o conhecimento em álgebra e
não em geometria, caso contrário, ele não é válido para medir o conhecimento em
álgebra.

Outro exemplo seria um teste de personalidade que tem como objetivo medir a
extroversão. Se as perguntas do teste não têm relação com a extroversão e sim com
outros aspectos, como a inteligência emocional, então o teste não é válido para medir
a extroversão.

A diferença entre validade e fidedignidade na psicometria é que a validade


se refere à precisão com que um teste mede o que se propõe a medir, ou seja, se ele
está medindo a habilidade, característica ou construto que se espera avaliar. Já a
fidedignidade se refere à consistência ou estabilidade dos resultados do teste ao
longo do tempo ou em diferentes situações de aplicação.

Para entender melhor, podemos pensar em um exemplo:

Imagine um teste que foi desenvolvido para medir a inteligência geral de uma
pessoa. Se esse teste é válido, isso significa que ele realmente está medindo a
inteligência geral e não outra habilidade ou característica, como por exemplo, a
criatividade.

Agora, se esse teste é fidedigno, isso significa que quando uma mesma
pessoa faz o teste em diferentes momentos, os resultados são semelhantes, o que
indica que o teste é consistente e confiável em medir a inteligência geral daquela
pessoa ao longo do tempo.

Existem três formas principais de validade em psicometria:

Validade de conteúdo: esta se concentra em avaliar se uma medida está


avaliando todos os aspectos relevantes de um determinado conceito. Por exemplo, um
teste de história que avalia apenas um período específico da história não tem validade
de conteúdo, porque não está avaliando toda a disciplina. Um teste de história que
avalia diferentes períodos e eventos históricos relevantes tem maior validade de
conteúdo.
Validade de critério: esta avalia se uma medida está relacionada a um critério
externo relevante, como o desempenho acadêmico ou o sucesso no trabalho. Por
exemplo, se um teste de inteligência é capaz de prever o desempenho escolar, então
ele tem validade de critério. Da mesma forma, se um teste de habilidades de liderança
está relacionado ao sucesso de liderança no trabalho, então ele tem validade de
critério.
Validade de construto: esta avalia se uma medida está medindo com precisão
o construto ou conceito que se pretende medir. Por exemplo, se um teste de
ansiedade está realmente medindo a ansiedade do indivíduo e não outro aspecto,
como a depressão, então ele tem validade de construto. A validade de construto é
avaliada por meio de evidências que apóiam a relação entre a medida e o construto,
como o grau de correlação entre o teste de ansiedade e outros testes de ansiedade.
Exemplos:
Validade de conteúdo: imagine que um professor deseja desenvolver um teste
para avaliar o conhecimento dos alunos em matemática. Para ter validade de
conteúdo, o teste deve incluir perguntas sobre todos os tópicos importantes da
matemática que os alunos deveriam ter aprendido. Se o teste cobrir apenas alguns
tópicos e deixar outros de fora, não terá validade de conteúdo.

Validade de critério: suponha que uma empresa queira usar um teste de


personalidade para prever a probabilidade de um candidato ter sucesso em um
determinado trabalho. Para ter validade de critério, o teste deve estar relacionado com
o desempenho real no trabalho. Se o teste não conseguir prever o desempenho no
trabalho, então não tem validade de critério.

Validade de construto: imagine que um pesquisador deseja medir a


inteligência emocional dos participantes de uma pesquisa. Para ter validade de
construto, o teste deve medir apenas a inteligência emocional e não outros fatores,
como o conhecimento geral ou habilidades cognitivas. Se o teste estiver medindo
outros fatores além da inteligência emocional, não tem validade de construto.

Validade de critério
É dividida em validade preditiva e validade concorrente.

Validade Preditiva: Esse tipo de validade mede a capacidade da medida


predizer um critério futuro relevante. Em outras palavras, ele avalia se uma medida
pode ser usada para prever o desempenho ou resultado futuro em uma área
específica.
Por exemplo, um teste de aptidão pode ser usado para prever o desempenho
acadêmico futuro de um aluno. Se o teste tiver validade preditiva, um resultado mais
alto no teste deve ser um indicador confiável de um melhor desempenho acadêmico
futuro.

Validade Concorrente: Esse tipo de validade mede a capacidade da medida


estar correlacionada com um critério já conhecido ou existente, que é medido ao
mesmo tempo. Em outras palavras, ele avalia se uma medida é consistente com
outras medidas já conhecidas e se relaciona com elas.
Por exemplo, um teste de personalidade pode ser avaliado em relação ao
desempenho no trabalho de um grupo de funcionários atual. Se o teste tiver validade
concorrente, ele deve estar correlacionado com o desempenho real no trabalho desse
grupo. Se um alto escore no teste for um bom indicador de um alto desempenho no
trabalho, então o teste tem validade concorrente.
Direito dos testandos

 Deve ser obtido o consentimento informado dos testandos ou de seus representantes


legais antes da realização da testagem. As exceções a esta regra são: a testagem por
determinação legal, testagem como parte de atividades escolares regulares, testagem
de seleção, onde a participação implica em consentimento.

 Em aplicações escolares, clínicas e de aconselhamento, os testando têm o direito a


explicações em linguagem que eles compreendem com respeito aos resultados que os
testes irão produzir.
 Em aplicações escolares, clínicas e de aconselhamento, quando os escores são
utilizados para tomar decisões que afetem os testandos, estes ou seus representantes
legais têm o direito de conhecer seu escore e a sua interpretação.

Controle do viés do examinador

 A pessoa do examinador não deixa de ser uma variável que pode alterar o resultado do
teste. No entanto, deve procurar minimizar o impacto da mesma.
 Seria importante, então, algumas questões reflexivas:

O examinador deve ser familiar ao testando?


Não necessariamente. O examinador pode ser alguém que o testando nunca tenha
visto antes, ou pode ser alguém que já tenha um relacionamento com o testando. No entanto, é
importante que o examinador esteja ciente de qualquer relacionamento prévio com o testando,
pois isso pode influenciar o modo como o teste é administrado e interpretado.

Encorajar frequentemente o testando ajuda ou atrapalha?


Isso pode depender do teste em questão e do objetivo da avaliação. Em alguns casos,
encorajar o testando pode ajudá-lo a se sentir mais confortável e a se sair melhor no teste. No
entanto, em outros casos, encorajar o testando pode distorcer os resultados, especialmente se
o teste tem uma restrição de tempo rigorosa ou requer que o testando responda sem ajuda.

A idade e/ou o sexo do examinador são relevantes?


Em geral, não é necessário que o examinador tenha uma idade ou sexo específico
para administrar um teste psicológico. No entanto, em algumas situações, o sexo ou a idade do
examinador pode ser importante. Por exemplo, em testes que avaliam traços específicos de
gênero, como o papel de gênero ou a identidade sexual, o sexo do examinador pode ser
relevante.

O estado emocional do examinador é relevante?


Sim, o estado emocional do examinador pode afetar a forma como ele ou ela
administra o teste e interpreta os resultados. É importante que o examinador esteja em um
estado emocional neutro e calmo para garantir que ele ou ela esteja sendo objetivo e justo.

As atitudes e opiniões pessoais do examinador são relevantes?


Sim, as atitudes e opiniões pessoais do examinador podem afetar a forma como ele ou
ela administra o teste e interpreta os resultados. É importante que o examinador seja
consciente de suas próprias atitudes e opiniões e trabalhe para minimizar qualquer influência
que elas possam ter sobre o teste.

 De qualquer forma, o aplicador dos testes psicológicos deve atender aos seguintes
requisitos:
 Conhecimento: profundo sobre o instrumento
 Aparência: discreta, apresentar-se como um perito.
 Comportamento durante a testagem: manter a ordem, fornecer informações
necessárias, mas que não cause interferência nos resultados, linguagem e vocabulário
acessíveis, ser atenciosos e movimentar-se discretamente.

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