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Psicologia da Educação Especial

1- Qual a diferença de é avaliação de diagnóstico e avaliação somativa?


2- Como se faz uma avaliação diagnóstica?
3- Quais são as atividades diagnósticas?
4- O que é um relatório de diagnóstico?
5-

O que é avaliação diagnóstica?

A avaliação diagnóstica é uma ferramenta que traz informações sobre o quanto os alunos
dominam determinados conhecimentos e habilidades, com o objetivo de verificar o que o
aluno já sabe e suas necessidades.
Após feita, é possível ter um panorama sobre as necessidades dos alunos, e a partir disso,
estabelecer estratégias pedagógicas adequadas e trabalhar para desenvolvê-los.
Podemos dizer então que a avaliação diagnóstica possui 3 objetivos principais:
1- Identificar a realidade de cada turma e especificamente de cada aluno; 
2- Observar se os alunos estão desenvolvendo ou não as habilidades cobradas para os
processos de ensino e aprendizagem; 
3- Refletir sobre as causas das dificuldades, definindo assim as ações necessárias para
trabalhar as defasagens encontradas.

Em que momento aplicar a avaliação diagnóstica?

É comum que ela seja aplicada em todo início de ciclo ou processo de ensino-
aprendizagem, momento visto por muitos como mais propício para que o educador faça as
alterações necessárias de adaptação o plano de aula as necessidades da turma. 
Esse aspecto preventivo é uma das principais características da avaliação diagnóstica. Pois
torna possível trabalhar em cima dos dados coletados desde o início.
Ao identificar as causas das dificuldades de aprendizagem, leve em conta que cada aluno
tem características e tempo de desenvolvimento diferentes.

Como colocar a avaliação diagnóstica em prática?


A avaliação diagnóstica deve permitir análises diversas, como, por exemplo, uma análise
das habilidades, de conteúdo ou competências. Portanto, um ponto de partida é criar
objetivos descritivos, de modo preciso e detalhado, o que cada item de avaliação irá
observar.

Produção de redações
Escrever é um processo de aprendizagem contínuo. Desde a etapa de alfabetização até a
caligrafia, a cada ano letivo o aluno é introduzido a novas regras gramaticais, níveis de
escrita e aprendizado. Logo, é uma forma de avaliar como o aluno está evoluindo na escrita
e quais erros ainda comete.
Leitura e interpretação de textos
A leitura está ligada diretamente a capacidade de escrever bem e de interpretar textos, pois
ajuda a aprimorar o repertório sociocultural dos alunos. Logo, a aplicação desse método
pode servir para avaliar a capacidade do aluno de ser crítico e reflexivo ao expor opiniões.
Uma ideia por exemplo, é criar uma situação em que os alunos produzam um texto de
determinado gênero e analisem os aspectos linguísticos e discursivos de cada um.

Debates
Um dos métodos de avaliação diagnóstica mais rico é o debate. Visto que, através dele, os
alunos são capazes de aplicar o conhecimento e habilidades nas próprias palavras,
experiências e vivências.

Análise de dados da turma


Verifique e analise o índice de alfabetização e dados de avaliações anteriores. Essas
informações oferecem um mapa da turma e permite identificar quais são os alunos que
precisam de uma orientação maior.

Avaliação formativa, segundo o qual avaliar é “um processo de acompanhamento e de


reorganização do trabalho, em que o educando é visto como ser ativo e participante e no
qual o educador, além de repensar novas estratégias para contribuir com o processo
individual de ensino e aprendizagem, pode auxiliá-lo a refletir sobre as próprias dificuldades
e conquistas.
Ações focadas nos alunos.

Assembleia de classe: Para que possamos ouvir os estudantes, a organização de uma


assembleia de classe é fundamental. Esse momento permitirá que todos coloquem suas
ideias, levantem pontos positivos, o que aprenderam, no que conseguiram avançar bem e o
que poderia melhorar, apontando sugestões.
Ouça e discuta as ideias trazidas pelas crianças. Depois, registre as conclusões da turma
para levar os pontos trazidos para a reunião do conselho de classe. Caso essa prática não
esteja presente na rotina escolar, pode retomar as anotações durante o próximo semestre
como um compromisso.
Quando os alunos participam da reunião do conselho, é importante garantir um momento
para que, posteriormente, as discussões sejam compartilhadas com o restante da sala.

Sondagem: Com jogos e brincadeiras, comportamento da criança.

Autoavaliação: Este instrumento muitas vezes fica à margem da rotina. No entanto, a

Autoavaliação: permite colocar o aluno no centro, faz com que ele reflita sobre o que
conseguiu evoluir e o que ainda precisa melhorar.
Habilidades trabalhadas: A análise dos resultados das avaliações e das sondagens, as falas
e a autoavaliação dos alunos irão nos mostrar quais habilidades precisam ser focadas.
Gestão do tempo: Para isso, é preciso analisar a rotina e pensar que o lugar estamos dando
para as ideias de nossos alunos, para trazer problematizações e proporcionar trabalhos em
grupo, trocas e socializações. 

Registros: Não deixe de olhar para os seus registros para verificar os avanços e as
necessidades dos alunos. Seja o registro feito por meio das fotos, vídeos, narrativas
de aulas ou pequenas anotações, o principal é garantir que eles contêm o percurso
da turma.
Dificuldades na aprendizagem precisa de olhar diferenciado pelos professores
informações diretas, acessíveis e práticas para reconhecer e entender quais são os
sintomas relacionados às dificuldades de aprendizagem mais comuns: dislexia,
discalculia, disgrafia, dispraxia, Tdah, ASD, TOC, juntamente com estratégias e
diretrizes de ação relacionadas especificamente a esses alunos

Quais as principais diferenças entre avaliação diagnóstica, formativa e somativa?


Podemos identificar algumas diferenças entre elas. Por exemplo, quando elas
ocorrem no processo de aprendizagem do aluno. A diagnóstica, geralmente, é feita
antes de se iniciar um ciclo ou conteúdo, na volta às aulas; a formativa é feita
continuamente ao longo dos processos de ensino-aprendizagem e a somativa ao
final desses processos e ciclos.
Avaliação Inclusiva: Como Avaliar um Aluno com Deficiência ou Dificuldades
de Aprendizagem:

Avaliação inclusiva é um tema nebuloso para muitos profissionais do AEE.


Infelizmente quando pensamos em aplicar uma prova, imediatamente vem a nossa
mente aquela imagem de fileiras de alunos sentados em suas carteiras, com a
cabeça baixa e em silêncio, diante de uma folha de papel que vai definir sua nota
mediante as respostas que ele escrever.
Apesar desse método “antiquado” de avaliar ser utilizado em 99% das escolas (você
precisa concordar comigo que esse tipo de avaliação, utilizado há décadas atrás,
está antiquado para a década de 2020), esse não é um método inclusivo, longe
disso.
A avaliação inclusiva deve estar atrelada à atenção diversificada, mediante a
adaptação do currículo às diferenças características e necessidades educativas de
cada educando.
Ou seja, devemos ter atenção às especificidades de cada aluno. Se a prova do
aluno é sobre matemática, devemos nos concentrar em avaliar sua capacidade
matemática. Porém, a leitura e interpretação dos enunciados das questões deve ser
motivo de avaliação? O que você acha?
Entende que para um aluno, com necessidades específicas, ler e interpretar um
enunciado pode ser um desafio muito maior do que para a maioria? No fim das
contas, a interpretação pode não ser o objetivo final da avaliação, a não ser, é claro,
que seja uma avaliação de interpretação de textos.
O ponto que quero chegar é, se queremos ter uma avaliação inclusiva, devemos
apresentar ao aluno a menor porção possível de conteúdo e que tenha o máximo de
significado para ele. Ou seja, todo o resto deve ser eliminado, tudo o que causa
obstáculo para as necessidades específicas do meu aluno.

Avaliando um aluno com deficiência visual


Se o meu aluno for cego, eu diminuo a quantidade de informação que deve ser
processada para se obter uma resposta em partes. Talvez uma pergunta grande
tenha que ser dividida em 3 perguntas menores. Junto a isso, devo oferecer ao
aluno a possibilidade de um ledor estar ao seu lado, lendo sempre o enunciado da
questão quando necessário. Ai você me pergunta… mas o aluno não deveria saber
braille e ler sozinho? Eu te pergunto: a prova é de leitura em braille? Se for um teste
de braille, tudo bem, caso contrário, pode ser até de língua portuguesa que a
presença de um ledor seria indicada.
Avaliando um aluno com deficiência intelectual
Se o aluno possuir algum déficit cognitivo, incluir seria diminuir o nível de abstração.
Isso significa utilizar ilustrações ao invés de texto simplesmente. Ou ainda utilizar
objetos concretos. Se queremos que o aluno identifique qual das formas
geométricas é um quadrado, ao invés de apenas desenhar na folha, podemos
oferecer os objetos concretos que foram utilizados durante as aulas, onde o aluno
associou o objeto do quadrado com a palavra “quadrado”. Assim, diminuímos o
obstáculo da interpretação e da abstração e focamos apenas no conteúdo que
queremos avaliar.
Avaliando um aluno surdo
Com alunos surdos que se comunicam através de LIBRAS, fica muito evidente que,
caso não seja uma prova de língua portuguesa, é mais do que direito do aluno ter
um intérprete de LIBRAS para auxiliá-lo em todas as questões. A mesma dica de
diminuir o tamanho das perguntas grandes serve aqui. Sempre quando temos uma
mudança de meio de comunicação, diminuir uma mensagem grande em mensagens
menores é inteligente. Isso serve para LIBRAS, Braille e Comunicação Alternativa.
Concorda comigo? Sei que o assunto é polêmico e receberei críticas. Mas como
dizem algumas das pessoas mais brilhantes que conheço: se o seu trabalho não
receber críticas, você está fazendo algo errado.
Ah, agora vem a questão da ajuda.
Devemos oferecer ajuda durante a avaliação inclusiva?
Podemos instigar ao aluno com deficiência responder correto as atividades e
avaliações?
Para responder a essa pergunta eu vou falar um pouco do método ABA. Você
conhece?
O Método ABA é uma espécie de treinamento de condutas, uma terapia
comportamental, que pode ser feito em casa ou por terapeutas e funciona com a
determinação de um DESAFIO e seu cumprimento através de AJUDA total, leve ou
sem ajuda, seguido de um REFORÇO.
O importante aqui é “AJUDA total, leve ou sem ajuda”.
Esses são níveis de ajuda e eu acredito que, da mesma forma que fazemos com o
ABA, podemos fazer na sua avaliação inclusiva.
Você pode sim entregar a prova sem ajuda, ou ainda tentar uma ajuda leve em
algum momento, ou ainda ajuda total. É claro que, toda ajuda que for dada deverá
ser documentada junto com a avaliação, para que essa avaliação possa ser repetida
se necessário, com menos ajuda posteriormente, após uma ação de
complementação pedagógica do conteúdo que deve ser aprendido.
No começo de qualquer aprendizagem, o conteúdo não está bem compreendido; em
consequência, precisa ser frequentemente revisto para não ser esquecido. Uma
aprendizagem nova deve ser revista várias vezes nos primeiros dias. Se isso não foi
feito antes da avaliação, fica difícil para qualquer aluno, principalmente para o que
apresenta dificuldades.
Antes de aplicar sua avaliação inclusiva…
A avaliação é um processo complexo capaz de mexer com a autoestima das
pessoas, influenciando e alterando a percepção de sua autoimagem, o que
repercute decisivamente no decurso da aprendizagem e aumenta a
responsabilidade e a necessidade de um trabalho afetivo, ampliando as chances de
êxito na esfera educativa.
Quando falamos em trabalho afetivo, estamos falando em criar vínculos, estabelecer
a empatia, gerar confiança. Isso pode e deve ser aprendido.
Um lembrete do nosso querido Manzini:
Há fatores biológicos e fatores ambientais que podem interferir na estratégia
pedagógica. Por exemplo, o cansaço do aluno ou do professor, a não aceitação do
aluno em realizar atividade, o nível de complexidade da atividade (podendo ser de
fácil realização, causando desmotivação ou pelo contrário, de difícil realização,
causando frustração), sono, reações adversas de um provável remédio que o aluno
faz uso, além de lugares com muita interferência sonora. – MANZINI, 2010.
E você? Quantas vezes repete um conteúdo antes de aplicar uma avaliação? Você
dá vários conteúdos diferentes e junta todos eles em uma única avaliação? Ou você
aplica uma avaliação para cada conteúdo, depois de repetir e exercitar várias
vezes? A educação inclusiva nos coloca em desafio diário não é mesmo? Mas isso é
bom. Eu acredito que, no fim das contas, nosso trabalho vale muito a pena, porque
estamos ajudando a transformar vidas de pessoas em situação de vulnerabilidade
social.

Referência
Diana Hudson e Guilherme Summa Dificuldades específicas de aprendizagem:
Ideias práticas para trabalhar com: dislexia, discalculia, disgrafia, dispraxia, Tdah,
TEA, Síndrome de Asperger e TOC Capa comum – 16 setembro 2019 edição (2019)
da Editora Vozes.

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