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SOBRE INCLUSÃO – DICAS E ORIENTAÇÕES QUE PODEM

FACILITAR O TRABALHO DO PROFESSOR

Avaliação inclusiva é um tema nebuloso para muitos profissionais do AEE.


Infelizmente quando pensamos em aplicar uma prova, imediatamente vem a nossa mente
aquela imagem de fileiras de alunos sentados em suas carteiras, com a cabeça baixa e em
silêncio, diante de uma folha de papel que vai definir sua nota mediante as respostas que
ele escrever.

Apesar desse método “antiquado” de avaliar ser utilizado em 99% das escolas (você
precisa concordar comigo que esse tipo de avaliação, utilizado há décadas atrás, está
antiquado para a década de 2020), esse não é um método inclusivo, longe disso.

A avaliação inclusiva deve estar atrelada à atenção diversificada, mediante a


adaptação do currículo às diferenças características e necessidades educativas de cada
educando. Ou seja, devemos ter atenção às especificidades de cada aluno. Se a prova do
aluno é sobre matemática, devemos nos concentrar em avaliar sua capacidade
matemática. Porém, a leitura e interpretação dos enunciados das questões deve ser motivo
de avaliação? O que você acha?

Entende que para um aluno, com necessidades específicas, ler e interpretar um


enunciado pode ser um desafio muito maior do que para a maioria? No fim das contas, a
interpretação pode não ser o objetivo final da avaliação, a não ser, é claro, que seja uma
avaliação de interpretação de textos.

O ponto que quero chegar é, se queremos ter uma avaliação inclusiva, devemos
apresentar ao aluno a menor porção possível de conteúdo e que tenha o máximo de
significado para ele. Ou seja, todo o resto deve ser eliminado, tudo o que causa obstáculo
para as necessidades específicas do meu aluno.

Partindo da avaliação da figura acima, temos que adaptar as avaliações e


estratégias de ensino para atender os alunos com necessidades de aprendizagem
especial.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Se o aluno possuir algum déficit cognitivo, incluir seria diminuir o nível de abstração.
Isso significa utilizar ilustrações ao invés de texto simplesmente. Ou ainda utilizar objetos
concretos. Assim, diminuímos o obstáculo da interpretação e da abstração e focamos
apenas no conteúdo que queremos avaliar.

Os alunos com deficiências intelectuais apresentam várias dificuldades:


a. Falta de concentração;
b. Entraves na comunicação;
c. Não entende a lógica de funcionamento das línguas por não compreender a
representação escrita;
d. Necessita de um sistema de aprendizado diferenciado;

“Não adianta insistir em falar várias vezes, ele não necessita de reforço, mas sim
desenvolver a habilidade de prestar atenção com estratégias diferenciadas para, depois,
entender o conteúdo” (MONTOAN).
Esse registro foi postado em Atendimento Educacional Especializado,Educação
Especial,Equipe Itard e marcado avaliação inclusiva.

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE (TDAH)

O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) tem recebido diferentes


denominações, é conhecido como Disfunção Cerebral Mínima, Reação Hipercinética da
Infância, Distúrbio de Déficit de Atenção, até a atual nomenclatura que é utilizada em
determinados manuais de doenças.

A criança hiperativa apresenta alteração no comportamento, diminui a persistência e


consistência ao realizar as atividades de rotina como as atividades escolares, praticar
esportes, movimentar de forma exagerada pernas, braços, cabeça, etc., apresenta
impaciência em se manter em uma atividade, não tem noção de perigo e principalmente
não tem limites. É importante enfatizar que a criança hiperativa não apresenta
obrigatoriamente todos esses comportamentos e conforme as circunstâncias variam a
intensidade em que ocorrem.

Segundo pesquisadores, apesar do TDAH não apresentar uma definição universal,


a criança hiperativa apresenta alteração extremamente significativa no que se refere ao
comportamento, relacionamento e adaptação familiar, social e escolar.

Dicas para lidar com o TDAH em sala de aula.

Registre sempre a rotina da turma; Estabeleça os combinados com a turma e deixe-


os expostos de forma concreta nas paredes da sala; Esteja constantemente próximo ao
estudante, de preferência colocando-a nas primeiras fileiras da sala.
 Não deixe o aluno próximo a janelas e portas: qualquer atividade ou ruído
vindo da parte externa tende a distraí-lo;
 Coloque-o sentado perto à sua mesa, na primeira carteira;
 Mude-o de lugar sempre que perceber que algo 'ameaça' sua atenção ao
conteúdo.

DICAS PARA OS PROFESSORES

1- Estabeleça rotinas: Mantenha a sala de aula organizada e estruturada. O


estabelecimento de uma rotina diária em sala de aula facilitará o entendimento e a
aprendizagem de todas as crianças.
2- Crie as regras da sala de aula: Regras claras e objetivas ajudam na manutenção
da disciplina em sala de aula. Essas regras podem ser fixadas em um painel localizado em
local de fácil visualização pelos alunos. Consequências negativas por quebra das regras
também podem ser fixadas no painel, assim como consequências positivas (prêmios,
elogios) por comportamentos assertivos.
3- Sentar na frente na sala de aula: Será mais fácil monitorar e ajudar o estudante
com dificuldade nos estudos e com um comportamento desatento ou hiperativo sentando-o
na frente na sala de aula, próximo ao quadro e ao professor. Isso irá facilitar o controle e
manejo e comportamentos inadequados em sala de aula, além de permitir que o professor
faça intervenções ou elogie boas atitudes desse aluno.
4- Ensine técnicas de organização e estudo: Normalmente, crianças e adolescentes
apresentam dificuldade para se organizar e planejar os estudos. Se esses estudantes
tivessem TDAH será ainda maior. Portanto, o professor pode exercer um papel
importantíssimo no estabelecimento de técnicas de organização para favorecer o estudo
em casa.
5- “Tempo extra” para responder às perguntas: Por que não? Estamos lidando com
um aluno que apresenta dificuldade no controle da atenção, desorganizado, mas que se
conseguir um tempo extra, pode atingir os objetivos propostos pelo professor. Logo,
principalmente as avaliações deverão ser realizadas em um ambiente tranquilo se possível
fora da sala de aula e se necessário com tempo extra.
6- Questione sobre dúvidas em sala de aula: O professor deve questionar o portador
de TDAH, assim como outros estudantes dificuldades acadêmicas, sobre dúvidas em sala
de aula. Isto ajudará na assimilação de conceitos e favorecerá a atenção do aluno.
7- Estimule e elogie: Portadores de TDAH comumente apresentam baixa
autoestima, pois estão constantemente recebendo críticas, podendo se tornar
desestimulados com a escola. Elogiando e estimulando seu esforço, o aluno se sentirá
valorizado, sua autoestima será protegida e teremos grandes chances de observar um
crescimento acadêmico. Estimule o aluno com palavras de incentivo.
8- Premie o bom comportamento em sala de aula: Também chamado de esforço
positivo. Essa estratégia visa a estimular que comportamentos assertivos sejam
potencializados e o interesse pelos estudos aumente, promovendo a melhoria do
desempenho acadêmico de todos. Implemente um programa com pontuação e
recompensas por bom comportamento, também chamado de economia de fichas. Você
pode escrever um contrato entre você e o aluno em que ele concorde em realizar seus
trabalhos de sala e associar-se a uma premiação em caso de sucesso.
9- Traga a aula para o dia a dia do aluno: Temos mais um fator para a melhoria
acadêmica de qualquer estudante: a motivação. Muitas crianças e adolescentes encontram
dificuldade em entender a necessidade de algumas disciplinas. Portanto, a
contextualização da matéria ensinada pode ser uma boa alternativa para atrair o interesse
do aluno. A matemática será muito mais interessante caso o aluno aprenda a utilizá-la
concretamente em sua rotina diária. O português pode envolver a utilização de recortes de
jornais e revistas, assim como geografia e história. Enfim, existem inúmeras formas de
tornar as disciplinas interessantes para os alunos.
10- Seja simpático: Costumo me lembrar de meus professores do colégio e os
melhores eram sempre aqueles dinâmicos, extrovertidos, que se movimentavam em sala
de aula, motivadores, engraçados e que chamavam os alunos pelos nomes. Oscile a
entonação e o volume de voz para atrai a atenção. O professor pode ser um excelente
modelo de comportamento para seus alunos. Portanto, seja empático!
11- Seja assertivo: O professor é figura central e modelo de aprendizagem para
seus alunos, portanto seja assertivo em suas colocações. Evite críticas, pois o aluno com
TDAH normalmente apresenta um prejuízo muito grande em sua autoestima. Prefira
elogios, mas caso a crítica seja necessária, converse separadamente com o aluno para
evitar expor suas dificuldades acadêmicas e comportamentais aos outros estudantes.
12- Esteja alerta e antecipe problemas: Muitas vezes as mudanças
comportamentais dos alunos seguem um padrão. Identificando precocemente esse padrão
de comportamento, professores podem antecipar situações problemáticas, como por
exemplo: sempre que um aluno começa a levantar da carteira, outros o seguem e em
segundos todos estão conversando e dispersos. O professor pode se antecipar e combinar
que será permitido que o aluno se levante da carteira após os exercícios terem sido
concluídos e com sua autorização. Lembre os alunos sobre o comportamento esperado
para essa ou aquela atividade em sala de aula.

13- Faça contato visual: Olhe nos olhos de cada aluno e chame-os pelo nome para
atrair e captar a atenção. Dessa forma os estudantes estarão mais alertas e atentos às
suas orientações e ensinamentos.
14- Utilize a internet: Alunos que apresentam dificuldade na cópia em sala de aula
podem se beneficiar da colocação de textos e de deveres de casa na internet ou na
distribuição de materiais impressos pelo professor. Os professores de apoio estão para
ajudar na organização dessas tarefas. Solicite ajuda a eles.

TDAH – GUIA PARA PROFESSORES


Publicado por ABDA | set 1, 2012

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