1
O apoio à aprendizagem pode ser realizado a três níveis e denomina-se por Sistema multinível
de apoio à aprendizagem. Neste sentido, podemos referir:
A escola de nível irá depender totalmente das caraterísticas de cada criança. No casos dos
alunos com autismo nível 3 podem realizar algumas unidades curriculares, mas irão passar a
maioria do seu tempo nos centro de apoio à aprendizagem.
Para além destas medidas mais específicas também podemos fazer referência a outras
medidas que contribuíram e serão um suporte à aprendizagem, tais como:
2
tarefa, compreensão da leitura através de uma síntese do texto- sublinhar as ideias
mais importantes, dizer por palavras suas o que acabou de ler.
Promover a participação em atividades extraescolares mais organizadas e
estruturadas. (os sujeitos com autismo tendem a ter boas aptidões na área musical, e
por essa razão a inclusão destas crianças nessas atividades é importante)
Organizar atividades que promovam gradualmente o contacto com outros
estudantes;
Fornecer supervisão no recreio/intervalos.
Se necessário, encontrar formas alternativas de ocupação dos recreios/intervalos: se
o aluno preferir passar o intervalo na biblioteca o seu desejo deve ser atendido.
Recorrer a pares como tutores (o uso de tutores tendem a ajudar as crianças a
desenvolver melhor as suas competências pessoais, mas também académicos) Os
tutores têm de ter algumas caraterísticas que permitam realizar a tarefa.
Ser cuidadoso com as expressões idiomáticas e a linguagem figurada
Comunicar com regularidade os pais
Assegurar o conforto sensorial e visual do estudante: luzes incandescentes, barulho
Procurar diminuir a ansiedade do estudante.
Possibilitar o contato prévio com os materiais.
O uso das tecnologias na aprendizagem de alunos autistas contribuiu para que estes
mostrassem o seu potencial e como hoje as tecnologias são cada vez mais utilizadas pela
maioria típica dos alunos, o que pode vir a contribuir para o desenvolvimento de práticas
inclusivas na educação.
3
Desordens sérias sob as emoções
É uma das perturbações mais estudada e mais controversa, devido á primeira intervenção
aquando crianças com este tipo de perturbação passa por introduzir medicação,
nomeadamente estimulantes, em detrimento a uma intervenção pedagógica. Este tipo de
perturbação é crónica e os sintomas tendem a aparecer antes dos 12 anos e devem produzir
limitações funcionais significativas, sendo que com a idade os sintomas de hiperatividade
tendem a atenuar-se. Geralmente é identificado no ensino primário.
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c) Frequentemente, tem dificuldades em manter a atenção no desempenho de tarefas
ou atividades (por exemplo aquando leituras prolongadas ou conversas);
d) Frequentemente, não segue as instruções e não termina os trabalhos escolares (inicia
o trabalho, mas rapidamente perde a concentração)
e) Frequentemente, tem dificuldades em organizar tarefas e atividades (dificuldade em
gerir tarefas sequenciais, trabalho confuso e desorganizado, falha em cumprir prazos);
f) Frequentemente, agita ou bate com a mãos e os pés ou remexe-se quando está
sentado;
g) Frequentemente levanta-se em situações que se espera que esteja sentado;
h) Frequentemente fala em excesso;
i) Frequentemente, é incapaz de jogar ou envolver-se com tranquilidade em atividades
de lazer;
j) Frequentemente, precipita-se a dar respostas.
Caraterísticas associadas:
Os 5 critérios de diagnóstico:
Número de sintomas
Início antes dos 12 anos
2 ou mais contextos
Impacto no funcionamento académico, social ou ocupacional
Não se deve a outra perturbação
5
3. Predominantemente hiperativo e impulsivo
Prevalência:
Estas crianças tendem a ter vários problemas de autocontrolo e por essa razão é
necessário existir um controlo a nível externo (implementação de regras bem definidas até que
as crianças as percebam e cumpram). É necessário partir de um controlo externo para atingir o
controlo interno.
O tempo também deve ser exteriorizado, através da divisão de uma tarefa em outras
mais pequenas, indicando ao estudante o que ele tem de fazer e quando o terá de fazer. O
recurso ao relógio também pode ser um elemento auxiliar aquando estas intervenções.
A intervenção deve ser intensiva e duradora (ao longo do tempo é que se verificam os
resultados). A intervenção deve ser levada a cabo por uma equipa multidisciplinar.
6
Intervenção escolar ao nível académico
É importante que os professores estejam informados sobre esta perturbação, visto que
a ideia geral é que os alunos que possuem esta perturbação apenas são malcomportados e
não tem educação em casa. É preciso ter em vista que os comportamentos destas crianças não
são deliberados e não devem unicamente a fatores ambientais, tais como práticas parentais,
stress familiar ou TV em excesso.
O nível da exigência e a duração das tarefas devem ser adequados às reais capacidades
do alunos com PHDA. Se o aluno só consegue estar concentrado 10 minutos terão de ser dadas
atividades para esse tempo. Os sintomas tendem a diminuir quando as tarefas são do interesse
do estudante. As tarefas não podem ser demasiado fáceis mas também não demasiados
difíceis.
O tamanho da turma é uma variável que pode afetar a expressão dos alunos com
PHDA. Será igualmente necessário que a relação entre o contexto familiar do aluno e a escola
seja favorável para facilitar a implementação de ideias.
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A realização de uma tarefa de cada vez para poder acompanhar o desempenho do
aluno;
Feedback frequente e transmodal (através do aceno positivo- elogio não verbal). Para
que as recompensas sejam um incentivo, devem ser atribuídas muitas vezes e
imediatamente, a objetivos realistas e tangíveis.
O feedback deve ser específico, ou seja dirigido para o aluno, visto que os alunos com
DSM são mais propensos a cumprir as tarefas se tiverem uma resposta positiva aos
seus esforços; As expressões como “bom menino” e “bem feito” são menos eficazes
em comparação aos reconhecimentos claros de comportamento específicos, tais como
“ Gosto muito da forma como ouviste atentamente as minhas instruções..."; "Estou muito contente
por teres ficado pacientemente durante aquela sessão de dez minutos..." "Fizeste bem em manter
essa tarefa e terminá-la antes do intervalo — bem feito!". O feedback também varia de acordo
com a idade e personalidade do aluno, por exemplo os alunos mais velhos podem não
ter tanto prazer em receber elogios evidentes à frente dos seus pares e nesse caso o
uso do feedback não verbal é preferível.
Deve-se procurar selecionar cuidadosamente a turma e o lugar para sentar o aluno
Identificar com o aluno as distrações que mais interferem na concentração do aluno e
na conclusão das tarefas;
Usar um controlo de proximidade: o professor deve estar perto da criança, mas nem
sempre essa posição pode aumentar a sua atenção.
Os alunos com esta problemática tendem a ficar facilmente frustrada: stress, a pressão e a
fadiga podem quebrar o autocontrolo da criança e levar à violação das regras. A agressão
verbal ou física contra colegas ou professores, quando não tem causas, tais como a frustração
em não aprender não pode ser tolerada. Aquando a ocorrência deste tipo de situações a
sanção deve ser imediatamente colocada, e pode ser retirar o aluno da sala da aula (Time-out)
ou então realizar a abordagem do sistema mágico 1-2-3 que é altamente eficaz. Por exemplo,
numa situação em que o aluno perde o controlo e atira uma cadeira contra a parede,
quebrando a cadeira no processo, deve ocorrer o seguinte:
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O uso de jogos como o jogo da estátua pode ajuda as crianças a manter-se quietas e a manter
o foco. Caso consiga concretizar o jogo e ficar imóvel ao longo do tempo, os períodos de
tempo podem ser apresentados no gráfico de barras e recompensado por autocolantes ou
méritos. Bater no relógio é um método que pode ser utilizado pelo professor que pode ajudar
as crianças a perceber a necessidade de se concentrarem numa tarefa dentro de um período
de tempo definido.
Daily report card: técnica utilizada pelo professor, onde este faz um registo diário do
comportamento da criança anotando se os objetivos previamente definidos foram atingidos ou
não. Geralmente inclui 3 a 5 objetivos. A informação é partilhada com os pais e alunos com
PHDA. É uma metodologia que é acessível e prática e permite que o aluno seja valorizado caso
cumpra os objetivos.
Em termos de planificação o professor deve procurar ajudar o aluno a rever os seu dia/
aula, a distribuir o tempo pela tarefa, estabelecendo prioridades. O quadro interativo é um
elemento central na aprendizagem destes alunos. O professor também deve procurar
implementar na turma tarefas interessantes e menos rotineiras.
3-Avaliação:
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Leitura das questões e explicar;
Trabalhos de casa: auxiliar o aluno a organizar os deveres e a saber exatamente o que tem de
se fazer. Ajustar a quantidade ao aluno e verificar se este os regista.
As escolas públicas devem ser possuidoras de uma equipa multidisciplinar de apoio à educação
inclusiva (EMAEI). Nesta equipa devem estar presentes elementos permanentes,
nomeadamente: um docente de educação especial, três membros do concelho pedagógico
com funções de coordenação pedagógica e ensino; um psicólogo e um dos docentes que
auxilia o diretor. No que concerne aos elementos variáveis podemos referir o diretor de turma
do aluno, outros docentes do aluno, técnicos do centro de recurso para a inclusão.
No entanto, existem centros de apoio à aprendizagem, que focam o seu apoio em alunos com
perturbações e podem ser divididos em:
Os centros de apoio destina-se aos alunos que beneficiem das seguintes medidas adicionais: As
adaptações curriculares significativas; O desenvolvimento de metodologias e estratégias de
ensino estruturado; O desenvolvimento de competências de autonomia pessoal e social.
1. Apoiar a inclusão das crianças e jovens no /turma e nas rotinas e atividades da escola;
2. Promover e apoiar o acesso à formação, ao ensino superior e à integração na vida pós
-escolar;
3. Promover e apoiar o acesso ao lazer, à participação social e à vida autónoma…
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A arquitetura legislativa do Atendimento a alunos com NEE em Portugal:
Este decreto tem como eixo central de orientação a necessidade de cada escola reconhecer a
mais valia da diversidade dos seus alunos, procurando encontrar a melhor forma de lidar com
a diferença, adequando o processo de ensino às caraterísticas individuais de cada aluno.
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Os pais assumem um papel fundamental no processo educativo dos seus filhos, cabendo à
escola incentivar a sua participação através de melhorias ao nível da comunicação entre outros
aspetos. A colaboração entre a escola e a família está profundamente ligada ao sucesso escolar
dos alunos.
Uma das caraterísticas interessante deste modelo é a organização por níveis de intervenção (já
analisado anteriormente).
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posteriores a implementar. O progresso deve ser monitorizado com frequência, recorrendo-se
a medidas curtas e de fácil aplicação.
A diferenciação pedagógica;
As acomodações curriculares (disponibilizar notas fotocopiadas (ou um guia de estudo)
a alunos com dificuldades na coordenação oculomanual, evitando que tenham de
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copiar do quadro; Utilizar organizadores gráficos; Organizar o espaço de sala de aula
de forma a não conter estímulos que possam ser distrativos para os alunos)
O enriquecimento curricular;
A promoção do comportamento pró-social;
A intervenção com foco académico ou comportamental em pequenos grupos.
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As adaptações curriculares significativas: têm impacto nas aprendizagens previstas nos
documentos curriculares requerendo a introdução de outras aprendizagens
substitutas.
O plano individual de transição; (elaborado 3 anos do termo da escolaridade
obrigatória e procura preparar o aluno para o período pós escolar)
O desenvolvimento de metodologias e estratégias de ensino estruturado;
O desenvolvimento de competências de autonomia pessoal e social.
A implementação destas medidas implica a participação de docentes de educação
especial;
O aluno poderá ter medidas variadas de acordo com a disciplina
Sempre que sejam propostas adaptações curriculares significativas, ou seja, as que têm
impacto nas competências e nas aprendizagens deve ser elaborado um programa educativo
individual.
Outras medidas:
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Adaptações no processo de avaliação: diversificação dos instrumentos de avaliação; Os
enunciados em formatos acessíveis (braile, tabelas, digital); A leitura de enunciados, a
utilização de produtos de apoio; as pausas vigiadas, A interpretação em LGP, a
transcrição de respostas, a utilização de sala separada (estas medidas podem ser
colocadas a vários alunos, não necessitando se ser exclusivamente para alunos com
NEE; são igualmente medidas transversais- implementadas em várias disciplinas).
Educabilidade universal;
Equidade (acesso a todos os apoios necessários de modo a atingirem o seu potencial
de aprendizagem);
Inclusão (direito de todas as crianças e alunos ao acesso a escolas)
Personalização (a educação tem de ser adequada às necessidades do aluno e as
próprias medidas que o decreto enuncia devem ser determinadas caso a caso),
Flexibilidade (ser flexível aos tempos e às caraterísticas de cada aluno);
Autodeterminação (tem sido um conceito que está mais presente nas NEE e trata-se
de deixar o aluno tomar as decisões e poder ter a autonomia em dizer se concorda e
não concorda com as medidas- esta avaliação permite que o aluno seja mais
participativo e que se envolva mais nas decisões);
Envolvimento parental.
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Como o processo de referenciação e avaliação se procede para a adoção posterior das
medidas?
1. Identificação ao diretor da escola
2. Determinação das medidas de suporte à aprendizagem (medidas seletivas, medidas
adicionais ou medidas universais)
3. Se forem consideradas que serão necessárias medidas seletivas ou medidas adicionais
terá de ser elaborado o relatório técnico pedagógica.
A Planificação do processo de avaliação é realizado por uma equipa multidisciplinar e as suas
principais tarefas passam por analisar a informação disponível, ouvir os pais e se necessário
solicitar a colaboração de outros profissionais.
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O relatório técnico pedagógico deve ser compostos por alguns elementos, nomeadamente:
A identificação dos fatores que facilitam e que dificultam o progresso e o
desenvolvimento das aprendizagens do aluno, nomeadamente fatores da escola, do
contexto e individuais do aluno;
As medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão a mobilizar;
O modo de operacionalização de cada medidas, incluindo objetivos, metas e
indicadores de resultados;
Os responsáveis pela implementação das medidas
O decreto-Lei 54/2018 incorpora ainda o Programa Educativo Individual (PEI) que é um
documento fundamental a nível da operacionalização das adaptações curriculares
significativas. Este documento deve ser composto por vários aspetos, nomeadamente:
As competências e aprendizagens a desenvolver por parte do aluno;
A identificação e operacionalização das adaptações curriculares significativas;
A identificação das estratégias de ensino e das adaptações a efetuar no processo de
avaliação.
A elaboração do PEI requer a necessidade de processo integrado e contínuo e tem de ser
realizado igualmente por uma equipa pluridisciplinar e requer a realização de uma lista de
etapas:
O Programa Educativo Individual deve ficar concluído no prazo máximo de 30 dias
úteis após a identificação da necessidade de adaptações curriculares significativas
como medida de suporte à aprendizagem e à inclusão.
O PEI é submetido à aprovação dos pais ou encarregado de educação do aluno no
prazo de 5 dias úteis após a sua conclusão.
Após concordância dos pais ou encarregado de educação, o PEI é submetido a
apreciação do Conselho Pedagógico.
Depois de ouvido o Conselho Pedagógico, o PEI é homologado pelo Diretor no prazo
de 10 dias úteis.
O PEI deve ser revisto atempadamente de modo a garantir que no início de cada ano
letivo as medidas são imediatamente mobilizadas.
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Um documento que responsabiliza todos os intervenientes no processo de transição,
incluindo o aluno, os pais e define as etapas e ações a desenvolver;
Um organizador de todas as ações permitindo uma avaliação sistemática.
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Diferenças entre o DL 3/2008 E DL54/2018
DL 3/2008 DL54/2018
Educação especial
Educação inclusiva
Necessidades Educativas Especiais
Necessidades Especiais
Necessidades Educativas Especiais de carácter
Necessidades de Saúde Especiais
permanente
Acomodações curriculares
Adequações do processo de ensino e de aprendizagem
Adaptações curriculares não significativas
Currículo específico individual
Adaptações curriculares significativas
Identifica algumas categorias de alunos com NEE 2
Abandona os sistemas de categorização
Legislação especial para alunos especiais 3 4. Ênfase
Uma escola inclusiva abrange todos os alunos
nalgumas categorias
Enfoque nas respostas educativas
Medidas de apoio para alunos com NEE
Qualquer aluno pode necessitar de medidas de
suporte à aprendizagem
Da integração à inclusão
O termo de integração surgiu nas décadas de 60 e 70, especialmente pela maior presença de
políticas integradoras nos planos nacionais e internacionais, nomeadamente a Public-Law
94/142 de 1975 dos EUA e o Relatório Warnock (1978) no Reino Unido.
O termo de inclusão surgiu na década de 80 e continua presente até hoje. A “regular Education
Initiative” e a declaração de Salamanca (Unesco, 1994). Este termo passou a surgir em vários
documentos, que priorizaram uma sociedade inclusiva e uma inclusão em contexto escolar
como princípios básicos, nomeadamente a agenda 2030 e o Programa 2020 no âmbito da
comunidade Europeia.
O termo de inclusão também teve ao longo do tempo uma mudança deixando de dar ênfase
apenas na deficiência e na pessoa passando a contruir comunidades inclusivas, através do
plano educativo da escola e da turma e do fomento do trabalho cooperativo. Passou-se a
utilizar recursos e estratégias diversificadas. A socialização passa a estar acima do rendimento
académico.
O professor da aula é considerado o recurso principal e o professor de apoio educativo é um
“professor de métodos e recursos” e vai alternando as suas funções com o professor da aula.
Valoriza-se igualmente a colaboração com a comunidade e procura-se realizar uma avaliação
regular do processo dos alunos e identificam-se medidas para ultrapassar as dificuldades.
Integração # Inclusão
Continuo de modalidades de colocação. Colocação na sala de aula do ensino regular.
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Processo através do qual as crianças com Empenhamento da escola em receber todas
NEE são apoiadas individualmente, de forma as crianças, reestruturando-se de forma a
a poderem participar no programa vigente e poder dar resposta adequada à diversidade
inalterado da escola. dos alunos.
Espaços especiais e programas diferentes Adota uma perspetiva centrada no currículo:
para os alunos com NEE. a atenção centra-se na intervenção
pedagógica capaz de desenvolver as
capacidades de todos os alunos.
Adota uma perspetiva centrada no aluno Intervenção visando o grupo através de
(incapacidades do aluno). estratégias diversificadas.
Intervenção individualizada visando a Adaptação das estratégias de ensino na sala
recuperação do défice, a cargo de de aula. A dificuldade dos alunos é um
especialistas. estímulo à melhoria.
Juntar as partes num todo Fazer parte de um todo (desenvolvimento de
(ingresso de alguém previamente um sentido de comunidade).
excluído).
O atendimento tem em conta: a educação O atendimento tem em conta: a modalidade
apropriada, os serviços adequados e a de atendimento, a educação apropriada e os
modalidade de atendimento. serviços adequados.
Serviços adequados = educação especial tida Serviços adequados = conjunto de apoios
como um sistema paralelo especializados dispensados na classe regular.
Considera dois tipos de alunos = os que têm Procura responder à diferença em todas as
e os que não têm uma deficiência formas que ela possa assumir
identificada, apoiando apenas os 1ºs.
Centra-se em categorias de diagnóstico. Centra-se em alunos e grupos.
Admite produtos diferentes Admite processos diferentes
Dicotomia metodológica e curricular. Diferenciação metodológica
e curricular.
A inclusão na Europa
Na Europa existem três grandes tendências:
“One Track Approach” (movimento único de aproximação), políticas e práticas
orientadas para a inclusão no ensino regular de quase todos os alunos (Chipre,
Espanha, Grécia, Islândia, Itália, Noruega, e Portugal).
“Multi Track Approach”, seguem uma abordagem múltipla para a inclusão (ex.,
Dinamarca, França, Áustria, Finlândia, Letónia, República Checa, Reino Unido,
Estónia, Lituânia, Eslováquia e Eslovénia).
“Two Track Approach”, dois sistemas educativos distintos (a Bélgica) ou numa
situação de equilíbrio, e a resposta é fortemente dependente da vontade dos pais
(Alemanha, Irlanda, Luxemburgo, Polónia, Holanda).
Vantagens Potenciais da Inclusão – Estudantes com NEE
Prepara para a vida na comunidade.
Evita os efeitos negativos da exclusão.
Promove a independência.
Facilita aprendizagens ao nível do desenvolvimento social: proporciona maior
interação com os pares; os pares podem constituir-se como modelos de
comportamento.
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Estabelece expetativas mais elevadas em relação ao desempenho académico e
comportamento social.
Ganhos em termos cognitivos e sociais.
Melhorias em aptidões sociais e comunicativas, na interação com os pares.
Melhor compreensão das diferenças individuais. Reconhecimento, aceitação e
respeito pela diversidade.
Melhor conhecimento do que os estudantes com NEE podem fazer/alcançar.
Desenvolvimento de aptidões de apoio aos outros (e.g., em caso de tutorias).
Professores e técnicos desenvolvem competências profissionais e pessoais em
consequência do trabalho cooperativo (Morgado, 2003).
Promove a colaboração e o trabalho de equipa.
Promove a diferenciação pedagógica e curricular.
Para que a inclusão possa ser concretizada é necessário que ao nível do contexto social e
político seja defendida a socialização e o desenvolvimento de atitudes solidárias face ao
rendimento académico.
Ao Nível da Escola a inclusão deve ser concretizada através da:
A. Transformação da cultura e organização da escola:
Valorização da igualdade, crença nas possibilidades de sucesso de todos os
alunos, respeito pelas diferenças e incorporação ativa dos alunos no processo
de aprendizagem.
Flexibilidade.
Cooperação (entre alunos, entre professores e outros técnicos).
Assunção de um compromisso com a mudança.
Sentido de comunidade.
Liderança.
B) Criação de um ambiente de interações sociais positivas
Atenção à relação professor-aluno.
Professor enquanto modelo.
Sensibilização dos colegas do aluno com NEE: diálogos, simulações,
testemunhos…
Receção ao aluno com NEE.
Atividades estruturadas que realcem as potencialidades do aluno com NEE.
É necessário ter em atenção a relação entre professor e aluno. Os professores devem conhecer
os alunos, procurar falar com eles e ouvi-los. É necessário que os professores estejam
disponíveis para ajudar e procurar tornar as aprendizagens relevantes.
C) Adaptações curriculares: ajustamento das respostas educativas às necessidades e ao
contexto do aluno (de pequenas até acentuadas). Adaptações de objetivos e
conteúdos (eliminação de alguns conteúdos básicos e introdução de conteúdos
específicos, de caráter alternativo e carácter complementar.
Adaptações curriculares não significativas: currículo regular com ou sem apoio ou currículo
com algumas modificações.
Adaptações curriculares significativas: currículo regular com reduções significativas; currículo
regular com acrescentos; currículo especial
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D) Adaptações dos métodos de ensino (fomentar a aprendizagem em cooperação,
Tutoria de pares; Projetos de grupo; Diferenciar; Estruturar, planificar; Ensino
direto/explícito).
Ensino Direto:
Revisão e avaliação do trabalho anterior;
Apresentação de novos conteúdos/competências
i. Clarificação dos objetivos e dos pontos mais importantes da matéria
ii. Apresentação da matéria por pequenos passos
iii. Uso de procedimentos específicos e concretos: demonstrar, recorrer a
exemplos e materiais concretos
iv. Avaliar a compreensão da matéria
v. Prática guiada e verificação da compreensão (o aluno pratica, o professor
supervisiona);
vi. Correção e feedback;
vii. Prática individual pelo aluno (realizada na sala de aula e supervisionada pelo
professor);
viii. Revisões semanais e mensais.
O ensino direto tem demonstrado ser eficaz junto de alunos com dificuldades de
aprendizagem ou perturbações específicas de aprendizagem (deficiência intelectual e
autismo), especialmente pelo facto de ser um ensino muito explícito e sistemático, que requer
a participação do aluno. Este tipo de ensino também ajusta-se a dificuldades ao nível da
memória, da atenção e da organização da informação. O ensino direto e as lições bem
estruturas também foram consideradas eficazes para minimizar problemas de
comportamento.
O ensino direto encontra-se relacionado com o “ensino interativo de classe inteira” do
Reino Unido que se trata de uma abordagem direta que procura aumentar o conhecimento
dos alunos do ensino primário e as competências em áreas como a numeracia básica, a
fonética, a leitura e a ortografia. Este tipo de ensino tende a minimizar as diferenças
individuais de todos os alunos, procurando garantir que todos participem e envolvam-se nas
atividades de aprendizagem.
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Apresentar sugestões para a gestão do tempo, por exemplo, através da colocação de
post-its na mesa.
Dar instruções claras aos alunos, uma de cada vez, não sobrecarregando os alunos com
muitas informações ao mesmo tempo.
Colocar na sala de aula pistas visuais que induzam a comportamentos apropriados.
Disponibilizar tempo extra para o processamento de informação.
Manter a proximidade ao aluno.
Utilizar o quadro interativo como apoio de aprendizagem.
Dar feedback contínuo. (1)
Prestar atenção à iluminação do espaço da sala de aula.
Permitir que o aluno dê respostas orais em vez de utilizar a escrita para demonstrar a
compreensão de conceitos.
Reduzir o tempo de exposição; intercalar a exposição com diferentes formas de
participação dos alunos.
Utilizar conceitos concretos antes de ensinar os abstratos. Relacionar os conteúdos
com as experiências dos alunos.
Adaptar a linguagem de forma a assegurar que os alunos a compreendem.
Dar instruções orais curtas e diretas.
Resumir os conteúdos ou pedir aos alunos que o façam.
Definição de tarefas de aprendizagem relevantes. (2)
(1) O feedback aos alunos durante o processo de aprendizagem é uma das funções mais
poderosas de um professor. Para que ocorra um feedback eficaz é necessário que o
professor acompanhe de perto o trabalho dos alunos em todos os momentos e que
utilize uma variedade de estratégias para verificar a compreensão (questionamento
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oral, teste, avaliação de amostras de trabalho e observação dos alunos à medida que
se envolvem com atividades de aprendizagem). O feedback fornecido também deve
ser visto como uma oportunidade para ajudar os alunos a ver ligações entre
diferentes itens de informação of e diferentes conceitos.
(2) Estas tarefas de aprendizagem estão relacionados com o conteúdo da aula, objetivos e
padrões especificados. Algumas exemplos de atividades são: exercícios de prática,
testes de velocidade e precisão, quizzes, jogos).
Dislexia
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Para que um aluno possa ser considerado disléxico o seu funcionamento intelectual não
pode ter qualquer problema. Um disléxico pode ter várias dificuldades a vários níveis, mas não
em termos intelectuais, visto que em muitos casos um indivíduo tem uma inteligência superior
à média. A leitura é uma das em que os alunos com dislexia assumem mais dificuldades. Os
sintomas tendem a surgir cedo. Os trabalhos de casa geram stress tanto para a criança como
para os pais.
26
Em fazer corretamente operações matemáticas.
Prevalência:
Varia entre 5% a 17% em função das caraterísticas da ortografia e dos critérios de
definição adotados, sendo mais frequente em rapazes
Portugal: 5,4% em crianças em idade escolar
Perturbações associadas: perturbações específicas do desenvolvimento da linguagem;
PHDA; Perturbações motoras; dificuldades na matemática.
A dislexia pode estar associada a vários fatores, nomeadamente:
Fatores ambientais: Socioculturais, Pedagógicos, Familiares, Contextuais
Nível cognitivo: Instrumentais, linguísticos
Nível biológico: Genéticos, Neurológicos
Nível comportamental
Estes fatores interagem entre si, sendo que não existe um fator único da dislexia e por isso é
passível afirmar que a dislexia é uma perturbação multifatorial, de origem neurobiológica e
cognitiva, e modelada por fatores ambientais e comportamentais.
Obstáculos à aprendizagem:
Ler implica:
Descodificação: traduzir um código de signos não familiares num outro código
familiar- reconhecimento ou identificação da palavra e tradução do seu significado.
(ser capaz de perante signos não familiares identificar qual a palavra que lhe
corresponde. Identificar visualmente a palavra ou realizar uma conversão letra a letra).
A precisão da descodificação é avaliada através da exatidão da leitura em voz alta e é
traduzida na percentagem de palavras corretamente lida. É a competência mais
treinada no decurso das fases iniciais de aprendizagem.
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Compreensão: processo ativo e interativo pelo qual se estabelecem relações entre as
diferentes partes do texto e entre o texto e o conhecimento ou as experiências prévias
do sujeito. No início da aprendizagem da leitura, é difícil separar a identificação das
palavras da compreensão, mas à medida que a criança se torna mais competente, a
compreensão surge como uma competência muito relacionada, masse parada da do
reconhecimento.
Consciência fonológica: as crianças têm de perceber que as palavras tem sons e fonemas. Só
depois dela perceber que existem essas caraterísticas é que a criança consegue dominar a
leitura.
Intervenção da dislexia
Os alunos com dislexia têm mais dificuldades em organizar as informações e levar a que a
informação não seja consolidada. Algumas das metodologias que podem ser aplicadas para
desenvolver a memória a longo prazo incluem:
Repetição
Priorizar: ajudar os alunos a decidir o que fazer primeiro e o que é menos importante;
Organizar informações: a chave para organizar as informações é reorganizar a
informação para que possa ser mais facilmente compreendida e retida;
Construção de mapas mentais
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Nomear um professor tutor, cuja missão seja evitar que o aluno disléxico seja
sobrecarregado com trabalho e que sirva de elo de ligação com os professores
especializados;
Incentivar a discussão em grupo de pequenos grupos como forma de desenvolver a
compreensão e a comunicação sobre o que leram;
Fornecer instruções para incentivar a promoção da compreensão após a leitura;
A dislexia também pode afetar a autoimagem de uma pessoa, pois os alunos com dislexia
acabam muitas vezes por se sentirem burros e menos capazes do que realmente são. Se as
crianças encontram o fracasso e a frustração, aprendem que são inferiores aos outros, e que o
seu esforço faz muito pouca diferença e por isso sentem-se impotentes e incompetentes.
Os professores devem procurar recompensar o esforço e por isso as notas devem ser menos
importantes do que o progresso.
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Dificuldades Intelectuais
A maioria das dificuldades intelectuais são ligeiras (85%), seguindo moderados (10%), severos
(3,5%), sendo que severos representa apenas 1,5%.
Ligeiros:
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As suas dificuldades só são habitualmente identificados na escola (na pré escola as
crianças com dificuldades intelectuais tendem a demorar mais a aprender a falar)
Na idade escolar, podem apresentar dificuldades de aprendizagem generalizada
(leitura, escrita, aritmética, tempo, dinheiro, etc.) e atrasos no desenvolvimento da
linguagem expressiva.
São capazes de desempenhar uma atividade profissional, apesar de existir dificuldades
na inserção destas pessoas no mercado de trabalho, no entanto necessitam supervisão
e assistência, em especial em períodos de stress profissional, económico ou familiar.
Podem necessitar de apoio para cuidarem da sua família, aquando adultos, bem como
na realização de atividades mais complexas (gestão do dinheiros, organização do lar,
cuidar de crianças);
Podem apresentar dificuldades na regulação das emoções e do comportamento.
Fatores despoletadores
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Disponibilizar apoios visuais para fomentar a aprendizagem, como por exemplo os
computadores;
A aprendizagem deve ser realizada do concreto ao abstrato, visto que as crianças têm
mais dificuldades no raciocínio abstrato;
Disponibilizar mais tempo e fomentar a autonomia
Fomentar a mediação
Ensino direto
O ensino em termos de temas ou unidades temáticas
A informação deve ser apresentada de forma muito organizada e estruturada.
A informação mais importante deve ser claramente destacada.
A informação nova deve ser diretamente relacionada com aquela que os alunos já
possuem e, em particular, com as suas experiências quotidianas.
Proporcionar experiências, atividades práticas, recorrer a meios audiovisuais.
A sequência deve ser clara.
A informação escrita mais importante deverá ser lida em voz alta
Ao nível dos diapositivos deve-se reduzir o texto escrito, usar cores contratantes e
limitar-se às ideias principais.
Programas de conversão de texto em fala.
Dicionários visuais.
Dividir as aulas e as tarefas em partes menores.
Falar pausadamente.
Reduzir as transições ao longo do dia.
A realização de uma tarefa pode ser facilitada se se demonstrar a sua execução ou se
ela for modelada mentalmente.
Selecionar cuidadosamente os TPC e procurar que eles tenham relação com situações
do dia a dia. Facultar materiais, evitando que os alunos tenham de copiar. Promover
competências de conversação. Promover competências de autorregulação (definição
de objetivos; monitorização do desempenho….).
O feedback positivo dos professores deve ocorrer sempre que o sujeito manifestar
progressos no seu desempenho, ainda que estes se afigurem reduzidos, e sempre que
denotar esforço.
É necessário adotar uma atitude crítica em relação aos êxitos que são obtidos num
contexto ou atividade específica.
A informação transmitida oralmente deve ser clara, recorrendo,
preferencialmente, a frases curtas e simples e a um vocabulário compatível com o
nível de desenvolvimento do sujeito.
Recorrer a modalidades alternativas de avaliação (ex. oral; demonstração de uma
competência).
Diminuir a extensão das provas, aumentar o seu nº ou frequência.
Privilegiar questões curtas, questões com espaços para completar….
Sublinhar/destacar as palavras-chave das questões; ler as questões em voz alta; ou
simplificar o vocabulário.
Permitir o uso de calculadora.
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Trissomia 21 e dificuldades intelectuais
Os sujeitos com trissomia 21 são sujeitos com dificuldades intelectuais, mas possuem também
áreas fortes, bem como deficitárias nomeadamente:
Áreas fortes: Perceção visual, memória visual, linguagem recetiva, pragmática, funcionamento
social (facilidade de relacionamento);
Como estes sujeitos têm mais facilidade em entender o concreto e como o seu ritmo de
aprendizagem é mais lento é preferível lecionar conteúdos que promovam formar
competências e que possam contribuir para a promoção da independência, a melhoria da
independência e a facilitação da participação social. As aprendizagens funcionais incluem
aquelas que são a base elementar de aprendizagens mais complexas que serão utilizáveis nas
situações quotidianas.
Os currículos funcionais são uma proposta que é utilizada para sujeito com dificuldades
intelectuais e são importante pois são: individualizados; relacionam-se com a idade
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cronológica; Incluem, numa proporção equilibrada, atividades úteis que se não forem
realizadas pelo aluno terão de ser realizadas por outras pessoas; Têm probabilidade de ser
praticadas fora do ambiente escolar e ao longo da vida; Contém atividades que são suscetíveis
de serem aprendidas pelo aluno num período de tempo razoável.
O modelo anterior vai de encontro a esta teoria que defende que na infância surge
uma capacidade intelectual pouco diferenciada mas que progressivamente se cristaliza dando
origem a diferentes habilidades cognitivas. Este processo de transformação da inteligência é
marcado por duas variáveis do contexto educativo a partir da adolescência: os interesses
progressivamente diferenciados e as experiências de aprendizagem melhor ou pior sucedidas
por parte dos indivíduos.
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Gardner ilustra uma abordagem multidimensional, ampla e pragmática da inteligência,
procurando ultrapassar o reducionismo da perspetiva psicométrica bastante centrada nas
medidas de QI ou de uma inteligência como fator genérico da mente. De acordo com esta
teoria a inteligência é composta por múltiplas habilidades, formando inteligências
relativamente autónomas. No entanto, apesar de serem diferenciadas, as várias inteligências
são interativas (a resolução de um problema matemático exige compreensão linguística e não
apenas raciocínio lógico matemático).
Tipos de inteligência:
Linguística: Capacidade para gerir e estruturar significados, bem como as funções das
palavras e da linguagem; melhores capacidades de escrita e de oralidade.
Lógico-matemática: Bom raciocínio matemático, habilidade para realizar cálculos ou
desenvolver operações matemáticas complexas.
Visuo-espacial: capacidade para compreender com precisão o mundo visual e espacial.
Corporal-cinestética: habilidade de utilizar o corpo para resolver problemas ou criar
produções.
Musical: habilidade em cantar e utilizar a música e ritmo. As situações que levam os
alunos a associar sons com ajuda da música potenciam as aprendizagens.
Intrapessoal: associado ao conhecimento que a pessoa tem de si mesmo: a capacidade
de distinguir os próprios sentimentos. Propor ao aluno tarefas em grupo que permita
cooperação.
Interpessoal: Capacidade para compreender intenções, motivações e desejos de
outras pessoas e lidar com os outros de forma adequada e eficaz. Propor ao aluno
tarefas individualizadas.
Naturalista: Capacidade para compreender e desenvolver experiências com o mundo
natural. Levam o aluno a observar as relações, a comparar e a utilizar as informações
sensoriais e a recolher dados.
Em suma, Gardner defende uma visão pluralista da inteligência, bem como o seu
desenvolvimento em função das interações do indivíduo com o meio. Entende-se que a
sobredotação pode expressar-se nalguma e não em todas estas formas de inteligência pelo
que a criança sobredotada identificada na base das suas habilidades cognitivas pode expressar,
por exemplo, níveis superiores de realização na inteligência académica e níveis mais baixos na
inteligência interpessoal e corporal
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esse nível podem manifestar-se pela aplicação de várias combinações das habilidades
superiores gerais a uma ou mais áreas especializadas de conhecimento.
Outra questão, passa por determinados mitos que tendem a permanecer, tais como
um aluno sobredotado nem sempre será o aluno com as notas mais altas da sala de aula, o que
muitas vezes leva a que o professor não atenda ás necessidades do aluno. Alguns dos fatores
que podem explicar o baixo rendimento escolar por parte de um aluno que é sobredotado
passa pelo descontentamento em relação à escola, resultado especialmente das aulas
monótonas, excessiva repetição do conteúdo, pressão dos pares e baixas expetativas dos
professores.
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Caraterísticas dos alunos sobredotados
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a) Tendência para iniciar as suas próprias atividades;
b) Persistência na realização e na finalização de tarefas;
c) Busca da perfeição;
d) Desmotivação perante as tarefas rotineiras.
Domínio da criatividade:
a) Curiosidade elevada perante um grande número de coisas;
b) Originalidade na resolução de problemas e no relacionamento de ideias;
c) Pouco interesse pelas situações de conformismo.
Domínio da liderança:
a) Autoconfiança e sucesso com pares;
b) Tendência para assumir a responsabilidade nas situações;
c) Fácil adaptação ás situações novas e ás mudanças de rotina
Domínio Sociomoral:
a) Preocupação com os problemas da natureza social;
b) Ideias e ambições muito elevadas;
c) Juízo crítico relativo a si próprio e aos outros;
d) Preferir interações sociais com pares mais velhos ou adultos.
Pode-se ainda referir a outras caraterísticas que estão igualmente inerente a um indivíduo
sobredotado que levam a que sejam fatores de risco, tais como:
Caraterísticas cognitivas:
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Durante este fase, o aluno sobredotado tem dificuldades em privilegiar um tratamento
linear da informação levando-o a um pensamento infinito e sobrecarregado o que o
impede de elaborar um trabalho estruturado. No aluno sobredotado o pensamento é
construído em rede e assistimos a uma arborização do pensamento.
Caraterísticas socioemocionais:
Caraterísticas do autoconceito:
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e desempenho escolar em relação à norma, assistindo-se a uma inibição progressiva das suas
capacidades de excelência. Este problema ocorre especialmente nas crianças oriundas dos
meios socioculturais mais baixos, nas que apresentam menores competências verbais e nas
raparigas (grupo de maior risco por serem mais difíceis de sinalizar).
Caraterísticas motivacionais:
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psicológicas (e.g., criatividade, motivação, personalidade) são igualmente importantes, não se
podendo também ignorar o papel dos agentes e instituições educativas.
No entanto quando esta convergência não ocorre, pode a sobredotação não atingir,
podendo as crianças a apresentar dificuldades no seu desenvolvimento psicossocial e
realização académica, sendo que estes problemas não devem ser entendidos como algo
associado à sobredotação, mas devido à falta de condições para o desenvolvimento adequado
(ambientes educativos menos favoráveis). Nestes ambientes, as crianças sobredotadas
podem ter risco de desenvolvimento o que leva ao surgimento de vários problemas de
ajustamento.
Os alunos sobredotados devem ser estimulados pelo contexto escolar e para isso é
fundamental que a escola proporcione recursos, oportunidade e estratégias diferenciadas para
a manutenção e estimulação das capacidades destes alunos. Caso os alunos não tenham
motivação ou plano curricular não diferenciado a escola torna-se um fator inibidor do
desenvolvimento das potencialidades dos alunos, conduzindo a que os mesmos tenham
dificuldades no seu desempenho escolar e consequentemente redução do seu rendimento
académico.
Pedagogia diferenciada
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Fornecer material diversificado ao aluno, bem como procurar interpretações variadas
de ideias e acontecimentos (ao invés de requerer interpretações únicas);
Avaliar os alunos de maneiras diversificadas
As atividades podem ser promovidas em sala de aula mas também fora da escola
através de atividades extracurriculares. As atividades de enriquecimento escolar pode ser ao
nível vertical ou horizontal e quando realizadas ao nível do grupo-turma, é importante atender
às diferenças individuais de cada aluno. O Programa Odisseia foi um programa de
enriquecimento para alunos com altas habilidades e foi aplicado a alunos ao longo do 5º e 6º
ano de escolaridade.
Tipo 1: Atividades Exploratórias Tipo 2: Atividades de Treino em Tipo 3: Investigação de problemas reais
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Grupo Pequenos grupos ou individualmente
Enriquecimento do Tipo I: pode envolver todos os alunos da turma e não apenas os
sobredotados. Consiste na concretização de atividades exploratórias que permitem o contacto
dos alunos com uma vasta variedade temas ou áreas de conhecimento que são do seu
interesse, mas não fazem parte do currículo regular. As atividades devem fomentar a
curiosidade, estimular o questionamento e a busca de respostas. Podem ser implementadas
por meio de palestras, visitas a instituições, museus ou exposições.
Enriquecimento do Tipo II: São utilizados métodos, materiais e técnicas de instrução que
contribuem para o desenvolvimento de processo superiores de pensamento, de habilidades
criativas e de pensamento crítico. O objetivo deste tipo de enriquecimento é desenvolver nos
alunos habilidades cognitivas e de “como fazer”, de modo a instrumentá-los para investigarem
problemas reais. Este tipo de enriquecimento estimula o desenvolvimento pessoal e social do
alunos. Tal como as atividades do tipo I estas também podem ser implementadas com todos os
alunos, não apenas os sobredotados.
Apesar desta prática ser importante apresenta algumas dificuldades, visto que os
objetivos dos programas nem sempre são claros, por outro lado, requer profissionais
suficientes e preparados e nem sempre existem. Apesar desta prática ser utilizada em sala de
aula torna-se mais fácil e realistas concretizá-la nos horários extracurriculares através de
clubes ou cursos em áreas específicas.
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Esta prática justifica-se devido aos programas educativos para cada nível de ensino
serem definidos em função do que é esperado para a maioria dos estudantes dentro de cada
faixa etária, tornando-se por vezes desadequado para aqueles que são capazes de progredir
mais rapidamente que os seus colegas.
No entanto, a aceleração académica pode ter os seus perigos, visto que pode:
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A forma de aceleração deve ser atribuída em função das necessidades e caraterísticas específicas de
cada aluno. É necessário dar especial atenção aos casos de aceleração intensiva, visto que a idade e o
domínio do talento condicionam a opção.
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Deficiência visual
Isto acontece porque o funcionamento visual depende não só das funções visuais, mas da
interação entre estas e factores pessoais e ambientais.
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Por estas razões é necessário que a intervenção educativa seja baseada numa
avaliação rigorosa que permita perceber como é que um determinado aluno utiliza a visão.
Esta avaliação tem de assumir um caráter multidimensional e interativo, abrangendo as
dimensões acima referidas: funções visuais, fatores pessoais e fatores ambientais.
Conceitos
Cego: o cego tem um acuidade visual igual ou inferior a 1/10 e necessita do Braile para ler. Em
Portugal, o decreto-lei define como cegueira legal uma acuidade visual <1/10 no melhor olho.
Com baixa visão: segundo o decreto lei é 3/10 no melhor olho, corrigido, e um campo visual
20% no melhor olho. Os sujeitos com baixa visão podem ler a escrita a negro em condições
muito especiais, sendo aconselhável o ensino do Braille.
Dados epidemiológicos:
O défice visual cerebral (DVC) tem-se revelado uma das maiores causas de deficiência
visual em crianças nos países desenvolvidos. DVC é uma deficiência visual que pode coexistir
com disfunções oculares e oculomotoras, e pode ser devida a:
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estímulos visuais diminui a curiosidade e causa sentimentos de insegurança que limitam a
interação com o ambiente, conduzindo a um desenvolvimento motor e psicomotor mais lento
e menos eficaz.
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menos 1,5 espaço. Nunca usar folhas com tamanho superior a A4. É preferível passar
as tabelas para texto
Adequações curriculares individuais: uso de braille e treino de visão
Adequações no processo de avaliação
Devido aos sujeitos com deficiência visual terem uma grande dificuldade de perceção é
necessário que a informação que é transmitida por via tátil seja muito simplificada (deixar de
fora os detalhes e linhas desnecessárias). A informação tátil também deve evitar confusão (os
itens devem estar separados a uma boa distância). É crucial evitar que ocorra interceção
(evitar que as linhas se cruzem).
O sistema Braille é um recurso crucial para a aprendizagem destes sujeitos, sendo que este
sujeitos aprendem a ler antes de escrever.
Grande parte desta população escolar consegue, desde que lhes sejam proporcionados
formas diferenciadas de acesso ao currículo, aceder à maioria dos objetivos e conteúdos
definidos nos programas curriculares comuns. Mais do que eliminar objetivos e conteúdos
torna-se necessário, na maioria das situações, expandir o currículo, introduzindo áreas
curriculares específicas que permitam responder às necessidades de quem não recebe
informação visual e precisa de aprender a realizar tarefas ou atividades nas quais a visão
desempenha um papel determinante.
Essas atividades passam muitas vezes por competências aparentemente simples, mas
de enorme dificuldade para as pessoas com limitações no funcionamento visual, como por
exemplo identificar a posição dos objetos no espaço e deslocar-se em relação a esses objetos.
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