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O OLHAR PSICOPEDAGÓGICO SOBRE A


QUEIXA ESCOLAR
120 minutos

 Aula 1 - O Atendimento Psicopedagógico

 Aula 2 - A Psicopedagogia no Contexto Escolar

 Aula 3 - A Psicopedagogia no Contexto Familiar

 Aula 4 - Os Desafios para o Profissional Psicopedagogo

 Referências

Aula 1

O ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO
A educação vem passando por grandes mudanças ao longo dos anos e, nesse movimento, a
psicopedagogia surge como uma ciência que estuda as dificuldades e transtornos de
aprendizagem, procurando a real barreira entre a visualização, a compreensão e a internalização
do conteúdo escolar.
38 minutos

INTRODUÇÃO
A educação vem passando por grandes mudanças ao longo dos anos e, nesse movimento, a psicopedagogia
surge como uma ciência que estuda as dificuldades e transtornos de aprendizagem, procurando a real barreira
entre a visualização, a compreensão e a internalização do conteúdo escolar. O psicopedagogo tem a
responsabilidade de, a partir das sessões, observar a reação do aprendente a fim de iniciar a avaliação de
maneira investigativa. Na aula de hoje serão apresentados os principais conceitos dos processos
psicopedagógicos de intervenção, diagnóstico e avaliação. Destaco que os processos citados são, ainda, um
tema de pesquisa e discussão de pesquisadores da área. Estudaremos um conteúdo que se mantém em
constante atualização. Está preparado? Convido você, aluno, a entrar em uma jornada em que esboçaremos
possíveis caminhos de atuação psicopedagógica.

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CONHECENDO O ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO


Ser psicopedagogo nos dá a responsabilidade de compreender o processo de aprendizagem ou “a forma de
aprender” do sujeito que chega ao consultório. Mas como? Esta dúvida traz o primeiro ponto da prática clínica
psicopedagógica: a investigação. Nela busca-se resposta para a seguinte pergunta: “Por que esse indivíduo não
está aprendendo?”. Assim, ao termo investigação é atribuída a avaliação.

Primeiramente, a avaliação deve compreender a queixa, ouvir a família, a escola e o próprio sujeito. O segundo
passo da avaliação consiste na compreensão dos INSTRUMENTOS de avaliação. Jorge Visca, conhecido como o
pai da psicopedagogia, concebeu sua teoria de avaliação diagnóstica com a finalidade de que o sujeito vença as
barreiras que bloqueiam o aprendizado, sempre destacando o viés corretor e preventivo desse trabalho.

Para Visca (1987), os instrumentos disponíveis para o diagnóstico psicopedagógico mais utilizados são:
Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem; Provas Operatórias; Teste de Desempenho Escolar; Sessão
Lúdica; Anamnese; Provas Projetivas Psicopedagógicas.

Após a implementação e execução dos testes, inicia-se a Análise dos Resultados e conclusão diagnóstica, com o
sentido de construir uma base de informações obtidas durante o período de avaliação. Porquanto, torna-se
necessário que o psicopedagogo agrupe todos os dados coletados, faça uma análise profunda e minuciosa e, ao
final, estabeleça sua conclusão diagnóstica.

Com o diagnóstico, o psicopedagogo deve estruturar e planejar a intervenção psicopedagógica. O profissional


precisa ser um impulsionador mediador. Rubinstein (1991) confirma esta ideia ao declarar que “a intervenção
psicopedagógica tem o objetivo de contribuir para que o aprendiz consiga ser protagonista não só no espaço
educacional, mas na vida em geral” (p. 104).

Detalhando os processos de avaliação:

1. A Anamnese para psicopedagogia é a entrevista feita com os pais para a compreensão da vida do sujeito,
para identificar a queixa. Vimos que a queixa significa ouvir a família, a escola e o próprio sujeito. Na anamnese,
preste atenção na forma com que os pais se expressam, interagem e se comportam. Destaco que esta precisa
passar por uma análise minuciosa para seguir com a investigação.

Exemplos de alguns dados da Anamnese: dados de identificação; antecedentes natais – gestação, nascimento;
doenças e atendimentos médicos; desenvolvimento – social, afetivo, cognitivo, corporal; atividades da vida
diária; histórico escolar.

2. Jorge Visca (1987) criou a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (E.O.C.A.), com a finalidade de
“permitir ao sujeito construir a entrevista de maneira espontânea, porém dirigida de forma experimental” (p.
72). Os materiais utilizados na entrevista são os mesmos que encontramos nos ambientes escolares, por
exemplo: folhas brancas, papel pautado, folhas coloridas, lápis preto novo sem ponta, apontador, borracha,
régua, tesoura, cola, revistas e livros. Esse processo é desenvolvido por meio da apresentação do material de
forma clara ao sujeito. Em seguida, deve-se estimulá-lo a mostrar o que sabe fazer com esses materiais, o que
aprendeu e o que tem vontade de fazer. Lembre-se de anotar todas as respostas e todos os resultados sempre,

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pois é a partir deles que a primeira hipótese de diagnóstico a ser investigada tem a possibilidade de ser criada,
de acordo com Visca (1987). Esse movimento é responsável por direcionar as linhas de investigação em que o
psicopedagogo deve seguir.

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DETALHANDO O ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO


Como foi trabalhado no bloco anterior, os instrumentos mais utilizados para compor a Avaliação
Psicopedagógica são: Anamnese; E.O.C.A. – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem; Sessão Lúdica;
Provas Operatórias; Provas Projetivas Psicopedagógicas; TDE – Teste de Desempenho Escolar. Visto que já
detalhamos o processo de anamnese, seguiremos a partir da Sessão Lúdica.

3. Posteriormente, a Sessão Lúdica ou Observação Lúdica promove o brincar, o lúdico inerente ao diagnóstico
psicopedagógico. A execução deste teste se dá por meio de jogos e materiais lúdicos, previamente selecionados
de acordo com a faixa etária do sujeito. Deixe-o brincar. Este é o momento oportuno para que você o observe
atento ao brincar, as expressões, as atitudes, as criações, seus desejos e suas fantasias. Brinque com o sujeito
somente se for convidado. Ao final, realize novamente as anotações referentes ao atendimento.

4. As Provas Operatórias são essenciais no processo de avaliação psicopedagógica clínica na medida em que
elas possibilitam investigar o nível de desenvolvimento cognitivo já construído pelo sujeito. As provas
operatórias baseiam-se nos estágios de desenvolvimento, pensados, pesquisados e criados por Jean Piaget,
visando a aferir a construção do desenvolvimento por meio da interação do sujeito com o meio social e físico.

Os estágios do desenvolvimento piagetianos são:

• Estágio Sensório-Motor – 0 – 18/24 meses – Inteligência Prática.

• Estágio Pré-Operatório – 2 – 7/8 anos – Início da Representação.

• Estágio Operatório Concreto – 7/8 anos – 11/ 12 anos – Início das Operações.

• Estágio Operatório Formal – 11/12 anos – Pensamento Hipotético Dedutivo.

Subsequentemente à apresentação dos estágios de desenvolvimento, destaco um método proposto por Piaget,
que agrupa os recursos dos testes e os recursos da observação direta, chamado de “método clínico”. Neste
método piagetiano, não são feitas ao sujeito questões com vocabulário fixo, assim, o psicopedagogo deve
ajustar o seu vocabulário ao do sujeito. Portanto, fomentando a adaptação. Vale ressaltar que se deve utilizar ao
menos três provas operatórias nas avaliações.

As Provas Operatórias mais comuns são: conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos;
conservação de líquido; conservação de quantidade de matéria; conservação de comprimento; conservação de
peso; conservação de volume; seriação; inclusão de classes; dicotomia.

Indico que você estude as provas operatórias detalhadamente, para que, ao ler sua hipótese, saiba fazer a
escolha das provas para o caso em que está trabalhando.

5. Provas Projetivas Psicopedagógicas

Sabe-se que o desenho é uma ferramenta importantíssima para a avaliação psicopedagógica, tendo em vista
que o sujeito é capaz de externar sentimentos e atitudes relacionadas ao seu desenvolvimento cognitivo. Note
que Jorge Visca, ao elaborar as provas projetivas psicopedagógicas, teve como objetivo apurar os vínculos ao

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qual o sujeito se assegura em três domínios diferentes: familiar, escolar e consigo mesmo. O material utilizado
consiste em folhas de papel sulfite, lápis preto e borracha.

6.- O TDE - Teste de Desenvolvimento Escolar ou Provas Pedagógicas busca entender o nível pedagógico do
sujeito, objetivando entender como o sujeito sistematiza e internaliza os conteúdos escolares. Por isso,
observam-se os seguintes aspectos: Nível de leitura; Nível de escrita; Conhecimento matemático. Observe que
citei apenas três aspectos a serem avaliados, porém, isso não limita a avaliação apenas aos mesmos. Cabe ao
profissional identificar se há indícios que precise avaliar aspectos de outras áreas de conhecimento.

EXECUTANDO A INTERVENÇÃO
Tendo em vista o que compreendemos nos blocos anteriores, é possível entender e compreender que,
posteriormente ao período de avaliação, inicia-se a análise dos resultados, ou seja, a compilação de todo
material observado e avaliado e, assim, chega-se à conclusão diagnóstica, a qual compreende os seguintes
aspectos: análise do nível pedagógico; análise do nível cognitivo; análise das questões relativas ao
desenvolvimento social; análise das questões relativas ao desenvolvimento afetivo. Após a culminância de
resultados, redija um relatório descritivo dispondo todos os aspectos necessários para justificar as dificuldades
de aprendizagem do sujeito avaliado.

Intervenção Psicopedagógica

Com o diagnóstico em mãos, o psicopedagogo deve estruturar e planejar a intervenção psicopedagógica. A


partir de agora, o profissional precisa ter ciência de que se tornará um  impulsionador mediador, servirá como
trampolim, assim, deslocando o sujeito em direção à aprendizagem, de acordo com Rubinstein (1991), o qual
declara em sua pesquisa que a finalidade principal da intervenção psicopedagógica é somar e estimular a
criança, para que ela sinta-se confiante em seu potencial e consiga reverter tanto a situação no espaço
educacional, quanto no da vida social.

Pensando nas práticas diárias e cotidianas do sujeito, Brenelli (1996) chama nossa atenção para a utilização dos
jogos como meio de intervenção na Psicopedagogia e na escola. É explícito no texto da autora o objetivo de se
trabalhar com jogos, pois, para ela, este se dá para impulsionar a motivação, a autoestima, o interesse e, ainda
assim, serem agentes estratégicos de desenvolvimento pedagógicos e psicopedagógicos.

Exemplos de intervenção psicopedagógica por meio de jogos.

1. Situação-problema ou Desafio

Desafios são uma ótima maneira de levar a criança a pensar e desenvolver o raciocínio lógico. Sendo assim,
neste desafio a criança terá que numerar e ordenar as palavras de forma cronológica.

(    ) Almoçar

(    ) Brincar

(    ) Acordar

(    ) Dormir

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(    ) Jantar

2. Jogo da velha

Jogos são importantíssimos para o desenvolvimento cognitivo da criança. Vale ressaltar que o profissional deve
estar atento à finalidade de cada jogo, para que o mesmo possa abranger as necessidades e habilidades
esperadas. Neste jogo, a criança precisa organizar uma estratégia para vencer.

Figura 1 | Jogo da velha

Fonte: Pixabay

Os meios de intervenção são planejados baseados nos déficits encontrados por meio da avaliação. Disponha
seus materiais e realize um planejamento a fim de promover o desenvolvimento das habilidades do sujeito.

Destaco que você, como profissional, precisa estar atento à funcionalidade do que está executando na sessão.
Caso a atividade não esteja efetivamente trazendo evolução, seja maleável e busque outra maneira adequada à
forma de aprender do sujeito.

VÍDEO RESUMO
Olá, estudante!

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Não deixe de assistir ao vídeo explicativo da aula, no qual temos a oportunidade de entender de forma direta os
conteúdos abordados durante seus estudos de forma mais dinâmica.

 Saiba mais
Conheça mais sobre as propostas de Sara Paín através da leitura do artigo: Diagnóstico e tratamento de
problemas de aprendizagem: teoria de Sara Paín.

Aula 2

A PSICOPEDAGOGIA NO CONTEXTO ESCOLAR


Quando se ouve falar em Psicopedagogia, as pessoas ligam a profissão diretamente à escola. E
isso é compreensível, tendo em vista que tal contexto e suas complexidades sejam uma das
gênesis das pesquisas na área.
29 minutos

INTRODUÇÃO
Quando se ouve falar em Psicopedagogia, as pessoas ligam a profissão diretamente à escola. E isso é
compreensível, tendo em vista que tal contexto e suas complexidades sejam uma das gênesis das pesquisas na
área.

A questão é: qual o papel exercido pelo Psicopedagogo dentro da instituição escolar? O Pedagogo especialista
em Psicopedagogia pode atuar em diversos cargos escolares, por exemplo, diretor, coordenador, orientador
escolar ou educacional, professor e, principalmente, como psicopedagogo institucional. Destaco a possibilidade
da prestação de serviço por consultoria. Ele (psicopedagogo) pode atuar “(…) como assessor, para mediar
aspectos que estejam acometendo o processo de aprendizagem da escola contratante” (OLIVEIRA, 2014).

Ao longo dos nossos estudos, destacaremos os pontos mais importantes do psicopedagogo no contexto
escolar.

O PSICOPEDAGOGO E A VIVÊNCIA ESCOLAR


Como já trabalhamos até aqui, compreendemos que o profissional da psicopedagogia estuda os processos de
aprendizagem de um sujeito que será avaliado. Porém, dentro da instituição escolar, esse profissional, junto à
gestão, é responsável por observar o ambiente de forma minuciosa e ampla, para que possa, assim,
compreender as metodologias utilizadas e cada indivíduo ali presente.

Por conseguinte, o psicopedagogo iniciará a avaliação, que culminará em um diagnóstico aprofundado da


escola, com o objetivo de indagá-la frente aos resultados do processo de ensino-aprendizagem.

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Com base nesta visão, evidencia-se que o psicopedagogo não se faz presente no ambiente escolar apenas para
atuar com os alunos com dificuldades de aprendizagem, pois de fato há o intuito de auxiliar pedagogicamente
todos os profissionais da escola.

Claro (2018) enfatiza que o processo psicopedagógico escolar se divide em duas vertentes. A primeira, segundo
o autor, tem a função de identificar o aluno com dificuldades de aprendizagem, agir para “sanar” a lacuna de
conhecimento e, assim, este indivíduo pode ser reintegrado à turma de origem, baseado nos conceitos da
educação formal. Em contrapartida, a segunda busca aproximar e desenvolver uma atuação conjunta entre
professores, orientadores e pedagogos com a finalidade de identificar os obstáculos que bloqueiam o processo
de ensino-aprendizagem, podendo, assim, desenvolver estratégias inovadoras e pontuais a fim de viabilizar o
aprendizado e desenvolvimento dos discentes.

Há uma melhora eminente no ensino a partir do trabalho do psicopedagogo, em razão de ser o profissional que
ampara e incentiva a evolução dos processos, que trabalha para que o aluno seja ouvido e alcance melhora na
autoestima, o que culmina no desenvolvimento da aprendizagem. Portanto,

deve ser parceiro do professor, entrar na classe, construir junto com ele, detectar os
nichos das crianças rejeitadas, das crianças atentas, das desatentas, das que faltam e
tantos outros problemas apresentados em sala de aula. A partir disso, construir um
perfil da classe e conhecer a dinâmica do que acontece naquele lugar específico de
ensino e aprendizagem. Conhecer para intervir com competência. 
— (SOUSA, 2013, p. 8)

Conclui-se que a Psicopedagogia se demonstra como uma função profissional primordial à escola, a destacar
que investe no trabalho multidisciplinar. Assim, ligando os profissionais e promovendo trocas de saberes,
propõe o desenvolvimento das capacidades dos alunos, oferecendo-lhes condições para conviver, produzir e se
desenvolver com segurança e competência (SILVA, 2012).

Sendo assim, esse profissional tem a capacidade de conciliar a evolução do discente e do desenvolvimento da
educação de forma geral, ampliando e gerando condições de acesso e permanência comum a todos.

AÇÃO ESCOLAR PSICOPEDAGÓGICA


Pensar a educação é compreendê-la como uma competência que abrange o desenvolvimento físico, social e
intelectual de um indivíduo. Portanto entende-se que essa se torna um processo de cidadania, e, ainda que seja
executada de formas e maneiras diferentes, continua sendo comum a todos, tornando-se uma formadora de
sujeitos, preparando-os para a vida em sociedade.

A psicopedagogia alcança seu grande objetivo quando é visível a transformação do contexto escolar, a fim de
entender as necessidades e características específicas de aprendizagem do discente. Portanto, a instituição
executará e produzirá recursos para atender as demandas de todo o quadro de alunos.

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Para o psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo


de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora,
sobretudo quando os professores são especialistas nas suas disciplinas. 
— (COLL, 1994)

Coll (1994) ressalta o ponto de “professores especialistas”, para deixar amplamente claro que o trabalho do
psicopedagogo não está em ditar o que deve ser desenvolvido em sala de aula, mas sim aplicar propostas de
ações pedagógicas, desta forma auxiliando o professor em sua execução de conteúdo.

O objetivo dos projetos psicopedagógicos como o ensino alternativo é impulsionar os discentes com dificuldade
de aprendizagem a vencerem esse obstáculo, de maneira que afete minimamente o seu desenvolvimento. Para
isso, estudam-se as especificidades do comportamento e da autocompreensão, direcionadas a avaliar a
autoestima desses alunos, tendo em vista que o processo de aprendizagem é estruturado a partir de elementos
afetivos, cognitivos, motores, sociais, políticos, etc.

Ao considerar a aprendizagem como um processo articulado ao momento do aprendiz, a sua história e as suas
possibilidades sob o aspecto cognitivo, afetivo e social, a Psicopedagogia, rompe a ligação ensino-aprendizagem,
porque, tanto o aprender como processo quanto o processo de construção do conhecimento não têm relação
necessária com o ensinar e, finalmente, porque ambos os processos antecedem e ultrapassam o ensinar.
(SILVA,1998, p. 59)

Nesse sentido, o profissional da psicopedagogia executa um trabalho que vai além do campo educacional, o
qual culmina com o social. Assim sendo, abre portas e janelas para que todos tenham a equidade educacional.

VIVENCIANDO A PSICOPEDAGOGIA ESCOLAR


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), promulgada em 1996, em seu artigo 3º determina que
os conteúdos escolares devem ser ministrados baseados em:

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I – Igualdade de condições para acesso e permanência na escola;

II – Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar etc.;

III – Pluralismo a ideias e de concepções pedagógicas;

IV – Respeito a liberdade e apreço à tolerância;

V – Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI – Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII – Valorização da experiência extraescolar;

VIII – Gestão democrática do ensino público;

IX – Garantia de padrão de qualidade;

X – Valorização de experiência extraescolar;

XI – Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 


— (BRASIL, 1996)

Tais conceitos estão presentes na Constituição Brasileira e destacada na LDB, que determina que a educação
deve ser desenvolvida por meio de igualdade de condições de acesso e permanência escolar.

É possível entender que o aprendizado é um exercício complexo, e precisa-se estar atento para o fato de que o
problema não está na criança, na grande maioria das vezes, mas estritamente em seu ambiente familiar e
escolar. Esse movimento gera grande frustração no sujeito, tendo em vista que foram criadas expectativas
acerca de sua evolução pelos pais, professores e até por ele mesmo. Sana (2005) discorre sobre o assunto:

Muitas vezes estas crianças são rotuladas como ‘preguiçosas, bagunceiras e até burras’.
Quanto mais tarde for diagnosticado o problema, mais danos causará ao seu
emocional, pois a autoestima da criança que não está conseguindo aprender vai
diminuindo, podendo tornar-se agressiva, introspectiva ou ainda apresentar outros
sintomas que nada mais são do que um pedido de socorro. Cabe aos pais e
professores, cujo estes fazem parte do cotidiano da criança, ter o máximo de atenção a
criança que demonstra algum tipo de dificuldade ou comportamento inadequado, para
que as devidas medidas sejam tomadas em tempo de não causarem problemas
comportamentais e emocionais mais sérios.
—  (SANA, 2005, p. 11-12)

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De fato, as dificuldades de aprendizagem são observadas no decorrer da vida escolar da criança. Portanto, o
ano de alfabetização torna-se o auge de frustrações e medos desenvolvidos pelo sujeito, ao perceber seu déficit
na aprendizagem comparando-se aos demais colegas de classe.

Ressalto que os processos de aquisição de leitura e de escrita iniciam-se nos primeiros dias de vida de um bebê,
por meio da linguagem oral. Então, compreende-se que este fato se dará em 5 etapas:

1º - Aquisição dos significados, isto é, a criança adquire através de suas experiências


com seu meio a noção e a função dos objetos que fazem parte de seu dia-a-dia. Ela
começa a perceber que tudo tem nome; 2º - Os objetos adquirem significados para a
criança. É a compreensão da palavra falada. Associa nomes aos objetos; 3º - Expressão
da palavra. Início da linguagem oral, que a princípio se desenvolve por imitação dos
adultos, isto é, a criança compara os sons falados e imita-os. Aqui vem a importância
dos pais ou responsáveis pela criança de falarem corretamente, pois ela reproduzirá o
que está ouvindo, agora verbalmente, e mais tarde também na escrita; 4º -
Compreensão da palavra impressa (leitura); 5º - Expressão da palavra impressa
(escrita). 
— (CAMPOS, 2009)

Observa-se que, ainda na pré-escola, possíveis sinais devem ser destacados e compilados, com a finalidade de
que, futuramente, tenha-se o desdobramento linear do sujeito na queixa, como, por exemplo, feita pelos pais:
demora ao falar; falta de atenção, etc. Ou feita pelos professores: dificuldade em visualizar detalhes de
desenhos; falta de coordenação motora fina e grossa; dificuldade em montar quebra-cabeça; falta de interesse
por livros e impressos, não apresentará uma socialização adequada com os colegas (SANA, 2005).

Vivenciando tais experiências no dia a dia, junto aos professores, cabe ao psicopedagogo institucional instituir
parâmetros de observação para, assim, amplificar e direcionar a atenção e deixar os professores treinados e
comprometidos a essa logística de identificação de possíveis dificuldades ou transtornos de aprendizagem.

Assim, o Psicopedagogo Institucional é extremamente necessário no ambiente escolar, em todos os aspectos,


pois sua referência é que direcionará o contexto da instituição em relação à observação, competência e
permanência dos alunos com Dificuldades ou Transtornos de Aprendizagem na escola.

VÍDEO RESUMO
Olá, estudante! No vídeo referente a esta aula, trabalharemos de forma direta os conceitos que adquirimos
durante nosso texto-base da aula. Perpassaremos pela vivência do psicopedagogo na vivência escolar e sua
atuação dentro do que estabelece a LDB para a Educação. Não deixe que a chance de ratificar seu
conhecimento passe.

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 Saiba mais
A Lei de Diretrizes e Bases é um documento que norteia toda a educação brasileira; por esse motivo, é de
fundamental importância que todos os profissionais que atuam direta ou indiretamente com processos
educativos institucionais a conheçam.

Acesse!

Aula 3

A PSICOPEDAGOGIA NO CONTEXTO FAMILIAR


No ano de 2020, vimo-nos impossibilitados de viver nossa vida cotidiana normalmente, com a
rápida proliferação do vírus da Covid-19, que alterou o modo de vida de toda população mundial
sem qualquer esperança de uma solução para o cenário apresentado.
25 minutos

INTRODUÇÃO
No ano de 2020, vimo-nos impossibilitados de viver nossa vida cotidiana normalmente, com a rápida
proliferação do vírus da Covid-19, que alterou o modo de vida de toda população mundial sem qualquer
esperança de uma solução para o cenário apresentado.

Dentro desse contexto, iniciaram-se os movimentos das escolas em proverem aulas online. A partir deste
movimento, os pais tiveram a obrigação de acompanhar e ajudar seus filhos com os conteúdos escolares. E, a
partir disto, notaram como a criança aprende e o que não consegue fazer.

Ao longo dos nossos estudos, abordaremos as percepções e atitudes da família, frente às dificuldades de
aprendizagem.

MEU FILHO NÃO APRENDE, E AGORA?


A família tem a responsabilidade de manter seus filhos estudando, mas não somente isso. Cabe aos pais
estarem atentos ao desenvolvimento da criança, e, tendo encontrado obstáculos bloqueando a evolução,
buscar meios para amparar seu filho diante da dificuldade de aprendizagem. É fundamental levar em
consideração que a família tem grande poder de estimular ou desestimular a criança nos relacionamentos e em
todos os aspectos de sua vida - escolar, psicológico, cognitivos (BRAGA; SCOZ; MUNOZ, 2007).

De fato, os mecanismos que a família estimula e dispõe à criança são primordiais para vencer as dificuldades. A
base da criança sempre será a família, com toda a bagagem que a mesma traz, positivas e negativas, e a escola,
como a instituição cujo objetivo é o desenvolvimento desse sujeito, precisa contar com a participação e o
comprometimento dos pais para obter resultados positivos na aprendizagem.

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Ao se depararem com a Dificuldade de Aprendizagem do filho, muitas famílias possuem como primeira reação
“culpar” professores, coordenadores, enfim, a escola. Em contraponto, existem outras famílias que observam o
problema e querem ajudar a romper as barreiras, embora não saibam por onde iniciar essa busca.

O psicopedagogo institucional, já tendo avaliado a clientela escolar e tendo um relacionamento de troca


constante com professores, promoverá uma reunião, na qual apresentará a queixa escolar aos responsáveis
pelo sujeito e o encaminharão ao neurologista ou psiquiatra. Nesse encontro, os pais terão a oportunidade de
tirar dúvidas com o profissional de psicopedagogia.

Conclui-se que, traçado o caminho de investigação aos pais, espera-se que haja engajamento de sua parte no
processo de desenvolvimento emocional e cognitivo do sujeito.

A INTERDISCIPLINARIDADE E A FAMÍLIA
Na década de 1970, cientistas relacionados à educação principiaram pesquisas no Brasil. A nomenclatura teve
sua gênese na Europa em 1960.

O sentido utilizado para interdisciplinaridade era a unidade e relação das disciplinas,


sua associação para reflexão dos problemas encontrados na sociedade. 
— (FAZENDA, 1994)

Com o uso desordenado e sem regras da interdisciplinaridade, precisou-se trazer novamente à tona seu
conceito e objetivo. Pátaro e Bovo (2012) defendem que a interdisciplinaridade é indispensável, pois por meio
dela é possível compreender de forma ampla os problemas comuns da sociedade contemporânea, criando,
assim, meios para resolvê-los.

O ponto alto da interdisciplinaridade é a comunicação e troca entre o corpo docente. O movimento comum
entre os conteúdos das disciplinas tem a finalidade de desenvolver estratégias para que o aluno consiga utilizar
esse conceito na vida cotidiana.

A criação da interdisciplinaridade na escola ainda não superou dificuldades. Várias


atitudes docentes são necessárias para que esse processo ocorra. O educador precisa
planejar, organizar o tempo para reunir com outros docentes e aprender a trabalhar
em equipe. 
— (AUGUSTO; CALDEIRA, 2007)

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A troca de informações entre os professores, além do conteúdo programático, resulta na atenção dos docentes
sobre a evolução do ensino-aprendizagem dos sujeitos. Assim, ao apresentar as primeiras dificuldades, essas
serão destacadas e direcionadas ao profissional de psicopedagogia institucional.

No bloco anterior, destacamos a relação entre a família e a escola. Neste ponto, é possível ratificar a
importância de a família ser presente na vida escolar do filho. Com o relatório dos diferentes professores
apontando uma dificuldade de aprendizagem comum no aluno, evidencia-se e fomenta-se uma queixa escolar.
Além disso, a interdisciplinaridade traz estratégias para auxiliar os pais na investigação do problema e formas
de estimular a evolução do discente.

Concluímos que a presença dos responsáveis na vida escolar da criança se faz exponencialmente necessária
para que o discente tenha uma base impulsionadora ao desenvolvimento da aprendizagem.

VIVENCIANDO A INCLUSÃO
O conceito de Educação Inclusiva é o acesso de sujeitos com deficiências, transtornos e dificuldades de
aprendizagem à escola regular, ainda que tenha condições socioeconômicas precárias.

Dentre as diversas necessidades educacionais podemos citar: deficiência sensorial


(auditiva e visual), deficiência mental (como autismo e diversos graus de deficiência
cognitiva), deficiências múltiplas (paralisia cerebral e outras condições), dislexia,
superdotados, entre outras. 
— (GLAT, 2006)

Para que esse processo seja executado corretamente, o corpo docente, junto ao psicopedagogo institucional,
necessitará criar estratégias progressistas a fim de abranger as especificidades de permanência e aprendizagem
do aluno com deficiência.

É notório que a ascensão do modelo da Educação Inclusiva levantou amplos desafios à Escola Regular como um
todo. Atualmente, a Educação Especial é entendida e disseminada como um grupamento de recursos
necessários na escola, para que sejam desenvolvidas estratégias de aprendizagem, desta forma, possibilitando
abranger toda a clientela escolar com equidade.

O aluno com dificuldades e transtornos de aprendizagem ou com deficiência não deve estar alheio ao conteúdo
exposto nas aulas, tampouco sentado ao fundo da sala de aula brincando ou pintando - entendemos que esse
movimento não é reconhecido como Inclusão, pois esse sujeito está apenas compartilhando o espaço físico,
assim, não fazendo parte do contexto do grupo de discentes da turma.

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Para favorecer o aprendizado dos alunos com necessidades educacionais especiais e


efetivar a proposta de inclusão escolar foram desenvolvidos, conceitos de adaptações
curriculares. Essas adaptações têm por objetivo garantir as mudanças que as escolas
precisam fazer e garantir acessibilidade aos alunos quanto às adaptações pedagógicas
ou curriculares propriamente ditas.
— (CORREIA, 2001; MEC/SEESP, 2003; MACHADO, 2005)

Tendo em vista a complexidade da execução de uma educação verdadeiramente inclusiva, não se deve usar
como parâmetro o que o sujeito não é capaz de fazer, ou suas limitações demandadas pela deficiência. O foco
pedagógico e psicopedagógico escolar deve ter como base o fato de que todos os discentes têm a capacidade
de aprender e serem integrados à escola e à vida em sociedade.

VÍDEO RESUMO
Olá, estudante! No vídeo referente a esta aula, trabalharemos de forma direta os conceitos que adquirimos
durante nosso texto-base da aula. Abordaremos as principais reações das famílias frente à constatação de
dificuldade de aprendizagem, bem como as possibilidades de atuação do psicopedagogo. 

 Saiba mais
Acesse o texto de Simone da Silva Braga sobre problemas de aprendizagem e a relação com a família. Aqui
você poderá ampliar ainda mais os seus conhecimentos sobre o que já estudamos.

Aula 4

OS DESAFIOS PARA O PROFISSIONAL PSICOPEDAGOGO


O processo psicopedagógico no Brasil existe efetivamente e aproximadamente há 40 anos, e está
diretamente interligado a crianças e adultos com Dificuldades e Transtornos de Aprendizagem na
Educação.
23 minutos

INTRODUÇÃO
O processo psicopedagógico no Brasil existe efetivamente e aproximadamente há 40 anos, e está diretamente
interligado a crianças e adultos com Dificuldades e Transtornos de Aprendizagem na Educação. Entende-se que
a escola é o principal meio preparatório e de contribuição para o sujeito, portanto, o trabalho psicopedagógico
em instituições escolares direciona-se exclusivamente à prevenção, ou seja, seu trabalho é criar meios,
competências e habilidades para a identificação das dificuldades de aprendizagem.
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Sabemos que o processo de aquisição da aprendizagem é composto pelos eixos cognitivos e de emoções;
assim, destaca-se a importância do contato entre professor e aluno durante o aprendizado.

Nesse sentido, o psicopedagogo assume um papel primordial na escola, tendo em vista sua responsabilidade na
identificação do aluno com dificuldade de aprendizagem e implementação, junto ao professor, de atividades e
estratégias que possibilitem a evolução do sujeito. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse assunto ao longo
dos nossos estudos.

COMO IDENTIFICAR E FORMULAR UMA QUEIXA


Inicialmente, destaco que a definição de queixa é o indício de dificuldade apresentada por um sujeito, que os
pais ou responsáveis e a escola encaminham para o psicopedagogo clínico.

Para formular uma queixa, o psicopedagogo institucional reúne-se com o corpo docente, orientadores e
coordenadores para compilar as observações especificamente feitas sobre um único sujeito.

A queixa constitui-se de uma reclamação, de um sintoma, de algo que não vai bem com
o sujeito, neste caso, com seu processo de aprendizagem. Esta queixa deve ser
investigada pelo Psicopedagogo com o intuito de esclarecer o porquê da não-
aprendizagem, o motivo da reclamação – seja esta da família, da escola e até mesmo do
próprio sujeito. Ressaltamos, então, que o psicopedagogo precisa “ouvir” esta queixa,
analisá-la, interpretá-la e, assim, seguir no seu processo de investigação/avaliação. 
— (ANDRADE, 1998, p. 25)

As principais queixas recebidas por um profissional psicopedagogo clínico são: dificuldades de aprendizagem;
falta de atenção; falta de concentração; perda de foco com facilidade; dificuldade de memorização; agitação
constante; dificuldade na leitura; dificuldade na escrita; dificuldade em cálculos; falta de autonomia; não
rendimento na execução de tarefas escolares; dificuldades na alfabetização; baixo rendimento escolar; notas
baixas; baixa autoestima.

É possível observar a repetição de indícios nos casos clínicos. Portanto, a investigação deve ser feita
minunciosamente em cada aspecto, buscando não deixar que um caso crie um viés a outro.

CONHECENDO OS ALUNOS
Ao ser contratado por uma instituição escolar para exercer o cargo de psicopedagogo institucional, o
profissional deve compreender os métodos de ensino utilizados pela escola, conhecer as possíveis hierarquias
profissionais deste contexto, observar o corpo docente e suas estratégias, a reação dos discentes a um novo
profissional, o contexto de aprendizagem desses alunos e o compilado de notas das avaliações.

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Claro (2018) enfatiza que o processo psicopedagógico escolar se divide em duas vertentes. A primeira tem a
função de identificar o aluno com dificuldades de aprendizagem, agir para “sanar” a lacuna de conhecimento e,
assim, este indivíduo pode ser reintegrado à turma de origem, baseado nos conceitos da educação formal. Em
contrapartida, a segunda busca aproximar e desenvolver uma atuação conjunta entre professores,
orientadores e pedagogos com a finalidade de identificar os obstáculos que bloqueiam o processo de ensino-
aprendizagem, podendo assim, desenvolver estratégias inovadoras e pontuais a fim de viabilizar o aprendizado
e desenvolvimento dos discentes.

Por conseguinte, entendemos que, se o profissional de psicopedagogia institucional não conhecer


minunciosamente a clientela escolar, sendo esses os alunos presentes na escola, como será possível identificar
a alteração de comportamento ou o início de uma dificuldade de aprendizagem?

A proximidade com os discentes traz benefícios para a escola e para o discente. Há grandes chances de que, ao
desenvolver um relacionamento de confiança com o aluno, este tenha coragem de dividir seus medos, aflições,
dificuldades, assim como momentos de felicidade e conquistas.

Concluímos que não há outra forma de compreender os alunos e suas dificuldades, a não ser a estratégia de
vivência com extrema proximidade no cotidiano escolar.

SER PSICOPEDAGOGO NO BRASIL


Iniciaremos esse bloco trazendo a informação da gênese da psicopedagogia no Brasil.

No ano de 1979, foi criado pela pedagoga e psicodramatista Maria Alice Vassimon, no Instituto Sedes Sapientiae,
na cidade de São Paulo, o primeiro curso regular em Psicopedagogia no Brasil.

É de extrema importância destacar que os cursos oferecidos de formação em psicopedagogia clínica e


institucional foram pensados e desenvolvidos por profissionais das áreas da saúde e da educação, sendo eles:
Maria Alice Vassimon; Consuelo de Assis Carvalho; Eloísa Quadros Fagali; Sonia Maria Madi Rezende; Vera Maria
Rossetti Ferretti; Maria Tereza Lopes.

Esses fundadores do curso tinham em comum uma visão integrada da pessoa que
aprende e que orienta a aprendizagem, considerando os aspectos afetivos,
psicomotores, cognitivos e sociais, atentas às necessidades educacionais da realidade
brasileira, com especial atenção às populações de baixa renda. 
— (MALUF; BOMBONATTO, 2007, p. 22)

Tendo em vista a instauração da profissão e com foco nas especificações da demanda da formação e a atuação
do profissional que concluiu o curso de psicopedagogia, foi fundada a APp – Associação Paulista de
Psicopedagogia em 1980, pelas alunas do primeiro curso de Reeducação Psicopedagógica do Instituto Sedes
Sapientiae. Esta se tornou a ABPp – Associação Brasileira de Psicopedagogia em 1988.

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Ela se constitui como uma associação de cunho científico-cultural com objetivo de


aprofundar estudos sobre os processos de aprendizagem e dos problemas deles
decorrentes; difundir o conhecimento da área por meio da criação do Boletim, hoje
Revista Psicopedagogia da ABPp; promover discussão ampla em âmbito nacional, por
meio dos Encontros de Psicopedagogos e agregar profissionais para discutir e
caracterizar a identidade do psicopedagogo. 
— (SCOZ; BARONE, 2007, p. 93)

Apesar de toda essa trajetória, a Psicopedagogia Clínica e Institucional ainda não é reconhecida como uma
profissão no ano de 2022, porém, continuamos na luta para que essa conquista faça parte das nossas vidas
brevemente.

VÍDEO RESUMO
Olá, estudante!

No vídeo referente a esta aula, trabalharemos de forma direta os conceitos que adquirimos durante nosso
texto-base da aula. Abordaremos assuntos relacionados à atuação do psicopedagogo no Brasil; além disso,
falaremos sobre a atuação profissional na relação com os alunos dentro da escola.

 Saiba mais
Acesse o livro de Patrícia Jerônimo Sobrinho sobre os fundamentos da psicopedagogia para ampliar ainda
mais seus conhecimentos sobre o tema.

Boa leitura!

REFERÊNCIAS
5 minutos

Aula 1
BOSSA, N. A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas
Sul, 2000.

BRENELLI, R. P. O jogo como espaço para pensar. Campinas, SP: Papirus, 1996.

PIAGET, J. A representação do mundo na criança. São Paulo: Melhoramentos, 1977. PIAGET, J. A tomada de
consciência. São Paulo: Melhoramentos, 1977.

https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=lauramarilacvdl%40hotmail.com&usuarioNome=LAURA+MARILAC+DA+SILVA+VIDAL&disciplinaDescricao=DIFICULDADES+E+TRANSTORN… 18/20
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PIAGET, J. Fazer e compreender. São Paulo: Melhoramentos, 1978.

RUBINSTEIN, E. “A intervenção psicopedagógica clínica”. In: SCOZ, B. J. L. et al. Psicopedagogia: contextualização


formação e atuação profissional. Porto Alegre: Artes médicas, 1991.

VISCA, J. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

VISCA, J. Psicopedagogia: contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.

Aula 2
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Brasília, 1996.

CLARO, G. R. Fundamentos da Psicopedagogia. Curitiba: InterSaberes, 2018.

CAMPOS, D.M.S. O Teste do desenho como instrumento de diagnóstico da personalidade. 41. ed.
Petrópolis-RJ: Vozes, 2009.

COLL, C. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 1994.

LEI FEDERAL Nº 9394/96 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

OLIVEIRA, M. Â. C. Psicopedagogia: a instituição educacional em foco. Curitiba: InterSaberes, 2014.

SANA, C.C. Por que meu filho não aprende? Blumenau-SC: Eku, 2005.

SILVA, K. C. Introdução à Psicopedagogia. Curitiba: InterSaberes, 2012.

SOUSA, L. B. Psicopedagogia e escola: elementos do ontem e reflexões sobre o hoje. Entretextos, v. 1, nº 48, p.
2-24, 2013.

Aula 3
AUGUSTO, T. G. da S.; CALDEIRA, A. M. de A. Dificuldades para a implantação de práticas interdisciplinares em
escolas estaduais, apontadas por professores da área de Ciências da Natureza. Investigações em Ensino de
Ciências, v. 12, p. 139-154, 2007. 

BRAGA, S. da S.; SCOZ, B. J. L.; MUNHOZ, M. L. P. Problemas de aprendizagem e suas relações com a família.
Psicopedagogia, São Paulo, v. 24, n. 74, p. 149-159, 2007. 

CORREIA, 2001; MEC/SEESP, 2003; MACHADO 2005. Experiências educacionais inclusivas: Programa Educação
Inclusiva: direito à diversidade / Organizadora, Berenice Weissheimer Roth. – Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Especial, 2006. 

FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade: História, teoria e pesquisa. Campinas: Papirus, 1994. 

GLAT, R.; MACHADO, K.; BRAUN, P. Inclusão social. 2013.

https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=lauramarilacvdl%40hotmail.com&usuarioNome=LAURA+MARILAC+DA+SILVA+VIDAL&disciplinaDescricao=DIFICULDADES+E+TRANSTORN… 19/20
07/05/2023, 21:34 wlldd_231_u4_dif_tra_apr

GLAT, R.; FONTES, S. R.; PLETSCH, D. M. Uma breve reflexão sobre o papel da Educação Especial frente ao
processo de inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais em rede regular de ensino. 

GLAT, R.; FERNANDES, M. E. Da educação segregada a educação inclusiva: uma breve reflexão sobre os
paradigmas educacionais no contexto da educação especial Brasileira.

PÁTARO, R. F.; BOVO, M. C. A interdisciplinaridade como possibilidade de diálogo e trabalho coletivo no campo
da pesquisa e da educação. Revista NUPEM, Campo Mourão, v. 4, n. 6, p. 45-63, jan./jul. 2012.

Aula 4
ANDRADE, M. S. de. Psicopedagogia Clínica.  São Paulo: Editora Póluss, 1998.

CLARO, G. R. Fundamentos da Psicopedagogia. Curitiba: InterSaberes, 2018.

CODIGO DE ÉTICA DA ABPp. Disponível em: http://www.abpp.com.br/codigo_etica_psico.pdf. Acesso em: 8 dez.


2022.

LEI FEDERAL Nº 9394/96 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

MALUF, M. I.; BOMBONATTO, Q. (organizadoras). História da psicopedagogia e da ABPp no Brasil: fatos,


protagonistas e conquistas. Rio de Janeiro: Walk Editora, 2007.

SCOZ, B.; BARONE, Leda M. C. “A Associação Brasileira de Psicopedagogia e a Constituição da Psicopedagogia no


Brasil”. In: MALUF, M. I.; BOMBONATTO, Q.; (organizadoras). História da psicopedagogia e da ABPp no Brasil:
fatos, protagonistas e conquistas. Rio de Janeiro: Walk Editora, 2007. p. 85-89.

SOBRINHO, Patrícia J. Fundamentos da Psicopedagogia. Cengage Learning Brasil, 2015. E-book. ISBN
9788522122530. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522122530/. Acesso
em: 8 dez. 2022.
Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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