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TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA (TEA)
para município de Altamira-PA
Altamira
2021
Márcia Socorro Silva Lima Duarte
TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA (TEA)
para município de Altamira-PA
Altamira
2021
ORGANIZAÇÃO
Márcia Socorro Silva Lima Duarte
AUTORES
Márcia Socorro Silva Lima Duarte: Médica, especialista em medicina da família e comunidade, Professora
Auxiliar da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará – Campus Altamira .
Yuji Magalhães Ikuta: Médico, doutor em Clínica das Doenças Tropicais, Professor da Universidade do
Estado do Pará (UEPA), Centro Universitário do Pará (CESUPA) e Universidade Federal do Pará (UFPA).
Thaíse Jácome da Costa: Enfermeira, especialista em Gestão da Atenção Primária à Saúde, especialista
em Dependência Química, especialista e facilitadora da RAPS – Rede de Atenção Psicossocial / Ministério
da Saúde. Coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil de Altamira.
Rosiane Luz Cavalcante: Enfermeira, Mestre em saúde na Amazônia. Professora Auxiliar da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal do Pará – Campus Altamira.
Ademir Ferreira da Silva Júnior: Biólogo. Doutor em Neurociências e Biologia Celular. Pós-doutor em
Segurança do Paciente. Professor Adjunto da Faculdade de Medicina e Coordenador do Curso
Multiprofissional em Atenção Básica e Saúde da Família da Universidade Federal do Pará – Campus
Altamira.
Lagerson Mauad Freitas: Enfermeiro, Mestre em Ensino em Ciências da Saúde. Professor Assistente da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará – Campus Altamira.
REVISÃO TÉCNICA
Rosa Sueli Santos Vieira
1. Introdução ........................................................................................06
2. Classificação internacional de doenças e problemas
relacionados à saúde (CID-10) .........................................................07
3. Fatores de risco ..............................................................................08
4. Diagnóstico clínico ........................................................................10
5. Encaminhamento para tratamento ............................................14
6. Funcionamento do CAPSi - Altamira/PA ..................................15
6.1. O que o CAPSi visa..................................................................16
6.2 Acompanhamento terapêutico CAPSi..............................16
7. Tratamento.......................................................................................18
7.1. Abordagem em equipe com plano terapêutico singular.........18
7.2 Visitas e matriciamentos.....................................................18
8. Considerações finais .....................................................................23
9. Referencial bibliográfico..............................................................24
Apresentação
Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) podem desenvolver tipos leves,
moderados ou graves de deficiência intelectual ou dificuldades de aprendizagem específica,
necessitando de atendimento multidisciplinar (VASCONCELOS, 2018).
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2. Classificação Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados à Saúde (CID-10).
Consideram-se como TEA os seguintes diagnósticos:
O diagnóstico se faz pelo quadro clínico, conforme critérios estabelecidos pela CID 10 (OMS,
1993, item 4).
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3. Fatores de risco
Em uma tentativa de entender as questões multifatoriais do
transtorno, procurou-se explicar, através de teorias, as possíveis
causas de tamanha heterogeneidade. Entre as teorias, foi sugerida a
teoria do Patamar Comum a qual refere, que diferentes fatores são
responsáveis pela determinação de padrões comportamentais, cognitivos e
neurológicos do que chamamos de autismo, ou seja, a sintomatologia do
TEA é o resultado de questões multifatoriais. Desse modo, a teoria
descrita é importante, porque faz uma síntese de outras tantas
tentativas isoladas de explicações e buscas por uma etiologia
única, unificando-as e conseguindo integrá-las (NORTE, 2017).
A idade paterna e materna foi outro fator de risco para diagnóstico de TEA, definido
em estudos onde se percebeu que o aumento de prevalência de TEA estava diretamente
relacionado com a idade parental principalmente em países com mais de 40 anos de
idade (TAMÊGA, 2018).
Outro quesito a ser discutido é o aumento do risco do transtorno para mães que
tiveram diabetes gestacional. Em um estudo multicêntrico de coorte demonstrou-se
que a diabetes gestacional a partir da 26º semana de gravidez aumentou em 42% o
risco para o transtorno (XIANG et al., 2015).
As alterações no desenvolvimento da criança podem ser percebidas pelos pais antes dos 24
meses, porém muitas vezes demoram para buscar ajuda especializada, portanto, os profissionais
da atenção básica têm um papel fundamental na identificação inicial dos sinais e sintomas de
risco para o TEA, sendo que a identificação precoce dos sinais e dos sintomas de risco é
fundamental, pois, quanto antes o tratamento for iniciado, melhores são os
resultados em termos de desenvolvimento cognitivo, linguagem e habilidades
sociais (TAMANAHA, 2013).
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Quadro 1- Marcos mais importantes para a avaliação dos sinais e sintomas de risco para o TEA
Fonte: Protocolo do Estado de São Paulo de Diagnóstico Tratamento e Encaminhamento de Pacientes com Transtorno
do Espectro Autista (TEA), 2013.
4. Diagnóstico clínico
O diagnóstico de TEA é essencialmente clínico, feito a partir das observações da criança,
entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos. Esses critérios têm evoluído
com o passar dos anos.
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Quadro 2- Auxílio à anamnese para diagnóstico de autismo - Um total de seis (ou mais) itens
de (1), (2) e (3), com pelo menos dois de (1), um de (2) e um de (3)
Fonte: Protocolo do Estado de São Paulo de Diagnóstico Tratamento e Encaminhamento de Pacientes com
Transtorno do Espectro Autista (TEA), 2013.
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Algumas questões comportamentais podem nortear os profissionais que atendem na
rede para identificação precoce de características clínicas associadas ao TEA em crianças na
faixa etária de um a três anos que aconteçam de modo frequente indicando a necessidade de uma
avaliação multiprofissional.
O Quadro 3 traz um questionário que será realizado com pais, responsáveis ou cuidadores.
Para avaliar as respostas tipicamente relacionadas a crianças com risco de TEA.
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QUADRO 3- Questões comportamentais frequentes associadas a crianças com TEA de 1 a 3 anos
de idade.
RESPOSTAS
RELACIONADAS
PERGUNTAS AO RISCO DE
TEA
Fonte: Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do espectro do autismo e suas famílias na
rede de atenção psicossocial do sistema único de saúde.
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5. Encaminhamento para tratamento
A Unidade Básica de Saúde é a principal porta de entrada para a atenção de saúde; estas
gerenciarão e acionarão outros pontos de cuidado de diferentes densidades tecnológicas, sendo a
referência para o cuidado integral, considerando que diferentes demandas de saúde devam ser
organizadas na rede, incluindo a atenção psicossocial.
CAPSi
A identificação do TEA pode ser realizada por familiares no acompanhamento diário, Unidades
básicas de saúde por meio do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil ou
instituição educacional, que a partir da identificação podem realizar o encaminhamento para
CAPSi, devendo a criança chegar acompanhado de seu responsável onde será realizado o
acolhimento e posteriormente a avaliação da equipe multiprofissional.
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6. Funcionamento CAPSi - Altamira/PA
Localizado na rua Acesso 03, nº 807, Bairro Independente 1, o CAPSi, atende de segunda a
sexta em horário diurno, de 7:30 às 17:30. Em geral, as atividades desenvolvidas no CAPSi são:
atendimento individual; atendimento de grupo; atendimento familiar; visitas domiciliares e
escolares; atividades de inserção social; oficinas terapêuticas; atividades socioculturais e
esportivas; e atividades externas. Estas são dirigidas para a faixa etária a quem se destina
atender. Assim, por exemplo, as atividades de inserção social
devem privilegiar aquelas relacionadas à escola e/ou
exclusão social.
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6.1. O que o CAPSi visa:
• Prestar atendimento em regime de atenção diária;
• Gerenciar os projetos terapêuticos, oferecendo cuidado clínico eficiente e p
ersonalizado;
• Promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais
que envolvam educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando
estratégias conjuntas de enfrentamento dos problemas.
Quadro 4- Unidades para diagnóstico e acompanhamento terapêutico no município de Altamira: UBS, CAPSi.
CLASSIFICAÇÃO AÇÃO
Devem ser mantidos em tratamento pelas UBS, Equipes de
Estratégia de Saúde da Família (médicos de família,
enfermeiros, dentistas; ações de matriciamento do CAPS
CASOS DE MENOR são importantes para a manutenção dos casos no território.
GRAVIDADE O CAPSi é responsável pelo projeto terapêutico e a
referência em saúde mental para o cuidado ao TEA e,
quando necessário, o CAPSi pode acionar outros pontos da
rede.
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É importante lembrar que, o paciente deve manter vínculo com a UBS do seu
território, que cuidará das demais demandas de saúde do mesmo e poderá auxiliar no
manejo específico de algumas questões que possam influenciar no quadro do TEA, como:
avaliação de possíveis patologias clínicas que podem agravar o comportamento do paciente. A
equipe de saúde que cuida diretamente do tratamento do TEA tem a responsabilidade de,
conforme descrito acima, fazer a orientação da equipe escolar, propiciando melhora na qualidade
da inclusão, proporcionar aos pais e familiares apoio terapêutico e orientação constante quanto
ao paciente, mantendo-os como agentes fundamentais para bom êxito das abordagens,
instrumentalizar pais e cuidadores na ampliação da rede de suporte, articulando as necessidades
de cada um com a rede de apoio social.
Ao que tange às orientações a pais e cuidadores, estes têm papel fundamental quanto à
extensão dos cuidados no contexto familiar, pois em casa, a criança deve continuar sendo
estimulada, a fim de potencializar as intervenções ora recebidas nos serviços de saúde, buscando
vivenciar os resultados de modo mais eficaz. Assim, abordagens atuais de intervenções com
pessoas com TEA incluem sobremaneira a participação familiar nesse processo (FRANCO, 2015).
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7. Tratamento
7.1. Abordagem em equipe com o plano terapêutico singular
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QUADRO 5- Cronograma de atividades terapêuticas de rotina do CAPSi.
DIA DA
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
SEMANA
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Referencial bibliográfico
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática.
Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do espectro do autismo e suas famílias na Rede de
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