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Neurodesenvolvimento:

Transtornos e Síndromes
que influenciam na aprendizagem
AULA 2
Professora
Adriana Silva de Araújo
Vídeo 5
Ex-et
https://www.youtube.com/watch?
v=Tkli780dX6U
Transtornos do
Neurodesenvolvimento

Transtorno do
Déficit de Atenção e
Hiperatividade
Transtornos do
Déficit de Atenção e Hiperatividade
Características

Níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade.

Desatenção e desorganização: incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de


não ouvir e perda de materiais.
Hiperatividade-impulsividade: atividade excessiva, inquietação, incapacidade de
permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar.

Costuma persistir na vida adulta, resultando em prejuízos no funcionamento social,


acadêmico e profissional.

(DSM-5, 2014, p. 32)


Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade
Critérios Diagnósticos

A. Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade


que interfere no funcionamento e no desenvolvimento, conforme caracterizado
a seguir.

B. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estavam presentes


antes dos 12 anos de idade.

C. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estão presentes em dois


ou mais ambientes (p. ex., em casa, na escola, no trabalho; com amigos ou parentes; em
outras atividades).

(DSM-5, 2014, p. 59 e 60)


Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade
Critérios Diagnósticos
D. Há evidências claras de que os sintomas interferem no funcionamento
social, acadêmico ou profissional ou de que reduzem sua qualidade.

E. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou outro


transtorno psicótico e não são mais bem explicados por outro transtorno mental (p. ex.,
transtorno do humor, transtorno de ansiedade, transtorno dissociativo, transtorno da
personalidade, intoxicação ou abstinência de substância).

(DSM-5, 2014, p. 60)


Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade
Critérios Diagnósticos
A. Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que
interfere no funcionamento e no desenvolvimento, conforme caracterizado a seguir.

1. Desatenção: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses
em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo
diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais:

Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio,
hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções.

Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo menos cinco sintomas são
necessários.

(DSM-5, 2014, p. 59)


a. Frequentemente não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no
trabalho ou durante outras atividades (p. ex., negligencia ou deixa passar detalhes, o trabalho é impreciso).
b. Frequentemente tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (p. ex., dificuldade de
manter o foco
durante aulas, conversas ou leituras prolongadas).
c. Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente (p. ex., parece estar com a
cabeça longe, mesmo na ausência de qualquer distração óbvia).
d. Frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares, tarefas ou
deveres no local de trabalho (p. ex., começa as tarefas, mas rapidamente perde o foco e facilmente perde o rumo).
e. Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (p. ex., dificuldade em gerenciar tarefas
sequenciais; dificuldade em manter materiais e objetos pessoais em ordem; trabalho desorganizado e desleixado;
mau gerenciamento do tempo; dificuldade em cumprir prazos).
f. Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado (p.
ex., trabalhos escolares ou lições de casa; para adolescentes mais velhos e adultos, preparo de relatórios,
preenchimento de formulários, revisão de trabalhos longos).
g. Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (p. ex., materiais escolares, lápis, livros,
instrumentos, carteiras, chaves, documentos, óculos, celular).
h. Com frequência é facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes mais velhos e adultos, pode
incluir pensamentos não relacionados).
i. Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas (p. ex., realizar tarefas, obrigações; para
adolescentes mais velhos e adultos, retornar ligações, pagar contas, manter horários agendados).
Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade
Critérios Diagnósticos
A. Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que
interfere no funcionamento e no desenvolvimento, conforme caracterizado a seguir.

2. Hiperatividade e impulsividade: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos
seis meses em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo
diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais.

Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio, hostilidade
ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções.

Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo menos cinco sintomas são
necessários.

(DSM-5, 2014, p. 60)


a. Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira.
b. Frequentemente levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado (p.
ex., sai do seu lugar em sala de aula, no escritório ou em outro local de trabalho ou em outras
situações que exijam que se permaneça em um mesmo lugar).
c. Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado. (Nota: Em
adolescentes ou adultos, pode se limitar a sensações de inquietude.)
d. Com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente.
e. Com frequência “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado” (p. ex., não
consegue ou se sente desconfortável em ficar parado por muito tempo, como em restaurantes,
reuniões; outros podem ver o indivíduo como inquieto ou difícil de acompanhar).
f. Frequentemente fala demais.
g. Frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída (p. ex.,
termina frases dos outros, não consegue aguardar a vez de falar).
h. Frequentemente tem dificuldade para esperar a sua vez (p. ex., aguardar em uma fila).
i. Frequentemente interrompe ou se intromete (p. ex., mete-se nas conversas, jogos ou atividades;
pode começar a usar as coisas de outras pessoas sem pedir ou receber permissão; para
adolescentes e adultos, pode intrometer-se em ou assumir o controle sobre o que outros estão
fazendo).
Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade
Critérios Diagnósticos – Subtipos

314.01 (F90.2) Apresentação combinada:


Se tanto o Critério A1 (desatenção) quanto o Critério A2 (hiperatividade-
impulsividade) são preenchidos nos últimos 6 meses.

314.00 (F90.0) Apresentação predominantemente desatenta:


Se o Critério A1 (desatenção) é preenchido, mas o Critério A2 (hiperatividade-impulsividade) não é
preenchido nos últimos 6 meses.

314.01 (F90.1) Apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva:


Se o Critério A2 (hiperatividade-impulsividade) é preenchido, e o Critério A1 (desatenção) não é
preenchido nos últimos 6 meses.

(DSM-5, 2014, p. 60)


Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade
Critérios Diagnósticos – Gravidade

Leve: Poucos sintomas, se algum, estão presentes além daqueles necessários


para fazer o diagnóstico, e os sintomas resultam em não mais do que pequenos
prejuízos no funcionamento social ou profissional.

Moderada: Sintomas ou prejuízo funcional entre “leve” e “grave” estão presentes.

Grave: Muitos sintomas além daqueles necessários para fazer o diagnóstico estão presentes,
ou vários sintomas particularmente graves estão presentes, ou os sintomas podem resultar
em prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional.

(DSM-5, 2014, p. 60)


Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade

Prevalência:

Levantamentos populacionais sugerem que o TDAH


ocorre na maioria das culturas em cerca de:

- 5% das crianças
- 2,5% dos adultos

(DSM-5, 2014, p. 61)


Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade

Prevalência:
Mais frequente no sexo masculino do que no feminino na população em geral,
com uma proporção de cerca de 2:1 nas crianças e de 1,6:1 nos adultos.

Há maior probabilidade de pessoas do sexo feminino se apresentarem


primariamente com características de desatenção na comparação com as do
sexo masculino.

(DSM-5, 2014, p. 63)


https://www.psicoedu.com.br/search?q=TDAH
Vídeo 9
TDAH e ritalina

https://www.youtube.com/watch?v=zl02W9W
sbD4&t=71s
Dificuldades e
Transtornos de
Aprendizagem
Dificuldades
de Aprendizagem
Causas Primárias
Causas Secundárias
Dificuldades
de Aprendizagem
Causas Primárias
(Transtornos de Aprendizagem)

Causas Secundárias
(Dificuldades de Aprendizagem)
Dificuldades de Aprendizagem
Causas Primárias e Secundárias

O número assustador de fracasso escolar denunciado em


importantes trabalhos em vários países tem feito com que
todos os especialistas interessados nesse tema, [...]
dediquem-se ao estudo das dificuldades para a
aprendizagem.

A identificação precoce dos problemas envolvidos é capaz


de agilizar corretamente o atendimento em cada caso.

(ROTTA, 2016, p. 97)


Dificuldades de Aprendizagem
Causas Primárias e Secundárias

O ato de aprender é um ato de plasticidade


cerebral, modulado por fatores intrínsecos
(genéticos) e extrínsecos (experiência).

Dificuldades para a aprendizagem são resultado


de alguma falha intrínseca ou extrínseca desse
processo, ou de ambas.

(ROTTA, 2016, p. 97)


Dificuldades de Aprendizagem
Causas Primárias e Secundárias

... a aprendizagem se passa no SNC; no


entanto, nem sempre ele é o
responsável real pelo fracasso escolar.

(ROTTA, 2016, p. 98)


Dificuldades de Aprendizagem
Causas Primárias e Secundárias
Causas primárias , entre elas dislexias, discalculias,
dispraxias, etc... têm importante papel na gênese dessas
dificuldades.

NÃO são as únicas

Causas não primárias como problemas físicos,


socioeconômicos e pedagógicos interferem na
capacidade da criança aprender.

(ROTTA, 2016, p. 98)


Dificuldades de Aprendizagem
Causas Primárias e Secundárias

PREVALÊNCIA
Importante problema social estimado entre 15 e 20%
no primeiro ano. Considerando estatísticas em vários
países, sabe-se que é capaz de chegar a 50% dos escolares
nos seis primeiros anos de escolaridade.

Calamidade pública, atingindo um ser em desenvolvimento, nem sempre


maduro nos aspectos neurológicos e emocionais para passar por uma situação
de tal gravidade.

(ROTTA, 2016, p. 98)


Dificuldades
de Aprendizagem
Causas Secundárias
Dificuldades de Aprendizagem
Causas Secundárias
Dificuldades para a aprendizagem é um termo
genérico que abrange um grupo heterogêneo de
problemas capazes de alterar as possibilidades
de a criança aprender, independentemente de
suas condições neurológicas para fazê-lo.

(ROTTA, 2016, p. 97)


Dificuldades de Aprendizagem
Causas Secundárias

Um cérebro com estrutura preservada, com condições


funcionais e neuroquímicas corretas e com um elenco
genético adequado não significa 100% de garantia de
aprendizado.

Pelo contrário, muitos estudiosos têm tido a


preocupação, há mais de um século, de mostrar as
situações extra SNC que interferem na aprendizagem.

(ROTTA, 2016, p. 94)


Dificuldades de Aprendizagem
Causas Secundárias

Paín, em 1973, comentou que, para o estabelecimento


da situação de aprendizagem, é necessário que se
encontrem situações adequadas internas e externas.

 Internas: condições do próprio corpo, integridade


anátomo-funcional global e cognitiva.
 Externas: estímulos.

(ROTTA, 2016, p. 96)


Dificuldades de Aprendizagem
Causas Secundárias

Os fatores envolvidos nas dificuldades para a


aprendizagem podem ser divididos em fatores
relacionados com:

 escola;
 família;
 criança. (ROTTA, 2016, p. 99 e 100)
(Giffoni e Moura-Ribeiro in Ciasca, 2015, p.162).
Dificuldades de Aprendizagem
Causas Secundárias
• Fatores relacionados com a escola: • Fatores relacionados
com a criança:
 Condições físicas da sala de aula;
 Condições pedagógicas (material);  Dificuldades visuais;
 Condições do corpo docente  Doenças crônicas;
(professor).  Potencialidades
diferentes;
• Fatores relacionados com a família:  Situações
psicológicas.
 Escolaridade dos pais;
 Hábitos de leitura;
 Condições socioeconômicas;
 Desagregação familiar.
(ROTTA, 2016, p. 99 e 100)
Dificuldades de Aprendizagem
Causas Secundárias
Foi realizado, no Rio Grande do Sul, um estudo de caso
-controle que comparou crianças com bom rendimento
escolar e com dificuldades para a alfabetização.

Observou-se entre os dois grupos, diferenças:


- neurológicas, intelectuais, afetivas e sociais

Aqueles que puderam ter seus problemas resolvidos apresentaram um


desempenho significativamente melhor até o final do acompanhamento.

(ROTTA, 2016, p. 97)


Dificuldades
de Aprendizagem
De Causas Primárias

Transtornos de Aprendizagem
Dificuldades de Aprendizagem
Causas primárias
(É um Transtorno do Neurodesenvolvimento – DSM-V)

A expressão transtornos da aprendizagem


deve ser reservada para aquelas
dificuldades primárias ou específicas, que
são resultado de alterações do SNC e que
constituem os transtornos capazes de
comprometer o desenvolvimento.

(ROTTA, 2016, p. 98)


Dificuldades
de Aprendizagem
De Causas Primárias

Transtornos de Aprendizagem
Transtornos de Aprendizagem
(É uma Dificuldades de Aprendizagem de Causas Primárias)
(É um Transtorno do Neurodesenvolvimento – DSM-V)

A expressão transtornos da aprendizagem deve ser


reservada para aquelas dificuldades primárias ou
específicas, que são resultado de alterações do SNC e
que constituem os transtornos capazes de comprometer
o desenvolvimento.

(ROTTA, 2016, p. 98)


Transtornos de Aprendizagem
(É uma Dificuldades de Aprendizagem de Causas Primárias)
(É um Transtorno do Neurodesenvolvimento – DSM-V)

... provocam uma série de perturbações no processo de


aprendizado da criança, interferindo no processo de
aquisição e manutenção de informações de uma forma
acentuada.

(LYGIA OHLWEILER in ROTTA,


2016, p. 107)
Transtornos de Aprendizagem
(É uma Dificuldades de Aprendizagem de Causas Primárias)
(É um Transtorno do Neurodesenvolvimento – DSM-V)

Inabilidade específica, como de leitura, escrita ou


matemática, em indivíduos que apresentam
resultados significativamente abaixo do esperado
para seu nível de desenvolvimento, escolaridade e
capacidade intelectual.

(LYGIA OHLWEILER in
ROTTA, 2016, p. 108).
Transtornos de Aprendizagem
(É uma Dificuldades de Aprendizagem de Causas Primárias)
(É um Transtorno do Neurodesenvolvimento – DSM-V)

Pode ser suspeitado naquela criança que apresenta algumas


características como:

 Inteligência adequada;
 Ausência de alterações motoras ou sensoriais;
 Bom ajuste emocional;
 Nível socioeconômico e cultural aceitável.

(LYGIA OHLWEILER in
ROTTA, 2016, p. 108).
Transtornos de Aprendizagem
(É uma Dificuldades de Aprendizagem de Causas Primárias)
(É um Transtorno do Neurodesenvolvimento – DSM-V)

Os padrões de aquisição de habilidades estão


perturbados desde os estágios iniciais do
desenvolvimento, ou seja, não são adquiridos em
decorrência de falta de estimulação adequada ou de
qualquer forma de traumatismo ou doença cerebral.

(LYGIA OHLWEILER in
ROTTA, 2016, p. 108 e 109).
Transtornos de Aprendizagem
(É uma Dificuldades de Aprendizagem de Causas Primárias)
(É um Transtorno do Neurodesenvolvimento – DSM-V)

A etiologia ainda não está bem


esclarecida. Acredita-se na origem a
partir de distúrbios na interligação de
informações em várias regiões do
cérebro.

(LYGIA OHLWEILER in
ROTTA, 2016, p. 108 e 109).
Transtornos de Aprendizagem
(É uma Dificuldades de Aprendizagem de Causas Primárias)
(É um Transtorno do Neurodesenvolvimento – DSM-V)

São total ou parcialmente irreversíveis, levando-se à


suposição de fatores biológicos para a etiologia.

Qualquer fator que possa alterar o desenvolvimento


cerebral do feto facilita o surgimento de um quadro
de transtorno da aprendizagem

(LYGIA OHLWEILER in
ROTTA, 2016, p. 108 e 109).
Transtornos de Aprendizagem
(É uma Dificuldades de Aprendizagem de Causas Primárias)
(É um Transtorno do Neurodesenvolvimento – DSM-V)

Etiologia multifatorial: imaturidade, disfunções


cerebrais, fatores hereditários e ou disfunções químicas.

Caracterizados por:
- Dificuldades intrínsecas do indivíduo
- Disfunção do SNC (Sistema Nervoso Central)
- Persiste por toda a vida

(Giffoni e Moura-Ribeiro in
Ciasca, 2015, p. 163)
Transtornos de Aprendizagem
(É uma Dificuldades de Aprendizagem de Causas Primárias)
(É um Transtorno do Neurodesenvolvimento – DSM-V)

Representam 5% de toda a população de


escolas públicas e particulares.

O fator socioeconômico não impede o


indivíduo de ter transtornos de aprendizagem.

(Ciasca, 2015, p. 209)


Transtornos de Aprendizagem
(É uma Dificuldades de Aprendizagem de Causas Primárias)
(É um Transtorno do Neurodesenvolvimento – DSM-V)

Excluem causas como: deficiência intelectual,


distúrbio emocional, diferenças culturais e
falhas no desenvolvimento, focando apenas a
noção de discrepância entre a atividade
acadêmica e sua aparente capacidade de
aprender.

(Snowling e Hulme, 2012


apud Ciasca, 2015, p.
209).
Transtornos de Aprendizagem
(É uma Dificuldades de Aprendizagem de Causas Primárias)
(É um Transtorno do Neurodesenvolvimento – DSM-V)

Segundo o National Joint Committee of Learning


Disabilities (1988):

Pessoas com transtornos de aprendizagem


apresentam
inteligência dentro ou acima da média.

(Giffoni e Moura-Ribeiro in
Ciasca, 2015, p. 163)
Vídeo 2
Dicas para saber a diferença entre
dificuldades e transtornos de
aprendizagem.

https://www.youtube.com/watch?v=Ej78fb_DTGY
Transtornos do
Neurodesenvolvimento
Transtornos Específicos da
Aprendizagem
Transtornos Específicos da Aprendizagem
Características

Déficits específicos na capacidade individual para perceber ou


processar informações com eficiência e precisão.

Manifesta-se durante os anos de escolaridade como dificuldades


persistentes e prejudiciais nas habilidades básicas acadêmicas de
leitura, escrita e/ou matemática.

(DSM-5, 2014, p. 32)


Transtornos Específicos da Aprendizagem
Características

O desempenho individual nas habilidades acadêmicas afetadas está


bastante abaixo da média para a idade, ou níveis de desempenho
aceitáveis são atingidos somente com esforço extraordinário.

Pode ocorrer em pessoas identificadas como apresentando altas


habilidades Intelectuais.

(DSM-5, 2014, p. 32)


Transtornos Específicos da Aprendizagem
Critérios Diagnósticos
A. Dificuldades na aprendizagem e no uso de habilidades acadêmicas, confor-
me indicado pela presença de ao menos um dos sintomas a seguir que tenha
persistido por pelo menos 6 meses, apesar da provisão de intervenções
dirigidas a essas dificuldades:
1. Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço.
2. Dificuldade para compreender o sentido do que é lido.
3. Dificuldades para ortografar (ou escrever ortograficamente).
4. Dificuldades com a expressão escrita (p. ex., organização inadequada de parágrafos;
expressão escrita das ideias sem clareza).
5. Dificuldades para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou cálculo.
6. Dificuldades no raciocínio (solucionar problemas quantitativos).

(DSM-5, 2014, p. 66)


Transtornos Específicos da Aprendizagem
Critérios Diagnósticos

B. As habilidades acadêmicas afetadas estão substancial e


quantitativamente abaixo do esperado para a idade cronológica do
indivíduo, causando interferência significativa no desempenho
acadêmico ou profissional ou nas atividades cotidianas, confirmada
por [...] avaliação clínica abrangente.

(DSM-5, 2014, p. 66 e 67)


Transtornos Específicos da Aprendizagem
Critérios Diagnósticos

C. As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante os anos escolares.

D. As dificuldades de aprendizagem não podem ser explicadas por deficiências


intelectuais, acuidade visual ou auditiva não corrigida, outros transtornos
mentais ou neurológicos, adversidade psicossocial, falta de proficiência na
língua de instrução acadêmica ou instrução educacional inadequada.

(DSM-5, 2014, p. 67)


Transtornos Específicos da Aprendizagem
Critérios Diagnósticos

315.00 (F81.0) Com prejuízo na leitura:


- Precisão na leitura de palavras
- Velocidade ou fluência da leitura
- Compreensão da leitura

Nota: Dislexia é um termo alternativo usado em referência a um padrão de dificuldades de


aprendizagem caracterizado por problemas no reconhecimento preciso ou fluente de
palavras, problemas de decodificação e dificuldades de ortografia.

(DSM-5, 2014, p. 67)


Transtornos Específicos da Aprendizagem
Critérios Diagnósticos

315.2 (F81.81) Com prejuízo na expressão escrita:


- Precisão na ortografia
- Precisão na gramática e na pontuação
- Clareza ou organização da expressão escrita

(DSM-5, 2014, p. 67)


Transtornos Específicos da Aprendizagem
Critérios Diagnósticos

315.1 (F81.2) Com prejuízo na matemática:


-Senso numérico
- Memorização de fatos aritméticos
- Precisão ou fluência de cálculo
- Precisão no raciocínio matemático

Nota: Discalculia é um termo alternativo usado em referência a um padrão de dificuldades


caracterizado por problemas no processamento de informações numéricas, aprendizagem
de fatos aritméticos e realização de cálculos precisos ou fluentes.

(DSM-5, 2014, p. 67)


Transtornos Específicos da Aprendizagem
Critérios Diagnósticos – Gravidade

Leve: Alguma dificuldade em aprender habilidades em um ou dois domínios


acadêmicos, mas com gravidade suficientemente leve que permita ao indiví-
duo ser capaz de compensar ou funcionar bem quando lhe são propiciados adaptações ou
serviços de apoio adequados, especialmente durante os anos escolares.

Moderada: Dificuldades acentuadas em aprender habilidades em um ou mais domínios


acadêmicos, de modo que é improvável que o indivíduo se torne proficiente sem alguns
intervalos de ensino intensivo e especializado durante os anos escolares. Algumas
adaptações ou serviços de apoio por pelo menos parte do dia na escola, no trabalho ou em
casa podem ser necessários para completar as atividades de forma precisa e eficiente.

(DSM-5, 2014, p. 67)


Transtornos Específicos da Aprendizagem
Critérios Diagnósticos – Gravidade

Grave: Dificuldades graves em aprender habilidades afetando vários


domínios acadêmicos, de modo que é improvável que o indivíduo
aprenda essas habilidades sem um ensino individualizado e especializado
contínuo durante a maior parte dos anos escolares. Mesmo com um
conjunto de adaptações ou serviços de apoio adequados em casa, na
escola ou no trabalho, o indivíduo pode não ser capaz de completar todas
as atividades de forma eficiente.

(DSM-5, 2014, p. 67 e 68)


Transtornos Específicos da Aprendizagem
Critérios Diagnósticos

Não são atribuíveis a deficiências intelectuais, a atraso global do


desenvolvimento, a deficiências auditivas ou visuais, ou a problemas
neurológicos ou motores.

Afeta a aprendizagem em indivíduos que demonstram


níveis normais de funcionamento intelectual,
as incapacidades de aprendizagem específicas não são parte de uma dificuldade de
aprendizagem mais genérica, como a que ocorre na deficiência intelectual.

(DSM-5, 2014, p. 69)


Transtornos Específicos da Aprendizagem

Prevalência
A prevalência do transtorno específico da aprendizagem nos domínios
acadêmicos da leitura, escrita e matemática é de 5 a 15% entre crianças em idade
escolar, em diferentes idiomas e culturas.

Nos adultos, a prevalência é desconhecida, mas parece ser de aproximadamente 4%.

É mais comum no sexo masculino do que no feminino (as proporções variam de cerca de
2:1 a 3:1), não podendo ser atribuído a fatores como viés de recrutamento, variação em
definições ou medidas, linguagem, raça ou nível socioeconômico.

(DSM-5, 2014, p. 70)


Transtornos de Aprendizagem

Tema inter e multidisciplinar.

Para correta avaliação e intervenção, precisa de vários


profissionais e mescla em seu conteúdo áreas da saúde, educação,
assistência social, entre outras.

As professoras e professores, sozinhos em sala de aula, não


conseguem identificar corretamente [nem resolver] tal transtorno.

Requerem equipe de diagnóstico especializada, além de trabalhos


de intervenção e remediação.

(Ciasca, 2015, p. 213)


Transtornos de Aprendizagem

DISLEXIA

Falha no processamento da habilidade da leitura e da escrita


durante o desenvolvimento (Ciasca, 2015, p. 213).

Dificuldade de traduzir sons em símbolos gráficos e


compreender qualquer material escrito (Ciasca, 2015, p. 213).

É o mais incidente dos transtornos específicos, 5 a 10% da


população com transtorno de aprendizagem.

(Ciasca, 2015, p. 213)


Transtornos de Aprendizagem

DISLEXIA

Três grupos:

- visual (mediada pelo lóbulo occipital),


- fonológica (mediada pelo lóbulo temporal)
- mista (com envolvimento de áreas frontais, temporais,
pré-frontais, occipitais).

(Ciasca, 2015, p. 213)


Transtornos de Aprendizagem

Discalculia
Dificuldade relacionada à aquisição na capacidade e
habilidade de lidar com conceitos e símbolos
matemáticos, reconhecimento numérico e
raciocínio matemático.

Atinge de 3 a 6% da população com transtornos de


aprendizagem.

(Ciasca, 2015, p. 213)


Dislexia

“No momento, é incontestável que o cérebro de certos


disléxicos não é exatamente igual ao de outros; vários
genes de suscetibilidade à dislexia forma identificados, a
maior parte altera a migração dos neurônios antes mesmo
do nascimento e tal fato poderia explicar as anomalias
anatômicas e funcionais que mostra o cérebro das crianças
disléxicas.”
Entrevista em Francês (Pronúncia do nome):
https://www.youtube.com/watch?v=h8DObj59Sjw

(DEHAENE, 2012, p. 17)


Dislexia

“Na maioria dos casos, a dislexia está associada a um


déficit na manipulação dos fonemas. O cérebro das
crianças disléxicas apresenta várias anomalias
características: a anatomia do lobo temporal está
desorganizada, sua conectividade está alterada, sua
ativação no curso da leitura é insuficiente. Um forte
componente genético está implicado e quatro genes de
suscetibilidade foram identificados. Suspeita-se de que
eles afetam o posicionamento dos neurônios do córtex
temporal no transcurso da gravidez.”

(DEHAENE, 2012, p. 253)


Dislexia

“A hipótese segundo a qual o cérebro das crianças


disléxicas sofre de uma dupla fragilidade, onde
confluem as vias de reconhecimento visual
invariante e o tratamento fonológico da língua
falada, me parece, pois, particularmente plausível.
[...] a imagem cerebral sustém a hipótese de que é
neste nível, na representação das conexões do lobo
temporal, que se situa com frequência o nó do
problema”

(DEHAENE, 2012, p. 260)


Vídeo 3
Dislexia e Discalculia: Quando
palavras e números são um
desafio

https://www.youtube.com/watch?v=jWynT9kh
zLo
Transtornos do
Neurodesenvolvimento
Transtornos Específicos da
Aprendizagem
MATERIAL COMPLEMENTAR
http://cienciaparaeducacao.org/
http://cienciaparaeducacao.org/
http://cienciaparaeducacao.org/
http://cienciaparaeducacao.org/
http://cienciaparaeducacao.org/
Vídeo
Pedro Cardoso conta de sua
experiência com a dislexia e
tratamentos na infância.

https://www.facebook.com/
watch/?v=812807952222509
Vídeo
Depoimento do ator Pedro
Cardoso. Semana da Dislexia.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CIASCA S. M.; RODRIGUES S. D.; AZONI C. A. S.; LIMA R. F.; Transtornos de Aprendizagem: Neurociência e
Interdisciplinaridade. São Paulo: Book Toy, 2015.

DEHAENE, S. Os neurônios da leitura: como a ciência explica a nossa capacidade de ler. Porto Alegre: Penso,
2012.

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

ROTTA, OHLWEILER e RIESGO. Transtornos da Aprendizagem: Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. 2.


ed. Porto Alegre: Artmed, 2016

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