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FUNDAMENTOS DA PRÁTICA

DE ATENÇÃO E MEMÓRIA

Prof.ª ANA PAULA OLIVEIRA DA SILVA DIATCHUK

apdiatchuk@hotmail.com
Contato watts- 11 996760226
Tipos de Memórias

Longo Prazo Curto Prazo

Explícita Implícita Sensorial Trabalho

Eriksson, Vogel, Lansner, Bergström & Nyberg, 2015).


Etapas- Como se forma a Memória

+a) Aquisição: estímulos sensoriais


+b) Memória a Curto Prazo ou
Imediata
+c)Armazenamento-Consolidação:
transferência para áreas da MLP -
estocagem mnésica – Manipulação
da informação (memória de trabalho)
+d) Evocação ( recuperação memória
de longo prazo)
Como as emoções (SISTEMA LÍMBICO) atuam junto ao
processamento da memória e das aprendizagens
Áreas cerebrais que estão envolvidas com o processamento de emoções como
o estresse, a raiva , ansiedade, o medo elas tem ligações diretas com áreas que
fazem a modulação da nossa memória (amidagla) e hipocampo
LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA
E FUNCIONAL
AS MEMÓRIAS;

- ÁREA PRÉ FRONTAL –


MEMÓRIA DE TRABALHO E
ATENÇÃO SELETIVA +
FUNÇÕES EXECUTIVAS

- HIPOCAMPO – SISTEMA
LÍMBICO – MEMÓRIA DE
LONGO PRAZO
MEMÓRIA DE TRABALHO / OU
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
MEMÓRIA OPERACIONAL
 Retém de forma definitiva a informação,
A memória de trabalho é um
componente cognitivo ligado à memória
permitindo sua recuperação ou evocação.
que permite o armazenamento
temporário de informações com
 Nela estão contidos todos os nossos dados
capacidade limitada.
autobiográficos
e todo nosso conhecimento.
 Sua capacidade é praticamente ilimitada.
Todos nós utilizamos a memória de
trabalho em todos os tipos de  Está intimamente relacionada com a memória a
atividades e tarefas diárias.
curto
prazo, já que os elementos que são armazenados
por um curto período de tempo podem se
Quando calculamos a conta do
supermercado, quando fazemos converter em
anotações e criamos lembretes, quando
conversamos, quando fazemos lembrança a longo prazo através do processo de
anotações, estamos usando a nossa
memória de trabalho.
ensaio e associação significativa
Memória de Longo Prazo- MLP
Como a Memória de Curto Prazo se torna Memória de Longo Prazo ?
 Rever, retomar ou relembrar informações, repetidas vezes e de formas
diferenciadas de maneira significativa cria mudanças estruturais no cérebro.
 PARA OCORRER o fortalecimento de sinapses ampliando as redes neurais, é
necessário criar e estabelecer associações positivas e fortes para proporcionar
sinapses de longa duração, para formar memórias de longo prazo.
 O disparo repetido de um grupo de neurônios torna mais provável que eles repitam
esse disparo novamente no futuro.
 Ambiente favorecedor e associação positivas com o contexto de vida do
aluno/paciente
 Repetir, retomar e se ter uma rotina ao “estudar” potencializa as informações ao
armazenamento definitivo(MLP) – e o processo de recuperação e evocação mais
efetiva desta memória

MCP MLP
Intervenção
Neuropsicopedagógica

O que é intervir ?

Para quê intervir?


Intervenção
Neuropsicopedagógic
a

“Se uma pessoa não pode


aprender da maneira que
é
ensinada, é melhor
ensiná-la da
maneira que pode
aprender”.

Marion Welch Mann


Reflexão

POR QUE AS CRIANÇAS COMO AS CRIANÇAS APRENDEM?


NÃO APRENDEM?

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“Cérebro ótimo em ambiente desfavorável pode apresentar dificuldade para aprender”

(Leonor Guerra)
INTERVENÇÃO
 É facilitadora, estabelece pontes e ajuda
com andaimes que devem ser
progressivamente retiradas para facilitar a
autonomia.

 Não só parte das necessidades


apresentadas pelas pessoas com
dificuldades de aprendizagem e por suas
famílias, como também das necessidades
que , em relação a isso, manifestam as
pessoas do meio em que participam ou
com quem interagem.

(Sanchez, 2014)
INTERVENÇÃO
NEUROPSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA OU INSTITUCIONAL

Através da intervenção promover a reintegração


pessoal, social e acadêmica do seu paciente,
potencializando as funções devidas de acordo
com as causas das suas dificuldades.
Sobre e manejo de comportamento em sala de
aula

As intervenções em contexto escolar devem levar em conta a


compreensão do professor sobre as contingencias ambientais que
aumentam a frequência de desatenção, hiperatividade e impulsividade.

Araujo et all, 2015 (in: Dias e Mecca, 2015)


PADRÃO COMPORTAMENTO
a. Desviar o olhar do professor durante a explicação;
b. Desviar o olhar do caderno quando se espera que
execute uma tarefa;
c. Deixar de responder quando perguntado;
DESATENÇÃO d. Envolver-se em eventos alheios às atividades em
sala;
e. Ultrapassar o tempo estabelecido para concluir
tarefas;
f. Demorar a iniciar tarefas escolares;
g. Perder coisas

a. Mexer-se excessivamente;
HIPERATIVIDADE b. Agitar mãos e pés excessivamente;
c. Andar ou correr pela sala;

a. Ter dificuldade em aguardar sua vez;


IMPULSIVIDADE b. Falar sem ser solicitado;
c. Interromper outras falas.

Dias e Mecca, 2015


ESTUDAR DO DSM-5
• Transtornos do Neurodesenvolvimento
• Transtornos específicos da aprendizagem

ESTUDAR dos TRANSTORNOS E


SÍNDROMES
- sinais/sintomas
- as perdas cognitivas e alterações das
funções executivas
- alterações comportamentais

1
7
Transtornos
O que do Neurodesenvolvimento
caracteriza os Transtornos do Por

Os Transtornos do Neurodesenvolvimento
são um grupo de condições com possíveis
prejuízos a nível neurobiológico que surgem
no início do período do desenvolvimento (na
infância) e que se manifestam bem cedo,
geralmente antes da criança ingressar na
escola.
DSM-5 p.31, 2014

Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações


muito específicas na aprendizagem ou no controle de
funções executivas (por exemplo: planejamento e execução
de atividades, incluindo iniciação de tarefas, memória de
trabalho, atenção sustentada) até prejuízos globais em
habilidades sociais ou inteligência. (DSM- 5 p.31, 2014)
Orientações para sala de aula
• Colocar lembretes, dicas e sugestões em locais acessíveis e ajudar a criança a
fazer lista de atividades diárias para aula e para casa
• Solicitar atividades de modo direto, objetivo, dividindo as tarefas em execuções
curtas;
• Fracionar os exercícios e as atividades com reforço de instrução entre elas;
• O professor pode também intercalar atividade que sejam potencialmente menos
atrativas com atividades mais atrativas, visando manter o nível de interesse do
aluno no decorrer da aula.
• Uso de atividades com alto grau de motivação que renovem o interesse do aluno
• Usar de reforço positivo -Aumentar frequência de elogios e aprovação quando
tarefas e comportamento que foram realizados adequadamente.
Dias e Mecca, 2015
Como intervir?

Atividades que estimulem as habilidades executivas


 Autorregulação
 Atenção seletiva
 Memória de trabalho
 Flexibilidade cognitiva
 Planejamento
 LEITURA E ESCRITA
 MATEMÁTICA

-
Piafex
Piafex

Programa de Intervenção em Autorregulação e FE

Conjunto de atividades para estimular o engajamento e o


desenvolvimento das FE =autorregulação

Pré –escolares e início do Ensino


Fundamental
Instrumento de Intervenção
- protocolo mínimo –
ATENÇÃO E MEMÓRIA
Manual Papaterra

 Autora: Fernanda Papaterra.

 Público-alvo: 8 a 100 anos.

 Objetivo: trabalhar as habilidades de memória,


atenção, criatividade, compreensão, expressão
e raciocínio lógico.

 Composição:
 11 volumes.
Está ligado à capacidade da criança manter-se atenta
CONTROLE INIBITÓRIO e não agir impulsivamente, mudando de foco.
Como estimulamos?
Instrumento de Intervenção
- protocolo mínimo -

Pay Attention!
Programa de Intervenção dos
Processos Atencionais para
Crianças
Aplicação

O processo de aplicação segue a organização


hierárquica dos níveis de atenção: das tarefas de
atenção sustentada, passando para atenção
seletiva, alternada e dividida, bem como o aumento
crescente de dificuldade das tarefas e seguidas as
normas de interrupção e repetição de tarefas na
tomada de linha de base e treinamento contidas no
instrumento original.
Os materiais do Pay Attention!:

Manual;
Conjunto de estímulos visuais ( 2 baralhos e 3
figuras);
Pen-drive (com mídias de áudio);
Campainha;
Caneta; Apagador.
Pay Attention! - Programa de Intervenção dos Processos
Atencionais para Crianças (Coleção) – 4 a 14 Anos

Manual, estímulos de aplicação, mídias de áudio,


campainha, caneta, apagador
e cronômetro* (*não incluso no kit).
A reabilitação cognitiva tem uma serie de definições, mas pode ser
entendida como um conjunto de
atividades terapêuticas sistemáticas, funcionalmente orientadas, que
pretendem melhorar o funcionamento cognitivo. Isso é
INTERVENÇÂO!

O programa inclui atividades adequadas para a reabilitação dos


problemas de processamento de atenção de crianças. Os
materiais são projetados para remediar dificuldades em
habilidades de atenção sustentada, seletiva, alternada,
dividida, auditiva e visual.
INTERVENÇÃO FUNÇÕES ATENÇÃO E
FUNCIONAMENTO EXECUTIVO
Jogos de estratégias
 Manual Papaterra
Instrumento de Intervenção
FUNÇÕES EXECUTIVAS
 Manual Papaterra
 Autora: Fernanda Papaterra.

 Público-alvo: 8 a 100 anos.

 Objetivo: trabalhar as habilidades de


memória, atenção, criatividade, compreensão,
expressão e raciocínio lógico.

 Composição:
 11 volumes.
F IO
DESA

Quais destes brinquedos


podemos usar para avaliar
qualitativamente a
ATENÇÃO
INTERVENÇÃO FUNÇÕES ATENÇÃO E
FUNCIONAMENTO EXECUTIVO
Jogos de estratégias
Jogo das Cores

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INTERVENÇÃO EM MEMÓRIA

• Genius também é conhecido como


Simon, cujo objetivo é acompanhar e
repetir sem errar a sequência de luzes e
sons durante o tempo estabelecido...

• (http://www.jogos360.com.br/simon.html )
Instrumento de Intervenção
- protocolo mínimo -

Cadê ?
Achados e Perdidos
 Editora: IDEA.

 Público-alvo: a partir de 7 anos.

 Objetivo: trabalhar as habilidades de atenção, memória e


percepção.

 Composição:
 54 cartas (6 níveis de dificuldade);
 número de participantes: de 2 a 4 jogadores.
Instrumentos de Intervenção

 Torre de Hanói
 Ensino Fundamental.
 Estimular funções executivas, motivação e inteligência
lógico-matemática.
TORRE DE
HANOI
O objetivo deste jogo consiste em deslocar todos
os discos da haste onde se encontram para uma
haste diferente, respeitando as seguintes regras:
deslocar um disco de cada vez, o qual deverá ser
o do topo de uma das três hastes; cada disco
nunca poderá ser colocado sobre outro de
diâmetro mais pequeno.
O famoso jogo da Torre de Hanói é um "quebra-
cabeça" que consiste em uma base contendo
três pinos, em um dos quais são dispostos alguns
discos uns sobre os outros, em ordem crescente
de diâmetro, de cima para baixo.
Objetivo: mover todos os discos para o pino da
direita.
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Observação qualitativa sequência lógica
de Histórias
Qualitativo
Indicadores: planejamento,
Organização da ação, Metacognição.

Avalia: Comportamento encoberto, envolvendo auto-instrução, definição de regras, orientação


a partir das regras definidas, raciocínio moral e reflexão. Habilidade de se auto-observar,
identificando como você resolve resolve um problema (ex: como estou indo? Como resolvi o
problema?)..

CPF: dificuldade para seguir a sequência lógica dos fatos

Sujeitos típicos: Ativação do CPF


LABIRINTO Qualitativo
Indicadores: Tempo de planejamento,
numero de tentativas. Habilidade de resistir a uma forte
tendência a realizar algo (Diamond et al, 2007). Habilidade de se
auto-observar, identificando como você resolve, um problema
(ex: como estou indo? Como resolvi o problema?).

Avalia: Capacidade de planejamento, Memória


operacional, Controle inibitório, Metacognição.

Lesionados CPF: Maior tentativa

Sujeitos normais: Ativação do CPF


INTERVENÇÃO MEMÓRIA DE
TRABALHO E PLANEJAMENTO
ORGANIZAÇÃO TEMPORAL

 Organizar o calendário da escola;

 Uso de agenda;

 Compor a árvore genealógica.

 Colocar imagens na sequência dos fatos.

 Contar o que já fez ontem, hoje e o que pretende


fazer amanhã;
Instrumentos de Intervenção

Jenga

 A partir da Educação Infantil.


 Reconhecimento de turno minha vez e
sua vez, planejamento de estratégia
esboço visuoespacial ( memória de
trabalho, hierarquização de passos)
QUANDO ENCAMINHAR

Comportamento Comportamento Alterado e


E Comportamento Levemente
sofrimento significativo
Desenvolvimento Alterado e Desempenho
Resposta desproporcional?
Típico abaixo do esperado
Resposta incontrolável ?
(Algum Sofrimento)
Respostas é Disruptivo?
A Importância do Entendimento dos Transtorno do
Neurodesenvolvimento no Contexto Escolar/
Terapêutico/Familiar/Multidisciplinar

1. Identificação precoce.

2. O neuropsicopedagogo clínico
ou institucional podem auxiliar
tanto na confirmação da
hipótese diagnóstica (HD).

3. Refutação da HD.

4. Direcionamentos e orientações
específicas na intervenção
escolar e familiar- psicoeducação
Momento Sentir Pensar - Vídeo
O OLHAR NEUROPSICOPEDAGÓGICO....
GRATIDÃO
PROFESSORA
ESPECIALISTA MESTRANDA
Ana Paula Oliveira da Silva Diatchuk

Ana Paula Oliveira da Silva Diatchuk


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WATTS – 11 996760226
BIBLIOGRAFIA
• LENT, Roberto. Cem Bilhões de neurônios – conceitos Fundamentais de neurológica. Atheneu, 2004.
• NITRINI, Ricardo e Cols. Neuropsicologia – das bases anatômicas a reabilitação. Clinica Neurológica – HC/FMUSP,
1996.
• RUSSO, Rita M. T. . Neuropsicopedagogia Clinica – Introdução, Conceitos, Teoria e Prática. Juriá, 2015.
• KANDELL. Eric R. E Cols. Fundamentos da Neurociência e do Comportamento. Guanabara, 1997.
• MALLOY-DINIZ, Leandro F. E Cols. Avaliação Neuropsicológica. Artmed, 2010.
• MENESES, Murilo S. Neuroanatomia Aplicada. 3ª ed. Guanabara Koogan, 2011.
• MACHADO, Angelo. Neuroanatomia Funcional. Atheneu, 2006.
• Consenza, Ramon M. Fundamentos de Neuroanatomia. 4ª ed. Guanabara Koogan, 2012.
• Bueno, Orlando e cols. Neuropsicologia Hoje. Ed 1 e2 .
• Luria, A. R. Fundamentos de Neuropsicologia. Livro técnico, 1972
• Damasio, Antonio R. O erro de Descartes – Emoção, Razão e Cérebro Humano. Campanhia das letras
• Fuentes, Daniele e cols, Neuropsicologia – Teoria e Pratica. ArtMed, 2008
• Dias, Natalia M. & Mecca, Tatiana P. Contribuições da neuropsicologia e da psicologia para prevenção no contexto
educacional. São Paulo, 2015.

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