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1. O que é esquizofrenia na infância?
Esquizofrenia – Definição
3. Características Clínicas
3.1 Epidemiologia
4. Tipos de Esquizofrenia
Pode ser difícil saber como lidar com mudanças comportamentais vagas.
O professor ou outro profissional da escola pode alertar para mudanças no
comportamento da criança.
Procurar aconselhamento médico se a criança:
Causas
Fatores de Risco
Complicações
6. Tratamento e Terapia
Embora não exista cura para a esquizofrenia, muitas pessoas com essa
doença podem levar uma vida produtiva e satisfatória com o tratamento
adequado. A recuperação é possível através de uma variedade de serviços,
incluindo programas de medicação e reabilitação. A reabilitação pode ajudar
uma pessoa a recuperar a confiança e as habilidades necessárias para viver
uma vida produtiva e independente na sociedade.
O portador de esquizofrenia é incapaz de avaliar seu próprio comportamento.
Neste caso, pessoas próximas ao paciente são quem identificam os sintomas e
procuram ajuda médica.
Com acompanhamento de um psicólogo, psiquiatra e medicamentos é
possível que a frequencia das crises diminuam e o paciente consiga viver de
maneira mãos tranquila. O acompanhamento de um especialista é
indispensável.
Como as causas ainda são desconhecidas, os tratamentos se concentram
na eliminação dos sintomas da doença. Os tratamentos incluem:
O tratamento das psicoses está voltado para duas vertentes: farmacológica e
socioeducativa. A base do tratamento farmacológico restringe-se aos
neurolépticos ou antipsicóticos. A eficácia dessas drogas sobre as psicoses tem
sido demonstrada em vários trabalhos. Infelizmente, os estudos dessas drogas
na infância são em número infinitamente menor que em adultos. Por uma série
de razões, as pesquisas com os neurolépticos iniciam-se na população adulta, e
somente após alguns anos essas drogas são autorizadas para uso na infância.
Nos últimos anos, tem surgido um número importante de neurolépticos
(atípicos) com eficácia comprovada e menores efeitos adversos, porém sua
utilização no tratamento das psicoses infantis ainda é restrita. O haloperidol, uma
droga já utilizada há vários anos, continua sendo uma boa escolha para o
tratamento das psicoses infantis (dose de 0,02 a 0,12 mg/kg/dia) 9. Apesar de
terem efeitos colaterais, como sintomas extrapiramidais e acatisia, estes são
facilmente controlados, e são drogas extremamente seguras. Outra boa opção
seria a risperidona, que apresenta um risco de discinesia tardia bem inferior ao
haloperidol. A olanzapina também tem sido utilizada no tratamento das psicoses
infantis, com boa resposta.
• Clorpromazina (Thorazine)
• Haloperidol (Haldol)
• Mesoridazina (Serentil)
• Perfenazina (Trilafon)
• Flufenazina (Proxlixina)
• Tioridazina (Mellaril)
• Thiothixene (Navane)
• Trifluoperazina (Stelazine)
Abordagem psicossocial
"Uma noite a polícia me parou para verificar a placa de meu carro. Estava escuro.
As luzes estavam piscando. Eu estava apavorada e tremendo. Quando o policial
se aproximou de meu carro, eu estava tão assustada que não conseguia falar.
Ele me acusou de não colaborar. Eu tentei dizer que sofria de esquizofrenia. ‘O
que isso tem a ver?’ respondeu ele."
Elizabeth Anderson
Professora
Vocalista
Casada por cinco anos
Diagnóstico de esquizofrenia há três anos
Michele Miserelli
Mãe
Diagnóstico de esquizofrenia em 1988
Porta-voz da Sociedade de Esquizofrenia do Canadá
Hoje já ouvimos vozes de esperança
"Eu tinha acabado de me graduar em Inglês quando recebi o diagnóstico de
esquizofrenia há dezoito anos atrás. Durante muito tempo eu não conseguia me
concentrar o suficiente para ler. Mas com minha nova medicação, posso ler
novamente. Toco violão e adoro violoncello."
Elizabeth MacDonell
Grau de Bacharel em literatura inglesa
Toca violão em uma orquestra local
Viveu com esquizofrenia por 18 ano
Psicoterapia na esquizofrenia
Objetivos da psicoterapia
Participantes
Resultados
1. Sadock BJ. Signs and Symptoms in Psychiatry. In: Sadock BJ, Sadock VA,
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2. Assumpção FB. Psicoses: Crítica dos Conceitos. Revista de Neuropsiquiatria
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3. Ajuriaguerra J, Marcelli D. Psicoses infantis. In: Ajuriaguerra J, Marcelli D.
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Blackwell Science; 1994. p. 569-593.
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-
75572004000300002
https://emais.estadao.com.br/noticias/bem-estar,esquizofrenia-o-que-e-quais-
os-sintomas-e-como-tratar,10000053000
https://www.vittude.com/blog/esquizofrenia-tipos-sintomas-tratamentos/
Fonte:Dra. Ana Taveira, Psiquiatra, Hospital Santa Mônica, Mestre em Ciências
– Hospital das Clínicas – Universidade de São Paulo
Dra Eliana Curatolo, Mestre em Psiquiatria Infantil pelo Hospital do Servidor
Público do Estado de São Paulo
https://hospitalsantamonica.com.br/esquizofrenia-infantil-como-perceber-os-
sinais-e-sintomas/
1. BLEULER, E. Psiquiatria. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan,
1985.
2. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de Transtornos
Mentais e do Comportamento da CID 10: Descrições Clínicas e Diretrizes
Diagnósticas Coord. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
18. MCCLELLAN, J.; WERRY, J. Practice parameters for the assessment and
treatment of children and adolescents with bipolar disorder. J. Am. Acad.
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19. WERRY, J. S.; Taylor, E. Schizophrenia and allied disorder. In Rutter, M.;
Taylor, E.; Hersov, L. editors. Child and Adolescent Psychiatry. 3rd ed.
Oxford: Blackwell Science, 1994. p.594-615.
Caroline Valerio Spozati1 5 , Érico Marques Kohl2 Ester Souza de Freitas Silva3
1. Acadêmica do Curso de Medicina da Faculdade Ceres - FACERES, São José
do Rio Preto, SP. 10 2. Médico residente em psiquiatria da Faculdade de
medicina de São José do Rio Preto, SP. 3. Professor de psiquiatria do Curso de
Medicina da Faculdade Ceres - FACERES, São José do Rio Preto, SP.
RESUMO
História Familiar: paciente mora com seus pais, possui 2 irmãos e 1 irmã (22,
20 e 18 anos, respectivamente). Nega comorbidades psiquiátricas.
Súmula Psicopatológica:
1) Aparência = bem cuidado;
2) Atitude = desconfiado, a princípio pouco colaborativo, gradualmente mais
aberto e com bom contato interpessoal;
3) Consciência = vígil, consciente;
4) Atenção = normotenaz e normovigil;
5) Orientação = preservada e orientada no tempo e espaço;
6) Memória = boa evocação da memória e sem déficits;
7) Fala = volume: baixo, velocidade: preservada;
8) Pensamento = inicialmente, aparentou tentativa de dissimulação do conteúdo,
mas logo revelou pensamento permeado por delírios de cunho místico-religioso,
sem consciência de morbidade. Apresenta percepção e intuição delirantes;
9) Sensopercepção = não exterioriza alterações;
10) Discurso = fluente e elaborado;
11) Humor = eutímico;
12) Afeto = modulado adequadamente;
13) Psicomotricidade = discreta lentificação psicomotora.
14) Inteligência = preservada;
15) Pragmatismo = hipopragmático;
16) Prospecção = consciente e exequível;
17) Consciência da Morbidade = sem consciência da morbidade; Diagnóstico
provável: Esquizofrenia de início na infância.
3. Objetivos
4. Justificativa
6. Resultados e discussão
RESUMO
Relato de caso
Identificação da criança
B.G.R.M., sexo feminino, 7 anos, branca, natural e procedente de Belo
Horizonte, MG.
Identificação dos pais
Mãe: 37 anos, branca, 6a série, desempregada, trabalhos variados.
Pai: 45 anos, branco, grau de instrução desconhecido, trabalhos variados.
Queixa principal
Recusa alimentar.
História da moléstia atual
Antecedentes pessoais
Mãe: G4P4A0
Gravidez não-planejada, não pensou em realizar aborto, fez pré-natal sem
intercorrências. Parto cesário. A mãe recebeu alta e retornou para internação
sete dias depois, com infecção urinária.
B. nasceu a termo com 38 semanas, AIG, com peso ao nascimento de
3.555 kg, estatura de 46,5 cm, PC de 34 cm e Apgar 1'9, 5'10. Recebeu alta três
dias após o nascimento. Quando a mãe foi reinternada, ficou 15 dias sob os
cuidados da avó materna.
Alimentação
Sugou leite materno sem anormalidades na primeira semana e usou leite
de vaca após a internação da mãe. Tomou mamadeira até 1 ano e meio, e o
desmame ocorreu sem problemas. A dentição iniciou-se aos 7 meses. Sempre
se alimentou bem. A mãe nega conflitos alimentares e/ou ansiedade relacionada
até o início dos sintomas. Nega também sucção de polegar e relata que a criança
fez uso irregular de chupeta até 1 ano.
Sono
Dormia às 22 horas e acordava às 6 no primeiro ano de vida, sem acordar
durante a noite, e mais do que os irmãos. Dormiu no berço até os 3 anos e meio,
depois passou a dormir com a mãe na mesma cama.
Desenvolvimento psicomotor
Sorriu socialmente com 2 meses, firmou a cabeça com 3 meses, sentou-
se com 4 meses, engatinhou com 9 meses e andou com 1 ano.
Gostava de jogar bola, corria e saltava sem dificuldades, desenhava e coloria,
tinha a letra certinha, mas ainda sabe escrever seu nome. Dançava com a irmã,
mas perdeu o ritmo depois do início do transtorno.
Perdeu as habilidades motoras finas por causa do transtorno, o desenho
ficou comprometido e não consegue colorir com interesse.
Controlou os esfíncteres com 1 ano e meio, durante o dia, e com 3 anos durante
a noite.
Linguagem
Falou com 1 ano e 2 meses, gostava de cantar, sabia músicas de cor,
contava histórias, fazia frases inteiras. Com a instalação do transtorno, passou
a repetir palavras, coisas sem nexo, ininteligíveis, e perdeu a capacidade de
contar casos. Não apresenta fala espontânea, usa a linguagem mais como
defesa do que para comunicação.
Independência
Cronologicamente adquiriu as habilidades de autocuidado, alimentação,
expressão e circulação social. Após o aparecimento do transtorno, ficava parada
em volta da mãe e não realizava o que queria. Perdeu a capacidade de escolher
e trocar as próprias roupas. Conservou a capacidade motora de se
autoalimentar, apesar de se mostrar incapaz de solicitar alimentação. Não houve
perda do controle de esfíncter, nem mesmo da capacidade de tomar banho
sozinha.
Brinquedos e lazer
Sempre gostou de bonecas e panelinhas, fazia festas e batizados e
brincava com a irmã. Depois do início do transtorno, parou de brincar.
Estabelece bom contato com animais e não perdeu o interesse por eles apesar
do transtorno.
Gostava de ir a festas, dançar, divertir-se e ver o tio que tocava forró. Com
o aparecimento do transtorno, mostrou quadro de retraimento.
História social
A família vive em casa de alvenaria, de três cômodos, com saneamento
básico e luz elétrica, nos fundos da casa da avó. A renda média é de 400 reais
por mês, para o sustento da mãe e de seus quatro filhos.
Exame físico
Sem anormalidades.
Exames complementares
Bioquímica: hemograma, leucograma, VHS, glicemia de jejum, proteínas totais
e fracionadas normais.
Pesquisa de erros inatos do metabolismo, cariótipo: em andamento.
Eletroencefalograma: normal (21.11.02).
TC: não realizada.
SPECT cerebral:
• distribuição heterogênea e assimétrica do radiofármaco em córtex
cerebral;
• hipoperfusão frontal periorbitária bilateral, em grau acentuado,
predominante à esquerda;
• hiperperfusão frontal medial, bilateral, em grau acentuado, predominante
à direita;
• hiperperfusão frontal, no nível de giro pré-central direito, em grau
moderado;
• hipoperfusão temporal bilateral, medial e inferior, em grau acentuado,
mais proeminente no nível medial mesial direito;
• hiperperfusão temporal superior esquerda, em grau acentuado;
• hipoperfusão occipital inferior posterior, no nível da linha média, em grau
acentuado;
• hipoperfusão occipital ínfero-lateral direita, em grau acentuado;
• assimetria perfusional de núcleos da base, com hiperperfusão relativa à
direita;
• hipoperfusão cerebelar ínfero-posterior, em grau acentuado;
Avaliação neuropsicológica: não pôde ser feita, em função da falta de
cooperação da paciente.
Evolução
O tratamento se inicia após período prodrômico de seis meses do
transtorno. Primeiro trabalhou-se com o diagnóstico de transtorno obsessivo-
compulsivo, com prescrição de haloperidol e imipramina. B. torna-se mais calma,
chora menos e melhora o sono, mas mantém recusa escolar e inadequação em
relação ao ambiente, permanecendo sem brincar e com medo de pessoas
estranhas. O comprometimento da interação social torna-se o eixo de maior
relevância na constelação sintomática, pois não responde à medicação. Os
relatos de estar vendo bichos e os sintomas obsessivos desaparecem. Há piora
do discurso: começa a falar frases desconexas e sem sentido. Passa-se então a
trabalhar com o diagnóstico de esquizofrenia.
Atendida semanalmente em psicoterapia e psiquiatria, não permanece
sozinha com os profissionais após cinco meses, fica por pouco tempo no
consultório e pede insistentemente para sair da sala. Recusa todas as atividades
propostas, não demonstra interesse pelo armário de brinquedos ou por outros
objetos da sala, não se concentra em atividades de diálogo e continua pedindo
insistentemente para ir embora. Durante a realização de visita domiciliar pela
equipe, em junho de 2003, não interage, chora e só se acalma quando as
pessoas vão embora. Durante os atendimentos, oscila períodos de choro intenso
com momentos mais calmos, permanecendo com comprometimento da
interação social.
O haloperidol é aumentado para 5 mg/dia, mas não produz melhora nas
alterações afetivas, no humor e na interação social e há aumento da
agressividade. Inicia-se risperidona (junho de 2003). Após um mês de uso, ainda
em aumento gradativo da dose, a mãe relata uma melhora qualitativa importante
na vida de B. "Passou a me contestar, parece que agora sabe o que quer, dançou
quadrilha com a tia, está interessada nas coisas de novo". Agora, anda de
bicicleta, veste a roupa sozinha e prepara o próprio lanche.
Diante do exposto, consideramos para temas da discussão do diagnóstico
diferencial todas as hipóteses realizadas durante o atendimento de B.,
acrescidas dos transtornos invasivos do desenvolvimento, uma vez que
apresentam sintomas similares em relação à interação social e alterações
cerebrais precoces podem estar relacionadas tanto ao autismo como à
esquizofrenia de aparecimento na infância.
Hipóteses diagnósticas
Segundo a CID-10:
Esquizofrenia;
Transtornos invasivos do desenvolvimento?
Transtorno obsessivo-compulsivo?
Segundo o DSM-IV:
Eixo I Esquizofrenia;
Transtornos invasivos do desenvolvimento?
Transtorno obsessivo-compulsivo?
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