BREVE HISTÓRICO No final do século XIX, o psiquiatra francês Philippe Pinel utilizou o termo idiotismo para designar um tipo de alienação mental de base orgânica.
Jean Etienne Esquirol, que foi discípulo de Pinel,
modificou o termo – de idiotismo para idiotia.
Século XX, sobressaíram-se as ideias do psiquiatra
Jaspers Kreapelin. Este propôs um sistema de classificação que compreendia a debilidade mental como um estado de fraqueza psíquica. • A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004), atualmente coexistem dois modelos de compreensão da deficiência: o modelo médico e o modelo social.
• o campo da medicina tem concebido a deficiência intelectual
como um transtorno mental ou do comportamento, seguindo as definições propostas pela Classificação Internacional de Doenças – CID 10 (OMS, 1993) e pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais – DSM-IV (APA, 2003),porem ocorreu uma mudança na nomenclatura do DSM-5 (APA, 2014).
• A Classificação Internacional da Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde – CIF (OMS, 2004) e Associação Americana sobre Deficiência Intelectual do Desenvolvimento AAIDD. DEFINIÇÃO A Associação Americana de Deficiência Intelectual e do Desenvolvimento (AAIDD, 2011) define deficiência intelectual como um funcionamento intelectual (QI) infe rior à média, havendo limitações significativas das competências práticas, sociais e emocionais, além de limitações adaptativas em pelo menos duas das seguintes habilidades: comunicação, autocuidado, vida no lar, interação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, autodeterminação, funções acadêmicas, lazer e trabalho. DIFERENÇA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL X DEFICIÊNCIA MENTAL
Na Deficiência Intelectual a pessoa apresenta um
atraso no seu desenvolvimento, dificuldades para aprender e realizar tarefas do dia a dia e interagir com o meio em que vive. Ou seja, existe um comprometimento cognitivo, que acontece antes dos 18 anos, e que prejudica suas habilidades adaptativas. Já a doença mental engloba uma série de condições que causam alteração de humor e comportamento e podem afetar o desempenho da pessoa na sociedade. Essas alterações acontecem na mente da pessoa e causam uma alteração na sua percepção da realidade. Em resumo, é uma doença psiquiátrica, que deve ser tratada por um psiquiatra, com uso de medicamentos específicos para cada situação. FATORES QUE PODEM CAUSAR DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
A Deficiência Intelectual é resultado, quase
sempre, de uma alteração no desempenho cerebral, provocada por fatores genéticos, distúrbios na gestação, problemas no parto ou na vida após o nascimento.
Os fatores de risco e causas que podem levar
à Deficiência Intelectual podem ocorrer em três fases: pré-natais, perinatais e pós-natais. QUAIS SÃO AS DEFICIÊNCIAS INTELECTUAIS? Síndrome de Down – alteração genética que ocorre na formação do bebê, no início da gravidez. O grau de deficiência intelectual provocado pela síndrome é variável, e o coeficiente de inteligência (QI) pode variar e chegar a valores inferiores a 40. A linguagem fica mais comprometida, mas a visão é relativamente preservada. As interações sociais podem se desenvolver bem, no entanto podem aparecer distúrbios como hiperatividade, depressão, entre outros. SÍNDROME DO X-FRÁGIL
Alteração genética que provoca atraso
mental. A criança apresenta face alongada, orelhas grandes ou salientes, além de comprometimento ocular e comportamento social atípico, principalmente timidez. SÍNDROME DE PRADER-WILLI
O quadro clínico varia de paciente a
paciente, conforme a idade. No período neonatal, a criança apresenta severa hipotonia muscular, baixo peso e pequena estatura. Em geral a pessoa apresenta problemas de aprendizagem e dificuldade para pensamentos e conceitos abstratos. SÍNDROME DE ANGELMAN
Distúrbio neurológico que causa deficiência
intelectual, comprometimento ou ausência de fala, epilepsia, atraso psicomotor, andar desequilibrado, com as pernas afastadas e esticadas, sono entrecortado e difícil, alterações no comportamento, entre outras. SÍNDROME WILLIAMS
Alteração genética que causa deficiência intelectual
de leve a moderada. A pessoa apresenta comprometimento maior da capacidade visual e espacial em contraste com um bom desenvolvimento da linguagem oral e na música. ERROS INATOS DE METABOLISMO
Alterações metabólicas, em geral
enzimáticas, que normalmente não apresentam sinais nem sintomas sugestivos de doenças. São detectados pelo Teste do Pezinho, e quando tratados adequadamente, podem prevenir o aparecimento de deficiência intelectual. DIAGNÓSTICO
Funcionamento cognitivo ou intelectual: capacidade
do cérebro da pessoa para aprender, pensar, resolver problemas, encontrar um sentido no mundo.
Funcionamento ou comportamento adaptativo:
competência necessária para viver com autonomia e independência na comunidade em que se insere. TRATAMENTO Seu tratamento consiste em reforçar e favorecer o desenvolvimento dessas habilidades e proporcionar o apoio necessário às suas dificuldades (APAE SP, 2008). REFERÊNCIAS
APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais- DSM-
5. 5°ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
APAE São Paulo. O que é Deficiência Intelectual? 2008. Disponível
em:<http://www.apaesp.org.br/SobreADeficienciaIntelectual/Paginas/O- que-e.aspx>. Acesso em 30 de abr. 2016.
BRASIL, Instituto Federal do Rio Grande do Sul – IFRS. Projeto de
Acessibilidade Virtual RENAPI/NAPNE. Núcleo de Inclusão e Acessibilidade. Instituto Federal Educação, Ciência e Tecnologia. Rio Grande do Sul. 2010. Disponível em:<http://www.ifrs.edu.br/site/conteudo.php?cat=31&sub=7>. Acesso em 30 de abr. 2016. REFERÊNCIAS
DIAS, Sueli de Souza; OLIVEIRA, Maria Cláudia Santos Lopes de.
Deficiência intelectual na perspectiva histórico-cultural: contribuições ao estudo do desenvolvimento adulto. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v.19, n.2, p.169-182, abr./jun. 2013. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 65382013000200003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 30 de abr. 2016.