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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Graduada em Psicologia
Orientadora
COGNITIVO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
PSICOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Orientadora
comunicação oral com outras que não pertençam ao seu contexto familiar principal, causando-
importância de se ter um maior conhecimento sobre o MS, bem como sobre práticas de
nos idiomas português, inglês e espanhol dos últimos 10 anos. O trabalho foi construído
interventivas. Por meio desta pesquisa, percebeu-se que a indicação e realização desta prática
seu tratamento.
Selective mutism (SM) is a type of anxiety disorder that manifests itself predominantly in
childhood. People with this disorder have a deficit in oral communication with others who do
not belong to their main family context, causing them impairment in academic and social
development. Its rare prevalence makes it difficult to stimulate the development of adaptive
behaviors, but it also impedes the proper use of patient management and treatment modalities.
elaborated. For the most part, publications of books and scientific articles in the Portuguese,
English and Spanish languages of the last 10 years have been considered. The study was
designed to describe and identify diagnostic criteria for selective mutism, to understand the
specificity of the therapeutic treatment of children in the CCP and to develop methods and
intervention techniques. Through this research, it was noticed that the indication and
Introdução
comunicação oral, que geralmente ocorre somente com familiares de primeiro grau, causando
prejuízos de ordens acadêmica e social. Em média, é percebido em crianças por volta dos 5
anos de idade, momento em que estão iniciando suas experiências escolares (APA, 2014).
Pelo fato de que o transtorno é pouco conhecido, sua identificação pela família ou pela
escola pode ocorrer tardiamente (Busse & Downey, 2014). Sua não compreensão pode
práticas parentais que reforçam seu comportamento de não falar (Foreman, 2015, Busse &
maior eficácia, segundo Levitan et al. (2011). No entanto, ainda são encontradas variações na
persistência dos sintomas, as quais indicam uma “superação” do transtorno, como também a
Diante disso, estre trabalho será apresentado com o objetivo de descrever o mutismo
Método
Este trabalho foi desenvolvido no período de dezembro de 2017 a março de 2018, por
meio de uma pesquisa da literatura publicada sobre o tema. Para este estudo foram utilizados,
behavioral therapy. Foram selecionadas pesquisas nos idiomas português, inglês e espanhol.
Além disso, também foram acessados livros do acervo pessoal da pesquisadora. Os critérios
foram pesquisas ou artigos sem comprovação científica ou que utilizassem outras abordagens
datam suas publicações a partir de 1995, sendo que a maioria data dos últimos 10 anos.
Resultados
da TCC no mutismo seletivo de crianças. Este conteúdo será apresentado nos tópicos
seguintes.
Segundo Dow (et al., 1995); Peixoto (2006), o transtorno foi identificado inicialmente em
1877 por Adolph Kussmaul, o qual nomeou de “afasia voluntária” o problema onde pessoas
para tal. Nesta época acreditava-se que a decisão do indivíduo em não falar era arbitrária.
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Estes mesmos autores apontam que, em 1934, Tramer, observando tais sintomas, o nomeou
de “mutismo eletivo”, pois acreditava que as crianças estavam elegindo não falar. Foreman
(2015) destacou que este cenário favoreceu a construção de uma visão das crianças com
Assim, foram-se criando, nas escolas das décadas de 50 e 60, um cenário onde os
década de 60, houve a mudança do termo “eletivo” para “seletivo”, combinado com um maior
Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM). Este manual foi fundamentado nos
estudos e pesquisas mais recentes da época, os quais apontavam que a etiologia do transtorno
pensava anteriormente.
Logo a seguir, Dow (et al., 1995), em seu estudo sobre diretrizes práticas para a
avaliação e tratamento desta patologia empregou o termo Mutismo Seletivo por considerar,
através de suas pesquisas, que a criança não falava em situações “selecionadas”. Ou seja, isso
não acontecia em todas as situações, em todos os momentos e nem com todas as pessoas.
No ano de 2014 foi lançada a 5ª versão do DSM- que está em vigor atualmente, o qual
manteve o termo mutismo seletivo. A APA (2014, p. 189) caracterizou o MS como sendo o
“fracasso consistente para falar em situações sociais nas quais existe expectativa para que se
fale (p. ex., na escola), mesmo que o indivíduo fale em outras situações”.
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raro, segundo a APA (2014). Apesar de não ser incluído na categoria de transtornos da
infância, seu surgimento é notado antes dos 5 anos de idade. Porém, torna-se evidente quando
a criança inicia sua vida escolar, onde passa a ter maior interação social e receber tarefas,
como realizar leituras em voz alta, fazer apresentações, interagir com colegas, dentre outras.
Segundo Busse & Downey (2014), devido à raridade do transtorno, muitos profissionais
cedo, evitando-se uma piora no seu quadro e um maior prejuízo ao seu desenvolvimento
social e acadêmico, consoante Crundwell (2006, citado por Busse & Downey, 2014, p. 57).
1998; Cohan, Chavira, & Stein, 2006, citados por Zakszeski & DuPaul, 2017), o que poderia
encontrados são: preocupações, evitação social, medo, apego e negativismo (BLACK &
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UHDE, 1992; DALLEY & POWELL, 1999; TANCER, 1992, citados por Peixoto, 2006,
p.24); APA (2014). Também são notadas por sua inibição, sensíveis, inaptas sociais, receosas
de tudo que é estranho ou novo, têm dificuldades em iniciar um diálogo, como também em ser
recíprocas quando lhe falam. (APA, 2014; Wergeland, 1979; Morris, 1953; Hayden, 1980;
Friedman & Karagan, 1973, citados por Dow et al., 1995, p. 838).
Segundo estudos de Cunningham (et al., 2006), crianças com MS apresentam déficit nas
habilidades sociais, inclusive nas situações onde não há a expectativa da fala. São menos
grupos, embora não se auto avaliem como menos aceitas pelas demais.
A recusa na fala pode causar prejuízos acadêmicos, pois as crianças têm menor
em avaliar o conhecimento adquirido por essas - a exemplo da leitura - como também suas
próprias necessidades pessoais deixam de ser atendidas, como tirar dúvidas, ir ao banheiro,
frequentemente. Outros prejuízos vividos por crianças com mutismo são a ansiedade de
compulsivos. Um destaque para o estudo de Cunningham (et al., 2006) está em que seus
resultados não apontaram para uma relação entre o mutismo seletivo e os problemas
No que se refere à prevalência do transtorno do MS, a APA (2014) discorre ser maior
De acordo com a APA (2014), pode haver uma variação na persistência dos sintomas do
indivíduo até a idade adulta. No que esse refere ao seu prognóstico, pesquisas de Kolvin &
Fundudis (1981), que acompanharam crianças por até 10 anos, indicam o MS como uma
condição um pouco intratável, apesar de Peixoto (2006), em estudos mais recentes, ressaltar
que algumas crianças apresentam resultados que demonstram um decréscimo dos sintomas.
transtorno de ansiedade social entre os adultos, de acordo com Black & Uhde, 1992; Crumley,
1990; Golwyn & Weinstock, 1990; Leonard & Topol, 1992, citados por DOW et al., 1995).
Sanetti and Luiselli (2009, citados por Zakszeski &DuPaul, 2017); Peixoto (2006, p.5)
tratamento, tendo em vista alguns fatores, como o decréscimo da demanda da fala em virtude
Etiologia
seletivo. Busse & Downey (2014); Leonard & Dow (1995, citado por Busse & Downey,
2014, p55); Serreti (2010) destacam como possíveis razões a família ou experiências com
traumas, ambiente familiar hostil, abuso físico, sexual ou eventos trágicos como a morte de
uma pessoa amada. De acordo com Krysanski (2003, citado por Busse & Downey, 2014,
p55), a teoria psicodinâmica pode considerar como fonte a reação a um conflito não resolvido
com pais e cuidadores, a fim de ganhar controle sobre algum aspecto da vida da criança.
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Anstendig (1998, citado por Busse & Downey, 2014, p.55), por sua vez, discorre que a
citado por Busse & Downey, 2014, p.55), salienta o MS como o resultado do reforço negativo
dado pelos pais que ensinaram a criança a usar o silêncio como método de reduzir ou
Segundo Kristensen (2001, citado por Peixoto, 2006, p. 27), pesquisas apontam que não
O autor destaca ainda que a identificação das causas deve considerar a existência de origens
2009, p.7) listam alguns fatores que predispõem e precipitam o transtorno - gerando um
problema e a aceitação das suas respostas não verbais dadas (Urban et al, 2009, p. 7).
verbal das crianças com MS é mantido por reforçadores sociais significativos, como pais e
professores. Sendo assim, espera-se que, modificando a relação da fala da criança com seus
fatores ambientais, possa surgir um comportamento verbal mais adaptativo (PLATT et al.
De acordo com Barlow (et al., 2008, p. 132), mais do que um transtorno, a ansiedade é
sintomas físicos, incluindo tensão corporal, além da sensação de que não se pode controlar ou
prever os eventos futuros. Os autores destacam que, em um nível moderado, a ansiedade traz
benefícios para o ser humano, pois o prepara para eventos que possam dar errado, como a
Friedberg & McClure (2004, p. 173) assinalam que os sintomas de ansiedade são
descritos com queixas corporais ou somáticas, como inquietação, mas também com “sudorese
profissional quando não conseguem mais evitar as situações temidas ou quando há um alto
custo para manter tal comportamento, gerando problemas ou conflitos na família, na escola,
entre os pares, dentre outros. Outras ações comportamentais comuns são roer unhas, chupar os
psicológica que “está associada com angústia e diminuição da capacidade adaptativa e uma
resposta que não é culturalmente esperada”, segundo Barlow (et al., 2008, p. 2-3). No entanto,
os autores recomendam cautela do que considerar normal ou não do ponto de vista cultural,
pois nem tudo que aparenta ser atípico ou não esperado é, por si só, uma anormalidade.
Barlow (et al., 2008) compreende a disfunção psicológica como uma mudança
implica em uma perturbação para o indivíduo, trazendo-lhe prejuízos que esse reconhece
como tais, pois a angústia e o sofrimento, em si, sem uma perturbação, são normais. ACKER-
MAN (1986, citado por Serreti, 2010, p. 152) destaca que, “em geral, há forte suspeita de
patologia quando o comportamento se torna fixado e repetitivo, perde sua plasticidade e valor
Enquanto o medo é uma resposta emocional diante de um perigo iminente, real ou percebida,
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a ansiedade é percebida como a antecipação de uma ameaça futura, gerando tensão muscular,
De acordo com Petersen & Wainer (2011), a avaliação na TCC consiste em,
inicialmente, obter uma visão ampla e descritiva dos problemas apresentados pela criança,
bem como do seu funcionamento geral. Em seguida, procede-se à identificação dos sintomas
(Shapiro, Freidberg & Bardenstein, 2006, citados por Petersen & Wainer, 2011).
Lempp (et al., 2017) apontam que a avaliação de crianças e adolescentes merece uma
atenção especial, pois estes não são adultos pequenos; falam numa linguagem própria e
raramente buscam ajuda por eles mesmos. Deste modo, durante uma avaliação, o profissional
deve ter firme e claro os seus objetivos, porém ser flexível nos seus métodos, visando buscar
iniciar o tratamento - o que demanda um tempo significativo - é destacada por Lempp (et al.,
2017). Caso o diagnóstico seja incorreto ou não compreendido ou aceito por todas as partes
então, é necessário para que sejam excluídos os transtornos que, nas crianças, tem sintomas e
características comuns.
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Segundo Dow (et al., 1995), a avaliação consiste em entrevista com os pais e avaliação
com a criança. Com estes primeiros, sua importância é destacada pelo fato da criança não
falar. Então, é por meio dessa entrevista que informações relevantes serão obtidas, como por
excedem as habilidades da criança, se seus estilos parentais causam um desajuste entre os pais
e a criança (e neste caso os pais buscam mudar a criança para ajustá-la a este estilo) ou se os
próprios pais ou educadores tem seus problemas de saude mental. Neste caso, os problemas
parentais interferirão negativamente na sua percepção da criança, segundo Dow (et al., 1995).
Informações adicionais citadas pelos pais sobre padrões de comportamento que não são
características de mutismo seletivo (tais como não falar com parentes de primeiro grau, cessar
Lempp (et al., 2017) acrescentam que a avaliação deve incluir também outros ambientes
de interação da criança, tais como o escolar, comunitário e cultural. Estes autores consideram
que a maioria das crianças se comporta de modos diferentes em espaços diversos. Desta
forma, pode-se avaliar quais contextos melhoram ou pioram sua problemática, além de poder
Petersen & Wainer (2011) acrescentam que, na avaliação realizada com a criança
podem ser utilizados testes de avaliação psicológica, os quais servem como instrumento de
Kanfer & Saslow (2002, citados por Serreti, 2010, p. 147) propõem, na formulação do
problemática devido ao seu próprio excesso. Déficits comportamentais, por sua vez, são uma
comportamentos sociais adequados e os talentos especiais que ela possui, pode contribuir
como recurso inicial para o desenvolvimento de novos repertórios na criança. Todos os itens
Friedberg & McClure (2004) destacam a importância de incluir uma avaliação médica
das taxas cardíacas, semelhantes a determinadas condições médicas. Assim, numa avaliação
adequada pode-se: excluir algum problema físico que está ocultando o transtorno de
caso a criança esteja tomando algum remédio, suas possíveis influências nos sintomas de
ansiedade. Para o terapeuta, essa avaliação serve também para notar se a ansiedade da criança
piora sua condição clínica. Em caso de ansiedade aguda, pode ser indicada alguma
a. “Fracasso persistente para falar em situações sociais específicas nas quais existe a
expectativa para tal, apesar de falar em outras situações.
b. A perturbação interfere na realização educacional ou profissional ou na comunicação
social.
c. A duração mínima da perturbação é de um mês (não limitada ao primeiro mês de
escola).
d. O fracasso para falar não se deve a um desconhecimento ou desconforto com o idioma
exigido pela situação social.
e. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno da comunicação (p. ex.,
transtorno da fluência com início na infância) nem ocorre exclusivamente durante o
curso de transtorno do espectro autista, esquizofrenia ou outro transtorno psicótico.”.
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Estudos sobre o processo adaptativo da criança ao ambiente escolar, nas fases iniciais,
indicam que o período de um mês pode ser insuficiente para se ter um diagnóstico mais
preciso, pois indivíduos com mutismo transitório (devido a um evento traumático ou pela
entrada recente na escola), fruto de um processo adaptativo, podem acabar sendo incluídos
indevidamente nesta classificação, segundo Peixoto (2006). Kolvin & Fundudis (1981)
apontam que, nestes casos, uma proporção significativa de crianças apresenta remissão de
sintomas após acostumarem com o estresse e a estranheza habituais do início da vida escolar.
transtornos, que podem apresentar sintomas semelhantes. No caso do MS, a APA (2014)
indica que, ao avaliar o diagnóstico diferencial, deve ser levada em consideração a existência
A ansiedade social pode estar presente, e assim sendo, neste caso devem ser estabelecidos os
dois diagnósticos. Lempp (et al., 2017) ressaltam que a ocorrência de dois transtornos ao
conforme Petersen & Wainer (2011, p. 16), as doenças mentais são frutos das estruturas e/ou
alterações no humor e no comportamento das pessoas (Beck & Freeman, 1993, citados por
modificação desses, de modo a favorecer uma redução dos sintomas apresentados pelos
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pacientes, segundo Petersen & Wainer (2011). Ao se estabelecer como objetivo terapêutico a
direcionado para que esses se comportem, se sintam e pensem de modo diferente (Kendall
Bunge (et al., 2016) apontam que as experiências vividas na infância produzem
das crianças conforme o grau em que “superestima-se a ameaça e o custo ou significado que
resgate” (Bunge et al., 2016, p. 31). Ademais, a ansiedade perdura conforme a criança
pois tais ações contribuem para que as crenças catastróficas sejam refutadas.
que aparenta uma ansiedade social, Busse & Downey (2014, p. 56) destacam que “os métodos
Cunningham (et al., 2006, p. 253), comparando crianças com mutismo seletivo
generalizado (cujas falas estavam restritas aos seus lares) das com MS específico (que não
falavam com os professores, mas eram propensos a falar com seus pais e pares em casa e na
escola), notaram que as primeiras aparentam ser uma variação mais grave da segunda,
intervenção psicossocial. Assim sendo, para o segundo grupo, eles sugerem a adoção de um
crianças com transtornos de ansiedade, Levitan (et al., 2011) enfatizam a TCC como sendo a
que apresenta maior eficácia, sendo também a mais estudada. Dentre as técnicas utilizadas por
2017; Dow et al., 1995). O uso de medicamentos deve ser considerado principalmente nos
casos mais intratáveis, de tratamento de longo prazo ou no caso em que crianças apresentam,
além do MS, outros transtornos de ansiedade ou depressivos (Carlson, et al., 2008, citados por
Downey & Busse, 2014). Jubete, 2017; Dow et al., 1995, destacam que o tratamento para o
MS deve ser individualizado, permitindo uma interação entre escola e pais neste processo.
Friedberg & McClure (2004, p. 173) destacam que o foco do tratamento deve estar em
em vista que essa, quando fica ansiosa, vivencia “alterações psicológicas de humor,
Wainer (2011). Os autores destacam que o tratamento contempla duas etapas, a de educação
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afetiva e familiarização com o modelo de terapia (usando, para isso, a psicoeducação), e o uso
desenvolvimento infantil, consoante Caminha & Caminha (2011). Os autores ressaltam, neste
emoções.
favorecer o processo de mudança, segundo Friedberg (et al., 2011). Isso inclui esclarecê-los
tanto sobre os sintomas, quanto sobre o (s) diagnóstico (s) e o tratamento. Este processo
Conforme Friedberg (2006), o trabalho com crianças na terapia deve ser aplicado
autor destaca o cuidado profissional de não as aborrecer com a atividade, promovendo, assim
O início do trabalho da TCC com crianças deve ser iniciado, segundo Friedberg &
Padesky (2009, citada por Petersen &Wainer, 2011), sugere que a conceitualização do caso
Sobre a estrutura das sessões, Petersen & Wainer (2011) propõem que as essas sejam
definidas e mantidas até o final do tratamento. Segundo os autores, isso contribui para que a
criança tenha uma previsibilidade do que vai acontecer, além de auxiliar futuramente no seu
A verificação da tarefa de casa tem o objetivo de retomar o foco da sessão anterior e dar
construídas na sessão.
O final da consulta contempla o feedback do paciente sobre a sessão, o qual serve para o
Treinamento de Pais
Levitan (et al., 2011 p. 7) assinalam que o envolvimento dos pais no tratamento da
o fato de que parte dos pais influencia negativamente o quadro do indivíduo com suas ações
de resolver os problemas por eles, por exemplo, reforçando a esquiva social do indivíduo.
Porto (2005), por sua vez, destaca que, no processo terapêutico, os pais servem de mediadores
Friedberg (et al., 2004) apontam que, como muitos problemas da criança ocorrem fora
da sessão terapêutica, é importante que os pais ajam em sintonia com o profissional para
evitar que a criança receba informações divergentes, o que pode deixá-la confusa, causando
exposição, ajudando a criança a se aproximar dos eventos considerados, por ela, ameaçadores.
O autor acrescenta que eles também podem estar envolvidos como pacientes individuais, em
treinamento de pais. Para ele, os pais devem sempre estar envolvidos, não importando o seu
grau de envolvimento. Cada pai poderá ajudar a criança de acordo com as suas condições e
possibilidades.
concebidos para o tratamento do MS, conforme apontam estudos de Kratochwill (et al.,
2002). O primeiro modelo, baseado nas abordagens neocomportamentais, utiliza técnica como
baseia na teoria de aprendizagem social, a qual utiliza técnicas de modelagem com o objetivo
fundamenta no uso da TCC, que tem por objetivo modificar o comportamento da criança por
e treinamento de relaxamento (Zakszeski & DuPaul, 2017; Busse & Downey, 2014), que
progressivo muscular, com o objetivo de influenciar a criança, de modo ativo, a manejar o seu
estresse. Por meio deles a criança aprende a diminuir a tensão e a regular a respiração
sobre a mesma situação) (Zakszeski & DuPaul, 2017; Bunge et al, 2016; Wright et al., 2008;
O teste de evidências é uma técnica cognitiva que visa estimular as crianças a “avaliar
os fatos que apoiam e os que invalidam suas crenças” (Friedberg & McClure, 2001, p. 112),
contribuindo para auxiliar na mudança dos pensamentos automáticos. Por meio da construção
(SUDS) serão úteis para a criança construir sua hierarquia de ansiedade e medo (Bunge et al,
criança e o terapeuta. Isto pode ser feito evitando-se o contato visual, sentando-se ao seu lado,
ao invés de em frente a ela, e mantendo uma distância adequada entre ambos. (Zakszeski &
DuPaul, 2017).
necessárias para que este objetivo seja alcançado (Zakszeski & DuPaul, 2017).
mais adaptativas, como a verbalização. Estes reforços podem ser tangíveis (como adesivos)
ou reforço de atividade (como tempo no celular ou tablet). (Friedberg & McClure, 2001;
objetivo (ou meta), que pode ser uma habilidade estabelecida pela criança, é particionado em
etapas menores e, à medida que a criança vai alcançando as etapas, ela é recompensada por
isso, seja por meio de reforços tangíveis ou de atividades (Zakszeski & DuPaul, 2017;
essa encena o comportamento desejado, imitando ações ou sons. Destaca-se que este trabalho
deve ser feito por meio de uma terceira pessoa que seja um modelo significativo para a
criança. (Zakszeski & DuPaul, 2017; Harold, Krohn, Sander, Weckstein & Wright, 1992;
Cline & Baldwin, 2004, Labbe & Willianson, 1984, citados por Peixoto, 2006, p. 38).
A exposição hierárquica visa descontruir o ciclo de reforço da criança causado por seu
são listadas gradativamente com a criança, tendo essa que se apresentar aos estímulos menos
ansiogênicos até chegar aos mais ansiogênicos (Zakszeski & DuPaul, 2017; Wright et al.,
2008)
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atividade ou uma expectativa antes da sua ocorrência. Como exemplo, pode-se informar à
criança que será solicitado a ela responder a uma determinada pergunta durante a instrução de
comportamento-alvo. A técnica pode ser usada ao chamar uma criança para falar ou ao
apontar para o ouvido para encorajar a criança a falar ou a falar num volume mais alto
de um contexto confortável para um temido. Isto pode ser feito aumentando o número de
criança está falando. O estímulo pode ser um cuidador, seus pais ou outro membro da família
com quem a criança fale confortavelmente. Com isso, possibilita-se a generalização da fala e
reforço serão também úteis durante o uso desta técnica para ajudar a criança a lidar com a
ansiedade em cada passo (Zakszeski & DuPaul, 2017; Cohan, et al., 2006, citado por Busse &
O treino de habilidades sociais, segundo Friedberg & McClure (2001) pode ser utilizado
para ensinar a criança a fazer novos amigos, dar e receber cumprimentos, fazer pedidos de
dramatizações, mas também pode ser usado para identificar pensamentos automáticos,
Discussão
adequado pelo terapeuta. No entanto, a procura por atendimento psicológico para crianças que
sobre o tema no país, a fim de viabilizar a generalização dos resultados obtidos. Como isso,
Conclusão
qualidade de vida.
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