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AUTARQUIA DE ENSINO SUPERIOR DE ARCOVERDE-AESA

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DE ARCOVERDE- ESSA


GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Hellen Shirley almeida leite


Álex Zenaide Silva

OS EFEITOS DA ALIENAÇÃO PARENTAL EM CONTEXTO DE LITÍGIO: A


ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA MEDIAÇÃO FAMILIAR
ARCOVERDE-PE
2021
Hellen Shirley almeida leite
Álex Zenaide Silva

OS EFEITOS DA ALIENAÇÃO PARENTAL EM CONTEXTO DE LITÍGIO: A


ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA MEDIAÇÃO FAMILIAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para


obtenção do título de graduação em Psicologia
ministrado pela professora Ana Zélia Alves Vieira
Belo como requisito da primeira avaliação.

Orientador: Professor: Me. Larissa Canto Fernandez

ARCOVERDE-PE
2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................4
1.1 Justificativa....................................................................................................4
1.2 Problema de pesquisa...................................................................................5
1.3 Objetivo geral.................................................................................................5
1.4 Objetivo específico.........................................................................................5
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................6
2.1 Litígio..............................................................................................................
2.2 Mediação......................................................................................................
3. METODOLOGIA.................................................................................................9
3.1 Tipo de pesquisa............................................................................................
3.4 Cronograma..................................................................................................10
4. RESULTADOS.................................................................................................12
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................
REFERÊNCIAS.....................................................................................................13

RESUMO
O trabalho aderindo uma metodologia de revisão bibliográfica tem o objetivo de explorar o
tema Alienação Parental e suas consequências no contexto de litigio. Quando ocorre a
dissolução conjugal de forma não consensual existem situações que atingem diretamente os
filhos onde a dissolução do casamento não acontece de forma saudável e um dos genitores se
utilizam dos filhos como instrumento de vingança contra o outro. As consequências desse
fenômeno são sentimentos de culpa, demandando sentimentos não verdadeiros, ausência da
comunicação com um dos genitores e raiva, que a longo prazo pode desenvolver a chamada
síndrome da Alienação parental. A mediação judicial é uma das ações que contribuir para uma
melhor reflexão dos litigantes buscando um dialogo através de uma escuta ativa. No Brasil foi
promulgado a lei 12.318/10 que definem essas praticas e garante a preservação da integridade
psicológica de crianças e adolescentes.

Palavras-chave: Alienação Parental. Mediação. Litígio.


4

1. INTRODUÇÃO

A alienação parental é um processo muito comum nas sociedades contemporâneas que


exige a intenção direta de um dos genitores de causar um afastamento do filho da vida de um
do par parental que é construído, de diversas maneiras, a partir de um conjunto de manobras
negativas (COELHO, MORAIS, 2014). Sobre esse tema, na década de 1980, o psiquiatra
Richard Gardner sistematizou uma categoria que aprofundaria essa questão da alienação
parental que seria a Síndrome de Alienação Parental. Essa síndrome, de acordo com pensador
norte-americano, desenvolve a partir de um fator específico que no processo da briga litigiosa
entre casais que influenciam menores de idade para uma finalidade individual dentro da lógica
de litígio pela guarda do filho, gerando a rejeição do filho por um dos pais (GARDNER 2001
apud, BRITO, SOUZA, 2001). Assim, para tratar desse assunto de tamanha relevância social
é preciso perceber a importância que o filho assume na relação parental tanto materna quanto
paterna, para que se possa entender a relação entre a prática da alienação parental com o
desenvolver da Síndrome da Alienação Parental.

1.1 Justificativa

Com essa conjectura, é posto neste trabalho que a sua justificação é dada pela
necessidade social para uma melhor discussão sobre as formas de lidar com a alienação
parental, para além do que em matéria jurídica já está assegurado. No âmbito acadêmico, é
visto uma necessidade também para com um incremento nos debates desse assunto, pois ele
trata de searas psicológicas e jurídicas que dentro do contexto acadêmico urge a procedência
de uma maior produção que esclareça melhor maneiras resolutivas que devem cada vez mais
serem aprimoradas com fim de melhorar a qualidade formativa do crescimento das vítimas.
Há muito tempo em que se vem discutindo acerca das dificuldades que a psicologia
enquanto ciência tem para um estabelecimento metodológico sobre as problemáticas em que
ela tenta dar uma resolução. No que se refere à alienação parental, percebe-se que, mesmo
sendo um tema de apreciação jurídica, é na psicologia que se finda as maneiras de resolução
direta das consequências que infligem da individualidade da vítima e de sua subjetividade em
construção.
Ademais Neste trabalho abordar-se-á diferença entre separação consensual e a
separação litigiosa desenhando assim um panorama para o real teor do corpus monográfico: as
5

consequências psicológicas da alienação parental no processo de litígio. Afinal, como será


visto aqui, a seara jurídica e a psicológica, nesse âmbito, perpassa por questões
interdisciplinares tanto no entendimento resolutivo de todo o processo quanto no mero
entendimento.

1.2 Problema de pesquisa

De início, para fim de sistematização deste trabalho, é escolhido, a partir de reflexões


integrais do assunto abordado, que o problema da pesquisa seja : como o psicólogo pode
cooperar junto aos sujeitos envolvidos no processo de litígio utilizando-se da mediação
familiar? Essa pergunta abre a discussão de forma completa acerca dessa relação apontada
entre a prática da alienação parental, ação que tem entendimento em muito na seara jurídica, e
a Síndrome da Alienação parental, questão que se faz por cercear em âmbito psicológico
principalmente no trato de suas consequências para determinada vítima desse tipo de
violência.

1.3. Objetivo geral


● Investigar as consequências afetivas e psíquicas nos filhos de famílias em processo de
litígio enfatizando o papel do psicólogo na mediação familiar.

1.4. Objetivos específicos


● Analisar na produção literária em contexto de litígio, os impactos da alienação parental
nos filhos;
● Buscar referências bibliográficas da atuação do psicólogo na mediação familiar.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A relação Familiar


De início, tem-se que a instituição social família serve enquanto reflexo das formações
sociais e atende enquanto um profundo sistema de organização social com diversas
características específicas, “um complexo sistema de organização, com crenças, valores e
práticas desenvolvidas ligadas diretamente às transformações da sociedade, em busca da
melhor adaptação possível para a sobrevivência de seus membros e da instituição como um
todo” (FACO, MELCHIORI, 2009, p. 122).
6

Ainda sobre família, tem-se que: “Enquanto a família prossegue vivendo, o sistema de
parentesco se fossiliza e, enquanto esse continua substituindo pela força do costume, a família
o ultrapassa” (ENGELS, 2017, p. 47). Essa afirmação dá significação sobre a maior
característica acerca do conceito de família que é sua mutabilidade. No caso citado, o autor
separa família de sistema de parentesco. Para a nossa pesquisa não iremos focar nessa
separação, mas na ideia demostrada sobre haver fatores dentro da instituição familiar que
sempre e a partir de fatores concretos vão mudar a sua configuração.
Dessa maneira, pode-se afirmar que, mesmo por ser central enquanto figura social, a
família pode ser alterada em sua estrutura com o passar das gerações. Esse fator é muito
relevante para as análises nesta pesquisa, pois revelam a possibilidade de que os conflitos
ocasionados pela questão familiar sejam cada vez mais complexos e diversificados de acordo
com a determinada situação apresentada.
De acordo com Faco e Melchiori (2009, p. 129):

As respostas dos adolescentes sobre qual a função de suas próprias famílias foram
classificadas e cinco categorias: (a) suporte emocional/afetivo: “pessoas íntimas que
trazem amor”, “carinhosa”, “muito unida”, “um precisa do outro”, “é quem me
apoia”; (b) fonte de alegria e paz: “lugar onde se sente bem”, “se reúne para
conversar e contar piada”, “brinco com meus pais”, “é feliz”, “pais tranquilos”; (c)
suporte educativo: “compartilhar vida escolar”, “dão boa educação”, “sempre me
mostraram o melhor caminho sem por pressão”; (d) fonte de conflito: “confusão”,
“padrasto acha que não tenho nada de bom”, “meu pai fala que vai matar minha
mãe”; “fico excluída no meu canto”, “minha mãe fica isolada dormindo”, “meu pai
às vezes brinca mais com o cachorro que comigo”; (e) outros: “tenho muito que
agradecer à família”, “é onde moro”, “sou acostumado com meus pais”.

Assim, a partir dessa qualificação feita pelo trabalho referenciado, pode-se entender
que o conflito em um contexto familiar pode acarretar muitas máculas no que se refere ao
desenvolvimento psicológico do filho envolvido em algum conflito litigioso por causa de
alguma separação matrimonial dos pais.
Afinal, é bastante comum haver separações de casamentos envolvendo filhos dos
litigantes. Contudo, o que resta investigar é de que maneira esses processos interferem na
formação dos filhos envolvidos. Afinal, “Tramas e dramas tecidos pelos arranjos da
conjugalidade, pelas ficções construídas por cada cônjuge envolvido no processo judicial
atravessam as páginas dos autos processuais "como se" fossem a expressão da verdade”
(BARROS, 1997, p. 41).
Essa questão tem a ver com o que pode ser entendido como uma “dificuldade de ser
casal” (FÉRES-CARNEIRO, 1998, p. 3). Pois, a vida em casal faz com que individualidades
sejam anuladas. Assim, em um contexto onde há filhos nessa relação, essa situação acerca das
individualidades assevera-se.
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Essa realidade é factual pois, de acordo com Féres-Carneiro (1998, p. 7):

A separação conjugal pode ter efeitos construtivos para os membros de uma família,
sobretudo quando o preço para manter o casamento é a autodestruição e a destruição
do outro. Quer os pais estejam casados ou separados, o mais importante para o
desenvolvimento emocional dos filhos é a qualidade da relação que se estabelece
entre os membros do casal e entre estes e os filhos.

Assim, a família enquanto instituição social tem sua relevância para a formação de
cada indivíduo, porém, pode ser um antro causador de diversos traumas que estejam ligados à
maneira em que os pais que passam por uma separação litigiosa podem descarregar em seus
filhos. Essa condição demanda muito um entendimento firme acerca da maneira em que as
questões individuais e emotivas dos pais direcionam as de seus filhos. Uma análise feita por
Féres-Carneiro (1980 apud FERÉS-CARNEIRO, 1988) demonstrou que de cinco entre os oito
casais investigados tiveram seus filhos apresentando problemas que podem ser considerados
consequências diretas da forma que a relação conjugal dos pais se encontrava.

2.2 A Alienação parental


Por sua vez, ao tratar de questões ligadas ao litígio entre separados que envolvem seus
filhos, um ponto muito costumeiro aparece enquanto mazela social no seio familiar. Essa
problemática é a Alienação parental. Para tal questão, ao tratar da alienação parental é preciso
fazer uma explicação concisa acerca de uma possível definição. A alienação parental é tida
como um conjunto de manobras exercidas por um genitor que tem com fim a conversão da
imagem em algo substancialmente negativo para com seu filho (COELHO; MORAIS, 2014).
Assim, ao analisar uma realidade em que estejam sendo feitas ações com esse cunho
intencional mencionado faz-se necessário uma apreciação mais profunda para com as
reverberações que o menor de idade apresentará após essas ações diretas advindas de um
determinado genitor que busque converter a imagem do outro genitor ou genitora de forma
negativa visando uma construção de aversão entre o filho e o parente superior ali destacado
como uma representação maléfica.
Essas ações se estruturam devido ao processo de litígio no divórcio que ganham um
caráter de disputa individual entre os litigantes culminando e infligindo num sofrimento
psicológico para com os seus filhos (COELHO; MORAIS, 2014). É certamente nesse limiar
do divórcio enquanto momento perdurante na vida familiar em que havendo essas manobras a
alienação dá-se na prática.
Todavia, um ponto de bastante relevância é a compreensão acerca da ação alienante
que é construída pelo alienador e de que maneira essa ação é feita para servir a seus interesses
8

individuais. A alienação parental enquanto ação direta na vida de um filho, tem como foco o
efetuar das vontades que determinado genitor coloca. Isto é, há uma intenção própria do
alienador em alienar um menor de idade no que se trata da realização de seus desejos ali
encontrados.
Assim, para esse tipo de concretização, é necessário que haja um processo de
instrumentalização da vítima enquanto ferramenta que possibilita a realização de seus
objetivos ali encontrados num contexto de litígio e de disputa até da guarda desse menor de
idade. O progenitor alienante atua como vetor conformativo da alienação nesse contexto tão
delicado que é o litígio familiar. E o sentimento de vingança é relembrado constantemente
enquanto uma gerencia psicológica do alienante para com o alienado (SEQUEIRA, 2020).
Como Sequeira (2020) observa, dentro de uma quebra a partir do fim do
relacionamento com o divórcio, o progenitor alienante enche-se por um sentimento de traição
muito forte. É nessa questão que usar o filho enquanto matéria para obter sua vingança. O
princípio da traição advinda com o fim do relacionamento serve de catalizador para esse
processo de alienação.
E quando se trata de processo de separação, o mal-estar é comumente visto enquanto
consequência desse processo (BARROS, 1997). Afinal, o desenvolver do litígio conjugal tem
em sua estrutura pontos de traumáticos como influencia direta aos filhos dos litigantes. Como
já afirmado aqui, há um sentimento de traição que pode gerir todo o (des)controle das
resoluções ali determinadas.
Para tal realidade, é visto que o que motiva as crianças, por exemplo, a estarem
conectadas de uma forma mais próxima com o alienador é que esse ambiente de apartamento
da continuidade na construção de afetos pelo progenitor adjetivado de forma negativa dá uma
maior seguridade de suas frustrações que surgem no processo de divórcio (SEQUEIRA,
2020).
Além disso, a visão que o alienador tem perante a vítima é feita pela condição que a
alienação parental abarca por ter “efeitos destrutivos na saúde mental e emocional da criança,
visto que esta perde um contacto que antes se apresentava como sendo de referência”
(SEQUEIRA, 2020, p. 18). É isso que faz todo esse estado de influência parental ser delicado.
A relação familiar parental é muito íntima e, a partir dela, há construções afetivas e de
confiança que são as referenciam a formação subjetiva do menor naquele momento
determinado.
9

2.3 Os efeitos da alienação parental nos filhos de um casal em separação litigiosa


Por princípio, é preciso destacar aqui nesta pesquisa uma questão muito pertinente
acerca das consequências que um litígio pode causar. Assim, tem-se que:
Nos sujeitos que protagonizam litígios familiares de longa duração,
observam-se alguns aspectos comuns: alto grau de agressividade, postura refratária
às intervenções, discurso baseado na lógica adversarial. E, frequentemente, esses
sujeitos têm como objeto do pedido judicial, o filho (ANTUNES; FÉRES-
CARNEIRO; MAGALHÃES, 2010, p. 199).

Dessa maneira, pelas contribuições referidas, sabe-se que um litígio que dure muito
tempo pode acarretar em muitas problemáticas para o filho dos litigantes. Dentro da
abordagem psicológica, esses eventos podem ser explicados por várias questões. Uma delas é
a questão narcísica que o indivíduo na situação conjugal pode apresentar (ANTUNES;
FÉRES-CARNEIRO; MAGALHÃES, 2010).
Afinal, como já posto nesta presenta pesquisa, a Alienação Parental é alimentada por
questões individuais do litigante e tem como função fazer acontecer uma visão própria dela
em determinada situação onde a relação com seu filho pode ser uma chave para alcançar essas
questões.
Dessa forma, faz-se necessário pontuar que nesse contexto de Alienação Parental por
causa de um litígio entre pais, a principal característica desenvolvida por filhos que são
influenciados por todas essas questões é a da Síndrome de Alienação Parental (SAP), que é
uma manifestação comum e individual dos dias presentes (SARMET, 2016).
A Síndrome da Alienação Parental é o que se foi categorizado para entender essa
situação em que já não se fala mais de determinadas ações que infligem na vítima e sim dos
processos internos que são resultados desse contexto de alienação constante construída pelo
alienador (BRITO; SOUSA, 2011).
Uma breve definição acerca da SAP que pode ser feita é comentada por Montezuma,
Pereira e Melo (2017, p. 1206):
A descrição da síndrome de alienação parental (SAP) foi apresentada pelo psiquiatra
forense norte-americano Richard Gardner como uma perturbação da infância ou
adolescência que surgiria no contexto de uma separação conjugal e cuja
manifestação preliminar seria uma campanha feita por um dos pais junto à criança,
para denegrir, rejeitar e odiar o outro.

Dessa maneira, é visto que há uma direta e evidente relação entre a Síndrome de
alienação parental e as ações cunhadas de alienação parental. O que vai é importante para esta
pesquisa é deixar asseverado que a síndrome vai se destacar enquanto fenômeno por haver
sintomas recorrentes que sinalizam a sua existência já desenvolvida psicologicamente no
alienado. Esses sintomas podem ser manifestados por outros transtornos como a questão que
10

vista no distúrbio do déficit de atenção com hiperatividade (DDAH), manifestado


comummente por crianças que passaram por processos de divórcio litigioso (BRITO;
SOUSA, 2011).
Uma possível explicação para a SAP enquanto evento psicológico que pode acontecer
em contexto de litígio é a relação arquetípica mitológica que se cria em uma ruptura do
relacionamento de forma conflituosa (SARMET, 2016). Essa explicação é feita com uma
interpretação da psicologia analítica sobre o mito de Medeia, que com essa história, narra-se
um filicídio acontecido por razões individuais (SARMET, 2016).
Assim, uma definição possível para a SAP seria: “uma condição psicológica causada
pelo exercício abusivo do poder sobre a criança, quando um dos genitores impede a
convivência da criança com o outro genitor” (SARMET, p. 485, 2016). Dessa maneira, ao
entendermos essa síndrome e suas raízes psicológicas que se estruturam mediante diversas
questões, resta compreender suas consequências.
Por início pode-se fazer uma explanação sobre esses efeitos pelo que Sarmet (p. 485,
2016) vai colocar que:
Na alienação parental, a mágoa e o ressentimento do fim da relação conjugal recaem
sobre os filhos. Por causa das consequências sobre o desenvolvimento da
personalidade da criança, sua saúde mental e seu comportamento futuro, a questão
da alienação parental merece atenção especial dos psicólogos e demais profissionais
que lidam com crianças.

Além disso, outra realidade que pode ser apresentada enquanto um direto reflexo da
SAP, a partir de uma interpretação junguiana, é o acúmulo na psique de sentimentos como
fúria e vingança que levam a ações que podem desgastar as demais relações que cercam esse
contexto conturbado e conflituoso (SARMET, 2016).
Dessa forma, para entender o desenrolar da SAP é preciso compreender que ela se
alimenta a partir de um afastamento entre a criança e o genitor alienado que ocasiona em uma
gama de sentimentos negativos que Gardner (2001 apud MONTEZUMA; PEREIRA; MELO,
2017)

2.4 As mediações de um psicólogo em meio uma separação litigiosa


Com essas conjecturas feitas é preciso discutir sobre meios resolutivos no que se
refere à Alienação Parental e a consequência psicológica dessas ações que é a Síndrome da
Alienação Parental. Esta pesquisa faz a proposição da mediação familiar como forma de
aludir acerca das idiossincrasias acumuladas na vítima alienada.
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Existem diversas questões que qualificam a necessidade de se fazer uma mediação


familiar em contexto de divórcio. A principal é o apontamento que se faz para com a relação
interpessoal entre os parentes naquele meio litigioso. É nisso que a mediação familiar entra
enquanto instrumento de acessibilidade para uma melhor realização das condutas pedidas em
virtude da separação que ocorre (ALVES, et al, 2014).
Assim, é preciso fazer uma colocação: essa mediação é alternativa para esse tipo de
conflito e os estudos cada vez mais comprovam sua eficácia nesses contextos de litígio
familiar. Afinal, como já foi dito aqui, é nesse ambiente de conflito familiar que se percebe
um desenvolvimento da Síndrome de Alienação Parental a partir das manobras de alienação
parental cometidas por determinado progenitor alienante.
Por isso, a possibilidade de se fazer uma mediação familiar torna-se imprescindível
quando se fala em garantir uma formação psicossocial dos menores de idade que passam por
esse processo que pode acarretar em diversos traumas familiares. Para essa realidade, é posto
que alguns pontos sejam estabelecidos sendo esses: “assessorar famílias que estão passando
por momentos de sofrimento devido a crises conjugais; trabalhar, com pais, questões
referentes a processos ligados à paternidade/maternidade; facilitar a comunicação entre as
partes para que busquem soluções de mútuo acordo” (ALVES, et al, 2014, p. 196).
Outrossim, é relevante colocar que essa mediação, certamente, dará por uma realidade
de guarda compartilhada. Por sua vez, havendo esse acordo inicial, é muito importante o
acompanhamento psicológico e jurídico entre as partes para gerir os possíveis conflitos. E em
todas as realidades, trazer os pontos já aqui levantados para fim de se conseguir efetuar-se
melhor a mediação.
O que essa mediação tem como ponto positivo é atuar em uma questão já trazida nesta
pesquisa: a construção imagética dos entes familiares perante o ´processo de divórcio.
Socialmente falando, tem-se que o pai serve enquanto ente familiar, como um auxílio nas
contas e quem as tarefas cotidianas do filho ficam a cargo da mãe, por exemplo. Assim,
quando se traz a mediação familiar, essa imagem é quebrada (ALVES, et al, 2014). Afinal,
pensar um contexto familiar de conciliação é entender e até ressignificar papeis sociais já
estabelecidos.
Para isso, Sequeira (2020, p. 21) afirma que em contexto de guarda compartilhada,
“ambos os progenitores devem estar presentes e participar na vida da criança, porque só assim
conseguem que a mesma tenha um desenvolvimento saudável e harmonioso, e isso só pode
ser construído a partir da convivência familiar”. Dessa maneira, percebe-se um fato muito
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delicado, mas que é factível a quem entende todo contexto aqui apontado: família não deixa
de existir após o divórcio dos progenitores.
Com isso, entende-se preciso haver uma qualificação mais específica no que se trata
das responsabilidades parentais (SEQUEIRA, 2020). Haja vista que, em contexto de
endereços diferentes e de cotidianos separados, os progenitores devem seguir com mais
notoriedade acerca de tratar com mais cuidado as particularidades que cercam seu filho. Para
essa necessidade, a mediação familiar é muito necessária para evitar alguma espécie de
desacordo e ocasionar em consequências maléficas para o filho.

Nos dias atuais com as novas configurações das famílias onde o número de separações
entre casais cresce numa velocidade como nunca se visto. Nesses dois anos de pandemia os
casais tendo que ficarem tanto tempo juntos, as relações não se sustentarão. A sociedade vive
um novo momento e precisa se adaptar a uma situação nova, onde os papeis tem redefinições
diferentes. Numa separação entre casais sobram rancor, magoas, ressentimentos e frustrações
por causa do fim do relacionamento e isso gera conflitos que ocasionam práticas nocivas aos
filhos por causa de um dos genitores, assim caracterizando a (AP) alienação parental, pratica
cada dia mais reconhecido entre os profissionais de saúde como psicólogos e psiquiatras
A alienação parental (AP) caracteriza o ato de induzir a criança a rejeitar o pai ou
mãe alvo (com esquivas mensagens difamatórias até o ódio ou acusações de abuso
sexual). A síndrome de alienação parental (SAP) é o conjunto de sintomas que a
criança pode vir ou não a apresentar, decorrente dos atos de alienação parental.
(SILVA, 2011, P.47).

A alienação parental de acordo com a literatura, é um assunto que envolve os


campos tanto da psicologia como do direito e que atinge crianças e adolescentes envolvidos
em situações de guarda após a separação do casal com o intuito de atingir agressivamente o
parceiro. A criança é ensinada a odiar e rejeitar o outro genitor causando uma ruptura vínculo
com o genitor alienado. com a alienação parental é crescente os prejuízos que tem as crianças,
quando um dos pais denigrem a imagem do outro. (COLOMBO, 2014).
A alienação parental (AP) é um descumprimento das obrigações dos pais que coloca
em risco a saúde psicológica e emocional da criança devendo ser identificada o mais rápido
possível para a proteção integral das crianças que estão sofrendo essa agressão. A situação
mais comum é a mãe ser a principal alienadora, mas a alienação pode também ser exercida
por outros membros da família como avós, tios ou qualquer outra pessoa que tenha
responsabilidade sobre os menores (NÜSKI; GRIGORIEFF, 2015).
A alienação parental ainda é um assunto pouco conhecido apesar de acontecer com
muita frequência. Quando a há dissolução conjugal ocorre com esse fato graves alterações nas
13

relações familiares e prejudica o desenvolvimento dos filhos. com essa pratica o genitor
alienador induz o menor a rejeitar o genitor alienado buscando a quebra do vínculo de afeto
com conduta desmoralizadora, chantagens, mentiras ódio mensagens difamatória como
também de violência e abuso psicológico e as vezes até sexual. tudo isso para buscar uma
forma de mostrar que as qualidades do genitor que tem a guarda do menor são superiores.
(PRÓCHUO; PARAVIDINI; CUNHA, 2011; SILVA, 2011). algumas vezes o genitor que
detém a guarda nem se dá conta de que está fazendo alienação parental. porque com o fim da
relação sobram magoas e é nesse momento que o parceiro rejeitado quer muitas vezes só
desabafar contar tudo o que passou de ruim na relação expor seu lado da história e sem se dar
conta está difamando o parceiro fazendo com que a criança absorva essas magoas para se.
deve se ter muito cuidado quanto há isso pois sem querer coloca-se a relação dos filhos com o
parceiro anterior e a saúde emocional dos mesmos em risco.
Geralmente a dissolução de um casamento é muito difícil complicada e dolorosa
muitas vezes chegando ao litigio onde toda família sofre grande pressão emocional onde
nasce vários conflitos. e é nesse momento que se faz necessário o olhar da psicologia, pois
com a quebra do vínculo em decorrer da separação ou divorcio surgem os problemas sendo
principalmente pela disputa de guarda dos filhos. resultando em situações conflituosas que
trazem várias consequências alterando a percepção dos filhos em relação ao outro, ou seja, ao
alienado, com o objetivo de afasta-lo como punição depois da separação. Isso acontece por
vingança, por ter sido abandonado ou traído. nesse momento surge a alienação parental
(APA). responsável por danos significativos na vida dos envolvidos. (COSTA, 2011). (LUZ;
GELAIN; BENICÁ, 2014, P86).

3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa


Acerca da metodologia presente neste trabalho tem-se que, primordialmente é uma
pesquisa de cunho bibliográfico. Esse tipo de pesquisa é feito a partir da estruturação, do uso
direto de materiais que sirvam enquanto fonte para fundamentação de um trabalho
(LAKATOS, MARCONI, 2017). Assim, ao usar revistas, livros e artigos, pensa-se em uma
consolidação coerente para com o conteúdo buscado em determinada parte da pesquisa
referida. Pois, a conexão feita entre a bibliografia e o texto escrito deve conter uma
concretude firme e bem-posta. Para que assim possa-se demonstrar domínio básico entre a
situação ali exposta em determinado trabalho.
14

Além disso, é condição real desse trabalho o tipo de pesquisa qualitativa. Essa
condição é trazida por haver uma necessidade de se fazer uma definição do que Severino
(2017) dá para esse tipo de pesquisa que seria a não limitação a temas meramente
matemáticos para uma sistematização das referências bibliográficas aqui escolhidas. Isto é,
uma pesquisa qualitativa trata de uma eficiência maior no trato dos estudos de cunho que
abarcam fatos que não se restringem ao entendimento numérico partindo desse tipo de
abordagem.
É preciso colocar também que seguindo uma definição de um “intermédio do qual,
partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou
universa” (LAKATOS, MARCONI, 2017, p. 93), esta pesquisa tem como sua concretização
metodológica a forma indutiva de construção. Essa questão é bem necessária de ser trazida em
virtude do quão relevante é a pesquisa determinar a forma que ela vai enxergar os fenômenos
aqui asseverados enquanto objetificação direta dos problemas que se fazem no pensar
elucidativo e científico desta pesquisa.
Ainda nessa questão metodológica, certifica-se que a maneira feita no que se refere a
técnicas de pesquisa a documental é a que se encontra neste trabalho. Haja vista que se usa em
sua elucidação teórica e científica documentos em conformação de fonte e sustentação estrita
desta pesquisa.
Por fim, é dito também que este trabalho tem como caráter um ponto importante a face
exploratória de pesquisa. Essa condição tem um papel, ao ser aferida, de determinar que
haverá uma necessidade de aplicar uma metodologia conectada pela também condição
qualitativa aqui encontrada para fim de objetificação de toda questão que seja levantada
enquanto posto de problema a sofrer uma resolução científica enquanto trabalho de pesquisa
(SEVERINO, 2017).
3.2 Critérios de inclusão

3.3 Critérios de exclusão

3.4 Cronograma Da Pesquisa Do Trabalho De Conclusão De Curso

Etapas Agosto Set Out Nov Dez Fevereiro Março Abril Mai Ju
e 2022 o nh
Meses 2021 2021 2021 2021 2021 2022 2022 o
202
2 20
15

22

Escolha X
do tema

Esc X
olha
do
(a)
prof
esso
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or (a)

Cons X
truçã
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pré-
projeto
a
discip
lina
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TCC

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Metodol
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16

do
refe
renc
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teórico

Elab X
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Orient X X X X X X X X X
ações
com o
(a)
profes
sor (a)

Submissão do
projeto a
Plataforma
Brasil

Início da X X X X
construção do
artigo

Coleta de X X X
dados em
campo ou
nos bancos
de dados

Discussão e X X X X
análise dos
17

resultados

Construção X
das
considerações
finais

Entrega e X
apresentação
do artigo a
banca
examinadora

4. CONCLUSÕES
A presente pesquisa ressalta a discussão acerca de como a alienação parental pode
desenvolver a Síndrome de Alienação Parental e de que maneira a mediação familiar pode
resolver essas questões postas. As manobras aferidas por um determinado progenitor alienante
em casos específicos resultam no desenvolvimento da Síndrome de Alienação Parental. É algo
feito com um sentimento de vingança criado com o processo de divórcio.
Dessa maneira, quando se observa o ente familiar filho na relação percebe que esse
sentimento citado pode acarretar numa construção de instrumento para o efetuar desse sentido
vingativo que determinado progenitor cria no litígio do divórcio. Para tal, analisa-se que é
feito com que a imagem do outro progenitor seja qualificada de forma negativa com o filho.
Essa condição é nociva ao processo de crescimento da vítima menor de idade. Pois, cria
traumas e processos de transtornos que reverberam em sua vida social direta e indiretamente.
Assim, para reduzir os danos e até evitar que toda essa situação aconteça faz-se
necessário que a mediação familiar seja efetivada no processo litigioso do divórcio. Pois, ela
consegue trazer mais acordos entre as partes e gerir conflitos que sem essa mediação,
acarretaria em problemas psicossociais para com o menor de idade presente nessa relação
familiar.
Não existe fim da família com o divórcio. Essa afirmação abre caminho para diversas
discussões e esta pesquisa traz esse papel em abeto para o psicólogo em suas diversas áreas de
atuação. Afinal, a conjectura familiar traz responsabilidades que em meio a conflitos pedem
mais frações de deveres desse agente enquanto um possível mediador das relações que são
postas para serem asseveradas e conformadas.
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E, com o fazer e continuar dessa pesquisa, essa realidade trazida acerca das
responsabilidades psicossociais necessárias ficará notório que é possível haver um processo
de divórcio bem estabelecido e organizado por profissionais que analisam as situações com
compromisso de evitar danos a possíveis entes mais vulneráveis que circundam essas
particularidades que a vida familiar traz comummente, mas que agora podem ser observadas
com mais cuidado.
Afinal, no que se trata de mediação em processos litigiosos familiares, a ação do
psicólogo serve enquanto uma importante ferramenta que pode sanar e evitar traumas e
síndromes para os filhos dos genitores litigantes. Para essa realidade concretizar-se é preciso
que nas searas jurídicas que existem a resolução de conflitos exista cada vez mais um
investimento acerca desses profissionais da psicologia para o acompanhamento devido que
tem de ser feito em meio a conflitos que podem gerar problemáticas na psique dos filhos
desse casal.

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