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Queixa Principal
Sua mãe (EA) buscou atendimento no hospital geral de Malanje relatando brigas
constantes com o pai, que, segundo ela, se irritava com o comportamento e com as notas
escolares da menina, relatou que também acha que a garota tenha “manias estranhas” e
sente que ela é “antissocial”.
O casal contou essa história para uma amiga, que falou que seu filho também não gostava
de outras crianças por perto e não era muito independente e que eles não deveriam se
preocupar com a situação, que se resolveria quando a menina fosse mais velha. Então o
casal achou que não havia necessidade de procurar outra ajuda, até porque a menina,
apesar de apresentar problema de ansiedade, tinha conseguido “se virar” até o momento.
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Logo, matricularam a menina na escola, na tentativa de melhorar a socialização.
Não obtendo sucesso, conversaram com a professora da escola, que mostrou resultados
não satisfatórios da menina, mas relatou muita dificuldade nas outras disciplinas, no
convívio com os colegas falta de comunicação com a professora, dificuldades de
expressar mesmo através de gestos, não aceitava comer na escola e fazia xixi nas calças.
Os pais tentaram repreendê-la e até mesmo tirar seus brinquedos favoritos, mas tudo só
gerou mais timidez na menina. A professora recebeu novamente os pais e indicou um
hospital de psiquiatria para tentativa de um diagnóstico e terapêutica para JAC.
A mãe de JAC é dona de casa, , nasceu e vivi em malanje, relata não ter tempo para
acompanhamento médico ou exames, porque tem uma vida muito corrida. Diz estar muito
preocupada com a filha e com as brigas familiares ficando mais constantes e, por conta
disso, está vivendo um momento de angústia, mas tem medo de contar para os familiares
e estes pensarem coisas ruins sobre ela.
O esposo (DVC.) trabalhava como taxicista, mas por causa da pandemia, ficou
desempregado e atua como entregador de aplicativos, não consegue ficar muito tempo
em casa, mas sempre cobra muito da filha nas questões de escola, pois sonha que a menina
tenha uma “vida melhor”. Ele acredita que JAC seja desatenta e preguiçosa, porque na
família dele ninguém teve problemas na escola.
Além disso, a mãe disse que a família é bem caseira, principalmente porque a filha
não demostrava gostar de sair de casa ou fazer atividades ao ar livre; sua maior companhia
é uma amiga que mora na mesma rua que o casal reside. Os avós da menina visitavam
mensalmente a família, mas agora estão afastados devido ao problema que tiveram por
levar a menina na consulta com o pediatra.
Exame físico
J.A.C. se mostra muito reservada e mesmo quando seu nome é citado durante a
consulta, não tenta se impor na conversa. Ao ser questionada, não responde. Não
demonstra alteração de fisionomia quando questionado sobre as brigas familiares ou
quando recebeu um beijo de sua psicóloga. Grande parte do tempo ficou passando a mão
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no brinquedo que carregava consigo (a mãe diz ser um comportamento constante) e não
se interessou pelos brinquedos que estavam no consultório.
Suspeitas diagnósticas
• Deficiência intelectual
• Mutismo
Diagnóstico diferencial
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CONCLUSÃO