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SOBRE A FACULDADE

1. Por que vc escolheu cursar fisioterapia?


“Desde bem jovem eu tinha uma tia fisioterapeuta, então eu sabia o que era
fisioterapia. Eu fazia balé, sempre gostei de trabalhar com o corpo, eu fazia
balé clássico, jazz, balé moderno na época, então eu gostava muito de
trabalhar com o corpo, fazia bastante esporte e ai muito nova com
aproximadamente 13 anos eu fui proibida de fazer balé clássico, que era uma
paixão, porque eu estava com uma escoliose que era relativamente alta acima
de 22°. Então fui para a fisioterapia para fazer tratamento e ai fui acompanhada
até o final do meu crescimento e até por volta de uns 16, 17 anos, até quando
eu entrei na faculdade que eu entrei na faculdade, que acho que entrei quando
tinha 17 anos, eu era bem “jovenzinha” e eu já sabia que ia trabalhar com
saúde, eu queria ou psicologia, ou nutrição, ou fonoaudiologia, ou fisioterapia.
Logo depois descarte a fonoaudiologia e a nutrição e fiquei entre fisioterapia e
psicologia; mas minha paixão pelo corpo era muito grande e eu resolvi ficar na
fisioterapia mesmo”

2. Durante a faculdade, você tinha alguma atividade que tornou esse


período mais agradável ou leve?
“Não. Não pelo o seguinte, a minha faculdade era período integral, então era
das 7 ou 8 horas da manhã até as 17 horas da tarde quase todos os dias,
então, vez ou outra teve um ano que eu tinha uma tarde livre, no outro talvez
meia tarde livre, mas o que aconteceu é que como o curso era muito puxado
em termos de carga horária, ao contrário, eu fazia antes aula de piano, fazia
aula de dança e tive que largar tudo eu não dava conta de fazer as outras
coisas. A única coisa que eu fiz foi que quando eu estava no 2° ano da
faculdade eu tentei trabalhar a noite, então eu lecionei em um colégio estadual
na disciplina de biologia pros alunos do 3° ano do antigo colegial, que hoje em
dia é o ensino médio e eu lecionava 3 noites por semana, mas eu aguentei
fazer isso só 6 meses porque, imagina, ter que estudar o dia inteiro e 3 noites
lecionar era muito pesado e o curso também era muito caro e meu pai então
falou “não tem cabimento, né? Você tem que fazer o curso todo bem-feito”.
Então ao contrário, a gente só ficava na faculdade o dia inteiro, era uma
vivencia muito intensa.”

3. Algum conselho que algum professor te deu que mudou seu modo de
ver a profissão?
“Olha, eu não me lembro assim desse tipo de abordagem. O que eu me lembro
foi que eu tive uma professora muito querida que foi a Eliane Pires da
neurologia adulto que foi extremamente importante pra mim porque ela tinha
um reconhecimento especial pelo meu esforço e porque eu sempre fui uma
pessoa assim, que estuda muito cada caso, ai ela me chamou e eu tive uma
nota bem alta na supervisão de estagio dela; ela já tinha sido minha professora
em duas disciplinas, que foi fisio aplicada neurologia e fundamentos da
fisioterapia e assim, ela falou pra mim“ Olha, eu acho incrível como você é
dedicada e como você estuda cada caso mesmo que a gente diga que ele está
perdido que é só fazer -aquilo- você vai atrás e a gente nota melhora” e isso foi
muito importante pra mim.”

4. Você tem algum conselho para nós que estamos no 1º semestre?


“Olha, tem uma coisa que é assim, eu lecionei também em uma orientação
vocacional que na época que eu me formei se chamava Colmeia que era bem
legal, então eu acho que continuo dando as mesmas orientações que eu dava
para quem estava escolhendo uma profissão. Então eu acho que para a gente
escolher uma profissão, a gente primeiro tem que gostar muito e tem que ser
uma coisa que a gente se dispõe a estudar porque gosta daquilo, eu acho que
o sucesso profissional e o reconhecimento, inclusive financeiro, ele vem
quando você faz uma coisa que você realmente gosta, que você se dedica, que
faz parte da sua personalidade. Então essa coisa que eu escutei muitos anos
quando eu fui professora “é muito bonito fisioterapia porque tem que cuidar das
pessoas” Sim; mas precisa querer cuidar das pessoas, precisa se dedicar,
precisa querer estudar sempre, porque o ser humano nunca é um igual ao
outro, então não adianta a gente dizer que por ter essa patologia vai ser todo
mundo igual, não, tem muita coisa aí que a gente precisa olhar. Então meu
conselho é assim: Fazer com o coração, estudar sempre, eu estudo até hoje,
inclusive faz 2 anos, 2 anos e meio que comecei a estudar psicanálise e eu
continuo estudando, continuo, eu não paro um minuto de estudar.”

SOBRE A ESPECIALIDADE
5. Por que vc decidiu por essa especialidade? Foi antes, durante ou depois
da faculdade?
“Então, na realidade o que aconteceu foi o seguinte; eu sempre quis trabalhar
com crianças e na época que eu me formei todo mundo dizia: “Para trabalhar
com criança tem que trabalhar com neuro se a gente não trabalhar com neuro
a gente não vai trabalhar com crianças” na realidade o que eu mais queria era
trabalhar com prevenção e principalmente de problema ortopédico que nem eu
tive com a escoliose, enfim, mas naquela época era muito raro chegar e com
bebês meu sonho sempre foi trabalhar com bebês. Mas era difícil naquela
época não chegavam muito esses pacientes para a gente, graças a Deus hoje
chega, muito. Inclusive agora pós pandemia eu recebi muitos bebês, com
atraso de desenvolvimento, com braquicefalia que é aquela a cabecinha
achatada, com algumas síndromes. Eu queria trabalhar com bebês mas eu
entrei via neuro e porque o meu trabalho de conclusão de curso foi sobre
crianças, eu fui atrás de quem trabalhava com criança eu fiz uma entrevista
não me lembro ao certo acho que foram dez terapeutas dos mais conceituados
de criança na época em São Paulo e aí eu queria saber qual era a diferença de
trabalhar com criança e com adulto e aí eu fiz essa esse trabalho de conclusão,
entrevista e tudo mais e eu vi que todo mundo que trabalhava com criança
trabalhava com neuro e uma dessas pessoas que eu fiz a entrevista que foi a
doutora Eli kobler que era uma sumidade uma das primeiras no Brasil a ter o
curso bobath, ela me convidou para ficar lá com ela direto e eu fui pra fazer
entrevista fiquei fazendo estágio porque ela gostou de mim e aí ela já me
contratou eu saí da faculdade já empregada na verdade eu nem tinha
terminado a faculdade ela falou “eu quero você vai trabalhar na escola infantil”
E eu comecei a trabalhar numa escola especial com criança deficiente, então
foi meio que um curso natural depois eu fui me especializando cada vez mais
em pediatria e em ortopedia em paralelo porque eu queria fazer essa coisa da
ortopedia em criança e aí depois eu também adorava ser professora, eu fiz
muitos cursos e dei muitos cursos e fiquei na universidade Metodista durante
bastante tempo, em outras universidades e faculdades eu lecionei também
como pós graduação ou como graduação; Mas chegou um determinado
momento que eu que quis saí da do ensino da educação e aí eu fiquei só em
consultório mesmo e fui seguindo uma outra área mais ligada a união da
fisioterapia com a questão emocional”

6. Atualmente vc trabalha apenas nessa especialidade ou também em


alguma outra área?
“Desde que eu me formei eu fiz muitos cursos, né. Na área pedagógica eu fiz
uma especialização em didática do ensino superior, eu fiz um mestrado em
educação, mas na linha de psicologia da aprendizagem. Então eu sempre tinha
esse viés da psicologia e eu trabalhava com postura, com RPG, com
estruturação postural integrada dentro também de um âmbito junto com a
psicossomática, então eu nunca consegui trabalhar com corpo sem a mente, a
vida inteira eu disse que isso era impossível a meu ver. Sempre disse inclusive
que eu sempre critiquei essa coisa de ser ortopedia ou neurologia, porque eu
dizia não existe isso; porque se um músculo ele tem um nervo que vai fazer
um circuito neuronal todo o que vai fazer funcionar, não tem essa coisa de ser
ortopédico ou neurológico, porque todo ortopédico é neurológico e todo o
neurológico é ortopédico; Mas existe essa disciplinação para poder facilitar o
ensino só. Desde então eu trabalhei a com integração sensorial com o bobath,
eu não fiz a formação do bobath porque a Eli ensinava tudo pra gente sobre
isso, mas eu fiz toda formação de integração sensorial, de técnicas de bola e
depois aí eu fui para uma área mais é correlata que seria da leitura biológica
que também hoje é conhecida como nova medicina germânica micro
fisioterapia e a terapia informacional integrativa. Isso foi fazendo com que eude
fato me especializasse não só em criança, então eu tenho um trabalho muito
muito diferenciado hoje porque eu trabalho, com gestante, eu trabalho com
postura, eu trabalho com bebês, eu trabalho com é crianças. Mas eu acho que
hoje eu posso dizer que o que eu faço é fisioterapia integrativa porque eu vou
lá e eu vou atender todas as questões relacionadas a aquele caso ou aquela
família, então acho que é isso. Hoje eu não diria que eu trabalho só com neuro,
só com ortopedia, nem só com gestante; eu acho que hoje eu faço fisioterapia
integrativa
É muito legal, hoje também eu acho que o único lugar que eu ainda
leciono eu dou aula é no curso de medicina da faculdade de medicina do
ABC uma aula na pós graduação de medicina integrativa e também na
FAPS que é um centro de estudo em medicina integrativa, então eu dou
um módulo em cada uma sempre para explicar esse meu trabalho que é
integrativo.

7. Você teve algum momento, enquanto vc já estava atuando em


neurofuncional, e pensou que realmente escolheu a especialidade
certa? Se sim, vc pode nos contar um pouco sobre?
“Há eu acho que sim, eu acho que sempre esse trabalho com crianças e com a
neuro funcional é pra mim a menina dos olhos, vamos dizer assim,
principalmente quando eu pego os bebês hoje para estimular, fazer
estimulação precoce para ensinar a carregar e enfim é eu ainda faço reuniões
em berçários, em escolas explicando como é que a gente pode facilitar o
desenvolvimento motor, eu acho que assim a criança e o desenvolvimento
motor, o desenvolvimento neuro psicomotor ele é a base para tudo, é a base
para o nosso movimento ele é a base para um artista, então assim é no circo,
no balé, no esporte, o gesto esportivo, ele está todo relacionado com essas
questões com o desenvolvimento neuro psicomotor bem acompanhado onde a
criança ela tem todas as condições de base estabelecidas, aí sim ela vai
conseguir ser melhor motoramente. Mas hoje eu não acredito em nada que não
reúna a mente, as emoções e o corpo. Então eu acho que sempre tem que ter
essa tríade.”

8. Como ocorre a evolução da fisioterapia funcional, durante seu período


de exercício da profissão, em termos de técnicas, matérias, patologias e
tecnologias? Como vc lidou e se adaptou a isso?
“Nossa eu acho que isso é o mais lindo para mim, esse é o mais lindo da nossa
profissão, porque a nossa profissão é uma profissão que ainda é relativamente
nova, então dentre o mercado das profissões a fisioterapia não é uma profissão
muito antiga, inclusive teve há pouco tempo uma comemoração com os mais
antigos da fisioterapia e foi muito legal. É muita evolução, eu acho, mas eu
acho que a maior evolução primeiro é em termos de respeito a nossa profissão,
porque eu lembro a primeira vez que eu falei que eu ia fazer fisioterapia na
escola, por exemplo no colégio ninguém sabia o que era fisioterapia. O meu pai
por exemplo que foi professor universitário mais de 40 anos de engenharia ele
dizia “ai minha filha porque não vai fazer medicina? Essa profissão aí a gente
não sabe muito sobre, é muito nova” então era como se fosse não curso um
técnico, mas era uma coisa muito nova dentro do aspecto é social econômico
do nosso país e a gente não tinha como a gente tem hoje por exemplo uma
obrigatoriedade de ter fisioterapeuta se em centros de saúde, em obs. Em
hospital a gente tem uma quantidade de fisioterapeutas muito grande agora a
existe uma legislação para isso, antigamente não existia muito. Eu lembro que
a gente brincava que se a pessoa fosse na fisioterapia, vocês não vão nem
imaginar isso, mas você não tinha direito a um atestado, você não podia faltar
na escola pra você na fisioterapia. Hoje é um é tão mais sério que é um
tratamento reconhecido tanto que você tem direito a abono; mãe que leva o
bebê tem direito ao abono no trabalho que ela levou o bebê na fisioterapia.
Então assim, eu acho que a evolução da profissão, eu vou fazer 30 anos de
formada, a evolução é muito grande, é muito grande! Em termos de legislação,
em termos de aceitação, em termos de validação e de reconhecimento, então é
a nossa profissão hoje é muito reconhecida e fazer parte desse processo é
muito legal, eu sou muito feliz por isso. Eu acho que cada vez mais vai mudar,
por exemplo agora na pandemia, aconteceu uma coisa curiosa; o meu trabalho
é muito manual, sempre foi, com neuro, com bebê, com a parte de terapias
manuais, fui professora de recursos terapêuticos manuais por bastante tempo e
aí as pessoas agora na pandemia diziam “sua profissão não vai mais existir
porque vai ter que ser tudo online”, “há não vai dar você vai ter que gravar
como fazer isso como fazer aquilo” e aí as pessoas que não conhecem meu
trabalho diziam “você vai ter que mudar porque não vai mais ser presencial” e
eu sempre dizia o meu trabalho vai ser presencial para sempre. E foi rapidinho,
eu fiquei na verdade só um mês sem trabalhar começaram a aparecer vários
pacientes com dor pedindo para eu ir em casa e inclusive é idoso porque eu
também atendo idosos que estavam começando a ter problemas é neuro
funcionais, mas assim a musculatura, não estava dando conta, eles estavam
tendo queda, eles tinham dor, então eu tive que começar ir em casa atender.
Então eu acho assim não tem é como a gente viver hoje num mundo sem o
fisioterapeuta. Eu não faço a parte hospitalar, a parte hospitalar é super
importante também.”

Sobre os pacientes

9. Qual paciente marcou mais sua vida profissional e pq?

olha tiveram muitos pacientes que marcaram porque, poxa 29 anos não é uma estradinha né.
Obviamente que o meu primeiro paciente, meus 2 primeiros pacientes marcaram muito
porque, primeiro eram crianças então era o que eu queria segundo porque foram pacientes
que eu acompanhei muitos anos, era um menino e uma menina. o menino eu comecei a
atender com 1 ano e meio e parei de atender ele quando ele tinha 19 então foram muitos anos
seguidos. A menina eu comecei atendê-la ela tinha 4 anos e meio e eu atendi ela até ela ter 17
ela tinha uma síndrome rara que chama síndrome de sotos que é uma síndrome de gigantismo
é e o outro menino ele era prematuro pisava na ponta do pé e tinha um déficit motor leve, mas
ele pisava na ponta do pé. Então assi esses 2 pacientes obviamente foram os mais marcaram a
minha carreira, porque eu acompanhei por muito tempo, se bem que eu tenho outros
pacientes que eu acompanho há mais tempo do que 18 anos, mas estes 2 porque eu peguei
desde bebê e uma se formou em ciências sociais e já deve ter aí os seus mais de 30 ou 30 anos
e o outro é psicólogo, então assim é um trabalho longo né onde você vê a criança crescer eu
acompanhei cirurgia que foram feitas, acompanhei início do botox para uso na neuro funcional,
porque o botox era usado para estrabismo na oftalmo, então quando começou a aplicar o
botox para neurofuncional em músculo spastico, eu acompanhei bastante isso então assim
foram casos que eu brinco porque foram antes de eu ter filhos, eu digo que eles são meus
primeiros filhos né porque eu acompanhei eu atende a domicílio e esse atendimento ele é
também uma coisa onde você está dentro todo o meio dessa criança então você acompanha
parte se separa a pai que está junto, o cuidador eu costumo dizer a isso que eu falo que é
integrativo eu acho que assim o meu trabalho ele foi caminhando pra isso. Aí você começa a
ter contato com a escola com o pediatra por neuro eu cheguei a apresentar o caso de um
desses pacientes com o doutor Erasmo Fazela Barbante no sedes a uns 20 e tantos anos atraz
ou até mais, uns 23 anos atrás 24. Então assim e com a Maria Cecília Aparato que era uma
psicóloga top de linha também, então a gente começar a trabalhar em equipe eu sempre
comecei com esse trabalho em equipe então você vai vendo que há atenção à saúde é mais
que fisioterapia não é só ser fisioterapeuta, é você tem uma rede e você visar realmente o
bem-estar daquela pessoa, tendo ela um problema reumático ou hematológico, tendo ela um
problema neurológico, dermato funcional. Eu costumo dizer assim para todo paciente que
chega hoje no meu consultório eu digo “o que você veio fazer aqui ?o que que você quer?”
porque eu sei que a pessoa que chega no fisio ela está em sofrimento ela não está feliz porque
eu brinco e falo que se estivesse feliz ia na praia não na fisioterapia.

10. Você consegue nos dar um breve relato sobre qual caso foi mais desafiador em relação
à riscos e consequências?

“Bom tiveram vários mas eu acho que em relação a risco tem 2 que eu me lembro agora um
foi quando eu estava estagiando ainda no hospital geral do Tatuapé então pra mim foi uma
coisa assim um desafio imenso porque eu estava em estágio era muito jovem e era um moço
de 32 anos e ele tinha tomado um choque elétrico de alta voltagem em fios da rede de fiação
da rua E ele ficou 25 minutos com parada cardiorespiratória foi dado como morto e voltou. Foi
um caso assim, surreal porque eu estava na parte hospitalar então eu tinha que fazer a parte
respiratória de aspiração, pulmonar, mas ele já estava em enfermaria e eu ficava 3 horas por
dia com ele porque eu tinha que fazer toda a parte de mobilização toda a parte pulmonar eu
tinha que fazer é inclusive estimulação porque ele mau se comunicava, só com os olhos e foi
muito desafiador porque era um caso extremamente desafiador, obviamente eu era muito
jovem e aí eu também me apeguei muito a ele porque ele foi melhorando, foi melhorando, e
foi muito triste porque assim que eu encerrei o estágio acho que em um mês ou 20 dias depois
ele faleceu. Então para mim foi muito, muito desafiador. foi desafiador nesse sentido agora eu
tive é um outro caso já quando eu atendia na clínica de habilitação do Morumbi que era muito
desafiador mas por outro motivo. Era um menino que tinha 4 anos de idade ele era alemão e lá
na época a gente tinha hospedagem então as pessoas vivem ou de fora do Brasil ou de fora de
São Paulo e passavam 1 ou 2 meses lá hospedados lá e fazendo fisio, fono, psicóloga todo dia
para melhorar todo dia, era muito legal isso e também tinha Câmara hiperbáricav Esse menino
ele veio passar acho que um mês no Brasil não me recordo, mas foi um mês ou 2 meses mas
ele tinha uma síndrome de osteogênese imperfeita que ele toda hora se quebrava, não sei se
vocês já ouviram falar .É uma síndrome aonde os ossos dele e o tecido conjuntivo é muito
maleável e aí qualquer queda ou batida eles sofrem fratura e imagina uma criança com 4 anos
de idade entre aspas hiperativa né porque não hiperatividade no sentido de um transtorno, de
um déficit mas a um menino de 4 anos que queria jogar bola, pular na cama elástica
trabalhava já em cama elástica desde 1995 eu trabalhava com Balanço com integração
sensorial. Foi muito desafiador porque eu vivia com o coração na mão de medo porque eu
tinha que fazer exercício com ele só que o próprio exercício podia dar fratura então foi muito
desafiador.

11. Referente aos seus pacientes, qual a maior queixa deles?

queixa acho que não é uma queixa mas talvez seja na verdade eu não tenho queixas sobre
pacientes mas assim acho que é legal registrar é eu não fiquei trabalhando só com criança
porque trabalhar o dia inteiro só com criança é muito desgastante mas o desgaste não é pela
criança é porque a criança tem uma mãe um pai um avô uma professora ou tendeu uma babá
uma cuidadora então assim é na realidade eu sempre falei isso inclusive com era quando eu
era professora de pediatria supervisora da pediatria né é é desgastante porque o adulto eu
digo para você Manuela então eu faço isso isso exercício eu faço uma postura faço uma terapia
miofascial faço recomendo orienta o exercício e tal faço a minha parte e aí você vai para casa
seu e você volta e diz eu falar você faz exercício falar não eu falo está bom tudo bem né mas eu
te orientei então é responsabilidade sua né EE eu brinco às vezes com a com jovens com
adolescentes e mesmo com com pessoas mais é adultos enfim eu falo não tem o menor
problema se você quer vir aqui toda toda semana a vida inteira pra eu te falar o que é pra fazer
é porque essa é minha profissão mas eu divido essa responsabilidade com você né é eu acho
que a queixa de trabalhar só com crianças é o desgaste nesse sentido porque você atende a
criança mas a mãe quer que você lida com o problema dela com o marido com a babá quer
que você invada a escola aí fala que a escola está errada então assim fica uma coisa que que aí
é que eu te digo é uma queixa minha é se eu trabalho o dia inteiro assim eu não dou conta
então o que que eu comecei a fazer eu comecei a intercalar então eu tenho assim vamos supor
é no máximo 23 crianças por dia entendeu e aí o recebe adulto porque aí é um trabalho muito
mais assim naquele momento naquele lugar o trabalho com a criança ali não termina ali na
sessão eu acho ele é um trabalho que é muito além né e aí é que eu te digo que o meu
trabalho ficou ficou muito diferenciado porque na verdade hoje é todos os meus pacientes eu
atendo assim então assim eu acompanho tudo né então se tá doente eu ligo pra perguntar se
tá bom se não tá se preciso falar tá porque faltou porque que não faltou né mas agora primeiro
a tendo menos pacientes por dia eu atendo no máximo 67 eu chegava a fazer 12 pacientes por
dia no começo da minha profissão porque fazia atendimento inclusive de meia hora né e então
eu acho que a queixa não tenho queixa de um paciente eu só tenho essa queixa de que é
muito desgastante você trabalhar só com crianças e você quer fazer um trabalho eu ia falar
bem feito mas é o que Eu Acredito que seja bem feito que é um trabalho que englobe
realmente você conseguir alguma mudança porque assim é eu costumo dizer principalmente a
mãe de bebê que eu eu com bebê eu trabalho assim vai uma vez por semana e eu oriento cada
semana eu oriento que todos os exercícios que para fazer como que é pra trocar a fralda como
que é para pôr pra andar o que que não pode fazer o que que é para orientar escola o que que
é para orientar a babá tudo né mas eu falo não adianta mesmo que você viesse todo dia aqui
meia hora e ele ficar 23 horas mal posicionado para resolver entendeu então eu acho que é
isso eu acho que não é uma queixa eu acho que é uma constatação é para trabalhar assim é
realmente é muito desgastante sabe de arte deve de gastar mesmo agora a última pergunta né
e que tem um pouco a ver isso que você falou
12. Como vc avalia, fora do seu horário de expediente, sua dedicação com os pacientes?
13. hã é então eu acho que é assim é muito diferente mesmo né porque na realidade é
assim hoje como eu pego entre as as poucos pacientes eu atendo 2030 pacientes por
semana mas aquele paciente que eu estou atendendo eu estou cuidando de tudo o
tempo todo eu estou cuidando se ele foi no médico se ele não foi no médico que o
médico falou eu estou mandando um relatório estou mandando foto estou mandando
o vídeo é às vezes o paciente eu sempre falo à me me fala se tiver com dor muitas
vezes o paciente fala pra mim ai estou com dor nas costas eu mando um vídeo do
exercício que eu quero que ele faça depois eu pergunto se melhorou então eu Mariana
tem um atendimento para cada paciente que está em tratamento comigo é quase sem
limite tá o limite é assim obviamente eu sempre falo você pode me mandar mensagem
a hora que você quiser obviamente não meia-noite 11 horas da noite mas eu vou
responder assim que eu puder então o limite quem dá sou eu entendi por exemplo eu
não vou atender um paciente que não saiu da internação por exemplo e de sábado e
domingo mas se é um paciente que foi internado que eu sei que está com alguma
algum problema Sério aí eu eu atendo eu escuto falo no telefone sábado ou domingo
entendeu e os pacientes têm essa canal por exemplo uma paciente minha essa é no
sábado e me mandou um uma mensagem Maria eu estou internada pô ela é minha
paciente há 6 anos então aí eu respondo no sábado o que que aconteceu você está
precisando de alguma coisa enfim agora tem o limite é lógico não é que eu vou sair
correndo daqui atender mas eu posso dizer olha você vai fazer esse esse exercício se
não melhorasse vai no pronto Socorro mas eu dou esse suporte né eu acho que isso é
mais um suporte emocional do que difícil né por isso até que eu venho estudando
muito e agora estou na nessa área da psicanálise legal ai muito obrigada senhor deixou
na minha mãe para minha mente da rua e chamei celular já chegou virou

bom agora a gente vai falar um pouco sobre seus pacientes qual foi o seu o paciente né que
marcou mais a sua vida profissional e por quê olha tiveram muitos pacientes que marcaram né
porque poxa 29 anos não é é uma estradinha né é assim obviamente que o meu primeiro
paciente meus 2 primeiros pacientes marcaram muito muito porque é primeiro porque eram
crianças então era era o que eu queria segundo espera só um pouquinho mais bom bom
trabalho segundo porque foram pacientes que eu acompanhei muitos anos então assim ele era
um menino e uma menina o menino eu comecei a atender com 1 ano e meio e parei de
atender ele quando ele tinha 19 quero me foram muitos anos seguidas é e a menina eu
comecei atendê-la ela tinha 4 anos e meio e eu atendi ela até ela ter 17 então é 11 paciente
tinha uma síndrome uma síndrome que é rara que chama síndrome de sotos que é uma
síndrome de gigantismo é e o outro menino ele te ele era prematuro pisava na ponta do pé e
tinha um déficit motor leve mas ele pisava na ponta do pé então assim esses 2 pacientes
obviamente foram os mais marcaram a minha carreira porque eu acompanhei por muito
tempo se bem que eu tenho outros pacientes que eu acompanho há mais tempo do que 18
anos mas estes 2 porque eu peguei desde bebê e 11 se formou em ciências sociais e já deve ter
aí os seus mais de 30 ou 30 anos e o outro é psicólogo né então assim é um trabalho longo né
onde você vê a criança crescer eu acompanhei cirurgia que foram feitas acompanhei início do
do botox para uso na neuro funcional porque o botox era usado para estrabismo né na oftalmo
então quando começou a aplicar o botox para neurofuncional em músculo spas Tico é aí a
gente eu acompanhei bastante isso então assim foram casos que eu brinco porque foram antes
de eu ter filhos eu digo que eles são meus primeiros filhos né porque eu acompanhei eu
atende a domicílio e esse atendimento é Domicilio ele é também é uma coisa onde você está
dentro todo AO meio dessa criança né então você acompanha parte se separa a parte que está
junto o cuidador né eu costumo dizer a isso que eu falo que é integrativo né eu acho que assim
o meu trabalho ele foi caminhando pra isso aí você é começa a ter contato com a escola com o
pediatra por neuro eu cheguei a apresentar o caso de um desses pacientes com o doutor
Erasmo fazê-la barbante no sedes a sei lá uns 20 e tantos anos atraia mais uns 20 3 anos atrás
24 então assim é e com a Maria Cecília com aparato que era uma psicóloga de top de linha
também né então assim a gente começar a trabalhar em equipe eu sempre comecei com esse
trabalho em equipe então você vai vendo que há atenção à saúde é mais que fisioterapia não é
só ser fisioterapeuta né é você tem uma rede e você visar realmente o bem-estar daquela
pessoa tendo ela um problema reumático ou hematológico tendo ela um problema
neurológico é sei lá é dermato funcional é eu costumo dizer assim para todo paciente que
chega hoje no meu consultório eu digo que que o que que você veio fazer aqui o que que você
quer né porque eu sei que a pessoa que chega no fisio ela está em sofrimento ela não está feliz
porque eu brinco falo se estivesse feliz ia na praia não na fisioterapia né pior que isso é
verdade

talvez essa chamada lá Do Nada se encerre mas aí eu tipo novo lin

tá bom vamos para uma outra pergunta você consegue é me dar um breve relato sobre qual foi
o caso mais desafiador em relação a riscos e consequências que você já atendeu é bom tiveram
vários mas eu acho assim em relação a risco tem 2 que eu me lembro agora um é foi quando
eu estava estagiando ainda no hospital do câncer não não está o Tatuapé nos hospital geral do
Tatuapé então pra mim foi 11 coisa assim um desafio imenso porque eu estava em estágio era
muito jovem EE era um moço de 32 anos e ele tinha tomado um choque elétrico de alta
voltagem e sem fios né da rede é de fiação mesmo da rua E ele ficou 25 minutos comparada à
tarde o respiratória foi dado como morto e voltou e foi um caso assim surreal porque eu estava
na parte hospitalar então eu tinha que fazer a parte respiratória de aspiração de é pulmonar né
mas ele já estava em enfermaria e eu ficava 3 horas por dia com ele então porque eu tinha que
fazer toda a parte de mobilização toda a parte pulmonar eu tinha que fazer é inclusive
estimulação porque ele é mau se comunicava só com os olhos né e e foi muito desafiador
porque assim era um caso extremamente desafiador é obviamente eu era muito jovem é e aí
eu também me apeguei muito a ele né porque ele foi melhorando foi melhorando e foi muito
triste porque assim que eu encerrei o estágio acho que eu não lembro se um mês ou 20 dias
depois ele faleceu então para mim foi muito muito desafiador né então foi desafiador nesse
sentido agora eu tive é um outro caso já quando eu atendia na clínica de habilitação do
Morumbi que era muito desafiador mas por outro é motivo era um menino que tinha 4 anos
de idade ele era alemão e lá na época a gente tinha hospedagem então as pessoas vivem ou de
fora do Brasil ou de fora de São Paulo e passavam 12 meses lá hospedados lá e fazendo é fisio
fono PUE psicóloga tipo todo dia para melhorar todo dia é era muito legal isso e também tinha
acho que é é também tinha a Câmara hiperbárica EE esse menino ele ele veio passar acho que
um mês no Brasil não me recordo mas foi um mês ou 2 meses mas ele tinha uma síndrome de
osteogênese imperfeita e ele ele toda hora se quebrava né não sei se vocês já ouviram falar É
uma síndrome aonde os ossos dele e o tecido conjuntivo é muito maleável e aí eles qualquer
queda ou batida eles sofrem fratura e imagina uma criança com 4 anos de idade entre aspas
hiperativa né porque não hiperatividade no sentido de um transtorno né de um déficit mas a
11 leque de 4 anos queria jogar bola lá pular na cama elástica trabalhava já em camet lasca
desde 90 e 5 né desde 1995 eu trabalhava com Balanço com melaço com integração sensorial
né então foi muito desafiador porque assim eu vivia com o coração na mão de medo porque
assim eu tinha que fazer exercício com ele só que o próprio exercício podia dar fratura então foi
muito desafiador nossa esse último eu teria medo também vou mentir não ficaria nossa ficava
com o coração na mão né ficaria também ó a Gi vai fechar daqui a um minuto a nossa sala tá
tem que eu vou fazer tem só mais 2 perguntas eu vou fechar aqui e eu vou abrir uma nova
mandar de novo vou abrir o ano bem também até já já puxa eu vou só

Voltamos eu só não tô te agora tô te bem agora é hora sim ó Santo as perguntinhas são básicas
também continuam sendo sobre pacientes tá referente aos seus pacientes né qual que é a sua
maior queixa sobre ele queixa acho que não é uma queixa mas talvez seja né na verdade eu
não tenho queixas sobre pacientes mas assim acho que é legal registrar é eu não fiquei
trabalhando só com criança porque trabalhar o dia inteiro só com criança é muito desgastante
mas o desgaste não é pela criança é porque a criança tem uma mãe um pai um avô uma
professora ou tendeu uma babá uma cuidadora então assim é na realidade eu sempre falei isso
inclusive com era quando eu era professora de pediatria supervisora da pediatria né é é
desgastante porque o adulto eu digo para você Manuela então eu faço isso isso exercício eu
faço uma postura faço uma terapia miofascial faço recomendo orienta o exercício e tal faço a
minha parte e aí você vai para casa seu e você volta e diz eu falar você faz exercício falar não eu
falo está bom tudo bem né mas eu te orientei então é responsabilidade sua né EE eu brinco às
vezes com a com jovens com adolescentes e mesmo com com pessoas mais é adultos enfim eu
falo não tem o menor problema se você quer vir aqui toda toda semana a vida inteira pra eu te
falar o que é pra fazer é porque essa é minha profissão mas eu divido essa responsabilidade
com você né é eu acho que a queixa de trabalhar só com crianças é o desgaste nesse sentido
porque você atende a criança mas a mãe quer que você lida com o problema dela com o
marido com a babá quer que você invada a escola aí fala que a escola está errada então assim
fica uma coisa que que aí é que eu te digo é uma queixa minha é se eu trabalho o dia inteiro
assim eu não dou conta então o que que eu comecei a fazer eu comecei a intercalar então eu
tenho assim vamos supor é no máximo 23 crianças por dia entendeu e aí o recebe adulto
porque aí é um trabalho muito mais assim naquele momento naquele lugar o trabalho com a
criança ali não termina ali na sessão eu acho ele é um trabalho que é muito além né e aí é que
eu te digo que o meu trabalho ficou ficou muito diferenciado porque na verdade hoje é todos
os meus pacientes eu atendo assim então assim eu acompanho tudo né então se tá doente eu
ligo pra perguntar se tá bom se não tá se preciso falar tá porque faltou porque que não faltou
né mas agora primeiro a tendo menos pacientes por dia eu atendo no máximo 67 eu chegava a
fazer 12 pacientes por dia no começo da minha profissão porque fazia atendimento inclusive
de meia hora né e então eu acho que a queixa não tenho queixa de um paciente eu só tenho
essa queixa de que é muito desgastante você trabalhar só com crianças e você quer fazer um
trabalho eu ia falar bem feito mas é o que Eu Acredito que seja bem feito que é um trabalho
que englobe realmente você conseguir alguma mudança porque assim é eu costumo dizer
principalmente a mãe de bebê que eu eu com bebê eu trabalho assim vai uma vez por semana
e eu oriento cada semana eu oriento que todos os exercícios que para fazer como que é pra
trocar a fralda como que é para pôr pra andar o que que não pode fazer o que que é para
orientar escola o que que é para orientar a babá tudo né mas eu falo não adianta mesmo que
você viesse todo dia aqui meia hora e ele ficar 23 horas mal posicionado para resolver
entendeu então eu acho que é isso eu acho que não é uma queixa eu acho que é uma
constatação é para trabalhar assim é realmente é muito desgastante sabe de arte deve de
gastar mesmo agora a última pergunta né e que tem um pouco a ver isso que você falou como
é que você avalia fora do seu horário de expediente sua dedicação aos pacientes você já falou
um pouquinho né que você liga perguntei nossa hã é então eu acho que é assim é muito
diferente mesmo né porque na realidade é assim hoje como eu pego entre as as poucos
pacientes eu atendo 2030 pacientes por semana mas aquele paciente que eu estou atendendo
eu estou cuidando de tudo o tempo todo eu estou cuidando se ele foi no médico se ele não foi
no médico que o médico falou eu estou mandando um relatório estou mandando foto estou
mandando o vídeo é às vezes o paciente eu sempre falo à me me fala se tiver com dor muitas
vezes o paciente fala pra mim ai estou com dor nas costas eu mando um vídeo do exercício que
eu quero que ele faça depois eu pergunto se melhorou então eu Mariana tem um atendimento
para cada paciente que está em tratamento comigo é quase sem limite tá o limite é assim
obviamente eu sempre falo você pode me mandar mensagem a hora que você quiser
obviamente não meia-noite 11 horas da noite mas eu vou responder assim que eu puder então
o limite quem dá sou eu entendi por exemplo eu não vou atender um paciente que não saiu da
internação por exemplo e de sábado e domingo mas se é um paciente que foi internado que eu
sei que está com alguma algum problema Sério aí eu eu atendo eu escuto falo no telefone
sábado ou domingo entendeu e os pacientes têm essa canal por exemplo uma paciente minha
essa é no sábado e me mandou um uma mensagem Maria eu estou internada pô ela é minha
paciente há 6 anos então aí eu respondo no sábado o que que aconteceu você está precisando
de alguma coisa enfim agora tem o limite é lógico não é que eu vou sair correndo daqui
atender mas eu posso dizer olha você vai fazer esse esse exercício se não melhorasse vai no
pronto Socorro mas eu dou esse suporte né eu acho que isso é mais um suporte emocional do
que difícil né por isso até que eu venho estudando muito e agora estou na nessa área da
psicanálise legal ai muito obrigada senhor deixou na minha mãe para minha mente da rua e
chamei celular já chegou virou

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