Você está na página 1de 12

1

CURSO DE PSICOLOGIA

EXPLORANDO A PSICOLOGIA ESCOLAR ATRAVÉS DA ENTREVISTA “DESAFIO


PROFISSÃO - PSICOLOGIA EDUCACIONAL E ESCOLAR” DA TVPUC.

MACEIÓ – ALAGOAS

2024
2

CURSO DE PSICOLOGIA

JADE NAYANE ALMEIDA DE OMENA

EXPLORANDO A PSICOLOGIA ESCOLAR ATRAVÉS DA ENTREVISTA “DESAFIO


PROFISSÃO - PSICOLOGIA EDUCACIONAL E ESCOLAR” DA TVPUC.

Trabalho elaborado à disciplina de


Abordagem Psicossocial do Fenômeno
Escolar como requisito parcial para a
obtenção de nota da 1ª avaliação, sob
orientação do Professor Graciele Oliveira
Faustino.

MACEIÓ – ALAGOAS

2024
3

2024

EXPLORANDO A PSICOLOGIA ESCOLAR ATRAVÉS DA ENTREVISTA “DESAFIO


PROFISSÃO - PSICOLOGIA EDUCACIONAL E ESCOLAR” DA TVPUC.

Curso: Psicologia

Instituição de ensino: Centro Universitário Cesmac

Período: 9º

Graduanda:

- Jade Nayane Almeida de Omena (jadeomenapsic@outlook.com)

Local e data de apresentação: Maceió/AL, 09 de março de 2024.

Professor responsável: Graciele Oliveira Faustino.


4

SUMÁRIO

ENTREVISTA................................................................................................................................5
SÍNTESE.....................................................................................................................................10
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................12
5

ENTREVISTA

Entrevistador: Essa é a Quarta temporada do desafio profissão. Um programa da


equipe de orientação profissional do curso de Psicologia da PUC de São Paulo, do
NASA e orientação vocacional, e em parceria com a TV PUC. E agora conversaremos
sobre o trabalho do psicólogo escolar educacional. E para isso conversaremos com o
Bruno Weinberg, que é psicólogo pela PUC, e trabalha como orientador educacional
no colégio Santa Cruz de São Paulo. E a Marilhaine Iproença, que é professora,
pesquisadora do programa de pós-graduação em Psicologia Escolar e do
desenvolvimento humano no Instituto de Psicologia da USPI.

Entrevistador: Eu agradeço a presença de vocês.

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): A gente quer agradecer.

Marilhaine Iproença (Professora e pesquisadora): Obrigada.

Entrevistador: E podemos começar com um caso uma situação engraçada, a respeito


do trabalho desse profissional.

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): Eu estava me lembrando que quando eu


comecei a minha carreira, e logo que me ensinei na escola, como orientador, eu fui me
apresentar para a turma, para todas as turmas aliás. E numa delas aconteceu um caso
curioso. Então me apresento um prazer sobre o Bruno, expliquei, que a gente já se
encontrou algumas vezes, entra em aula. E aí quando eu terminei o professor que
estava lá, até querer me ajudar, vir e falar assim, então, quem quiser contar os seus
problemas para ele pode na sala dele que a gente está montando um grande divã, na
sala dele, e fiquem à vontade.

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): E aí, um caso muito engraçado, porque na


verdade é tudo que a gente não quer. Na verdade, a gente lá na escola não tem divã,
não é clínica. Então esse é um caso bastante curioso, inclusive na faculdade a gente
discutiu muito, qual é o lugar do psicólogo, na instrução, enfim, mais cola. É caso.

Marilhaine Iproença (Professora e pesquisadora): Comigo, aconteceu mais em


relação à representação da profissão, porque com 16 anos decidir fazer psicologia e
clínica, psicologia clínica, por morar em Santos, né, não existia ainda uma faculdade
que tivesse essa abordagem. Então, vim pra São Paulo para estudar psicologia
clínica. E no segundo ano eu fui convidada para a aula numa escola pública, me
apaixonei pela docência e não saí nunca mais. Foi da aula de psicologia. Foi da aula
de música. De música, porque eu fiz piano clássico, então naquela época que existia
6

educação musical, mas foi assim uma paixão, fiz licenciatura, depois aí fui dá-la de
psicologia no ensino médio, depois na formação de professores. Mas aí para explicar
para a família, que eu tinha vindo pra São Paulo para fazer psicologia clínica agora
estava na educação. Então, é todo esse... Essa representação mesmo, social da
profissão, que foi também mudando com a própria profissão.

Entrevistador: É interessante isso, porque pode conversar com que as escolhas


mudam se alteram com o dia a dia. Vamos começar por aí, que é o psicólogo escolar
educacional, não faz clínica psicológica dentro da escola. Não é estou?

Marilhaine Iproença (Professora e pesquisadora): É o problema de escutar o


problema dos alunos, e resolver fazer um tratamento não é bem este o caminho.

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): Não, na verdade, a gente escuta os alunos. Sim,
é uma das funções da gente escutar todos os envolvidos dentro da escola,
professores, alunos, coordenadores, famílias, e pensar junto com eles na questão que
eles estão trazendo. Mas dentro de um limite e do espaço da escola. Se o problema
ele vai crescendo e a gente vai percebendo que exige inova demandas, a gente pensa
junto com o que fazer, se é o caso, inclusive, de encaminhar. Mas a gente sim tem que
escutar todos eles e pensar juntos.

Entrevistador: A solução ou...

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): Tem um caso que eu estava lembrando.


Certo a vez, um aluno de sete humanos que eu já vinha conversando por conta de
postura, que ele vinha se questionando para mim de professores e de colegas, ele
entra na minha sala muito brava. E... e fala o que aconteceu, né? Ele falou assim,
Bruno, estou muito bravo. O professor de Misha Mode mal assim a alça. É falei, nossa.
O que aconteceu? Ele me contou a situação e de fato ele provocou. O professor
parece que perdeu o jogo de cintura e eu reconheci para uma noite. Fato, acho que o
professor... Então deve ter esse perdido que chato. Vou falar com o professor para a
gente pensar. Mas olha, vamos pensar um pouquinho também na sua postura. O que
foi, o que você fez. Aí no final a gente falou, eu pergunto, você não foi então mal, né?
Aí eu fui. Então acho que é um pouco disso que a gente faz, escutar o aluno, fazer
com que ele se entenda, se reconheça, e com o professor. Quer dizer, dá para chamar
um aluno de mal assim a alça.

Marilhaine Iproença (Professora e pesquisadora): Eu tive muitas experiências,


com psicólogas, com lá, com professores de rede pública. Então uma outra setor, né?
7

E nessa... nesse processo de aprendizagem com eles a gente fazia grupos de


professores, e a gente chamava de grupos operativos na época, e podia, então,
pensar as situações. Então eram trazidas essas situações de sala de aula, né? De
como esse aluno que faz pergunta toda hora, o outro que é muito calado, o outro que
os pais são de inteiro nesse colo, os outros que os pais não vêm. A gente discutia
essas questões com os professores para pensar exatamente como lidar com isso,
como repensar sua própria prática dentro da escola. Então esse lugar do encontro,
que era muito interessante entre os professores e o psicólogo, pensando a prática do
sente e podendo superar problemas de dificuldade, enfim, enfrentar. O dia a dia que é
muito pesado, o dia a dia do professor é muito…tem muita coisa para contar todo dia,
muito episódio, muita situação, e criança desafia. E ele também trabalha com o
professor que chamou o aluno de mala sem alça.

Entrevistador: Sim, lógico, exatamente. Quer dizer, é pensando nessas situações,


porque muitas vezes o professor também não consegue encontrar a estratégia certa.

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): Na hora é uma estratégia para lidar com
certas situações, situações que incomodam. E é muito diferente de um professor para
o outro.

Marilhaine Iproença (Professora e pesquisadora): Para alguns professores, o


aluno que pergunta muito é ótimo, dinamiza a discussão. Para outros, ele é uma mala
sem alça, atrapalha o trabalho deles.

Entrevistador: Temos discussões que, quando colocamos em grupo, revelam essas


diferenças, proporcionando aprendizado e superação de dificuldades.

Entrevistador: Um ponto importante é que o trabalho do professor é solitário, em sala


de aula com alguns alunos, exigindo espontaneidade e, por vezes, perdendo-se na
abordagem.

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): Trabalhar em grupo com professores,


reconhecendo as dificuldades e pensando em estratégias, é crucial. Às vezes, não
sabemos o que fazer, e pensar juntos é essencial.

Marilhaine Iproença (Professora e pesquisadora): Apresentei o trabalho do


psicólogo educacional e escolar, destacando a história dessa demarcação entre teoria
e prática, que hoje se integram como uma psicologia escolar educacional.
8

Entrevistador: A relação entre psicologia e educação é inseparável, e a formação do


psicólogo na escola deve considerar a visão de mundo, a visão de educação e o
contexto político da escola.

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): A escola molda o trabalho do psicólogo, e a


falta de priorização de reuniões entre professores pode impactar negativamente no
desenvolvimento do aluno.

Marilhaine Iproença (Professora e pesquisadora): A possibilidade do psicólogo dar


aulas depende da escola. Em algumas, há disciplinas de orientação educacional,
proporcionando momentos de discussão variados.

Entrevistador: Nas aulas de orientação educacional, discute-se desde


relacionamentos até temas polêmicos, como marchinhas de carnaval, orientação
sexual e orientação profissional.

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): O psicólogo pode atuar não apenas dentro da
escola, mas também em redes educacionais, assessorando diretores, coordenadores
e professores para alcançar a criança de maneira mais abrangente.

Marilhaine Iproença (Professora e pesquisadora): Não há uma exigência oficial


para que toda escola tenha um psicólogo, e a composição do quadro de profissionais
é livre, com orientadores que podem ter diversas formações.

Entrevistador: Desde 2000, há um movimento para reconhecer oficialmente os


psicólogos na educação, mas essa exigência ainda está em tramitação, não sendo
obrigatória nas redes públicas brasileiras.

Entrevistador: Muitos municípios e estados já têm psicólogos escolares, como aqui


em São Paulo. Esse profissional, quando contratado em cidades menores, é o único?

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): Sim, nas cidades menores, o psicólogo


escolar atua como referência na política de inclusão desde 2001, garantindo o direito
de todas as crianças estarem na escola regular

Entrevistador: E ele é exclusivo para uma escola?

Marilhaine Iproença (Professora e pesquisadora): Meu psicólogo é chamado para


trabalhar com diversas escolas e equipes. Essa já é uma política pública, presente no
SUS também.
9

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): Às políticas públicas têm colaborado muito,


apesar de ainda ser uma luta nacional. Já vemos experiências positivas no Brasil e
nos estados.

Marilhaine Iproença (Professora e pesquisadora): O Conselho Federal de


Psicologia de São Paulo tem referências técnicas desde 2013, uma conquista com
colaboração de várias entidades.

Entrevistador: E sobre a atuação do psicólogo escolar?

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): Ele lida com questões amplas da educação,
como violência, drogas e sexualidade. É um trabalho constante, discutindo pontos
ligados às drogas e sua influência na sociedade.

Marilhaine Iproença (Professora e pesquisadora): Diferentemente do psicólogo


clínico, o escolar é empregado, atuando na maioria das vezes em instituições, mas
pode também atender casos de crianças individualmente.

Bruno Weinberg (Psicólogo escolar): A forma como o profissional interpreta o


encaminhamento define sua prática. Pode focar em aspectos clínicos ou adotar uma
abordagem institucional, lidando com as entre criança, família e escola.

Marilhaine Iproença (Professora e pesquisadora): As dificuldades de


aprendizagem são parte do campo do psicólogo escolar, que precisa olhar para esses
desafios e encontrar soluções em conjunto com os envolvidos, como família,
professores e alunos.

Entrevistador: Agradeço as contribuições e aguardo o próximo desafio para a


profissão.
10

SÍNTESE

A atuação do psicólogo na educação é profundamente influenciada por


políticas públicas, especialmente aquelas voltadas para a inclusão, como destacado
na entrevista. Desde 2001, a política nacional tem garantido o direito de todas as
crianças, independentemente de suas diferenças, estarem na escola regular. Isso
ressalta a importância de profissionais preparados para lidar com a diversidade no
ambiente educacional.

Além disso, a entrevista evidencia a colaboração interdisciplinar entre


psicólogos e outras áreas, como serviço social e saúde pública. Essa abordagem
multidisciplinar é essencial para compreender e abordar os desafios enfrentados pelas
escolas. A presença do psicólogo em equipes multidisciplinares contribui para uma
visão mais abrangente das questões que afetam o desenvolvimento e o aprendizado
dos alunos.

A existência de referências técnicas desde 2013, elaboradas em conjunto por


entidades da psicologia, destaca a consolidação e amadurecimento do campo da
psicologia escolar. Esse processo de construção do conhecimento técnico reflete a
necessidade de diretrizes claras para a atuação do psicólogo na educação básica,
proporcionando bases sólidas para o exercício profissional.

A atuação do psicólogo escolar vai além do tratamento individual, conforme


ressaltado na entrevista. Questões como drogas, violência, sexualidade e outros
desafios destacam a amplitude do trabalho desse profissional, que precisa adaptar sua
prática às demandas emergentes da sociedade. A baixa percepção de risco em
relação ao consumo de substâncias, por exemplo, ressalta a importância de
intervenções preventivas e educativas.

A entrevista enfatiza também a necessidade de compreender o psicólogo


escolar como um profissional inserido nas instituições educacionais. Sua atuação vai
além do atendimento clínico, envolvendo o entendimento das dinâmicas institucionais,
relações familiares e estrutura escolar. A habilidade em interpretar o encaminhamento
11

e adotar abordagens mais institucionais revela a versatilidade e a adaptabilidade


desse profissional.

Em síntese, a atuação do psicólogo na educação é multifacetada e


desafiadora, exigindo uma abordagem integrada, sensibilidade social e a capacidade
de se adaptar às demandas em constante evolução no contexto educacional. A
colaboração entre diferentes áreas e a construção contínua do campo profissional são
cruciais para o fortalecimento e o impacto positivo do psicólogo na promoção do bem-
estar e do desenvolvimento educacional.
12

REFERÊNCIAS

TVPUC. (2017). Desafio Profissão - Psicologia Educacional e Escolar. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=UF8olluBqoc. (Acessado em: 06 de março de
2024)

Você também pode gostar