Você está na página 1de 32

Psicologia da Educação

Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

Psicologia da
Educação

Prof. Me. Ivan Bastos Canovas

1
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
FICHA DE INFORMAÇÕES SOBRE PROFESSOR CONTEUDISTA
Nome: Ivan Bastos Canovas
Pseudônimo: IC
Endereço: Rua Dr. Araujo Castro Nº 19
Bairro: Jd. Peri Complemento: S/C
Cep: 02649-010 Cidade: São Paulo UF: SP
Fone: (11) E-mail: ivan.canovas13@gmail.com
Área de Pesquisas: Currículo e Programas Educacionais, Formação Docente e Metodologias de Aprendizagens.

MINIBIOGRAFIA

Ivan Bastos Canovas, possui graduação em Pedagogia- habilitação em Adm Escolar


- Faculdades Integradas Rio Branco (2006) e Licenciatura em História pelo Centro
Universitário Claretiano (2011). É pós Graduado em
Psicopedagogia Clínica e Institucional (2009), Formação
em Educação a Distância (2012) e Gestão de Educação
Pública, pela Universidade Federal de São Paulo (2019),
além de uma nova especialização em Metodologias Ativas
para Educação na Pontifícia Universidade Católica (2020),
possui titulação de Mestre em Ciência da Educação pela
Universidade de San Lorenzo (2019). Abarca experiências
profissionais na área de Educação, com ênfase em
Magistério das Matérias Pedagógicas do Ensino
Fundamental I (1º ao 5º ano) e História/
Sociologia/Filosofia do 6º ano a 3ª série do Ensino Médio, sendo a mesma no ensino
privado e público estadual de São Paulo, atuou com Orientações Pedagógicas e
metodologias de Ensino para os cursos de Graduação em Pedagogia como professor
e tutor de disciplinas deste mesmo curso na Universidade Paulista. Possui também
experiências na área de Gestão e coordenação de Instituições Escolares Privadas,
desenvolvendo trabalhos na área de Consultoria Pedagógica, tendo atuado em duas
multinacionais, sendo estas Person Education e o SEB Educação, mantenedoria do
Sistema Pueri Domus de Ensino, Maple Bear e Concept Educação, além de projetos
ligados a capacitação docente e de gestores educacionais em diversas escolas
espalhadas pelas cinco regiões brasileiras, atualmente ocupa o cargo de Diretor
Escolar no Colégio e Faculdade Fernão Dias Pais, no município de Osasco- SP- em
concomitância com uma cadeira de professor universitário do grupo Laureate
Educação e Instituto Uniplena.

2
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

Introdução
Hoje em dia encontramos psicólogos trabalhando nas mais diversas áreas:
universidade, escolas, hospitais, industrias, organismos do governo, organizações
religiosas, etc.
Por meio da definição da Psicologia, poderemos saber o que faz o psicólogo
nas diversas áreas em que atua. Atualmente, a Psicologia é entendida como a ciência
do comportamento, considerando-se comportamento toda e qualquer manifestação
de um organismo: andar, falar, correr, gritar, estudar, aprender, esquecer, gostar,
odiar, amar, trabalhar, brincar, passear, etc. Em primeiro lugar, o psicólogo vai
procurar compreender o comportamento, isto é, verificar os fatores que levam alguém
a comportar-se de um jeito e não de outro.
Na medida em que consegue compreender e explicar o comportamento das
pessoas, o psicólogo pode ajudar pessoas a se conhecerem melhor, a se
comportarem de maneira a se sentirem mais realizadas, mais satisfeitas. Dessa
forma, a par da pesquisa para conhecer o comportamento, a Psicologia oferece às
pessoas, por meio do conhecimento das causas e consequências de seus atos,
condições de escolher os comportamentos mais adequados à própria realização.
Já a Psicologia da Educação procura utilizar os princípios e as informações
que as pesquisas psicológicas oferecem acerca do comportamento humano, para
tornar mais eficiente o processo de ensino-aprendizagem, a psicologia da educação
abrange dois aspectos fundamentais: compreensão do aluno e a compreensão do
processo de ensino e aprendizagem.
No âmbito do desenvolvimento humano é um analisamos um processo longo
e gradual de mudanças. Nesse processo cada pessoa, à sua maneira e no seu tempo,
dá sentido à sua vida.
Presente, passado e futuro são demarcações individuais da existência. Somos
capazes de descrever nossa vida cotidiana, relembrar nossa infância e enumerar
planos para o futuro.
O tempo tem um fluxo constante, mas sua organização e ritmo são criados por
nossos pensamentos e atividades, a vida e os valores de uma pessoa só podem ser
compreendidos considerando seu contexto histórico e sua existência.

3
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

1. Psicologia e o trabalho do psicólogo


“Ao longo dos últimos anos produziu-se um debate substancial entre a disciplina
mais ampla da psicologia e a disciplina psicologia da educação. Alguns autores
argumentaram que a psicologia da educação representa uma especialização
dentro da psicologia, similar à que representa a psicologia social. Outros
argumentaram que a psicologia da educação é uma disciplina encarregada de
aplicar a teoria e os princípios psicológicos a uma classe particular de
comportamento, principalmente aqueles relacionados com o ensino e a
aprendizagem, geralmente em ambientes educacionais formais. E outros, ainda,
argumentaram que a psicologia da educação é uma disciplina com suas próprias
bases teóricas, relacionadas com a psicologia, mas independente dela”.
(Sheurman e outros, 1993, pg. 111-112)

Neste fragmento, que ilustra a diversidade de alternativas na maneira de


entender a psicologia da educação, refletem-se também algumas das oposições que
subjazem a essa área do conhecimento: a maior ou menor dependência ou
independência da psicologia da educação do âmbito mais amplo da psicologia; a
visão da educação como um mero campo de aplicação do conhecimento psicológico
ou como uma área de estudo e da atividade com características próprias e
especificas, não redutíveis á simples aplicação do conhecimento psicológico; o
caráter mais ou menos teórico ou aplicado da psicologia da educação e maior ou
menor ênfase nos comportamentos teóricos e de pesquisa ou nos componentes
práticos profissionais.

1.1- Os procedimentos mais utilizados na Psicologia

Em uma escola de Ensino Médio, grande parte dos alunos de uma classe do
período noturno obteve notas baixas em matemática. A psicóloga chamada para
estudar o caso conversou com várias pessoas envolvidas e ouviu diferentes
explicações:

4
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

“Os que tiraram notas baixas são desinteressados,


não prestam atenção nas explicações, não estudam”.

“O professor não explica direito a matéria, a gente pergunta alguma


o coisa e ele manda prestar mais atenção e estudar”.
“O problema é o seguinte: nós trabalhamos de dia e quando
chegamos à escola não temos mais condições de aprender nada”.

“Esses alunos são querem nada com nada, estão aqui só pra
conseguirem o diploma”.

“Olha, meu filho se esforça muito, estuda sábado e domingo e assim


mesmo tira notas baixas. Acho que ele não tem capacidade para estudar”.

Depois de ouvir estas manifestações tão diferentes entre si, a psicóloga inicia
outras etapas do estudo: aplicação de um questionário a todos os alunos da classe,
para levantar suas opiniões sobre as causas das notas baixas; análise e registro da
situação familiar e das condições de estudo e de trabalho de cada um dos alunos, por
meio de entrevistas com eles e com os pais; observação das atitudes de professores
e dos alunos em aula; divisão da classe em duas turmas: uma delas passa a ter aulas
com outro professor de matemática; observação das atitudes do novo professor e dos
alunos durantes as aulas.
Concluída sua pesquisa, a psicóloga verificou que:

1) os alunos foram unânimes em declarar que estudavam matemática, mas que,


apesar disso, não entendiam nada;
2) embora trabalhassem, os alunos mostravam-se interessados e, segundo
depoimentos dos pais, estudavam nos fins de semana;
3) os alunos que passaram a ter aulas com outro professor obtiveram melhores
resultados;

5
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

Observando o trabalho do primeiro professor, a psicóloga compreendeu que


ele realmente procurava explicar bem a matéria. Ao observar as aulas do novo
professor, verificou que, além de explicar a matéria, ele procurava ser amigo dos
alunos, conversar com eles, interessar-se por seus problemas, e que os alunos se
mostravam mais entusiasmados em suas aulas.
A psicóloga concluiu que o problema era devido à atitude do professor em
relação à matéria e aos alunos: enquanto o primeiro professor limitava-se a
explicar a matéria, sem muito entusiasmo e sem um relacionamento amigável com
os alunos, o segundo professor, além de mostrar muito entusiasmo em relação à
matemática, mantinha com os alunos uma relação de amizade e confiança.
Nesse exemplo, vemos que as pessoas com quem a psicóloga conversou
inicialmente partiram de informações parciais ou de ideias preconcebidas, ao
passo que a conclusão a que chegou baseou-se numa pesquisa sistemática e
rigorosa, com utilização dos seguintes procedimentos:
 Aplicação de questionários;
 Observação;
 Experimentação;

1.2- A importância da Pesquisa

Muitos dos conhecimentos que utilizamos em nossa vida diária têm origem em
informações de pessoas mais idosas e de amigos, em nossas observações pessoais,
etc. Muitos desses conhecimentos são verdadeiros e a tradição popular, transmitida
de geração a geração, é muito valiosa. Mas em muitos casos, formamos nossas
convicções a partir de informações falsas ou parciais, de simpatia ou antipatia e isso
nos leva a avaliações erradas ou preconceituosas sobre fatos e pessoas.
Vejamos exemplos de afirmações que muitos ainda consideram verdadeiras,
mas que foram colocadas em dúvidas pelos experimentos científicos: “quem aprende
devagar esquece devagar”, “através de uma simples entrevista pode-se julgar uma
pessoa com muita precisão”, “pelo jeito da pessoa, sabe-se o que elas estão
pensando”, “o estudo da matemática é mais importante do que outras disciplinas, para
aprendizagem de qualquer matéria”, “friagem e pés molhados provocam resfriados”,
“filmes pornográficos estimulam crimes sexuais”, “a terra é plana”, etc.

6
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
Os procedimentos adotados na pesquisa cientifica muitas vezes nos ajudam a
modificar nossas convicções e ampliar nossos conhecimentos.

1.3- Experimentação

O objetivo da experimentação é descobrir o fator ou os fatores que produzem ou


alteram um certo comportamento. O cientista que aplica esse método busca
estabelecer uma relação entre o comportamento e os possíveis fatores que deram
origem. No exemplo do alunos com baixo rendimento em matemática, vários fatores
poderiam ser responsáveis por esse comportamento:

Condições antecedentes Fato ou comportamento

Desinteresse dos alunos;


Falta de explicação da matéria;
Cansaço dos alunos em decorrência
do trabalho; Baixo rendimento em
Falta de capacidade dos alunos; matemática
Atitude do professor;

A partir das entrevistas e da observação das aulas, a psicóloga concluiu que


as quatro primeiras condições não pareciam ser responsáveis pelas notas baixas.
Restava verificar isso, a psicóloga decidiu realizar uma experimentação: dividiu a
classe em duas turmas, uma das quais passou a ter aulas de matemática com o outro
professor.
Para fazer um experimento, muda-se uma condição antecedente, mantendo-
se as outras constantes, como estão. Se o resultado mudar, é sinal de que a condição
modificada é responsável pelo fato ou comportamento estudado. Caso contrário, será
necessário fazer experimentos.
Nos experimentos, a condição antecedente que imaginávamos ser a que
provoca o fato ou o comportamento e chamada de variável independente. No caso
do exemplo, portanto, a atitude do professor seria a variável independente, pois
imaginamos que sua variação modificaria o resultado dos alunos. O fato ou o
comportamento- no caso, o baixo rendimento- constitui a chamada variável
dependente. O grupo de alunos continuou com o mesmo professor é chamado de
7
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
grupo controle. O grupo que, passou a ter aulas com o novo professor é o grupo
experimental.
Para planejar qualquer experimento em Psicologia, pode-se proceder da
seguinte forma:

1) selecionar a variável dependente, o comportamento a ser estudado;


2) selecionar as condições antecedentes que podem ter influência em tal
comportamento;
3) selecionar entre essas condições aquela que será modificada;
4) estipular como será variada essa condição e como será medida a alteração na
variável dependente;
5) selecionar o grupo de controle e o grupo experimental;
6) realizar o experimento;
7) verificar o resultado;

Quando aplicado a animais, o método experimental oferece vantagens, como


possibilidade de repetição do experimento e de muitas pessoas poderem observar seus
resultados. Com seres humanos, o método apresenta limitações: muitas variáveis são
internas e difíceis de controlar, como, por exemplo, a motivação para aprender, o verdadeiro
objetivo do aluno, a sua capacidade, etc; além disso, os experimentos geralmente criam
condições, por saber que está sendo submetido a um experimento, o indivíduo pode alterar
seu comportamento.

1.4- Observação do comportamento

A observação e o registro do comportamento constituem em procedimento


bastante usado nos estudos de Psicologia e no trabalho do psicólogo. Entretanto, é
preciso ter muito cuidado para que as observações não sejam prejudicadas pelos
preconceitos e crenças pessoais do observador. Para serem úteis às pesquisas e
estudos, convém que as observações sejam registradas e busquem alcançar bom
nível de exatidão, precisão e objetividade.
A observação deve ser exata. Imagine que você está observando uma aula de
matemática numa escola e vê dois alunos imóveis em suas carteiras. Você pode
afirmar que os dois alunos estão prestando atenção na aula. Esta informação pode

8
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
não ser exata, pois só uma observação mais cuidadosa poderia determinar se
estavam acompanhando o texto do livro didático ou o que liam era uma revista sobre
esportes.
A observação precisa ser precisa. Você está no pátio e vê duas crianças
brigando. A observação precisa anota se ocorreram os comportamentos de arranhar,
apertar, dar socos, dar tapas, etc.
A observação deve ser registrada. A observação deve ser imediatamente
registrada, com o máximo de cuidado, para evitar as deformações que o tempo pode
provocar nos fatos que guardamos na memória.
A observação deve ser objetiva. Geralmente, temos a tenência de ver ou ouvir
somente os fatos que estão de acordo com nossas preferencias e omitir os demais.
Dois psicólogos norte-americanos mostraram a observadores um quadro em que um
homem branco e mal vestido, segurando uma navalha discutia violentamente com um
homem negro e bem vestido, de aspecto conciliador. Ao registrarem o que viram,
alguns observadores escreveram que a navalha estava na mão do negro! A
objetividade na observação pode ser aumentada com treinos e comparam-se as
anotações entre si, para ver as diferenças. Repete-se a atividade até que o grupo faça
registros bastante iguais, o que significa maior grau de objetividade.

1.5- Método Clínico

Este método costuma ser utilizado com as pessoas desajustadas, isto é, que
apresentam problemas de comportamento. Consiste em reunir o maior número
possível de informações sobre cada caso. Para isso, o psicólogo pode lançar mão
dos seguintes procedimentos: entrevistas, com o paciente, procurando reconstruir sua
vida passada; análise dos resultados de exames físicos completos; histórico de caso
realizado por meio de entrevistas com familiares, amigos, etc; testes psicológicos;
debates com outros profissionais, como médicos, assistentes sociais, etc.
Com todas essas informações o psicólogo poderá traçar um quadro completo
do problema e iniciar uma terapia.

2. Psicologia da Educação
A psicologia da educação abrange aspectos fundamentais:
9
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

 Compreensão do aluno: ligada às suas necessidades, suas características


individuais e seu desenvolvimento, nos aspectos físicos, emocional, intelectual
e social. O aluno não é um ser ideal, abstrato. É uma pessoa concreta, com
preocupações e problemas, defeitos e qualidades. É um ser em formação, que
precisa ser compreendido pelo professor e pelos demais profissionais da
escola, a fim de que tenha condições de desenvolver-se de forma harmoniosa
e equilibrada.
 Compreensão do processo ensino-aprendizagem: para o professor, não
suficiente conhecer o aluno. É necessário que ele saiba como funciona o
processo de aprendizagem, quais os fatores que facilitam e prejudicam esse
processo, como o aluno pode aprender de maneira mais eficiente, além de
outros aspectos ligados à situação de aprendizagem, envolvendo o aluno, o
professor e a sala de aula.

2.1- Compreensão do papel do professor

A ideia que fazemos de escola quase sempre inclui o seguinte quadro: um


professor tentando ensinar alguma coisa a uma turma de alunos. Na verdade, o
professor também aprende enquanto ensina, e o aluno, enquanto aprende, também
ensina. Se o professor precisa conhecer a si mesmo para poder conhecer seus
alunos, a abertura ao que os alunos podem ensinar-lhe é um dos passos para o
autoconhecimento.

10
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
O professor não é o senhor absoluto, dono da verdade e dono dos alunos, que
manipula a seu bel-prazer. Os alunos são pessoas humanas, tanto quanto ele, e seu
desenvolvimento e sua liberdade de manifestação precisam ser respeitados pelo
professor. Na medida em que isso acontecer, o professor chegará à uma conclusão
de que não é apenas uma maquininha de ensinar ou um gravador ou qualquer outro
aparelho.Com os alunos, ele também é uma pessoa e relaciona-se com eles de forma
global, e não apenas como instrutor ou transmissor de ordens e conhecimentos.
Enquanto pessoa humana adulta, o professor costuma ser considerado um
exemplo para os alunos. Quase sempre sem ter consciência exata disso, o professor
transmite a seus alunos atitudes positivas ou negativas em relação ao estudo e aos
colegas, transmite seus preconceitos, suas crenças, seus valores, etc. O aluno às
vezes aprende muito mais com que o professor faz ou deixa de fazer, do que com
aquilo que o professor diz. É importante que o professor tenha consciência de que
além de mero transmissor de conhecimentos, ele é mais um dos exemplos adultos
que os alunos em desenvolvimento poderão vir a imitar.
Ao menos em relação a crianças, certas pesquisas têm demonstrado que o
conhecimento da matéria e a eficiência do ensino não são as características mais
valorizadas pelos alunos. Mais importante é o relacionamento do professor com as
crianças, do ponto de vista do indivíduo e do grupo. Professores que mantêm relações
agradáveis com os alunos, que preferem atitudes democráticas e cooperadoras, que
são delicados e pacientes, têm muito mais probabilidade de serem bem sucedidos
em seu trabalho educativo.

2.2- Psicologia da Aprendizagem

“Aprendizagem é a progressiva mudança de comportamento que está ligada,


de um lado, a sucessivas apresentações de uma situação e, de outro, a
repetidos esforços dos indivíduos para enfrenta-la de maneira eficiente”.
(McConnell)

Das definições de aprendizagem apresentadas podemos extrair duas


conclusões principais:

1ª) Aprendizagem é mudança de comportamento.

11
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
Isto é: quando repetimos comportamentos já realizados anteriormente, não
estamos aprendendo. Só há aprendizagem na medida em que houver uma mudança
de comportamento. Vejamos alguns exemplos. O aluno não sabia somar, agora sabe:
aprendeu. A criança não sabe falar “papai”, agora sabe: aprendeu. João não sabia
andar de bicicleta, agora sabe: aprendeu. Poderíamos prosseguir com inúmeros
exemplos, pois a maior parte de nossos comportamentos é aprendida: andar, falar,
gritar, datilografar, pedalar, nadar, calcular, telefonar, sentar, etc.

2ª) Aprendizagem é mudança de comportamento resultante da experiência.


Que todos os nossos comportamentos são aprendidos, mas não são todos. Há
comportamentos que resultam da maturação ou do crescimento de nosso organismo
e, portanto, não constituem aprendizagem: respiração, digestão, salivação.
Estamos continuamente aprendendo novos comportamentos ou modificações
de comportamentos. Aprendemos em toda parte, na escola e fora dela. Aprendemos
de forma sistemática, organizada, mas aprendemos também de forma assistemática.
A realização do processo de aprendizagem depende de três elementos
principais:
Situação estimuladora: soma dos fatores que estimulam os órgãos dos sentidos da
pessoa que aprende. Se houver apenas um fator, este recebe o nome de estímulo.
Exemplos de estímulo: um nome falado em voz alta; uma ordem, como “sente-se”;
uma mudança ambiental, como falta de luz elétrica, etc.
Pessoa que aprende: individuo atingido pela situação estimuladora. Para a
aprendizagem, são importantes os órgãos dos sentidos, afetados pela situação
estimuladora; o sistema nervoso central, que interpreta a situação estimuladora e
ordena a ação; e os músculos, que exercem a ação.
Resposta: ação que resulta da estimulação e da atividade nervosa. Ouvindo seu
nome, a pessoa responde: O que foi? Diante da ordem, a pessoa obedece e sente-
se. Nesses casos, temos comportamentos aprendidos anteriormente. A
aprendizagem ocorre quando a pessoa começa a responder ao ouvir o som do seu
nome, a sentar-se quando recebe ordem nesse sentido e a ascender um fósforo
quando falta luz. Uma vez aprendidos esses comportamentos, também chamados
respostas, são repetidos sempre ocorre a situação estimuladora. A não ser que o
indivíduo tenha aprendido a não responder quando certas pessoas o mandam sentar.

12
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
Situação Estimuladora Resposta

Pedro! O que foi?

Sente-se! Movimento de sentar-se

Falta luz. Movimento de ascender um fósforo.

2.3- Etapas do Processo de Aprendizagem

De acordo com Mouly (218-21), o processo de aprendizagem compreende sete


etapas:

1) Motivação: Sem motivação não há aprendizagem. Não adianta insistir: por


mais que o professor se esforce para ensinar matemática de mil maneiras diferentes
e interesses, se o aluno não estiver motivado, ele não vai aprender. Recompensas e
punições também não resolvem, se o aluno não quiser aprender.
Veja o que afirma A.S. Neil: “Acho que também conseguiria aprender de cor o Corão,
se me espancassem para isso. Haveria um resultado, naturalmente: eu detestaria
para sempre o Corão, o espancador e a mim mesmo”.
(NEILL, A.S. Liberdade sem medo- Summerhill, 6ª. Ed. São Paulo, Ibrasa, 1968, pg.
355)
2) Objetivo: Qualquer pessoa motivada orienta seu comportamento para os
objetivos que possa, satisfazer suas necessidades. O comportamento é sempre
intencional, isto é, orientado para um objetivo que satisfaça alguma necessidade do
indivíduo. Em educação, é importante que os objetivos propostos pela escola e pelo
professor coincidam com os objetivos dos alunos. Caso contrário, o aluno não se
preocupara em atingi-los, pois não satisfarão suas necessidades. O aluno só
aprenderá matemática, ciências, história, geografia, se entender e aprender o que os
conceitos dessas ciências significam.
3) Preparação e prontidão: De nada adianta o indivíduo estar motivado, ter um
objetivo, se não for capaz de atingir esse objetivo para satisfazer sua necessidade.
Por exemplo, não adianta ensinar a criança a andar, antes que suas pernas estejam
prontas, ou seja, desenvolvidas o suficiente para andar; não adianta ensinar

13
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
equações de 2º grau antes que o aluno tenha capacidade mental para operar
situações abstratas.
A preparação, ou prontidão, compreende três fatores principais: fatores
fisiológicos (maturação dos órgãos dos sentidos, do sistema nervoso central, dos
músculos, das glândulas, etc.) fatores psicológicos (motivação adequada,
autoconceito positivo, isto é, confiança em sua capacidade de aprender; ausência de
conflitos emocionais perturbadores, etc.) experiências anteriores (qualquer
aprendizagem depende de informações, habilidades e conceitos aprendidos
anteriormente).
Muitas dificuldades escolares surgem exatamente porque o aluno não está
preparado para as aprendizagens que são propostas. O ensino e o treinamento antes
da maturação adequada podem ser inúteis e até prejudiciais. Mas, é possível
desenvolver a motivação e as habilidades antes do período considerado normal. Para
isso deve-se adaptar o material e o método de apresentação.

4) Obstáculo:
Se não houvesse obstáculos, barreiras, não haveria necessidade de
aprendizagem, pois bastaria o indivíduo repetir comportamentos anteriores. Quando
alguém tem sede, vai à torneira. Se há água, não há necessidade de aprender novos
comportamentos para conseguir água; se não há torneira, precisará encontrar outro
meio para achar água. Um aluno já sabe somar números inteiros de até três
algarismos: operações desse tipo não trazem dificuldades e não ocorrerá nova
aprendizagem, até que seja apresentada uma conta com números de quatro
algarismos, oferecendo um obstáculo a ser superado.
Os obstáculos podem ser de natureza social (a mãe que proíbe o filho de jogar
bola, o baixo salário que dificulta a compra de material escolar, governo que censura
a imprensa, etc), psicológica (a criança que está em dúvida entre brincar e estudar),
ou física (o doce que está numa prateleira muito alta, a distância a ser vencida em
uma corrida, etc). Outros obstáculos de natureza pessoal: a baixa estrutura para um
indivíduo que ser jogador de basquete, as deficiências físicas trazidas por um
acidente, etc.

5) Resposta:

14
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
O indivíduo vai agir de acordo com sua interpretação da situação, procurando
a melhor maneira de vencer o obstáculo: a criança tentará dividir o tempo entre
estudar e jogar bola, o aluno procurará uma maneira de conseguir o material, a
imprensa aprenderá a burlar a censura, a criança tentará várias maneiras de alcançar
o doce no alto da prateleira e assim por diante.

6) Reforço:
Quando a pessoa tentar superar o obstáculo até conseguir, a resposta que leva
à satisfação da necessidade é reforçada e, futuramente, em situações semelhantes,
tende a ser repetida. Se deu certo, a criança poderá voltar a dividir o tempo entre
estudar e jogar bola; o aluno tenderá a repetir a maneira de conseguir o material
escolar, e assim por diante.

7) Generalização:
Consiste em integrar a resposta correta ao repertório de conhecimentos. Essa
generalização permite que o indivíduo dê a mesma resposta. Essa generalização
permite que o indivíduo dê uma resposta que levou ao êxito diante de situações
semelhantes. A nova aprendizagem passa a fazer parte do indivíduo e vai ser utilizada
sempre que for preciso.
A imagem da aprendizagem colocada num arquivo, de onde o indivíduo a tira
quando precisa, não é adequada. Ao contrário das fichas de arquivo que permanecem
estáticas, as aprendizagens e comportamentos humanos são dinâmicos, envolvem
constantemente, modificando a própria pessoa que aprende.

15
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
Conheça o Psicólogo

Skinner: O Homem e a Obra

Burrhus Frederich Skinner nasceu em Susqualiana, Estado de


Pensylvania, em 20 de março de 1904. Coincidentemente, nesse
mesmo ano, Pavlov recebia o Prêmio Nobel de Medicina.
Durante a infância e a adolescência de Skinner, teve lugar a
ocorrência de uma série de acontecimentos que viriam depois a
influenciar, significativamente sua produção cientifica. Entre 1910-
1913, foi divulgada a publicação dos Princípio da Matemática, de
Russel e Whitehad. Em 1912, Whetheimer publicou os seus
estudos experimentais sobre a visão dos movimentos, onde, pela
primeira vez, foram expostos os princípios do Gestaltismo.
Mais importante para o trabalho de Skinner foram, contudo a
publicação da obra de Watson: Bevior: na Introduction to
Comparative Psychology, primeira sistematização do behaviorismo.
Graças a publicação das obras citadas à teoria evolucionista de
Darwin, no início do século XX assistiu a uma nova orientação da
metodologia cientifica anularam-se as fronteiras entre o humano e
o animal e a Psicologia passou a ser considerada como estudo do
observável extremamente no comportamento dos organismo, sem
preocupar-se com a introspecção ou com estudo de uma suposta
“vida anterior”

Para Skiner a aprendizagem acontece mediante o condicionamento humano,


a palavra chave de sua teoria é o comportamento, a aprendizagem concentra-se na
capacidade de estimular ou reprimir comportamentos, desejáveis ou indesejáveis.
Na sala de aula, a repetição mecânica deve ser incentivada, pois ela leva à
memorização e assim ao seu aprendizado, Skinner coloca que o treino repetidas
vezes garante a internalização dos conceitos.
Sendo assim, o ensino é obtido quando o que precisa ser ensinado pode ser
colocado sob condições de controle e sob comportamentos observáveis.
Os comportamentos são obtidos mediante aos estímulos oferecidos, sejam
eles positivos ou negativos, o reforçamento da ação é a chave para aprendizagem,
isto culmina em ação mecanizada.
De acordo com Skinner os alunos recebem reconhecimento de forma passiva
de seu professor, o seu maior desafio é fazer com que os mesmos atendam às suas
expectativas e façam aquilo que está sendo solicitado.
Mediante a este cenário a compreensão do comportamento humano, apoia-se
no comportamento operante, seu maior interesse de estudo está em analisar a

16
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
maneira como essa construção de comportamento é intuída e não apenas manipula-
la pela vontade do outro.
Sendo assim, podemos concluir que todo comportamento é fruto de um
condicionamento e não existe habilidade inata nos organismos.

17
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

3. Teorias de Aprendizagem
Em todos os tempos, o ser humano procurou compreender e explicar o mundo em
que vive, como forma de encontrar recursos para enfrentar os perigos e sobreviver.
Entretanto, as explicações para os fenômenos do universo foram mudando, através
dos tempos, na medida em que o conhecimento humano avançou. Assim, se
antigamente os temporais eram atribuídos à cólera dos deuses, hoje se sabe que são
causados por diferenças de pressão, temperatura e umidade entre as massas de ar;
até cerca de cinco séculos acreditava-se que a Terra era o centro do universo, hoje
se sabe que ela é um dos planetas do sistema solar.
Avançar para além das aparências e duvidar do que todo mundo acha é certo
parecem ser atitudes que fazem avançar a ciência. Os contemporâneos de Copérnico
não duvidasse dessa crença geral, certamente não teria chegado à teoria de que a
Terra gira ao redor do Sol, apesar de termos pessoas nos dias atuais que mesmo
com tantas evidencias cientificas ainda questionam essas certezas.
Da mesma forma, no campo da aprendizagem, por exemplo, os psicólogos não
acreditam que alguém aprende simplesmente porque outra pessoa ensina, ou,
mesmo, apenas porque quer aprender. Por que duvidam disso? Porque observam
que muitas pessoas a quem se ensina, não querem aprender e, por isso, não
aprendem; observaram também que outras pessoas, embora querendo aprender, não
conseguem fazê-lo sem alguém lhe ensine; observam, ainda, que há pessoas que,
embora querendo aprender e tendo quem lhes ensine, assim mesmo não aprendem.
A aprendizagem, apesar de ser universal e ocorre durante toda a vida, não é tão
simples quanto possa parecer à primeira vista. Os psicólogos ainda não chegaram a
um acordo sobre os aspectos considerados mais importantes no processo de
aprendizagem. Vimos que nesse processo há três elementos fundamentais: a
situação estimuladora, a pessoa que aprende e a resposta. Na medida em que se
detiveram na observação e no estudo desses três elementos, os psicólogos chegaram
a conclusões diferentes sobre o que é fundamental para compreender o processo de
aprendizagem. E isso justifica, em parte, o surgimento de diferentes teorias para
explicar a aprendizagem.

3.1- Teoria Cognitiva

18
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
A teoria cognitiva, elaborada por Jonhn Dewey e depois por Jerome Bruner
concebe a aprendizagem como solução de problemas. É por meio da solução dos
problemas do dia-a-dia que os indivíduos se ajustam a seu ambiente. Da mesma
forma deve proceder a escola, no sentido de desenvolver os processos de
pensamento do aluno e melhorar sua capacidade para resolver problemas do
cotidiano.
Como a escola pode fazer isso? É Dewey quem responde: “A criança não
consegue adquirir capacidade de julgamento, exceto quando é continuamente
treinada a formar e a verificar julgamentos. Ela precisa ter oportunidades de escolher
por si própria e, então, tentar pôr em execução suas próprias decisões, para submetê-
las ao teste final, o da ação“(Apud: LINDGREN,H.C. Op. Cit, p.253).
Dewey foi um professor preocupado com os problemas práticos do ensino e
defendia o ponto de vista de que a aprendizagem deveria aproximar-se o mais
possível da vida prática de seus alunos. Isto é, se a escola quer preparar seus alunos
para a vida democrática, para a participação social, deve praticar a democracia dentro
dela, dando preferência à aprendizagem por descobertas.
Em seus estudos, Dewey apontou seis passos característicos do pensamento
cientifico:
1º) Tornar-se ciente de uma problema: para que um problema comece a ser
resolvido, é preciso que seja transformado numa questão individual, numa
necessidade sentida pelo indivíduo. O que é problema para uma pessoa pode não
ser para outra. Daí a importância da motivação. Na escola, um problema só será real
para o aluno quando sua não-resolução constituir fator de perturbação para ele.
2º) Esclarecimento de problemas: este passo consiste na coleta de dados e
informações sobre tudo o que já se conhece a respeito do problema. É uma etapa
importante, que permite selecionar com auxílio de fichas, resumos, etc., obtidos de
leituras e conversas sobre o assunto.
3º) Aparecimento das hipóteses: uma hipótese é a suposição da provável solução de
um problema. As hipóteses costumam surgir após um longo período de reflexão sobre
os problemas e suas implicações, a partir dos dados coletados na etapa anterior.
4º) Seleção da hipótese mais provável: depois de formulada, a hipótese deve ser
confrontada com o que já se conhece como verdadeiro sobre o problema. Rejeitada
uma hipótese, o indivíduo deve partir para outra. Assim, por exemplo, se o carro não
da partida, posso levantar as seguintes hipóteses: a bateria está descarregada, falta
19
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
gasolina, há problemas no platinado, etc. Essas hipóteses podem ser descartadas,
na medida em que o motorista lembra-se de que a bateria foi verificada, de que
colocou gasolina, de que o platinado está relativamente novo, etc.
5º) Verificação de hipóteses: a verdadeira prova das hipóteses considerada a mais
provável só se fará na prática, na ação. Isto é: se a hipótese final do motorista atribuía
o problema do carro ao platinado, o passo seguinte será verificar o estado da peça.
Se o carro não der partida após a troca do platinado gasto, o indivíduo vai formular
nova hipótese e poderá chegar a redefinir o problema, pois a solução de problemas
ocorre em movimento contínuo, que percorre seguidamente uma série de etapas.
6º) Generalização: em situação posterior semelhante, uma solução já encontrada
poderá contribuir para formulação de hipóteses mais realistas. A capacidade de
generalizar consiste em saber transferir soluções de uma situação para outra.

Da teoria cognitiva emergem algumas considerações importantes sobre


formas de estimular o aluno à solução de problemas. Vejamos:

 Convém que o ensino da sala de aula seja o mais aproximado possível da


realidade em que o aluno vive, a fim de que ele aprenda na prática e reflita
sobre sua própria ação.
 Convém que o professor estimule a criança a não ficar na dependência dos
livros, do professor, das respostas dos outros. Convém educá-lo para que o
mesmo encontre suas respostas. Para o futuro, é muito mais educativo uma
solução de um problema real, à qual a criança chegue por sua própria conta,
do que a memorização de dez soluções apresentadas pelo professor.
 Afim de que o aluno desenvolva seu raciocínio, convém que seja motivado para
isso, que tenha oportunidade de raciocinar. Contribui nesse sentido a
apresentação da matéria em forma de problemas a serem resolvidos e não em
forma de respostas a serem memorizadas.
 Outra contribuição que o professor pode dar para desenvolver o espírito
cientifico consiste na utilização de uma linguagem habitual. Isto é necessário
para que o aluno entenda o problema, saiba do que se trata.
 O trabalho em grupo favorece o desenvolvimento da capacidade para
solucionar problemas, pois permite a apresentação de hipóteses mais variadas
e em maior número.
20
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
 A direção autoritária da classe, em que o professor manda e os alunos só
obedecem, prejudica o desenvolvimento do raciocínio: se os alunos não
participam da formulação do problema, é natural que tendam a atribuir ao
professor a responsabilidade pela solução. Nessa situação, os alunos tornam-
se dependentes das respostas do professor, ao invés de desenvolverem sua
criatividade.

3.2- Teoria Fenomenológica

Como os gestaltistas e cognitivistas, os teóricos da fenomenologia dão grande


importância à maneira como o aluno percebe a situação em que se encontra. Além
disso, entendem que a criança aprende naturalmente, que ela cresce por sua própria
natureza.
O mais importante é que o material a ser aprendido tenha significado pessoal
para o aluno. O material sem sentido exige dez vezes mais esforço para ser aprendido
do que o material com sentido e é esquecido muito mais depressa.
O que pode fazer a escola para facilitar a aprendizagem, a partir da própria
experiência da criança? Snygg e Combs, representantes da teoria fenomenológica
apresentam algumas sugestões:

 Proporcionar aos alunos oportunidades de pensar por si próprios, por meio da


criação de um clima democrático na sala de aula, de maneira que os alunos
sejam encorajados a expressarem suas opiniões e participar de atividades em
grupo.
 Dar a cada estudante a oportunidade de desenvolver os estudos de acordo
com o seu ritmo pessoal. O êxito e a aprovação devem ser baseados nas
realizações de cada um.
 A escola deve considerar o impulso universal de todos os seres humanos no
sentido de concretizar sua potencialidade, e não reprimir tal impulso,
prendendo-o à competição artificial e ao sistema rígido de notas.

21
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

4. Retenção e Esquecimento da Aprendizagem


Maria da Paes está preocupada. Andou fazendo os cálculos e verificou que já
passou aproximadamente sete mil horas na escola, escreveu milhares de páginas de
caderno, fez cerca de quinhentas provas, recebeu inúmeras broncas dos professores
e de seus pais. Ao final disso tudo, percebe que esqueceu quase tudo o que estudou.
Em matemática, esqueceu até as coisas mais simples, como adição de frações e
cálculos de juros; em Ciências, aconteceu a mesma coisa: não sabe distinguir entre
diversos tipos de folhas, não consegue mais explicar o processo de fotossíntese; em
História, não sabe como acontece o processo de escolhas no regime Republicano,
na Geografia, não sabe quem é o prefeito de sua cidade e muito menos as capitais e
os estados que compõem o nosso país, nem muitas outras coisas sobre as quais
ouve notícias na televisão; em relação a língua portuguesa, quando o professor pede
para escrever alguma coisa, com muita dificuldade consegue chegar a dez linhas...
Por tudo isso, Maria da Paes está pensando que perdeu a melhor fase da sua vida
nos bancos escolares. Se fosse aprender agora tudo de que se lembra de seus anos
de escola, certamente não levaria mais do que poucos meses. Então, para que ir a
escola?
Infelizmente, a situação de Maria da Paes, é a mesma de muitos estudantes.
Estudaram, fizeram provas, esqueceram.
A principal razão do esquecimento está em que a escola ensina coisas que o aluno
não entende, que o aluno não usa, que não têm ligação com a sua vida. Em resumo:
a escola está afastada da vida.
Neste capítulo, vamos estudar as explicações para o esquecimento, os fatores
que favorecem a retenção e os atributos da memória.

Muita coisa que estudamos na escola nem


chegamos a aprender ou esquecemos de pressa.

22
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

4.1- Explicação para o esquecimento

Entre as muitas explicações para o fenômeno do esquecimento selecionamos


quatro consideradas as mais importantes:

1) Falta de uso
Alguns estudiosos acreditam que tendemos a esquecer o que aprendemos,
mas não usamos. Embora tenha algum fundamento, esta explicação não é suficiente,
por várias razões: a simples passagem do tempo não produz o esquecimento, pois
nos lembramos de coisas que aconteceram há muito tempo e nos esquecemos de
fatos recentes; às vezes nos lembramos de coisas que estudamos há muito tempo e
nunca mais utilizamos; se estudarmos uma matéria e dormirmos, quando acordamos
nos lembramos mais do que aqueles que, depois do estudo, permaneceram
acordados, dedicando-se a outras atividades.

2) Interferência
A teoria do desuso, como vimos, não explica suficientemente o fenômeno do
esquecimento. Em muitos casos, a explicação está na interferência de uma
aprendizagem sobre a outra. Assim, por exemplo, se logo depois da aula de inglês
você estudar francês, é provável que o estudo de francês interfira negativamente
sobre o que você aprendeu em inglês.

3) Reorganização
Nossa memória reorganiza o que aprendemos, de forma que muitas vezes nos
lembramos das coisas de maneiras diferentes de que aprendemos. A memória é
dinâmica. O cientista Carmichael e outros colegas seus realizaram um estudo
interessante sobre essas explicações de esquecimento. Esse pesquisador
apresentou a dois grupos de pessoas um cero número de figuras. A um grupo, ele
apresentou as figuras associadas a uma lista de palavras e ao outro as mesmas
figuras, mas associadas a palavras diferentes. O que aconteceu, então?
Solicitamos a reproduzir as figuras que haviam visto, os dois grupos reproduziram

23
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
de maneira diferente as figuras, desenhando-as de acordo com as palavras a que
estavam associadas.

4) Repressão

Para a Psicanálise, criada por Freud, existe um tipo de esquecimento


provocado por repressão, o chamado esquecimento motivado.
De acordo com essa explicação, as pessoas tendem a reprimir, a enviar para
o inconsciente e, portanto, a esquecer as experiências desagradáveis e os fatos
associados a essa experiência.
Alguns estudos verificaram que as pessoas se recordavam melhor das sílabas
que haviam sido aprendidas em presença de odores agradáveis, do que aquelas
aprendidas em meio a odores desagradáveis.
Na escola, este tipo de esquecimento também acontece com frequência. Na
verdade, pode-se dizer que nem a aprendizagem ocorre nesses casos. Vejamos
alguns exemplos:

Pedro Henrique acha desagradável a convivência com a professora Samira de


Ciências, acha que ela o persegue, não gosta dele; como resultado, quase não
aprende nada e o que aprende para a prova, logo em seguida é esquecido. Mário
foi traído e rompeu com a namorada, uma colega de escola, e por isso todos os
seus colegas de turma o ridicularizam pelo fato ocorrido, criando um clima
desagradável na sala de aula. Como consequência, Mario não consegue aprender
nada nesse período e tudo aquilo que aprende, forçado, esquece imediatamente.

As pessoas tendem a esquecer os compromissos que consideram


desagradáveis: a hora do dentista, uma conversa com o diretor, a data de uma
prova, etc. Na verdade, as pessoas não estão mentindo, esquecem mesmo. E diz-
se que esquecem porque associam o assunto a experiências desagradáveis,
reprimindo-o, enviando ao inconsciente.

4.2- Fatores que favorecem a retenção

24
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
Entre os fatores que favorecem a retenção do que é aprendido, podemos citar
os seguintes: semelhança entre a situação de aprendizagem e a prova, grau de
domínio da aprendizagem, superaprendizagem e revisão, intenção de
memorizar.
Quanto mais semelhante forem as duas situações, a da aprendizagem e a
da prova, tanto mais facilidade teremos para obter um bom resultado na prova. Se na
prova o professor der as mesmas questões resolvidas em aula, certamente os
resultados serão melhores do que se formular novas questões, totalmente diferentes.
Da mesma forma, o professor encontrará maior facilidade em recordar-se dos nomes
dos alunos, se estes ocuparem todos os dias o mesmo lugar na sala de aula. Se, ao
contrário, os alunos se sentarem a cada dia em lugares diferentes, o professor terá
maiores dificuldades para lembrar seus nomes.
O grau de domínio da aprendizagem depende da organização da matéria e
da sua significação. Se a matéria formar um todo coerente, se for bem organizada, se
tiver significado para o aluno, será retida por mais tempo. A significação do material
estudado depende de fatores como simplicidade e continuidade, relação com a
experiência anterior do aluno e seu grau de motivação.
Qualquer matéria deve ser apresentada de forma simples e acessível para o
aluno, deve ser relacionada com que o aluno já aprendeu e deve interessar ao aluno,
responder a uma necessidade. Dessa maneira, ele aprenderá com mais facilidade e
demorará mais tempo para esquecer.
A superaprendizagem consiste em aprender um assunto num nível acima do
mínimo indispensável para a reprodução imediata. Assim, se você estudou o ciclo do
açúcar apenas o suficiente para prestar uma prova, mas isso não garante a retenção
posterior. A retenção será duradoura se você estudar o ciclo do açúcar além do
mínimo indispensável para sair-se bem na prova.
As revisões periódicas também auxiliam a retenção. Elas não permitem que o
assunto esfrie e fique esquecido. Por isso, contribuem para uma retenção mais
duradoura e para que economize tempo quando o material precisar ser utilizado. Você
estudou como calcular os juros, mas, como nunca teve a necessidade de fazer tal
cálculo, esqueceu-se do seu procedimento. Sua colega, pelo contrário, sempre
gostou de cálculos e, por isso, periodicamente, retomava o cálculo de juros. Agora,
você aplicou um dinheirinho na poupança e quer calcular quanto vai receber de juros
e correção monetária. Você não sabe, mas sua colega será capaz de lembrar-se.
25
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
A intenção de memorizar é uma condição indispensável para a retenção.
Conta-se que um pastor, depois de trinta anos de vida entregue a Deus, havia lido
mais de dez mil vezes a mesma oração. A primeira coisa que fazia todas as manhãs,
era pegar seu livrinho e rezar aquela oração. Certa vez, partiu para uma viagem e
esqueceu-se de levar o livrinho. Tentou dizer a oração de cor, mas, para seu espanto,
não conseguiu lembrar-se. Ele lia diariamente sua oração, mas nunca com a intenção
de aprendê-la para depois lembrar-se.

4.3- Atributos da Memória

Analisando os tipos de informação que a memória retém, Underwood


identificou os atributos da memória. Esses atributos podem ser representados na
figura a seguir:

Memória

Atributos independentes do fato, Atributos independentes do fato,


da tarefa ou do material da tarefa ou do material

Temporal Espacial Frequência Modalidade


Temporal
Associações Associações
l não verbais verbais

Acústica Visual Afetiva Contextual

26
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
4.3.1- Atributos independentes do fato, da tarefa ou do material

O atributo temporal refere-se à importância da sequência de tempo na


retenção de um fato. Um fato ocorrido em determinado momento foi antecedido e
seguido de outros fatos, numa certa sequência temporal. Lembrar-se da sequência
em que o fato ocorreu facilita a recordação do fato.
Exemplo: no momento em que ia começar a explicar a equação de 2º grau, o
professor Guilherme de matemática de um espirro; o dia da formatura foi 12 de
dezembro, um dia depois do meu aniversário.
O atributo espacial compreende a associação de qualquer fato que se quer
lembrar com o local em que o fato acontece.
Exemplo: um aluno memoriza a fórmula da área de um quadrado pelo local em que
ela está, em determinada página do livro de matemática; um orador fala de improviso,
associando mentalmente as partes do discurso preparadas com determinados
aspectos do ambiente: as colunas, as árvores, as janelas, etc.
O atributo de frequência está ligado à tendências a reter melhor os fenômenos
que ocorrem mais frequentemente. É fácil recordar-se da letra de uma canção depois
de ouvi-la muitas vezes.
O atributo de modalidade diz respeito à forma como o material é aprendido.
Exemplo: um mesmo discurso ouvido pelo rádio ou visto e ouvido pela televisão, pode
provocar graus diferenciados de retenção.

4.3.2- Atributos dependentes do fato, da tarefa ou do material

Associações não verbais


A associação acústica refere-se à associação de um fato ou material a um
som. Essa associação favorece a retenção: a memorização de uma poesia é facilitada
pela rimas, a memorização da letra de uma canção é facilitada pela melodia.
A associação visual consiste na associação do que vai ser lembrado à sua
aparência.
Exemplos: o professor memoriza os nomes dos alunos a partir de sua estrutura ou da
cor dos cabelos; quando se começa a alfabetização, muitas vezes se associam as
letras a objetos com formas semelhantes- o “o” é uma bola, o “u” é um copo, etc.

27
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-
A associação afetiva diz respeito à associação do que vai ser memorizado
com sentimentos.
Exemplo: um aluno pode associar a aprendizagem da adição de números inteiros a
um sorriso que a professora lhe deu quando estava ensinando esse assunto.
Geralmente, os sentimentos desagradáveis prejudicam a retenção.

A situação e o ambiente de uma aprendizagem podem dificultar ou favorecer a retenção.

A associação de contexto refere-se à situação ou ao ambiente em que


determinado assunto foi aprendido. Aprender ciências no laboratório, lidando com os
materiais, favorece mais a retenção do que aprender a mesma matéria em aulas
expositivas.

Associações verbais
O atributo verbal compreende a associação de palavras, recurso que
favorece a aprendizagem de sinônimos, antônimos, palavras correspondentes em
outras línguas, etc. Consequentemente, lembrando “cachorro”, o aluno pode lembrar
“cão”; recordando “quente”, pode recordar “frio”; falando “casa”, pode lembrar
“maison”, etc.
É evidente que, para a fixação de cada lembrança ou recordação, podem
concorrer diversos atributos da memória simultaneamente. Geralmente, quanto maior
o número de atributos associados a uma aprendizagem, tanto maior será a retenção
dessa aprendizagem.

28
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

Síntese de Aprendizagem
Nesta unidade aprendemos que:

 A psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano, todas as


manifestações de um organismo vivo e a forma como ele se porta em
sociedade, interagindo com o outro e consigo mesmo, possui interferências de
sua psique;
 Os principais instrumentos do psicólogo é a pesquisa e a experimentação, pois
é por meio desses dois elementos que o psicólogo consegue desenvolver e
traçar diagnósticos clínicos, auxiliando pessoas em tratamentos
comportamentais;
 Já a psicologia da educação, procura compreender a aprendizagem e a forma
como esse ser se porta no ambiente educacional, estudando de forma mais
intimista a relação professor e aluno, investigando os diferentes mecanismos
que compõe a aprendizagem;
 Psicólogos educacionais como Jonh Dewey, Jerome Bruner e B.F. Skinner,
por meio de teorias cognitivas e comportamentais ligadas a noções de
estímulo, resposta e reforçamentos de aprendizagens nos ajudarão a
compreender e a desvendar relações de aprendizagens no contexto escolar
do século XX, que são espelhamentos de aprendizagens para nós educadores,
até os dias atuais;
 O último ponto e não menos importante para nós, refletimos sobre as questões
ligadas a retenção e ao esquecimento da aprendizagem. Fatores ligados ao
treino da memória. Trazendo a luz questões ligadas a forma como podem
contribuir ou repelir as noções ligadas ao conteúdos que farão sentido na
nossa aprendizagem. Neste último capítulo, nos traz explicações práticas de
como a aprendizagem se constrói.

29
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

Verificação de Aprendizagem
Caro aluno, as atividades propostas abaixo é uma maneira de você praticar seu
entendimento sobre o que discutimos ao longo desses 4 capítulos, não deixe de
realizar esta tarefa, pois a mesma lhe ajudará em uma síntese para avaliação final
desta disciplina.

1) Defina em poucas palavras, os seguintes conceitos:


a) Psicologia: f) Variável dependente:
b) Psicologia da Educação: g) Variável Independente:
c) Pesquisa Cientifica: h) Grupo de controle:
d) Experimentação: i) Grupo Experimental:
e) Método Clínico:

2) Um professor que costuma dar aulas expositivas quer verificar se aulas com
trabalho em grupo são mais eficientes. Para isso, divide a classe em dois grupos: um
continua com aulas expositivas e outro passa a desenvolver atividades em grupo. O
critério que utiliza para verificar se houve mudança no rendimento é a nota média
obtida pelos dois grupos num mesmo teste. No experimento relatado, identifique:

a) Grupo de controle; c) Variável Independente;


b) Grupo experimental; d) Variável dependente;

3) Explique quais são os principais aspectos abrangidos pela Psicologia da


Educação?

4) Cite exemplos de conflitos que podem prejudicar a aprendizagem dos alunos.

5) Defina os três principais elementos do processo de aprendizagem.

6) Aprender a nadar e aprender a ler e escrever são dois exemplos de aprendizagem.


Para cada um deles, indique como poderiam ser as diversas etapas do processo de
aprendizagem: motivação, objetivo, preparação, obstáculo, resposta, reforço e
generalização.

30
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

7) José é um aluno que, apesar de esforçado, não consegue aprender. Qual seria a
explicação que cada uma das teorias poderia oferecer para este fato?

8) De que forma a falta de uso, a interferência, a reorganização e a repressão podem


explicar o esquecimento?

9) Cite os dois atributos e associações da memória que, para você, mais facilitam a
retenção de quem estuda. Mencione alguns exemplos para ilustrar o que afirmou.

10) O modelo operante é modelado a partir do nosso repertório inato. As respostas


que geram mais esforço, em média, tendem a aumentar de frequência e a se
estabelecer em um repertório, ou seja, em um contexto semelhante tendem a ser
novidade emitidas.
Assinale os elementos que tendem a ser importantes para teoria de Skinner.

a) Bom comportamento, gratificação e resposta.


b) Mau comportamento, punição severa e estímulo.
c) Prevenção, comportamento observado e estímulo.
d) Não prestar atenção necessária ao comportamento do aluno.
e) Estímulo, resposta e consequência.

2
Psicologia da Educação
Compreendendo a Psicologia e a Aprendizagem-

Bibliografia
ANTUNES, Celso. Jogos para estimulação das múltiplas inteligências. Petrópolis,
Ed: Vozes, 2000.
BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Porto Alegre, Ed: Artes
Médicas, 1998.
CASTORINA, J.A, FERREIRO, E., LENER, D., OLIVEIRA, M.K. Piaget- Vygotsky-
novas contribuições para o debate. São Paulo, Ed: Ática, 1997.
COOL, C. Psicologia e Currículo. Porto Alegre, Ed: Artes Médicas, 1997.
COOL, C.; PALÁCIOS, J.;MARCHESI, A. Desenvolvimento Psicológico e
Educação. Vol. 2. Porto Alegre, Ed: Artes Médicas, 1995.
GOURLAT, Iris Barbosa. Psicologia da Educação- fundamentos teóricos e
Aplicações à prática pedagógica. Petrópolis, Ed: Vozes, 2000.
HILGARD, E.R. Teorias de Aprendizagem. São Paulo, EPU, 2013
LINDGREEN, H.C. Psicologia na sala de aula. Rio de Janeiro, Ao livro técnico, 2015,
3ºv.
NEIL, A.S. Liberdade sem medo. (Summerhill). 6ª ed, São Paulo, Ibrasa, 1968.
PILETTI, NELSON, Psicologia Educacional. São Paulo, Ed: Ática, 2004.
RAPPAPORT,C., FIORI, W.R, DAVIS, C. Teorias do Desenvolvimento- conceitos
fundamentais. São Paulo, Ed: EPU, 1981.
SHEURMAN, G. HEERINGA, K., ROCKLIN, T. y LOHMAN, D. Education
psychology: a view from within the discipline. Educational Psychologist, 1993.
SKINNER, B.F. Ciência e Comportamento humano. 2ª ed. São Paulo, Edart, 1974.
TAILLE, I. OLIVEIRA, M.K., DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon- teorias
psicogenéticas em discussão. São Paulo, Ed: Summus, 1992.

Você também pode gostar