Você está na página 1de 24

VAMOS REFLETIR

• Para que serve o psicólogo escolar?

• O que pode realmente resolver?

• Qual a especificidade de seu trabalho em relação ao dos outros profissionais da escola?


O QUE IREMOS DISCUTIR!!!!!

• Breve histórico da atuação do psicólogo escolar;


• Possibilidades de atuação do psicólogo na instituição escolar.
• Mostrar a gradual evolução das formas de atuação dos psicólogos no País, em função da emergência
de novas concepções teórico-epistemológicas e da sensibilização crescente dos psicólogos com as
complexas demandas da educação brasileira.
• Evidenciar as possibilidades de trabalho desses profissionais não apenas na dimensão psicoeducativa
da instituição escolar, mas principalmente na sua dimensão psicossocial.
• Complementando a descrição das formas de atuação do psicólogo, as quais são categorizadas em
dois grandes grupos – tradicionais e emergentes;
• Discutir o vínculo do trabalho do psicólogo escolar com o trabalho dos outros profissionais da
escola, destacando a necessidade do trabalho em equipe.
A RELAÇÃO DA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
NA PSICOLOGIA ESCOLAR.
• Na época da Primeira República (1906 a 1930), acadêmicos e pesquisadores europeus que se
instalaram no País enfatizavam a Psicologia como área de conhecimento cuja vertente experimental
alimentava, entre outros objetivos, os ideais capitalistas nos processos educacionais e sociais
vigentes.
• A partir de então, os estudos em laboratório apoiados na experimentação e no modelo das ciências
da natureza, que sustentavam o paradigma científico da Psicologia, acabaram tendo pouca
repercussão, pois os trabalhos eram realizados um número reduzido de profissionais e tinham
pouca expressividade.
• De 1930 a 1960, a ciência psicológica consolidou-se no País ligada às tendências psicométrica,
experimental e tecnicista, preponderantes nos estudos norte-americanos e coadunadas às
orientações ideológicas vigentes
INSERÇÃO DA PSICOLOGIA NAS ESCOLAS
(A PARTIR DA DÉCADA DE 1960)
Adaptacionista

Modelo médico
de intervenção Corrigir ALUNO COM
DIFICULDADE

Adaptar
ESCOLA
➢ Conduziu à patologização e psicologização do
espaço escolar por atribuir ao próprio aluno a
culpa de suas dificuldades de aprendizagem e
por isentar outras instâncias das suas
responsabilidades educativas.
ATÉ PRÓXIMO AOS ANOS 70
• A identificação da Psicologia como profissão cujo
comprometimento
Reprodutivismo
Conservadorismo Tecnicismo
social

Individualismo

A Psicologia Escolar sustentou a psicologização das questões


educacionais “tratando” os problemas escolares de forma
adaptativa e remediativa com ênfase no ajustamento.
A partir de avanços teóricos e práticos relativos à
psicologia e de uma postura crítica diante da atuação
da área nas escolas, a relação psicologia educação
se modificou,configurando-se por interdependência
de conhecimentos.
A INTERFACE ENTRE PSICOLOGIA E
EDUCAÇÃO.
• Nesse sentido, para Souza (2007), a adoção de referenciais teórico e técnico
fundamentados em uma perspectiva histórica e cultural corresponde a um avanço
dentro do campo da Psicologia Escolar e Educacional e revela a incorporação de uma
perspectiva crítica que contesta a noção unilateral de adaptação da criança à
escola e questiona os parâmetros impostos pela abordagem psicométrica ao
campo da Educação. Tal perspectiva explicita a necessária consideração da realidade escolar,
dentro e fora dos muros da escola, por meio do envolvimento de dimensões políticas, sociais,
pessoais e institucionais.
PSICOLOGIA ESCOLAR
COMO CAMPO DE
ATUAÇÃO
• Definir o papel deste profissional e estabelecer seu campo de atuação é
uma tarefa complexa e extremamente necessária;

• A Psicologia escolar é de fato a expressão da Psicologia ( na sua dupla


condição- científica e de trabalho profissional) no contexto escolar;

• Psicologia escolar se refere a psicologia na escola, processo educativo;


•Psicologia escolar X Psicologia educacional ou Psicologia da educação;
• Psicologia escolar é entendida como um campo
de atuação profissional do Psicólogo e também
de produção científica;
• Objeto principal - mediar os processos de
desenvolvimento humano e de aprendizagem,
contribuindo para sua promoção;
• Contribuir para a promoção do processo
educativo e pelo espaço de escuta;
• Psicologia escolar – espaço científico- escola;
• Escola - contexto principal de atuação do
Psicólogo escolar.
As contribuições da Psicologia no campo educativo não se reduzem ao trabalho do psicólogo na
instituição escolar, pois é sabido que os processos educacionais acontecem em diferentes âmbitos e níveis,
fazendo com que a articulação Psicologia e Educação assuma diferentes e variadas formas. No entanto, é
indiscutível que, no delineamento atual da sociedade, a escola tem um lugar privilegiado como locus dos
principais processos educativos intencionais que, juntamente com outros, integram a educação como
prática social.
A PERSPECTIVA PREVENTIVA E
RELACIONAL COMO ORIENTADORA DA
ATUAÇÃO EM PSICOLOGIA ESCOLAR

Compreensão contemporânea acerca da atuação em Psicologia Escolar

• Aponta para a necessidade do psicólogo se comprometer


com a modificação do processo de culpabilização e de
exclusão dos alunos que prevaleceu como foco de atuação da
área em outros momentos históricos.
• Observa-se a necessidade de ocupar-se da individualidade
dos sujeitos articulados de suas redes de relações e de sua
história.
Nesse sentido a perspectiva em Psicologia
Escolar mostra-se como possibilidade de uma
atuação diferenciada (ARAÚJO, 2003)
A noção de prevenção está relacionada à
ação de se antecipar a determinado fenômeno
com o objetivo de evitar que ele ocorra e de
ajustar soluções a possíveis problemáticas.

PERSPETIVA PREVENTIVA NA AÇÃO


PSICOLÓGICA
• Busca superação da visão de promoção e adaptação
esperando que o profissional de Psicologia em sua
intervenção evidencie as contradições entre as práticas
educativas e as demandas do sujeito nesse contexto.
(ARAÚJO, 2003)
INTERVENÇÃO PREVENTIVA
PROPOSTA CONTEMPORANEAMENTE PELA
PSICOLOGIA ESCOLAR
• Pretende contribuir para que aconteçam reformulações
pessoais e institucionais no sentido de oportunizar,
transformações e salto qualitativo em seu
desenvolvimento.
• Deve estar respaldada em ações que busquem:
➢Facilitar e incentivar a construção de estratégias de
ensino diversificadas,
➢Promover reflexão e a conscientização de funções,
papéis e responsabilidades dos sujeitos,
➢Superar, junto com a equipe escolar, os obstáculos à
apropriação do conhecimento.
•A ação preventiva deve ser redirecionada para a
compreensão e intervenção nas relações interpessoais que
permeiam a construção do conhecimento e da ação
pedagógica.
•Inclusão de professores como coparticipante de atuações em
Psicologia Escolar.
•A participação ativa do professor na busca de alternativas
para o efetivo aprendizado com apropriação de sua função e
responsabilidade, resgatando o papel ativo de dirigente na
resolução de dificuldades.
•Por meio da participação do professor, o psicólogo escolar
pode favorecer processos de questionamento e de
conscientização acerca das concepções deterministas de
desenvolvimento e aprendizagem.(MEIRA, 2000).
“A Psicologia escolar tem buscado uma
atuação que se baseia em crescimento e
sucesso dos atores escolares em
contraponto à ênfase em problemas e
dificuldades”.

Outros setores podem beneficiar-se do


trabalho desta área da psicologia.
AS FORMAS DE ATUAÇÃO
“TRADICIONAIS”
• Avaliação, diagnóstico, atendimento e encaminhamento de alunos com dificuldades escolares;
• Orientação a alunos e pais;
• Orientação profissional;
• Orientação sexual;
• Formação e orientação de professores;
• Elaboração e coordenação de projetos educativos específicos (em relação, por exemplo, à
violência, ao uso de drogas, à gravidez precoce, ao preconceito, entre outros)
AS FORMAS DE ATUAÇÃO
“TRADICIONAIS”
Estão principalmente Apesar da evolução
associadas à dimensão qualitativa que se aprecia nas
psicoeducativa do contexto formas de atuação
escolar, dimensão essa que consideradas neste grupo,
tem sido o principal objeto elas estão definidas, em
de atenção no trabalho da grande parte, pelos
instituição escolar e na qual problemas concretos que, em
se centram a atenção de relação ao desenvolvimento e
todos os seus atores, entre à aprendizagem dos alunos,
eles, os psicólogos tem que ser enfrentados e
resolvidos no cotidiano
escolar, e para os quais o
trabalho do psicólogo se
configura como uma
resposta.
O QUE É A PSICOLOGIA CRÍTICA, COMO
ELA SE CONSTITUI E A QUE ELA SE
PROPÕE:
• Conforme explica Tolman (1989), referendar a Psicologia, a partir de pressupostos
materialistas significa enfatizar as nuances da realidade como única perspectiva em que os
fenômenos psicológicos se desenvolvem, significa reconhecêlos como datados e circunscritos e,
portanto, não generalizáveis, significa compreender o humano como produtor e produto desta
realidade social. Entender a origem destes pressupostos muito nos interessa porque, como já
pontuamos, eles é que constituem, essencialmente, a base do pensamento crítico e, portanto, da
Psicologia Crítica.
• Decorrente desta concepção de realidade é a compreensão de que a atitude primordial de homens,
mulheres e crianças em face desta realidade não é a de sujeitos abstratos e meros cognoscentes,
mas de sujeitos que agem objetiva e praticamente, sujeitos históricos que se relacionam com
o mundo e com outras pessoas. Esta, como afirma Kosik (1969), é a realidade humano-social (e
não natural) da qual o humano é produto e produtor.
È P O S S ÍV E L I D E NTI FIC AR O I MPA C TO D A A Ç Ã O D O P S I C ÓL OGO Q U E ATU E N O S
E S PA Ç OS ES C O LA RES A PA R TIR D E U MA P ER S PECTIV A C R Í TIC A?
F O R MA S D E A TUAÇ ÃO “ E ME RGE NTE S

• - Diagnóstico, análise e intervenção em nível institucional, especialmente no que diz respeito à subjetividade
social da escola, visando delinear estratégias de trabalho favorecedoras das mudanças necessárias para a
otimização do processo educativo;
• - Participação na construção, no acompanhamento e na avaliação da proposta pedagógica da escola;
• - Participação no processo de seleção dos membros da equipe pedagógica e no processo de avaliação dos
resultados do trabalho;
• - Contribuição para a coesão da equipe de direção pedagógica e para sua formação técnica;
• - Coordenação de disciplinas e de oficinas direcionadas ao desenvolvimento integral dos alunos;
• - Contribuir para a caracterização da população estudantil com o objetivo de subsidiar o ensino personalizado;
• - Realização de pesquisas diversas com o objetivo de aprimorar o processo educativo;
• - Facilitar de forma crítica, reflexiva e criativa a implementação das políticas pública
DESAFIOS

• a ausência de clareza com relação à estrutura metodológica que organiza o seu modo de agir
nos espaços educativos favorece a incompreensão dos seus princípios e propostas,
sobrepujando-as ao imperativo da lógica individualizante;
• muitas vezes é percebido com receio por parte de outros integrantes do coletivo escolar,
sendo, às vezes, implicitamente rejeitado, devido à representação de sua incapacidade para
resolver os problemas que afetam o cotidiano dessa instituição;
• O psicólogo e seu vínculo com outros profissionais da escola: os desafios do trabalho em
equipe
CONSIDERAÇÕES

Vale enfatizar que as chamadas funções


Como é possível apreciar, a maior parte das “emergentes” coexistem e se articulam com
ações que temos denominado como formas as formas de atuação que tradicionalmente
de atuação “emergentes” estão vinculadas à têm caracterizado as ações do psicólogo no
dimensão psicossocial da instituição escolar, contexto escolar, aspecto que resulta
expressão de uma concepção mais ampla das positivo, se considerarmos as mudanças
possibilidades de atuação do psicólogo nesse qualitativas que se operam nelas e sua
contexto. significação para o trabalho educativo que,
como um todo, se realiza na escola.
Sob nosso ponto de vista, a especificidade do trabalho do
psicólogo na escola está fundamentalmente relacionada ao
núcleo essencial da sua formação, entendido como o
funcionamento psicológico humano, e às competências
vinculadas a esse objeto. Essa formação permite-lhe um
olhar específico e diferenciado sobre os processos
subjetivos, sociais e individuais que se expressam no
contexto escolar e, consequentemente, capacita-o para o
delineamento de formas de atuação diferenciadas nesse
contexto.

Você também pode gostar