FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS – FUPAC

GRADUAÇÃO DE PSICOLOGIA

A DIMENSÃO PSICOSSOCIAL NA FORMAÇÃO DO PSICOLGO ESCOLAR

CRÍTICO

TEÓFILO OTONI-MG

2022
CASSIANO ANDRADE, JANAINA LEMES, JOÃO CALMON, LARYSSA
GANDA, LUMA MOREIRA, RAYNE SOARES, SARAH BISPO.

A DIMENSÃO PSICOSSOCIAL NA FORMAÇÃO DO PSICOLGO ESCOLAR

CRÍTICO

Trabalho apresentado para a disciplina Psicologia

Escolar e Dificuldade na Aprendizagem I, no
curso de Psicologia, da Faculdade Presidente
Antônio Carlos – FUPAC

Orientadora: Profa. Alcilene Lopes.

TEÓFILO OTONI-MG

2022
 Desde a década de 1960 havia reflexões e estudos acerca do fazer da psicologia fora
dos parâmetros clínicos e elitistas, pensando em uma abordagem mais coletiva e abrangente,
capaz de alcançar outras camadas da sociedade. Uma abordagem com essa abrangência
favorece diversas áreas da sociedade, entre elas, o contexto da educação.

Dados de pesquisas 一 apresentados no artigo 一 mostram que, mesmo em tempos

atuais, grande parte dos profissionais em Psicologia atua na área clínica e outra boa parte se
divide entre áreas da saúde e organizacional. Sendo assim, pouquíssimos são os que integram
o ambiente escolar para desenvolver sua atuação.

Além do problema da escassez de profissionais nessa área, também se pode ver um

problema de compreensão que normalmente se tem nesse contexto: uma atuação com viés
clínico. A essa atuação foi dado o nome de “visão tradicional” porque propõe um modelo
antigo de intervenção, bastante adequado no contexto clínico, mas não aplicável para a
proposta na educação. A atuação em Psicologia Escolar precisa ser a partir de um viés social,
considerando todo o contexto social dos indivíduos participantes e não apenas sua capacidade
enquanto aluno (lembrando que não se trabalha apenas com alunos nesta proposta). Além do
aluno, todos os papéis desse contexto (ocupados por diversos sujeitos) devem ser
considerados, como os professores, pais, diretores, supervisores e demais funcionários.

Essa visão social da atuação na escola é proposta pela Psicologia Escolar Crítica, que
problematiza e questiona, não apenas as demandas escolares, mas todo o contexto social,
interno e externo, que chegam ao ambiente escolar. É necessário um olhar para o indivíduo
não só na roupagem de aluno 一 ou de qualquer papel que assume na escola 一 , mas
considerá-lo como ser social, que precisa de educação tanto quanto de saúde e condições
básicas de vida para poder desenvolver-se. Outro fator importante de se entender é que as
demandas problemáticas que aparecem na escola são originadas, em sua maioria, nas falhas e
deficiências da sociedade e não do indivíduo; por isso se faz necessário um olhar crítico e
abrangente da situação.

A Psicologia escolar é um campo de avaliação, acompanhamento, orientações dos

pais, educadores, relação entre a dificuldade escolar e problemas emocionais, tendo a ideia
que a psicologia escola se torna presente em todo processo de aprendizagem/educação, um
campo bastante amplo que não se resumi apenas ao contexto escolar, e sim no contexto do
processo.
 A Psicologia Escolar iniciou sua atuação, sobretudo junto aos professores, através da
sua formação para trabalhar com crianças e, paulatinamente, foi surgindo o atendimento
aos alunos que apresentavam dificuldades no sistema escolar, sobretudo referentes à
aprendizagem.

O psicólogo escolar busca desenvolver, apoiar e promover a utilização de instrumentos

adequados para o melhor aproveitamento acadêmico do aluno a fim de que este se torne um
cidadão que contribua produtivamente para a sociedade, tendo como referencia o
conhecimento cientifico sobre o desenvolvimento emocional, cognitivo e social, utilizando-os
para compreender os processos e estilos de aprendizagem e direcionar a equipe educativa na
busca de um constante aperfeiçoamento do processo ensino/aprendizagem, sua participação
na equipe multidisciplinar é fundamental. Dessa forma, o psicólogo inserido na escola deve
buscar o aperfeiçoamento de suas práticas mediante intervenções que considerem fatores
históricos, sociais, políticos e econômicos, realizando uma intervenção ampla e
contextualizada, que envolva os diferentes atores presentes nos processos educativos,
envolvendo toda a comunidade escolar, sejam eles professores, pais, funcionários, alunos etc.
Ao passo que fatores externos - sociais, econômicos, políticos, institucionais, históricos e
pedagógicos – não sejam ignorados.

Diferente de uma perspectiva tradicional, onde a visão se limita apenas a um olhar

clinico (impossibilitando de acessar todas as subjetividades de cada sujeito daquele ambiente).
O psicólogo escolar acredita na evolução do sujeito dentro da sala de aula, não apenas como
aluno, mas como ser humano. A intenção é lidar com as situações apresentadas de forma que
aquela resolução transcenda a sala de aula e leve o sujeito á refletir dentro da sua própria
perspectiva de vida. Para tanto, é necessário que haja um trabalho em conjunto no âmbito
escolar e familiar, ou seja, o caminho só poderá ser trilhado se existir um movimento
psicossocial.

No início da década de 90, os psicólogos escolares perceberam a importância de se ter

um olhar crítico e defender as questões sociais e políticas. Para que pudessem desenvolver
práticas com foco na transformação social. O psicólogo que está inserido na educação tem um
compromisso social, buscando a modificação da realidade e não só as demandas individuais.
Identificamos que o psicólogo pode atuar em várias áreas dentro das escolas, entre
elas temos:
 O trabalho e o bom diálogo com a rede escolar, tendo em vista que podemos ter outros
profissionais trabalhando com os mesmos indivíduos.
 A utilização de mediadores culturais (música, desenho, teatro, dança, leitura e etc.)
 O acompanhamento do psicólogo no aluno com dificuldades escolares.
 Entre outras áreas que um psicólogo escolar pode atuar.

Portando, o psicólogo escolar será responsável por encontrar métodos de trabalhar a

consciência social envolvendo todo corpo estudantil e os colaboradores daquele ambiente
escolar. Tendo como resultado um bom convívio e um excelente desenvolvimento
interpessoal entre os envolvidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAZZANI, Maria Virgínia; SOUZA, Vera Lucia Trevisan de (orgs.). Psicologia Escolar
Crítica: teoria e prática nos contextos educacionais. Campinas: Alínea, 2016.