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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE OLINDA

CURSO DE PSICOLOGIA

PAULA KARINA QUEIROZ

A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Olinda,
2023.
Paula karina Queiroz

A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Projeto de Pesquisa para a monografia do


Trabalho de Conclusão do Curso de Psicologia
da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda,
apresentado como requisito parcial para a
conclusão da disciplina Trabalho de Conclusão
de Curso – TCC I.

Professores responsáveis pela disciplina:


Profa. Dra. Karla Fabiana F. Luna de Menezes

Olinda,
2023.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 3

1 OBJETIVOS ......................................................................................................... 5
1.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 5
1.2 Objetivos Específicos ............................................................................................ 5

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 6

3 METODOLOGIA ................................................................................................. 9

4 PROJEÇÕES DO ESTUDO ................................................................................ 10


4.1 Resultados esperados ........................................................................................... 10
4.2 Cronograma .......................................................................................................... 10

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 11

APÊNDICE - Termo de Responsabilidade e Compromisso Ético de Autoria ......... 12


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INTRODUÇÃO

Conforme a análise histórica feita, constata-se que a concepção de Educação Infantil


vem se constituindo a partir de movimentos sociais que acarretam mudanças na visão da
criança, do seu desenvolvimento, da família e do papel da mulher na sociedade. Com isso, o
modelo de educação caracterizado anteriormente pela “creche” vem sofrendo mudanças na
qualidade do atendimento e na abrangência de aspectos psicopedagógicos enfatizados nessa
nova concepção. A criança se insere, atualmente, no sistema educacional cada vez mais cedo.
Muitas das mudanças referidas foram provocadas por uma maior participação feminina no
mercado de trabalho, alterando a rotina de cuidados e a educação dos filhos. Esse fato está
relacionado com a criação das creches. Nesse sentido, a creche estava sempre associada a um
caráter assistencialista e se preocupava apenas com a alimentação, a higiene e a segurança
física. Com o enfraquecimento da visão estigmatizante e assistencialista da educação,
instaurou-se um movimento social e governamental pelo atendimento de novas demandas,
que resultou no recente reconhecimento da educação infantil em creches e pré-escolas como
um dever do Estado e um direito da criança, legalmente estabelecido no artigo 208, inciso IV,
da Constituição Federal de 1988. Essa mudança foi reafirmada nos anos de 1990, pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e em 1996, pela Lei n° 9394 de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB). Com a LDB, surge a Educação Infantil, com novos
objetivos, que engloba as crianças entre 0 e 6 anos. A Educação Infantil passa a olhar o
momento de desenvolvimento da criança, vendo-a como sujeito Integrado, sem dissociar
aspectos cognitivos, afetivos, expressivos ,motores ou simbólicos. Portanto, o modelo de
Educação Infantil tem sido alterado à medida que a concepção de educação da criança de 0 a
6 anos atinge objetivos diferenciados, com propostas educacionais explícitas fundamentadas
em teorias psicológicas do desenvolvimento infantil. A criança nessa idade passa a ser vista
como sujeito de educação, com necessidade de atendimento qualificado que vise o seu
desenvolvimento integral abrangendo aspectos cognitivos, afetivos e motores.

A infância é uma das etapas da vida onde acontecem as maiores transformações físicas
e psicológicas. Essas alterações marcam o crescimento e o desenvolvimento infantil, e
precisam ser acompanhadas de perto. Nesse sentido, o acompanhamento do crescimento e do
desenvolvimento abrange as condições de saúde e vida da criança, tendo em vista a promoção
e a manutenção do seu bem estar e a intervenção sobre os fatores capazes de comprometer a
sua saúde . A primeira infância, etapa do desenvolvimento que compreende entre 0 e 6 anos
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de idade, tem sido cada vez mais abordada e discutida por conhecedores de distintas áreas
como psicólogos e sociólogos, em meio a outros que entraram num vasto consenso quanto à
primordialidade do desenvolvimento da primeira infância.

Vygotsky (1994) enfatiza que a criança é um sujeito, como todo ser humano, que está
introduzido em uma sociedade que deve garantir uma infância enriquecedora no sentido do
seu desenvolvimento psicomotor, afetivo e/ou cognitivo. Nesse contexto, destaca-se que as
crianças são influenciadas pelo meio social e cultural em que se estabelecem. Elas têm suas
peculiaridades próprias e analisam o mundo e o comportamento das pessoas que a cercam de
um jeito muito distinto. Além disso, também, aprendem por meio da acumulação de
conhecimentos, da criação de hipóteses e de experiências vividas.

A presença e atuação do Psicólogo na Educação Infantil,é de suma relevância a fim de


contribuir para o desenvolvimento de recursos da personalidade das crianças, visando a
formação de indivíduos autônomos, críticos e solidários, e sua aprendizagem.
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1 OBJETIVOS

1.1 Objetivo Geral

Contribuir com a promoção do desenvolvimento humano no contexto escolar,


buscando garantir um ambiente educativo de qualidade, inclusivo, democrático, favorecendo
processos de questionamento e de conscientização acerca das concepções para o
desenvolvimento e aprendizagem.

1.2 Objetivos Específicos

1.2.1 Objetivo específico A

Compreender e clarificar a construção da subjetividade (Construção do Eu) no


ambiente escolar.

1.2.2 Objetivo específico B

Buscar ser o mediador do processo reflexivo e não o solucionador de problemas.

1.2.3 Objetivo específico C

Contribuir para a formação pessoal do professor, possibilitando a reflexão sobre o


cotidiano escolar.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

A psicologia escolar tem como base do seu desenvolvimento os estudos que deram
origem ao nascimento da psicologia como ciência com uma demanda de prover conceitos e
instrumentos “científicos “de medida. A primeira função desempenhada pelos psicólogos na
escola foi a mensuração das habilidades classificações das crianças quanto à capacidade de
aprender e de progredir nos estudos. Além disso, outra forma de atuação adotada pelos
psicólogos na escola foi de orientação basicamente clínica no sentido de diagnóstico e
tratamento de distúrbios. Ao reconhecer a importância da psicologia no contexto escolar,
junto aos alunos, às suas famílias e aos professores, Souza (1997) aponta a necessidade de
mudança na atuação do psicólogo. Historicamente, elevem desenvolvendo suas atividades
pautado na individualidade do aluno e na queixa do professor da falta de condições de
trabalho e das deficiências e dificuldades de aprendizagem das crianças. Dessa forma, as
relações sociais existentes na escola não são consideradas como constituintes dos processos
de desenvolvimento e aprendizagem. Souza (2000) afirma que não existem modelos
pré-concebidos para se trabalhar na escola, mas “princípios norteadores de uma prática a
serviço da superação da exclusão, da estigmatização e da desigualdade” (p.136).Sayão e
Guarido (1997) também salientam a necessidade da mudança do foco da atuação do psicólogo
escolar, para não ser restrito à orientação psicológica sobre as crianças, mas envolver os
aspectos da relação entre a equipe e os educadores, contemplando os conflitos, as
insatisfações e contradições inerentes às práticas sociais. A partir das ideias dessas autoras,
podemos apontar como “princípios norteadores” dessa prática os seguintes pontos: trabalho
com os professores; a etnografia como metodologia; interdisciplinaridade; trabalho junto às
famílias; e trabalho com a criança.

O psicólogo escolar deve ter como objetivo junto aos professores encorajá-los a
desenvolver cada vez mais um papel ativo no processo educacional. Nesse processo, é
imprescindível a estimulação do pensamento crítico, a fim de uma melhor compreensão da
sua atuação profissional.

Além disso, é preciso garantir com esses profissionais um espaço para reflexão de sua
prática educativa. O psicólogo escolar ao contribuir para a formação pessoal do professor,
numa perspectiva teórica e metodológica, possibilita a compreensão das relações de extrema
complexidade e contradição que envolvem o cotidiano da escola. Novas metodologias devem
ser empregadas a fim de contemplar os fenômenos históricos existentes na escola.
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A presença do psicólogo no dia-a-dia da escola constitui-se de grande necessidade


para criar espaços de diálogo e reflexão a fim de contribuir para a construção de uma escola
mais democrática. A presença dos diferentes profissionais deve ser de complementaridade e
não de exclusão (Pedrosa, 2003).A escola deve reconhecer a importância da família na
constituição do sujeito, sem, no entanto, considerá-la como a única determinante desta
constituição. O trabalho junto às famílias deve questionar a atribuição das causas dos
problemas de aprendizagem à dinâmica familiar. Família e escola não podem ser vistas como
momentos de oposição ou de disputa na educação das crianças. São instituições diferentes e
necessárias na constituição do sujeito, exigindo, pois, uma relação de apoio sem transferência
de responsabilidades. Para Machado (2000), no trabalho junto aos pais, o psicólogo ao
explicar e defender os objetivos educacionais, não deve impor sua visão de educação, mas
orientá-los no sentido do entendimento da sua intervenção, possibilitando a formação de
grupos de expressão comunicação, para um melhor conhecimento da realidade da criança. O
psicólogo escolar deve atuar junto à criança de forma problematizadora, dando-lhe voz a fim
de construir sentidos históricos aos fenômenos que a envolvem, como queixas de
comportamento, dificuldades de socialização, etc. A culpabilização do sujeito tem sido uma
tendência de tornar natural aquilo que é historicamente determinado.

O trabalho a ser desenvolvido pelo psicólogo deve ter como objeto as relações nas
quais a criança circula. No entanto, existem crianças que precisam de atendimento individual
pois podem estar sofrendo ou até mesmo encontram-se paralisadas, para estas uma atenção
com maior observações e um encaminhamento para um atendimento clínico diferenciado.
Contudo, não é possível estabelecer-se uma relação direta de causa e efeito entre as
dificuldades escolares e suas capacidades (Machado, 2000). Uma outra possibilidade de
atuação do psicólogo junto à criança é promover atividades verticais, que envolvam grupos de
idades variadas. De acordo com Mamede (2001), esse tipo de atividade favorece trocas entre
os adultos e as crianças e entre as próprias crianças, exigindo um ajustamento de
comportamentos e aprendizados, o que contribui para o processo de desenvolvimento. Assim
sendo, a partir desses “princípios norteadores”, entendemos que o papel do psicólogo na
escola, desde a Educação Infantil, ultrapassa as funções tradicionalmente atribuídas, tais
como, medir habilidades e classificar crianças quanto à capacidade de aprender e de progredir
pelos vários graus escolares. Ele passa a exercer as funções de: consultor, especialista em
educação, ergonomia, modificador do comportamento, pesquisador, estendendo sua ação à
comunidade, conforme apresentado em Patto (1984).
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Dessa forma, a atuação do psicólogo escolar não se limita a uma ação psicometrista e
clínica, no sentido de diagnóstico e tratamento, a serviço de uma ideologia de ajustamento, de
eficiência, de prevenção, de adaptação e de alienação. Pode-se acrescentar ainda sugestões
para a atuação do psicólogo em instituição escolar, vistas em Meira(2000), tais como:
contribuir com a construção e/ou manutenção de uma gestão escolar democrática viabilizando
um trabalho coletivo e solidário; ampliar a participação da comunidade na escola; e auxiliar
na escolha de materiais didáticos que estimulem o pensamento crítico e criativo dos alunos.

De acordo com o exposto sobre o desenvolvimento infantil, segundo Wallon (1937), o


psicólogo, junto com os educadores, deve procurar entender esse processo na sucessão das
etapas e dos conflitos provocados pelas crises que pontuam o crescimento. Essa etapa do
desenvolvimento na Educação Infantil compreende o movimento da construção do eu
psíquico e o entendimento desse processo deve auxiliar os educadores no cotidiano da sua
prática pedagógica. Tendo em vista a contribuição da atuação da Psicologia Escolar para o
processo de desenvolvimento nesse nível de escolarização.

Um papel essencial do psicólogo escolar é sintetiza informações sobre mecanismos e


contextos de desenvolvimentos e traduzi-los para adultos responsáveis por promover o
crescimento e desenvolvimento saudável das crianças em uma gama de contextos
educacionais, públicos ou familiares, incluindo procedimentos no cotidiano escolar: como uso
de entrevistas , observações e avaliações de desempenho para investigar problemas de
aprendizagens e de comportamentos; programas de prevenção primária para reduzir a
incidência de violência escolar, abusos e programas para promover o bem -estar das crianças
através de acomodações e ferramentas mais adequadas; consulta com médicos e outros
profissionais sobre o desempenho escolar e aprendizagem de crianças como transtorno de
comportamento ou da aprendizagem , doenças crônicas, condições físicas ou genéticas.
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3 METODOLOGIA

O presente trabalho de pesquisa buscou compreender teoricamente a atuação da


Psicóloga escolar na educação infantil , na Creche M.S.D.S. da Prefeitura da Cidade do
Recife, a partir de uma revisão de literatura. Desta forma, definiu-se esta pesquisa como um
estudo exploratório, de abordagem qualitativa que apresenta um delineamento de pesquisa
bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído


principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido
algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de
fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas
bibliográficas ( GIL, 1991 ).

Quanto à natureza qualitativa desta pesquisa, Chizzotti (2000) afirma que pesquisas
dessa natureza se caracterizam pela existência de uma “relação dinâmica” entre o mundo
objetivo e o subjetivo, no qual o indivíduo atribui significados aos dados da realidade. De
acordo com Gil (2002), os estudos exploratórios têm por objetivo tornar o problema mais
explícito, ou seja, explorar com mais familiaridade o problema. Grande parte das pesquisas
exploratórias envolvem levantamento bibliográfico. Para a coleta e tratamento das
informações, privilegiou-se a forma qualitativa.

A coleta de dados qualitativos desta pesquisa se processou através de artigos


científicos. Dessa forma, foram definidas previamente as informações mais relevantes, antes
de se iniciar a pesquisa bibliográfica.

O essencial, na coleta de dados qualitativos, é a sua representatividade. Não há


necessidade de definir uma amostra, pois importante é o significado de uma informação para
situação avaliada.
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4 PROJEÇÕES DO ESTUDO

4.1 Resultados esperados

O psicólogo escolar inicialmente em suas intervenções no âmbito da escola acolhe e


ouvi as queixas, do que é tido como problema, o mesmo deverá promover reflexões que
levem a mudanças na realidade da instituição, fazendo observações e entrevistas de todo o
corpo da escola, no intuito de estabelecer vínculos, criando espaços de escuta e oportunidades
de dar voz aos professores, crianças e às famílias.

4.2 Cronograma

            Meses A S O N D
g e u o e
o t t v z
s e u e e
Atividades                              t m b m m
o b r b b
r o r r
o o o
Compilação da bibliografia X
Leitura da bibliografia e fichamento de textos X X X
Pesquisas orientadas (reuniões com o orientador) X X X X
Escrita da monografia – Capítulo 1 X
Escrita da monografia – Capítulo 2 X
Escrita da monografia – Capítulo 3 X
Escrita da monografia – Resumo, Introdução e Considerações X
finais
Escrita da monografia – Ajustes finais dos elementos pré e X
pós-textuais
Entrega da monografia X
Defesa pública do TCC X
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REFERÊNCIAS

MINAYO, MARIA CECÍLIA DE SOUZA (ORG.). PESQUISA SOCIAL. TEORIA, MÉTODO E


CRIATIVIDADE. 18 ED. PETRÓPOLIS: VOZES, 2001.

VIEIRA, V.; HANSEN, J.; VIEIRA, M. L. PSICOLOGIA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL:


ATUAÇÃO E PREVENÇÃO EM SAÚDE MENTAL. BARBAROI, N. 31, AGO - DEZ. 2009.

VOKOY, T.; PEDROZA, R. L. S. PSICOLOGIA ESCOLAR EM EDUCAÇÃO INFANTIL: REFLEXÕES


DE UMA ATUAÇÃO. PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL, V. 9, N. 1, P. 9 -10, 2005.
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COORDENAÇÃO DO CURSO DE PSICOLOGIA

TERMO DE RESPONSABILIDADE E COMPROMISSO


ÉTICO DE AUTORIA

EU,PAULA KARINA QUEIROZ, estudante regular do curso de PSICOLOGIA da


Faculdade de Ciências Humanas de Olinda, sob o número de matrícula 201410067, declaro,
para os devidos fins de direito, que o projeto de pesquisa para a monografia do trabalho de
conclusão de curso intitulado A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO
INFANTIL é de minha autoria, tendo sido elaborado com a observância ao princípio do
respeito aos direitos autorais de terceiros e em conformidades às normas estabelecidas por
esta Instituição de Ensino Superior (IES). Declaro, ainda, que as citações e referências foram
elaboradas sob as normatizações da ABNT. Estou ciente, portanto, de que o ato de plágio ou
realização de qualquer outro meio ilícito na produção de trabalhos acadêmicos configura
fraude, passível de sanções em conformidade ao Regimento desta IES, das quais também
declaro ter plena ciência. Declaro também que tenho conhecimento de que o plágio constitui
crime previsto no art. 184 do Código Penal Brasileiro e que arcarei com todas as implicações
civis, criminais e administrativas, caso incorra nesta prática. Por fim, estou ciente de que este
trabalho precisará ser apresentado em comunicação oral pública para a comunidade
acadêmica a fim de sua conclusão, em data e horário agendados pela Coordenação do Curso.

Olinda, 16 de junho de 2023.

___ Paula Karina Queiroz _

Assinatura do/a Estudante.

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