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1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 2
2 PSICOPEDAGOGIA ............................................................................. 3
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
2
2 PSICOPEDAGOGIA.
Fonte: abpp.com.br
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Assim, pode-se dizer que a Psicopedagogia atende aos sujeitos que
necessitam de um olhar articulador sobre seu processo de aprendizagem,
criando estratégias para a superação do não aprender e a autoria. Já a
Educação Especial, conforme a Lei n° 12.796 de 2013, tem o seu trabalho
direcionado para os sujeitos com Necessidades Educativas Especiais.
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didática e da metodologia, através da intervenção: na formação permanente e
na assessoria junto aos professores; no atendimento familiar; no diagnóstico de
sujeitos; no relacionamento entre alunos e professores; nas relações afetivas
envolvidas nos processos de aprender; no significado que os alunos e
professores dão à aprendizagem; na elaboração de currículos e ações
pedagógicas que tenham efetivo desempenho junto ao processo de
aprendizagem.
A Psicopedagogia como área de Pesquisa compõe um conjunto de
conhecimentos que auxiliam na investigação sobre os fenômenos dos
processos de aprendizagem humana.
O Psicopedagogo é um especialista em Psicopedagogia. Sua formação
ocorre, geralmente, através de cursos de Especialização, possibilitando o
aprofundamento dos conhecimentos obtidos nos cursos de graduação e a
ampliação da discussão sobre os aspectos da aprendizagem, de sua autoria e
da superação do não aprender. Assim, se uma pessoa tem a graduação em
Licenciatura em Matemática e a especialização em Psicopedagogia, ela será
Licenciada em Matemática e Especialista em Psicopedagogia. Se a pessoa
tem graduação em Pedagogia e Especialização em Psicopedagogia, ela será
uma Pedagoga e Especialista em Psicopedagogia. Se ela tiver a graduação em
Psicologia e Especialização em Psicopedagogia, ela será uma Psicóloga e
Especialista em Psicopedagogia.
O especialista em Psicopedagogia é um profissional habilitado a lidar
com os processos de aprendizagem e suas dificuldades junto às crianças, aos
adolescentes, aos adultos ou às instituições, instigando aprendizagens
significativas, de acordo com suas possibilidades e interesses. Em sua prática,
o especialista em Psicopedagogia pode auxiliar na busca do prazer de
aprender, na construção de um novo significado para as formas de aprender,
da compreensão, por parte dos sujeitos, da maneira como aprendem e de
como utilizar suas estratégias em relação a novos conhecimentos Entre os
diferentes aspectos que precisam ser considerados ao longo de um
atendimento psicopedagógico, seja institucional ou clínico, destacam-se alguns
que necessitam de atenção, tais como o momento do diagnóstico, a anamnese,
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a elaboração de hipóteses e a análise do processo de construção da lecto
escrita.
O processo diagnóstico caracteriza-se como os primeiros encontros nos
quais se interage de forma mais direta com o sujeito encaminhado e com sua
família, procurando conhecer mais detalhes de sua história. Porém, não é um
momento fechado, que tenha como objetivo atribuir um rótulo ao sujeito. Há
diagnósticos como transtorno de hiperatividade e déficit de atenção, autismo,
entre outros, que não podem ser dados por um especialista em
Psicopedagogia, que pode sugerir para a família procurar um profissional como
um psiquiatra ou um neurologista para avaliar e realizar tal diagnóstico.
O especialista em Psicopedagogia deve sempre realizar os
encaminhamentos que julgar necessários, mencionando que há outras
questões que também atrapalham a aprendizagem do sujeito e que só podem
ser avaliadas por outro profissional habilitado. Por isso, fala-se tanto das
parcerias nos atendimentos psicopedagógicos e de um trabalho interdisciplinar.
Na medida em que o trabalho interdisciplinar é fundamental na ação
psicopedagógica, é importante conhecer as ferramentas que existem e são
usadas pelos outros profissionais envolvidos, para saber entendê-las
adequadamente, quando se recebe um diagnóstico. Porém, isso não significa
que se possa utilizá-las, já que algumas ferramentas são de uso exclusivo do
psicólogo, do fonoaudiólogo ou do médico. O diagnóstico psicopedagógico
necessita concentrar-se nos processos de aprendizagem. Esse momento não
pode estar focado apenas no sujeito, mas em todas as relações que ele
mantém seja na família, na escola ou no grupo de amigos, dentre outros.
O diagnóstico é um momento no qual se pode iniciar o levantamento de
hipóteses sobre como e o que o sujeito aprende, bem como o que o impede de
aprender. Nessa ocasião, já se inicia também o tratamento. Quando se analisa
a situação do sujeito, precisa-se propor desafios de superação, para que novas
hipóteses possam ser levantadas e questões já possam ser superadas.
Logo, não há uma separação rígida entre o período do diagnóstico e o
do tratamento. Ao iniciar o diagnóstico, já se está começando o tratamento. Ao
longo do processo diagnóstico, é importante ser realizada uma entrevista de
anamnese, que se constitui numa técnica de investigação e análise, a partir da
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retomada da história de vida do sujeito através de uma conversa com a família.
Ela é utilizada para auxiliar a compreender o funcionamento familiar, no sentido
de se observar como o sujeito é visto por esse grupo, qual o seu papel, como o
veem e compreendem sua situação ao longo da vida e como descrevem a
dificuldade de aprendizagem. A anamnese auxilia o especialista em
psicopedagogia a compreender o processo de aprendizagem do sujeito em
diferentes momentos de sua vida. Por isso, suas perguntas devem se centrar
mais no “como” do que no “quando”, como, por exemplo: Como foi que ele
começou a andar? Como foi que ele aprendeu a falar? O quando traz uma
questão mais relacionada com a temporalidade, o que tem importância, mas
não tanto quando o processo de cada aprendizagem.
A elaboração de hipóteses sobre como o sujeito aprende e o que o
impede é de suma importância para o atendimento, pois é a partir dela que a
ação do especialista em psicopedagogia é planejada e organizada. Ao longo de
todo o tratamento, as hipóteses são elaboradas, superadas e redefinidas. A
partir da superação de uma questão, outra poderá ser elaborada pelo
especialista em Psicopedagogia. É significativo sempre partir do que o sujeito
sabe fazer, o que conhece aquilo no que tem sucesso. Além de reforçar suas
possibilidades, com essa perspectiva também se consegue, muitas vezes,
observar e analisar as estratégias utilizadas e lhe ajudar a usá-las nas
situações de dificuldades.
Outro aspecto relevante tem relação com as inúmeras vezes em que os
especialistas centram a investigação psicopedagógica na leitura e na escrita
quando o encaminhamento ocorre devido a uma dificuldade nessa área.
Porém, precisa-se sempre se lembrar de também analisar questões relativas
ao pensamento lógico matemático. Várias vezes recebe-se dos educadores a
avaliação de que o sujeito domina as questões relacionadas ao conhecimento
matemático, mas o que ele consegue fazer são cálculos mecanizados, sem
compreensão. A construção do pensamento lógico-matemático é estruturante
da construção da leitura e da escrita, ou seja, são a base para a aprendizagem
da leitura e da escrita. A testagem do nível de leitura e escrita precisa ser
realizada juntamente com a observação, pois é importante observar as
estratégias que o sujeito utiliza para ler e escrever sua própria produção.
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3 PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA.
Fonte: cantinhodoprofessor
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Sobre a evolução da Psicopedagogia, observa-se que, nesse processo
histórico a Psicopedagogia Clínica obteve várias denominações, tais como
pedagogia curativa, pedagogia terapêutica, psicopedagogia curativa e,
finalmente, passa a assumir-se como Psicopedagogia. Dentro da
psicopedagogia, está a psicopedagogia clínica e a psicopedagogia institucional.
Cada um desses espaços tem seu método específico de trabalho. Porém, em
ambos, deve-se considerar o contexto sóciocultural do paciente.
O papel do psicopedagogo da clínica é criar um espaço de
aprendizagem, oferecendo ao sujeito oportunidades de conhecer o que está a
sua volta, o que lhe impede de aprender, para que juntos, possam modificar
uma história de não aprendizagem. Sobre a psicopedagogia institucional:
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Para o psicopedagogo entender como e o que o sujeito aprende o
porquê não aprende, os significados ali atribuídos ao aprender e ao não
aprender e qual a dimensão da intervenção psicopedagógica como resgate do
sujeito para a aprendizagem, o processo de diagnóstico na clínica tem que ser
entendido como processo permanente e não apenas inicial da relação
terapêutica, pois, na interação e intervenção do psicopedagogo com o sujeito
da ajuda, as próprias alterações advindas desse processo são objeto de estudo
e compreensão.
Assim, é de fundamental importância que o profissional de
psicopedagogia consiga identificar como o sujeito se constitui que
transformação sofreu ao longo das diferentes etapas de vida, quais as
estruturas e conceitos por ele construídos e a forma pela qual se relaciona com
o conhecimento.
Para que haja conhecimento, o processo de aprender é construído pelo
sujeito que aprende em inter-relação social, por meio da intervenção em quatro
níveis: organismo, corpo, inteligência e desejo, não se podendo falar de
aprendizagem excluindo algum deles. O organismo é a base para
aprendizagem. O corpo participa do processo de aprendizagem e tem como
função coordenar ações que resultam em acumular experiências. A inteligência
é a estrutura lógica que se apropria do objeto conhecendo-o, generalizando-o e
incluindo-o em uma classificação.
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como se dará esse processo de aprendizagem. Essa compreensão iniciará no
processo do diagnóstico.
O psicopedagogo clínico trabalha em um espaço psicopedagógico, que
alguns preferem chamar de consultório. Dividi seu trabalho em sessões de 40 a
60 minutos. As sessões são planejadas de acordo com o objetivo avaliação ou
intervenção. É o processo de investigação dos problemas ou da queixa, que o
aprendente ou sua família traz ao espaço psicopedagógico. Estas sessões
variam de 8 a 10. Nestas sessões o psicopedagogo clínico utiliza os
instrumentos de investigação. O aprendente é todo indivíduo que aprende, e
como aprender não exigi idade, lugar nem tempo, o aprendente é qualquer
indivíduo. Dessa forma o psicopedagogo atende criança, adolescentes, jovens
e adultos. Qualquer pessoa que precisa de ajuda para aprender ou para
entender suas dificuldades.
Fonte: doity.com.br
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Todo diagnóstico é, em si, uma investigação, é uma pesquisa do que
não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. Será,
portanto, o esclarecimento de uma queixa, do próprio sujeito, da
família e na maioria das vezes, da escola. No caso, trata-se do não-
aprender, do aprender com dificuldade ou lentamente, do não-revelar
o que aprendeu, do fugir de situações de possível aprendizagem.
(WEISS, 2004, apud ARAGÃO, 2010, p. 13).
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significado da aprendizagem escolar para o sujeito, sua família e a
escola. (WEISS, 2004, apud ARAGÃO, 2010, p. 14).
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trabalho, definição de dias, horários e duração das sessões; definição dos
locais; honorários contratados e forma de pagamento. Estes aspectos são
essenciais para o estabelecimento do profissional psicopedagogo. O processo
do diagnóstico psicopedagógico clínico abrange várias etapas, que são: motivo
da consulta, história vital, hora do jogo, provas projetivas, entre outras.
No motivo da consulta é importante observar porque e por quem o
paciente chegou até o terapeuta, se foi pela escola, pela professora, por um
médico ou pela família. Isso é importante, pois dessa forma o psicopedagogo
consegue entender que tipo de vínculo o paciente irá estabelecer, revelando
dessa forma o grau de independência com que o paciente assume seu
problema. Este primeiro momento com a família, é uma ocasião para
estabelecer hipóteses sobre alguns aspectos importantes para o diagnóstico
dos problemas de aprendizagem, como significação do sintoma na família ou,
com maior precisão, a articulação funcional do problema de aprendizagem;
significação do sintoma para a família, isto é, as reações comportamentais de
seus membros ao assumir a presença do problema; fantasias de enfermidade e
cura e expectativas acerca de sua intervenção no processo diagnóstico e de
tratamento; modalidades de comunicação do casal e função do terceiro, entre
outros.
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deverá ser tão livre como for possível, dando-se à mãe como instrução o tema
geral, deixando que as especificações surjam da espontaneidade do diálogo.
No caso de um paciente que consulta por problemas de aprendizagem,
serão as seguintes as áreas de indagação predominantes: antecedentes natais
na fase pré-natal que abrange as condições de gestação e expectativas do
casal e da família, onde as doenças durante a gestação, dados genéticos e
hereditários, serão solicitadas somente se o caso justificar; fase perinatal que
envolve as circunstâncias do parto, sofrimento fetal, cianose ou lesão, entre
outros danos que costumam serem causas de destruição de células nervosas
que não se produzem e também de posteriores transtornos e fase neonatal que
inclui a adaptação do recém-nascido, choro, alimentação, capacidade de
adaptação da família do bebê através do respeito ao ritmo individual do bebê
entendendo suas demandas.
Ainda nessa lista de indagações predominantes temos, aspectos
significativos que devem ser investigados, como doenças e traumatismos
ligados, diretamente, à atividade nervosa superior; tempo de reclusão a que a
criança foi obrigada; processos abertamente psicossomáticos; disponibilidade
física, fatigabilidade e limitações corporais, além de analisar o desenvolvimento
motor; desenvolvimento da linguagem e desenvolvimento de hábitos da
criança. Importante saber se as aprendizagens foram feitas pela criança no
momento esperado, precoces ou retardadas pela família; também é necessário
saber se a criança passou por situações dolorosas, mudanças, situações de
perda, participação da criança nesses casos e condições em que se deram e
conhecer as experiências escolares, transformações ocorridas na criança,
expectativas para a família, entre outros. Com a obtenção desses dados o
terapeuta começará a encaixar as peças e começará a delinear suas
hipóteses.
A Hora do Jogo é onde o psicopedagogo observará a estimulação do
desenvolvimento motor, social, cognitivo e afetivo do paciente. Assim como são
analisados os esquemas práticos de conhecimentos por meio da atividade
assimilativo-acomodativa no bebê, a ludicidade fornece informações sobre os
esquemas que organizam e integram o conhecimento num nível representativo.
Por isto considera-se de grande interesse para o diagnóstico do problema de
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aprendizagem na infância, a observação do jogo do paciente, e se faz isto
através de uma sessão que se denomina “hora do jogo”.
Para realizar essa atividade, o psicopedagogo conta com uma caixa que
contém diversos materiais, sucatas e elementos não figurativos de vários tipos.
Nessa etapa do diagnóstico o psicopedagogo consegue analisar de que forma
a criança se relaciona com os objetos e em que condições ela é capaz de
brincar. Outro momento importante do diagnóstico são as provas projetivas,
que têm como objetivo conseguir identificar fatores emocionais que influenciam
no desenvolvimento da aprendizagem do paciente.
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psicopedagogo durante o processo observar o andamento das sessões e,
assim, vai construindo o percurso.
Após as sessões diagnósticas, o psicopedagogo tem condições de
avaliar o processo de ensino e aprendizagem do paciente. De acordo com a
hipótese diagnóstica, uma vez que foi recolhida toda a informação e reunidos
os diferentes aspectos que interessam a cada área investigada, tem-se a
necessidade de avaliar o peso de cada fator na ocorrência do transtorno de
aprendizagem.
Em relação à devolução diagnóstica, a mesma autora comenta que
talvez o momento mais importante desta aprendizagem seja a entrevista
dedicada à devolução do diagnóstico, pois se realiza primeiramente com o
paciente e depois com os pais, nesse caso quando se trata de uma criança.
Após a conclusão do diagnóstico, o psicopedagogo necessita determinar qual
tratamento é mais adequado para o problema em que o paciente apresenta.
Dizemos que, em geral, o tratamento psicopedagógico é o mais indicado no
caso de tratar-se de um transtorno na aprendizagem.
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5 A CLÍNICA PSICOPEDAGÓGICA E AS DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM.
Fonte: trabalhosescolares.net
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O sintoma do não aprender tem um significado funcional dentro da
estrutura na qual está inserido o sujeito. Nas dificuldades de aprendizagem
sintoma, aprender torna-se um fato ameaçador e, portanto, fonte de sofrimento,
de repulsa e de desprazer.
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É de grande importância ter-se claro o que é a desnutrição (fracassos
escolares) e o que é a anorexia (problemas de aprendizagem), para que dessa
forma se possa fazer a intervenção antes que algum deles seja produzido, pois,
em muitos casos, um pode vir a surgir do outro, ou seja, um sujeito com
desnutrição pode vir a se transformar em um sujeito com anorexia como uma
defesa, dessa forma um problema reativo pode vir a se tornar um sintoma. O
fracasso escolar ou o problema de aprendizagem deve ser sempre um enigma
a ser decifrado que não deve ser calado, mas escutado. Dessa forma, quando
surgir o “não sei” como principal resposta, o psicopedagogo deve perguntar-se
o que não está permitido saber.
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mobiliza para a solução. (BARBOSA, 2001, apud ARAGÃO, 2010, p.
23).
21
Diferenciamos “modalidade de aprendizagem” de “modalidade de
inteligência”. A aprendizagem é um processo em que intervém a
inteligência, o corpo, o desejo, o organismo, articulados em um
determinado equilíbrio; mas a estrutura intelectual tende também a
um equilíbrio para estruturar a realidade e sistematizá-las através de
dois movimentos que Piaget definiu como invariantes: assimilação e
acomodação. (FERNDÉZ, 1991, apud ARAGÃO, 2010, p. 24).
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intervêm significações ainda anteriores a ele mesmo. O sintoma surge da
modalidade prévia, mas ele vai se modificando, estereotipando e enrijecendo.
Fonte: votuporangatudo.com.br
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agradável e acolhedor. A família deve estar ligada à escola, pois suas funções
se encontram e se complementam. É na família que se tem as primeiras
experiências de aprendizagem, pois o indivíduo e a família vivem em constante
interação.
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O profissional de psicopedagogia tem grande importância, atuando,
como assessor na busca da melhoria do processo de aprendizagem e mais
importante ainda é que se desenvolva um trabalho integrado psicopedagogo,
professor, escola e família, no sentido de melhor desenvolver a prática
educativa. A reação familiar frente ao fracasso escolar ou frente ao não
aprender, relaciona-se com os valores que predominam o grupo social ao qual
se liga à família, uma imagem desvalorizada de si mesma.
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comprometida com o processo de ensino e aprendizagem e, assim, haverá um
trabalho integrado com o psicopedagogo.
Fonte: eltribuno.com
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O objetivo básico do diagnóstico psicopedagógico é identificar os
desvios e os obstáculos no modelo de aprendizagem do sujeito que o
impedem de crescer dentro do esperado pelo meio social. (WEISS,
1991, apud CHAVES, 2010, p. 4).
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Há ainda a possibilidade de se fazer uma avaliação com os aportes
psicanalíticos. A observação em momento lúdico possibilita ao psicopedagogo
observar as angústias e defesas que são mobilizadas pela situação de
aprendizagem, pelo erro cometido, pela instrução e pela presença do
psicopedagogo. Seguem-se então sugestões de avaliação neuropsicológica.
Neste momento, o psicopedagogo deve estar atento às funções
motoras, às praxias orais, às funções acústico-motoras e às funções
intelectuais do sujeito. Alia-se a isso um exame psicomotor. Para essa
empreitada, o psicopedagogo deverá estar atento a uma série de
particularidades do sujeito. Para tanto, o profissional necessitará observar:
coordenação óculo-manual, coordenação dinâmica, controle postural
(equilíbrio), controle do próprio corpo, organização perceptiva, linguagem e
lateralidade. Há ainda algumas considerações, o psicopedagogo deve estar
atento ás intenções comunicativas do sujeito, a expressão oral, a quantidade e
a qualidade da fala, a produção articulatória etc.
Para compor a avaliação o profissional deve considerar dois tipos de
avaliação: pedagógica e do nível operatório. No primeiro tipo de avaliação,
procura-se verificar o desenvolvimento da leitura, o desenvolvimento da escrita,
a aprendizagem matemática etc. Nessa oportunidade, o psicopedagogo pode
também utilizar recursos lúdicos. Por exemplo, para a avaliação da leitura, os
dados de anamnese se tornam importantes na medida em que a seleção dos
textos a serem utilizados pode (e é bom que assim seja) fazer parte do rol de
interesses do aprendente. No que diz respeito à avaliação matemática, esta
pode se dar por meio de jogos em que se solicite ao sujeito que dê conta do
somatório de pontos de uma partida disputada entre psicopedagogo e
aprendente.
Quanto ao nível operatório segue-se o modelo clássico piagetiano no
qual se procura investigar a complexidade estrutural do aprendente.
Dependendo da idade do aprendente, o psicopedagogo poderá realizar provas
de conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos, de quantidade
de líquido, de quantidade de matéria, de comprimento, de peso e de volume.
Ainda podem ser realizadas, para avaliação do nível operatório, provas de
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mudança de critério (dicotomia), quantificação da inclusão de classes,
intersecção de classes, seriação, combinação e permutação.
A intervenção psicopedagógica está diretamente relacionada com o
resultado da avaliação. Assim, uma vez detectado o problema de
aprendizagem, o psicopedagogo dispõe de técnicas de intervenção com o
objetivo de ajudar o aprendente em sua limitação. O sujeito poderá apresentar
problemas com cálculos matemáticos, o que poderá ser classificado como
acalculia ou discalculia, da mesma forma as dificuldades léxicas são
classificadas como alexia ou dislexia. A essas dificuldades acrescentam-se:
agrafia, disgrafia, disortografia, discaligrafia, dissintaxe ou ainda sintomas
combinados. Muitas técnicas têm como objetivo modificar a ação corporal do
sujeito afastando aquilo que esteja dificultando seu aprendizado, ou mesmo,
quando esta ação não é percebida pelo aprendente, procuram desfazer
movimentos desnecessários que interfiram no momento da aprendizagem.
Assim, por exemplo, o sujeito que possua uma qualidade gráfica comprometida
pode fazer o treino da escrita com lápis triangular em um papel sensível à
pressão da mão. O psicopedagogo intervém nos momentos em que perceba
força desnecessária no ato da escrita. Também este pode intervir na postura
geral global do sujeito, sugerindo-o posicionar-se de maneira adequada à
tarefa solicitada, neste caso, a escrita.
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Por sua vez, se as dificuldades apresentadas estão no nível matemático,
há um conjunto de técnicas que favorecem a solução desse tipo de problema.
O uso de jogos que requeiram do sujeito à realização de pequenas somas ou
subtrações é largamente empregado. Acredita-se que, mesmo tendo de
realizar tarefas matemáticas no espaço clínico, o sujeito pode ter sucesso em
suas atividades, uma vez que essas tarefas estão inseridas em um momento
lúdico, o que o afasta daquela situação convencional de sala de aula, onde se
cumpre muitas vezes uma tarefa enquanto condição capital para sua promoção
ou não de ano escolar. Vemos o quanto são diversas as fontes de intervenção
psicopedagógica, o que depende numa relação direta da formação inicial do
psicopedagogo e leva-se também em consideração a singularidade do sujeito.
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Fonte: psicoenvolver.com.br
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teorias, com o objetivo de fazê-las dialogar em torno de um objetivo comum: o
sujeito com problemas de aprendizagem.
A questão não é nada fácil. Sabe-se que o objeto da Psicanálise é
diverso daquele da Psicologia Genética, assim como as condições em que a
teoria psicanalítica surge são muito diversas das condições de Escola de
Genebra. E por que então a insistência nessa dupla jornada? Qual o objetivo
desses autores em querer compreender o aprendente em seus aspectos
cognitivos e desejantes? Uma das referências mais comuns que estes autores
fazem pelo duplo interesse da conjugação Psicanálise e Psicologia Genética é
a própria noção elaborada por Piaget (1989, p.227) quando este afirma que um
dia as duas teorias se complementarão e darão espaço a uma só teoria que dê
conta das questões cognitivas e simbólicas.
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Destaca-se outro nível de avaliação da aprendizagem criado por L. S.
Vigotski (2001). Este psicólogo criou o conceito de Zona de Desenvolvimento
Proximal (ZDP) ao realizar estudos com crianças. Estas eram convidadas a
realizarem tarefas de acordo com o grau de complexidade relativo às suas
idades.
Em um segundo momento, o pesquisador introduzia a presença de um
sujeito mais capacitado com o objetivo de auxiliar a realização de tarefas mais
complexas. O desempenho das crianças auxiliadas era superior àquele
apresentado quando em atividades individuais. Tal fato o levou a acreditar na
existência de um espaço de desenvolvimento que apontava para um sentido
prospectivo.
As crianças eram avaliadas não em relação ao seu passado, o que
supostamente já haviam aprendido, mas em relação às potencialidades futuras
que proporcionariam a resolução de problemas. Talvez o que seja importante
considerar, a partir dessas explicações, é que a ZDP não é uma estrutura e
muito menos pode ser atestada por testes psicométricos, acerta Rubinstein.
Neste sentido, o que o psicopedagogo deve procurar perceber são os
processos de interações infantis e as ZDP que ali emergem na dinâmica da
aprendizagem. Ainda no sentido da interação social, a psicopedagogia
brasileira se apropria da teoria de Pichon-Rivière. Trata-se de uma teoria
sistêmica que procura perceber o papel que o sujeito ocupa dentro de um
grupo, sendo que este pode ser sua família, sua escola etc.
No tópico seguinte, discutiremos de que modo se dá a articulação das
práticas em psicopedagogia clínica no Brasil com as teorias que lhes dão
suporte. A partir desse confronto, poderemos esboçar o status do espaço
epistêmico da psicopedagogia clínica brasileira.
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práticas, passando desde ciências da área da saúde como medicina e
fonoaudiologia, seguindo seu curso, até a psicologia e a pedagogia.
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Faz-se necessária à psicopedagogia clínica brasileira, portanto, antes de
qualquer coisa:
1. Recortar seu objeto de estudo;
2. Compreender epistemologicamente que teoria ou teorias dão conta
desse objeto;
3. Verificar a consistência dessas teorias na compreensão da
problemática envolvida no processo de aprendizagem;
4. Finalmente, harmonizar epistemologicamente os diversos pilares
teóricos na clínica psicopedagógica.
Há algumas indicações que podem auxiliar a definir a psicopedagogia,
no sentido de configurar seu campo de investigação e seu objeto de estudo. A
partir da visão fenomenológica, a psicopedagogia estabelece seu objeto de
estudo, uma unidade vital no ato de conhecer a realidade, o ser cognoscente.
Portanto, a psicopedagogia, com essa nova perspectiva, não percebe
mais os alunos como partes isoladas, inteligência, emoção, psicomotricidade
que são necessárias para aprender. O que se tem é um sujeito, um ser que, se
o dissecamos para melhor conhecê-lo, apenas o destruímos.
Portanto, não faz sentido falar em inteligência ou afetividade como
dimensões isoladas, mas como dimensões integradas por um sujeito, por um
eu que se dedica a conhecer o mundo.
O passo seguinte é entender as teorias que dão suporte à
psicopedagogia. É preciso observar o rigor epistemológico sob pena de
aglomerarmos disciplinas muitas vezes opositivas entre si. Observa-se que
muitas práticas estão sob a ótica de teorias empiristas que visam a um ideal
racionalista e que se autodenominam de construtivistas. Uma vez que se
compreenda em que campo se circunscreve cada teoria, o psicopedagogo tem
condições de verificar a consistência desse saber em sua prática. Com isso,
consegue averiguar se esta ou aquela teoria pode realmente dar conta do
problema de aprendizagem encontrado na clínica.
O recrudescimento da clínica acerca dos problemas de aprendizagem
tornou-se algo importante uma vez que possibilitou se pensar sobre esse
sujeito integrado; mas, dentro das práticas psicopedagógicas brasileiras, corre-
se um sério risco. Parece que a psicopedagogia clínica do Brasil está ainda à
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sombra do substrato orgânico. Se não mais for falado de Disfunção Cerebral
Mínima (DCM), diagnóstico muito comum no século passado,
contemporaneamente focamos no distúrbio do déficit de atenção com ou sem
hiperatividade. O ressurgimento desse tipo de discurso, que objetiva explicar o
fracasso escolar, pode provocar um movimento nosográfico e uma pretensa
fundação de uma psico-pedo-patologia das aprendizagens.
10 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM.
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Quando surgem dificuldades, toda a relação "família-criança-escola"
encontra-se alterada. Frente a uma criança específica, pode-se dizer, em
última análise, que a escolha daquela escola, naquele momento, não foi
adequada. Porém, a criança normal pode não corresponder às expectativas da
família, que escolheu a escola segundo suas expectativas; a criança é normal,
mas ainda está imatura para a escolarização, logo, precisa de uma atenção
mais diferenciada. O mau desempenho escolar tem sido foco de preocupação
para pais, educadores, psicopedagogos, psicólogos e outros profissionais de
saúde mental e educação.
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demandas e o grau de adesão ao serviço proposto. Tais elementos permitem a
análise do serviço prestado, o nível de eficácia, e a proposição de alterações
ou de novos serviços que atendam melhor a alguma demanda mais específica.
Possibilitam, também, a sistematização e a comunicação das experiências
profissionais, visando à troca e a formação contínua.
Os distúrbios de aprendizagem são anormalidades no processo
cognitivo, que derivam de algum tipo de disfunção do sistema nervoso central,
relacionada a uma “falha” no processo de aquisição ou do desenvolvimento
tendo, portanto, caráter funcional. São distúrbios do desenvolvimento no
processo da aquisição. É característico que fatores genéticos tenham um papel
importante na etiologia. Na maioria dos casos, as funções afetadas incluem
linguagem, habilidades visuoespaciais e coordenação motora; diferente da
dificuldade escolar que está relacionada especificamente a um problema de
ordem e origem pedagógica.
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escrita, compreensão de ordens orais, habilidades de leitura e
compreensão, e cálculo e raciocínio matemático.
Além disso, costuma-se considerar quatro critérios adicionais no
diagnóstico de distúrbios de aprendizagem. Para que a criança possa ser
incluída neste grupo, ela deverá:
I. Apresentar problemas de aprendizagem em uma ou mais áreas;
II. Apresentar uma discrepância significativa entre seu potencial e
seu desempenho real;
III. Apresentar um desempenho irregular, isto é, a criança ter
desempenho satisfatório e insatisfatório alternadamente, no
mesmo tipo de tarefa;
IV. O problema de aprendizagem não ser devido a deficiências
visuais, auditivas, nem a carências ambientais ou culturais, nem
problemas emocionais.
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Assim como a dislexia, a disgrafia também está relacionada à má
organização de espaço temporal, fazendo com que uma organização de
caderno, por exemplo, seja ‘inexistente’ (usa espaços inadequados entre as
palavras, margens inexistentes, letras deformadas, escrita ascendente ou
descendente, etc.).
A discalculia é a dificuldade ou a incapacidade de realizar atividades
aritméticas básicas, tais como quantificação, numeração ou cálculo.
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Devem-se organizar os dados sobre o paciente em três áreas:
pedagógica, cognitiva e afetivo-social e, posteriormente, reorganizar a
sequência dos assuntos a serem abordados, para saber a que ponto dará mais
ênfase. É necessário haver um roteiro para que o psicopedagogo não se perca
e os pais não fiquem confusos. Tudo deve ser feito com muito afeto e
seriedade, passando segurança. Os pais, muitas vezes acabam revelando algo
neste momento que surpreende e acaba complementando o diagnóstico.
Fato é que existem pacientes que não aceitam sessões diagnósticas
formais. Tornando-se necessário, então, fazer uma avaliação ao longo do
próprio processo terapêutico.
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disso, os autores que se dedicam a esse assunto usam os termos problema e
distúrbio de maneira indiscriminada. Portanto, estabelecer claramente os
limites que separam “problemas” de aprendizagem dos chamados “distúrbios”
de aprendizagem é uma tarefa muito complicada, que fica a critério do
especialista da área em que a deficiência se apresenta.
Aos educadores cabem apenas detectar as dificuldades de
aprendizagem que aparecem em sua sala de aula, que abranja os aspectos
orgânicos, neurológicos, mentais, psicológicos adicionados à problemática
ambiental em que a criança vive. Essa postura facilita o encaminhamento da
criança a um especialista que, ao tratar da deficiência, tem condições de
orientar o professor a lidar com aluno em salas normais ou, se considerar
necessário, de indicar sua transferência para salas especiais.
São inúmeros os fatores que podem desencadear um problema de
aprendizagem. São considerados fundamentais:
I. Fatores orgânicos - saúde física deficiente, falta de integridade
neurológica (sistema nervoso doentio), alimentação inadequada
etc.
II. Fatores psicológicos - inibição, fantasia, ansiedade, angústia,
inadequação à realidade, sentimento generalizado de rejeição etc.
III. Fatores ambientais - o tipo de educação familiar, o grau de
estimulação que a criança recebeu desde os primeiros dias de
vida, a influência dos meios de comunicação etc.
A baixo estão relacionados as formas que podem ocorrer no processo
de aprendizagem, de acordo com vários aspectos.
1. Problemas de aprendizagem condicionados pela escola:
• Os condicionados pelo professor;
• Os condicionados pela relação professor-aluno;
• Os condicionados pela relação entre os alunos;
• Os condicionados pelos métodos didáticos.
2. Problemas de aprendizagem condicionados pela situação familiar.
3. Problemas de aprendizagem condicionados por pela
personalidade da criança.
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4. Problemas de aprendizagem condicionados por dificuldades de
educação.
A proposta do sistema educacional brasileiro é dar, para cada criança, a
oportunidade de aprender tanto quanto sua capacidade de permitir. No entanto,
os alunos que apresentam problemas de aprendizagem, não tem essa
oportunidade. Eles não conseguem acompanhar o currículo estabelecido pelas
escolas e, porque fracassam, são classificados como retardados mentais,
emocionalmente perturbados ou simplesmente rotulados como alunos fracos e
multirrepetentes. São crianças que precisam de um atendimento especializado
e o sistema educacional brasileiro não tem lugar para elas.
Muitas dessas crianças poderiam ser educadas próximas à sua
residência, através de um atendimento gratuito, se fossem instaladas escolas
regionais, com profissionais especializados e um currículo coerente com esse
sistema especial.
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criam as condições para o aprendizado, seja quais forem os objetos de
conhecimentos trabalhados.
Os problemas de aprendizagem não se restringem em causas físicas ou
psicológicas. É preciso compreendê-los a partir de um enfoque
multidimensional enfocando fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e
pedagógicos. Ou seja, para aprender é necessário que exista uma relação de
condições entre fatores externos e internos. Há necessidade de estabelecer
uma mediação entre o educador e o educando.
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aprender. Muitas vezes, se faz necessário que o tratamento se estenda aos
pais, numa tentativa de resgatar o prazer na relação familiar, interferindo
diretamente no desenvolvimento escolar da criança.
Quando existe um problema de origem orgânica, é necessário que exista
a intervenção de um especialista que poderá avaliar a necessidade ou não do
uso de medicamentos, dando sequência ao que esteja sendo trabalhado no
consultório psicopedagógico.
Por todos esses motivos, não basta apenas conversar com a criança. O
psicopedagogo deve auxiliar o professor a encontrar uma forma de ajudá-la
45
para que a vida escolar da mesma seja prazerosa. Afinal, é na escola que ela
passará a maior parte do tempo. As Dificuldades de Aprendizagem estão
classificadas dentro dos transtornos geralmente diagnosticados pela primeira
vez na infância ou na adolescência, considerando os transtornos da leitura, da
matemática, da expressão escrita e da aprendizagem sem outra especificação.
Estes são tipos de transtornos do desenvolvimento humano que incidem sobre
o desenvolvimento da aprendizagem e que necessitam da Intervenção
Psicopedagógica,
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exigindo certo nível de estruturação e formalização e seguindo os princípios de
modelos teóricos e, portanto, de aplicação tecnológica, como também é guiada
por princípios e valores filosóficos significativos.
O acompanhamento das dificuldades de aprendizagem realizado por um
profissional capacitado, junto às famílias, certamente é de grande valia para a
superação das dificuldades no processo ensino e aprendizagem. O professor
Jardim, no último capítulo de seu livro sobre dificuldades de aprendizagem no
ensino fundamental, dá importantes sugestões:
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pedagógicos específicos, e será necessário informar os limites e objetivos no
atendimento.
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A aprendizagem é percebida como um processo dinâmico, no qual o
aluno está em constante interação. A definição do aluno com dificuldade de
aprendizagem exige que todos os conhecimentos adquiridos pelo
Psicopedagogo sejam considerados de forma sistemática, intencional e
planejados. O diagnóstico prescritivo é baseado em quatro passos:
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Para prevenir o fracasso escolar, é necessário trabalhar em parceria
com a escola, realizar um trabalho para que o professor possa conectar-se com
sua própria autoria para que, seu aluno possa aprender com prazer, denunciar
a violência encoberta e aberta instalada no sistema educativo. Mas, uma vez
gerado o fracasso e conforme o tempo de sua permanência, o psicopedagogo
também deverá intervir para que o fracasso do aprendente, encontrando um
terreno fértil na criança e em sua família, não se constitua em um sintoma
neurótico.
Nem sempre a indicação para o atendimento é feita pela escola. Mesmo
assim, cabe ao psicopedagogo, obter informações a respeito do cliente, e
apresentar um relatório da avaliação com indicações e sugestões para que a
escola possa melhor compreender e ajudar a criança com dificuldades. No
decorrer da intervenção contatos sistemáticos com a escola permitirão ao
terapeuta psicopedagogo e à instituição subsidiarem-se mutuamente de dados
que contribuam a ambos no seu trabalho.
Visualizar novos caminhos para a educação com a contribuição da
Intervenção Psicopedagógica é pensar possibilidades múltiplas, pensar a
educação com ares de filosofia e permitir mudanças em si e na vida daqueles
que se quer ver como sujeitos em toda a sua plenitude. O trabalho deve ser
conjunto: profissional - família - escola. Esta parceria tem que estar em
sintonia, pois uma completa a outra. Não basta somente o profissional tentar
levantar à autoestima da criança; é preciso que a família e a escola tenham
igual contribuição neste processo. A criança que é submetida a sentimentos
derrotistas, de fracasso ou de inferioridade, não consegue aproveitar as
possibilidades do aprendizado.
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