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FCE - FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO

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Núcleo de Pós Graduação em Educação
Rua Vitorino Carmilo, 644 – Bairro de Campos Elíseos
São Paulo / SP - CEP. 01153-000
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Psicomotricidade

O processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e


orgânicas é chamada de psicomotricidade, ciência que tem como objetivo de estudo o homem
através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo.

Há três conhecimentos básicos que sustentam essas ciências: o movimento, o intelecto e o


afeto.

Portanto, psicomotricidade é um termo utilizado para uma concepção de movimento


organizado e integrado, em razão das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultado
de sua individualidade, sua linguagem e sua forma de socializar-se.

Jean Claude Costa diz que a psicomotricidade é uma ciência encruzilhada que usa todas as
descobertas das muitos ciências constituídas ( linguística, sociologia, psicanálise, biologia,
psicologia...)

Também podemos definir a psicomotricidade como área transdisciplinar que estuda e investiga
as relações e as influências recíprocas e sistemáticas entre psiquismo e motricidade.
As funções cognitivas, sócio emocionais, simbólicos, psicolinguísticas e motoras, são
encaradas de forma integrada pela psicomotricidade, baseada numa visão holística do ser
humano.
A psicomotricidade possui as linhas de atuação educativa, reeducativa, terapêutica, relacional
e aquática.

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Quanto à incidência:

Aquática: das dificuldades propedêuticas das dificuldades físico-afetivas, onde o espaço


aquático proporciona uma contenção natural do corpo que sente, fala e se comunica.

Cognitiva: Déficits de atenção, de memória, de organização perceptiva, simbólica e


conceptual, no plano do processamento informacional.

Corporal: desarmonia tônico-emocional, instabilidade postural, perturbações do esquema


corporal e da lateralidade, estruturação espacial e temporal, perturbações da imagem corporal,
problemas psicossomáticos.

*Educativa: Na propedêutica das aprendizagens escolares e no afinamento das práxis


coordenativas.

*Relacional: dificuldades de comunicação e de contato, inibição, hiperatividade, agressividade,


limite, afetividade etc.

*A primeira direção histórica do método Psico-Cinético de Educação pelo Movimento foi a linha
educativa, criada pelo francês Jean Le Boulch, constituindo a origem da psicomotricidade. Tal
método foi consagrado em Portugal entre as décadas de 1970 e 1980, como disciplina
curricular do ensino primário.

**A psicomotricidade relacional foi criada por dois franceses- André e Anne Lapierre. Essa
ferramenta não investe em dificuldades e sintomas, mas em possibilidades de crescimento e
de aperfeiçoamento em que o sujeito aumenta a capacidade de desenvolver em todos os
aspectos sua personalidade.

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Psicomotricidade no Brasil

Desde a década de 1960, a Psicomotricidade já tinha sido introduzida no Brasil através dos
profissionais que traziam informações da Europa, porém, foi na década de 1970 que a eclosão
foi definitiva. As práticas eram direcionadas para a 'Reeducação' e 'Educação' Psicomotora.
Em 1976, com a vinda do francês Françoise Désobeau, introduziu-se uma nova ótica,
denominada 'Terapia Psicomotora'que tinha como proposta trocar as técnicas instrumentais
por atividades livres, valorizando o jogo e o brincar. Em 1980 é fundada a Sociedade Brasileira
de Psicomotricidade, com apoio de Françoise Désobeau que nesta época era presidente da
Sociedade Internacional de Terapia Psicomotora. Com os variados encontros e congressos, a
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade proporcionou a disseminação da Psicomotricidade e
o surgimento de um curso de graduação e vários de pós-graduação. A partir daí surgem linhas
originais, desenvolvidas por profissionais brasileiros.

Em 2012, foi instituído o dia 19 de abril, data da fundação da Sociedade Brasileira de


Psicomotricidade, o dia nacional do Psicomotricista.

Desenvolvendo Capacidades

A contribuição da Psicomotricidade para a formação e estruturação do esquema corporal e


muita expressiva e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as
etapas da vida de uma criança. Além de se divertirem, através dessas atividades, as crianças
criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais os
educadores orientam que os jogos e as brincadeiras ocupem um lugar de destaque na
programação escolar desde a Educação Infantil.

A Psicomotricidade nada mais é que se relacionar através da ação, como um meio de tomada
de consciência que une o ser corpo, o ser espírito, o ser mente, o ser natureza e o ser
sociedade.

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Podemos afirmar que a Psicomotricidade está relacionada à personalidade e à afetividade,
porque o indivíduo usa seu corpo para demonstrar o que sente.

Vejamos as afirmações de alguns pensadores em relação a Psicomotricidade:


“ A Psicomotricidade é atualmente concebida como a integração superior da motricidade,
produto originário de uma relação inteligível entre a criança e o meio.” ( Vitor da Fonseca
1988)

A criança busca experiências em seu próprio corpo, elaborando conceitos e organizando o


esquema corporal, na Educação Infantil. A abordagem da Psicomotricidade irá permitir o
entendimento da forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de
se fazer entender por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço. O movimento
humano é construído em razão de um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade
íntima, o movimento transforma-se em comportamento significante. É de extrema importância
que toda criança passe por todas as etapas em seu desenvolvimento.

O trabalho da educação psicomotora com as crianças tem como finalidade prever a formação
de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando
oportunidade para que através de jogos, de atividades lúdicas, tomem consciência sobre seu
corpo. Através da recreação a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de
ajustamento do comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva o controle mental
de sua expressão motora, a recreação tem que ser realizada com atividades que levem em
consideração os níveis de maturação biológica. A recreação direcionada proporciona a
aprendizagem das crianças em várias atividades de esportes que ajudam na preservação da
saúde física, mental e no equilíbrio sócio afetivo.

O desenvolvimento psicomotor é de muita importância na prevenção de problemas da


aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do
ritmo. A educação da criança deve destacar a relação através do movimento de seu próprio
corpo, considerando sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. A educação

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psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam usadas as funções motoras, perceptiva,
afetivas e sócio motoras, pois assim a criança explora ambiente, passa por experiências
concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência
de si mesma e do mundo que a cerca.

Os bons exemplos de atividades físicas são aquelas de função recreativa, que favorecem ao
estabelecimento de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física,
a socialização, a criatividade; tudo isso visa à formação de sua personalidade.
Podemos afirmar, então, que a recreação, através de atividades afetivas e psicomotoras,
constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas, observado na interação entre o
espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do
ser humano.

Segundo o francês Le Boulch, a educação psicomotora é uma forma prática de ajudar a


criança a dispor de uma imagem do “ corpo operatório”, segundo a qual poderá exercer sua
disponibilidade. Esta conquista passa por várias etapas de equilíbrio, que correspondem às
etapas da evolução psicomotora.

Segundo Quirós, motricidade é a capacidade de realizar movimentos; e psicomotricidade, a


educação de movimentos ou através de movimentos que provocam melhor uso das
capacidades psíquicas.

Assim, podemos definir psicomotricidade como a educação do movimento com atuação sobre
o intelecto, numa relação entre pensamento e ação, englobando funções neurofisiológicas e
psíquicas.

Como o comportamento físico da criança expressa, uma a uma, suas limitações intelectuais e
emocionais, pode-se dizer que a psicomotricidade é a ciência do corpo e da mente. Ao vermos
o corpo em movimento, percebemos a ação dos braços, pernas e músculos originados pela
ação da mente. É necessário, portanto, educar o movimento pela mente.

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A psicomotricidade integra várias técnica com as quais se pode trabalhar o corpo ( todas as
suas partes), relacionando-o com afetividade, o pensamento e o grau de inteligência. Ela tem
como foco a unidade da educação dos movimentos, ao mesmo tempo que “ testa” as funções
intelectuais. As primeiras evidências de um desenvolvimento mental normal são manifestações
puramente motoras.

A psicomotricidade vai permitir que se estabeleça a noção de vazio ou ocupado. São os


gestos do corpo que vão levar a pessoa à consciência de seus limites e possibilidades. A
coordenação psicomotora é uma qualidade diretamente ligada à forma como o Corpo se
expressa, porque todo movimento tem um significado psicológico de sensações. Nos
movimentos, serão expressos sentimentos de prazer, frustação, desagrado, euforia, como
dimensão de um estado emocional, reconstruindo , assim, uma memória afetiva desde os
gestos primários da criança.

A função do Professor:

É função do professor conhecer as etapas do desenvolvimento psicomotor da criança,


características das faixas etárias, necessidades e interesses, para melhor elaborar a ação
docente. Por isso é de suma importância o professor desenvolver atividades sabendo a quem
serve, e não de forma desordenada, arrolando-os como necessárias ao domínio do esquema
do corpo, como se esta expressão tivesse apenas um significado.

O desenvolvimento psicomotor tanto de crianças normais quanto de crianças que têm


distúrbios requer o auxílio constante do professor, através da estimulação em sala de aula e
do encaminhamento, sempre que for necessário.

O professor pode ajudar bastante, em todos os níveis, na estimulação do desenvolvimento


cognitivo e para o desenvolvimento de aptidões e habilidades, na formação de atitudes através

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de uma relação afetiva saudável e estável ( que crie um clima de segurança e bem-estar para
a criança) e, sobretudo, respeitando e aceitando a criança da forma que ela é.

A reeducação psicomotora é um processo, uma terapia programada que tem como objetivo
modificar o comportamento. Parte dessa atuação é privativa do técnico em psicomotricidade.
No entanto, as atitudes do professor têm de estar relacionadas com a orientação específica do
profissional qualificado. É preciso mais do que vontade e de boas intenções: é necessário
intervir de forma adequada, no momento conveniente, com as técnicas adequadas.

Na área educacional, a psicomotricidade abrange um campo preventivo. Seria de suma


importância que todos os professores tivessem conhecimentos básicos do assunto. O
educador tem que estar atento detectar quando o aluno tem dificuldade na aprendizagem e
esta disperso para então poder estimula-lo.

O professor antes de alfabetizar terá que mostrar a criança que ela necessita executar
movimentos amplos, transportar objetos, exercitar movimentos de pinça com o polegar e o
indicador. Ela necessita movimentar ao máximo os dedos, as articulações do braço, do pulso e
das mãos, para perceber os tipos de pressão, de resistência, de temperatura e as formas dos
objetos.

A ação de educar da escola consistirá em desenvolver de forma espontânea a adaptação ao


ambiente. Para isso é preciso que o professor tenha conhecimento do ritmo de
desenvolvimento da criança e elabore as condições para o seu progresso. O que só é
possível num ambiente em que ela pode se beneficiar do contato com outras crianças de
mesma faixa etária, participando de atividades coletivas, alternadas com tarefas mais
individuais.

O professor ao transmitir atividades lúdicas às crianças estará proporcionando a mesma que


crie uma personalidade da imagem do corpo. Essas atividades, alias adquirem um valor
catártico na medida em que permite à criança a liberação de certas tensões.

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Mediante uma atitude não direta, que garanta uma certa liberdade, o educador permite à
criança realizar sua experiência do corpo, indispensável no desenvolvimento das funções
mentais e sociais. Desenvolvendo-se nesse ambiente, a criança vai conquistando pouco a
pouco confiança em si mesma e melhor conhecimento de suas possibilidades e limites,
condições necessárias para uma boa comunicação com o mundo.

Os intercâmbios orais originados pela ação representam uma verdadeira linguagem social,
muito importante de ser desenvolvida na fase pré-escolar. Tendo em conta as condições
práticas nas quais trabalha e o conhecimento que tem das crianças, o professor deve elaborar
situações que facilitem esses intercâmbios orais.

É preciso também que o professor ajude a criança a afirmar sua própria lateralidade,
permitindo-lhe realizar livremente suas experiências motoras. Nas primeiras atividades
gráficas, não exercer nenhuma pressão na criança no sentido de incita-la a usar a mão direita,
a fim de que a coordenação óculo-manual (aspecto particular do ajustamento motor global)
corresponda, verdadeiramente, a uma auto-organização.

Na educação psicomotora o professor deve ter como inicial ensinar a criança a ficar sentada,
adquirir boa postura, ouvir. Só depois de atingir esse objetivo é que ela será capaz de receber
ordens, concentrar-se, usar a memória, executar tarefas do começo ao fim. O progresso pode
ser lento, mas como em todas as outras áreas, o grande e principal objetivo é o de não deixar
espaços entre as etapas. Uma estimulação mal orientada confunde ainda mais, daí a
importância de o educador conhecer e perceber a graduação necessária das técnicas a serem
utilizadas.

A educação psicomotora na idade escolar deve ser antes de tudo uma experiência ativa de
confronto com o meio. A ajuda educativa proveniente dos pais e do meio escolar tem a
finalidade não de ensinar a criança comportamentos motora, mas sim de permitir-lhe exercer
sua função de ajustamento, individualmente ou com outras crianças.

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Na pré-escola o papel do professor não é alfabetizar, mas estimular funções psicomotoras


necessárias ao aprendizado formal. Através do seu conhecimento e sensibilidade, ele pode
dosar teoria e prática de maneira gradual, combinando os estímulos adequados para cada tipo
de aluno.

ESPAÇO TEMPORAL

Até os dois anos e meio, o espaço da criança é um espaço vivido dentro do qual ela se ajusta
desenvolvendo seus movimentos coordenados em função de um objetivo a ser atingido. Entre
os três e seis anos, a criança chega à representação dos elementos do espaço, descobrindo
formas e dimensões. No final do período pré-escolar, a evolução da relação corpo-espaço
resulta numa organização egocêntrica do universo. A criança descobriu sua dominância
verbalizou-a e chega assim a um corpo orientado que lhe servirá de padrão para situar os
objetos colocados no espaço circundante. A orientação dos objetos faz-se, então, em função
da posição atual do corpo da criança. Esta estabilização possibilita a interiorização, que é um
trampolim indispensável sem o qual a estruturação do espaço não se pode efetuar-se.

Sugestões de Atividades de espaço temporal

1. Andar devagar até o fim da sala.


2. Andar depressa, voltando ao ponto de partida.
3. Andar devagar e depois correr uma mesma distância demarcada na quadra. Fazer os
alunos perceberem o tempo despendido numa e na outra forma.
4. Bater bola e pular corda, devagar e depressa.
5. Correr, subir, bater palmas, com ritmo, dentro de um espaço de tempo, em situações
relacionadas com:
• deslocamentos de materiais: cadeiras, bancos, mesas, bolas, etc
• lançamentos de bolas, pequenas e grandes, em caixas de diversos tamanhos, cesta de
basquete ou círculos desenhados no chão;

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• saltos e transposição de obstáculos;
• marchas em equilíbrio (em barras, bancos, linhas, etc.)

PERCEPÇÃO CORPORAL

Consciência do próprio corpo, de suas partes, com movimentos corporais, das posturas e das
atitudes. Habilidade de evocar e localizar as partes do corpo. Exemplo: localizar o ombro do
coleguinha.

Não é simplesmente uma percepção, uma representação mental do nosso corpo, mas uma
integração de vários gestos, todos em contínua modificação. Formam o esquema corporal,
além da noção do próprio corpo, a integração das noções de relação com o exterior em suas
duas expressões de espaço e tempo, e a conexão com outras pessoas, através do contato
corporal, da evolução do gesto e da linguagem.

É a comunicação consigo mesmo e com o meio. Uma boa formação corporal pressupõe boa
evolução da motricidade, das percepções espaciais e temporais, bem como da afetividade.
A construção do esquema corporal (imagem, uso e controle do seu próprio corpo) se realiza
normalmente de uma forma global no transcurso do desenvolvimento da criança, graças a
seus movimentos, deslocamentos, ações, jogos, etc.

Atividades de percepção corporal


• Pular com os pés juntos.
• Pular alternando os pés.
• Mover a cabeça.
• Mostrar os olhos, nariz, testa, bochechas, boca, queixo,
• Separar os braços, as pernas, os dedos.

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EQUILIBRIO

É o cerebelo que ajusta permanentemente o tônus postural em combinação com o


desenvolvimento do ato moto. Ele fixa estas reações sob forma de automatismos posturais
inconscientes, tradução das experiências vividas individualmente. Estas atitudes de referência
estabilizadas, verdadeiros esquemas posturais inconscientes, são no entanto constantemente
adaptadas às condições atuais de desenvolvimento da ação, graças à atuação das reações de
equilibro. O desempenho normal da função de equilíbrio pode ser perturbado por causas
psicológicas. Todo medo ocasiona reações de enrijecimento que comprometem as reações
reflexas de equilíbrio. Manutenção do corpo em uma mesma posição durante um tempo
determinado. Pode ser estático ou dinâmico.
Exemplo: brinquedo de estátua, marcha nos calcanhares, permanência em pé, sentado ou
deitado.

LATERALIDADE

Predominância do uso de todos os órgãos pares. Pode ser direita ou esquerda. Deve ser
observado o pé, a mão e o olho. No primeiro ano de vida não há preferência por nenhum lado.
No segundo ano de vida ela continua usando ambas as mãos, mas gradativamente fixa a
preferência por uma delas. Com dois anos completos quase todas as crianças já definiram sua
lateralidade, mesmo que depois apareçam breves períodos de uso da outra mão. Finalmente,
com seis anos está completa a definição. Também há uma nítida preferência por um dos
olhos, por um dos pés, isto podendo ser no destro uma dominação dos três instintos.

Exercícios de lateralidade

• Com a mão dominante; pedir que a criança pegue um objeto qualquer. Observar a mão que
ela irá usar.

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• Com o pé dominante; solicitar que a criança chute uma bola. Observar qual a lateralidade do
pé usado.
• Com o olho dominante; solicitar que a criança espie em um monóculo. Observar o olho
dominante.
• Andar pela sala jogando uma bola ou bexiga, de uma mão para a outra.
• Colocar uma criança no centro. Pedir a outra criança que fique à direita dela; outra atrás;
outra à frente e outra à esquerda. Batendo palmas, as crianças mudam de posição e dizem a
sua nova posição.

Psicomotricidade existe nos menores gestos e em todas as atividades que desenvolve a


motricidade da criança, visando ao conhecimento e ao domínio do seu próprio corpo. Por isso
dizemos que a mesma é um fator essencial e indispensável ao desenvolvimento global e
uniforme da criança. A estrutura da Educação Psicomotora é a base fundamental para o
processo intelectivo e de aprendizagem da criança. O desenvolvimento evolui do geral
para o específico; quando uma criança apresenta dificuldades de aprendizagem, o fundo
do problema, em grande parte, está no nível das bases do desenvolvimento psicomotor.

Durante o processo de aprendizagem, os elementos básicos da psicomotricidade são


utilizados com frequência. O desenvolvimento do Esquema Corporal, Lateralidade,
Estruturação Espacial, Orientação Temporal e Pré-Escrita são fundamentais na aprendizagem;
um problema em um destes elementos irá prejudicar uma boa aprendizagem.

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Bibliografia

Wallon, Henri. Do ato ao pensamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1947.

Vayer, Pierre. A criança diante do mundo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

Le Boulch, Jean. Educação Psicomotora: a psicomotricidade na idade escolar. Porto


Alegre: Artes Médicas, 1987.

Lapierre, André; Aucouturier, Bernard. A simbologia do movimento, psicomotricidade e


educação. São Paulo: Manole, 1986.

Chicon, José Francisco. Prática psicopedagógica integrada em criança com necessidades


educativas especiais: abordagem psicomotora. Vitória: CEFD/UFES, 1999.

Organizada por: Prof.ª Silvia Christina Monteiro de Oliveira


Editada por: Cláudia R. Esteves

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