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FCE - FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO

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SUMÁRIO

1 - História da Língua Portuguesa.............................................................................. 4

2 - História da Língua no Brasil................................................................................... 13

3 - O Português na África............................................................................................ 16

4 - O Português na Ásia .............................................................................................. 19

5 - Diferenças Regionais - Fonologia........................................................................... 20

6 - Aparelho Fonador e a Fala...................................................................................... 26

7 - Sobre a Gramática.................................................................................................. 35

8 - Tipos de Gramáticas............................................................................................... 36

9 - Divisão da Gramática............................................................................................... 37

9.1 - Morfologia............................................................................................................ 37

9.2- Sintaxe............................................................................................................. 41

9.3 - Fonologia...................................................................................................... 46

10 - Semântica.............................................................................................................. 48

11 - Estilística................................................................................................................ 49

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12 - Redação............................................................................................................. 50

13 - Dicas para fazer uma boa Redação................................................................... 56

14 - Avaliação da Redação........................................................................................ 59

Referências Bibliográficas..........................................................................................61

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HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

O período pré-românico

Os linguistas têm hoje boas razões para sustentar que um grande número de línguas da
Europa e da Ásia provêm de uma mesma língua de origem, designada pelo termo indo-
europeu. Com exceção do basco, todas as línguas oficiais dos países da Europa ocidental
pertencem a quatro ramos da família indo europeia: o helênico (grego), o românico (português,
italiano, francês, castelhano, etc.), o germânico (inglês, alemão) e o céltico (irlandês, gaélico).
Um quinto ramo, o eslavo, engloba diversas línguas atuais da Europa Oriental.

Por volta do II milênio a.C., o grande movimento migratório de leste para oeste dos
povos que falavam línguas da família indo europeia terminou. Eles atingiram seu habitat quase
definitivo, passando a ter contato permanente com povos de origens diversas, que falavam
línguas não indo europeias. Um grupo importante, os celtas, instalou-se na Europa Central, na
região correspondente às atuais Boêmia (República Tcheca) e Baviera (Alemanha).

Algumas línguas da Europa no II milênio a.C.

Povos de línguas indo-europeias: germanos, eslavos, celtas,


úmbrios, latinos, oscos, dórios.
Povos de origens diversas: íberos, aquitanos, lígures, etruscos,
sículos.

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Os celtas estavam situados de início no centro da Europa, mas entre o II e o I milênios a.C.
foram ocupando várias outras regiões, até ocupar, no século III a.C., mais da metade do
continente europeu. Os celtas são conhecidos, segundo as zonas que ocuparam, por
diferentes denominações: celtíberos na Península Ibérica, gauleses na França, bretões na
Grã-Bretanha, gálatas no centro da Turquia, etc.

O período de expansão celta veio entretanto a sofrer uma reviravolta e, devido à


pressão exterior, principalmente romana, o espaço ocupado por este povo encolheu. As
línguas célticas, empurradas ao longo dos séculos até as extremidades ocidentais da Europa,
subsistem ainda em regiões da Irlanda (o irlandês é inclusive uma das línguas oficiais do país),
da Grã-Bretanha e da Bretanha francesa. Surpreendentemente, nenhuma língua céltica
subsistiu na Península Ibérica, onde a implantação dos celtas ocorreu em tempos muito
remotos (I milênio a.C.) e cuja língua se manteve na Galiza (região ao norte de Portugal,
atualmente parte da Espanha) até o século VII d.C.

O período românico

Embora a Península Ibérica fosse habitada desde muito antes da ocupação romana,
pouquíssimos traços das línguas faladas por estes povos persistem no português moderno.

A língua portuguesa, que tem como origem a modalidade falada do latim, desenvolveu-
se na costa oeste da Península Ibérica (atuais Portugal e região da Galiza, ou Galícia) incluída
na província romana da Lusitânia. A partir de 218 a.C., com a invasão romana da península, e
até o século IX, a língua falada na região é o romance, uma variante do latim que constitui um
estágio intermediário entre o latim vulgar e as línguas latinas modernas (português,
castelhano, francês, etc.).

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Durante o período de 409 d.C. a 711, povos de origem germânica instalam-se na
Península Ibérica. O efeito dessas migrações na língua falada pela população não é uniforme,
iniciando um processo de diferenciação regional. O rompimento definitivo da uniformidade
linguística da península irá ocorrer mais tarde, levando à formação de línguas bem
diferenciadas. Algumas influências dessa época persistem no vocabulário do português
moderno em termos como roubar, guerrear e branco

A partir de 711, com a invasão moura da Península Ibérica, o árabe é adotado como
língua oficial nas regiões conquistadas, mas a população continua a falar o romance. Algumas
contribuições dessa época ao vocabulário português atual são arroz, alface, alicate e refém.

No período que vai do século IX (surgimento dos primeiros documentos latino-


portugueses) ao XI, considerado uma época de transição, alguns termos portugueses
aparecem nos textos em latim, mas o português (ou mais precisamente o seu antecessor, o
galego-português) é essencialmente apenas falado na Lusitânia.

O galego-português

No século XI, à medida que os antigos domínios foram sendo recuperados pelos
cristãos, os árabes são expulsos para o sul da península, onde surgem os dialetos moçárabes,
a partir do contato do árabe com o latim.

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Mapa da reconquista cristã do território de Portugal

Com a Reconquista, os grupos populacionais do norte foram-se


instalando mais a sul, dando assim origem ao território português,
da mesma forma que, mais a leste na Península Ibérica, os
leoneses e os castelhanos também foram progredindo para o sul e
ocupando as terras que, muito mais tarde, viriam a se tornar no
território do Estado espanhol.

Com o início da reconquista cristã da Península Ibérica, o galego-português consolida-se


como língua falada e escrita da Lusitânia. Em galego-português são escritos os primeiros
documentos oficiais e textos literários não latinos da região, como os cancioneiros (coletâneas
de poemas medievais)

 Cancioneiro da Ajuda - Copiado (na época ainda não havia imprensa) em Portugal em
fins do século XIII ou princípios do século XIV. Encontra-se na Biblioteca da Ajuda, em
Lisboa. Das suas 310 cantigas, quase todas são de amor.

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 Cancioneiro da Vaticana - Trata-se do códice 4.803 da biblioteca Vaticana, copiado na
Itália em fins do século XV ou princípios do século XVI. Entre as suas 1.205 cantigas,
há composições de todos os gêneros
 Cancioneiro Colocci-Brancutti - Copiado na Itália em fins do século XV ou princípios do
século XVI. Descoberto em 1878 na biblioteca do conde Paulo Brancutti do Cagli, em
Ancona, foi adquirido pela Biblioteca Nacional de Lisboa, onde se encontra desde 1924.
Entre as suas 1.664 cantigas, há composições de todos os gêneros.

O português arcaico

À medida em que os cristãos avançam para o sul, os dialetos do norte interagem com
os dialetos moçárabes do sul, começando o processo de diferenciação do português em
relação ao galego-português. A separação entre o galego e o português se iniciará com a
independência de Portugal (1185) e se consolidará com a expulsão dos mouros em 1249 e
com a derrota em 1385 dos castelhanos que tentaram anexar o país. No século XIV surge a
prosa literária em português, com a Crônica Geral de Espanha (1344) e o Livro de Linhagens,
de dom Pedro, conde de Barcelos.

Entre os séculos XIV e XVI, com a construção do império português de ultramar, a


língua portuguesa faz-se presente em várias regiões da Ásia, África e América, sofrendo
influências locais (presentes na língua atual em termos como jangada, de origem malaia,
e chá, de origem chinesa). Com o Renascimento, aumenta o número de italianismos e
palavras eruditas de derivação grega, tornando o português mais complexo e maleável. O fim
desse período de consolidação da língua (ou de utilização do português arcaico) é marcado
pela publicação do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, em 1516.

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O português moderno

No século XVI, com o aparecimento das primeiras gramáticas que definem a morfologia
e a sintaxe, a língua entra na sua fase moderna: em Os Lusíadas, de Luis de Camões (1572),
o português já é, tanto na estrutura da frase quanto na morfologia, muito próximo do atual. A
partir daí, a língua terá mudanças menores: na fase em que Portugal foi governado pelo trono
espanhol (1580-1640), o português incorpora palavras castelhanas (como bobo e granizo); e
a influência francesa no século XVIII (sentida principalmente em Portugal) faz o português da
metrópole afastar-se do falado nas colônias.

Nos séculos XIX e XX o vocabulário português recebe novas contribuições: surgem


termos de origem grecolatina para designar os avanços tecnológicos da época
(como automóvel e televisão) e termos técnicos em inglês em ramos como as ciências
médicas e a informática (por exemplo, check-up e software). O volume de novos termos
estimula a criação de uma comissão composta por representantes dos países de língua
portuguesa, em 1990, para uniformizar o vocabulário técnico e evitar o agravamento do
fenômeno de introdução de termos diferentes para os mesmos objetos.

O português no mundo

O mundo lusófono (que fala português) é avaliado hoje entre 190 e 230 milhões de
pessoas. O português é a oitava língua mais falada do planeta, terceira entre as línguas
ocidentais, após o inglês e o castelhano.

O português é a língua oficial em oito países de quatro continentes:

 Angola (10,9 milhões de habitantes)


 Brasil (185 milhões)
 Cabo Verde (415 mil)
 Guiné Bissau (1,4 milhão)
 Moçambique (18,8 milhões)

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 Portugal (10,5 milhões)
 São Tomé e Príncipe (182 mil)
 Timor Leste (800 mil).

O português é uma das línguas oficiais da União Europeia (ex-CEE) desde 1986,
quando da admissão de Portugal na instituição. Em razão dos acordos do Mercosul (Mercado
Comum do Sul), do qual o Brasil faz parte, o português é ensinado como língua estrangeira
nos demais países que dele participam.

Em 1996, foi criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),


que reúne os países de língua oficial portuguesa com o propósito de aumentar a cooperação e
o intercâmbio cultural entre os países membros e uniformizar e difundir a língua portuguesa.

O mundo lusófono

Na área vasta e descontínua em que é falado, o português apresenta-se, como


qualquer língua viva, internamente diferenciado em variedades que divergem de maneira mais
ou menos acentuada quanto à pronúncia, a gramática e ao vocabulário. Tal diferenciação,
entretanto, não compromete a unidade do idioma: apesar da acidentada história da sua
expansão na Europa e, principalmente, fora dela, a língua portuguesa conseguiu manter até
hoje apreciável coesão entre as suas variedades.

As formas características que uma língua assume regionalmente denominam-


se dialetos. Alguns linguistas, porém, distinguem o falar do dialeto:

 Dialeto seria um sistema de sinais originados de uma língua comum, viva ou


desaparecida; normalmente, com uma concreta delimitação geográfica, mas sem uma
forte diferenciação diante dos outros dialetos da mesma origem. De modo secundário,
poder-se-iam também chamar dialetos as estruturas linguísticas, simultâneas de outra,
que não alcançam a categoria de língua.
 Falar seria a peculiaridade expressiva própria de uma região e que não apresenta o

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grau de coerência alcançado pelo dialeto. Caracterizar-se-ia por ser um dialeto
empobrecido, que, tendo abandonado a língua escrita, convive apenas com
manifestações orais.

No entanto, à vista da dificuldade de caracterizar na prática as duas modalidades,


empregamos neste texto o termo dialeto no sentido de variedade regional da língua, não
importando o seu maior ou menor distanciamento com referência à língua padrão.

No estudo das formas que veio a assumir a língua portuguesa, especialmente na África,
na Ásia e na Oceania, é necessário fazer a distinção entre os dialetos e os crioulas de origem
portuguesa. As variedades crioulas resultam do contato que o sistema linguístico português
estabeleceu, a partir do século XV, com sistemas linguísticos indígenas. 0 grau de
afastamento em relação à língua mãe é hoje de tal ordem que, mais do que como dialetos, os
crioulos devem ser considerados como línguas derivadas do português.

O português na Europa

Na faixa ocidental da Península Ibérica, onde o galego-português era falado, atualmente


utiliza-se o galego e o português. Esta região apresenta um conjunto de falares que, de acordo
com certas características fonéticas (principalmente a pronúncia das sibilantes: utilização ou
não do mesmo fonema em roSa e em paSSo, diferenciação fonética ou não
entre Cinco e Seis, etc.), podem ser classificados em três grandes grupos:

1. Dialetos galegos;
G - Galego ocidental
F - Galego oriental
2. Dialetos portugueses setentrionais; e
E - Dialetos transmontanos e alto-minhotos
C - Dialetos baixo-minhotos, durienses e beirões
3. Dialetos portugueses centro-meridionais.
D - Dialetos do centro-litoral

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B - Dialetos do centro-interior e do sul
4. A - Limite de região subdialectal com características peculiares bem diferenciadas

Portugal

A fronteira entre os dialetos portugueses setentrionais e centro-meridionais atravessa


Portugal de noroeste a sudeste. Merecem atenção especial algumas regiões do país que
apresentam características fonéticas peculiares: a região setentrional que abrange parte do
Minho e do Douro Litoral, uma extensa área da Beira-Baixa e do Alto-Alentejo, principalmente
centro-meridional, e o ocidente do Algarve, também centro-meridional.

Os dialetos falados nos arquipélagos dos Açores e da Madeira representam um


prolongamento dos dialetos portugueses continentais, podendo ser incluídos no grupo centro-

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meridional. Constituem casos excepcionais a ilha de São Miguel e da Madeira:
independentemente uma da outra, ambas se afastam do que se pode chamar a norma centro-
meridional por acrescentar-lhe um certo número de traços muito peculiares (alguns dos quais
igualmente encontrados em dialetos continentais).

O galego

A maioria dos linguistas e intelectuais defende a unidade linguística do galego-


português até a atualidade. Segundo esse ponto de vista, o galego e o português modernos
seriam parte de um mesmo sistema linguístico, com diferentes normas escritas (situação
similar à existente entre o Brasil e Portugal, ou entre os Estados Unidos e a Inglaterra, onde
algumas palavras têm ortografias distintas). A posição oficial na Galiza, entretanto, é
considerar o português e o galego como línguas autônomas, embora compartilhando algumas
características.

2 - História da língua no Brasil

No início da colonização portuguesa no Brasil (a partir da descoberta, em 1500), o tupi


(mais precisamente, o tupinambá, uma língua do litoral brasileiro da família tupi-guarani) foi
usado como língua geral na colônia, ao lado do português, principalmente graças aos padres
jesuítas que haviam estudado e difundido a língua. Em 1757, a utilização do tupi foi proibida
por uma Provisão Real. Tal medida foi possível porque, a essa altura, o tupi já estava sendo
suplantado pelo português, em virtude da chegada de muitos imigrantes da metrópole. Com a
expulsão dos jesuítas em 1759, o português fixou-se definitivamente como o idioma do Brasil.
Das línguas indígenas, o português herdou palavras ligadas à flora e à fauna
(abacaxi, mandioca, caju, tatu, piranha), bem como nomes próprios e geográficos.

Com o fluxo de escravos trazidos da África, a língua falada na colônia recebeu novas
contribuições. A influência africana no português do Brasil, que em alguns casos chegou
também à Europa, veio principalmente do iorubá, falado pelos negros vindos da Nigéria
(vocabulário ligado à religião e à cozinha afro brasileiras), e do quimbundo angolano (palavras

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como caçula, moleque e samba).

Um novo afastamento entre o português brasileiro e o europeu aconteceu quando a


língua falada no Brasil colonial não acompanhou as mudanças ocorridas no falar português
(principalmente por influência francesa) durante o século XVIII, mantendo-se fiel, basicamente,
à maneira de pronunciar da época da descoberta. Uma reaproximação ocorreu entre 1808 e
1821, quando a família real portuguesa, em razão da invasão do país pelas tropas de
Napoleão Bonaparte, transferiu-se para o Brasil com toda sua corte, ocasionando um
reaportuguesamento intenso da língua falada nas grandes cidades.

Após a independência (1822), o português falado no Brasil sofreu influências de


imigrantes europeus que se instalaram no centro e sul do país. Isso explica certas
modalidades de pronúncia e algumas mudanças superficiais de léxico que existem entre as
regiões do Brasil, que variam de acordo com o fluxo migratório que cada uma recebeu.

No século XX, a distância entre as variantes portuguesa e brasileira do português


aumentou em razão dos avanços tecnológicos do período: não existindo um procedimento
unificado para a incorporação de novos termos à língua, certas palavras passaram a ter
formas diferentes nos dois países (comboio e trem, autocarro e ônibus, pedágio e
transportagem). Além disso, o individualismo e nacionalismo que caracterizam o movimento
romântico do início do século intensificaram o projeto de criação de uma literatura nacional
expressa na variedade brasileira da língua portuguesa, argumento retomado pelos
modernistas que defendiam, em 1922, a necessidade de romper com os modelos tradicionais
portugueses e privilegiar as peculiaridades do falar brasileiro. A abertura conquistada pelos
modernistas consagrou literariamente a norma brasileira.

Zonas dialectais brasileiras

A fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, maior ainda do que a da
portuguesa, o que surpreende em se tratando de um pais tão vasto. A comparação das
variedades dialetais brasileiras com as portuguesas leva à conclusão de que aquelas

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representam em conjunto um sincretismo destas, já que quase todos os traços regionais ou do
português padrão europeu que não aparecem na língua culta brasileira são encontrados em
algum dialeto do Brasil.

A insuficiência de informações rigorosamente científicas e completas sobre as


diferenças que separam as variedades regionais existentes no Brasil não permite classificá-las
em bases semelhantes às que foram adotadas na classificação dos dialetos do português
europeu. Existe, em caráter provisório, uma proposta de classificação de conjunto que se
baseia - como no caso do português europeu - em diferenças de pronúncia (basicamente no
grau de abertura na pronúncia das vogais, como em pEgar, onde o "e" pode ser aberto ou
fechado, e na cadência da fala). Segundo essa proposta, é possível distinguir dois grupos de
dialetos brasileiros: o do Norte e o do Sul. Pode-se distinguir no Norte duas variedades:
amazônica e nordestina. E, no Sul, quatro: baiana, fluminense, mineira e sulina.

Esta proposta, embora tenha o mérito de ser a primeira tentativa de classificação global
dos dialetos portugueses no Brasil, é claramente simplificadora. Alguns dos casos mais
evidentes de variações dialectais não representadas nessa classificação seriam:

 a diferença de pronúncia entre o litoral e o interior do Nordeste; o dialeto da região de


Recife, em Pernambuco (PE) é particularmente distinto;
 a forma de falar da cidade do Rio de Janeiro (RJ);
 o dialeto do interior do estado de São Paulo (SP); e

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 as características próprias aos três estados da região sul (PR, SC e RS), em particular
o(s) dialeto(s) utilizado(s) no estado do Rio Grande do Sul (RS)

3 - O português na África

Em Angola e Moçambique, onde o português se implantou mais fortemente como língua


falada, ao lado de numerosas línguas indígenas, fala-se um português bastante puro, embora
com alguns traços próprios, em geral arcaísmos ou dialetalismos lusitanos semelhantes aos
encontrados no Brasil. A influência das línguas negras sobre o português de Angola e
Moçambique foi muito leve, podendo dizer-se que abrange somente o léxico local.

Nos demais países africanos de língua oficial portuguesa, o português é utilizado na


administração, no ensino, na imprensa e nas relações internacionais. Nas situações da vida
cotidiana são utilizadas também línguas nacionais ou crioulos de origem portuguesa. Em
alguns países verificou-se o surgimento de mais de um crioulo, sendo eles entretanto
compreensíveis entre si.

Essa convivência com línguas locais vem causando um distanciamento entre o


português regional desses países e a língua portuguesa falada na Europa, aproximando-se em
muitos casos do português falado no Brasil.

Angola

O português é a língua oficial de Angola. Em 1983, 60% dos moradores declararam que
o português é sua língua materna, embora estimativas indiquem que 70% da população fale
uma das línguas nativas como primeira ou segunda língua.

Além do português, Angola abriga cerca de onze grupos linguísticos principais, que
podem ser subdivididos em diversos dialetos (cerca de noventa). As línguas principais são: o
umbundu, falado pelo grupo ovimbundu (parte central do país); o kikongo, falado pelos
bakongo, ao norte, e o chokwe-lunda e o kioko-lunda, ambos ao nordeste. Há ainda o
kimbundu, falado pelos mbundos, mbakas, ndongos e mbondos, grupos aparentados que

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ocupam parte do litoral, incluindo a capital Luanda.

Talvez em razão dessa variedade linguística original, o português acabou por se tornar
uma espécie de língua franca, que facilitava a comunicação entre os diversos grupos. Em
contato com as línguas nativas, o português também sofreu modificações, dando origem a
falares crioulos, conhecidos como pequeno português, ou popularmente, como pretoguês.

Cabo Verde

O português é a língua oficial de Cabo Verde, utilizada em toda a documentação oficial


e administrativa. É também a língua das rádios e televisões e, principalmente, a língua de
escolarização.

Paralelamente, nas restantes situações de comunicação (incluindo a fala quotidiana),


utiliza-se o cabo-verdiano, um crioulo que mescla o português arcaico a línguas africanas. O
crioulo divide-se em dois dialetos com algumas variantes em pronúncias e vocabulários: os
das ilhas de Barlavento, ao norte, e os das ilhas de Sotavento, ao sul.

Guiné-Bissau

Em 1983, 44% da população falava crioulos de base portuguesa, 11% falava o


português e o restante, inúmeras línguas africanas. O crioulo da Guiné-Bissau possui dois
dialetos, o de Bissau e o de Cacheu, no norte do país.

A presença do português em Guiné-Bissau não está consolidada, pois apenas uma


pequena percentagem da população guineense tem o português como a língua materna e
menos de 15% tem um domínio aceitável da Língua Portuguesa. A zona lusófona corresponde
ao espaço geográfico conhecido como "a praça", que corresponde à zona central e comercial
da capital (Bissau).

A situação se agrava devido ao fato da Guiné-Bissau ser um país encravado entre


países francófonos e com uma comunidade imigrante expressiva vinda do Senegal e da Guiné

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(também conhecida como Guiné-Conakri). Por causa da abertura à integração sub-regional e
da grande participação dos imigrantes francófonos no comércio, existe presentemente uma
grande tendência de as pessoas utilizarem e aprenderem mais o francês do que o português.
Há aqueles que defendem que, atualmente, o francês já é a segunda língua mais falada na
Guiné, depois do crioulo.

Moçambique

Moçambique está entre os países onde o português tem o estatuto de língua oficial,
sendo falada, essencialmente como segunda língua, por uma parte da sua população.

De acordo com dados do Censo de 1980, o português era falado por cerca de 25% da
população e constituía a língua materna de pouco mais de 1% dos moçambicanos. Os dados
do Censo de 1997 indicam que a percentagem atual de falantes de Português já é de 39,6%,
que 8,8% usam o português para falar em casa e que 6,5% consideram o português como sua
língua materna. A vasta maioria das pessoas que têm a língua portuguesa como materna
reside nas áreas urbanas do país, e são os cidadãos urbanos, principalmente, que adotam o
português como língua de uso em casa. No país como um todo, a maioria da população fala
línguas do grupo bantu. A língua materna mais frequente é o emakhuwa (26.3%); em segundo
lugar está o xichangana (11.4%) e em terceiro, o elomwe (7.9%).

São Tomé e Príncipe

Em São Tomé fala-se o forro, o angolar, o tonga e o monco (línguas locais), além do
português. O forro (ou são-tomense) é um crioulo de origem portuguesa, que se originou da
antiga língua falada pela população mestiça e livre das cidades. No século XVI, naufragou
perto da ilha um barco de escravos angolanos, muitos dos quais conseguiram nadar até a ilha
e formar um grupo étnico a parte. Este grupo fala o angolar, um outro crioulo de base
portuguesa mas com mais termos de origem bantu. Há cerca de 78% de semelhanças entre o
forro e o angolar. O tonga é um crioulo com base no português e em outras línguas africanas.
É falado pela comunidade descendente dos "serviçais", trabalhadores trazidos sob contrato de

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outros países africanos, principalmente Angola, Moçambique e Cabo-Verde.

A ilha do Príncipe fala principalmente o monco (ou principense), um outro crioulo de


base portuguesa e com possíveis acréscimos de outras línguas indo-europeias. Outra língua
muito falada em Príncipe (e também em São Tomé) é o crioulo cabo-verdiano, trazido pelos
milhares de cabo-verdianos que emigraram para o país no século XX para trabalharem na
agricultura.

O português corrente de São Tomé e Príncipe guarda muitos traços do português


arcaico na pronúncia, no léxico e até na construção sintática. Era a língua falada pela
população culta, pela classe média e pelos donos de propriedades. Atualmente, é o português
falado pela população em geral, enquanto que a classe política e a alta sociedade utilizam o
português europeu padrão, muitas vezes aprendido durante os estudos feitos em Portugal.

Outras regiões da África

A influência portuguesa na África deu-se também em algumas outras regiões isoladas,


muitas vezes levando à aparição de crioulos de base portuguesa:

Ano Bom, na Guiné Equatorial.


Em Ano Bom, uma ilha a 400 km ao sul de São Tomé, fala-se o ano-bonense, bastante
similar ao são-tomense. Tal fato explica-se por haver sido a ilha povoada por escravos
vindos de São Tomé.
Casamança, no Senegal.
O crioulo de Casamança só se fala na capital, Ziguinchor, uma cidade fundada por
portugueses (seu nome deriva da expressão portuguesa cheguei e chorei). Está na
órbita lexical do crioulo de Cacheu, na Guiné-Bissau.

4 - O português na Ásia

Embora nos séculos XVI e XVII o português tenha sido largamente utilizado nos portos
da Índia e sudeste da Ásia, atualmente ele só sobrevive na sua forma padrão em alguns

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pontos isolados:

 no Timor leste, território sob administração portuguesa até 1975, quando foi invadido e
anexado ilegalmente pela Indonésia. A língua local é o tetum, mas uma parcela da
população domina o português.
 em Macau, território chinês que esteve sob administração portuguesa até 1999. O
português é uma das línguas oficiais, ao lado do chinês, mas só é utilizado pela
administração e falado por uma parte minoritária da população;
 no estado indiano de Goa, possessão portuguesa até 1961, onde vem sendo
substituído pelo konkani (língua oficial) e pelo inglês.

Dos crioulos da Ásia e Oceania, outrora bastante numerosos, subsistem apenas os de


Damão, Jaipur e Diu, na Índia; de Málaca, na Malásia; do Timor; de Macau; do Sri-Lanka; e de
Java, na Indonésia (em algumas dessas cidades ou regiões há também grupos que utilizam o
português).

5- Diferenças Regionais - fonologia


A pronúncia do alfabeto no Brasil é frequentemente tema de polêmica. Há uma música
muito apropriada para abordar esse problema. Trata-se de "Forró do ABC", de Moraes Moreira
e Patinhas:
No forró do A nós vamos amar
E no forró do BÊ nós vamos beber
No forró do CÊ nós vamos comer
Me depois É
E no forró do FÊ
...no forró do GUÊ...

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Nessa música as letras do alfabeto são enunciadas de forma diferente em relação ao


sul do país. F é chamado de FÊ, por exemplo. Não está errado, pois algumas letras têm dois
"nomes".
Para reforçar, Luiz Gonzaga registrou o fato em um de seus sucessos, "ABC do
Sertão", de Zé Dantas e Luiz Gonzaga. Verifique o trecho abaixo:
Lá no meu sertão pra o caboclo lê
tem que aprender novo ABC.
O J é JI, o L é LÊ
o S é SI, mas o R tem nome de RÊ....
Nessa letra temos o alfabeto como é dito no Nordeste. Essas formas estão registradas
nos dicionários.
Portanto pais e educadores, especialmente do sul do país, não devem repreender
crianças que mantêm a forma de pronunciar o alfabeto da sua região de origem. Elas estão
absolutamente certas.
No Sul não houve preconceito quando chamavam o antigo caminhão da Fábrica
Nacional de Motores de FENEMÊ. Ninguém corrigia para FNM: EFE/ENE/EME. A maneira
nordestina de pronunciar o alfabeto é sem dúvida legítima.

Palavras inglesas
Observe a letra desta canção:
Eu não pedi pra nascer
eu não nasci pra perder
nem vou sobrar de vítima
das circunstâncias
Eu tô plugado na vida
eu tô curando a ferida
às vezes eu me sinto
Uma mola encolhida...

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Essa canção, "Toda forma de amor", foi gravada por Lulu Santos e por outros artistas.
Nessa letra vemos o uso da palavra "plugado", particípio do verbo "plugar". A palavra, que até
há pouco tempo não existia em português, começa a surgir nos novos dicionários. Vem do
inglês "plug in", verbo que quer dizer "conectar", "ligar na tomada". Nos últimos anos, muitos
artistas brasileiros, como Gilberto Gil, Titãs e Moraes Moreira, têm gravado discos
"unplugged". Esse prefixo "un" em inglês significa "não". Assim, o termo "unplugged", algo
como "desconectado", "desligado da tomada", é usado para expressar que a gravação foi feita
somente com instrumentos acústicos.
Para falar de outro caso desse tipo, vejamos um trecho da canção "Coisa bonita",
gravada por Roberto Carlos:
Amo você assim e não sei
por que tanto sacrifício
Ginástica, dieta
não sei pra que tanto exercício
Olha, eu não me incomodo
Um quilinho a mais
não é antiestético
pode até me beijar, pode me
lamber que eu sou dietético...

Em restaurantes, costumamos pedir mais por um "guaraná diet" do que por um


"guaraná dietético". O termo "dietético" é um adjetivo derivado de "dieta", que, por sua vez, é
de origem grega e significa "gênero de vida". Portanto a palavra "dietético" não tem nada a ver
com esse uso que temos feito da palavra "diet", que nada mais é do que "dieta" em inglês.

Palavras Italianas
Todo mundo sabe que, além do tradicional arroz e feijão, o brasileiro adora uma massa,
não é? O programa "Nossa Língua Portuguesa" foi às ruas para saber como as pessoas

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grafam algumas palavras muito comuns na culinária típica da Itália. Vamos aos resultados:
Lasanha: lazanha / lasanha
Nhoque: enhoque / nhioque
Espaguete: spaguetti / espaguete / spaghet
Muçarela: mussarela / musarela / mozzarella

Falando em comida, vimos nas respostas uma verdadeira salada! Bem, os dicionários
registram formas aportuguesadas dessas palavras. "Lasanha", por exemplo, em italiano se
escreve com "s" e "gn", ou seja, "lasagna", e em português com "s" e "nh", "lasanha". Depois
vimos "nhoque". Em italiano, é "gnocchi", mas, em português, escreve-se com "nh" no começo
e "que" no final ("nhoque"). Vimos também "espaguete", que em italiano se escreve "spaghetti"
e vem de "spago", que quer dizer barbante.

Mas o grande problema é mesmo com a palavra "muçarela", grafada dessa maneira
pelo vocabulário ortográfico oficial da Academia Brasileira de Letras. Os dicionaristas não se
entendem. O dicionário Aurélio traz "mozarela". O novo Michaelis também grafa "mozarela",
mas tolera a forma "muçarela".

Português Italiano
lasanha lasagna
nhoque gnocchi
espaguete spaghetti
mozarela/muçarela mozzarella

Então é isso. A coisa é complicada. Determinadas palavras estrangeiras recebem forma


aportuguesada, outras não. Na dúvida, vá ao dicionário. Sempre que a palavra tenha uma
forma em português, dê preferência a ela.

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"Eu sarto de banda"- regionalismo


O programa Nossa Língua Portuguesa já abordou algumas vezes a questão do
preconceito linguístico. Muitas pessoas ainda manifestam preconceito contra variantes
linguísticas típicas de determinadas comunidades. Isso é de lamentar, pois, na verdade, o
modo como comunidades do interior de São Paulo, por exemplo, pronunciam certas palavras e
fonemas enriquece o patrimônio cultural da língua portuguesa.
Veja este trecho da canção "De repente Califórnia", de Lulu Santos e Nélson Motta:
... O vento beija meus cabelos
as ondas lambem minhas pernas
o sol abraça o meu corpo
meu coração canta feliz.
Eu dou a volta, pulo o muro
mergulho no escuro
sarto de banda.
Na Califórnia é diferente, irmão
e muito mais do que um sonho...

Você notou, a certa altura, a expressão "sarto de banda". Não há nenhum problema
nisso! Afinal, trata-se de uma letra de música, e não de uma dissertação formal. É muito
importante que nós tenhamos noção da variante linguística empregada em determinado
ambiente. Não seria admissível escrever "sarto de banda" ou qualquer outra expressão similar
num texto formal. Mas numa conversa informal, numa canção, não há o menor problema.

"trocar de mal" e "ficar de mal"


Existem determinadas expressões brasileiras que mudam de Estado para Estado. Um
exemplo é a expressão "ficar de mal", que em alguns lugares recebe a variação que vemos no
trecho abaixo da música "Espelho", de João Nogueira:

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...troquei de mal com Deus por me levar meu pai...
Em São Paulo ninguém diz "troquei de mal", que é próprio do Rio de Janeiro e de outras
regiões. Em São Paulo a expressão equivalente seria "fiquei de mal".

Nessa mesma letra João Nogueira escreve:


... um dia eu me tornei o bambambã da esquina....
"Bambambã" é uma expressão conhecida em todo o território nacional: "o bambambã do
futebol" é o número 1 do time.
Observe outros casos em que uma expressão pode apresentar variação quanto à
forma:
Em São Paulo, as pessoas descem do ônibus.
No Rio de Janeiro, elas saltam do ônibus.
A média na capital paulista é café com leite.
Em Santos, média é um pãozinho.
Em Itu (SP), pãozinho é filão.
O filão em S. Paulo, capital, é um pão grande.
A língua oficial não pode ser usada o tempo todo e em qualquer situação; por isso as
variações existem e são enriquecedoras.
É o caso da palavra "cacete". A palavra "cacete" em língua culta significa "enfadonho".
Assim, "um filme cacete" seria um filme enfadonho.

Nas padarias de Salvador, não se espante se, ao pedir 5 pãezinhos, a balconista avisar
ao padeiro: "Salta 5 cacetinhos". Seria estranho, em São Paulo, alguém pedir em uma padaria
"cinco cacetinhos".
Há ainda a expressão "do cacete", com função qualificadora e mesmo superlativa. Um
livro "do cacete" é um livro "excelente". Uma campanha publicitária sobre o Caribe aproveitou
essa gíria para montar um trocadilho: "Aruba é do Caribe". É claro que Aruba é do Caribe, mas
a intenção é outra. Esse "Caribe" da frase está no lugar de "cacete", com quem compartilha o
"ca" inicial.

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6 - Aparelho fonador e a fala

Considerando a produção dos sons necessários à fala, a fonação está associada ao


aparelho fonador. Prova disto, estudos da linguagem humana compreendem em duas partes:
a primeira, tem por objeto a língua, por ser individual relaciona-se ao psíquico; a segunda, se
encontra a fala, que é a fonação, a psicofísica.

Sobre o valor da palavra, constituído por relações e diferenças, são pertinentes alguns
comentários. "O que importa na palavra não é o som em si, mas as diferenças fônicas que
permitem distinguir essa tal palavra de todas as outras, porque são elas que levam à
significação". Com isto, tem-se a noção do fonema, que pode ser "entidades opositivas,
relativas e negativas". Com a palavra se constrói a fala, a linguagem. Se a língua é um produto
social, a fala pode ser definida como um componente individual da linguagem, um ato de
vontade e da inteligência humana. Foram os gregos que perceberam línguas diferentes e
divisões dialetais dentro da comunidade da fala grega. Por isto, voltemos ao conceito e
considerações a respeito da fala humana.

“A fala é um fenômeno físico e concreto que pode ser analisado seja diretamente, com
ajuda do ouvido humano, ou com métodos e instrumentos análogos”. Alguns teóricos a
definem como “a faculdade natural de falar”. Muitos confundem a fala como linguagem. A fala
é um ato individual de vontade e de inteligência. Na verdade, ela é um fenômeno fonético; a
articulação da voz de origem a um seguimento fonético audível de pura sensação. O ato da
fala se divide fisicamente em três fases: a primeira diz respeito a produção da cadeia sonora
pelos órgãos de (articulação e fonação); a segunda, corresponde à transmissão da mensagem
com ajuda de uma onda sonora; e a terceira, está associada à recepção da cadeia sonora, isto
é, sua interpretação como uma série de elementos de valores distintivo. Sapir, em “A
Linguagem”, diz que a fala não é uma atividade simples produzida por órgãos. “Não cabe falar,
rigorosamente, de órgãos da fala; existem, somente, órgãos fortuitamente úteis à produção
dos sons da linguagem: os pulmões, a laringe, o palato, o nariz, a língua, os dentes e os lábios
são utilizados pela fala, mas não devem ser considerados essenciais”...

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A língua é necessária para que a fala seja inteligível e produza todos os seus efeitos,
mas esta é necessária para que se comunique. O ato da fala vem sempre antes da língua. A
fala está depositada no cérebro. É a fala que evolui a língua. São as impressões recebidas ao
ouvir os outros que modificam os hábitos linguísticos, por exemplo, dois falantes (emissor-
receptor) em comunicação. O ponto de partida será o cérebro, onde os fatos da consciência, a
que chamamos de conceitos, se acham associados às representações dos signos linguísticos
ou imagens acústicas que servem para exprimi-los. Com isto, imagina-se que um conceito
suscite no cérebro uma imagem acústica, ou seja, um fenômeno inteiramente psíquico,
seguido de um processo fisiológico: o cérebro transmite aos órgãos da fonação um impulso
correlativo da imagem, depois, as ondas sonoras se propagam da boca A (emissor) até o
ouvido de B (receptor), um processo puramente físico. Posteriormente, o circuito se prolonga
até (B) numa ordem inversa do ouvido ao cérebro. Isso é uma transmissão fisiológica da
imagem acústica. No cérebro, acontece a associação psíquica dessa imagem com o conceito
correspondente. O termo (imagem acústica), para Saussure, é a representação natural da
palavra enquanto fato da língua virtual, fora de toda realização da fala.

Baseado em um dos estudos de Saussure sobre linguagem, destaca-se a relação


intrínseca língua/fala. Na definição do linguista genebrino, língua "é a parte social da
linguagem que, em forma de sistema, engloba todas as possibilidades de sons existentes em
uma comunidade". Partindo desse princípio, a língua se caracteriza como ato exterior ao
indivíduo que, não pode criá-la nem modificá-la. De acordo com os linguistas, a língua evolui
de geração em geração. Já a fala, é individual e pertence ao falante que tem total liberdade
para usá-la. Em "Aula de Português", o poeta Carlos Drummond de Andrade escreve sobre a
relação linguística Língua + Linguagem = Comunicação. Nos versos do poeta, “linguagem/ na
ponta da língua/tão fácil de falar/ e entender”...

Saussure referiu-se à língua como um “tesouro” onde estariam armazenados os signos,


enquanto que a fala seria a organização desses signos em frase, a combinação dos sentidos
para construírem o sentido global da frase. Saber um idioma implica receber e memorizar o

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seu código. Nesta junção, a língua é uma passividade. Enquanto que a fala implica um
comportamento ativo sobre a linguagem. O semiólogo Roland Barthes, ressalta o caráter
dialético do conceito saussuriano, e afirma que só podemos manejar uma fala quando
destacamos na língua, a fala. "A língua só é possível a partir da fala: historicamente, os fatos
da fala procedem sempre os fatos da língua - é a fala que faz a língua evoluir e,
geneticamente, a língua constitui-se no indivíduo, no ser falante, pela aprendizagem da fala
que o envolve. A língua é, em suma, o produto e o instrumento da fala, ao mesmo tempo".
Com isso, a definição dos termos (fala e língua) depende essencialmente do processo
dialético que une um ao outro.

LÍNGUA

Língua “é um instrumento de comunicação, um sistema de signos vocais específicos


aos membros de uma mesma comunidade. Graças à sua flexibilidade, mobilidade e situação
na cavidade bucal, ela desempenha o principal papel na fonação. Seus movimentos provocam
modificações na forma da cavidade bucal e exerce uma influência sobre a onda sonora na
laringe. A língua, também interfere, em geral, como uma articuladora quando entra em contato
na produção do ar dentro da boca, na região laringal e labial que produz o som das palavras”
define o Dicionário de Linguística. Para Ferdinand de Saussure e os estruturalistas, língua é
um sistema cuja estrutura se estuda a partir de um corpus, estudo esse que leva a uma
classificação, a uma taxionomia dos elementos do sistema. Já no Dicionário de
Comunicação (Ática - 1987), em outra concepção de Saussure, língua é o “produto social da
faculdade da linguagem”, pode ser também “um conjunto de conversões necessárias,
adotadas pelo corpo social, para permitir o exercício da linguagem”.

A língua é, portanto, um sistema de signos cujo seu funcionamento repousa sobre um


certo número de regras, de correções. É um código que pretende estabelecer uma
comunicação entre emissor e receptor. Um sistema de signos construídos pela associação de
imagens auditivas a conceitos determinados. E para compreendê-la, é fundamental discernir

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da fala, o qual será definido posteriormente. Para desvendar esta complexidade, o estudioso
francês Roland Barthes, mestre da semiologia, completa a definição Saussure
definindo língua como “a linguagem menos a fala”. Sendo uma instituição social e um sistema
de valores, para Barthes, a língua é “uma instituição social, ela é parte social e não
premeditada da linguagem; o indivíduo, por si só, não pode nem criá-la nem modificá-la, trata-
se essencialmente de um contrato coletivo ao qual temos que nos submeter em bloco se
quisermos comunicar”. Em Cours de Linguistique Générale, Saussure explicou: "para nós, ela
não se confunde com a linguagem; é somente uma parte determinada. Ela é, ao mesmo
tempo, um produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de conversões
necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos
indivíduos. A língua constitui-se algo adquirido e convencional. Pode-se dizer, faz a unidade
da linguagem".

Portanto, a língua, distinta da fala, é um objeto que se pode compreender


separadamente. Enquanto que a linguagem é heterogênea. A língua é um sistema de signos
que exprimem ideias, e é comparável, por isto, à escrita, ao alfabeto dos surdos-mudos, aos
ritos simbólicos, aos sinais militares, etc. Pode ser também, "um sistema de sinais acústicos
orais, que funciona na intercomunicação de uma coletividade", define Carlota Ferreira e
Suzana Cardoso em A dialética no Brasil (Ed. Contexto).

No corpus da pesquisa, existiam suas variações, e diversas comunidades e falantes das


mesmas. A começar pela língua materna, usada no país do falante, adquirida desde a
infância, durante o aprendizado da linguagem. As línguas vivas, são todas as línguas
utilizadas, tanto na comunicação oral como na comunicação oral como na comunicação
escrita, nos mais diversos países. As línguas mortas não estão mais em uso como meio de
comunicação oral e escrito, mas substituem essas e são utilizadas, às vezes, em milhares de
textos bíblicos, documentos arqueológicos, textos literários, servindo como documento-fonte
de pesquisa. O Sânscrito, o Latim, o Grego, também são ditas línguas “mortas” porém são
encontradas em documentos religiosos.

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No universo pesquisado, existe uma pluralidade de línguas, desde que se fale língua
portuguesa, inglesa, francesa, espanhola, entre outras. Aqui, o termo entra em concorrência
com outras palavras - dialetos, regionalismo, sotaques e patoás -, que também designam
sistemas de comunicação linguísticos. Há diversos tipos e níveis de línguas. Para se
conhecer, é necessário mais tempo e mais investigações neste campo. Contudo, uma das
principais questões para a linguística e teóricos da comunicação seria: onde essas línguas
estão e como são faladas? Para que servem e como surgiram? No meu recorte da presente
pesquisa, encontrei algumas definições.

A língua-mãe, é quando se estabelecem genealogias - ou famílias de línguas tomadas


como referência ou resultado. Para o português ou francês, por exemplo, diremos que a
língua-mãe é o latim. As línguas-irmãs são todas as que resultam das evoluções divergentes
de uma mesma língua antiga, dita língua-mãe. O português, franc6es e espanhol são
exemplos de línguas irmãs, sendo o latim, a língua-mãe. A língua franca é o saber falado até o
Século XIX nos portos mediterrâneos. Ela é baseada no italiano, compreende diversos
elementos das línguas românticas. Denomina-se também língua franca, toda língua composta
do mesmo tipo. A língua de união, encontrada nas regiões fragmentadas linguisticamente,
onde nenhuma língua se impõe como veicular, procede-se à constituição de línguas de união.
A constituição das línguas de união é baseada na escolha de certos sistemas linguísticos
naturais.

Dialeto, segundo o Dicionário de Comunicação, “é uma forma de língua que tem seu
próprio sistema léxico, sintático e fonético, e é usado num ambiente mais restrito que a própria
língua”. O termo “dialektos”, de origem grega, enquanto oposto `a língua, designa uma língua
menor em uma língua maior. Os dialetos são membros de uma família de línguas ou se
constituem “famílias” menores inseridas numa família maior. Na Zâmbia e na África oriental
portuguesa, encontram-se seis grupos de dialetos diferentes, cujos falantes reunidos estimam-
se em cerca de um milhão.

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Nos países sem uma língua definida, oficial normalizada, os dialetos são formas de
línguas vizinhas uma das outras, cujos falantes se compreendem mais ou menos e, por
oposição a outros, têm a impressão de pertencerem a uma mesma comunidade linguística.
Eles são também formas locais de comunicação a partir das quais se constitui uma língua de
união.

Os regionalismos, forma peculiar do falar de indivíduos de qualquer região,(baiano,


carioca, gaúcho ou paulista) pode-se entender verificando-se suas diversas maneiras de
pronunciar as palavras. Para entender e ser entendido, deve-se considerar traços de um falar
de pessoas que vivem em um país com variações linguísticas diversificadas.

Os sotaques - conjunto dos hábitos articulatórios realizados por entonações, confere


uma identificação própria ou estrangeira à fala de indivíduos. No Brasil, em cada região ou
Estado há um tipo de sotaque característico dos falantes nativos. Já o patoá - adaptado do
francês patois, é o dialeto social reduzido a certos signos falados somente numa comunidade,
em geral, em grupos de falantes rurais. Na visão dos estudiosos da língua, os patois, ou falar
patoá, derivam de dialetos regionais ou mudança sofrida de uma língua oficial. Na Jamaica,
o patois é formado por uma junção do inglês, francês, espanhol e línguas africanas. É usado
pelos falantes nativos da ilha para confundir os turistas.

Se para Ferdinand de Saussure, a língua é um sistema, pode-se questionar quais são


as unidades deste sistema, defini-la e delimitá-la para que se posa estudar seu funcionamento
neste sistema. É um estudo que interessa não só aos linguistas, mas professores de idioma e
jornalistas que fazem uso dela. Mesmo porque, as línguas são unidades complexas,
compostas de palavras.

LINGUAGEM

Os estudos da linguagem foram iniciados na Grécia. Em quase todas as famosas


escolas da filosofia grega incluíram a linguagem como seus objetos de investigação científica.

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Ao contrário dos estoicos, os alexandrinos também se interessaram principalmente pela
linguagem como parte dos estudos literários. linguisticamente, este reconhecimento se tornou
claro na adoção da linguagem adotada entre as províncias ocidentais e orientais. Varrão,
gramático latino, foi o mais importante estudioso do assunto. A visão dele sobre a linguagem
era que: "o desenvolvimento da linguagem se deu a partir de um conjunto limitado de palavras
básicas que se fizeram aceitar para representar os objetos que serviram para reproduzir novas
palavras através das mudanças de letras ou da forma fonética". Foi Sibawarth, pesquisador
persa com os gramáticos árabes que foram capazes de descrever sistematicamente os órgãos
da fala e o mecanismo da fonação. O que contribuiu para novos caminhos e conquistas
políticas, sociais e intelectuais que deu início o período histórico na Idade Média nos estudos
das línguas e da linguagem humana.

A origem da linguagem, ainda que esteja fora do alcance de qualquer ciência linguística
concebível, nunca deixou de fascinar os pesquisadores interessados pelos problemas da fala,
e de uma forma ou de outra tem sido permanente centro de atenção desde os primórdios
registros históricos. Já houve várias tentativas de afirmações sobre a origem da linguagem.
Mas ainda continua a incerteza. O que se sabe é que em meados do século XVIII, dois
filósofos franceses (Condillac e Rousseau) já discutiam sua origem. As concepções deles
sobre a gênese da linguagem são semelhantes. Para ambos, a linguagem tem origem nos
gestos demonstrativos e imitativos e nos gritos naturais. Humboldt foi um dos linguistas do
início do século passado que, em sua teoria da linguagem, ressaltou o aspecto criativo da
habilidade lingüística do todo ser humano. Mas o que é linguagem?

Segundo o minidicionário “Aurélio”, que classifica linguagem como um substantivo


feminino, significa o “uso da palavra como meio de expressão e de comunicação entre
pessoas. Forma de expressão pela linguagem própria dum indivíduo, grupo e classe social.
Vocabulário, palavreado. No “Dicionário de Linguística” ela é definida da seguinte forma:
“capacidade específica à espécie humana de comunicar por meio de um sistema de signos
vocais ou língua, que coloca em jogo uma técnica corporal complexa e supõe a existência de
uma função simbólica e de centro nervoso geneticamente especializado”. Esse sistema de
signos vocais referido, utilizado por um grupo social ou comunidade linguística constitui uma

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língua particular.

No “Dicionário de Comunicação”, define-se de outra maneira e dizem claramente que a


linguagem está ligada à linguística e pode ser “qualquer sistema de signos - não só vocais ou
escritos, como também visuais, fisionômicos, sonoros e gestuais - capaz de servir à
comunicação entre indivíduos. A linguagem articulada é apenas um desses sistemas. Pode
ser ainda o recurso usado pelo homem para se comunicar. Instrumento pelo qual os homens
estabelecem vínculos no tempo e determinam os tipos de relações que mantêm entre si.”

Para o alemão Edward Sapir, estudioso da linguagem, autor de vários livros, a


linguagem chega a ser o meio de expressão de uma sociedade, a tal ponto que o mundo real
é “inconscientemente construído sobre os hábitos de linguagem do grupo. Em grande parte,
vemos, ouvimos e temos outras experiências porque os hábitos da linguagem da nossa
comunidade predispõem certas escolhas de interpretação”. Essa concepção mais ampla de
linguagem dá margem a duas posições divergentes: a) todas as formas vivas têm uma certa
forma de linguagem; b) a linguagem é um fato exclusivamente humano, um método de
comunicação racional de ideias, emoções e desejos por meio de símbolos produzidos de
maneira deliberada.

A linguagem pode ser caracterizada como a capacidade viva que têm os falantes de
produzir e entender enunciados, e não com os produtos observáveis que resulta do ato de
falar ou de escrever. Ela é uma habilidade criadora e não um mero produto. Pode ser definida
ainda, como um vetor essencial da comunicação e existe uma procura cada vez mais forte de
tratamento dos conflitos sociais em termos de disfuncionamento da comunicação. A linguagem
também pode ser conceituada como meio de expressões e dos sentimentos individuais que,
por ela, o homem se comunica coletivamente.

As linguagens são constituídas de três formas: como representação, “espelho” do


mundo e do pensamento; instrumento “ferramenta” de comunicação e forma “lugar” de ação
ou interação entre falantes. Ou seja, a principal concepção, o homem (ser falante) representa
para si o mundo através da linguagem e, assim sendo, a função da língua é representar/refletir

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seu pensamento e seu conhecimento de mundo. A segunda, considera a língua como um
código através do qual um emissor comunica-se com um receptor certas mensagens. A
terceira concepção, finalmente, é aquela que encara a linguagem como atividade, forma de
interação que possibilita aos membros de uma sociedade a prática dos mais diversos atos. A
cada instante, a linguagem implica ao mesmo tempo um sistema estabelecido e uma
evolução. A cada instante ela é uma instituição atual e um produto do passado. “De fato
nenhuma sociedade conhece nem conheceu jamais a língua de um outro modo que não fosse
como um produto herdado de gerações anteriores e que cumpre receber como tal. O único
interesse da pesquisa linguística, é investigar a vida normal e regular de idiomas já
constituídos. Mesmo porque, um dado estado da língua é sempre o produto de fatores
históricos, isto é, que interessa a ciência da linguagem”. (Ferdinand de Saussure, Curso de
Linguística Geral).

Existem diversas perturbações da faculdade da linguagem. Como patologias da


linguagem há por exemplo: a dislexia e a distografia. Perturbações devidas à patologia mental
(autismo, esquizofrenia, entre outras afasias devidas a uma lesão cerebral. A afasia pode ser
uma dificuldade ou uma incapacidade de expressão - afasia de expressão, de compreensão -
afasia de sensorial; de leitura - alexia, ou de escrita - agrafia.

COMUNICAÇÃO

É o ato ou efeito de comunicar-se. Ação de transmitir e receber mensagens por meio de


métodos e ou processos convencionais. Segundo o “Dicionário de Linguística”, comunicação
“é a troca verbal entre um falante, que produz um enunciado destinado a outro falante, o
interlocutor de quem ele solicita e escuta e/ou uma resposta explícita ou implícita. Ela é
intersubjetiva. No plano psicolinguístico, é o processo em cujo decurso a significação que um
locutor associa aos sons é a mesma a que o ouvinte associa a esses sons. Seus participantes
ou atores, são as “pessoas”: o eu, ou falantes, que produzem o enunciado/discurso, o
interlocutor ou alocutório, enfim, aquilo que se fala, os seres ou objetos do mundo.

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No sentido que lhe dão os teóricos e os linguistas, comunicação é o fato de uma informação
ser transmitida de um ponto a outro - lugar ou pessoa. A transferência dessa informação é
feita por meio de uma mensagem (linguagem), que recebe uma certa forma, que foi
decodificada. A primeira condição, com efeito, para que a comunicação possa estabelecer-se
é a condição da informação, isto é, a transformação da mensagem sensível e concreta em um
sistema de signos, ou código, cuja característica essencial é ser uma convenção
preestabelecida, sistemática e categórica.

O que esta pesquisa objetivou foi mostrar, com alguns conceitos, a relação/equação
entre a língua, e a linguagem, para se efetuar a comunicação. Todavia, o esquema da
comunicação supõe a transmissão de uma mensagem linguística entre canais de um emissor
(falante A) e um receptor (falante B), que possuem em comum, ao menos parcialmente, o
código - língua - para a transcrição da ou das mensagens.

7 - Sobre a Gramática

A Gramática tem como finalidade orientar e regular o uso da língua, estabelecendo um


padrão de escrita e de fala baseado em diversos critérios, tais como:

- Exemplo de bons escritores;

- Lógica;

- Tradição;

- Bom senso.

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Em se tratando de Gramática, tem-se como matéria-prima um sistema de normas, o
qual dá estrutura à língua. Tais normas definem a língua padrão, também chamada língua
culta ou norma culta. Assim, para falar e escrever corretamente, é preciso estudar a
Gramática.

Por ser um organismo vivo, a língua está sempre evoluindo, o que muitas vezes resulta
num distanciamento entre o que se usa efetivamente e o que fixam as normas. Isso não
justifica, porém, o descaso com a Gramática. Imprecisa ou não, existe uma norma culta, a qual
deve ser conhecida e aplicada por todos.

Quem desconhece a norma culta acaba tendo acesso limitado às obras literárias,
artigos de jornal, discursos políticos, obras teóricas e científicas, enfim, a todo um patrimônio
cultural acumulado durante séculos pela humanidade.

8 -Tipos de Gramática

1. Gramática Normativa

É aquela que busca a padronização da língua, estabelecendo as normas do falar e escrever


corretamente.Costuma ser utilizada em sala de aula e em livros didáticos. É também o tipo
adotado no Só Português.

2. Gramática Descritiva

Ocupa-se da descrição dos fatos da língua, com o objetivo de investigá-los e não de


estabelecer o que é certo ou errado. Enfatiza o uso oral da língua e suas variações.

3. Gramática Histórica

Estuda a origem e a evolução histórica de uma língua.

4. Gramática Comparativa

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Dedica-se ao estudo comparado de uma família de línguas. O Português, por exemplo, faz
parte da Gramática Comparativa das línguas românicas.

9 - Divisão da Gramática

Sabe-se que a língua é um sistema tríplice: compreende um sistema de formas


(mórfico), um sistema de frases (sintático) e um sistema de sons (fônico). Por essa razão, a
Gramática tradicionalmente divide-se em:

Morfologia - abrange o sistema mórfico.

Sintaxe - enfoca o sistema sintático.

Fonologia/Fonética - focaliza o sistema fônico.

MORFOLOGIA

DEFINIÇÃO

Em linguística, Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das


palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente
e não dentro da sua participação na frase ou período. A morfologia está agrupada em dez
classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo,
Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição.

Estrutura e Formação das Palavras


Estrutura das Palavras
Raiz
Desinência

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Formação das Palavras
Derivação Regressiva
Composição
Prefixos
Sufixos
Sufixos Formadores de Palavras
Radicais Gregos
Radicais Latinos

Substantivo
Definição
Substantivo Comum
Substantivo Abstrato
Substantivo e seus Coletivos
Lista de Substantivos Coletivos I
Lista de Substantivos Coletivos II
Lista de Substantivos Coletivos III
Lista de Substantivos Coletivos IV
Lista de Substantivos Coletivos V
Formação dos Substantivos
Flexão dos Substantivos
Substantivo Uniforme I
Substantivo Uniforme II
Substantivo Comum de 2 Gêneros
Substantivo de Gênero Incerto
Número de Substantivo
Plural dos Substantivos Compostos
Plural das Palavras Substantivadas
Grau do Substantivo

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Artigo
Artigo

Adjetivo
Adjetivo
Adjetivo Pátrio
Locução Adjetiva I
Locução Adjetiva II
Flexão dos Adjetivos
Adjetivo Composto
Grau Superlativo
Lista Superlativos

Numeral
Numeral
Numerais Multiplicativos

Pronome
Pronome
Pronomes Pessoais
Pronome Oblíquo Átono
Pronome Oblíquo Tônico
Pronome de Tratamento
Pronomes Possessivos
Pronomes Demonstrativos
Observações sobre Pronomes
Pronomes Indefinidos
Pronomes Relativos
Pronomes Relativos II
Pronomes Interrogativos

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Verbo
Verbo
Classificação dos Verbos
Verbos Unipessoais I
Verbos Unipessoais II
Verbo Ser - Formas Nominais
Verbo Ter - Modo Indicativo
Modos de Verbo
Tempos Verbais
Tempos do Subjuntivo
Tempos Primitivos
Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo
Futuro do Subjuntivo
Futuro do Pretérito do Indicativo I
Futuro do Pretérito do Indicativo II
Aspecto Verbal
Emprego do Infinitivo Impessoal e Pessoal I
Emprego do Infinitivo Impessoal e Pessoal II
Infinitivo Pessoal
Vozes do Verbo
Voz Passiva Sintética
Pronúncia Correta de Alguns Verbos

Advérbio
Advérbio I
Advérbio II
Classificação dos Advérbios
Advérbios Interrogativos
Palavras e Locuções Denotativas

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Preposição
Preposição
Classificação das Preposições
Locução Prepositiva
Principais Relações Estabelecidas pelas Preposições

Conjunção
Definição de Conjunção
Conjunções Coordenativas
Conjunções Subordinativas I
Conjunções Subordinativas II
Conjunções Subordinativas III

Interjeição
Interjeição I
Interjeição II
Locuções Interjetivas

9.2 - SINTAXE

DEFINIÇÃO

A Sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. Ao emitir uma mensagem
verbal, o emissor procura transmitir um significado completo e compreensível. Para isso, as
palavras são relacionadas e combinadas entre si. A sintaxe é um instrumento essencial para o
manuseio satisfatório das múltiplas possibilidades que existem para combinar palavras e
orações.

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Análise Sintática
Frase
Tipos de Frases
Estrutura da Frase: Oração
Período: Período Simples, Período Composto
Objetivos da Análise Sintática / Estrutura de um Período / Termos da Oração

Termos Essenciais da Oração


Sujeito e Predicado / Posição do Sujeito na Oração
Classificação do Sujeito: Sujeito Determinado
Sujeito Indeterminado
Oração Sem Sujeito
Predicado
Predicação Verbal: Verbo Intransitivo, Verbo Transitivo, Verbo de Ligação
Classificação do Predicado: Predicado Verbal
Predicado Nominal / Predicativo do Sujeito
Predicado Verbo-Nominal / Estrutura do Predicado Verbo-Nominal

Termos Integrantes da Oração


Complementos Verbais: Objeto Direto
Objeto Indireto
Complemento Nominal / Agente da Passiva

Termos Acessórios da Oração


Sobre os Termos Acessórios
Adjunto Adverbial
Classificação do Adjunto Adverbial
Adjunto Adnominal / Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal
Aposto / Classificação do Aposto

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Vocativo / Distinção entre Vocativo e Aposto

Período Composto
Coordenação e Subordinação

Coordenação
Período Composto por Coordenação
Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas: Aditivas, Adversativas
Alternativas, Conclusivas, Explicativas

Subordinação
Período Composto por Subordinação
Forma das Orações Subordinadas
Orações Subordinadas Substantivas
Classificação das Orações Subordinadas Substantivas: Subjetiva
Objetiva Direta / Orações Especiais
Objetiva Indireta, Completiva Nominal
Predicativa, Apositiva
Orações Subordinadas Adjetivas / Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
Emprego e Função dos Pronomes Relativos : Pronome Relativo QUE
Pronome Relativo QUEM / Pronome Relativo CUJO (s), CUJA (s) / Pronome Relativo
O QUAL, OS QUAIS, A QUAL, AS QUAIS
Pronome Relativo ONDE / Pronome Relativo QUANTO, COMO, QUANDO
Orações Subordinadas Adverbiais
Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Adverbiais: Causa,
Consequência, Condição
Concessão, Comparação
Conformidade, Finalidade, Proporção, Tempo

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Coordenação e Subordinação
Período Composto por Coordenação e Subordinação

Orações Reduzidas
Sobre as Orações Reduzidas
Orações Reduzidas Fixas / Orações Reduzidas de Infinitivo
Orações Reduzidas de Gerúndio / Orações Reduzidas de Particípio

Estudo Complementar do Período Composto


Sobre o Período Composto

Sintaxe de Concordância
Concordância Verbal e Nominal / Concordância Verbal: Sujeito Simples, Casos
Particulares I
Casos Particulares II
Casos Particulares III
Casos Particulares IV
Sujeito Composto / Casos Particulares I
Casos Particulares II
Outros Casos: O Verbo e a Palavra "SE"
O Verbo SER I
O Verbo SER II
O Verbo PARECER / A Expressão "Haja Vista"
Concordância Nominal
Casos Particulares

Sintaxe de Regência
Regência Verbal e Nominal / Regência Verbal
Verbos Intransitivos
Verbos Transitivos Diretos

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Verbos Transitivos Indiretos
Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos I
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos II
Mudança de Transitividade versus Mudança de Significado I: AGRADAR, ASPIRAR,
ASSISTIR
Mudança de Transitividade versus Mudança de Significado II: CHAMAR, CUSTAR,
IMPLICAR
Mudança de Transitividade versus Mudança de Significado III: PROCEDER,
QUERER, VISAR
Regência Nominal

Sintaxe de Colocação
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos: Próclise I
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos: Próclise II
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos: Mesóclise / Ênclise
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais

Emprego da Crase
Crase I
Crase II
Casos em que a crase SEMPRE ocorre
Crase diante de Nomes de Lugar / Crase diante de Pronomes Demonstrativos
Aquele (s), Aquela (s), Aquilo
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais / Crase com o Pronome
Demonstrativo "a" / A Palavra Distância
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA

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9.3 - FONOLOGIA

DEFINIÇÃO

Fonologia é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma. Ao


estudar a maneira como os fones (sons) se organizam dentro de uma língua, classifica-os em
unidades capazes de distinguir significados, chamadas fonemas.

Fonema
Fonema / Fonema e Letra
Classificação dos Fonemas: Vogais, Semivogais, Consoantes

Encontros Vocálicos
Encontros Vocálicos: Ditongo, Tritongo, Hiato

Encontros Consonantais
Encontros Consonantais / Dígrafos

Sílaba
Sílaba/ Classificação das Palavras quanto ao Número de Sílabas / Divisão Silábica
Acento Tônico / Classificação da Sílaba quanto à Intensidade / Classificação das
Palavras quanto à Posição da Sílaba Tônica
Monossílabos / Critérios de Distinção
Acentuação Gráfica: Acento Prosódico e Acento Gráfico
Regras de Acentuação Gráfica: Proparoxítonas, Paroxítonas, Oxítonas
Monossílabos: Monossílabos Tônicos, Monossílabos Átonos / Acento de Insistência
Regras Especiais I: Ditongos Abertos, Hiatos
Regras Especiais II: Verbos Ter e Vir

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Acento Diferencial / Acento Grave

Ortoépia
Ortoépia ou Ortoepia

Prosódia
Prosódia

Ortografia
Ortografia / Emprego de X e Ch
Emprego das Letras G e J
Emprego das Letras S e Z
Emprego do Z
Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs
Observações sobre o uso da letra X / Emprego das letras E e I
Emprego das letras O e U / Emprego da letra H
Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas I
Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas II

Notações Léxicas
Notações Léxicas: Emprego do Til, Emprego do Apóstrofo

Emprego dos Porquês


Por que / Por quê / Porque / Porquê

Emprego do Hífen
Emprego do Hífen / Prefixos e Elementos de Composição
Importante / Casos Particulares / Atenção
Saiba Mais sobre o uso do Hífen

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Sinais de Pontuação
Sinais de Pontuação I: Vírgula
Sinais de Pontuação II: Ponto e vírgula, Dois-pontos
Sinais de Pontuação III: Ponto Final, Ponto de Interrogação, Ponto de Exclamação
Sinais de Pontuação IV: Reticências, Parênteses - Os Parênteses e a Pontuação
Sinais de Pontuação V: Travessão, Aspas
Sinais de Pontuação VI: Colchetes, Asterisco, Parágrafo

10 - SEMÂNTICA

DEFINIÇÃO

Em linguística, Semântica estuda o significado e a interpretação do significado de uma


palavra, de um signo, de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Nesse
campo de estudo se analisa, também, as mudanças de sentido que ocorrem nas formas
linguísticas devido a alguns fatores, tais como tempo e espaço geográfico.

Linguagem
Linguagem / Tipos de Linguagem
Língua
Língua Falada e Língua Escrita
Fala / Signo

Significação das Palavras


Sinônimos, Antônimos, Polissemia
Homônimos - Homônimos Perfeitos
Parônimos

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ESTILÍSTICA

DEFINIÇÃO

A Estilística estuda os processos de manipulação da linguagem que permitem a quem


fala ou escreve sugerir conteúdos emotivos e intuitivos por meio das palavras. Além disso,
estabelece princípios capazes de explicar as escolhas particulares feitas por indivíduos e
grupos sociais no que se refere ao uso da língua.

Denotação e Conotação

Figuras de Linguagem
Sobre as Figuras de Linguagem / Classificação das Figuras de Linguagem / Figuras
de Palavras I: Metáfora
Figuras de Palavras II: Metonímia
Figuras de Palavras III: Catacrese, Perífrase, Sinestesia
Figuras de Pensamento I: Antítese, Paradoxo, Eufemismo
Figuras de Pensamento II: Ironia, Hipérbole, Prosopopeia ou Personificação
Figuras de Pensamento III: Apóstrofe, Gradação
Figuras de Construção ou Sintáticas I: Elipse, Zeugma, Silepse
Figuras de Construção ou Sintáticas II: Polissíndeto / Assíndeto, Pleonasmo,
Anáfora, Anacoluto, Hipérbato / Inversão
Figuras de Som: Aliteração, Assonância, Onomatopeia

Vícios de Linguagem
Vícios de Linguagem I: Pleonasmo Vicioso, Barbarismo, Solecismo
Vícios de Linguagem II: Ambiguidade, Cacofonia, Eco, Hiato, Colisão

Funções da Linguagem

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Funções da Linguagem I: Função Referencial ou Denotativa, Função Expressiva ou
Emotiva, Função Apelativa ou Conativa
Funções da Linguagem II: Função Poética, Função Fática, Função Metalinguística

12 - Redação

Dominar a arte da escrita é um trabalho que exige prática e dedicação. Não existem
fórmulas mágicas: o exercício contínuo, aliado à leitura de bons autores, e a reflexão são
indispensáveis para a criação de bons textos. Nesta seção, serão apontadas algumas
características que você deverá observar na produção de seus textos. Desejamos que as
dicas apresentadas sejam bastante úteis a você.

Ler, escrever e
pensar

Saber escrever pressupõe, antes de mais nada, saber ler e pensar. O pensamento é
expresso por palavras, que são registradas na escrita, que por sua vez é interpretada pela
leitura. Como essas atividades estão intimamente relacionadas, podemos concluir que quem
não pensa (ou pensa mal), não escreve (ou escreve mal); quem não lê (ou lê mal) não escreve

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(ou escreve mal).

Ler, portanto, é fundamental para escrever. Mas não basta ler, é preciso entender o que
se lê. Entender significa ir além do simples significado das palavras que aparecem no texto. É
preciso, também, compreender o sentido das frases, para que se alcance uma das finalidades
da leitura: a compreensão de ideias e, num segundo momento, os recursos utilizados pelo
autor na elaboração do texto.

Apesar do grande poder dos meios eletrônicos, a leitura é ainda uma das formas mais
ricas de informação, pois grande parte do conhecimento nos é apresentado sob forma de
linguagem escrita.

Lembre-se: estar bem informado é uma das normas mais importantes para quem quer
escrever bem.

A Redação no
Vestibular

Em vestibulares e concursos, a prova de Redação é um grande fator de eliminação.


Através dela, as instituições têm um indicador mais concreto da formação do aluno,
diferentemente das questões de múltipla escolha. Geralmente, exige-se que o candidato
produza um texto dissertativo. Em menor proporção, podem ser solicitados ainda textos
narrativos ou descritivos. Conheça as características de cada um desses textos:

1 - DISSERTAÇÃO: dissertar significa “falar sobre”. É o texto em que se expõem ideias,


seguidas de argumentos que as comprovem. Na dissertação, você deve revelar sua opinião a
respeito do assunto.

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2 - DESCRIÇÃO: texto em que se indicam as características de um determinado objeto,


pessoa, ambiente ou paisagem. Na descrição, você deve responder à pergunta: Como a
coisa (lugar / pessoa) é? É importante tentar usar os mais variados sentidos: fale do aroma,
dos cheiros, das cores, das sensações, de tudo que envolve a realidade a ser descrita.
3 - NARRAÇÃO: texto em que se contam fatos ocorridos em determinado tempo e lugar,
envolvendo personagens. Lembre-se: você deve “narrar a ação”, respondendo à pergunta: O
que aconteceu?

Dissertação - Estrutura

1ª parte: Introdução

No primeiro parágrafo, o autor apresenta o tema que será abordado.

Dica: anuncie claramente o tema sobre o qual você escreverá e as delimitações propostas.

2ª parte: Desenvolvimento

Nos parágrafos subsequentes (geralmente dois), o autor apresenta uma série de argumentos
ordenados logicamente, a fim de convencer o leitor.

Dica: argumente, discuta, exponha suas ideias, prove o que você pensa.

3ª parte: Conclusão

No último parágrafo, o autor "amarra" as ideias e procura transmitir uma mensagem ao leitor.

Dica: conclua de maneira clara, simples, coerente, confirmando o que foi exposto no
desenvolvimento.

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Atenção:

A dissertação deve obedecer à extensão mínima indicada na proposta, a qual costuma


ser de 25 a 30 linhas, considerando letra de tamanho regular. Inicialmente, utilize a folha de
rascunho e, depois, passe a limpo na folha de redação, sem rasuras e com letra legível. Utilize
caneta; lápis, apenas no rascunho.

Planejando a Dissertação

Quando você deseja ir a algum lugar ao qual nunca foi, você costuma, mesmo que
mentalmente, elaborar um roteiro. Afinal de contas, você sabe que, caso não se planeje,
correrá o risco de ficar rodando à toa e não chegar ao destino, e, se chegar, terá perdido mais
tempo que o previsto.

Ao elaborarmos uma redação, não é diferente: se não tivermos um plano ou um roteiro


previamente preparados, corremos o risco de ficar dando voltas em torno do tema, não
chegando a lugar nenhum. Por isso, antes de escrever sua redação, é preciso planejá-la bem,
procurando elaborar um esquema. Mas cuidado, não confunda esquema com
rascunho! Esquema é um guia que estabelecemos para ser seguido, no qual colocamos em
frases sucintas (ou mesmo palavras) o roteiro para a elaboração do texto. No rascunho, por
outro lado, damos forma à redação, pois nele as ideias colocadas no esquema passam a ser
redigidas, tomando a forma de frases que aos poucos se transformam em um texto coerente.

O primeiro passo para a elaboração do esquema é ter entendido o tema, pois de nada
adiantará um ótimo esquema se ele não estiver adequado ao tema proposto. Em seguida,
você poderá dividir seu esquema nas três partes básicas - introdução, desenvolvimento e
conclusão. Na Introdução, é necessário informar a tese que você irá defender. No
Desenvolvimento, escreva palavras capazes de resumir os argumentos que você apresentará
para sustentar sua tese. Na Conclusão, escreva palavras que representem sua ideia final.

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Atenção: quando você estiver fazendo o esquema do desenvolvimento, surgirão
inúmeras ideias. Registre-as todas, mesmo que mais tarde você não venha a utilizá-las. Essas
ideias normalmente vêm sem ordem alguma; por isso, mais tarde, é preciso ordená-las,
selecionando as melhores e colocando-as em ordem de importância. Esse processo é
conhecido como hierarquização das ideias.

Veja a seguir, um exemplo de esquema com as ideias já hierarquizadas:

Tema: Pena de morte: você é contra ou a


favor?

Introdução:

contra - não resolve

Desenvolvimento:

1º parágrafo: direito à vida - religião

2º parágrafo: outros países - Estados Unidos

Conclusão:

ineficaz; solução: erradicação da miséria

Feito o esquema, é só segui-lo passo a passo, transformando as palavras em frases, dando


forma à sua redação.

Planejando a Dissertação
II

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Veja a seguir outro tipo de roteiro. Siga os passos:

1) Interrogue o tema;
2) Responda-o de acordo com a sua opinião;
3) Apresente um argumento básico;
4) Apresente argumentos auxiliares;
5) Apresente um fato-exemplo;
6) Conclua.

Vamos supor que o tema de redação proposto seja: Nenhum homem vive sozinho. Tente
seguir o roteiro:

1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum homem vive sozinho?

2. Procure responder essa pergunta, de um modo simples e claro, concordando ou


discordando (ou concordando em parte e discordando em parte): essa resposta é o seu ponto
de vista.

3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para
justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal.

4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a
fundamentar sua posição. Estes serão os argumentos auxiliares.

5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição.
Este fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você
leu. Pode ser um fato da vida política, econômica, social. Pode ser um fato histórico. Ele
precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo
geralmente dá força e clareza à argumentação. Além disso, pessoaliza o nosso texto,
diferenciando-o dos demais.

6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de sua redação.

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13- Dicas para fazer uma boa redação

Atualmente, a prova de redação é um diferencial importante na classificação em


concursos. Para garantir um bom resultado em seus textos, não deixe de ler as dicas que
selecionamos.

SIMPLICIDADE

Use palavras conhecidas e adequadas. Para ter um bom domínio do texto, prefira
frases curtas. Cuidado para não mudar de assunto de repente. Conduza o leitor de maneira
leve pela linha de argumentação.

CLAREZA

O segredo está em não deixar nada subentendido, nem imaginar que o leitor sabe o
que você quer dizer. Evidencie todo o conteúdo da sua escrita. Lembre-se: você está
comunicando a sua opinião, falando de suas ideias, narrando um fato. O mais importante é
fazer-se entender.

OBJETIVIDADE

Você tem que expressar o máximo de conteúdo com o menor número de palavras
possíveis. Por isso, não repita ideias, não use palavras em excesso buscando aumentar o
número de linhas. Concentre-se no que é realmente necessário para o texto.

UNIDADE

Não esqueça, o texto deve ter unidade, por mais longo que seja. Você deve traçar uma

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linha coerente do começo ao final do texto. Não pode perder de vista essa trajetória. Por isso,
muita atenção no que escreve para não se perder e fugir do assunto. Eliminar o desnecessário
é um dos caminhos para não se perder.

COERÊNCIA

A coerência entre todas as partes do texto é fator primordial para a boa escrita. É necessário
que as partes formem um todo. Estabeleça uma ordem para que as ideias se completem e
formem o corpo da narrativa. Explique, mostre as causas e as consequências.

ORDEM

Obedecer uma ordem cronológica é uma maneira de acertar sempre, apesar de não ser
criativa. Nesta linha, parta do geral para o particular, do objetivo para o subjetivo, do concreto
para o abstrato. Use figuras de linguagem para que o texto fique interessante. As metáforas
também enriquecem a redação.

ÊNFASE

Procure chamar a atenção para o assunto com palavras fortes, cheias de significado,
principalmente no início da narrativa. Use o mesmo recurso para destacar trechos importantes.
Uma boa conclusão é essencial para mostrar a importância do assunto escolhido. Remeter o
leitor à ideia inicial é uma boa maneira de fechar o texto.

LEIA E RELEIA

Lembre-se, é fundamental pensar, planejar, escrever e reler seu texto. Mesmo com
todos os cuidados, pode ser que você não consiga se expressar de forma clara e concisa. A
pressa pode atrapalhar. Com calma, verifique se os períodos não ficaram longos, obscuros.
Veja se você não repetiu palavras e ideias. À medida que você relê o texto, essas falhas
aparecem, inclusive, erros de ortografia e acentuação. Não se apegue ao escrito. Refaça, se
for preciso.

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Redação de Sucesso - Os Dez Mandamentos

1) Pense no que você quer dizer e diga da forma mais simples. Procure ser direto (conciso) na
construção das sentenças.

2) Use a voz ativa, evite a passiva. Evite termos estrangeiros e jargões.

3) Evite o uso excessivo de advérbios. Tome cuidado com a gramática.

4) Tente fazer com que os diálogos escritos (em caso de narração) pareçam uma conversa. O
uso do gerúndio empobrece o texto. Exemplo: Entendendo dessa maneira, o problema vai-se
pondo numa perspectiva melhor, ficando mais claro...

5) Evite o uso excessivo do "que". Essa armadilha produz períodos longos. Prefira frases
curtas.Exemplo: O fato de que o homem que seja inteligente tenha que entender os erros dos
outros e perdoá-los não parece que seja certo. Adjetivos que não informam também são
dispensáveis. Por exemplo: luxuosa mansão (Toda mansão é luxuosa!).

6) Evite clichês (lugares comuns) e frases feitas. Exemplos: "fazer das tripas coração",
"encerrar com chave de ouro", “silêncio mortal", "calorosos aplausos".

7) Verbo "fazer", no sentido de tempo, não é usado no plural. É errado escrever: "Fazem
alguns anos que não viajo". O certo é “Faz alguns anos que não viajo”.

8) Cuidado com redundâncias. É errado escrever, por exemplo: "Há cinco anos atrás". Corte o
"há" ou dispense o "atrás". A forma correta é “Há cinco anos...”

9) A leitura intensiva facilita o uso da vírgula corretamente. Leia muito, leia sempre!

10) Nas citações: use aspas, coloque vírgula e um verbo seguido do nome de quem disse ou
escreveu o que está sendo citado. Exemplo: “O que é escrito sem esforço é geralmente lido
sem prazer.”, disse Samuel Johnson.

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14 - Avaliação da Redação - Os Cinco Pecados Capitais

Veja os equívocos apontados por organizadores de concursos e vestibulares como os mais


cometidos pelos candidatos.

1) Ordenação das ideias


A falta de ordenação é um erro comum e indica, segundo os organizadores de
vestibulares, que o candidato não tem o hábito de escrever. O texto fica sem encadeamento e,
às vezes, incompreensível, partindo de uma ideia para outra sem critério, sem ligação.

2) Coerência e coesão
Em muitas redações, fica evidente a falta de coerência: o candidato apresenta um
argumento para contradizê-lo mais adiante. Já a redundância denuncia outro erro bastante
comum: falta de coesão. O candidato fica dando voltas num assunto, sem acrescentar dado
novo. É típico de quem não tem informação suficiente para compor o texto.

3) Inadequação
A inadequação é um tipo de erro capaz de aparecer inclusive em redações corretas na
gramática e ortografia e coerentes na estrutura. Nesse caso, os candidatos costumam fugir ao
tema proposto, escolhendo outro argumento, com o qual tenham maior afinidade. O
distanciamento do assunto pode custar pontos importantes na avaliação.

4) Estrutura dos parágrafos


Muitos dos candidatos têm demonstrado dificuldade em separar o texto em parágrafos.
Sem a definição de uma ideia em cada parágrafo, a redação fica mal estruturada. Um erro
muito comum, nesse caso, é cortar a ideia em um parágrafo para concluí-la no seguinte. Ou,

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então, deixar o pensamento sem conclusão.

5) Estrutura das frases


Erros de concordância nos tempos verbais, fragmentação da frase, separando sujeito
de predicado, utilização incorreta de verbos no gerúndio e particípio são algumas das falhas
mais comuns nas redações. Esses erros comprometem a estrutura das frases e prejudicam a
compreensão do texto.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- Nossa Língua Portuguesa - Realização: TV Cultura


Conteúdo e assessoria: Pasquale Cipro Neto e Priscila Figueiredo
Apresentação: Pasquale Cipro Neto
Gerência de Produção: Carlos Nascimbeni

2 - http://tvcultura.cmais.com.br/aloescola/linguaportuguesa/sintaxe/sintaxe-
inversao.htm

3 - http://www.filologia.org.br/anais/anais%20iv/civ12_5.htm

4 - http://www.soportugues.com.br/secoes/gramatica/

Apostila Organizada por: Cíntia Sitta

Editada por Esteves, C.R.

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