Você está na página 1de 4

Língua portuguesa 8 classe

Origem e história da língua portuguesa

A língua portuguesa tem origem no latim vulgar, idioma falado no Império Romano.

No século III a. C., Roma, em expansão territorial, conquista a Península Ibérica, região de Portugal e
Espanha nos dias de hoje.Com isso, a língua latina entra em contato com várias línguas e dialetos diversos
falados na região ibérica naquela época, sofrendo muitas modificações até formar a língua portuguesa.

No século XV, a expansão do português pelo mundo acontece por causa das grandes navegações e da
colonização portuguesa. Nesse período, os colonizadores portugueses chegam a vários continentes e o
idioma era imposto aos povos dominados.

O contato da língua portuguesa com as línguas locais, como por exemplo as línguas indígenas no Brasil e
as línguas bantu na África, transformaram a língua portuguesa nessa que conhecemos nos dias actuais.
Atualmente falado por 260 milhões de pessoas, o português é o quarto idioma mais usado no mundo depois
do mandarim, espanhol e inglês.

A língua portuguesa está presente em diversos países e é adotada como língua oficial em Angola, Brasil,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Macau, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Apesar de apresentar pronúncias diferentes, vocábulos próprios e algumas modificações gramaticais,
mantém uma unidade linguístico-gramatical nos países em que é língua oficial e nas demais regiões do
mundo em que se faz presente.

Origem da língua portuguesa

A língua portuguesa originou-se no latim, idioma falado pelos povos romanos que viviam na Península
Itálica, atual região da Itália.

O latim era a língua oficial do império romano. Existiam duas variantes da língua latina:

Latim clássico: usado pela camada mais alta do Império Romano e pelo clero, escritores e poetas; e
utilizado na produção escrita e no ensino escolar.

Latim vulgar: falado pela população em geral (soldados, comerciantes romanos, artesãos, agricultores
etc.).

Com a expansão do Império Romano, no século III a.C., a língua latina sobrepôs-se às demais línguas
existentes na região da Península Ibérica. A variante latina imposta aos povos dominados e às regiões
conquistas foi o latim vulgar, a língua falada pelos soldados e colonos romanos que ali chegavam.

A Península Ibérica também foi ocupada por povos celtas, iberos, fenícios, gregos, bárbaros e germânicos.
Desse contato, entre o latim vulgar e as línguas dos diversos povos da região Ibérica, formaram-se as
línguas românicas: português, espanhol, francês, italiano, catalão e romeno.

É importante destacar que no século VIII, a Península Ibérica foi novamente invadida. Dessa vez, pelos
povos árabes. Entretanto, a presença da língua árabe como língua oficial não suprimiu a língua latina – já
modificada pelos povos que ali viviam na região ibérica. Contudo, não se pode negar a influência cultural e
literária dos povos árabes na constituição do galego-português

Mais tarde, já no século XI, com a expulsão dos árabes, o galego-português consolidou-se como a língua
falada na região da Península Ibérica. Com o passar do tempo, as diferenças entre o galego e o português se
acentuaram de forma que o português se consagrou como língua da nação portuguesa e o galego como uma
variante linguística do espanhol.

História da língua portuguesa

A língua portuguesa não é uma invenção ou uma criação, mas uma formação. Essa formação da língua
portuguesa pode ser observada ao longo da história de Portugal.

Historicamente é difícil identificar qual ou quais línguas eram faladas na região da Península Ibérica na
Antiguidade. Entretanto, sabe-se que no século III a.C, o Império Romano, invadiu a região ibérica e impôs
o uso do latim vulgar.

Entre os séculos IV/V d.C, a Península Ibérica foi tomada pelas invasões bárbaras. Ao contrário dos
romanos, os bárbaros não impuseram um idioma, adotaram a língua latina como a língua de integração
entre os povos. Assim, a língua latina recebeu influências, mas não foi erradicada da região ibérica. Inicia-
se aí a constituição do galego-português com formas próprias a partir da língua latina.

No século VII, a Península Ibérica foi ocupada pelos árabes. Apesar da invasão árabe instituir o próprio
idioma arábico como língua oficial, não provocou alterações na estrutura linguística do galego-português
de origem latina. Contudo, houve forte influência vocabular, cultural e literária. Por outro lado, a invasão
árabe provocou recorrentes disputas entre cristãos e muçulmanos.

As batalhas religiosas levaram os cristãos a uma guerra territorial, que ficou conhecida como a Guerra da
Reconquista. A guerra durou muitos anos. As principais consequências das Guerras de reconquistas foram
a divisão da Península Ibérica em dois Estados Nacionais: Portugal e Espanha, resultando na divisão
linguística do galego-português. O português como língua de Portugal e o Galego como variante linguística
da Espanha.

A formação da língua portuguesa está resumida em cinco períodos linguísticos:

Pré-românico

A língua latina, idioma românico, é levado da Península Itálica (atual região da Itália) pelos soldados
romanos para a Península Ibérica (atual região de Portugal e Espanha) entra em contato com as diversas
línguas locais.

Românico

O contacto entre o latim vulgar e as línguas dos diversos povos da região Ibérica formam-se as línguas
românicas: português, espanhol, francês, italiano, catalão e romeno.

Galego-português

Idioma que se desenvolveu a partir das transformações e modificações que o latim vulgar sofreu na região
da Galiza, no noroeste da Espanha, e nas regiões de Portugal.

Português

Língua derivada do latim vulgar e com influências linguísticas de povos árabes, bárbaros, entre outros.
Divide-se em português arcaico (do século XIV ao XVI); português clássico (língua de Camões e das
grandes expedições marítimas); e português moderno (autores românticos); português contemporâneo
(presença de neologismos e estrangeirismos linguísticos de diversas línguas com o advento da globalização
e as influências linguísticas de países de língua oficial portuguesa).
Portanto, a língua portuguesa, utilizada neste século XXI, é resultante das transformações do latim-vulgar,
de acréscimos linguísticos e de modificações sofridas durante o galego-português, do contato com línguas
diversas ao longo das expedições marítimas e expansão territorial portuguesa, e dos diversos neologismos e
estrangeirismos gerados com o processo de globalização mundial.

Expansão da Língua Portuguesa

A expansão da língua portuguesa pelo mundo inicia-se no século XV com as grandes expedições marítimas
e com os processos de colonização para expansão territorial portuguesa.

A presença das colônias portuguesas na América (Brasil), na África (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau,
São Tomé e Príncipe), na Ásia (Macau, Goa, Damião e Diu) e Oceania (Timor-Leste) fez com que a língua
portuguesa se espalhasse pelo mundo.

Portugal impôs o português às línguas locais. Dessa forma, a língua portuguesa sobrepôs-se às línguas
indígenas no Brasil, às línguas bantu nos países africanos e às demais línguas nativas dos outros países.

Em cada um desses lugares, a língua portuguesa sofreu transformações, incorporando vocábulos nativos,
passando por modificações gramaticais e adotando pronúncia própria. Ainda assim, com características
específicas de cada país, a língua portuguesa mantém uma unidade linguístico-gramatical em sua estrutura.

A língua portuguesa atualmente é língua oficial em dez países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Guiné Equatorial, Macau, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Bem como se faz presente em
comunidades de falantes no Canadá, Japão, França, entre outros.

Língua portuguesa no Brasil

A língua portuguesa chegou ao Brasil em 1500 juntamente com a expedição marítima de Pedro Álvares
Cabral. Ao longo do processo de colonização do Brasil, o português foi imposto por meio da catequização
dos índios pelos jesuítas.

A catequização jesuíta fez a língua portuguesa sobrepor-se às várias línguas indígenas, resultando com a
supressão de diversas línguas locais. Ainda assim, as línguas indígenas influenciaram fortemente a língua
portuguesa falada no Brasil.

É possível identificar facilmente termos indígenas no léxico da língua portuguesa de modalidade brasileira,
como por exemplo, Ibirapuera, nome de um parque na cidade de São Paulo, que significa árvore
apodrecida em tupi-guarani e caatinga que significa mato branco em tupinambá.

Com a chegada dos povos africanos, escravizados pelos Portugueses no Brasil, as línguas africanas
influenciaram e ampliaram o vocabulário português com palavras como cafuné (acariciar/coçar a cabeça)
do quimbundo, dengo (manhã) do bantu, entre outras.

Preocupados com a diversidade linguística existente no Brasil, os portugueses proibiram as línguas gerais
faladas no Brasil colonial como língua de contato, impondo-se definitivamente a língua portuguesa como a
única língua oficial do Brasil.

No início do século XX, com o processo migratório de diversos povos para o Brasil, fez com que o contato
entre indígenas, africanos e imigrantes de regiões diversas do mundo, principalmente, da Europa
ocasionasse uma grande diversidade linguística na língua portuguesa falada no Brasil, contribuindo para a
formação identitária do português brasileiro.

Contudo, embora a língua portuguesa tenha sofrido profundas mudanças no território brasileiro, são
mudanças de ordem vocabular e fonética, que não afetam ou comprometem a estrutura da língua ao ponto
de se ter um novo idioma. A língua portuguesa falada no Brasil é a língua portuguesa herdada de Portugal
apesar das nuances fonéticas e das diferenças de vocábulos.

Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Para compreender a situação da língua portuguesa no mundo, em 1996, foi criada a Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa, a CPLP.

Trata-se de uma organização internacional formadas por países de língua oficial portuguesa que objetivam
estreitar relações linguísticas, culturais, educacionais, comerciais, entre outras, visando à promoção e
difusão da língua, bem como à cooperação entre os países falantes de português.

Em razão disso, com objetivo de unificar a escrita e, consequentemente, preservar a língua portuguesa, foi
assinado em 1990 o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. No Brasil, o novo acordo está em vigor
desde 2009 e com uso obrigatório desde 2016.

Atualmente apenas nove dos dez países de língua oficial portuguesa são Estado- Membros da CPLP:
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-
Leste.

Referências
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
CÂMARA Jr., Joaquim Matoso. História e estrutura da língua portuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro:
Padrão, 1985.
CUNHA, Celso. Nova gramática do português contemporâneo. 2.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1985.

Você também pode gostar