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Introdução

Segundo a minha perspicácia sobre a temática em abordagem a língua


portuguesa é uma língua romântica flexiva originada no reino da Galiza e
no norte de Portugal. Com a criação do reino de Portugal em 1139.

É uma das línguas oficiais da união europeia, do Mercosul, das nações sul
americanas, da união africana e dos países lusófonos, com
aproximadamente 280 milhões de falantes, o português é 5ª língua mais
falada no mundo, a 3ª mais falada do hemisfério ocidental e a mais falada
no hemisfério sul da terra.
Origem do português
O português teve origem no que é hoje a Galiza e o norte de Portugal, derivada do latim
vulgar que foi introduzido no oeste da Península Ibérica há cerca de dois mil anos. Tem
um substrato céltico-lusitano, resultante da língua nativa dos povos ibéricos pré-
romanos que habitavam a parte ocidental da Península (Galaicos, Lusitanos, Célticos e
Cónios). Surgiu no noroeste da Península Ibérica e desenvolveu-se na sua faixa
ocidental, incluindo parte da antiga Lusitânia e da Bética romana. O romance galaico-
português nasce do latim falado, trazido pelos soldados romanos, colonos e magistrados.
O contacto com o latim vulgar fez com que, após um período de bilinguismo, as línguas
locais desaparecessem, levando ao aparecimento de novos dialectos. Assume-se que a
língua iniciou o seu processo de diferenciação das outras línguas ibéricas através do
contacto das diferentes línguas nativas locais com o latim vulgar, o que levou ao
possível desenvolvimento de diversos traços individuais ainda no período romano. A
língua iniciou a segunda fase do seu processo de diferenciação das outras línguas
românicas depois da queda do Império Romano, durante a época das invasões bárbaras
no século V quando surgiram as primeiras alterações fonéticas documentadas que se
reflectiram no léxico. Começou a ser usada em documentos escritos pelo século IX, e no
século XV tornara-se numa língua amadurecida, com uma literatura bastante rica.
Chegando à Península Ibérica em 218 a.C., os romanos trouxeram com eles o latim
vulgar, de que todas as línguas românicas (também conhecidas como "línguas
novilatinas" ou "neolatinas") descendem. Só no fim do século I a.C. os povos que
viviam a sul da Lusitânia pré-romana, os cónios e os celtas, começam o seu processo de
romanização. As línguas paleo-ibéricas, como a Língua lusitana ou a sul-lusitana são
substituídas pelo latim. A língua difundiu-se com a chegada dos soldados, colonos e
mercadores, vindos das várias províncias e colónias romanas, que construíram cidades
romanas normalmente perto de cidades nativas. A partir de 409 d.C., enquanto o
Império Romano entrava em colapso, a Península Ibérica era invadida por povos de
origem germânica e iraniana ou eslava (suevos, vândalos, búrios, alanos, visigodos),
conhecidos pelos romanos como bárbaros que receberam terras como federados. Os
bárbaros (principalmente os suevos e os visigodos) absorveram em grande escala a
cultura e a língua da Península; contudo, desde que as escolas e a administração romana
fecharam, a Europa entrou na Idade Média e as comunidades ficaram isoladas, o latim
popular continuou a evoluir de forma diferenciada levando à formação de um proto-
ibero-romance "lusitano" (ou proto-galego-português). Desde 711, com a invasão
islâmica da Península, que também introduziu um pequeno contingente de saqalibas, o
árabe tornou-se a língua de administração das áreas conquistadas. Contudo, a população
continuou a usar as suas falas românicas, o moçárabe nas áreas sob o domínio mouro,
de tal forma que, quando os mouros foram expulsos, a influência que exerceram na
língua foi relativamente pequena. O seu efeito principal foi no léxico, com a introdução
de cerca de mil palavras através do moçárabe-lusitano.

Em 1297, com a conclusão da reconquista, o rei D. Dinis I prossegue políticas em


matéria de legislação e centralização do poder, adoptando o português como língua
oficial em Portugal. O idioma se espalhou pelo mundo nos séculos XV e XVI quando
Portugal estabeleceu um império colonial e comercial (1415-1999) que se estendeu do
Brasil, na América, a Goa, na Ásia (Índia, Macau na China e Timor-Leste). Foi utilizada
como língua franca exclusiva na ilha do Sri Lanka por quase 350 anos.

Durante esse tempo, muitas línguas crioulas baseadas no português também apareceram
em todo o mundo, especialmente na África, na Ásia e no Caribe.

Em março de 1994 foi fundado o Bosque de Portugal, na cidade sul brasileira de


Curitiba; o parque abriga o Memorial da Língua Portuguesa, que homenageia os
imigrantes portugueses e os países que adoptam a língua portuguesa; originalmente
eram sete as nações que estavam representadas em pilares, mas com a independência de
Timor-Leste, este também foi homenageado com um pilar construído em 2007. Em
março de 2006, fundou-se em São Paulo o Museu da Língua Portuguesa.

O português é a língua da maioria da população de Portugal, Brasil, São Tomé e


Príncipe (98,4%) e, de acordo com o censo de 2014, é a língua habitual de 71,15% da
população de Angola, entretanto, cerca de 85% dos angolanos são capazes de falar
português, segundo o Instituto Nacional de Estatística. Apesar de apenas 10,7% da
população de Moçambique ser de falantes nativos do português, o idioma é falado por
cerca de 50,4% dos moçambicanos, de acordo com o censo de 2007. A língua também é
falada por cerca de 15% da população da Guiné-Bissau, e por cerca de 25% da
população de Timor-Leste. Não existem dados disponíveis relativos a Cabo Verde, mas
quase toda a população é bilingue, sendo os cabo-verdianos monolingues falantes do
crioulo cabo-verdiano. Em Macau, apenas 0,7% da população usa o português como
língua nativa e cerca de 4% dos macaenses falam esse idioma.

Segundo Leite de Vasconcelos, há a considerar na evolução da língua portuguesa três


fases: pré-histórico, proto-histórica e histórico.

Pré-histórica: começa com as origens da língua e vai ate ao século IX. Entre o século V
e o século IX temos o que geralmente se denomina romance Lusitânio (em latim
vulgar).

Proto-histórica; do século IX ao XIII. Nesta fase encontram-se já, nos documentos


redigidos em latim bárbaro (o latim dos notários da idade média), palavras e expressões
originárias dos romances locais, entre os quais aquele que dará origem ao português.
Onde se deduz que a língua já era falada, mas não escrita.

Histórica: inicia-se no século XIII estendem-se ate aos nossos dias. Esta fase
compreende dois períodos:

1ª Período do Português Arcaico: vai do século XII ao século XV. O primeiro texto
inteiramente redigido em português e dado no século XII.

2ª Período do Português Moderno: do século XVI ate aos nossos dias.

Por influência dos humanistas do renascimento, o século XV ficou marcado por um


aperfeiçoamento e enriquecimento linguístico. Aparece em 1572, a obra de Luís de
Camões, «Os Lusíadas», marco histórico do nosso idioma e monumento literário e
linguístico.
Fernão de Oliveira edita em 1536, a primeira gramática da língua portuguesa, intitulada
« Grammatica da LingoagemPortugueza». Já em 1540 João de Barros escreve, com o
mesmo titulo a segunda gramática da língua portuguesa.

Idioma oficial

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (sigla CPLP) consiste em


nove países independentes que têm o português como língua oficial:
Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor-Leste, Guiné-Bissau, Guine Equatorial,
Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. A Guiné Equatorial fez um
pedido formal de adesão plena à CPLP em Junho de 2010, o que somente é
concedido a países que têm o português como idioma oficial. Em 2011, o
português foi incluído como sua terceira língua oficial (ao lado do espanhol
e do francês) e, em Julho de 2014, o país foi aceito como membro da
CPLP. O português é também uma das línguas oficiais da região
administrativa especial chinesa de Macau (ao lado do chinês) e de várias
organizações internacionais como o Mercosul, a Organização dos Estados
Ibero-Americanos, a União de Nações Sul-Americanas, a Organização dos
Estados Americanos, a União Africana e da União Europeia.

Poderá acrescentar-se a esse número a imensa diáspora de cidadãos de


nações lusófonas espalhada pelo mundo, estimando-se que ascenda aos 10
milhões (4,5 milhões de portugueses, 3 milhões de brasileiros, meio milhão
de cabo-verdianos, etc.) mas sobre a qual é difícil obter números reais
oficiais, incluindo-se nisso a obtenção de dados percentuais dessa diáspora
que fala efectivamente a língua de Camões, uma vez que uma porção
significativa será de cidadãos de países lusófonos nascidos fora de território
lusófono descendentes de imigrantes, os quais não necessariamente falam o
português. É necessário ter-se igualmente em conta que boa parte das
diásporas nacionais já se encontra contabilizada nas populações dos países
lusófonos, como por exemplo o grande número de cidadãos emigrantes dos
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs) e brasileiros em
Portugal, ou o grande número de cidadãos emigrantes portugueses no
Brasil e nos PALOPs.

Língua estrangeira e o futuro.

O ensino obrigatório do português nos currículos escolares é observado no


Uruguai e na Argentina. Outros países onde o português é ensinado em
escolas, ou onde seu ensino está sendo introduzido agora, incluem
Venezuela, Zâmbia, República do Congo, Senegal, Namíbia, Essuatín
Costa do Marfim e África do Sul. No estado de Goa na Índia, actualmente
o português é aprendido, no ensino oficial e particular. A Universidade de
Goa tem um mestrado em Estudos Portugueses desde 1988. Segundo
estimativas da UNESCO, o português é um dos idiomas que mais crescem
entre as línguas europeias após o inglês e o espanhol. O português é o
idioma que tem o maior potencial de crescimento como língua
internacional na África Austral e na América do Sul. Espera-se que os
países africanos falantes da língua portuguesa tenham uma população
combinada de 83 milhões de pessoas até 2050. No total, os países de língua
portuguesa terão por volta de 400 milhões de pessoas no mesmo ano.
Desde 1991, quando o Brasil assinou no mercado económico do Mercosul
com outros países sul-americanos, como Argentina, Uruguai e Paraguai,
tem havido um aumento no interesse pelo estudo do português nas nações
da América do Sul. O peso demográfico do Brasil no continente continuará
a reforçar a presença do idioma na região. Embora no início do século XXI,
depois de Macau ter sido cedida à China, o uso de português estivesse em
declínio na Ásia, está novamente se tornando uma língua relativamente
popular por lá, principalmente por causa do aumento dos laços
diplomáticos e financeiros chineses com os países de língua portuguesa.

Visibilidade Política

Existe um número crescente de pessoas que falam português, nos médios e


na Internet, que estão apresentando tal situação à Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa (CPLP) e outras organizações para a realização de
um debate na comunidade lusófona, com o objectivo de apresentar uma
petição para tornar o português uma das línguas oficiais da Organização
das Nações Unidas (ONU). Em Outubro de 2005, durante a convenção
internacional do Elos Clube Internacional da Comunidade Lusíada,
realizada em Tavira (Portugal), uma petição cujo texto pode ser encontrado
na Internet com o título "Petição para tornar o idioma português oficial na
ONU" foi redigida e aprovada por unanimidade. Rómulo Alexandre
Soares, presidente da Câmara Brasil - Portugal, destaca que o
posicionamento do Brasil no cenário internacional como uma das potências
emergentes do século XXI, pelo tamanho de sua população, e a presença da
sua variante do português em todo o mundo, fornece uma justificação
legítima para a petição enviada à ONU, e assim tornar o português um das
línguas oficiais da organização. Esta é actualmente uma das causas do
Movimento Internacional Lusófono. Em África, o português é língua
oficial em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Moçambique e
Angola. Finalmente, na Ásia, encontra-se Timor-Leste uma nação lusófona.

Dialectos

Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica,


sendo influenciado por vários idiomas e dialectos, até chegar ao estágio
conhecido actualmente. Deve-se considerar, porém, que o português de
hoje compreende vários dialectos e sub-dialetos, falares e sub-falares,
muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões reconhecidos
internacionalmente (o português brasileiro e o português europeu). No
momento actual, o português é a única língua do mundo ocidental falada
por mais de cem milhões de pessoas com duas ortografias oficiais (é notado
que a língua inglesa tem diferenças de ortografia pontuais mas não
ortografias oficiais divergentes). Esta situação deve ser resolvida pelo
Acordo Ortográfico de 1990. Foi, entretanto, concluído pela Professora
Maria Regina Rocha, que através das regras do Acordo Ortográfico de
1990, foram unificados 569 vocábulos, 2.691 palavras que apresentavam
diferenças entre as ortografias portuguesa/africana/asiática e brasileira
assim se mantiveram após a reforma ortográfica, 1.235 passaram a ter uma
grafia diferente e, assim, 3.926 vocábulos ficam com diferenças gráficas
entre ambos os lados do Atlântico. A língua portuguesa tem grande
variedade de dialectos, muitos deles com uma acentuada diferença lexical
em relação ao português padrão seja no Brasil ou em Portugal. Tais
diferenças, entretanto, não prejudicam muito a inteligibilidade entre os
locutores de diferentes dialectos. Os primeiros estudos sobre os dialectos
do português europeu começaram a ser registados por Leite de Vasconcelos
no começo do século XX. Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos
os dialectos de Portugal podem ser encontrados nalgum dialecto no Brasil.
O português africano, em especial o português são-tomense, tem muitas
semelhanças com o português do Brasil. Ao mesmo tempo, os dialectos do
sul de Portugal (chamados "meridionais") apresentam muitas semelhanças
com o falar brasileiro, especialmente, o uso intensivo do gerúndio (e. g.
falando, escrevendo, etc.). Na Europa, os dialectos transmontanos e alto-
minhoto apresentam muitas semelhanças com o galego. Um dialecto já
quase desaparecido é o português libertino ou português alentejano
oliventino, falado em Olivença e em Táliga. Após a independência das
antigas colónias africanas, o português padrão de Portugal tem sido o
escolhido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português
tem apenas dois dialectos de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note-
se que na língua portuguesa europeia há uma variedade prestigiada que deu
origem à norma-padrão: a variedade de Lisboa. No Brasil, a maior
quantidade de falantes se encontra na região sudeste do país, essa região foi
alvo de intensas migrações internas, graças ao seu poder económico. O
Distrito Federal apresenta um destaque devido ao seu dialecto próprio,
pelas várias hordas de migração interna. Os dialectos europeus e
americanos do português apresentam problemas de inteligibilidade mútua
(dentro dos dois países), devido, sobretudo, a diferenças culturais,
fonéticas, lexicais. Nenhum pode, no entanto, ser considerado como
intrinsecamente melhor ou perfeito. Algumas comunidades cristãs falantes
de português na Índia, Sri Lanka, Malásia e Indonésia preservaram a sua
língua mesmo depois de terem ficado isoladas de Portugal. A língua foi
muito alterada nessas comunidades e, em muitas, nasceram crioulos de
base portuguesa, alguns dos quais ainda persistem, após séculos de
isolamento. Também é percebível uma variedade de palavras originadas do
português no tétum. Palavras de origem portuguesa entraram no léxico de
várias outras línguas, como o japonês, o suaíli, o indonésio e o malaio.

Léxico

O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, com cerca de 228 500 entradas, 376 500
acepções, 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras arcaicas, é um
exemplo da riqueza léxico da língua portuguesa. Segundo um levantamento feito pela
Academia Brasileira de Letras, a língua portuguesa tem actualmente cerca de 356 mil
unidades lexicais. Essas unidades estão dicionarizadas no Vocabulário Ortográfico da
Língua Portuguesa. A maior parte do léxico do português é derivada do latim, já que o
português é uma língua românica. No entanto, por causa da origem celtibera, as
migrações dos povos germânicos, a ocupação moura da Península Ibérica durante a
Idade Média e a participação de Portugal na Era dos Descobrimentos, adoptou palavras
de todo o mundo. No século XIII, por exemplo, o léxico do português tinha cerca de
80% das suas palavras com origem latina e 20% com origem pré-romana, celta,
germânica e árabe. Actualmente, a língua portuguesa ostenta no seu vocabulário termos
provenientes de diferentes idiomas como o provençal, o holandês, o hebraico, o persa, o
quíchua, o chinês, o turco, o japonês, o alemão e o russo, além de idiomas bem mais
próximos, como o inglês, o francês, o espanhol e o italiano. Também houve influência
de algumas línguas africanas. A maioria das palavras em português que podem ter sua
origem rastreada até aos habitantes pré-romanos de Portugal, que incluíam os iberos,
galaicos, lusitanos, célticos, túmulos velhos, cónios e outros, é celta, existindo muito
pouco léxico ibérico. No século V, a Península Ibérica (a Hispânia romana) foi
conquistada pelos germânicos suevos e visigodos. Esses povos contribuíram com
algumas palavras ao léxico português, principalmente nas relacionadas à guerra. Entre
os séculos IX e XIII, o português adquiriu cerca de 800 palavras do árabe, devido a
influência moura na Ibéria. No século XV, as explorações marítimas portuguesas
levaram à introdução de estrangeirismos de muitas das línguas asiáticas. Do século XVI
ao XIX, por causa do papel de Portugal como intermediário no comércio de escravos no
Atlântico e o estabelecimento de grandes colónias portuguesas em Angola,
Moçambique e Brasil, o português sofreu várias influências de idiomas africanos e
ameríndios.

Classificação e Línguas Relacionadas

O português é uma língua indo-europeia, do grupo das línguas românicas (ou latinas), as
quais descendem do latim, pertencente ao ramo itálico da família indo-europeia.
Comparado com as outras línguas da Península Ibérica, excluindo o galego e o
mirandês, considera-se ter maiores parecenças com o sistema vocálico catalão, mas
também existem algumas similitudes entre o português e os falares pirenaicos centrais.
Como factor decisivo para a evolução do português considera-se frequentemente a
influência de um marcado substrato celta. Os fonemas vocálicos nasais estabelecem
uma similitude com o ramo galo-românico (especialmente com o francês antigo). A
língua portuguesa é, em alguns aspectos, parecida com a língua castelhana, tal como
com a língua catalã ou a língua italiana, mas é muito diferente na sua sintaxe, na sua
fonologia e no seu léxico. Um falante de uma das línguas precisa de alguma prática para
entender um falante da outra. Além do mais, as diferenças no vocabulário podem
dificultar o entendimento. Entretanto, essa situação usualmente se configura usando o

Vocabulário corrente da língua. Geralmente, há palavras portuguesas da mesma origem


etimológica (às vezes em desuso) que as dos outros romances. Compare-se por
exemplo: Ela fecha sempre a janela antes de jantar. (em português) (língua actual) Ella
cierra siempre la ventana antes de cenar. (castelhano) Ela cerra sempre a ventana antes
de cear. (usando a mesma etimologia) Enquanto os falantes de português têm um nível
notável de compreensão do castelhano, os falantes castelhanos têm, em geral, maior
dificuldade de entendimento. Isto acontece porque o português, apesar de ter sons em
comum com o castelhano, também tem sons particulares. No português, por exemplo,
há vogais e ditongos nasais (provavelmente herança das línguas célticas). Além disso,
no português europeu há uma profunda redução de intensidade das sílabas finais e as
vogais átonas finais tendem a ser ensurdecidas ou mesmo suprimidas. Esta
particularidade da variedade europeia chama-se o ‘processo de redução do vocalismo
átono’. Há muitas línguas de contacto derivadas do ou influenciadas pelo português,
como por exemplo o patuá macaense de Macau. No Brasil, destacam-se o lanc-patuá
derivado do francês e vários quilombolas, como o cupópia do Quilombo Cafundó, de
Salto de Pirapora, no estado brasileiro de São Paulo.

Ortografia

O português padrão tem duas variantes reconhecidas internacionalmente:

 Como em Portugal e nos restantes países do mundo lusófono à excepção do Brasil 


Como no Brasil

Empregado por cerca de 85% dos falantes do português, o padrão brasileiro é hoje o
mais falado, escrito, lido e estudado do mundo. É, ademais, amplamente estudado nos
países da América do Sul, devido à grande importância económica do Brasil no
Mercosul. As diferenças entre as variedades do português da Europa e do Brasil estão
no vocabulário, na pronúncia e na sintaxe, especialmente nas variedades vernáculas,
enquanto nos textos formais essas diferenças diminuem bastante. As diferenças não são
maiores que entre o inglês dos Estados Unidos e do Reino Unido ou o francês da França
e de Quedes. Ambas as variedades são, sem dúvida, dialectos da mesma língua e os
falantes de ambas as variedades podem entender-se apenas com pequenas dificuldades
pontuais. Essas diferenças entre as variantes são comuns a todas as línguas naturais,
ocorrendo em maior ou menor grau, dependendo do caso. Com um oceano entre Brasil e
Portugal, e ao longo de quinhentos anos, a língua evoluiu de maneira diferente em
ambos os países, dando origem a dois padrões de linguagem simplesmente diferentes,
não existindo um padrão que seja mais coreto em relação ao outro. É importante
salientar que dentro daquilo a que se convencionou chamar "português do Brasil" e
"português europeu" há um grande número de variações regionais.

Um dos traços mais importantes do português brasileiro é o seu conservadorismo em


relação à variante europeia, sobretudo no aspecto fonético. Um português do século
XVI mais facilmente reconheceria a fala de um brasileiro do século XX como sua do
que a fala de um português. O exemplo mais forte disto é o vocalismo átono usado no
Brasil, que corresponde ao do português da época dos descobrimentos. Assim, a
linguística não só retira qualquer autoridade de qualquer variante em relação às outras,
como mostra que

A distância entre as variantes e entre os seus falantes não é tão grande como muitos
pensam. O que mais afastava as duas variantes não era o seu léxico ou pronúncia
distintos, considerados naturais até num mesmo país, mas antes a circunstância, pouco
comum nas línguas, de seguirem duas ortografias diferentes. Por exemplo, o Brasil
eliminara o "c" das sequências interiores cc/cç/ct, e o "p" das sequências pc/pç/pt
sempre que não eram pronunciados na forma culta da língua, um remanescente do
passado latino da língua que persistia no português europeu. Europa e África pré-
Acordo acção acto contacto direcção eléctrico óptimo adopção

Brasil pré e pós-Acordo acção ato contacto direcção eléctrico óptimo adopção

Nota: no Brasil mantêm-se quando pronunciadas, como em facção, compactar,


intelectual, aptidão etc. Também ocorriam diferenças de acentuação devido a
pronúncias diferentes. No Brasil, em palavras como académico, anónimo e bidê usa-se o
acento circunflexo por tratar-se de vogais fechadas, enquanto nos restantes países
lusófonos estas vogais são abertas: académico, anónimo e bidé respectivamente. Nesses
casos, o Acordo Ortográfico de 1990, assinado por todos os países membros da
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), instituiu duplas grafias para o
mundo lusófono (Base XI, 3º)

Reformas Ortográficas

O ex-presidente de Portugal Cavaco Silva e o ex-presidente do Brasil Lula no Real


Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro em 2008.
Durante muitos anos, Portugal (até 1975, incluía as suas colónias) e o Brasil tomaram
decisões unilateralmente e não chegaram a um acordo comum, legislando sobre a
língua. Existiram pelo menos cinco acordos ortográficos: Acordo Ortográfico de 1911,
Acordo Ortográfico de 1943, Acordo Ortográfico de 1945, Acordo Ortográfico de 1971
e o Acordo Ortográfico de 1990. Todos eles estiveram envolvidos em polémicas e
divergências entre os países signatários. Os mais significativos foram o Acordo
Ortográfico de 1943 que esteve em vigor apenas no Brasil entre 12 de Agosto de 1943 e
31 de Dezembro de 2008 (com algumas alterações introduzidas pelo Acordo
Ortográfico de 1971) e o Acordo Ortográfico de 1945, em vigor em Portugal e todas as
colónias portuguesas da época, desde 8 de Dezembro de 1945 até à entrada em vigor do
Acordo Ortográfico de 1990, que ainda não entrou em vigor em todos os países
signatários O Acordo Ortográfico de 1990 foi proposto para criar uma norma
ortográfica única, de que participaram na altura todos os países de língua oficial
portuguesa, e em que esteve presente uma delegação não oficial de observadores da
Galiza. Os signatários que ratificaram o acordo original foram Portugal (1991), Brasil
(1995), Cabo Verde (1998) e São Tomé e Príncipe (2006).

Em Julho de 2004 foi aprovado, em São Tomé e Príncipe, o Segundo Protocolo


Modificativo, durante a Cúpula dos Chefes de Estado e de governo da CPLP. O
Segundo Protocolo vem permitir que o acordo possa vigorar com a ratificação de apenas
três países, sem a necessidade de aguardar que todos os demais membros da CPLP
adoptem o mesmo procedimento, e contemplava também a adesão de Timor-Leste, que
ainda não era independente em 1990. Assim, tendo em vista que o Segundo Protocolo
Modificativo foi ratificado pelo Brasil (2004), Cabo Verde (2005) e São Tomé e
Príncipe (2006), e que o Acordo passaria automaticamente a vigorar um mês após a
terceira ratificação necessária, tecnicamente, o novo Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa está em vigor, na ordem jurídica internacional e nos ordenamentos jurídicos
dos três Estados acima indicados, desde 1º de Janeiro de 2007. Depois de muita
discussão, no dia 29 de Julho de 2008, o parlamento português ratificou o Segundo
Protocolo Modificativo, aprovado a 25 de Julho do mesmo ano, estabelecendo um prazo
de até seis anos para que a reforma ortográfica fosse totalmente implantada. A nova e a
antiga ortografia coexistiram em Portugal entre 13 de Maio de 2009 e 13 de Maio de
2015, data em que o Acordo Ortográfico de 1990 passou a vigorar obrigatoriamente em
Portugal. No Brasil, houve a vigência desde Janeiro de 2009, tendo o presidente Luís
Inácio Lula da Silva assinado legislação sobre o acordo no segundo semestre de 2008.
Porém, até 2012 as duas ortografias estiveram vigentes.

Gramática

A gramática, a morfologia e a sintaxe do idioma português é semelhante à gramática das


demais línguas românicas, especialmente à do espanhol, língua com a qual compartilha
89% de semelhança lexical, e ainda mais à do galego. O português é um idioma
relativamente sintético e flexivo. Substantivos, adjectivos, pronomes e artigos são
moderadamente flexionados: existem dois géneros (masculino e feminino) e dois
números (singular e plural). O caso gramatical da sua língua ancestral, o latim, foi
perdido, mas os pronomes pessoais são ainda divididos em três tipos principais de
formas: sujeito, objecto do verbo e objecto da preposição. A maioria dos substantivos e
adjectivos pode levar muitos sufixos diminutivos ou aumentativos derivacionais e a
maioria dos adjectivos podem ter sufixo derivacional "superlativo". Normalmente os
adjectivos seguem o substantivo. Os verbos são altamente flexionados: existem três
tempos (passado, presente e futuro), três modos (indicativo, subjectivo, imperativo), três
aspectos (perfectivo, imperfeito e progressiva), duas vozes (activa e passiva) e um
infinitivo flexionado. Tempos mais que perfeitos e imperfeitos são sintéticos,
totalizando 11 paradigmas de conjugação, enquanto

Todos os tempos progressivos e construções passivas são perifrásticos. Como em outras


línguas românicas, existe também uma construção impessoal passiva, onde o agente
substituído por um pronome indefinido. O português é basicamente uma língua SVO,
embora a sintaxe SOV possa ocorrer com alguns poucos pronomes e a ordem das
palavras geralmente não seja tão rígida quanto no inglês, por exemplo. É uma
linguagem de sujeito nulo, com uma tendência de queda dos objectos de pronomes, bem
como das variedades coloquiais. O português tem dois verbos de ligação. A língua
portuguesa tem várias características gramaticais que a distinguem da maioria das outras
línguas românicas, como um pretérito mais-que-perfeito sintético, verbo no futuro do
subjectivo, infinitivo flexionado e um presente perfeito com um sentido iterativo. Um
recurso exclusivo do idioma português é a mesclasse, a infixação de pronomes clíticos
em algumas formas verbais.
Fonologia

A língua portuguesa contém alguns sons únicos para falantes de outras línguas,
tornandose, por isso, necessário que estes lhes prestem especial atenção quando os
aprendem. O português tem uma das fonologias mais ricas das línguas românicas, com
vogais orais e nasais, ditongos nasais e dois ditongos nasais duplos. As vogais
semifechadas (e, o) e as vogais semiabertas (i, u) são quatro fonemas separados, ao
invés do espanhol, e o contraste entre elas é usado para apofonia. O português europeu
também possui duas vogais centrais, uma das quais tende a ser omitida na fala como o e
caduc do francês. Há, no português, um máximo de nove vogais orais e 19 consoantes,
embora algumas variedades da língua tenham menos fonemas (o português brasileiro é
geralmente analisado como tendo sete vogais orais). Há também cinco vogais nasais,
que alguns linguistas consideram como alofones das vogais orais, dez ditongos orais e
cinco ditongos nasais. No total, o português do Brasil tem 13 fonemas vogais

Vogais

Para as sete vogais do latim vulgar, o português europeu acrescentou duas vogais
centrais próximas, uma das quais tende a ser elidida na fala rápida. A carga funcional
destas duas vogais adicionais é muito baixa. As vogais altas (a, e, i ) e as vogais baixas
(o,u) são quatro fonemas distintos e eles se alternam em várias formas de apofonia.
Como o catalão, o português usa qualidade da vogal para contrastar sílabas estressadas
com sílabas átonas: vogais isoladas tendem a ser levantadas, e em alguns casos,
centralizadas, quando átonas. Ditongos nasais ocorrem principalmente nas extremidades
das palavras.

Consoantes

Fonemas consonantais do português


Lábio- Palato
Bilabial Dental/alveolar Palatal Velar Uvular/Glotal
dental alveolar
Nasal m n j
Oclusiva p | b t |d k| g
Fricativa f | v s | z f| e k
Lateral i x
Vibrante r
CONCLUSÃO

Entretanto concluímos que o carácter românico da língua portuguesa é


amplamente atestado no campo do léxico, da fonética, da morfologia e da
sintaxe. Aos poucos, estamos fornecendo informações que se ampliam em
outras aulas sobre a incidência de transformações fonéticas na passagem do
romance ibérico para o galaico-português e deste para a língua portuguesa
autónoma. Esses fenómenos fonéticos (metaplasmos) comuns na fase de
transição do latim vulgar para todas as línguas românicas, como vamos
constatar, datam da época primordial de constituição dessas línguas,
nomeadamente da língua portuguesa, que recebe, durante o processo de
formação do seu léxico, diferentes contribuições linguísticas, nos diversos
empréstimos linguísticos que contrai no percurso de elaboração de sua
história literária e cultural.
BIBLIOGRAFIA

Schütz, Ricardo (4 de agosto de 2003). «A Presença do Inglês e do Português no


Mundo». Consultado em 5 de julho de 2011.

Marco Ramerini, A Herança da Língua Portuguesa no Oriente (Ásia). Consultado em


17 de maio de 2012. Arquivado do original em 29 de julho de 2012.

«Estados-membros da CPLP». Consultado em 7 de fevereiro de 2017.

https://www.britannica.com/place/Sri-Lanka/The-Portuguese-in-Sri-Lanka-1505-1658.
Origens e estruturação histórica do léxico português (1976).

ABAURRE, Mª Bernadete et alii (2009): Fernão de Olivera, um gramático na História.


Campinas: Pontes

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