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TORRE DE BELÉM , LISBOA-PORTUGAL

Portugal
República Federativa do Brasil

LÍNGUA PORTUGUESA

A língua portuguesa é uma língua românica que se originou no que é hoje a Galiza e o
norte de Portugal, derivada do latim vulgar falado pelos povos pré-romanos que
habitavam a parte ocidental da península Ibérica (Galaicos, Lusitanos, Célticos e
Cónios) há cerca de dois mil anos. O idioma se espalhou pelo mundo nos séculos XV e
XVI quando Portugal estabeleceu um império colonial e comercial (1415-1999) que se
estendeu do Brasil, nas Américas, a Goa, e outras partes da Índia, Macau na China e
Timor-Leste. Foi utilizada como língua franca exclusiva na ilha do Sri Lanka por quase
350 anos. Durante esse tempo, muitas línguas crioulas baseadas no Português também
apareceram em todo o mundo, especialmente na África, na Ásia e no Caribe.
Com mais de 260 milhões de falantes,[9] é, como língua nativa, a quinta língua mais
falada no mundo e a terceira mais falada no mundo ocidental. Além de Portugal, é
oficial em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé
e Príncipe, Timor-Leste e, desde 13 de julho de 2007, na Guiné Equatorial,[10][11] sendo
também falado nos antigos territórios da Índia Portuguesa (Goa, Damão, Ilha de
Angediva, Simbor, Gogolá, Diu e Dadrá e Nagar-Aveli). Possui estatuto oficial na
União Europeia, no Mercosul, na União Africana, na Organização dos Estados
Americanos, na União Latina, na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
e na Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP).

Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica, sendo
influenciado por vários idiomas e dialetos, até chegar ao estágio conhecido atualmente.
Deve-se considerar, porém, que o português de hoje compreende vários dialetos e
subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões
reconhecidos internacionalmente (português brasileiro e português europeu). No
momento actual, o português é a única língua do mundo ocidental falada por mais de
cem milhões de pessoas com duas ortografias oficiais (note-se que línguas como o
inglês têm diferenças de ortografia pontuais mas não ortografias oficiais divergentes),
situação a que o Acordo Ortográfico de 1990 pretende pôr cobro.

Segundo um levantamento feito pela Academia Brasileira de Letras, a língua portuguesa


tem, atualmente, cerca de 356 mil unidades lexicais. Essas unidades estão
dicionarizadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

O português é conhecido como "A língua de Camões" (em homenagem a Luís Vaz de
Camões, escritor português, autor de Os Lusíadas) e "A última flor do Lácio"
(expressão usada no soneto Língua Portuguesa, do escritor brasileiro Olavo Bilac[12]).
Miguel de Cervantes, o célebre autor espanhol, considerava o idioma "doce e
agradável".[13]

Nos séculos XV e XVI, à medida que Portugal criava o primeiro império colonial e
comercial europeu, a língua portuguesa se espalhou pelo mundo, estendendo-se desde as
costas africanas até Macau, na China, ao Japão e ao Brasil, nas Américas. Como
resultado dessa expansão, o português é agora língua oficial de oito países
independentes além de Portugal, e é largamente falado ou estudado como segunda
língua noutros. Há, ainda, cerca de vinte línguas crioulas de base portuguesa. É uma
importante língua minoritária em Andorra, Luxemburgo, Paraguai, Namíbia, Maurícia,
Suíça e África do Sul. Além disso, encontram-se em várias cidades no mundo
numerosas comunidades de emigrantes onde se fala o português, como em Paris, na
França, Hamilton, nas Ilhas Bermudas, Toronto, Hamilton, Montreal e Gatineau no
Canadá, Boston, Nova Jérsei e Miami nos EUA e Nagoia e Hamamatsu no Japão.
História

Luís Vaz de Camões

O português surgiu no noroeste da península Ibérica e desenvolveu-se em sua faixa


ocidental, incluindo parte da antiga Lusitânia e da Bética romana. O romance galaico-
português nasce do latim falado, trazido pelos soldados e colonos romanos desde o
século III a.C.. O contacto com o latim vulgar fez com que, após um período de
bilinguismo, as línguas locais desaparecessem, levando ao aparecimento de novos
dialectos. Assume-se que a língua iniciou o seu processo de diferenciação das outras
línguas ibéricas através do contacto das diferentes línguas nativas locais com o latim
vulgar, o que levou ao possível desenvolvimento de diversos traços individuais ainda no
período romano.[14][15][16] A língua iniciou a segunda fase do seu processo de
diferenciação das outras línguas românicas depois da queda do Império Romano,
durante a época das invasões bárbaras no século V quando surgiram as primeiras
alterações fonéticas documentadas que se reflectiram no léxico. Começou a ser usada
em documentos escritos pelo século IX, e no século XV tornara-se numa língua
amadurecida, com uma literatura bastante rica.

Chegando à península Ibérica em 218 a.C., os romanos trouxeram com eles o latim
vulgar, de que todas as línguas românicas (também conhecidas como "línguas
novilatinas", ou, ainda, "neolatinas") descendem. Só no fim do século I a.C. os povos
que viviam a sul da Lusitânia pré-romana, os cónios e os celtas, começam o seu
processo de romanização. As línguas paleo-ibéricas, como a Língua lusitana ou a sul-
lusitana são substituídas pelo latim. Estrabão, um geógrafo da Grécia antiga, comenta
num dos livros da sua obra Geographia que os turdetanos adoptaram os costumes
romanos, e já não se lembravam da própria língua, sendo este o povo mais romanizado
da época na península, habitando a região hoje chamada de Andaluzia, na Espanha. [17]
A língua difundiu-se com a chegada dos soldados, colonos e mercadores, vindos das
várias províncias e colónias romanas, que construíram cidades romanas normalmente
perto de cidades nativas.
Mapa cronológico mostrando o desenvolvimento das línguas do sudoeste da Europa
entre as quais o português.

A partir de 409 d.C.,[18] enquanto o Império Romano entrava em colapso, a península


Ibérica era invadida por povos de origem germânica e iraniana ou eslava[19] (suevos,
vândalos, búrios, alanos, visigodos), conhecidos pelos romanos como bárbaros que
receberam terras como fœderati. Os bárbaros (principalmente os suevos e os visigodos)
absorveram em grande escala a cultura e a língua da península; contudo, desde que as
escolas e a administração romana fecharam, a Europa entrou na Idade Média e as
comunidades ficaram isoladas, o latim popular começou a evoluir de forma diferenciada
e a uniformidade da península rompeu-se, levando à formação de um proto-ibero-
romance "lusitano" (ou proto-galego-português). Desde 711, com a invasão islâmica da
península, que também introduziu um pequeno contingente de saqalibas, o árabe tornou-
se a língua de administração das áreas conquistadas. Contudo, a população continuou a
usar as suas falas românicas, o moçárabe nas áreas sob o domínio mouro, de tal forma
que, quando os mouros foram expulsos, a influência que exerceram na língua foi
relativamente pequena. O seu efeito principal foi no léxico, com a introdução de cerca
de mil palavras através do moçárabe-lusitano.

Os registos mais antigos que sobreviveram de uma língua portuguesa distinta são
documentos notariais (ou tabeliónicos) do século IX, ainda entremeados com muitas
frases em latim notarial (ou latino-romance). Essa fase da história da língua, que
antecedeu o surgimento de uma escrita (scripta) portuguesa autónoma foi designada por
"período proto-histórico" por José Leite de Vasconcellos e "período das origens" por
Clarinda Maia. Embora a escrita tivesse uma aparência "alatinada" a língua falada era o
galego-português.[carece de fontes?]

Os mais antigos textos escritos em português constituem aquilo Trecho de poesia


que Ivo Castro chamou a "produção primitiva portuguesa" e medieval portuguesa
datam de inícios do século XIII. A partir de 1255 o português Das que vejo
foi adoptado como ‘língua de registo’ na chancelaria régia (no non desejo
reinado de D. Afonso III. outra senhor se vós non,
e desejo
Portugal tornou-se independente em 1143 com o rei D. Afonso tan sobejo,
Henriques. A língua falada à época, o português antigo mataria um leon,
(antepassado comum ao galego e ao português modernos, do senhor do meu coraçon:
século XII ao século XIV), começou a ser usada de forma mais fin roseta,
generalizada, depois de ter ganhado popularidade na Península bela sobre toda fror,
Ibérica cristianizada como uma língua de poesia. Em 1290, o rei fin roseta,
non me meta
en tal coita voss'amor!
João de Lobeira
(1270?–1330?)
Dom Dinis cria a primeira universidade portuguesa em Lisboa (o Estudo Geral) e
decretou que o português, até então apenas conhecido como "língua vulgar" passasse a
ser conhecido como língua portuguesa e oficialmente usado.

No segundo período do português arcaico, entre os séculos XIV e XVI, com as


descobertas portuguesas, a língua portuguesa espalhou-se por muitas regiões da Ásia,
África e Américas. Hoje, a maioria dos falantes do português encontram-se no Brasil,
na América do Sul. No século XVI, torna-se a língua franca da Ásia e África, usado não
só pela administração colonial e pelos mercadores, mas também para comunicação entre
os responsáveis locais e europeus de todas as nacionalidades. A irradiação da língua foi
ajudada por casamentos mistos entre portugueses e as populações locais e a sua
associação com os esforços missionários católicos levou a que fosse chamada Cristão
em muitos sítios da Ásia. O Dicionário japonês-português de 1603 foi um produto da
actividade missionária jesuíta no Japão. A língua continuou a gozar de popularidade no
sudoeste asiático até ao século XIX.

Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, Brasil.

Algumas comunidades cristãs falantes de português na Índia, Sri Lanka, Malásia e


Indonésia preservaram a sua língua mesmo depois de terem ficado isoladas de Portugal.
A língua modificou-se bastante nessas comunidades e, em muitas, nasceram crioulos de
base portuguesa, alguns dos quais ainda persistem, após séculos de isolamento.
Encontra-se também um número bastante considerável de palavras de origem
portuguesa no tétum. Palavras de origem portuguesa entraram no léxico de várias outras
línguas, como o japonês, o suaíli, o indonésio e o malaio.

O fim do português arcaico é marcado pela publicação do Cancioneiro Geral de Garcia


de Resende em 1516. O período do português moderno (do século XVI até ao presente)
teve um aumento do número de palavras originárias do latim clássico e do grego,
emprestadas ao português durante a Renascença, aumentando a complexidade da língua.

Em março de 1994 foi fundado o Bosque de Portugal, na cidade sul-brasileira de


Curitiba; o parque abriga o Memorial da Língua Portuguesa, que homenageia os
imigrantes portugueses e os países que adotam a língua portuguesa; originalmente eram
sete as nações que estavam representadas em pilares, mas com a independência de
Timor-Leste, este também foi homenageado com um pilar construído em 2007.[20]

Em março de 2006, fundou-se em São Paulo o Museu da Língua Portuguesa.

Classificação e línguas relacionadas


O português é uma língua indo-europeia, do grupo das línguas românicas (ou latinas), as
quais descendem do latim, pertecente ao ramo itálico da família indo-europeia.

A língua portuguesa é, em alguns aspectos, parecida com a língua castelhana, tal como
com a língua catalã ou a língua italiana, mas é muito diferente na sua sintaxe, na sua
fonologia e no seu léxico. Um falante de uma das línguas precisa de alguma prática para
entender um falante da outra. Além do mais, as diferenças no vocabulário podem
dificultar o entendimento. Compare-se por exemplo:

Ela fecha sempre a janela antes de jantar. (português)


Ella cierra siempre la ventana antes de cenar. (castelhano)

Enquanto os falantes de português têm um nível notável de compreensão do castelhano,


os falantes castelhanos têm, em geral, maior dificuldade de entendimento. Isto acontece
porque o português, apesar de ter sons em comum com o castelhano, possui outros que
são únicos. No português, por exemplo, há vogais e ditongos nasais (provavelmente
herança das línguas célticas). Além disso, no português europeu há profunda redução de
intensidade das sílabas finais e as vogais átonas finais tendem a ser ensurdecidas ou
mesmo suprimidas. Esta particularidade da variedade europeia, que resulta do chamado
‘processo de redução do vocalismo átono’, dificulta a compreensão por parte de falantes
castelhanos, galegos e brasileiros.

O português é, naturalmente, relacionado com o catalão, o italiano e todas as outras


línguas latinas.

Há muitas línguas de contato derivadas do ou influenciadas pelo português, como por


exemplo o patuá macaense de Macau. No Brasil, destacam-se o lanc-patuá derivado do
francês e vários quilombolas, como o cupópia do Quilombo Cafundó, de Salto de
Pirapora, no estado brasileiro de São Paulo.[23]

Distribuição geográfica

Em destaque, países e regiões onde o Português é língua oficial

Em destaque, países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

O português é primeira língua em Angola, Brasil, Portugal, São Tomé e Príncipe e


Moçambique.
A língua portuguesa é também a língua oficial de Cabo Verde, da Guiné-Bissau e uma
das línguas oficiais da Guiné Equatorial (com o espanhol e o francês), de Timor-Leste
(com o tétum) e de Macau (com o chinês). É bastante falado, mas não oficial, em
Andorra, Luxemburgo, Namíbia e Paraguai. Crioulos de base portuguesa são as línguas
maternas da população de Cabo Verde e de parte substancial dos guineenses e são-
tomenses.

O português é falado por cerca de 190 milhões de pessoas na América do Sul, 16


milhões de africanos, 12 milhões de europeus, dois milhões na América do Norte e 330
mil na Ásia.

Dentre as línguas, oficiais e primeiras, faladas numa significativa quantidade de países,


o Português é a única cujos países falantes (7 nações) não fazem fronteira com outro
país da mesma língua. Tal não ocorre com o Inglês, com o Francês, o Espanhol, o
Árabe. Os territórios colonizados por Portugal não se sub-dividiram em diversos países,
como ocorreu com as colônias da Espanha nas Américas, com as colônias da França e
do Reino Unido na África. Nem os países originados pela expansão árabe islâmica pela
Ásia e África mantiveram a unidade política.

A CPLP ou Comunidade dos Países de Língua Portuguesa é uma organização


internacional constituída pelos oito países independentes que têm o português como
língua oficial. O português é também uma língua oficial da União Europeia, Mercosul e
uma das línguas oficiais e de trabalho da União Africana. A União Latina é outra
organização internacional constituída por países de línguas românicas como o
português. A língua portuguesa tem ganhado popularidade como língua de estudo na
África, América do Sul e Ásia.

Portais de Países e Regiões de Língua Oficial Portuguesa

Dialectos

A língua portuguesa tem grande variedade de dialectos, muitos deles com uma
acentuada diferença lexical em relação ao português padrão seja no Brasil ou em
Portugal [24][25] .[26] Tais diferenças, entretanto, não prejudicam muito a inteligibilidade
entre os locutores de diferentes dialectos.

Os primeiros estudos sobre os dialectos do Português europeu começaram a ser


registados por Leite de Vasconcelos no começo do século XX.[27][28] Mesmo assim, todos
os aspectos e sons de todos os dialectos de Portugal podem ser encontrados nalgum
dialecto no Brasil. O português africano, em especial o português são-tomense, tem
muitas semelhanças com o português do Brasil. Ao mesmo tempo, os dialetos do sul de
Portugal (chamados "meridionais") apresentam muitas semelhanças com o falar
brasileiro, especialmente, o uso intensivo do gerúndio (e. g. falando, escrevendo, etc.).
Na Europa, o dialecto "transmontano-alto-minhoto" apresenta muitas semelhanças com
o galego. Um dialecto já quase desaparecido é o português oliventino ou português
alentejano oliventino, falado em Olivença e em Táliga.

Após a independência das antigas colónias africanas, o português padrão de Portugal


tem sido o preferido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português tem
apenas dois dialectos de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note-se que na língua
portuguesa europeia há uma variedade prestigiada que deu origem à norma-padrão: a
variedade de Lisboa. No Brasil, o dialecto de mais prestígio é o falado pelos habitantes
cultos das grandes cidades, sendo os mais difundidos na mídia o de São Paulo e o do
Rio de Janeiro. Os dialectos europeus e americanos do português apresentam problemas
de inteligibilidade mútua (dentro dos dois países), devido, sobretudo, a diferenças
fonéticas e lexicais. Nenhum pode, no entanto, ser considerado como intrinsecamente
melhor ou mais perfeito do que os outros.

Dialectos de Portugal

Dialectos de Portugal
 1. Dialectos portugueses insulares açorianos. Ouvir registo sonoro recolhido em
Ponta Garça (São Miguel).
 8. Dialectos portugueses insulares madeirenses. Ouvir registo sonoro recolhido
em Câmara de Lobos.
 4. e 10. Dialectos portugueses setentrionais: dialectos transmontanos e alto-
minhotos. Ouvir registo sonoro recolhido em Castro Laboreiro (Minho).
 9. 6. 5. Dialectos portugueses setentrionais: dialectos baixo-minhotos-durienses-
beirões. Ouvir registo sonoro recolhido em Granjal (Viseu).
 7. Dialectos portugueses centro-meridionais: dialectos do centro litoral. Inclui
Coimbra, Leiria e Lisboa. Ouvir registo sonoro recolhido em Moita do Martinho
(Leiria).
 2. e 3. Dialectos portugueses centro-meridionais: dialectos do centro interior e
do sul. Ouvir registo sonoro recolhido em Serpa (Beja, Alentejo).

Regiões subdialectais com características peculiares bem diferenciadas


 Dialectos portugueses setentrionais
o Região subdialectal do Baixo-Minho e Douro Litoral. Inclui o
Porto. Ouvir registo sonoro recolhido em Vila Praia de Âncora
(Viana do Castelo).
 Dialectos portugueses centro-meridionais
o Região subdialectal da Beira Baixa e Alto Alentejo: zona centro-
meridional. Ouvir registo sonoro recolhido em Castelo de Vide
(Portalegre, Alentejo).
o Região subdialectal do Barlavento do Algarve. Ouvir registo
sonoro recolhido em Porches (Algarve).

Um mapa mais preciso da classificação Lindley Cintra pode ser encontrado nesta página
do Instituto Camões.

Dialetos do Brasil

Dialetos do Brasil
Há pouca precisão na divisão dialetal brasileira. Alguns dialetos, como o dialeto caipira,
já foram estudados, estabelecidos e reconhecidos por linguistas, tais como Amadeu
Amaral. Contudo, há poucos estudos a respeito da maioria dos demais dialetos e,
atualmente, aceita-se a classificação proposta pelo filólogo Antenor Nascentes e outros.
[carece de fontes?]

 1. Caipira - interior do estado de São Paulo, norte do Paraná, sul de Minas


Gerais, sul de Goiás e leste de Mato Grosso do Sul (Sul, Sudeste e Centro-
Oeste)
 2. Dialeto nordestino do norte - dialeto falado no norte da Região Nordeste, mais
precisamente no Maranhão e Piauí, com influência do dialeto nortista.
 3. Dialeto nordestino do sul/Baiano - dialeto falado no sul da Região Nordeste,
mais precisamente na Bahia, com influência do dialeto mineiro.
 4. Fluminense (ouvir) - Estado do Rio de Janeiro (capital e regiões litorânea e
serrana) (Sudeste)
 5. Gaúcho - Rio Grande do Sul, com alguma influência do castelhano, como
dizer "bueno", "griz", "cucharra" e "entonces" (Sul).
 6. Mineiro - Minas Gerais (Sudeste)
 7. Dialeto nordestino do centro - dialeto falado no centro da Região Nordeste,
mais precisamente nos estados de Alagoas e Sergipe e interior do Ceará,
Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. As cidades de Recife, João
Pessoa, Natal e Fortaleza apresentam um dialeto misturado (ouvir), forte
influência dos dialetos paulistano, fluminense, sulista e naturalmente nordestino,
devido migrantes recentes do Sudeste e Sul e nordestinos que voltam de São
Paulo e Rio de Janeiro.
 8. Nortista - estados da bacia do Amazonas - (o interior e Manaus têm falares
próprios)
 9. Paulistano - cidade de São Paulo e proximidades
 10. Sertanejo - Estados de Goiás e Mato Grosso. Se assemelha aos dialectos
mineiro e caipira.
 11. Sulista - Estados do Paraná e Santa Catarina. Este dialeto sofre inúmeras
variações de pronúncia de acordo com a área geográfica, sendo influenciado pela
pronúncia de São Paulo e Rio Grande do Sul com influências eslavas no Paraná
e em algumas regiões de Santa Catarina, e na maioria das regiões deste estado
influências portuguesas e gaúchas. Há pequena influência nas áreas de
colonização alemã com sotaque.

Dialectos de Angola

Dialectos de Angola
1. Português de Angola
1. Benguelense - província de Benguela
2. Luandense - provincía de Luanda
3. Sulista - Sul de Angola
4. Huambense - Centro de Angola

[editar] Dialectos de Cabo Verde


1. Português cabo-verdiano. - Cabo Verde

Dialectos de São Tomé


1. Português são-tomense - São Tomé e Principe

Dialectos de Espanha
1. Fala da Extremadura ou fala de Xálima – Valverde do Fresno, Elas, São
Martinho de Trebelho (variedade linguística do português)
2. Português oliventino – Olivença e Táliga, Espanha (em desuso; não protegido)

Outras áreas
 Guineense (ouvir) - Guiné-Bissau
 Macaense (ouvir) - Macau, China
 Moçambicano (ouvir) - Moçambique
 Timorense (ouvir) - Timor-Leste
 Dialectos portugueses do Uruguai (Portunhol riverense, Fronterizo e Bayano) -
Uruguai

Gramática
Morfologia verbal

Os verbos são divididos em três conjugações, identificadas pela terminação dos


infinitivos, -ar, -er, -ir (e -or, remanescente no único verbo, pôr, juntamente com seus
compostos; este verbo pertence, todavia, à conjugação de infinitivos terminados em -er,
pois tem origem no latim poner, evoluindo para poer e pôr). A maioria dos verbos
terminam em ar, tais como cantar. De uma forma geral, os verbos com a mesma
terminação seguem o mesmo padrão de conjugação. Porém, são abundantes os verbos
irregulares e alguns chegam a ser até mesmo anômalos: ir, ser, saber, pôr e seus
derivados apor, opor, compor, dispor, supor, propor, decompor, recompor, repor,
sobrepor e antepor.

Tempos e aspectos

Há, no português, três tempos e diversos aspectos, a saber:

 Presente, que exprime ações frequentes ou corriqueiras.


 Pretérito, exprimindo ações terminadas no passado, sendo dividido em:
o Pretérito imperfeito, ações inacabadas;
o Pretérito perfeito, ações acabadas;
o Préterito mais-que-perfeito, ação anterior a uma já acabada;
 Futuro, que exprime ações pontuais que ocorrerão no futuro, sendo divididos
em:
o Futuro do presente, ações que serão executadas;
o Futuro do pretérito, ações que poderiam ser executadas.
Na língua portuguesa, os verbos são divididos em seis modos, de acordo com o que
exprimem:

 Indicativo, para exprimir fatos tidos como certos;


 Conjuntivo ou Subjuntivo, para exprimir suposições;
 Imperativo, para exprimir instruções;
 Condicional, para exprimir condições (normalmente, tendo como base
suposições);
 Infinitivo, formas verbais que não exprimem nada autónomos, sendo dividido
em:
o Infinitivo Pessoal, em que cada forma corresponde a uma pessoa;
o Infinitivo Impessoal, em que a forma dá nome ao seu verbo;
 Formas nominais, sendo estas o Gerúndio, muito utilizado na Conjugação
Perifrástica. Participio Passado ou Adjectivo Verbal, utilizada para tempos
compostos e para a Voz Passiva, e Infinitivo Impessoal.

Conjugação Perifrástica

A Conjugação Perifrástica refere-se a não-tempos — chamemos-lhe assim porque,


embora esteja gramaticalmente correcto utilizar qualquer uma das formas abaixo, estas
não são tempos verbais na nossa gramática.

Podemos utilizar a Conjugação Perifrástica para exprimir os seguintes sentidos:[29]

 Necessidade - ter de + infinitivo (ex.: Eu tenho de melhorar a Wikipédia.);


 Certeza - haver de + infinitivo (ex.: Hei-de conseguir melhorar.);
 Intenção - estar para + infinitivo (ex.: Estou para melhorar.) ou estar prestes a
+ infinitivo (ex.: Estou prestes a melhorar.);
 Realização futura - verbo ir no presente do indicativo + infinitivo do verbo
principal (ex.: Vou ler o artigo sobre a Língua Poruguesa na Wikipédia.)
 Realização próxima - verbo estar no presente do indicativo + a + infinitivo (ex.:
Estou a editar a Wikipédia.) ou verbo estar no presente do indicativo + gerúndio
(ex.: Estou editando a Wikipédia.)
 Realização gradual - verbo ir no presente do indicativo + gerúndio (ex.: Vou
editando a Wikipédia.)
 Acontecimento simultâneo(1) - verbo ir no pretérito imperfeito do indicativo + a
+ infinitivo (ex.: Ia rever a Wikipédia quando recebi uma mensagem de correio
electrónico.)
 Acontecimento simultâneo(2) - verbo estar no pretérito imperfeito do indicativo
+ gerúndio (ex.:"Estava revendo a Wikipédia quando recebi uma mensagem de
correio eletrônico.")
 Probabilidade ou dever - verbo dever no presente do indicativo + infinitivo (ex.:
Devo propor aquele artigo para destaque.)
 Aconselhamento ou reflexão - verbo dever no pretérito imperfeito do indicativo
+ infinitivo (ex.: Devias ter proposto aquele artigo para destaque.) ou verbo
dever no futuro do pretérito do indicativo + infinitivo (ex.: Deverias ter proposto
aquele artigo para destaque.)

Vozes do verbo
Na Língua Portuguesa, tal como noutras línguas, existem as vozes activa, passiva e
reflexiva do verbo.

A voz activa é utilizada para falar directamente com a pessoa, enquanto que a voz
passiva é utilizada para relatar algo.

A voz activa utiliza-se conforme o exemplo a seguir: Eu como uma maçã.

A voz passiva é formada pelo verbo ser no tempo e modo pretendidos mais o particípio
do verbo pretendido (ex.: A maçã foi comida por mim.). Tenha em conta que a voz
passiva só pode ser feita com verbos transitivos (verbos do género Como a maçã) e
intransitivos (verbos do género Eu corro, que não precisam de acompanhamento de um
complemento na frase).

Morfologia nominal

Todos os substantivos portugueses apresentam dois gêneros: masculino ou inclusivo e


feminino ou exclusivo. Muitos adjetivos e pronomes, e todos os artigos, indicam o
gênero dos substantivos a que eles se referem. O gênero feminino em adjetivos é
formado de modo diferente dos substantivos. Muitos adjetivos terminados em consoante
permanecem inalterados: "homem superior", "mulher superior", da mesma forma os
adjetivos terminados em "e": "homem forte", "mulher forte". Fora isso, o substantivo e o
adjetivo devem sempre estar em concordância: "homem alto", "mulher alta".

O grau dos substantivos é, de uma forma genérica, representado pelos sufixos "-ão, -
ona" para o aumentativo e "-inho, -inha" para o diminutivo, ainda que haja numerosas
variações para representar esses graus.

Os adjetivos podem ser empregados em forma comparativa ou superlativa. A forma


comparativa é representada pelos advérbios "mais…que", "menos…que" e "tanto…
quanto" (ou "como"), e a forma superlativa é representada pelas locuções "o mais" ou "o
menos". Para representar o superlativo absoluto, pode-se ainda acrescentar os sufixos "-
íssimo, -íssima" (alguns adjetivos, no entanto, fazem o superlativo absoluto com a
terminação "-érrimo, -érrima", ou "-ílimo", "-ílima").

Os substantivos vêm geralmente acompanhados de um numeral, pronome ou artigo,


assumindo variações de acordo com as funções sintáticas, a saber:

 Nominativo (sujeito ou objeto direto): a, o, este, esta, isto, esse, essa, isso,
aquele, aquela, aquilo;
 Genitivo (adjunto adnominal de posse): da, do, deste, desta, disto, desse, dessa,
disso, daquele, daquela, daquilo;
 Locativo (adjunto adverbial de lugar): na, no, neste, nesta, nisto, nesse, nessa,
nisso, naquele, naquela, naquilo;
 Dativo (objeto indireto): à, ao, àquele, àquela, àquilo (a preposição não se funde
com os demais demonstrativos).

Os advérbios podem ser formados pelo feminino dos adjetivos, com o acréscimo do
sufixo "-mente", por exemplo: certo = cert(a)mente.
O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, com cerca de 228 500 entradas, 376 500
acepções, 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras arcaicas, é um
exemplo da riqueza léxica da língua portuguesa.

O Português, quer em morfologia, quer em sintaxe, representa uma transformação


orgânica do latim sem intervenção de qualquer língua estrangeira. Os sons, formas
gramaticais e tipos sintácticos, com pequenas excepções, são derivados do latim; cerca
de 90% do vocabulário ainda deriva da língua de Roma. Algumas mudanças tomaram
corpo durante o Império Romano, outras tiveram lugar mais tarde. Na Idade Média Alta,
o Português estava a erodir tanto como o francês, mas uma política conservadora
reaproximou a língua ao latim.

Exemplos de frases

AFI (pronúncia de AFI (pronúncia da cidade


Original
Lisboa) do Rio de Janeiro)
Sustentava contra ele suʃtẽˈtavɐ ˈkõtɾɐ ˈelɨ
suʃtẽtavɐ ˈkõtɾɐ ˈeli ˈvenuʒ ˈbɛlɐ
Vénus bela, ˈvɛnuʒ ˈbɛlɐ
Afeiçoada à gente
ɐfɐi̯ su̯ˈaða ˈʒẽtɨ luziˈtɐnɐ afejsu'adɐ a ˈʒẽt̯ ʃi luziˈtɜ̃nɐ
Lusitana,
Por quantas qualidades puɾ ˈku̯ɐ̃tɐʃ ku̯ɐliˈðaðɨʒ puʁ ˈkwɜ̃tɐjʃ kwaliˈdadʒiʒ ˈviɐ
via nela ˈviɐ ˈnɛlɐ ˈnɛlɐ
Da antiga tão amada dˈãtigɐ tɐ̃ũ ̯ ɐˈmaðɐ ˈsuɐ da ˈɜ̃tʃigɐ tɜ̃w̃ aˈmadɐ ˈsuɐ ʁo
sua Romana; ʁuˈmɐnɐ ˈmɜ̃nɐ
Nos fortes corações, na nuʃ ˈfɔɾtɨʃ kuɾɐˈsõĩ ̯ʃ nɐ nuʃ ˈfɔxtʃiʃ koɾaˈsõjʃ̃ na 'gɾɜ̃dʒiʃ
grande estrela, ˈgɾɐ̃dɨʃˈtɾelɐ ˈtɾelɐ
Que mostraram na kɨ muʃˈtɾaɾɐ̃ũ ̯ nɐ ˈtɛʁɐ tĩʒi
ki moʃˈtɾaɾɜ̃w̃ na ˈtɛxɐ tʃĩʒiˈtɜ̃nɐ
terra Tingitana, ˈtɐnɐ
E na língua, na qual i nɐ ˈlĩgu̯ɐ nɐ ku̯aɫ i na ˈlĩgwɐ na kwaw ˈkwɜ̃dwima
quando imagina, ˈku̯ɐ̃du̯imɐˈʒinɐ ˈʒĩnɐ
Com pouca corrupção kõ ˈpokɐ koʁupˈsɐ̃ũ ̯ kɾe kõ ˈpo:kɐ koʁupˈsɜ̃w̃ kɾe kjɛ a la
crê que é a latina. ki̯ ɛ ɐ lɐˈtinɐ ˈtʃinɐ

Ortografia
Ver artigo principal: [[Ortografia da língua portuguesa]]

O português tem duas variedades escritas (padrões ou standards) reconhecidas


internacionalmente:

 Português europeu e africano (português europeu)


 Português do Brasil (português brasileiro)
Empregado por cerca de 85% dos falantes do português, o padrão brasileiro é hoje o
mais falado, escrito, lido e estudado do mundo. É, ademais, amplamente estudado nos
países da América do Sul, devido à grande importância econômica do Brasil no
Mercosul.

As diferenças entre as variedades do português da Europa e do Brasil estão no


vocabulário, na pronúncia e na sintaxe, especialmente nas variedades vernáculas,
enquanto nos textos formais essas diferenças diminuem bastante. As diferenças não são
maiores que entre o inglês dos Estados Unidos e do Reino Unido ou o francês da França
e de Québec.[30] Ambas as variedades são, sem dúvida, dialectos da mesma língua e os
falantes de ambas as variedades podem entender-se apenas com pequenas dificuldades
pontuais.

Essas diferenças entre as variantes são comuns a todas as línguas naturais, ocorrendo em
maior ou menor grau, dependendo do caso. Com um oceano entre Brasil e Portugal, e ao
longo de quinhentos anos, a língua evoluiu de maneira diferente em ambos os países,
dando origem a dois padrões de linguagem simplesmente diferentes, não existindo um
padrão que seja mais correto em relação ao outro.

É importante salientar que dentro daquilo a que se convencionou chamar "português do


Brasil" e "português europeu" há um grande número de variações regionais.

Um dos traços mais importantes do português brasileiro é o seu conservadorismo em


relação à variante europeia, sobretudo no aspecto fonético. Um português do século
XVI mais facilmente reconheceria a fala de um brasileiro do século XX como sua do
que a fala de um português. O exemplo mais forte disto é o vocalismo átono usado no
Brasil, que corresponde ao do português da época dos descobrimentos. Este fato destrói
todo um discurso muito comum no Brasil que procura minorar a herança portuguesa,
valorizando apenas as influências africanas e italianas, assim como um discurso muito
comum em Portugal que tenta fazer dos portugueses falantes com mais direitos e
autoridade do que os brasileiros[carece de fontes?]. Assim, a linguística não só retira qualquer
autoridade de qualquer variante em relação às outras, como mostra que a distância entre
as variantes e entre os seus falantes não é tão grande como muitos pensam.

Durante muitos anos os dois países estiveram de costas voltadas, legislando sobre a
língua sem darem atenção um ao outro, nem aos restantes países lusófonos. O que mais
afasta as duas variantes não é o seu léxico ou pronúncia distintos (considerados naturais
até num mesmo país), mas antes o facto, pouco comum nas línguas, de seguirem duas
ortografias diferentes. Por exemplo, o Brasil eliminou o "c" das sequências interiores
cc/cç/ct, e o "p" das sequências pc/pç/pt sempre que não são pronunciados na forma
culta da língua, um remanescente do passado latino da língua que persistiu no português
europeu.

Europa e África acção acto contacto direcção eléctrico óptimo adopção

Brasil ação ato contato direção elétrico ótimo adoção


Obs: No Brasil mantêm-se quando pronunciadas, como em facção, compactar,
intelectual, aptidão etc.

Por seu lado, Portugal aboliu unilateralmente o trema em palavras como freqüente,
enquanto no Brasil esse sinal continua sendo utilizado para indicar quando o "u" é
pronunciado nas sílabas que/qui/gue/gui. Também ocorrem diferenças de acentuação
devido a pronúncias diferentes. No Brasil, em palavras como acadêmico, anônimo e
bidê usa-se o acento circunflexo por tratar-se de vogais fechadas, enquanto nos restantes
países lusófonos estas vogais são abertas: académico, anónimo e bidé respectivamente.

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990

O Acordo Ortográfico de 1990 [31] foi proposto para criar uma norma ortográfica única,
de que participaram na altura todos os países de língua oficial portuguesa, com a adesão
da delegação de observadores da Galiza. Os signatários que ratificaram o acordo
original foram Portugal (1991), Brasil (1995), Cabo Verde (1998) e São Tomé e
Príncipe (2006).

Em julho de 2004 foi aprovado, em São Tomé e Príncipe, o Segundo Protocolo


Modificativo, durante a Cúpula dos Chefes de Estado e de governo da CPLP. O
Segundo Protocolo vem permitir que o Acordo possa vigorar com a ratificação de
apenas três países, sem a necessidade de aguardar que todos os demais membros da
CPLP adotem o mesmo procedimento, e contempla também a adesão de Timor-Leste,
que ainda não era independente em 1990. Assim, tendo em vista que o Segundo
Protocolo Modificativo foi ratificado pelo Brasil (2004), Cabo Verde (2005) e São
Tomé e Príncipe (2006), e que o Acordo passaria automaticamente a vigorar um mês
após a terceira ratificação necessária, tecnicamente o Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa está em vigor, na ordem jurídica internacional e nos ordenamentos
jurídicos dos três Estados acima indicados, desde 1º de Janeiro de 2007.[32]

Depois de muita discussão, no dia 16 de maio de 2008, o parlamento português ratificou


o Segundo Protocolo Modificativo, estabelecendo um prazo de até seis anos para que a
reforma ortográfica seja totalmente implantada. No entanto, não existe nenhuma data
oficial para a vigência do tratado no país, pelo que se rege segundo a norma oficial de
1945.

No Brasil, houve a vigência desde janeiro de 2009, tendo o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva assinado legislação sobre o acordo no segundo semestre de 2008, porém até
2012 as duas ortografias estarão vigentes.

[editar] Movimento para fazer do português uma das línguas oficiais da


ONU

Existe um número crescente de pessoas que falam português, na mídia e na internet, que
estão apresentando tal situação à CPLP e outras organizações para a realização de um
debate na comunidade lusófona, com o objetivo de apresentar uma petição para tornar o
português uma das línguas oficiais das Nações Unidas.

Em outubro de 2005, durante a convenção internacional do Elos Clube Internacional da


Comunidade Lusíada, realizada em Tavira (Portugal), uma petição cujo texto pode ser
encontrado na internet com o título "Petição para tornar o idioma português oficial na
ONU" foi redigida e aprovada por unanimidade.[33] Rômulo Alexandre Soares,
presidente da Câmara Brasil - Portugal, destaca que o posicionamento do Brasil no
cenário internacional como uma das potências emergentes do século XXI, pelo tamanho
de sua população, e a presença da sua variante do português em todo o mundo, fornece
uma justificação legítima para a petição enviada à ONU, e assim tornar o português uma
das línguas oficiais da organização.[34] Esta é actualmente uma das causas do
Movimento Internacional Lusófono[35].

Outros fatores desvirtuam esta campanha. Embora o português seja uma língua cada vez
mais importante a nível internacional, 4 em cada 5 falantes da língua portuguesa no
mundo vivem em apenas um país, o Brasil. Isso ainda é distante da natureza
internacional exigida para ser uma língua oficial da ONU. O alemão e o japonês não são
línguas oficiais da ONU, por razões semelhantes, apesar de serem as línguas de
poderosas economias mundiais.[36]

O português é eclipsado ainda mais na Europa, continente de origem de quatro das seis
línguas oficiais da ONU (Inglês, francês, espanhol e russo). No contexto europeu, o
português não está sequer entre as dez línguas mais faladas no continente, com um
número de falantes comparável ao do búlgaro e tcheco (pt-BR) / checo (pt-PT).[carece de
fontes?]

Na África, o português é eclipsado como língua franca pelos continentais inglês e


francês falados nos países que cercam Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau,
Guiné Equatorial, Angola e Moçambique. Finalmente, na Ásia, um continente de várias
línguas com centenas de milhões de falantes, a única nação soberana lusófona é Timor-
Leste.[carece de fontes?]

Curiosidades
 A maior palavra do português é
"Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico", com 46 letras, que denota o
estado de quem é vítima de uma enfermidade causada pela aspiração de cinzas
vulcânicas.
 A língua portuguesa é o único idioma românico em que existe mesóclise.
 A palavra "saudade" foi por muito tempo considerada de existência única no
português, em relação ao seu significado; esta ideia acabou sendo mitificada,
devido a não existir uma palavra imediatamente equivalente nas línguas
estrangeiras mais conhecidas. No polaco (polonês), por exemplo, existe a
palavra tęsknota, com a mesma definição. Em catalão existe a palavra
enyorança, substantivo abstrato de significado idêntico. Com relação ao inglês,
embora não haja um substantivo totalmente equivalnte a saudade, usa-se o verbo
to miss, por exemplo na frase I miss you, como: "Sinto sua falta", relacionando a
sensação de falta à saudade, além de expressões como longing e homesick. O
francês e o italiano usam cognatos de mancar para designar a saudade. O termo
saudade advém de solitude e saudar, onde quem sofre é o que fica à esperar o
retorno de quem partiu, e não o indivíduo que se foi, o qual nutre nostalgia. A
gênese do vocábulo está diretamente ligada à tradição marítima lusitana.

Denominação do português em outros idiomas


 Alemão: Portugiesisch
 Árabe: ‫البرتغالية‬  Holandês: Portugees
 Bretão: Portugaleg  Húngaro: Portugál
 Catalão: Portuguès  Inglês: Portuguese
 Chinês: 葡萄牙语  Italiano: Portoghese
 Coreano: 포르투갈어  Islandês: Portúgalska
[porɨtuɡaɾə]  Japonês: ポルトガル語
([porutogarugo])
 Córnico: Portyngalek
 Latim: Lingua lusitana
 Croata: Portugalski jezik
 Luxemburguês: Portugies
 Curdo: Portugalî
 Holandês: Portugees
 Dinamarquês: Portugisisk
 Norueguês: Portugisisk
 Esloveno: Portugalski jezik
 Polonês/Polaco: Portugalski
 Espanhol: Portugués
 Romanche: Portugais
 Esperanto: Portugala lingvo
 Romeno: Portugheză
 Estoniano: Portugali keel
 Russo: Португальский
 Feroês: Portugisiskt
([Portugal'skiy])
 Finlandês: Portugali
 Suaíli: Kireno
 Francês: Portugais
 Sueco: Portugisiska
 Galego: Portugués
 Línguas Tagalo, Kapampangan,
 Galês: Portiwgaleg
Ilocano, Cebuano: Portuges
 língua georgiana  Tcheco/Checo: Portugalština
პორტუგალიური  Turco: Portekizce
([p'ort'ugaliuri])  Ucraniano: Португальська
 Grego: Πορτογαλικά ([portuhal'ska])
([portogaliká])  Vietnamita: Tiếng Bồ Đào Nha
 Groenlandês: Portugalimiusut
 Zulu: IsiPutukezi
 Hebraico: ‫[( פורטוגזית‬portugezit])

PORTUGUÊS DE PORTUGAL

O português europeu (ou português lusitano[5] e português de Portugal) é um


conjunto de variedades linguísticas da língua portuguesa faladas em Portugal
continental, nas suas regiões autónomas (Madeira e Açores) e pelos emigrantes
portugueses espalhados por todo o mundo, que engloba os seus dialectos regionais bem
como a sua ortografia, o seu vocabulário e a sua gramática.

De acordo com a legislação da União Europeia, o português é uma das línguas oficiais
da União (sendo língua de trabalho do Parlamento Europeu, mas não da Comissão
Europeia), pelo que em textos internacionais da União, bem como nos respectivos sítios
oficiais, é usada a norma europeia[6]. Também é ensinado em Espanha, sobretudo na
zona da Extremadura, dada a proximidade daquela região a Portugal. [7]

Na ausência de normas padrão próprias, os outros países lusófonos (com excepção do


Brasil) seguem as convenções da norma portuguesa europeia.

A chamada variedade padrão do português europeu é, segundo alguns autores,


constituída pelo “conjunto dos usos linguísticos das classes cultas da região Lisboa-
Coimbra”[8]. Outros autores[carece de fontes?] consideram o português europeu padrão como a
variedade centro-meridional usada em Lisboa por falantes cultos. De facto, a “região
Lisboa-Coimbra” nunca existiu (em termos geográficos, demográficos, sociológicos,
linguísticos ou outros) e a atribuição de estatuto especial a Coimbra na difusão do
padrão europeu (defendido, entre outros, por Manuel de Paiva Boléo[carece de fontes?]) resulta
simplesmente da presença da Universidade. Já em finais do século XIX, o linguista e
grande pioneiro da Fonética Aniceto dos Reis Gonçalves Vianna, apesar de reconhecer
a existência do que designou um “padrão medio”, que existiria no “centro do reino,
entre Coímbra e Lisbôa”, acabou por descrever a “pronúncia normal” (ou seja,
referencial ou ortofónica) do português europeu a partir do uso de Lisboa. [9]

O português europeu é regulado pela Academia de Ciências de Lisboa. [10]

O galego, língua com a mesma origem do português, é considerado por algumas


comunidades científicas de Portugal e da Galiza como distinta do português, tanto pela
profunda divergência (multissecular) que o separa do português nos diversos níveis de
análise (fonologia, forfologia, morfossintaxe, sintaxe, léxico etc.), como pelo facto de
existirem em Portugal e na Galiza línguas ‘standard’ (normas linguísticas codificadas),
cada uma com a sua ortografia e tradição escritural e literária própria. Também as
instâncias políticas de Portugal e da Galiza consideram e reconhecem as suas línguas
como distintas. O galego é regulado pela Real Academia Galega. A generalidade da
população portuguesa confunde galego com castelhano e não é infrequente haver
legendagem em programas televisivos de intervenções de galego-falantes. Na
Dialectologia, alguns autores[carece de fontes?] consideram o continuum dialectal galego-
português como um único âmbito dialectal; no entanto, a investigação dialectológica em
Portugal e na Galiza é feita separadamente, de acordo com a separação territorial e
política das duas regiões.

Fonologia
Fonética

Fonética do Português Europeu [11]

Dialectos

Como é sabido, todas as línguas naturais mudam e apresentam variação interna de


acordo com a localização geográfica ou o estatuto social dos seus falantes. As fronteiras
dialectais que os dialectólogos explicitam, chamadas ‘isoglossas’, são a interpretação
cartográfica dos dados linguísticos recolhidos por observação ou por inquérito
linguístico.

A diversidade dialectal do português europeu tem sido caracterizada pelos seus


principais estudiosos (José Leite de Vasconcellos, Manuel de Paiva Boléo e Luís Filipe
Lindley Cintra) a partir, sobretudo, de características fonéticas diferenciadoras, ou seja,
com base no estabelecimento de ‘isófonas’. Em termos fonético-fonológicos, existem,
no território nacional português diversas variedades diatópicas distintas, algumas das
quais possuem caracteríticas muito específicas, que dificultam a compreensão mútua. [12]

Actualmente considera-se que no território português continental há duas grandes


subdivisões dialectais: os dialectos setentrionais e os dialectos centro-meridionais.
Quanto aos dialectos insulares, originalmente descendentes de variedades centro-
meridionais do continente, verifica-se que apresentam particularidades fonético-
fonológicas muito marcadas. Os dialectos insulares têm sido objecto de investigação
dialectológica aprofundada nas últimas décadas.[carece de fontes?]

Dialectos de Portugal
1. Açoriano (ouvir) - Açores
2. Alentejano (ouvir) - Alentejo
3. Algarvio (ouvir) - Algarve (há um pequeno dialecto na parte ocidental)
4. Alto-Minhoto (ouvir) - Norte de Braga (interior)
5. Baixo-Beirão; Alto-Alentejano (ouvir) - Centro de Portugal (interior)
6. Beirão (ouvir) - centro de Portugal
7. Estremenho (ouvir) - Regiões de Coimbra e Lisboa (pode ser subdividido em
lisboeta e coimbrão)
8. Madeirense (ouvir) - Madeira
9. Nortenho (ouvir) - Regiões de Braga e Porto
10. Transmontano (ouvir) Trás-os-Montes

Área geográfica
O Português Europeu é falado pelos quase 11 milhões de habitantes de Portugal e pelos
emigrantes portugueses espalhados pelo mundo, juntamente com os seus descendentes.
A emigração maciça, que se verificou ao longo de todo o século XX, levou a que o
português europeu fosse falado noutras partes do mundo, sobretudo na Europa: Suíça,
Alemanha, França, Luxemburgo, Reino Unido, na América do Norte: Estados Unidos e
Canadá, mas também na África do Sul, Venezuela, Argentina, Austrália e no Brasil,
onde se encontram também grandes comunidades portuguesas.

Ortografia
Actualmente a escrita do português europeu rege-se pelas normas do Acordo
Ortográfico de 1945[13] e pelas alterações introduzidas em 1973[14]. Antes de 1945, a
ortografia obedeceu a diversos diplomas, nomeadamente o do acordo luso-brasileiro de
1931[15] e o da Reforma Ortográfica de 1911[16]. A reforma de 1911 foi profunda,
fazendo desaparecer muitas consoantes geminadas, os grupos ph, th, rh, o uso do y,
além de outras particularidades.

O aspecto que mais distingue a ortografia portuguesa da brasileira é a manutenção de


certas consoantes após as letras a, e e o em palavras como facto, acto, electricidade,
adopção, Egipto, etc. Na palavra facto o c é justificado porque é pronunciado. Nos
restantes exemplos, as consoantes, apesar de mudas, são mantidas por razões de tradição
ortográfica, por questões de similaridade com as demais línguas românicas e porque
podem exercer influência no timbre das vogais (leem-se as vogais antecessoras como
tónicas) anteriores[17].

Em relação ao Brasil, há ainda certas diferenças na acentuação gráfica nas vogais e e o


tónicas dos vocábulos proparoxítonos (esdrúxulos) que são, muitas vezes, abertas na
pronúncia portuguesa e, por isso, são escritas coerentemente: milénio, ténia, económico,
António. As sequências que-, qui-, gue- e gui- (em que o u é pronunciado), ao contrário
do que se passa no Brasil, não levam trema desde 1945[18], ficando palavras como
linguística e tranquilidade.

Gramática
Regras de acentuação gráfica

No português europeu, as palavras agudas ou oxítonas que terminam em -a, -e, -o, -ei, -
oi, e -eu levam acento agudo: sofá, pé, ré, herói, céu, pastéis, etc.

As palavras graves ou paroxítonas de vogal aberta, ao contrário do português do Brasil,


levam também o acento agudo como em bónus.

Por fim, as esdrúxulas ou proparoxítonas levam também acento agudo nas vogais
abertas, como em higiénico, económico e fenómeno, que no Brasil se escrevem
higiênico, econômico e fenômeno. [19]

Conjugação

No português europeu é muito frequente o uso do infinitivo em frase de acção


prolongada. Até um certo tempo atrás, a Sul do Rio Tejo, usava-se mais o gerúndio, mas
com os meios de comunicação o infinitivo tornou-se mais geral em todo o país[carece de
fontes?]
.

Estou a fazer um trabalho.

Formalidade

Na maneira de dirigir as pessoas, é mais frequente usar o senhor, a senhora, você em


diálogos com pessoas desconhecidas ou mais velhas. Se for para uma pessoa com
licenciatura ou de alta patente militar ou política, empregam-se muitas vezes vossa
excelência ou sr. doutor no caso de serem médicos (sendo também muito frequente para
professores) ou ainda sr. engenheiro.
O senhor doutor acha que podemos resolver esta cirurgia com sucesso?

Informalidade

No aspecto informal do Português Europeu, utiliza-se sobretudo o pronome pessoal da


2ª pessoa do singular, tu, de forma subentendida ou não.

Tu és parvo.
Andas a tirar a carta de condução?

Maior utilização (Portugal ou Brasil)

Portugal Brasil

alforreca (mais comum),


medusa ou água-viva ou medusa (incomum)
água-viva (muito raro)

aluguer aluguel ou aluguer (na linguagem forense)

Amesterdão,
Amsterdã
Amsterdão

atacador (uso:atar os sapatos) cadarço (uso: amarrar o cadarço)

aterrar (aviação) aterrissar (no Brasil, aterrar significa cobrir com terra)

aterragem aterrissagem

autocarro ônibus

azoto ou nitrogênio (azoto é termo presente em livros antigos, mas


nitrogénio caiu em desuso)

banheiro,
salva-vidas ou salva-vidas
nadador-salvador

bijectivo bijetor ou bijetivo

cadastrado (polícia) fichado

camião caminhão

canadiano canadense

casa de banho banheiro (divisão da casa)

chávena xícara

contabilista contador (contabilista é usado no Brasil apenas para


graduados em Ciências Contábeis)

controlo controle

Copenhaga Copenhague

cromossoma cromossomo

desenhador desenhista

desodorizante desodorante

esporte (desporto é aceitável no Brasil, porém é mais


desporto
comum em nomes oficiais de associações esportivas)

dobrar (substituir falas) dublar

duche ducha

tela (no Brasil, monitor refere-se ao aparelho como um


ecrã (informática: monitor é
todo e não apenas à superfície onde se formam as
igualmente aceite)
imagens)

equipa ou equipe equipe ou time

esferovite isopor

fato terno

gâmeta gameta

guarda-redes goleiro

injectivo injetor, injetivo (Mat.)

israelita israelense (israelita também é aceitável no Brasil)

lotaria loteria

manga de vento biruta

matraquilhos pebolim ou totó

NATO (OTAN é aceitável e


OTAN
usado, embora menos)

nome de código codinome ou pseudônimo

obliterador catraca

patinagem patinação

peluche pelúcia

pequeno-almoço café da manhã


planear planejar

poiso (zona Sul) ou pouso


pouso
(zona Norte)

polonês
polaco
(polaco é também aceitável, mas menos comum)

porteiro zelador

protector solar protetor solar ou bloqueador solar

reformado ou aposentado aposentado


(Consoante os casos) (usa-se reformado apenas para militares)

rato (informática) mouse (lê-se mause)

salva (planta) sálvia

SIDA AIDS

sistema operativo
sistema operacional
(Informática)

sobrejetor (ao contrário de injetivo e bijetivo, sobrejetivo


sobrejectivo
não é comum)

sumeriano ou sumério (Porém, sumeriano refere-se


sumério apenas ao idioma, enquanto sumério também pode
referir-se ao povo)

suco (Sumo refere-se ao líquido natural extraído da fruta.


sumo O sumo misturado à água e açúcar é que é chamado de
suco)

talho açougue

Apenas Portugal

Portugal (equivalente)

abre-cápsulas, tira-caricas
(descapsulador ou abridor de latas)
ou abre-latas

aldrabão (mentiroso)

(cadarço ou cordão)
atacador No nordeste do Brasil, especialmente em Pernambuco, usa-
se o verbo 'atacar' para 'amarrar', 'prender'.

benjamim (caçula)

berma (acostamento)
berbequim (furadeira)

bicha (fila)

(pão francês) -
cacete 'cacete' é palavra utilizada para designar 'pão' em alguns
estados do norte/nordeste/sul brasileiro

camisola (camiseta)

carica (cápsula)

eléctrico (bonde)

ficheiro (informática) (arquivo)

fixe (bacana)(jóia)

peluche (pelúcia)

picheleiro (encanador)

piroso (pouco elegante ou foleiro)

puto (rapaz)

rapariga (moça)

rebuçado (bala)

Apenas Brasil

Brasil (equivalente)

(hospedeira,
aeromoça, comissária de bordo assistente de bordo
comissária de bordo )

absorvente ou absorvente íntimo


(penso higiénico)
(higiene feminina)

anágua (camisa de noite)

bacana (gíria) (fixe), (bacano) ou (porreiro)

(pastilha,
bala
rebuçado)

banheiro (casa de banho)


(paneleiro) bicha é cada vez mais
bicha
utilizado por influência brasileira

bonde (eléctrico)

brega ou cafona (piroso)

caçula (benjamim)

cadarço (atacador)

café-da-manhã (pequeno-almoço)

calcinha (cuecas)

camiseta (t-shirt)

cara (gíria) (pessoa; gajo)

catapora (tb varicela) (varicela)

celular (telemóvel)

codinome (nome de código)

conversível (descapotável)

esmalte (para unhas, em outros casos usa-


(verniz)
se verniz)

(cassete de vídeo, fita pode ser


fita de vídeo ou fita
usado para película cinematográfica)

garçom (empregado de mesa)

grampeador (agrafador)

encanador (picheleiro / canalizador)

esparadrapo (penso rápido)

furadeira (berbequim)

gibi ou "história em quadrinhos" (revista de banda desenhada)

irado (danado)
jóia (gíria) (porreiro) ou (fixe)

legal (gíria) (bom) ou (porreiro)

ônibus (autocarro)

marrom (castanho)

papo (gíria) (conversa)

pelúcia (peluche)

tela (ecrã (tv); monitor (pc); tela (cinema) )

time (equipa)

(petisco) (também no Brasil,


tira-gosto
mas com sentido mais amplo)

(comboio) (no Brasil, é subst. coletivo para


trem
veículos)

viado (homossexual masculino)

Como se diz no Brasil  ?   Como se diz em Portugal?  


A Carminha chegou de Portugal para visitar a Alzira. A Alzira achou o sotaque da
Carminha muito engraçado e a Carminha morreu de rir do sotaque da Alzira.  Mas
apesar dos sotaques e das diferenças elas se entenderam muito bem! Português dever
ser a língua mais afetuosa que há, porque só em Português tem uma palavra tão linda
como saudade! Leia as cartinhas da Alzira para a Carminha explicando "tim tim por
tim tim" como se fala no Brasil!

   Brasil   Portugal
A Alzira tira o "fone" do gancho e diz: A Carminha pega o "auscultador" e diz
"Alô?" "Estou!"
Banheiro Quarto de banho
Açougue / Açogueiro Talho / Talhante
Fila Bicha
Ônibus Autocarro
Trem Combóio
Toca-fitas Leitor de cassetes
 Tela (de TV) Écran
Um "acontecimento" no Brasil... ....é um "facto" em Portugal
Terno Fato
Menino / garoto "puto"
Meias masculinas Peúgas
Cueca Boxer
Multa Coima
"meia" 6 (seis)
Galera Turma
Embarcação Galera
Usuário Utilizador
Xerox Fotocópia
Caça comprida pantalona
Legal, maneiro fixe (pronuncia-se "fiche")
Pistolão (gíria) Cunha (gíria)
Chope Imperial (Sul), Fino (norte)
Camisa do jogador de futebol Camisola
Salpicão - salada com frango defumado Salpicão - linguiça defumada
Cafezinho Bica / Biquinha
Bala Rebuçado
Elegante Gira
Restaurante Casa de Pasto
Suco Sumo
Xícara Chávena
Quadrinhos Banda Desenhada
Drink Bebida
Time Equipa / clube
Parada Demora
Torcida Claque
O que está na moda Altamente
Maravilhoso , jóia Bestial
Muito Bué
Galinha (no Brasil, galinha é uma palavra
Mulher Tagarela
feia quando usada para uma mulher)
O que não tem nada a ver Bacorada
Burro / "uma anta" Calhau
Vai plantar batatas! /  Vai catar coquinhos! /
Desampara-me a loja ! / Vai comer palha!
Deixe-me em paz!
Pessoa Estúpida / "Casca Grossa" Tulho
Dedurar / Dedo duro Chibo
Pessoa sem conhecimento do assunto Nharro / gandarro / massaro
Falar pelos cotovelos Falar demais
Ir por água a baixo Não dar certo
Dar o braço a torcer Recohecer um erro
Piada seca - Piada seca - "bacorada que um tulho diz!"
Mistura de burro com o casca grossa Pigmeu - "mistura de tulho com calhau! "
animal emocionante
axé (pronuncia-se aché) energia positiva
"Diga aí meu Rei! " Dizer o que deseja
Mané ou Zé Mané Otário, um bobo
O bicho pegou / pegou Ficou complicado
Viajou na maionese Não entendeu nada
Leseira Preguiça
Troncho (a) desarrumado
Jaburu / Tribufu / Tanque Mulher Feia
Ficar de Olho Vigiar
Chorar de barriga cheia Reclamar sem motivos
Aeromoça Hospedeira de Bordo
Água Viva Alforreca
Água Sanitária Lixívia
Âncora do Telejornal Pivot (Pivô)
Apostila Sebenta
Jante (ex.: jante de 15 polegadas = roda aro
ARO DE RODA (de automóvel)
15)
Band-aid Penso Rápido
Banho / Chuveirada Duche
Banho de Banheira Banho
Bilhão ( quantidade) Mil milhões, bilião
Biscoito Champagne Palitos de La Reine
Bonde Eléctrico
Cair a ligação telefônica Vir abaixo
Caixa Postal Apartado
Camiseta T-Shirt
Carteira de Identidade Bilhete de Identidade
Carteira de Motorista Carta de Condução
Pixaim, cabelo ruim Gadelha
Câmbio (automóvel) Mudanças
Caminhão Camião
Colar nas Provas Cabular / Baldar
Cabular aula / a escola Faltar a escola propositalmente
Concreto Betão
Concreto Armado Betão armado
Coxim (automóvel) Chumaceira
(Cozinhar até ficar) CROCANTE (Cozer até ficar) ESTALADIÇO
Creme de Leite Natas
DESCARGA (de banheiro) Autoclismo (do quarto de banho)
DUBLAGEM (de filme, de programa de tv) Dobragem
ENCANADOR (ou "bombeiro", expressão
Picheleiro, ou Canalizador
usada no RJ)
ESCANTEIO (futebol) pontapé de canto
Estrada Asfaltada Estrada alcatroada
Faixa de Pedestre (rua) Passadeira
Favela Bairro de Lata
Fermento Biológico Femento Padeiro
Freio (do carro) Travão
Funilaria / Lanternagem Bate-chapa
Fusca Carocha
Geladeira Frigorífigo
Gramado Relvado
Goleiro Guarda-redes
Grampeador Agrafador
Hodômetro Conta-quilómetros
Inflável Insulflável
Jaqueta Blusão
Limpador de para brisa Escova limpa-vidros
Lonas de freios Maxilas
Maillot / Maiô Fato de banho
Mamadeira Biberon
Mamão Papaya
Marrom Castanho
Necrotério Morgue
(Óleo) Diesel Gasóleo
Painel (carro) Tablier
Pão Francês Carcaça
Pedágio Portagem
Pedestre Peão
Perua (tipo de carro) Carrinha
Pessoa Física Pessoa Singular
Ponto de Onibus Paragem
Pé de Pato / Nadadeiras Barbatanas
Placa do Carro Matrícula
Prerfixo Telefônico (ddd) Indicativo
Salva-vidas Nadador
Sanduíche Sandes
Secretária Eletrônica Atendedor de Chamadas
Tanque de combustível Depósito
Chapinha (refrigerante) Cápsula
(telefone) Celular Telemóvel
(Andar) Térreo Rés do chão
Teto Solar Tejadilho de Abrir
Torque (do motor) Binário
Trecho (da estrada) Troço
Venda a varejo Venda a retalho
Vitrine Montra (vitrine também se usa)
Viva voz (para os carros) Mãos Livres
Filézinho ou Sanduiche de Filé Prego
"viajar na maionese" / não entender nada "andar a apanhar papeis"
Cacete ( no Brasil esta é uma palavra feia!  :
Bisnaga (Pão)
))
Patricinha / Mauricinho Betinha / Betinho
Fofocar / Tricotar "Estar na costura"
Falar mal de alguém "Cortar na casaca"
Barbeiro (motorista ruim) Azelha ( mal condutor)
Friaca (muito frio) - Hoje esta uma friaca Briol - Hoje esta um briol!
No Brasil ficamos resfriados Em Portugal ficamos constipados
GRAMÁTICA PORTUGUESA

FONÉTICA E FONOLOGIA

 Classificação das vogais


 Classificação das consoantes
 Classificação dos ditongos
 Classificação das palavras quanto ao número de sílabas
 Classificação das palavras quanto à acentuação
 Classificação das palavras quanto à pronúncia, grafia e significado

ORTOGRAFIA

 Acentos gráficos
 Regras de acentuação
 Sinais gráficos
 Translineação
 Pontuação

MORFOLOGIA

 Artigos
 Substantivos/nomes
o Classificação
o Substantivos colectivos
o Flexao
 Plural dos substantivos
 Plural dos substantivos compostos
 Feminino dos substantivos
 Grau dos substantivos
 Adjectivos
o Plural dos adjectivos
o Feminino dos adjectivos
o Adjectivos uniformes
o Grau dos adjectivos
o Comparativos e superlativos irregulares
 Determinantes
o Possessivos
o Demonstrativos
o Relativos
o Interrogativos
o Indefinidos
 Pronomes
o Pessoais
o Possessivos
o Demonstrativos
o Relativos
o Interrogativos
o Indefinidos
 Numerais
 Advérbios
o Classificação
o Grau: normal e comparativo
o Grau: normal e superlativo
o Locuções adverbiais
 Preposições
o Preposições
o Contracção das preposições com artigos
o Contracção das preposições com pronomes
o Locuções prepositivas
 Conjunções e Locuções conjuncionais coordenativas
 Conjunções e Locuções conjuncionais subordinativas
 Interjeições
 Locuções interjectivas

SINTAXE

 Tipos de frase
 Formas de frase
 Período e oração
 Elementos essenciais da oração
 Classificação
o Orações coordenadas
o Orações subordinadas

EXPANSÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA

 Formação de palavras
o Derivação
o Composição

Vogais: Sons produzidos pelas cordas vocais, que passam livremente pela boca e pelas
fossas nasais, sem aperto ou modificação do aparelho fonador.

Classificação das vogais

Orais - pá, pelo, vivo, mó, sul


Intervenção das cavidades
bucal e nasal Nasais - rã, tendo, fim, som, fundo

Anteriores ou Palatais - rir, pé, vê


Zona de articulação
Médias ou Centrais - átomo, ânsia

Posteriores ou velares - lomba, avô, dominó

Abertas - pá, pé, mó

Médias - ano, fêmea, ânsia, dedo


Timbre
Fechadas - vi, burro, rio, rústico

Tónicas - armário, pé, mito


Intensidade
Átonas - casa, meter, povo

Consoantes: Sons modificados por qualquer dos órgãos da cavidade bucal e que se pronunciam
numa só emissão de voz.

Classificação das consoantes

Intervenção das
cavidades bucais e Orais Nasais
nasal
Constritivas ou contínuas
Oclusivas ou Oclusiv
Modo de articulação Laterai Vibrant
momentâneas Fricativas as
s es
Intervenção das Surda Sonora Sonora Sonora
Surdas Sonoras Sonoras
cordas vocais s s s s
Ponto ou [p] [b] [m]
Bilabiais        
zona de (pato) (barco) (medo)
articulaç
Labiodentai [f] [v]
ão          
s (figo) (fava)
[s]
(sola,
[z]
osso),
(zebra)
[ç]
,
Linguodent [t] [d] (caça),
[s]      
ais (taco) (dedo) [c]
(casa)
(céu,
cimo)
 
 
Alveolares         [l] [r] (tiro) [n]
(calado (naco)
)
[ch]
(encher
[j]
),
(janela) [nh]
[x] [lh]
Palatais     ,   (moinho
(xaile), (galho)
[g] )
[s]
(gelo)
(crescer
)
[c]
(saco), [r]
[g]
Velares [q]       (gorro,
(gola)
(quint rua)
a)

Ditongo: Combinação de uma vogal e de uma semivogal (i e u) que se pronuncia numa só


emissão de voz.
Hiato: Encontro de duas vogais. Ex: rainha, saiam, país.

Classificação dos ditongos (encontros vocálicos)

Crescentes Decrescentes
A semivogal antecede a vogal: A vogal antecede a semivogal:

perícia, espécie, fastio, vácuo, ténue, água pai, feito, varapau, réu, biscoito, muito

Orais Nasais
  O som sai só pela boca: O som sai pela boca e fossas nasais:

saia, farnéis, fugiu, boi, uivar mãe, cãimbra, vem, mão, comeram
Abertas Fechadas
au: mau eu: seu
éu: ilhéu oi: foi
ói: dói õe: põe

Outros ditongos (encontros consonantais):


Encontro consonantal Exemplos
bl bloco
br branco, rubro
cl claro, tecla
cr cravo, acre
  dr dragão, vidro
fl flor, ruflar
fr francês, refrão
gr grande, regra
tl atlas
vr palavra

Sílaba: Fonema ou conjunto de fonemas pronunciados numa só emissão de voz.

Classificação das palavras quanto ao número de sílabas

Número de sílabas
  Exemplos

1
Monossílabas a, é, eu, há, teu, sim, quais
a-í, me-sa, u-va, ma-nhã, ru-a,
2
  Dissílabas qual-quer
a-ba-no, or-gu-lhar, ar-tis-ta,
3
Trissílabas fu-ra-cão
so-bre-tu-do, an-ti-ga-men-te,
mais de 3
Polissílabas in-com-pre-en-sí-vel

Sílabas Definição Exemplos


  Abertas Terminam em vogal apagado
Fechadas Terminam em consoante altar; optar

Classificação de palavras quanto à acentuação


 

  Acento Tónico Exemplos

avô, colibri, boné, Benjamim,


Oxítonas ou agudas na última sílaba
fuzil, alçapão
  ave, automóvel, caneta,
na penúltima sílaba
Paroxítonas ou graves tristonho, porteiro, asteróide

ábaco, exército, fábrica,


Proparoxítonas ou na antepenúltima sílaba
tónico, óptimo, túmulo
esdrúxulas

Enclíticas: não têm acento próprio, subordinam-se ao acento de outra palavra.

esse homem
subordinadas ao acento da
Proclíticas a escola
palavra seguinte
que bonito
ensinei-vos
  subordinadas ao acento da
diz-me
Apoclíticas palavra anterior
encontrámo-lo
subordinadas ao acento da digo-vo-lo
Mesoclíticas palavra anterior ou seguinte reparti-lo-emos

Classificação das palavras quanto à pronúncia, grafia e significado

 
  Definição Exemplos

à, há
acento (sinal), assento
Mesma pronúncia, grafia e
Homófonas (banco)
significado diferentes
hera (planta), era (época)
cela (prisão), sela (cavalo)

este, Este (ponto cardeal)


pregar (pregos), pregar
Mesma grafia, pronúncia e
Homógrafas (discurso)
significado diferentes
doméstica, domestica
  cópia, copia

amo (senhor), amo (verbo


amar)
Mesma pronúncia e grafia, canto (ângulo), canto (verbo
Homónimas
significados diferentes cantar)
são (saudável), são (verbo
ser)

comprimento, cumprimento
Grafia e pronúncia
arrolhar, arrulhar
Parónimas parecidas, significados
eminente, iminente
diferentes
despensa, dispensa

Regras de acentuação

 
Palavras Acentuam-se Exemplos

quando:

terminam nas vogais abertas


a, e, o (acento agudo) e nas sofá, pés, após
médias e e o (acento lê, três, avô, pôs
circunflexo);

terminam nos ditongos anéis, herói, céu


abertos ei, oi, eu;
Agudas ou oxítonas
têm duas ou mais sílabas e alguém, parabéns
terminam em em e ens;

terminam nas vogais i e u aí, país, baú


que não formam ditongo
com a vogal que as precede,
seguidas ou não de s.

quando:

terminam em i e u seguidas
  ou não de s;

terminam em ditongo ou em lápis, bónus


vogal nasal seguidas ou não
de s;
bênção, órgão, túneis,
fósseis
Graves ou paroxítonas têm o ditongo aberto e
tónico ói;
azóico, paranóico
 
têm i ou u tónico, desde que
seríeis, baía, suíno, ruído
não formem ditongo com a
vogal precedente;
saudámos, secámos, pôde
de vogal tónica aberta
(acento agudo) ou média
(acento circunflexo), para as
distinguir das suas
homógrafas

acentuam-se sempre com


acento agudo quando a vogal rápido, fenómeno, ânfora,
Esdrúxulas ou
é aberta e com acento fôssemos, área, ignorância,
proparoxítonas
circunflexo quando a vogal é inócuo
média

Sinais gráficos
 

Sinal Utilização Exemplos

assinala a supressão de um
fonema, geralmente uma
vogal (frequente em versos,
minh'alma, n'os Lusíadas,
Apóstrofo (') em certas pronúncias
Sant'Ana, 'tá bem, pão d'alho
populares ou em palavras
compostas ligadas pela
preposição de)

coloca-se por baixo do c


força, terço, açúcar, caçar,
Cedilha (,) antes de a, o e u, para lhe
maciço
atribuir o som s

usa-se para ligar os


elementos de palavras
finca-pé, alto-forno, guarda-
compostas por justaposição
redes
que mantêm a sua autonomia
fonética;
 
usa-se para ligar os
além-mar, bem-fazer, vice-
elementos de palavras
rei, supra-renal, couve-flor,
compostas ou derivadas por
pré-escolar
prefixação;

usa-se para ligar as formas


Hífen (-) monossilábicas do verbo hei-de, hás-de, hão-de
haver e a preposição de;

usa-se para ligar formas


verbais a pronomes nas amam-se, visto-me, fazemo-
conjugações pronominais e lo
reflexas;

usa-se nos topónimos em


Trás-os-Montes, Idanha-a-
que os dois elementos são
Nova
ligados por um artigo;

usa-se para indicar a partição


liga-/ção, ligam-/-se
da palavra em final de linha.

Translineação

Regra geral: as palavras são separadas de acordo com a sua divisão silábica.

 
Não se separam Exemplos Separam-se Exemplos

as vogais que
mui-to fe-é-ri-co
as vogais que formam hiato e os
ca-dei-ra ra-i-nha
formam ditongos ditongos
he-rói-co sai-am, ru-iu
consecutivos

fú-ria as consoantes
ab-di-car
os grupos ia, ie, io, sé-rie seguidas que
ac-tu-a-ção
oa, ua, ue, uo vá-rios pertencem a sílabas
ins-tru-tor
té-nue diferentes

os grupos de
consoantes a-bri-go os pares de ac-cio-nar
consecutivas pro-cla-mar consoantes iguais ter-ra
 
formados por b, c, d, em-pre-go (cç, rr, ss) e as letras mas-sa
f, g, p, t, v seguidos pa-la-vró-rio dos dígrafos sc, sç, des-ça
de l ou r (excepto o a-dro xc ex-ce-len-te
prefixo sub)

os grupos pn, mn, ps pneu-mo-nia


quando iniciam psí-qui-co
sílaba mne-mó-ni-ca Obs.:
em palavras com
ba-cha-rel hífen, quando este vice-/-almirante
os dígrafos ch, lh,
ma-lha-do coincide no final da deita-/-te
nh
ma-nhã linha, é repetido na
linha seguinte
al-guém
os grupos gu e qu
e-qua-dor

Pontuação

Auxilia a leitura e compreensão do discurso escrito.

 
Sinal Utilização

usa-se no final do período, indicando que o sentido está


Ponto (.) completo e nas abreviaturas (Dr., Exa., Sr.); marca uma
pausa absoluta

marca uma pequena pausa. É usada para separar: o


aposto; o vocativo; o atributo; os elementos de um
sintagma não ligados pelas conjunções e, ou, nem; as
Vírgula (,) coordenadas assindéticas não ligadas por conjunções; as
orações relativas; as orações intercaladas; as orações
subordinadas e as adversativas introduzidas por mas,
contudo, todavia e porém.

sinal intermédio entre o ponto e a vírgula que indica que a


frase não está finalizada. Usa-se: em frases constituídas
por várias orações, algumas das quais já contêm uma ou
Ponto e vírgula (;) mais vírgulas; para separar frases subordinadas
dependentes de uma subordinante; como substituição da
vírgula na separação da oração coordenada adversativa da
oração principal.

marcam uma pausa e anunciam: uma citação; uma fala;


  Dois pontos (:)
uma enumeração; um esclarecimento; uma síntese

usa-se no final de uma frase interrogativa directa e indica


Ponto de interrogação (?)
uma pergunta

usa-se no final de qualquer frase que exprime


Ponto de exclamação (!)
sentimentos, emoções, dor, ironia e surpresa

marcam uma interrupção na frase indicando que o sentido


Reticências (...)
da oração ficou incompleto

usam-se para delimitar citações; para referir títulos de


Aspas ("...")
obras; para realçar uma palavra ou expressão

marcam uma observação ou informação acessória


Parênteses (...)
intercalada no texto

Constitui cada uma das secções de frases de um escrito;


Parágrafo (§) começa por letra maiúscula, um pouco além do ponto em
que começam as outras linhas.

marca o início e o fim das falas, no diálogo para distinguir


Travessão (-) cada um dos interlocutores; as orações intercaladas; as
sínteses no final de um texto. Substitui os parênteses.

Artigos
Subclasse de palavras variáveis que se antepõem ao substantivo para identificar e determinar o
ser que este exprime. Se se trata de um ser já conhecido utiliza-se o artigo definido. Se se trata
de um simples representante de uma dada espécie ao qual não se fez menção anterior utiliza-se
o artigo indefinido.

Formas Simples

Artigos Definidos Artigos Indefinidos

     
Singular Plural Singular Plural

Masculino o os Masculino um uns

Feminino a as Feminino uma umas

Formas Combinadas (Contracção)

   
Artigos Definidos Artigos Indefinidos

Preposições o a os as Preposições um uma uns umas


 
a ao à aos às em num numa nuns numas

de do da dos das          

em no na nos nas de dum duma duns dumas

por (per) pelo pela pelos pelas  

Classificação dos substantivos

Classe de palavras variáveis que designam seres, coisas, lugares, instituições, nações, estados,
qualidades e acções.
designam nomes de coisas, animais, pessoas e
Isabel, rapaz, Igreja, Paris,
Concretos instituições, ou seja, tudo o que tem existência
porção, árvore
propriamente dita

designam acções, noções, qualidades e estados, Estado, justiça, saúde,


Abstractos
ou seja, representações do nosso pensamento inteligência, profundidade

designam uma pessoa, animal ou coisa de


forma individual, ou seja, um indivíduo de uma João, Portugal, Porto, Tejo
  Próprios
dada espécie

designam todas as pessoas, animais ou coisas homem, país, cidade, rio,


Comuns de uma espécie ou de um grupo casa, gato

alcateia, batalhão, bando,


cardume, exército, enxame,
substantivos comuns que, embora estando no
horda, magote, moda,
singular, designam um conjunto de seres ou
Colectivos multidão, vara (ver tabela
coisas da mesma espécie
dos substantivos
colectivos)

Substantivos colectivos

 
Substantivos Colectivos

Alcateia (de lobos) Armento (de gado grande: bois, búfalos)

Arquipélago (de ilhas) Atilho (de espigas)

Banca (de exterminadores) Banda (de músicos)

Bando (de aves, de ciganos, de malfeitores) Cacho (de bananas, de uvas)

Cáfila (de camelos) Cambada (de malandros)

Cancioneiro (conjunto de canções, de Caravana (de viajantes, de peregrinos, de


poesias líricas) estudantes)

Cardume (de peixes) Choldra (de assassinos, de malandros, de


malfeitores)

Chusma (de gente, de pessoas) Constelação (de estrelas)

Corja (de vadios, de tratantes, de velhacos,


Coro (de anjos, de cantores)
de ladrões)

Elenco (de actores) Falange (de soldados, de anjos)

Farândola (de ladrões, de desordeiros, de


Fato (de cabras)
assassinos, de maltrapilhos, de vadios)

Feixe (de lenha, de capim) Frota (de navios mercantes, de autocarros)


 
Girândola (de foguetes) Horda (de povos selvagens nómadas, de
desordeiros, de aventureiros, de bandidos,
de invasores)

Junta (de bois, de médicos, de credores, de


Legião (de soldados, de demónios)
examinadores)

Magote (de pessoas, de coisas) Malta (de desordeiros)

Manada (de bois, de búfalos, de elefantes) Matilha (de cães de caça)

Matula (de vadios, de desordeiros) Mó (de gente)

Molho (de chaves, de verdura) Multidão (de pessoas)

Ninhada (de pintos) Plêiade (de poetas, de artistas)

Quadrilha (de ladrões, de bandidos) Romanceiro (conjunto de poesias


narrativas)

Ramalhete (de flores) Rebanho (de ovelhas)

Récua (de bestas de carga) Réstia (de cebolas, de alhos)

Roda (de pessoas) Súcia (de velhacos, de desonestos)

Talha (de lenha) Tropa (de muares)

Vara (de porcos)


Plural dos substantivos

Terminação (regra geral) Plural Exemplos

vogal e ditongo acrescenta s mesas, pais

flores, líquenes, países,


consoante (r, n, s e z) acrescenta es
raízes

Terminação
Plural Exemplos
(particularidades)

-ão muda para -ãos, -ães ou -ões mãos, cães, leões


 
-m muda para -ns homens, tons

-al, -oi, -ul muda para -ais, -ois, -uis casais, bois, pauis

-el, -ol muda para -éis, -óis anéis, faróis

-il tónico muda o l em s funis, barris

-il átono muda para -eis répteis, fósseis

-ás, -ês acrescenta es gases, franceses

-s, -x não mudam lápis, pires, pírex, inox

Plural dos substantivos compostos

 
Compostos Regra Exemplos

Por aglutinação    

acrescenta s no final, como aguardentes, passatempos,


sem hífen
substantivo simples malmequeres

Por justaposição    

Elementos ligados por hífen:


ambos os elementos vão couves-flores, amores-
substantivo + substantivo
para o plural perfeitos, altos-fornos
substantivo + adjectivo
  adjectivo + substantivo

Elementos ligados por hífen:


só o segundo elemento vai guarda-sóis, pisa-papéis,
verbo ou palavra invariável
para o plural contra-ataques
+
+ substantivo ou adjectivo

Elementos ligados por hífen:

substantivo + preposição +
só o primeiro elemento vai águas-de-colónia, navios-
substantivo
para o plural escola, palavras-chave
substantivo + substantivo
com valor de determinante
específico

Flexão de género dos substantivos

 
Terminação (regras
Feminino Exemplos
gerais)

-o átono muda para -a aluna, gata

-consoante acrescenta -a autora, burguesa

Terminação
Feminino Exemplos
(particularidades)
 
leoa, patroa, aldeã, cidadã,
-ão muda para -oa, -ã, -ona
comilona, sabichona

-or muda para -eira bordadeira

-dor, -tor (alguns casos) muda para -triz actriz, imperatriz

-eu muda para -eia ateia, europeia

não muda (tem excepções:


-e cliente, amante
elefanta, infanta)

Masculinos e femininos de radicais diferentes

Alguns substantivos têm uma forma para indicar os seres do sexo masculino e outra
para os do sexo feminino. Assim:
Masculinos e femininos de radicais diferentes

Masculino Feminino

Bode Cabra

Boi Vaca

Cão Cadela

Carneiro Ovelha

Cavalheiro Dama

Cavalo Égua

Compadre Comadre
 

Frei Sóror ou soror

Genro Nora

Homem Mulher

Macho Fêmea

Marido Mulher

Padrasto Madrasta

Padrinho Madrinha

Pai Mãe

Zangão Abelha
rau dos substantivos

Grau Formação Exemplos

Aumentativo sintético ricaço; bigodaça; casarão;


acrescentam-se os sufixos: -
mulherona; dramalhão;
aço, -aça; -ão, -ona; -alhão;
montanha; muralha;
-anha; -alha; -eiro; -eira
maluqueira; mexeriqueiro

Aumentativo analítico associa-se um adjectivo casa enorme; grande homem


 
Diminutivo sintéctico fogacho; cançoneta;
acrescentam-se os sufixos: -
ramalhete; burrico;
acho; -eta, -ete; -ico; -ilho, -
pecadilho; anilha; garotelho;
ilha; -elho, -elha; -im; -
varandim; mocinho; casinha;
inho, -inha; -ito, -ita; -ola; -
cãozito; pequenita;
ulo
criançola; montículo

casa minúscula; pequeno


Diminutivo analítico associa-se um adjectivo
jardim

Na maioria dos aumentativos ressalta um valor depreciativo ou pejorativo; o emprego


do diminutivo indica a linguagem afectiva.

Plural dos adjectivos

O adjectivo toma a forma singular ou plural do substantivo que qualifica.

 
Terminação (regra geral) Plural Exemplos

vogal e ditongo acrescenta-se -s tristes, maus

consoante acrescenta-se -es felizes, elementares

Terminação
Plural Exemplos
(particularidades)

-ão muda para -ãos, -ães ou -ões sãos, glutões

-m muda para -ns jovens, bons

-al, -ol, -ul muda para -ais, -ois, -uis ovais, azuis

-el muda para -éis, -óis moscatéis, fiéis, espanhóis


  -il tónico muda o -l em -s febris, infantis

-il átono muda para -eis fúteis, férteis

-ás, -ês, -is acrescenta -es portugueses

-s, -x não muda simples

Adjectivos compostos Plural Exemplos

só o último elemento toma a


agro-pecuárias, hispano-
forma do plural (exceptua-se
por justaposição americanos, médico-
surdo-mudo que toma a
cirúrgicos, luso-americanas
forma surdos-mudos)

referentes a cores quando o


verde-esmeralda, amarelo-
segundo elemento é um não mudam
canário, verde-azeitona
substantivo

Feminino dos adjectivos

O adjectivo assume o género do substantivo.

 
Terminação (regra geral) Feminino Exemplos

-o muda para -a bonita, larga, formosa

Terminação
não muda árabe, breve, doce
(particularidades)

muda para -ã, -ona (tem


-ão sã, chorona
excepções: beirão-beiroa)

acrescenta -a (tem
-ês, -or, -u excepções: hindu, cortês, francesa, encantadora, crua
trabalhadeira)
 
-dor, -tor muda para -triz geratriz, motriz

-eu (com e fechado) muda para -eia europeia, hebreia

-eu (com e aberto) muda para -oa ilhoa, tabaroa

ímpar, vulgar, inferior,


Adjectivos compostos não muda
pior

apenas o segundo elemento


assume a forma feminina
norte-americana, luso-
  (exceptua-se surdo-mudo
espanhola
que toma a forma surda-
muda)

Adjectivos uniformes

 
Terminação Feminino Exemplos

agrícola, homicida, indígena,


-a não muda
celta

-e não muda árabe, breve, doce

ateniense, hilariante,
-ense, -ante, -ente, inte não muda
coerente, contribuinte
  não muda (excepção:
-l artificial, amável, frágil, azul
espanhola)

-s (em adjectivos
não muda reles, simples
paroxítonos)

-ar e -or (nos comparativos) não muda ímpar, vulgar, inferior, pior

não muda (excepção: boa, audaz, feliz, selvagem,


-z, -m
andaluza) virgem

Grau dos adjectivos

 
Grau Formação Exemplos

Comparativo
   

mais + adjectivo + que, do


de superioridade És mais alto que o João.
que ou quanto

de igualdade tão + adjectivo + como Ela é tão ágil como a mãe.

menos + adjectivo + que, do


de inferioridade Sou menos hábil que tu.
que ou quanto

Superlativo    
 
acrescentam-se os sufixos - belíssimo, felicíssimo,
Absoluto sintético (1)
íssimo, -imo, -rimo facílimo, libérrimo

antepõem-se ao adjectivo os muito fácil, bem pobre,


Absoluto analítico advérbios muito, bem, assaz, assaz difícil, bastante largo,
bastante, imensamente, etc. imensamente bom

antepõe-se o (a) ao
É o mais antigo prédio
Relativo de superioridade comparativo de
Foi a mais hábil professora
superioridade

antepõe-se o (a) ao O Carlos é o aluno menos


Relativo de inferioridade
comparativo de inferioridade estudioso do colégio

(1) Dada a diversidade de casos, aconselha-se a consulta da Gramática Universal da


Língua Portuguesa, da Texto Editores.

Comparativos e superlativos irregulares

Superlativo
Comparativo de
Adjectivo
Superioridade
Absoluto Relativo

  óptimo
bom melhor o melhor

mau pior péssimo o pior

grande maior máximo o maior

pequeno menor mínimo o menor


Determinantes demonstrativos

Subclasse de palavras variáveis que indicam a posição dos seres e das coisas no espaço
e no tempo em relação às pessoas gramaticais.

Formas simples

Singular Plural

Masculino Feminino Masculino Feminino

este esta estes estas


 
esse essa esses essas

aquele aquela aqueles aquelas

o mesmo a mesma os mesmos as mesmas

o outro a outra os outros as outras

o a os as

tal tais

Determinantes relativos

Subclasse de palavras variáveis que estabelecem uma relação entre um nome que
determinam e um antecedente.

Singular Plural

  Masculino Feminino Masculino Feminino

cujo cuja cujos cujas

quanto quanta quantos quantas


1. Cujo - É utilizado como determinante relativo com sentido equivalente a do (a, os,
as) qual, de quem, de que. Visto ser um determinante concorda sempre em género e em
número com o substantivo (nome) que antecede:

Esta senhora, cujo nome desconheço, tem uma reclamação a fazer.


Este é o rio Douro cujas águas banham a cidade do Porto.

2. Quanto - Tem por antecedentes os pronomes indefinidos todo (a, os, as) e tanto (a,
os, as) embora estes estejam omitidos (subentendidos).

Emprestei-te quanto dinheiro tinha. (Antecedente subentendido tanto).

Determinantes interrogativos

Subclasse de palavras empregues para formular uma pergunta directa ou indirecta.

Variáveis

Singular Plural Invariável

 
Masculino Feminino Masculino Feminino

quanto quanta quantos quantas


que
qual quais

1. Quanto - pode referir-se a pessoas ou a coisas. Enquanto determinante interrogativo


usa-se em concordância com o substantivo:

Quantos irmãos tens?

2. Qual - pode referir-se a pessoas ou a coisas. Usa-se geralmente como determinante,


embora nem sempre junto ao substantivo:

Qual foi o filme que viste ontem?

3. Que - é determinante quando é equivalente a que espécie de, podendo referir-se a


pessoas ou a coisas:

Que livro andas a ler?


Mas que mulher é essa?

Determinantes indefinidos
Subclasse de palavras que determinam a 3ª pessoa gramatical de modo vago e
impreciso.

Variáveis

Singular Plural Invariável

Masculino Feminino Masculino Feminino

algum alguma alguns algumas


  nenhum nenhuma nenhuns nenhumas
todo toda todos todas
certo certa certos certas
muito muita muitos muitas
pouco pouca poucos poucas
vário vária vários várias cada
tanto tanta tantos tantas
outro outra outros outras
quanto quanta quantos quantas

qualquer quaisquer

Pronomes pessoais

Subclasse de palavras que representam no discurso as três pessoas gramaticais,


indicando por isso quem fala, com quem se fala e de quem se fala.

 
Complemento
Indirecto
Complemento
Complemento antecedido Circunstancial
Número Pessoa Sujeito sem
Directo de
preposição
preposição

mim, migo
me mim
1ª eu me (comigo)

ti, tigo
2ª tu te te ti
(contigo)
Singular
  si, sigo
3ª ele, ela se, o, a lhe si, ele, ela (consigo), ele,
ela

nós, nosco
1ª nós nos nos nós
(connosco)

vós, vosco
2ª vós vos vos vós
Plural (convosco)

si, sigo
eles, si, eles,
3ª se, os, as lhes (consigo),
elas elas
eles, elas

Determinantes

Classe de palavras que normalmente precedem o substantivo ou nome e que dão


indicações sobre aquilo que este expressa, limitando ou concretizando o seu significado.
Concordam sempre em género com o substantivo.

Determinantes possessivos

Subclasses de palavras variáveis que exprimem a posse em relação às três pessoas


gramaticais.
vários
um possuidor
possuidores
Pessoa
singular plural singular plural

masculino meu meus nosso nossos



feminino minha minhas nossa nossas
 
masculino teu teus vosso vossos

feminino tua tuas vossa vossas

masculino seu seus seu seus



feminino sua suas sua suas

Determinantes

Classe de palavras que normalmente precedem o substantivo ou nome e que dão


indicações sobre aquilo que este expressa, limitando ou concretizando o seu significado.
Concordam sempre em género com o substantivo.

Determinantes possessivos

Subclasses de palavras variáveis que exprimem a posse em relação às três pessoas


gramaticais.

vários
um possuidor
possuidores
Pessoa
singular plural singular plural

masculino meu meus nosso nossos



  feminino minha minhas nossa nossas

masculino teu teus vosso vossos



feminino tua tuas vossa vossas

masculino seu seus seu seus



feminino sua suas sua

Pronomes demonstrativos
Subclasse de palavras que, substituindo os nomes, indicam a posição dos seres e das
coisas no espaço e no tempo em relação às pessoas gramaticais.

Formas simples

Variáveis

Singular Plural
Invariáveis

Masculino Feminino Masculino Feminino

este esta estes estas


 
esse essa esses essas
isto
aquele aquela aqueles aquelas
isso
o mesmo a mesma os mesmos as mesmas

o outro a outra os outros as outras aquilo

o a os as

tal tais

Formas Combinadas (Contracções)

Preposições Pronomes Demonstrativos

  este(s)  esta(s) esse(s) essa(s) aquele(s) aquela(s) isto isso aquilo


  de deste(s)  desta(s) desse(s) dessa(s) daquele(s) daquela(s) disto disso daquilo

em neste(s)  nesta(s) nesse(s) nessa(s) naquele(s) naquela(s) nisto nisso naquilo

a         àquele(s) àquela(s)      

Pronomes relativos

Subclasse de palavras que estabelecem uma relação entre uma palavra antecedente que
representam e aquilo que a seu respeito se vai dizer na oração que introduzem.
Variáveis

Singular Plural Invariáveis

  Masculino Feminino Masculino Feminino

o qual a qual os quais as quais que

quanta quantas quem


quanto quantos

cujo cuja cujos cujas onde

Pronomes interrogativos

Subclasse de palavras que, substituindo os nomes, são empregues para formular uma
pergunta directa ou indirecta.

Variáveis

Singular Plural Invariável

 
Masculino Feminino Masculino Feminino

o quê
quanto quanta quantos quantas que

quem onde
qual quais

Pronomes indefinidos

Subclasse de palavras que designam a 3ª pessoa gramatical (seres ou coisas) de modo


vago e impreciso.

 
Variáveis

Singular Plural Invariáveis

Masculino Feminino Masculino Feminino

algum alguma alguns algumas


  nenhum nenhuma nenhuns nenhumas alguém
todo toda todos todas ninguém
muito muita muitos muitas outrem
pouco pouca poucos poucas tudo
vário vária vários várias nada
tanto tanta tantos tantas algo
outro outra outros outras cada
quanto quanta quantos quantas

quaisquer  
qualquer

Numerais

 
Números
Números Fraccionários Colectivos
(romanos) Cardinais Ordinais Multiplicativos
(árabes)

I    
1 um primeiro  

meio ou
2 II dois segundo duplo ou dobro duo, dueto
metade

3 III três terceiro triplo ou tríplice terço trio

4 IV quatro quarto quádruplo quarto quarteto

5 V cinco quinto quíntuplo quinto quinteto

6 VI seis sexto sêxtuplo sexto sexteto

7 VII sete sétimo séptuplo sétimo  

8 VIII oito oitavo óctuplo oitavo  

9 IX nove nono nónuplo nono novena

dezena,
10 X dez décimo décuplo décimo
década

undécimo ou undécimo ou
11 XI onze undécuplo  
décimo primeiro onze avos

duodécimo ou duodécimo ou
12 XII doze duodécuplo dúzia
décimo segundo doze avos

13 XIII treze décimo terceiro   treze avos, etc.  

14 XIV catorze décimo quarto      

15 XV quinze décimo quinto      

16 XVI dezasseis décimo sexto      

17 XVII dezassete décimo sétimo      

18 XVIII dezoito décimo oitavo      

19 XIX dezanove décimo nono      

20 XX vinte vigésimo   vinte avos  

  vigésimo vinte e um
21 XXI vinte e um    
primeiro avos

trinta avos,
30 XXX trinta trigésimo    
etc.

40 XL quarenta quadragésimo      

50 L cinquenta quinquagésimo      

60 LX sessenta sexagésimo      

70 LXX setenta septuagésimo      

80 LXXX oitenta octogésimo      


(1)
As letras têm um traço por cima
(2)
As letras têm dois traços por cima.

Grau dos advérbios (normal e comparativo)

Comparativo
Normal
Superioridade Igualdade Inferioridade

mais devagar (do) menos devagar (do)


devagar tão devagar como
que que

mais rapidamente tão rapidamente menos rapidamente


rapidamente
(do) que como (do) que
 
melhor (mais (1)
bem tão bem menos bem
bem)

mal pior (mais (1) mal) tão mal menos mal

muito mais - -

pouco menos - -

Os comparativos regulares mais mal e mais bem devem usar-se antes de adjectivos
(1)

particípios. Ex.: Este filme está mais bem realizado do que ...

Grau dos advérbios (normal e superlativo)

 
Superlativo

Normal Absoluto Relativo

sintético analítico superioridade inferioridade

o menos
devagar devagaríssimo muito devagar o mais devagar
devagar

muito o mais o menos


  rapidamente rapidissimamente
rapidamente rapidamente rapidamente

bem optimamente muito bem - -

mal pessimamente muito mal - -

muito muitíssimo - o mais -

pouco pouquíssimo - o menos -

Há advérbios que não se flexionam em grau porque o próprio significado não admite
variação de intensidade.
Exemplo: aqui, ali, lá, hoje, amanhã, anualmente.

ocuções adverbiais

Tempo Lugar Modo

à noite; à tarde; às vezes; de à direita; à esquerda; à a custo; à pressa; à toa; à


dia; de manhã; de noite; de distância; ao lado; ao largo; vontade; às avessas; às
quando em quando; de vez de cima; de dentro; de fora; claras; às direitas; às
em quando; de tempos a de longe; de perto; em escuras; ao acaso; a torto e a
tempos; em breve; por vezes baixo; em cima; para dentro; direito; ao contrário; a sós;
para onde; por ali; por aqui; de bom grado; de cor; de má
  por dentro; por fora; por vontade; em geral; em
perto silêncio; em vão; etc.

Quantidade Afirmação Negação

de muito; de pouco; de todo com certeza; com efeito; de de forma alguma; de


facto; na verdade; sem maneira nenhuma; de modo
dúvida algum

Preposições

Palavras invariáveis que exprimem relações entre duas partes de uma oração que
dependem uma da outra.
 

com por
em
conforme salvo
excepto
a contra sem
entre
  ante consoante segundo
mediante
após de sob
para
até desde sobre
perante
durante trás

Obs.: Dados os numerosos significados e utilizações que podem ser assumidos pelas
diversas preposições, aconselha-se a consulta da Gramática Universal da Língua
Portuguesa, da Texto Editora.

Contracção das preposições com artigos

Artigos definidos Artigos indefinidos


Preposições
o a os as um uma uns umas

a ao à aos às - - - -
 
de do da dos das dum duma duns dumas

em no na nos nas num numa nuns numas

por pelo pela pelos pelas - - - -

Contracção das preposições com pronomes

Pronomes (1)
Preposições
este esta estes estas

a - - - -
 
de deste desta destes destas

em neste nesta nestes nestas

por - - - -
Locuções prepositivas

Desempenham função idêntica à das preposições.

abaixo de apesar de em baixo de para baixo de


acerca de a respeito de em cima de para cima de
acima de atrás de em frente a para com
a despeito de através de em frente de perto de
adiante de de acordo com em lugar de por baixo de
  a fim de debaixo de em redor de por causa de
além de de cima de em torno de por cima de
antes de defronte de em vez de por detrás de
ao lado de dentro de graças a por diante de
ao redor de depois de junto a por entre
a par de diante de perto de por trás de

Conjunções e locuções conjuncionais coordenativas

 
Subclasse Conjunções Locuções

e
não só ... mas também
Copulativas também
não só ... como também
(indicam adição) nem
tanto ... como
que (1)

no entanto
mas
não obstante
porém
apesar disso
Adversativas todavia
ainda assim
(indicam oposição) contudo
mesmo assim
que (2)
de outra sorte
entretanto
ao passo que

ou ... ou
ora ... ora
  já ... já
Disjuntivas
ou quer ... quer
(indicam alternativa)
seja ... seja
seja ... ou
nem ... nem

Conclusivas
(ligam uma oração que logo por consequência
exprime conclusão ou pois por conseguinte
consequência a uma portanto pelo que
anterior)

Explicativas pois
(ligam duas orações, a que
 
segunda das quais justifica o porquanto
conteúdo da primeira) porque

(1)
Que é conjunção copulativa quando equivale a e. Bate que bate.

Que é conjunção adversativa quando equivale a mas. O trabalho deves fazê-lo tu que
(2)

(mas) não eu.

Conjunções e locuções conjuncionais subordinativas

 
Subclasse Conjunções Locuções

porque
pois pois que uma vez que
Causais porquanto por isso que visto que
como já que visto como (...)
que

a menos que
a não ser que excepto se
se
Condicionais contanto que no caso de (que)
caso
dado que salvo se, se não (...)
desde que

para que
Finais que por que
a fim de que

quando antes que primeiro que


enquanto depois que sempre que
apenas logo que tanto que
Temporais
mal assim que todas as vezes que
como desde que à medida que
 
que até que ao passo que (...)

ainda que
por mais que
embora mesmo que
por menos que
Concessivas conquanto posto que
apesar de que
que bem que
nem que
se bem que

do que
segundo/consoante/conforme
como assim como
... assim
conforme também
tão/tanto ... como
Comparativas consoante bem como
como se
segundo mais ... do que
que nem
que menos ... do
qual (...)
que

de maneira que de modo que


Consecutivas que
de forma que de sorte que (...)

que
Integrantes  
se

Interjeições

Vocábulos frase excluídos das classes de palavras.


 

Sentimento/Emoção Principais interjeições

alegria Ah! Oh!

animação, encorajamento Avante! Coragem! Eia! Força! Vamos!

aplauso Bem! Bis! Bravo! Viva!

cansaço Ah! Uf!

chamamento (invocação) Alô! Ó! Olá! Psiu! Pst! Eh!

descontentamento Mau!

desejo Oh! Oxalá!

dor Ai! Ui!


 
encorajamento (para fazer levantar) Upa! Arriba!

espanto, surpresa Ah! Chi! Ih! Oh! Puxa!

impaciência, irritação Hum! Hem! Apre! Irra!

indignação Apre! Irra!

medo Ui!

silêncio Caluda! Psiu! Silêncio!

surpresa Ah! Ih! Oh!

suspensão Alto! Basta!

Locuções interjectivas

 
Sentimento Principais locuções interjectivas

Ai de mim! Pobre de mim! Valha-me Deus!


aflição, dor
Ai Jesus! Credo!

desejo Deus queira! Se Deus quiser!


  impaciência, irritação Ora bolas! Raios o partam!

pedido de socorro Aqui del-rei! Socorro! Ó da guarda!

reconhecimento Bem haja!

suspensão Alto aí! Alto lá!

saudação Adeus! Bom dia! Boa noite!

Tipos de frases

Consoante a mensagem a transmitir numa comunicação emissor-receptor:

Frase declarativa ou frase que informa sobre um Antes de sair verifiquei se


enunciativa acontecimento ou situação estava tudo em ordem.

O que me querias dizer?


frase que formula uma
(directa)
Frase interrogativa interrogação, directa ou
Perguntei-lhe o que é que ele
indirecta
me queria dizer. (indirecta)

frase que formula uma


Começa a trabalhar!
  ordem, um pedido, um
Frase imperativa Compre-me este livro!
conselho, uma exortação,
Vai, antes que seja tarde!
uma hipótese

Detesto esta comida!


frase que exprime
Oh, que maravilha de
sentimentos e emoções -
Frase exclamativa criança!
espanto, admiração, alegria,
Que belo presente!
amor, ódio, indignação, etc.
Que horror de guerra!

Formas de frase

 
frase que exprime uma O homem é um animal
Frase afirmativa
afirmação racional.

frase que exprime um O cão não é um animal


Frase negativa
negação racional.
  frase na qual o sujeito O Tiago comeu o gelado
Frase activa
pratica a acção inteiro.

frase na qual o sujeito sofre O gelado inteiro foi comido


Frase passiva
a acção pelo Tiago.

Período e oração

Período

Frase organizada em oração ou orações

Período simples Período composto


 
formado por uma só oração (chamada formado por duas ou mais orações:
absoluta):
O CD-ROM que lhe ofereci foi comprado
Ofereci-lhe ontem um CD-ROM. há já uma semana, quando fui às compras
com os meus pais.

Oração

Cada um dos componentes maiores do período, formado por uma palavra ou conjunto de
palavras com que se faz uma afirmação.
 
Núcleos da oração

Grupo do sujeito Grupo do predicado

A minha tia Joana escreveu-me ontem uma carta.


Elementos essenciais da oração

  Constituição Exemplos

um só núcleo: sujeito Eu fui à praia.


simples O Pedro almoçou cedo.
Sujeito
(ser sobre o qual se faz uma mais do que um núcleo: Tu e eu temos os mesmos
afirmação) sujeito composto gostos.
A manteiga e o iogurte são
produtos lácteos.
 
constituído por uma forma Vi um óptimo filme.
verbal: predicado verbal Os cães ladraram.
Predicado
(tudo aquilo que se afirma constituído por um verbo de Ele é muito egoísta.
sobre o sujeito) ligação e por um predicativo A minha irmã esteve cá.
do sujeito: predicado Fiquei muito satisfeito com
nominal a minha nota.

Orações coordenadas

Estão ligadas por uma conjunção ou locução coordenativa e mantêm uma certa
autonomia.

 
  Função Exemplos

expressam ligação ou Levantou-se e saiu.


Copulativas adição de afirmações Saltaram, pularam, fizeram trinta por
uma linha.

estabelecem uma Eu gostava de ajudar, mas não sei como.


oposição ao que foi Ela é inteligente, porém, falta-lhe humor.
Adversativas
afirmado na oração
anterior

estabelecem uma Ou vai ou racha!


  alternância ou alternativa Ora chove, ora faz sol.
Disjuntivas
em relação à oração Vai sair, quer queira, quer não.
anterior

indicam uma conclusão a Penso, logo existo.


Conclusivas partir do conteúdo da É o mais rápido, portanto, vai à frente.
primeira oração

explicam ou justificam o Acende uma luz, que não se vê nada.


Explicativas conteúdo da primeira O cão estacou, pois ouviu um assobio.
oração

Coordenadas Sindéticas - as orações estão ligadas por conjunções coordenativas mas as


conjunções podem, no entanto, ser omitidas - orações coordenadas assindéticas - (falam,
batem palmas).

Orações subordinadas

Substantivas Adjectivas Adverbiais

Completivas: Relativas: temporais


causais
  integrantes explicativas comparativas
condicionais
interrogativas indirectas restritivas finais
concessivas
infinitivas consecutivas

Obs.: Dada a complexidade deste assunto, recomenda-se a consulta da Gramática


Universal da Língua Portuguesa, da Texto Editora.

Derivação

 
  Formação Exemplos

a + pôr = apor
semi + círculo = semicírculo
tri + ângulo = triângulo
Derivação prefixal prefixo + palavra primitiva contra + pôr = contrapor
ex + pôr = expor
im + pôr = impor
per + correr = percorrer

casa + arão = casarão


chuva + oso = chuvoso
calma + mente =
Derivação sufixal palavra primitiva + sufixo
calmamente
casa + inha = casinha
casa + eiro = caseiro
 
a + funil + ar = afunilar
prefixo + palavra primitiva + en + gaiola + ar = engaiolar
Derivação parassintética
sufixo a + manh(ã) + ecer =
amanhecer

abalar > abalo


errar > erro
A palavra primitiva reduz-se
Derivação regressiva cortar > corte
ao formar a palavra derivada
debater > debate
recuar > recuo

Mudança gramatical nas Porto - porto (vinho)


Derivação imprópria palavras sem alteração da pereira - Pereira
forma (árvore) (apelido)

Composição

Junção de duas ou mais palavras formando uma com significado próprio

 
  Formação Exemplos

união de duas ou mais amor-perfeito, pé-de-cabra,


palavras conservando cada segunda-feira
uma o seu acento próprio e chapéu-de-chuva
Justaposição
ortografia (em regra, ligadas pára-quedas
por hífen) passatempo
  saca-rolhas

união de duas ou mais aguardente (água + ardente)


palavras que se subordinam embora (em + boa + hora)
Aglutinação a um único acento tónico (o fidalgo (filho + de + algo)
da segunda) e sofrem Monsanto (monte + santo)
alterações ortográficas

Letra e Fonema
É o sinal gráfico da escrita.

Exemplos:
pipoca – tem 6 letras
hoje – tem 4 letras

Fonema
É o som da fala.

Exemplos:
pipoca – tem 6 fonemas
Hoje – tem 3 fonemas

*Observe de acordo com os exemplos que o número de letras e fonemas não


precisam ter a mesma quantidade.

Chuva – tem 5 letras e 4 fonemas, já que o “ch” tem um único som.


Hipopótamo – tem 10 letras e 9 fonemas, já que o “h” não tem som.
Galinha – tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “nh” tem um único som.
Pássaro – tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “ss” só tem um único som.
Nascimento – 10 letras e 8 fonemas, já que não se pronuncia o “s” e o “en” tem um
único som.
Exceção – 7 letras e 6 fonemas, já que não tem som o “x”.
Táxi – 4 letras e 5 fonemas, já que o “x” tem som de “ks”.
Guitarra – 8 letras e 6 fonemas, já que o “gu” tem um único som e o “rr” também
tem um único som.
Queijo – 6 letras e 5 fonemas, já que o “qu” tem um único som.

Repare que através do exemplo a mudança de apenas uma letra ou fonema gera
novas palavras.

CAVALO
CAVADO
CALADO
COLADO
SOLADO

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