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CURSO: Letras (Português)

POLO DE APOIO PRESENCIAL: Taubaté

SEMESTRE: 1ª Etapa

COMPONENTE CURRICULAR / TEMA: Língua Portuguesa I

NOME COMPLETO DO ALUNO: Renan Santos Soares

TIA: 22018239

NOME DO PROFESSOR: Profª Liliane Barros Oliveira Delorenzi

A língua portuguesa adveio do latim vulgar que foi introduzido pelos romanos na Lusitânia, região
situada ao ocidente da Península Ibérica (218 a. C). Nesse contexto, o Latim foi imposto na região, utilizado
como oficial pelo governo. Foi, assim, propagado pelos soldados, que levavam as notícias de Roma pela
estrada. Era considerada língua de ascensão social, pois quem aprendia a língua elevava-se aos status de
cidadão romano. Deve-se destacar, todavia, que essa língua era caracterizada pela pronúncia descuidada e
sem requintes, sendo usada por todas as classes sociais e propensa à variação, diferentemente da língua
literária, mais conservadora e resistente. A partir da dialetação do latim vulgar com as influências do idioma
céltico (a provável língua falada na península antes dos romanos), surgiu-se o galego-português e outros
dialetos românicos (anos 200), como o austuro-leonês, o aragonês-catalão e o castelhano.

Já a partir dos anos 400 (por volta do século V), a península ibérica foi invadida por povos germânicos.
Esses povos eram compreendidos por diversas nações, cada uma como um dialeto específico: vândalos,
suevos e visigodos. Dessa dominação germânica, há alguns vestígios mínimos em cerca de duzentas
palavras que foram incorporadas ao vocabulário da língua em formação, referentes, especificamente, ao
léxico próprio das guerras e das batalhas, característico dos povos germânico, designando armas e vestes.
Tratou-se, assim sendo, de uma influência não significativa.

No século VIII, todavia, a Península Ibérica foi invadida por mais um povo: os árabes, que atravessaram
o estreito de Gibraltar e lá chegaram. Ao chegarem, muitos hispano-godos, convencidos pela grandeza da
civilização árabe, optaram por essa língua, deixando ao lado o romance do qual falavam. Nascem, assim, os

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dialetos moçárabes. Deve-se ressaltar que durante o domínio árabe na península, floresceram-se a
agricultura, a indústria e o comércio, sendo o árabe adotado como língua oficial, mas a população subjugada
continuou a usar o romance (o latim vulgar alterado) como principal manifestação linguística. Durante o
período de dominação mulçumana, assim, houve influência no vocabulário na formação do romance, como
em quase todos nomes de plantas, medidas, ofícios e instrumentos.

Já no século XI, iniciou-se a expulsão dos povos do sul (que falavam os dialetos moçárabes) por
intermédio da reconquista cristã na península, culminando na expansão do galego-português na parte
meridional, absorvendo o romance que lá existia. Em 1179, Portugal tornou-se independente e em 1249 (séc.
XIII), com quase todas as suas fronteiras delimitadas. Em 1290, o galego já estava presente em todo país e
tornou-se oficial com o título de “português”. Ainda nessa época, criou-se a primeira universidade portuguesa,
propiciando o desenvolvimento das letras gerais. O principal texto criado à época foi o poético, destacando-
se a trova, composições presentes nos Cancioneiros.

A partir do século XV, iniciou-se a expansão do português pelo mundo. Impulsionados pelo Infante D.
Henrique, iniciou-se o emblemático período dos descobrimentos, que desvendaram os caminhos para as
índias, a passagem para o Pacífico e para a América do Sul. Em 1460, chegaram em Cabo Verde, e em 1470,
a São Tomé e Príncipe. Nessas localidades, foram desenvolvidos os conhecidos crioulos de língua
portuguesa, definidos como idiomas de contato entre línguas europeias e africanas. Entre 1483 e 1485 os
portugueses alcançaram Angola, e em 1498, Moçambique, onde se destacam, predominantemente, as
línguas da família quimbundo.

Em 1500, Cabral chegou à costa brasileira, e, ainda, os portugueses circunscreveram Goa (1510),
Damão (1531), Diu (1535) e Macau (1553), na China. No Brasil, os portugueses de depararam com mais de
300 línguas indígenas (do tronco macrotupi e macrojê). No português brasileiro, mais de oito mil vocábulos
foram adquiridos do tupi-guarani, nomeando vegetais, animais e nomes de cidades. Ressalta-se também a
influencia das línguas africanas (por conta dos milhões de escravos negros aqui trazidos entre os séculos XVI
e XIX. A partir da segunda metade do séc. XIX, também, a intensa onda migratória europeia também deixou
rastros no português brasileiro em algumas palavras, como em: serenata, alarme, violino, camarim, grotesco,
andante, piloto e macarrão, tal qual a migração interna do século XX, elevando mais ainda o Brasil a um país
linguisticamente multicultural.

A partir de uma perspectiva historiográfica linguística, conclui-se que os fatos culturais e sociais são
constantes e influenciam majoritariamente o processo de formação, constituição e evolução das línguas
naturais, pois elas são fruto de um complexo processo de evolução sociocultural e histórica que determinam
diversas estruturas presentes da civilização que as usam. Atualmente, a língua portuguesa é a sexta língua
mais falada do mundo, compreendendo nove países: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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