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PORTUGUÊS 2014 1

UNIDADE DE ENSINO: PORTUGUÊS


APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Os conhecimentos em Língua Portuguesa sempre foram essenci-


ais para qualquer pessoa se estabelecer no mercado de trabalho. Atra-
vés da disciplina PORTUGUÊS pretende-se auxiliar os discentes quanto
a alguns aspectos da gramática tradicional, essenciais para o domínio
do idioma, bem como oportunizar o domínio e o uso da língua em ter-
mos de sua estruturação frasal, pautando-se nas novas regras determi-
nadas pelo acordo ortográfico da língua portuguesa.
Pretende-se, também, reconhecer a necessidade de compreensão
da Língua Portuguesa, desde a sua formação histórica, considerando-se
a sua utilização na maioria das atividades humanas; demonstrar a ne-
cessidade da interdisciplinaridade do conhecimento, de modo a visuali-
zar o profissional frente à diversidade de situações com que poderá se
confrontar na vida profissional, produzindo conhecimento à base do sa-
ber adquirido; oportunizar o aprimoramento nas atividades de leitura,
compreensão, interpretação e produção de textos, de forma a assegurar
aos discentes habilidades e competências no âmbito da escrita, seja ela
formal ou informal, bem como o desenvolvimento de espírito crítico e vi-
são científica, com o pleno conhecimento teórico, técnico e prático dos
saberes afins à Língua Portuguesa.

Bom trabalho!
Prof. MSc. Walter Zavatário
prof.walterzavatario.ead@unec.edu.br

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Aula 01

CAPÍTULO 1: A LÍNGUA PORTUGUESA

1.1 Sua origem

A Língua Portuguesa tem sua origem no Latim Vulgar1 que os romanos leva-
ram para a Península Hispânica ou Ibérica2. Pouco se sabe sobre a história da Pe-
nínsula e dos povos que habitaram aquela região antes da invasão dos romanos no
século III a.C.
Dentre os povos primitivos estão os seguintes:
Os iberos, povo agrícola e pacífico que habitou a região muitos séculos antes
de Cristo;
Os celtas, de origem germânica, considerado como povo guerreiro, invadiram
a Península, mesclando-se com os iberos ao longo dos séculos, dando ori-
gem aos Celtiberos;
Celtiberos. Séculos depois os fenícios, os gregos e os cartagineses estabe-
leceram colônias comerciais em vários pontos da Península.

Saiba mais em3: http://www.pixton.com/br/schools/gallery/pqfaqwor e


http://infolaboratorio.blogspot.com.br/2012/02/historia-da-lingua-portuguesa.html

Como os cartagineses pretendessem dominar totalmente a Península, no sé-


culo III a.C os celtiberos chamaram os romanos para socorrê-los e impedir a expan-
são de Cartago, que representava séria ameaça ao domínio do mundo mediterrâ-
neo, pretendido por Roma.

1
O Latim Vulgar (Sermo Vulgaris): é a linguagem do povo que transmite espontaneamente suas
ideias sem a preocupação de submeter a fala às normas gramaticais. Embora coexistindo com o La-
tim Literário não constituíssem duas línguas diferentes, mas duas modalidades da mesma língua,
corrente entre as diversas classes da sociedade romana: latim familiar (da classe média); latim ple-
beu (da classe baixa); latim castrense (dos soldados); latim náutico (dos marinheiros); latim proletá-
rio (dos operários) e latim rural (dos camponeses).
2
Península que se situa na parte mais ocidental da Europa e compreende dois países: Espanha e
Portugal. É por vezes chamada Península Hispânica.
3
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Em 197 a.C. as legiões romanas dominaram toda a Península, tornando-se


província romana. Não se tratava simplesmente de uma conquista político ou militar,
mas, acima de tudo, cultural, tendo em vista que paralelamente à sua conquista terri-
torial, Roma ia realizando sua conquista linguística, com a imposição da língua latina
aos povos vencidos, estabelecendo a romanização da Península.
Assim, os romanos abriram escolas, construíram estradas, levantaram tem-
plos, organizaram o comércio, o serviço de correio, tendo sido intransigentes na im-
posição do uso da língua latina nas transações comerciais e nos atos oficiais e na
organização do serviço militar obrigatório, também com o uso obrigatório do Latim.
Com a queda do Império Romano e a eliminação dos elementos unificadores
do idioma, o Latim Vulgar falado na Península Ibérica, já bastante modificado pela
ação das diversas línguas dos povos vencidos, misturou-se com a primitiva língua
dos Celtiberos, ou seja, do substrato linguístico. Com a imediata invasão dos povos
bárbaros (vândalos, suevos e visigodos) e germânicos, o Latim Vulgar transformou-
se em vários dialetos independentes em cada região.

http://www.dayures.com.ar/Celtiberos.htm

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Aula 02
1.2 Sua história

1.2.1 Povos de civilização pós-românica na Península Ibérica:


1.2.1.1 Bárbaros Germânicos
No século V d.C: Alanos, Suevos, Visigodos, Vândalos;
Ações dos Bárbaros na formação dos dialetos do Latim Vul-
gar na Península Ibérica:
1. Causaram a dissolução da unidade política do Império;
2. Fecharam as escolas;
3. Extinguiram a nobreza romana.

1.2.1.2 Árabes no século VIII d. C. invadiram a Península e sua língua


passou a ser usada juntamente com o romanço (latim vulgar modifica-
do), ficando a língua árabe limitada aos documentos e a pequena parte
da população, os chamados moçarabes, embora muitas de suas pala-
vras tenham entrado no romanço peninsular.
O domínio árabe, embora tenha durado até o século XV (1492),
não foi pacífico. E contra os muçulmanos sur-
giram vários grupos de visigodos, auxiliados
por guerreiros cristãos que lutaram na Ibéria
contra os mouros.
Dentre eles destacou-se D. Henrique
de Borgonha, que recebeu de D. Afonso VI,
Rei de Leão, a mão de sua filha D. Teresa e o
Conde D. Henrique de Borgonha
pequeno Condado Portucalense, originado da e Dona Tereza de Leão.

povoação mais importante, Portucale, http://rodrigozeviani.wordpress.com/tag/


condado-portucalense/
situado entre os rios Minho e Tejo, co-
mo recompensa pela sua bravura e dedicação.

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D. Afonso Henriques, filho desse casal, estendeu os limites do


território mais para o Sul e em 1140 fez a sua independência em rela-
ção à Espanha, proclamando-se o primeiro Rei de Portugal.
O dialeto Galeziano era a língua falada nessa região, sendo que
após a fundação de Portugal passou a ser chamado GALAICO-
PORTUGUÊS, referindo-se à Galiza e Portugal.

1.3 Suas fases

Segundo Leite de Vasconcelos, a História da Língua Portuguesa pode ser di-


vidida em três fases:
1ª Fase: Pré-Histórica – começa com as origens da língua, indo até o século
IX. Do século V ao IX, caracterizado pela ausência de documen-
tos é chamado de romance lusitano;
2ª Fase: Proto-Histórica – estendendo-se do século IX ao XII. Os documen-
tos são redigidos em Latim Bárbaro, com algumas palavras por-
tuguesas, tendo em vista que a língua já era falada, mas não era
escrita;
3ª Fase: Histórica – a partir do século XI, estendendo-se até os dias atuais.

1.3.1 Períodos da fase histórica:


1.3.1.1 1° Período – Português arcaico – do século XII ao século XVI.
É na língua GALAICO-PORTUGUÊS que foi escrito o primeiro
documento da nossa literatura, a Cantiga da Ribeirinha, por Paio
Soares de Taveirós, em 1.189, dedicada à D. Maria Paes Ribei-
ro, a Ribeirinha. A partir dessa data aparecem textos em poesia
e, posteriormente, em prosa. Em Cancioneiros podemos conhe-
cer as poesias trovadorescas e na prosa de cronistas como Fer-
não Lopes, Gomes Eanes Zurara e Rui de Pina. Em 1290, D.
Dinis, o Rei Trovador, torna obrigatório o uso da Língua Portu-
guesa e funda em Coimbra a primeira Universidade.

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CANTIGA DA RIBEIRINHA
(ou de Guarvaya) Leia a poesia e
depois verifique o
Paio Soares de Taveirós (1189) significado das pa-
lavras logo abaixo.
No mundo non me sei parelha,
mentre me for como me vay
ca já moiro por vos – e ay!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraya
quando vus eu vi em saya!
Mao dia me levantei,
Que vus enton non vi fea!
E, mia senhor, desaqueldi ’ ay
me foi a mi muyn mal
e vos, filha de Don Paay
Moniz, e bem vus semelha
d ’ aver eu por vos guarvaya
pois eu, mia senhor, d ’ alfaya
nunca de vos ouve nem ei
valia dua correa.
(Cancioneiro da Ajuda)

(1) parelha = igual, semelhante;

(2) mentre = enquanto, entrementes;

(3) ca = pois, porque;

(4) retraya = retrate, evoque;

(5) que vos enton non vi fea = que então eu vos vi linda;

(6) semelha = parece;

(7) guarvaya = manto escarlate dos reis.

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1.3.1.2 2° Período – Português moderno– do século XVI até os


dias atuais. No século XVI aconteceu um processo de
aperfeiçoamento e enriquecimento linguístico, sob a in-
fluência dos humanistas do Renascimento, quando os
escritores voltaram à imitação dos modelos latinos, no
esforço de aproximação da Língua Portuguesa do Latim.
É o que podemos constatar com a obra de Luís de Ca-
mões, Os Lusíadas, em 1572, considerado o maior mo-
numento literário e linguístico da Língua Portuguesa.

Os Lusíadas: Luiz de Camões

http://literaturadecamoes.blogspot.com.
br/2012/04/trecho-de-os-lusiadas-
analisado.html
A gramaticalização do nosso idioma teve início ainda no século XVI, com a
publicação, em 1536, da primeira gramática da Língua Portuguesa, escrita pelo Pe.
Fernão de Oliveira, intitulada Gramática da Lingoagem Portugueza. E, em 1540, Jo-
ão de Barros escreve a segunda gramática com o mesmo título da primeira.

http://primeirasgramaticas.wordpress.co http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Jo%C3%A3o_d
m/page/3/ e_Barros.jpg

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MARQUE AS RESPOSTAS CORRETAS QUANTO ÀS ORIGENS


DA LÍNGUA PORTUGUESA:
1. Pode-se dizer que o Latim falado na Península Ibérica já era dialetado pela se-
guinte razão:
a) O Latim Clássico misturou-se com a língua primitiva dos Celtiberos, tornando-
se um substrato da língua dos romanos.
b) O Romance Lusitano misturou-se com a língua dos árabes, tornando-se um
substrato do Latim.
c) O Latim Vulgar misturou-se com a língua primitiva dos Celtiberos, tornando-se
um substrato da língua dos romanos.
d) O Galaico Português misturou-se com a língua dos árabes, tornando-se um
substrato do Latim.

2. O dialeto falado na região após a fundação de Portugal passou a ser chamado


como:
a) Galaico-português.
b) Moçárabe.
c) Latim bárbaro.
d) Galeziano.

3. Na fase proto-histórica da língua portuguesa os documentos são redigidos na se-


guinte língua:
a) Português arcaico, com algumas palavras árabes.
b) Latim bárbaro, com algumas palavras portuguesas.
c) Galeziano, com algumas palavras celtas.
d) Romance lusitano, com algumas palavras portuguesas.

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4. Marque a afirmativa correta quanto ao desenvolvimento da língua portuguesa:


a) No século XVI, sob a influência dos povos Ibéricos, houve um processo de
aperfeiçoamento e enriquecimento linguísticos, voltando-se os escritores à imi-
tação dos modelos latinos, e procurando aproximar a Língua Portuguesa à His-
pânica.
b) No século XV, sob a influência dos germânicos, houve um processo de aperfei-
çoamento e enriquecimento linguísticos, voltando-se os escritores à imitação
dos modelos alemães, e procurando aproximar a Língua Portuguesa ao Latim
Vulgar.
c) No século XVII, sob a influência dos humanistas do Renascimento, houve um
processo de aperfeiçoamento e enriquecimento linguísticos, voltando-se os es-
critores à imitação dos modelos latinos, e procurando aproximar a Língua Por-
tuguesa ao Latim.
d) No século XVI, sob a influência dos humanistas do Renascimento, houve um
processo de aperfeiçoamento e enriquecimento linguísticos, voltando-se os es-
critores à imitação dos modelos latinos, e procurando aproximar a Língua Por-
tuguesa ao Latim.

5. Marque a opção incorreta:


A gramaticalização do nosso idioma aconteceu no século XV com a publicação,
em 1536, da primeira gramática da Língua Portuguesa, pelo Pe. Fernão de Olivei-
ra, intitulada Gramática da Lingoagem Portugueza.
a) A gramaticalização do nosso idioma aconteceu no século XV com a publicação,
em 1536, da primeira gramática da Língua Portuguesa, pelo Pe. Fernão de Oli-
veira, intitulada Gramática da Lingoagem Portugueza.
b) A obra literária que marcou o início da fase moderna da Língua Portuguesa foi
Os Lusíadas, de Luís de Camões, em 1572.
c) A Língua Portuguesa foi tornada obrigatória por D. Dinis, em 1290.
d) O primeiro documento da Língua Portuguesa foi a Cantiga da Ribeirinha, es-
crito em 1189.

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