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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DE RORAIMA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CCLLPE – EaD

HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

DA ORIGEM DAS LÍNGUAS ROMÂNICAS À


FORMAÇÃO E PERÍODOS DA LÍNGUA
PORTUGUESA
GRACILENE FELIX MEDEIROS
DA ORIGEM DAS LÍNGUAS
ROMÂNICAS À FORMAÇÃO E
PERÍODOS DA LÍNGUA
PORTUGUESA
Objetivos da aula:
• Apresentaro processo de formação do Latim enquanto Língua
Indo-Europeia;
• Demonstrar as estruturas básicas do Latim Clássico e do Latim
Vulgar;
• Explicar a propagação do Latim no mundo e,
consequentemente, o seu desdobramento nas várias Línguas
Neolatinas;
• Apresentar os períodos de formação da Língua Portuguesa.
A LÍNGUA LATINA
• O Latim, originalmente, era apenas o dialeto de Roma,
restrito à margem do rio Tibre. Língua de camponeses e
pastores, era rude, concreta e sem refinamento de
qualquer espécie. Pertence à família indo-europeia e,
dentro dela, ao grupo Kentum.” (BASSETTO, 2013, p. 87)
• “O latim era [falado] na região central da Itália, chamada
de Lácio, [...] e juntamente com o Império Romano,
estendeu-se por grande parte da Europa, pelo norte da
África e por diversas regiões da Ásia, até se transformar,
através do curso natural das línguas, em dialetos
incompreensíveis entre si, que acabaram dando origem às
línguas românicas.”
A LÍNGUA LATINA

• No entanto, “a língua que resultou nos romances


e nas línguas românicas modernas não foi o
mesmo latim que chamamos de clássico hoje,
mas sim o latim falado pelas pessoas comuns,
no dia a dia, nas mais diversas interações: o
chamado latim vulgar.” (GONÇALVES e BASSO,
2010, p.21-22)
BREVE HISTÓRIA DA
LÍNGUA LATINA
LATIM ARCAICO - Os primeiros registros do latim escrito
encontrados datam de VII ou VI a.C. Mais tarde, por volta
do século III a.C., começam a ser produzidos textos
literários em latim, em grande parte através de um processo
de assimilação da cultura e literatura gregas do período.

LATIM CLÁSSICO - Convencionou-se chamar de latim


clássico o estilo literário culto da língua ao longo do primeiro
século a.C. até o início do primeiro século da Era Cristã.
BREVE HISTÓRIA DA
LÍNGUA LATINA
• LATIM CULTO - O latim culto era a variedade falada pela classe culta de
Roma. Esse dialeto era a base do latim clássico, a variante literária, mas não
se confunde com ela. [Norma linguística: Sermo Urbanus]
• LATIM VULGAR - A variedade do latim chamada de latim vulgar é a língua do
povo romano em geral. Os registros dessa língua são mais difíceis de
encontrar, pois não se escrevia nessa variante [...]. As inscrições
encontradas em muros, em banheiros públicos, e até mesmo em obras
literárias que tentavam retratar a variedade linguística nos mostram uma
língua viva, muito frequentemente aberta às mudanças que ocorrem
naturalmente nas línguas, especialmente em se tratando da língua de um
império que se espalhou por regiões com substratos linguísticos bastante
diferentes. [Norma linguística: Sermo Plebeius] (GONÇALVES e BASSO,
2010, p. 22-24)
BREVE HISTÓRIA DA
LÍNGUA LATINA
• LATIM TARDIO - Após o período do latim clássico, o latim
continuou sendo usado como língua do Império Romano, que
cresceu cada vez mais, e posteriormente tornou-se a língua
oficial da Igreja Católica ocidental. Assim, ao longo de muitos
séculos, o latim foi usado como língua universal para relações
internacionais, para a ciência, para administração do Império
e da Igreja, e, durante a Antiguidade e a Idade Média, tudo
que fosse importante era escrito em latim.
LATINIZAÇÃO OU
ROMANIZAÇÃO
• LATINIZAÇÃO – É a assimilação cultural e linguística
dos povos incorporados ao universo da civilização
latina. (BASSETO, 2013, p. 103)
• “Se Roma não impunha sua língua nem cerceava o
livre uso dos idiomas nativos, a latinização só poderia
concretizar-se indiretamente” (BASSETTO, 2013, P.
103)
• Fatores da Latinização: exército, colônias militares,
colônias civis, comércio, administração.
FORMAÇÃO DAS LÍNGUAS
ROMÂNICAS
• BILINGUISMO
• Subjugado um povo de língua diferente e ocupado
seu território, segue-se uma fase de bilinguismo,
em que dominadores e dominados continuam a
usar seu próprio idioma por período de tempo
muito variável, sobretudo se não houver disposição
do dominador de impor ao dominado sua própria
língua, como aconteceu com os romanos.
(BASSETTO, 2013, p. 152)
FORMAÇÃO DAS LÍNGUAS
ROMÂNICAS
• SUBSTRATO - marcas linguísticas advindas do povo que abandona
seu idioma, levadas para a língua que passa a adotar.

• SUPERSTRATO – os vestígios e as influências de um povo dominador


no idioma do dominado, idioma esse que passa a ser usado por
ambos, já que a língua do dominador político deixa de ser falada.

• ADSTRATO - “toda língua que vigora ao lado da outra, num território


dado, e que nela interfere como manancial permanente de
empréstimos.” (BASSETO, 2013, p. 153 - 163.)
FORMAÇÃO DAS LÍNGUAS
ROMÂNICAS
• O termo romanus foi usado originalmente como
sinônimo de habitante da cidade de Roma. Mais tarde,
com a expansão do império, o termo foi estendido a
todos os cidadãos romanos sob proteção do imperador,
em todas as províncias. Com o tempo, o termo passou a
significar “aquele que não é bárbaro”, ou seja, todos os
não estrangeiros. O império atingiu seu apogeu no início
do século II d.C [...]. Ao conjunto de províncias que
constituíram o Império Romano neste período dá-se o
nome de România Antiga. (GONÇAÇVES e BASSO,
2010, P. 43)
FORMAÇÃO DAS LÍNGUAS
ROMÂNICAS

• Marcos históricos da Península


Ibérica:
• Invasão árabe 711 d. C;
• Reconquista 1492;
• Independência de Portugal 1173.
• Os dialetos românicos da península, no início do século VIII,
já se delineavam em uma faixa setentrional, em três grupos
difusos, que viriam a se tornar as três línguas românicas
principais: no noroeste, o galego-português, no centro, em
contato com o substrato basco, o castelhano, e, no leste, o
aragonês e o catalão. No centro e no sul, com a permanência
dos árabes no território chamado de Andaluz, a ocupação
basicamente era de muçulmanos e mouros (berberes
conquistados pelos árabes e parcialmente islamizados),
falantes de árabe, e um grupo de hispano-godo-romanos
subjugados pelos muçulmanos, falantes do dialeto chamado
moçárabe (derivado do árabe, “submetido ao árabe”), além
dos judeus, que, na época, eram vistos pelos árabes como
merecedores de direitos iguais, pois eram considerados um
“povo do livro” (a Bíblia).
• Um dos momentos mais importantes da história de
Portugal se deu em virtude das alianças políticas
derivadas dos movimentos de Reconquista. Assim,
em virtude de seu sucesso na luta contra os
árabes, D. Raimundo e seu primo D. Henrique
receberam, respectivamente, de D. Afonso VI, rei
de Leão e Castela, sua filha Urraca e a região da
Galiza, e sua filha bastarda Tareja e a região
desmembrada da Galiza chamada Condado
Portucalense. D. Henrique administra o condado
sob a tutela de D. Raimundo, de modo que o
condado ainda fosse submisso à Galiza.
• No entanto, D. Henrique, ao morrer, deixa o comando
do condado a sua mulher, Tareja. Seu filho, D. Afonso
Henriques, descontente com a nova vida amorosa de
sua mãe, em 1128 vence a batalha de São Mamede e
se proclama rei. Em 1143, Afonso VII, rei de Leão,
reconhece sua realeza, que foi ratificada pelo papa
Alexandre III em 1173. Portugal passa a ser, então,
independente da Galiza, e D. Afonso Henriques
continua a expansão em direção ao sul, que D. Afonso
III completa em 1250, com a conquista do Algarve, de
modo a fixar as fronteiras atuais de Portugal. Durante
todo esse período, até o século XIV, a língua de
Portugal e da Galiza era a mesma, o galego-
português.
PERÍODOS DA LÍNGUA
PORTUGUESA
• Até o século IX (882) - Português Pré-histórico / Português
Pré-literário;
• 900 a 1000 / 1100 – Português Proto-Histórico;
• 1200 a 1300 – (Português Arcaico) Galego – Português;
• 1400 a 1500 – Português comum / Pré-clássico / Português
Médio;
• 1500 a 1600 – Português Moderno / Português Clássico;
• 1800 a 1900 – Português Moderno
• 1900 a 2000 – “Português Contemporâneo”
REFERÊNCIAS:

BASSETTO, B. F. Origem das Línguas Românicas. In: BASSETO, B.


F. Elementos de Filologia Românica: história externa das línguas
românicas. São Paulo: Edusp, p. 87 a 277.

GONÇALVES, R. T.; BASSO, R. M. História da Língua. Florianópolis:


LLV/CCE/ UFSC, 2010.

SITES:
Imagem 1: (Disponível em:
<https://wps.ablongman.com/wps/media/objects/262/268312/art/fig
ures/KISH106.jpg> Acesso em: 16 DEZ 2022)

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