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ALUNO: JOYCELENE AP.

NASCIMENTO
CURSO: LETRAS -TURMA: 3
DATA: 10/07/2020

O presente trabalho irá analisar o capítulo quatro do livro Linguística Românica,


(páginas 57 a 64), escrito por Rodolfo Ilari, da terceira edição, do ano de 1999, pela
editora Ática, falará sobre o latim vulgar e o latim literário no primeiro milênio. O
estudo do latim vulgar pode ser feito de duas maneiras, uma delas é a reconstrução
linguística, a comparação entre as diferentes línguas românicas, observando-se as
evoluções de cada uma é possível reconstruir a essência do latim, ou seja, a forma
comum original de todas elas. Outra maneira de conhecer o latim vulgar é através de
escritas como cartas pessoais, correções das formas erradas, erros cometidos pelos
próprios escritores, dicionários e outros. Mesmo que se tratassem da mesma língua,
as variedades clássicas e vulgar do latim apresentavam diferenças na fonética, na
morfologia, no léxico e na sintase e a presença de características de uma ou de
outra variedade atestam a origem das línguas românicas.
O latim tinha variedades regionais e sociais, que conviviam duas línguas: o latim
clássico (literário) e o latim vulgar, o latim vulgar é o proto-romance, ou seja, é a
origem das línguas românicas, após alguma resistência, até a Igreja se rendeu ao
latim vulgar e o adotou nos seus textos para se aproximar do povo, e o latim literário
permaneceu como era nos seus tempos de apogeu por ser escrito, ao longo do
tempo, o latim literário aparece como uma língua extremamente estável, ao passo
que o latim vulgar inova constantemente. Enquanto o latim literário permanecia
relativamente estável como língua da escrita e como a língua falada de todas as
situações mais formais, o latim vulgar foi derivando para variedades regionais que,
no fim do primeiro milênio, já estava nas atuais línguas românicas. A essas
variedades costuma-se chamar romances.
A separação irreversível entre os dois tipos de cultura que se costuma designar
pelas expressões latine loqui e romanice loqui se resolveu, obviamente, em favor
dos romances, que acabaram por assumir todas as funções antes reservadas ao
latim literário, inclusive as ligadas à escrita. Um exemplo da influência exercida pelo
latim vulgar sobre o literário é o número cada vez maior de vulgarismos na língua
da literatura. Por outro lado, certas inovações românicas supõem uma influência
clássica: é o caso dos chamados futuros românicos (cantarei, cantaré, chanterai,
canterò, construídos com base na perífrase cantare havo, com uma ordem de
palavras tipicamente clássica com base na ordem vulgar, seria de esperar hayo
cantare).
Um exemplo de evolução paralela é a síncope das sílabas vi, ve nos perfeitos fracos
(laudasti por laudavisti).
A influência do latim vulgar também é aparente na sintaxe de alguns escritores do
latim medieval, embora o latim clássico continuasse tendo alta importância e fosse
estudado como modelo para composições literárias. O ponto alto no
desenvolvimento do latim medieval como uma língua literária veio com a
Renascença carolíngia, um suposto ressurgimento da literatura e das artes, a
Renascença Carolíngia teve o efeito de multiplicar as escolas e de renovar os
estudos do latim clássico e da literatura pagã nele escrita. A Renascença
propriamente dita foi o resultado da fermentação cultural do fim da Idade Média. o
teve frequentemente líderes que provinham das classes mais abastadas, e
contavam com uma formação tipicamente clássica (foi o caso, por exemplo, de
Santo Agostinho, Santo Ambrósio e São Jerônimo). Ocupados em formular uma
filosofia para a Igreja, ao mesmo tempo que a própria religião os levava ao contacto
com o povo, esses autores escreveram numa língua de compromisso, com uma
sintaxe mais simples que a dos autores clássicos, mas que não se confundia com o
latim vulgar. Num nível de língua semelhante foi elaborada toda a literatura latino
cristã do período patrístico.
Concluímos neste trabalho que, mesmo diante das escassas possibilidades da
abordagem temática. É possível e necessário o estudo da etimologia da formação
lexical e ainda a busca do sentido, do significado dos termos, pois só assim que
pode se compreender e apreender as raízes que cercam a formação de uma língua
que derivou de outra, mas que por sua evolução tornou-se única. Do ponto de vista
do latim vulgar, espero ter contribuído para deixar claro que esta era uma língua
falada por pessoas que não dominavam a variedade culta, por isso, além de ser
mais simples em todos os níveis gramaticais, observa-se o caráter contraditório de
suas fontes, onde formas corretas e erradas coexistem.

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