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História da Língua Portuguesa

Daniela Diana

Professora licenciada em Letras

A língua portuguesa é originária do latim vulgar. É adotada por cerca de 230


milhões de pessoas, sendo o oitavo idioma mais falado no planeta. Está
presente em quatro continentes.

Além do Brasil, o português também é o idioma de Angola, Cabo Verde, Guiné


Bissau, Moçambique, São Tome e Príncipe e, claro, Portugal. É hoje a segunda
língua de alguns países da África, da América, além de Macau e Goa.

Desde 1986, o português é uma das línguas oficiais da União Europeia. Em


1996, foi criada a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). O
objetivo da entidade é aumentar a cooperação entre os países, criar parcerias
e difundir o idioma.

Origem
A evolução da língua é dividida em cinco períodos:

 Pré-românico: surgidas a partir do latim vulgar (sermo vulgaris). O latim


vulgar foi o idioma levado pelos soldados para as áreas conquistadas no
Império Romano porque era a língua oficial de Roma.
 Românico: são as línguas que resultaram da diferenciação ou do latim levado
pelos conquistadores romanos. Com as sucessivas transformações o latim é
substituído por dialetos. Desses, da transição iniciada no século V, surgem
quatro séculos depois as demais línguas românicas: francês, espanhol,
italiano, sardo, provençal, rético, franco-provençal, dálmata e romeno. O
português surge no século XIII.
 Galego-português: foi o idioma da Galiza, na atual Espanha, e das regiões
portuguesas do Douro e Minho. Permanece até ao século XIV.
 Português Arcaico: é o idioma falado entre o século XIII e a primeira metade
do século XVI. É nesse período que começam os estudos gramaticais da
língua portuguesa.
 Português Moderno: é o idioma falado atualmente no Brasil e nos demais
países lusófonos.
Resumo
A unificação de Portugal, que ocorreu no século XIII, também é a marca para a
definição de um idioma para o país. Com as fronteiras definidas, o galego
passa a ser a língua oficial do país, com o idioma sendo definido como galego
português.

Também é no século XIII que são encontradas as primeiras publicações com


verbetes semelhantes ao idioma atual.
História da Língua Portuguesa no Brasil
Foi o processo de expansão territorial português que levou a língua a quatro
continentes. Onde chegou, o idioma sofreu com as influências locais.

No Brasil, por exemplo, há palavras em português que são de origem indígena


ou negra. O Brasil também apresenta imensa diversidade.

O termo usado para classificar os dialetos é a dialectologia. No Brasil, os


estudiosos consideram seis grupos dialectológicos.

O grupo da região da Amazônia é denominado amazônico, e a do nordeste,


nordestino. O restante do país é dividido em baiano, fluminense, mineiro e
sulista. A região localizada no norte do Estado do Mato Grosso é classificada
como incaracterística.

Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa


Os países lusófonos assinaram, em 12 de outubro de 1990, o Novo Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa. O objetivo foi a unificação das regras
gramaticais para os países que adotam o idioma.

A implantação é gradativa. Para Brasil e Portugal terminaria em dezembro de


2015, mas países como Cabo Verde têm até 2019 para completar a
implantação.

O acordo foi assinado por Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Leia também:
Dia da Língua Portuguesa
Cursos para quem gosta de ler e escrever
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Daniela Diana
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e
Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense
(UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com
produção e gestão de conteúdos on-line.

VEJA TAMBÉM
 Dia da Língua Portuguesa
 Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
 12 cursos para quem ama ler e escrever
 Orações reduzidas
Português
Falado em: Ver geografia da língua portuguesa
Total de falantes: Nativa: 250 milhões
Total: 273 milhões
Posição: 5.ª como língua nativa[1][2]
 Prefixo e Sufixo 6.ª como língua nativa e segunda língua
 Sequência Numérica
Família: Indo-europeia
 África Portuguesa
Itálica
 Fim do Império Português
Românica
na África
Ítalo-ocidental
Românica ocidental
Língua Galo-ibérica
Ibero-românica
portuguesa Ibero-ocidental
Origem: Wikipédia, a Galaico-portuguesa
enciclopédia livre. Português
Nota: Para outros Escrita: Alfabeto latino
significados, veja Língua Estatuto oficial
portuguesa Língua oficial de: 9 países[Expandir]
(desambiguação).
A língua portuguesa, 1 entidade dependente[Expandir]
também
designada português, é Língua minoritária[Expandir]
uma língua indo-
Várias organizações internacionais
europeia românica flexiva
ocidental originada Regulado por: Quatro instituições:[Expandir]
no galego- Códigos de língua
português falado no Reino ISO 639-1: pt
da Galiza e no norte de ISO 639-2: por
Portugal. Com a criação
ISO 639-3: por
do Reino de Portugal em
1139 e a expansão para o
sul na sequência
da Reconquista, deu-se a
difusão da língua pelas
terras conquistadas e mais
tarde, com as descobertas
portuguesas, para
o Brasil, África e outras
partes do mundo.[3] O Língua materna
português foi usado, Língua oficial e administrativa
naquela época, não Língua cultural ou de importância secundária
somente nas cidades Comunidades de minorias lusófonas
conquistadas pelos Crioulo de base portuguesa
portugueses, mas também
por muitos governantes locais nos seus contatos com outros estrangeiros
poderosos. Especialmente nessa altura a língua portuguesa também
influenciou várias línguas.[4]
Durante a Era dos Descobrimentos, marinheiros portugueses levaram o seu
idioma para lugares distantes. A exploração foi seguida por tentativas de
colonizar novas terras para o Império Português e, como resultado, o português
dispersou-se pelo mundo. Brasil e Portugal são os dois únicos países cuja
língua primária é o português. É língua oficial em antigas colônias portuguesas,
nomeadamente, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Equatorial,[5][6]
Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, todas na África.[8] Além disso, por
[7]

razões históricas, falantes do português, ou de crioulos portugueses, são


encontrados também em Macau (China), Timor-Leste, em Damão e Diu e no
estado de Goa (Índia), Malaca (Malásia), em enclaves na ilha
das Flores (Indonésia), Baticaloa no (Sri Lanka) e nas ilhas ABC no Caribe.[9][10]
É uma das línguas oficiais da União Europeia, do Mercosul, da União de
Nações Sul-Americanas, da Organização dos Estados Americanos, da União
Africana e dos Países Lusófonos. Com aproximadamente 280 milhões de
falantes, o português é a 5.ª língua mais falada no mundo, a 3.ª mais falada
no hemisfério ocidental e a mais falada no hemisfério sul do planeta.[11] O
português é conhecido como "a língua de Camões" (em homenagem a uma
das mais conhecidas figuras literárias de Portugal, Luís Vaz de Camões, autor
de Os Lusíadas) e "a última flor do Lácio" (expressão usada no soneto Língua
Portuguesa, do escritor brasileiro Olavo Bilac).[12] Miguel de Cervantes, o célebre
autor espanhol, considerava o idioma "doce e agradável".[13] Em março de 2006,
o Museu da Língua Portuguesa, um museu interativo sobre o idioma, foi
fundado em São Paulo, Brasil, a cidade com o maior número de falantes do
português em todo o mundo.[14]
O Dia Internacional da Língua Portuguesa é comemorado em 5 de maio.[15] A
data foi instituída em 2009, no âmbito da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), com o propósito de promover o sentido de comunidade e
de pluralismo dos falantes do português. A comemoração propicia também a
discussão de questões idiomáticas e culturais da lusofonia, promovendo a
integração entre os povos desses nove países.[16]

Índice

 1História
o 1.1Origens e período romano
o 1.2Influência árabe, Reconquista e Império Português
 2Distribuição geográfica
o 2.1Idioma oficial
o 2.2Visibilidade
o 2.3Língua estrangeira
 3Características
o 3.1Dialetos
o 3.2Léxico
o 3.3Ortografia
o 3.4Gramática
o 3.5Fonologia
 4Ver também
 5Notas e referências
o 5.1Notas
o 5.2Referências
 6Ligações externas

História
Ver artigo principal: História da língua portuguesa
Origens e período romano
Ver artigos principais: Língua lusitana, Conquista romana da Península
Ibérica, Roma antiga, Latim vulgar, Línguas ibero-românicas, Queda do Império
Romano do Ocidente e Invasões bárbaras

Inscrição em latim em um marco miliário da Via Nova, que ligava Braga a Astorga, Terras de
Bouro, Portugal

O português teve origem no que é hoje a Galiza e o norte de Portugal, derivada


do latim vulgar que foi introduzido no oeste da Península Ibérica há cerca de
dois mil anos. Tem um substrato céltico-lusitano,[17] resultante da língua nativa
dos povos ibéricos pré-romanos que habitavam a parte ocidental da Península
(Galaicos, Lusitanos, Célticos e Cónios). Surgiu no noroeste da Península
Ibérica e desenvolveu-se na sua faixa ocidental, incluindo parte da
antiga Lusitânia e da Bética romana. O romance galaico-português nasce
do latim falado, trazido pelos soldados romanos, colonos e magistrados. O
contato com o latim vulgar fez com que, após um período de bilinguismo, as
línguas locais desaparecessem, levando ao aparecimento de novos dialetos.
Assume-se que a língua iniciou o seu processo de diferenciação das
outras línguas ibéricas através do contato das diferentes línguas nativas locais
com o latim vulgar, o que levou ao possível desenvolvimento de diversos traços
individuais ainda no período romano.[18][19][20]

Mapa cronológico mostrando o desenvolvimento das línguas do sudoeste da Europa entre as quais
o português.

A língua iniciou a segunda fase do seu processo de diferenciação das


outras línguas românicas depois da queda do Império Romano, durante a
época das invasões bárbaras no século V quando surgiram as primeiras
alterações fonéticas documentadas que se reflectiram no léxico. Começou a
ser usada em documentos escritos pelo século IX, e no século XV tornara-se
numa língua amadurecida, com uma literatura bastante rica. Chegando
à Península Ibérica em 218 a.C., os romanos trouxeram com eles o latim
vulgar, de que todas as línguas românicas (também conhecidas como "línguas
novilatinas" ou "neolatinas") descendem. Só no fim do século I a.C. os povos
que viviam a sul da Lusitânia pré-romana, os cónios e os celtas, começam o
seu processo de romanização. As línguas paleo-ibéricas, como a língua
lusitana ou a sul-lusitana são substituídas pelo latim.[21]
A partir de 409 d.C., enquanto o Império Romano entrava em colapso, a
Península Ibérica era invadida por povos de
origem germânica e iraniana ou eslava[22] (suevos, vândalos, búrios, alanos, visi
godos), conhecidos pelos romanos como bárbaros que receberam terras
como federados. Os bárbaros (principalmente os suevos e os visigodos)
absorveram em grande escala a cultura e a língua da Península; contudo,
desde que as escolas e a administração romana fecharam, a Europa entrou
na Idade Média e as comunidades ficaram isoladas, o latim popular continuou a
evoluir de forma diferenciada levando à formação de um proto-ibero-romance
"lusitano" (ou proto-galego-português).[23]
Influência árabe, Reconquista e Império Português

Cancioneiro da Ajuda, coleção de poesias escritas em galego-português datada do final do século


XIII, influenciadas pela lírica occitana

Ver artigos principais: Língua galego-portuguesa, Invasão muçulmana da


Península Ibérica, Reconquista e Império Português
Desde 711, com a invasão islâmica da Península, que também introduziu um
pequeno contingente de saqalibas, o árabe tornou-se a língua de administração
das áreas conquistadas. Contudo, a população continuou a usar as suas falas
românicas, o moçárabe nas áreas sob o domínio mouro, de tal forma que,
quando os mouros foram expulsos, a influência que exerceram na língua foi
relativamente pequena. O seu efeito principal foi no léxico, com a introdução de
cerca oitocentas palavras através do moçárabe-lusitano.[24]
Em 1297, com a conclusão da reconquista, o rei D. Dinis I prossegue políticas
em matéria de legislação e centralização do poder, adoptando o português
como língua oficial em Portugal. O idioma se espalhou pelo mundo nos séculos
XV e XVI quando Portugal estabeleceu um império colonial e comercial (1415-
1999) que se estendeu do Brasil, na América, a Goa,
na Ásia (Índia, Macau na China e Timor-Leste). Foi utilizada como língua
franca exclusiva na ilha do Sri Lanka por quase 350 anos. Durante esse tempo,
muitas línguas crioulas baseadas no português também apareceram em todo o
mundo, especialmente na África, na Ásia e no Caribe.[25][26]
Distribuição geográfica
Ver artigos principais: Geografia da língua portuguesa e Lusofonia
Idioma oficial
Ver artigo principal: Lista de países onde o português é língua oficial
Ver também: Estados membros da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa e Lista de organizações internacionais que têm o português como
língua oficial

Brasil (72.5%)
Angola (11.2%)
Moçambique (10.7%)
Portugal (3.5%)
Outros (2.1%)

O português é a língua da maioria da população de Portugal,[27] Brasil,[28] São


Tomé e Príncipe (98,4%)[29] e, de acordo com o censo de 2014, é a língua
habitual de 71,15% da população de Angola,[30] entretanto, cerca de 85% dos
angolanos são capazes de falar português, segundo o Instituto Nacional de
Estatística.[31] Apesar de apenas 10,7% da população de Moçambique ser de
falantes nativos do português, o idioma é falado por cerca de 50,4% dos
moçambicanos, de acordo com o censo de 2007.[32] A língua também é falada
por cerca de 15% da população da Guiné-Bissau,[33][34] e por cerca de 25% da
população de Timor-Leste.[35] Não existem dados disponíveis relativos a Cabo
Verde, mas quase toda a população é bilíngue, sendo os cabo-verdianos
monolíngues falantes do crioulo cabo-verdiano. Em Macau, apenas 0,7% da
população usa o português como língua nativa e cerca de 4% dos macaenses
falam esse idioma.[36][37]
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (sigla CPLP) consiste em
nove países independentes que têm o português como língua
oficial: Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor-Leste, Guiné-Bissau, Guiné
Equatorial, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.[8] A Guiné
Equatorial fez um pedido formal de adesão plena à CPLP em junho de 2010, o
que somente é concedido a países que têm o português como idioma oficial.[38][39]
[40]
Em 2011, o português foi incluído como sua terceira língua oficial (ao lado
do espanhol e do francês)[41] e, em julho de 2014, o país foi aceito como
membro da CPLP.[42]
O português é também uma das línguas oficiais da região administrativa
especial chinesa de Macau (ao lado do chinês) e de várias organizações
internacionais como o Mercosul,[43] a Organização dos Estados Ibero-
Americanos,[44] a União de Nações Sul-Americanas,[45] a Organização dos
Estados Americanos,[46] a União Africana[47] e da União Europeia.[48]

Mapa dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)

Poderá acrescentar-se a esse número a imensa diáspora de cidadãos de


nações lusófonas espalhada pelo mundo, estimando-se que ascenda aos 10
milhões (4,5 milhões de portugueses, 3 milhões de brasileiros, meio milhão
de cabo-verdianos, etc.) mas sobre a qual é difícil obter números reais oficiais,
incluindo-se nisso a obtenção de dados porcentuais dessa diáspora que fala
efetivamente a língua de Camões, uma vez que uma porção significativa será
de cidadãos de países lusófonos nascidos fora de território lusófono
descendentes de imigrantes, os quais não necessariamente falam o português.
É necessário ter-se igualmente em conta que boa parte das diásporas
nacionais já se encontra contabilizada nas populações dos países lusófonos,
como por exemplo o grande número de cidadãos emigrantes dos Países
Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs) e brasileiros em Portugal, ou
o grande número de cidadãos emigrantes portugueses no Brasil e nos
PALOPs.[49]
A língua portuguesa, segundo dados de 2021, está no cotidiano de quase 293
milhões de pessoas, distribuídos por nove países e uma região administrativa
especial. Os países com maior população falante da língua portuguesa são
o Brasil (212,56 milhões); Angola (32,87 milhões); Moçambique (31,26 milhões)
e Portugal (10,2 milhões).[50]
Países que têm o português como língua oficial. Clique no mapa para ver o artigo sobre a variante
falada nesse país ou território.v • d • e

População
Mais Língua
País (est. de julho Falado por
informações majoritária
de 2018)[50]

Português do Grande maioria como


Brasil 208.846.892
Brasil língua nativa

Maioria como língua


Português de nativa; grande maioria
Angola 30.355.880
Angola como uma segunda
língua

Minoria significativa
Português de como língua nativa;
Moçambique 27.233.789
Moçambique pequena maioria como
segunda língua

Português de Grande maioria como


Portugal 10.355.493
Portugal língua nativa

Português da Como uma segunda


Guiné-Bissau 1.833.247
Guiné-Bissau língua
População
Mais Língua
País (est. de julho Falado por
informações majoritária
de 2018)[50]

Pequena minoria como


Português de primeira língua; maioria
Timor-Leste 1.321.929
Timor-Leste como uma segunda
língua

Guiné Português da Como uma segunda


797.457
Equatorial2 Guiné Equatorial língua

Português de Pequena minoria como


Macau1 606.340
Macau língua nativa

Português de Cabo Como uma segunda


Cabo Verde 568.373
Verde língua

São Tomé e Português de São Grande maioria como


204.454
Príncipe Tomé e Príncipe língua nativa

aprox. 282
Total Comunidade de Países de Língua Portuguesa
milhões

Notas:

1. Macau é uma das duas Região Administrativa Especial autônoma da República Popular da
China (sendo a outra anglófona Hong Kong, uma antiga colônia britânica).
2. A Guiné Equatorial adotou o português como uma das suas línguas oficiais em 2007, sendo
admitida na CPLP em 2014. O uso da língua portuguesa neste país é limitado.

Visibilidade

Bandeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa


Interior do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, Brasil.

Existe um número crescente de pessoas que falam português, nos média e na


Internet, que estão apresentando tal situação à Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) e outras organizações para a realização de um
debate na comunidade lusófona, com o objetivo de apresentar uma petição
para tornar o português uma das línguas oficiais da Organização das Nações
Unidas (ONU). Em outubro de 2005, durante a convenção internacional do Elos
Clube Internacional da Comunidade Lusíada, realizada em Tavira (Portugal),
uma petição cujo texto pode ser encontrado na Internet com o título "Petição
para tornar o idioma português oficial na ONU" foi redigida e aprovada por
unanimidade.[51] Rômulo Alexandre Soares, presidente da Câmara Brasil -
Portugal, destaca que o posicionamento do Brasil no cenário internacional
como uma das potências emergentes do século XXI, pelo tamanho de sua
população, e a presença da sua variante do português em todo o mundo,
fornece uma justificação legítima para a petição enviada à ONU, e assim tornar
o português uma das línguas oficiais da organização.[52] Esta é actualmente uma
das causas do Movimento Internacional Lusófono.[53]
Em África, o português é língua oficial em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe,
Guiné-Bissau, Moçambique e Angola.[54] Finalmente, na Ásia, encontra-
se Timor-Leste uma nação lusófona.[8]
Em março de 1994 foi fundado o Bosque de Portugal, na cidade sul-
brasileira de Curitiba; o parque abriga o Memorial da Língua Portuguesa, que
homenageia os imigrantes portugueses e os países que adotam a língua
portuguesa; originalmente eram sete as nações que estavam representadas
em pilares, mas com a independência de Timor-Leste, este também foi
homenageado com um pilar construído em 2007.[55] Em março de 2006, fundou-
se em São Paulo o Museu da Língua Portuguesa.[56]
Língua estrangeira

Placa bilíngue em Macau, China.


Placa em japonês, português e inglês em Oizumi, Japão, que tem uma grande
comunidade lusófona devido à imigração de nipo-brasileiros[57]

O ensino obrigatório do português nos currículos escolares é observado


no Uruguai[58] e na Argentina.[59] Outros países onde o português é ensinado em
escolas, ou onde seu ensino está sendo introduzido agora, incluem Venezuela,
[60]
Zâmbia,[61] República do Congo,[62] Senegal,[62] Namíbia,[62] Essuatíni,[62] Costa do
Marfim[62] e África do Sul.[62]
Há também significativas comunidades de imigrantes falantes do português em
muitos países como África do Sul,[63] Andorra (18,6%),[64] Austrália,[65] Bermudas,[66]
[67]
Canadá (0,87% ou 274 670 pessoas segundo o censo de 2006,[68] mas entre
400 mil e 500 mil de acordo com Nancy Gomes),[69] Curaçao, França,
[70]
Guernsey (2%),[71][72] Japão,[73] Jersey (4,6%),[74] Luxemburgo (15,7%),[75] Namíbia
(5%),[76][77] Paraguai (10,7% ou 636 mil pessoas),[78] Suíça (3,7%),[79] Venezuela (1
a 2% ou 254 mil a 480 mil pessoas),[80] Uruguai (15%)[81] e nos Estados
Unidos (0,24% da população ou 687 126 falantes de acordo com o American
Community Survey de 2007),[82] principalmente em Nova Jersey,[83] Nova
York[84] e Rhode Island.[85]
Em algumas partes do que era a Índia Portuguesa,
como Goa[86] e Damão e Diu,[87] o português ainda é falado, embora esteja em
vias de desaparecimento. Segundo estimativas da UNESCO, o português é um
dos idiomas que mais crescem entre as línguas europeias após o inglês e
o espanhol. O português é o idioma que tem o maior potencial de crescimento
como língua internacional na África Austral e na América do Sul.[88] Espera-se
que os países africanos falantes da língua portuguesa tenham uma população
combinada de 83 milhões de pessoas até 2050. No total, os países de língua
portuguesa terão por volta de 400 milhões de pessoas no mesmo ano.[88][89]
Desde 1991, quando o Brasil assinou no mercado econômico do Mercosul com
outros países sul-americanos, como Argentina, Uruguai e Paraguai, tem havido
um aumento no interesse pelo estudo do português nas nações da América do
Sul. O peso demográfico do Brasil no continente continuará a reforçar a
presença do idioma na região.[90][91]
Embora no início do século XXI, depois de Macau ter sido cedida à China, o
uso de português estivesse em declínio na Ásia, está novamente se tornando
uma língua relativamente popular por lá, principalmente por causa do aumento
dos laços diplomáticos e financeiros chineses com os países de língua
portuguesa.[92]
População[93]
Mais Ensino
País (est. de julho Falado por
informações obrigatório
de 2017)

Minoria
Português no
Uruguai 3.444.006 significativa como
Uruguai
língua nativa

Português na Minoria como


Argentina 43.847.430
Argentina segunda língua

Minoria
Português no
Paraguai 7.052.984 significativa como
Paraguai
língua nativa

Português na Minoria como


Venezuela 31,568,179
Venezuela segunda língua

Pequena minoria
Português na
África do Sul 57.725.600 como segunda
África do Sul
língua

Pequena minoria
Português na
Namíbia 2.606.971 como segunda
Namíbia
língua

Pequena minoria
República do Português no
5.125.821 como segunda
Congo Congo
língua

Pequena minoria
Português na
Zâmbia 16.591.390 como segunda
Zâmbia
língua

Pequena minoria
Português no
Senegal 15.411.614 como segunda
Senegal
língua

Essuatíni 1.343.098 Português em Pequena minoria


Essuatíni como segunda
População[93]
Mais Ensino
País (est. de julho Falado por
informações obrigatório
de 2017)

língua

Características
Ver artigos principais: Diferenças entre o castelhano e o
português e Diferenças entre o galego e o português
Interior do Real Gabinete Português de Leitura, fundado em 1837 no Rio de Janeiro.

O português é uma língua indo-europeia, do grupo das línguas românicas (ou


latinas), as quais descendem do latim, pertencente ao ramo itálico da família
indo-europeia. Comparado com as outras línguas da Península Ibérica,
excluindo o galego e o mirandês, considera-se ter maiores parecenças com o
sistema vocálico catalão, mas também existem algumas similitudes entre o
português e os falares pirenaicos centrais. Como factor decisivo para a
evolução do português considera-se frequentemente a influência de um
marcado substrato celta. Os fonemas vocálicos nasais estabelecem uma
similitude com o ramo galo-românico (especialmente com o francês antigo).[94]
Enquanto os falantes de português têm um nível notável de compreensão do
castelhano, os falantes castelhanos têm, em geral, maior dificuldade de
entendimento. Isto acontece porque o português, apesar de ter sons em
comum com o castelhano, também tem sons particulares. No português, por
exemplo, há vogais e ditongos nasais (provavelmente herança das línguas
célticas).[95][96]
Há muitas línguas de contato derivadas do ou influenciadas pelo português,
como por exemplo o patuá macaense de Macau. No Brasil, destacam-se
o lanc-patuá (derivado do francês), os vários dialetos quilombolas, como
o cupópia do Quilombo Cafundó (de Salto de Pirapora,
no estado brasileiro de São Paulo) e ainda o talian (uma mescla de português
com italiano).[97]
Dialetos
Ver artigo principal: Dialetos da língua portuguesa
Ver também: Português europeu, Português brasileiro, Português
angolano, Português cabo-verdiano, Português são-tomense, Português da
Guiné-Bissau, Português de Macau, Português de Moçambique, Português de
Timor-Leste, Português uruguaio, Português de Goa, Fala da
Estremadura e Português oliventino
Dialetos regionais da língua portuguesa
Dialetos do português europeu

Dialetos do português brasileiro


1 - Caipira

2 - Costa norte

3 - Baiano

4 - Fluminense

5 - Gaúcho

6 - Mineiro

7 - Nordestino

8 - Nortista

9 - Paulistano

10 - Sertanejo

11 - Sulista

12 - Florianopolitano

13 - Carioca

14 - Brasiliense

15 - Serra amazônica

16 - Recifense
Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica,
sendo influenciado por vários idiomas e dialetos, até chegar ao estágio
conhecido atualmente. Deve-se considerar, porém, que o português de hoje
compreende vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes
bastante distintos, além de dois padrões reconhecidos internacionalmente
(o português brasileiro e o português europeu). No momento atual, o português
é a única língua do mundo ocidental falada por mais de cem milhões de
pessoas com duas ortografias oficiais (é notado que a língua inglesa tem
diferenças de ortografia pontuais mas não ortografias oficiais divergentes). Esta
situação deve ser resolvida pelo Acordo Ortográfico de 1990.[98]
Foi, entretanto, concluído pela Professora Maria Regina Rocha, que através
das regras do Acordo Ortográfico de 1990, foram unificados 569 vocábulos,
2 691 palavras que apresentavam diferenças entre as ortografias
portuguesa/africana/asiática e brasileira assim se mantiveram após a reforma
ortográfica, 1 235 passaram a ter uma grafia diferente e, assim, 3 926
vocábulos ficam com diferenças gráficas entre ambos os lados do Atlântico.[99]
A língua portuguesa tem grande variedade de dialectos, muitos deles com uma
acentuada diferença lexical em relação ao português padrão seja no Brasil ou
em Portugal.[100][101][102] Tais diferenças, entretanto, não prejudicam muito a
inteligibilidade entre os locutores de diferentes dialectos.[103]
Os primeiros estudos sobre os dialectos do português europeu começaram a
ser registados por Leite de Vasconcelos no começo do século XX.[104][105] Mesmo
assim, todos os aspectos e sons de todos os dialectos de Portugal podem ser
encontrados nalgum dialecto no Brasil. O português africano, em especial o
português são-tomense, tem muitas semelhanças com o português do Brasil.
Ao mesmo tempo, os dialetos do sul de Portugal (chamados "meridionais")
apresentam muitas semelhanças com o falar brasileiro, especialmente, o uso
intensivo do gerúndio (e. g. falando, escrevendo, etc.). Na Europa, os dialectos
transmontano e alto-minhoto apresentam muitas semelhanças com o galego.
[106]
Um dialecto já quase desaparecido é o português oliventino ou português
alentejano oliventino, falado em Olivença e em Táliga.[107]
Após a independência das antigas colônias africanas, o português padrão de
Portugal tem sido o escolhido pelos países africanos de língua portuguesa.
Logo, o português tem apenas dois dialetos de aprendizagem, o europeu e o
brasileiro. Note-se que na língua portuguesa europeia há uma variedade
prestigiada que deu origem à norma-padrão: a variedade de Lisboa.[108] No
Brasil, a maior quantidade de falantes se encontra na região sudeste do país,
essa região foi alvo de intensas migrações internas, graças ao seu poder
econômico. O Distrito Federal apresenta um destaque devido ao seu dialeto
próprio, pelas várias hordas de migração interna. Os dialectos europeus e
americanos do português apresentam problemas de inteligibilidade mútua
(dentro dos dois países), devido, sobretudo, a diferenças culturais, fonéticas,
lexicais. Nenhum pode, no entanto, ser considerado como intrinsecamente
melhor ou perfeito.[109]
Algumas comunidades cristãs falantes de português na Índia, Sri
Lanka, Malásia e Indonésia preservaram a sua língua mesmo depois de terem
ficado isoladas de Portugal. A língua foi muito alterada nessas comunidades e,
em muitas, nasceram crioulos de base portuguesa, alguns dos quais ainda
persistem, após séculos de isolamento.[110] Também é percebível uma variedade
de palavras originadas do português no tétum. Palavras de origem portuguesa
entraram no léxico de várias outras línguas, como o japonês, o suaíli,
o indonésio e o malaio.[111]
Léxico
Ver artigo principal: Léxico da língua portuguesa
Ver também: Lista de diferenças lexicais entre versões da língua portuguesa

Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro, a maior da América Latina.[112]

O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, com cerca de 228 500 entradas,


376 500 acepções, 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras
arcaicas, é um exemplo da riqueza léxica da língua portuguesa. Segundo um
levantamento feito pela Academia Brasileira de Letras, a língua portuguesa tem
atualmente cerca de 356 mil unidades lexicais. Essas unidades estão
dicionarizadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.[113]
A maior parte do léxico do português é derivado do latim, já que o português é
uma língua românica. No entanto, por causa da origem celtibera,[114][115] as
migrações dos povos germânicos,[116] a ocupação moura da Península
Ibérica durante a Idade Média e a participação de Portugal na Era dos
Descobrimentos, adotou palavras de todo o mundo. No século XIII, por
exemplo, o léxico do português tinha cerca de 80% das suas palavras com
origem latina e 20% com origem pré-romana, celta, germânica e árabe.
Atualmente, a língua portuguesa ostenta no seu vocabulário termos
provenientes de diferentes idiomas como o provençal, o holandês, o hebraico,
o persa, o quíchua, o chinês, o turco, o japonês, o alemão e o russo, além de
idiomas bem mais próximos, como o inglês, o francês, o espanhol e o italiano.
Também houve influência de algumas línguas africanas.[117][118]
A maioria das palavras em português que podem ter sua origem rastreada até
aos habitantes pré-romanos de Portugal, que incluíam
os iberos, galaicos, lusitanos, célticos, túrdulos velhos, cónios e outros, é celta,
[119]
existindo muito pouco léxico ibérico. No século V, a Península Ibérica
(a Hispânia romana) foi conquistada pelos germânicos suevos e visigodos.
Esses povos contribuíram com algumas palavras ao léxico português,
principalmente nas relacionadas à guerra. Entre os séculos IX e XIII, o
português adquiriu cerca de 800 palavras do árabe, devido a
influência moura na Iberia. No século XV, as explorações marítimas
portuguesas levaram à introdução de estrangeirismos de muitas das línguas
asiáticas. Do século XVI ao XIX, por causa do papel de Portugal como
intermediário no comércio de escravos no Atlântico e o estabelecimento de
grandes colónias portuguesas em Angola, Moçambique e Brasil, o português
sofreu várias influências de idiomas africanos e ameríndios.[117][118]
Ortografia
Ver artigo principal: Ortografia da língua portuguesa

A sede da Academia Brasileira de Letras no Rio de Janeiro, Brasil.

Sede da Biblioteca Nacional de Portugal em Lisboa.

Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, em Portugal.

O português padrão tem duas variantes reconhecidas internacionalmente:


como em Portugal e nos restantes países do mundo lusófono à exceção do
Brasil; e como no Brasil. Empregado por cerca de 85% dos falantes do
português, o padrão brasileiro é hoje o mais falado, escrito, lido e estudado do
mundo. É, ademais, amplamente estudado nos países da América do Sul,
devido à grande importância econômica do Brasil no Mercosul. As diferenças
entre as variedades do português da Europa e do Brasil estão no vocabulário,
na pronúncia e na sintaxe, especialmente nas variedades vernáculas, enquanto
nos textos formais essas diferenças diminuem bastante. As diferenças não são
maiores que entre o inglês dos Estados Unidos e do Reino Unido ou
o francês da França e de Québec.[120]
Ambas as variedades são, sem dúvida, dialectos da mesma língua e os
falantes de ambas as variedades podem entender-se apenas com pequenas
dificuldades pontuais. Essas diferenças entre as variantes são comuns a todas
as línguas naturais, ocorrendo em maior ou menor grau, dependendo do caso.
Com um oceano entre Brasil e Portugal, e ao longo de quinhentos anos, a
língua evoluiu de maneira diferente em ambos os países, dando origem a dois
padrões de linguagem simplesmente diferentes, não existindo um padrão que
seja mais correto em relação ao outro. É importante salientar que dentro
daquilo a que se convencionou chamar "português do Brasil" e "português
europeu" há um grande número de variações regionais.[121]
Um dos traços mais importantes do português brasileiro é o seu
conservadorismo em relação à variante europeia, sobretudo no aspecto
fonético. Um português do século XVI mais facilmente reconheceria a fala de
um brasileiro do século XX como sua do que a fala de um português.[122]

Europa e África pré- act


acção contacto direcção eléctrico óptimo adopção
Acordo o

Brasil pré e pós-Acordo ação ato contato direção elétrico ótimo adoção

Nota: no Brasil mantêm-se quando pronunciadas, como


em facção, compactar, intelectual, aptidão, característica etc. Também
ocorriam diferenças de acentuação devido a pronúncias diferentes. No Brasil,
em palavras como acadêmico, anônimo e bidê usa-se o acento circunflexo por
tratar-se de vogais fechadas, enquanto nos restantes países lusófonos estas
vogais são abertas: académico, anónimo e bidé respectivamente. Nesses
casos, o Acordo Ortográfico de 1990, assinado por todos os países membros
da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), instituiu duplas
grafias para o mundo lusófono (Base XI, 3º).
Reformas ortográficas
Ver artigo principal: Reforma ortográfica

Cavaco Silva e Lula no Real Gabinete Português de Leitura em 2008

Durante muitos anos, Portugal (até 1975, incluía as suas colónias) e o Brasil
tomaram decisões unilateralmente e não chegaram a um acordo comum,
legislando sobre a língua.[123]
Existiram pelo menos cinco acordos ortográficos: Acordo Ortográfico de
1911, Acordo Ortográfico de 1943, Acordo Ortográfico de 1945, Acordo
Ortográfico de 1971 e o Acordo Ortográfico de 1990. Todos eles estiveram
envolvidos em polémicas e divergências entre os países signatários.[123]
Os mais significativos foram o Acordo Ortográfico de 1943 que esteve em vigor
apenas no Brasil entre 12 de agosto de 1943 e 31 de dezembro de 2008 (com
algumas alterações introduzidas pelo Acordo Ortográfico de 1971) e o Acordo
Ortográfico de 1945, em vigor em Portugal e todas as colónias portuguesas da
época, desde 8 de dezembro de 1945 até à entrada em vigor do Acordo
Ortográfico de 1990, que ainda não entrou em vigor em todos os países
signatários.[123]
Acordo de 1990
Ver artigo principal: Acordo ortográfico de 1990
O Acordo Ortográfico de 1990 foi proposto para criar uma norma ortográfica
única, de que participaram na altura todos os países de língua oficial
portuguesa, e em que esteve presente uma delegação não oficial de
observadores da Galiza. Os signatários que ratificaram o acordo original foram
Portugal (1991), Brasil (1995), Cabo Verde (1998) e São Tomé e Príncipe
(2006).[98]

Variedades
ortográficas

Países lusófonos à exceção Mundo


do Brasil antes do OA1990 lusófono pós-
OA1990

direcção direção

óptimo ótimo

Em julho de 2004 foi aprovado, em São Tomé e Príncipe, o Segundo Protocolo


Modificativo, durante a Cúpula dos Chefes de Estado e de governo da CPLP. O
Segundo Protocolo vem permitir que o acordo possa vigorar com a ratificação
de apenas três países, sem a necessidade de aguardar que todos os demais
membros da CPLP adotem o mesmo procedimento, e contemplava também a
adesão de Timor-Leste, que ainda não era independente em 1990. Assim,
tendo em vista que o Segundo Protocolo Modificativo foi ratificado pelo Brasil
(2004), Cabo Verde (2005) e São Tomé e Príncipe (2006), e que o Acordo
passaria automaticamente a vigorar um mês após a terceira ratificação
necessária, tecnicamente, o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
está em vigor, na ordem jurídica internacional e nos ordenamentos jurídicos
dos três Estados acima indicados, desde 1º de Janeiro de 2007.[124]
Depois de muita discussão, no dia 29 de julho de 2008, o parlamento português
ratificou o Segundo Protocolo Modificativo, aprovado a 25 de julho do mesmo
ano,[125] estabelecendo um prazo de até seis anos para que a reforma
ortográfica fosse totalmente implantada. A nova e a antiga ortografia
coexistiram em Portugal[126] entre 13 de maio de 2009 e 13 de maio de 2015,
data em que o Acordo Ortográfico de 1990 passou a vigorar obrigatoriamente
em Portugal.[127]
No Brasil, houve a vigência desde janeiro de 2009, tendo o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva assinado legislação sobre o acordo no segundo semestre
de 2008. Porém, até 2012 as duas ortografias estiveram vigentes.[128]
Gramática
Ver artigo principal: Gramática da língua portuguesa

Frontispício da Grammatica da Língua Portuguesa, publicada em 1540.

A gramática, a morfologia e a sintaxe do idioma português é semelhante à


gramática das demais línguas românicas, especialmente à do espanhol, língua
com a qual compartilha 89% de semelhança lexical,[129] e ainda mais à
do galego. O português é um idioma relativamente sintético e flexivo.[130][131]
Substantivos, adjetivos, pronomes e artigos são moderadamente flexionados:
existem dois gêneros (masculino e feminino) e dois números (singular e plural).
O caso gramatical da sua língua ancestral, o latim, foi perdido, mas
os pronomes pessoais são ainda divididos em três tipos principais de
formas: sujeito, objeto do verbo e objeto da preposição. A maioria dos
substantivos e adjetivos pode levar muitos
sufixos diminutivos ou aumentativos derivacionais e a maioria dos adjetivos
podem ter sufixo derivacional "superlativo". Normalmente os adjetivos seguem
o substantivo.[130][131]
Os verbos são altamente flexionados: existem três tempos (passado, presente
e futuro), três modos (indicativo, subjuntivo, imperativo),
três aspectos (perfectivo, imperfectivo e progressiva), duas vozes (ativa e
passiva) e um infinitivo flexionado. Tempos mais que perfeitos e imperfeitos
são sintéticos, totalizando 11 paradigmas de conjugação, enquanto todos os
tempos progressivos e construções passivas são perifrásticos. Como em outras
línguas românicas, existe também uma construção impessoal passiva, onde
o agente substituído por um pronome indefinido. O português é basicamente
uma língua SVO, embora a sintaxe SOV possa ocorrer com alguns poucos
pronomes e a ordem das palavras geralmente não seja tão rígida quanto
no inglês, por exemplo. É uma linguagem de sujeito nulo, com uma tendência
de queda dos objetos de pronomes, bem como das variedades coloquiais. O
português tem dois verbos de ligação.[130][131]
A língua portuguesa tem várias características gramaticais que a distinguem da
maioria das outras línguas românicas, como um pretérito mais-que-
perfeito sintético, verbo no futuro do subjuntivo, infinitivo flexionado e um
presente perfeito com um sentido iterativo. Um recurso exclusivo do idioma
português é a mesóclise, a infixação de pronomes clíticos em algumas formas
verbais.[130][131]
Fonologia
Ver artigo principal: Fonologia da língua portuguesa

Sara, uma oradora nativa do português europeu

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Português brasileiro falado

Plano de monotongos do Português de Lisboa.

Plano de monotongos do Português de São Paulo, Barbosa & Albano (2004):229

A língua portuguesa contém alguns sons únicos para falantes de outras


línguas, tornando-se, por isso, necessário que estes lhes prestem especial
atenção quando os aprendem. O português tem uma das fonologias mais ricas
das línguas românicas, com vogais orais e nasais, ditongos nasais e dois
ditongos nasais duplos. As vogais semifechadas /e/, /o/ e as vogais
semiabertas /ɛ/, /ɔ/ são quatro fonemas separados, ao invés do espanhol, e o
contraste entre elas é usado para apofonia. O português europeu também
possui duas vogais centrais, uma das quais tende a ser omitida na fala como
o e caduc do francês. Há, no português, um máximo de nove vogais orais e 19
consoantes, embora algumas variedades da língua tenham
menos fonemas (o português brasileiro é geralmente analisado como tendo
sete vogais orais). Há também cinco vogais nasais, que alguns linguistas
consideram como alofones das vogais orais, dez ditongos orais e cinco
ditongos nasais. No total, o português do Brasil tem 13 fonemas vogais.[132]
Vogais
Para as sete vogais do latim vulgar, o português europeu acrescentou
duas vogais centrais próximas, uma das quais tende a ser elidida na fala
rápida. A carga funcional destas duas vogais adicionais é muito baixa. As
vogais altas /e o/ e as vogais baixas /ɛ ɔ/ são quatro fonemas distintos e eles se
alternam em várias formas de apofonia. Como o catalão, o português usa
qualidade da vogal para contrastar sílabas estressadas com sílabas átonas:
vogais isoladas tendem a ser levantadas, e em alguns casos, centralizadas,
quando átonas. Ditongos nasais ocorrem principalmente nas extremidades das
palavras.[132]
Consoantes

Fonemas consonantais do português[133][134]

Labio- Dental/ Palato- Uvular/


Bilabial Palatal Velar
dental Alveolar alveolar Glotal

Nasal m n ɲ

Oclusiva p b t d k ɡ

Fricativ
f v s z ʃ ʒ ʁ
a

Lateral l ʎ

Vibrante ɾ

Exemplo de pronúncias diferentes


Ver artigo principal: Pronúncia do português europeu e brasileiro
Excerto do épico nacional português Os Lusíadas, de Luís de Camões (I, 33)

Original IPA (Lisboa) IPA (Rio de Janeiro) IPA (São Paulo)


Sustentava contra ele suʃtẽˈtavɐ ˈkõtɾɐ ˈeɫɨ suʃtẽˈtavɐ ˈkõtɾɐ ˈeli sustẽ̞ ˈtavɐ ˈkõtɾɐ ˈeli
Vénus bela, ˈvɛnuʒ ˈbɛɫɐ ˈvẽnuʒ ˈbɛlɐ ˈvẽnuz ˈbɛlɐ

Afeiçoada à gente ɐfɐjˈsuaðɐː ˈʒẽtɨ ɫuzi afejsuˈadaː ˈʒẽtʃi luzi afejsuˈadaː ˈʒẽtʃi luzi
Lusitana, ˈtɐnɐ ˈt̃ɐ̃̃nɐ ˈt̃ɐ̃̃nɐ

Por quantas puɾ ˈkw̃ ɐ̃tɐʃ kwɐɫiˈðaðɨʒ puʀ ˈkw̃̃ ɐ̃tɐʃ kwali pʊɾ ˈkw̃ ɐ̃tɐs kwali
qualidades via nela ˈviɐ ˈnɛɫɐ ˈdadʒiʒ ˈviɐ ˈnɛlɐ ˈdadʒɪz ˈviɐ ˈnɛlɐ

Da antiga tão amada dãˈtiɣɐ ˈt̃ɐ̃w ɐˈmaðɐ da ̃ɐˈtʃigɐ t̃ɐw ̃ɐ̃ˈmadɐ da ̃ɐˈtʃiɡɐ ˈt̃ɐw ̃̃ɐ̃ˈmadɐ
sua Romana; ˈsuɐ ʁuˈmɐnɐ ˈsuɐ ʁoˈm̃ ɐnɐ ˈsuɐ ʁõˈm̃ ɐnɐ

Nos fortes corações, nuʃ ˈfɔɾtɨʃ kuɾɐˈsõjʃ nuʃ ˈfɔʁtʃiʃ koɾaˈsõjʃ nus ˈfɔɾtʃis koɾaˈsõjs
na grande estrela, nɐ ˈgɾ̃ɐdɨ ɨʃˈtɾeɫɐ nɐ ˈgɾ̃ɐdʒi iʃˈtɾelɐ nɐ ˈgɾ̃ɐdʒi isˈtɾelɐ

Que mostraram na kɨ muʃˈtɾaɾ̃ɐw nɐ ˈtɛʁɐ ki moʃˈtɾaɾ̃̃ɐw na ˈtɛʁɐ ki mosˈtɾaɾ̃̃ɐw na ˈtɛʁɐ


terra Tingitana, tĩʒiˈtɐnɐ tʒĩʒiˈt̃ɐnɐ tʒĩʒiˈt̃ɐ̃nɐ

E na língua, na qual i nɐ ˈɫĩɡwɐ nɐ ˈkwaɫ i na ˈlĩgwɐ na ˈkwaw i na ˈlĩɡwɐ na ˈkwaw


quando imagina, ˈkwɐ̃du imɐˈʒinɐ ˈkw̃ ɐdu ĩmaˈʒĩnɐ ˈkw̃ ɐdu ĩmaˈʒinɐ

Com pouca corrupção kõ ˈpokɐ kuʁupˈs̃ɐw kũ ˈpowkɐ koʁupˈs̃ɐw kũ ˈpokɐ koʁup(i)ˈs̃ɐw


crê que é a Latina. ˈkɾe kɨˈɛ ɐ ɫɐˈtinɐ kɾe ˈki ɛ a laˈtʃĩnɐ ˈkɾe ˈki ɛ a laˈtʃĩnɐ[135]

Ver também
 Acordo Ortográfico de 1990
 Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
 Crioulos de base portuguesa
 Diferenças entre o castelhano e o português
 História da literatura em Portugal
 Instituto Internacional da Língua Portuguesa
 Língua galega
 Lista de línguas por total de falantes
 Lista de países onde o português é língua oficial
 Maiores aglomerações urbanas de língua portuguesa
 Museu da Língua Portuguesa
 Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)
 Palavras japonesas de origem portuguesa
 Relações entre Brasil e Portugal

Notas e referências
Notas
Referências
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62. ↑ Ir para:a b c d e f «Congo passará a ensinar português nas escolas.». 4 de junho de 2010.
Consultado em 13 de julho de 2010
63. ↑ Entre 300 000 e 600 000 de acordo com Pina, António (2001), «Portugueses na África do
Sul», Actualidade das migrações, Janus, cópia arquivada em 18 de maio de 2013
64. ↑ «Coneixements i usos lingüístics de la població d'Andorra» (PDF). Govern d'Andorra. 6 de
julho de 2015. Consultado em 2 de março de 2018
65. ↑ 0,13% ou 25.779 pessoas falam em casa, no censo de 2006, ver «Language Spoken at
Home from the 2006 census». Australian Bureau of Statistics
66. ↑ «Portugueses em risco nas Bermudas». Correio da Manhã. Consultado em 17 de
dezembro de 2016
67. ↑ «Bermuda». World InfoZone. Consultado em 21 de abril de 2010
68. ↑ «2006 Census Topic-based tabulations» (em inglês). Statistics Canada. Consultado em
17 de dezembro de 2016
69. ↑ Gomes, Nancy (2001), «Os portugueses nas Américas: Venezuela, Canadá e
EUA», Actualidade das migrações, Janus, cópia arquivada em 22 de dezembro de 2012
70. ↑ 580 mil estimados para usá-la como língua materna no censo de 1999 e 490.444
cidadãos no censo de 2007, consulte Répartition des étrangers par nationalité
71. ↑ «Voices - Multilingual Nation» (em inglês). BBC. Consultado em 17 de dezembro de 2016
72. ↑ «O garnisé, quem diria, veio de Guernsey». Veja. Consultado em 17 de dezembro de
2016
73. ↑ «Japão: imigrantes brasileiros popularizam língua portuguesa». 2008
74. ↑ 4,6% de acordo com o censo de 2001, ver
75. ↑ «N° 17 La langue principale, celle que l'on maîtrise le mieux» (em francês). Consultado
em 16 de dezembro de 2016
76. ↑ «Namíbia quer ser membro observador da CPLP» (em inglês). Ventos da Lusofonia.
Consultado em 17 de dezembro de 2016
77. ↑ Portuguese to be introduced in schools<The Namibian>Acesso em 6 de abril de 2012.
78. ↑ «Languages of Paraguay»
79. ↑ «Switzerland in CIA World Factbook» (em inglês). CIA. Consultado em 17 de dezembro
de 2016
80. ↑ Ver «Languages of Venezuela» e Gomes, Nancy (2001), «Os portugueses nas Américas:
Venezuela, Canadá e EUA», Actualidade das migrações, Janus, consultado em 13 de maio
de 2011, cópia arquivada em 22 de dezembro de 2012
81. ↑ «Centenas de milhares de uruguaios têm português como língua materna». Diário de
Notícias. Consultado em 17 de dezembro de 2016
82. ↑ Carvalho, Ana Maria (2010), «Portuguese in the USA», in: Potowski, Kim, Language
Diversity in the USA, ISBN 978-0-521-74533-8, Cambridge University Press
83. ↑ Hispanic Reading Room of the U.S. Library of Congress Web site, Twentieth-Century
Arrivals from Portugal Settle in Newark, New Jersey,
84. ↑ «Brazucas (Brazilians living in New York)». Nyu.edu. Consultado em 21 de abril de 2010
85. ↑ Hispanic Reading Room of the U.S. Library of Congress Web site, Whaling, Fishing, and
Industrial Employment in Southeastern New England
86. ↑ «Portuguese Language in Goa». Colaco.net. Consultado em 21 de abril de 2010.
Arquivado do original em 29 de maio de 2001
87. ↑ «The Portuguese Experience: The Case of Goa, Daman and Diu». Rjmacau.com.
Consultado em 21 de abril de 2010. Arquivado do original em 26 de agosto de 2009
88. ↑ Ir para:a b «Portuguese language gaining popularity». Anglopress Edicões e Publicidade Lda.
5 de maio de 2007. Consultado em 18 de maio de 2011
89. ↑ Carolina Matos (17 de novembro de 2016). «Lisbon: Portuguese language to expand to
400 million speakers globally – Portugal». Portuguese American Journal. Consultado em 20
de novembro de 2017
90. ↑ Universidade Federal Fluminense, ed. (2009). «A expansão do português na América
Latina» (PDF). Consultado em 9 de junho de 2012. Arquivado do original (PDF) em 17 de
outubro de 2012
91. ↑ José Jorge Peralta (2009). Portal da Lusofonia, ed. «O Brasil na América do Sul».
Consultado em 9 de junho de 2012
92. ↑ Leach, Michael (2007), «talking Portuguese; China and East Timor», Arena Magazine,
consultado em 18 de maio de 2011
93. ↑ «The World Factbook – Field Listing – Population – CIA». Central Intelligence Agency.
Consultado em 7 de março de 2015
94. ↑ Lexikon der Romanistischen Linguistik (LRL)
95. ↑ «Fonética histórica»
96. ↑ «Povos pré-romanos da Península Ib

As Origens da Língua Portuguesa


A língua portuguesa é uma língua neolatina, formada da mistura de muito latim vulgar(...)

A língua portuguesa é uma língua neolatina, formada da mistura de muito latim vulgar e
mais a influência árabe e das tribos que viviam na região.

Sua origem está altamente conectada a outra língua (o galego), mas,


o português é uma língua própria e independente.
Apesar da influência dos tempos tê-la alterado, adicionando vocábulos franceses,
ingleses, espanhóis, ela ainda tem sua identidade única, sem a força que tinha no seu
ápice, quando era quase tão difundida como agora é o inglês.

No oeste da Península Ibérica, na Europa Ocidental, encontram-se Portugal e Espanha.


Ambos eram domínio do Império Romano a mais de 2000 anos, e estes conquistadores
falavam latim, uma língua que eles impuseram aos conquistados. Mas não o latim culto
usado pelas pessoas cultas de Roma e escrito pelos poetas e magistrados, mas o popular
latim vulgar, falado pela população em geral.
Isto aconteceu porque a população local entrou em contato com soldados e outras
pessoas
incultas, não magistrados.

Logicamente não podemos simplesmente desprezar a influência lingüística dos


conquistados.
Estes dialetos falados na península e em outros lugares foram regionalizando a língua.
Também devemos considerar a influência árabe, que inseriu muitas termos nestes
romanços
até a Reconquista.
Este processo formou vários dialetos, denominados cada um deles genericamente de
romanço (do latim romanice, "falar à maneira dos romanos").
Quando o Império Romano caiu no século V este processo se intensificou e vários
dialetos foram
se formando. No caso específico da península, foram línguas como o catalão, o
castelhano e o galego-português (falado na faixa ocidental da península).

Foi este último que gerou o português e o galego (mais tarde uma língua falada apenas
na região
de Galiza, na Espanha). O galego-português existiu apenas durante os séculos XII, XIII
e XIV,
na Camões, o português uniformiza-se e adquiri as
características
atuais da língua.

Em 1536 Fernão de Oliveira publicou a primeira


Gramática da Linguagem Portuguesa,
consolidando-a definitivamente.

Leia mais>>

Fonte: Eduquenet

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FL - Faculdade de Letras
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Fone: +55 (62) 3521.1160 - Diretoria
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Fone: +55 (62) 3521.2634 - Especialização
Fone: +55 (

Qual a origem da Língua


Portuguesa?
POR:

Gabriela Portilho
01 de Setembro | 2012
Pergunta enviada por Cláudio Mourão, Vitória da Conquista, BA
O português é resultado da transformação do latim vulgar (uma das variantes da
língua romana) e do galego (falado na província da Galícia - hoje em território
espanhol). Essas línguas sofreram muitas transformações ao longo do tempo, e só
no século 13 foi publicado um texto mais próximo do que hoje consideramos a
língua portuguesa (leia mais sobre essa evolução abaixo). O idioma falado no
Brasil sofreu ainda várias influências, como as dos povos africanos e indígenas.
Fonte Gramática Pedagógica do Português Brasileiro
(Marcos Bagno, 1.053 págs., Ed. Parábola, tel. 11/5061-9262, 120 reais)
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portuguesa
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INTRODUÇÃO
Origem e a evoluçao da Lingua Portuguesa

De acordo com a pesquisa feita , aprazi-me dizer


que, A língua portuguesa é uma língua românica
que se originou no que é hoje a Galiza e o norte de
Portugal. É derivada do latim falado pelos povos
pré-romanos da Península Ibérica (Galaicos,
Lusitanos, Célticos e Cónios), a cerca de 2000 anos
atrás.

DESENVOLVIMENTO
O português surge a noroeste da península Ibérica e
desenvolveu-se, na sua faixa ocidental, incluindo
parte da antiga Lusitânia e da Bética romana. O
romance galaico-português nasce do latim falado,
trazido pelos soldados e colonos romanos desde o
século III a.C.. O contacto com o latim vulgar fez
com que, após um período de …exibir mais
conteúdo…

Assim como os outros idiomas, o português sofreu


uma evolução histórica, sendo influenciado por
vários idiomas e dialetos, até chegar ao estágio
conhecido atualmente. Deve-se considerar, porém,
que o português de hoje compreende vários dialetos
e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes
bastante distintos, além de dois padrões

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conquistados. Para garantir a dominação política, os romanos
exigiam que, em todo o vasto Império, o latim fosse de uso
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contato dos romanos com a cultura grega deu-se de forma
contrária: foi o latim que incorporou uma grande quantidade de
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Evolução da língua portuguesa
no tempo
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Posted by:Fausto JoséPosted atmaio 09, 2021


2. Evolução da língua portuguesa no tempo

Do indo-europeu ao latim

O estudo comparado de diversas línguas da Europa e da Ásia levou os


linguistas a pensar que estas terão derivado de uma língua comum: o indo-
europeu. Com excepção do basco, codas as línguas oficiais dos países da
Europa Ocidental pertencem a quatro ramos da família indo-europeia: o
helénico (grego), o românico (português, italiano, francês e castelhano), o
germânico (inglês e alemão) e o céltico (irlandês e gaélico). um quinto ramo, o
eslavo, engloba diversas línguas actuais da Europa Oriental.

Do ramo românico fazem parte as línguas que derivaram do latim, uma das
quais é a língua portuguesa.

Do latim às línguas românicas

O latim era a língua falada no Lácio (região de Roma), que se propagou além-
fronteiras com a romanização — processo de conquista territorial e dominação
cultural efectuado pelos Romanos.

O latim apresentava diferentes variedades e registos linguísticos: o latim


clássico e o latim vulgar. Foi esta última variedade que se expandiu com a
romanização, pois era a língua utilizada pelos legionários, os soldados que
participaram na expansão do Império Romano. Noutros locais, entrando em
contacto com outras línguas e culturas, o latim sofreu modificações e
diferenciações, originando primeiro os romanços e, depois, as línguas
românicas ou novilatinas, constituídas pelas seguintes línguas: português,
espanhol ou castelhano, italiano, francês, romeno, sardo e provençal.
Influência de outros povos

O SUBSTRATO

a) O substrato celta

Os povos que habitavam a região da Península ibérica antes da romanização


falavam outras línguas, sobretudo a celta. Embora os povos vencidos tenham
adoptado a língua dos vencedores (os Romanos), foram também transportados
para o latim termos dessas línguas autóctones. O latim foi, assim, ganhando
novas palavras oriundas da língua celta que se falava na Península Ibérica.

Exemplos de palavras de origem celta: camisa, carro, saia, carpinteiro, Lisboa,


Coimbra, Évora.

O SUPERSTRATO

a) O superstrato germânico

Por volta do século V d. C., os povos germânicos invadiram a Península


ibérica. Como possuíam uma cultura inferior, adoptaram a língua dos vencidos
(o latim), mas introduziram-lhe palavras da sua língua.

Exemplos de palavras de origem germânica: guerra, arreio, bradar, galope,


marchar, roubar, luva, orgulho, dardo, casa, raça, Afonso, Fernando, Gomes.

b) O superstrato árabe

No século VIII, a Península sofreu uma nova invasão, desta vez pelos Árabes.
A presença árabe prolongou-se por vários séculos e, assim, muitas palavras de
origem árabe entraram na língua portuguesa (muitas delas iniciadas por
al): álcool, alambique, alecrim, alfaiate, algarismo, armazém, azul, garrafa,
fatia, oxalá, xadrez, xarope e muitas outras.

Do português arcaico ao português moderno

PORTUGUÉS ARCAICO (DE FINS DO SÉCULO AO SÉCULO XVI)

Neste período, o português evolui sem influências de outras línguas. Até


meados do século XIV, esteve associado ao galego, originando o galego-
português ou galaico-português.
Considera-se que o português nasceu oficialmente no século XIII, quando D.
Dinis legislou que todos os documentos fossem escritos em português.

PERIODO CLÅSSICO (DO SÉCULO AO SÉCULO XVII)

Com a expansão marítima, nos séculos XV e X VI, a língua portuguesa passou


a ser falada em muitas regiões de África, Ásia e América, tendo sido, nesta
altura, enriquecida com vocábulos provenientes dessas culturas.

A partir do século XII, com a intensificação das relações comerciais e culturais


de Portugal com outros países europeus, vários termos de outras línguas foram
adoptados pela língua portuguesa: são os estrangeirismos.

PERIODO MODERNO (DO SÉCULO XVIII EM DIANTE)

Além da evolução sofrida pela língua portuguesa resultante do contacto com


outras línguas, também a necessidade de nomear novos objectos e novas
realidades vai dando origem à criação de novas palavras: os neologismos.

Evolução fonética

Multas palavras do português provém do Patim e resultam de transformações


sofridas ao longo de séculos, quase sempre pela tendência de os falantes
reduzirem o esforço ao pronunciar alguns sons.

FENÓMENO EXEMPLO
Queda attonitu > tonito > tonto

plenum > pleno


Adição stare > estar

humile > humilde


Permuta semper > sempre

absente > ausente

Evolução semântica
A evolução semântica consiste na alteração de significado de certas palavras,
ao longo dos tempos.

Significado antigo Significado actual


Barba Queixo, rosto, mento Camada pilosa que cobre
partes do rosto
Calamidade Vendaval que destruía Desgraça de grandes
colheitas proporções
Cara Mais querida Rosto (raciocínio: parte mais
querida do corpo)
Desastre Perda de um astro Acidente, desastre, sinistro,
fatalidade, fruto do azar
Ministro Escravo, servidor Cargo superior (raciocínio:
significado distante do sentido
humilde que tinha)

O português de África

A partir do contacto que o português teve com as línguas africanas, através da


expansão levada a cabo pelo processo de colonização, a língua foi ganhando
outras variedades que divergem da norma portuguesa de maneira mais ou
menos acentuada quanto à pronúncia, à gramática e ao vocabulário. Contudo,
tal diferenciação não é suficiente para impedir a comunicabilidade entre os
falantes, nem a superioridade de uma variedade em detrimento de outra.

Em certos casos, o português, entrando em contacto com algumas línguas de


Africa, deu origem aos crioulos — línguas originadas a partir da aglutinação de
outras; são os casos de crioulos de Cabo Verde e da Guiné.

O português de Moçambique

Moçambique é um pais que apresenta um panorama linguístico bastante


diversificado.

Falam-se várias línguas derivadas da antiga língua bantu, algumas das quais
são: kimwani, shi-makonde, ci-yao, cinyanja, e-makhua, e-chuabo, ci-nyungue,
ci-seno, ci-balke, ci-shna, gitonga, ci-copi, xi-ronga, xitswa, xi-xangana e vários
outros dialectos destas línguas.
O português é a língua oficial do Pais, eleita após a Independência Nacional.
Naturalmente, este é influenciado pelas línguas nativas e pelas suas
variedades dialectais, distribuídas por diferentes espaços físicos do Pais; por
isso, é legitimo falar-se de falares locais do português em Moçambique. Assim,
os Macuas, por exemplo, irão expressar-se em português diferentemente dos
Senas, dos Nyugues ou dos Ndaus, no que respeita a vários aspectos da
gramática.

Vejamos, seguidamente, as diferentes mudanças da língua portuguesa falada


em algumas regiões de Moçambique.

Especificidades do português de Moçambique

As diferenças entre o português-padrão e o português falado em Moçambique


são visíveis a vários níveis:

• Classe lexical (pronomes, artigos e preposições)

Exs.: O meu pai agarrou ele (agarrou-o).;

Tinha cortado cabelos (cortado os cabelos).

• Concordância (número, género, pessoa, tempo, modo e voz)

Exs.: Os donos da mala viu (viram).;

Esta senhora é amigo (amigo).

• Tipo de estrutura sintáctica (subordinação e coordenação)

Exs.: Para que as coisas crescer melhor (cresçam melhor).;

Chegou o dizer que não tens vergonha (que ele não tinha vergonha).

• Escolha lexical dos verbos, nomes e adjectivos

Ex.: Indivíduos passageiros (que estão de passagem).

• Semântica (atribuição de novo significado a palavras do português)

Ex.: Chegaram as estruturas (responsáveis do Governo).


• Casos como: calamidade = roupa em segunda mão; pasta = mala (saco) de
mão; situação = problema; crise = guerra.

• Ordem sintáctica

Ex.: Eu estou cada vez mais a Pintar (estou a Pintar coda vez mais).

• Concordância nominal e verbal

Ex.: Os seminaristas tinha... (tinham)

• Regência verbal

Exs.: Despediu os pais à saída (despediu-se dos).;

Nem ler e escrever não sabem (Nem ler e escrever sabem).

LÉXICO-SINTAXE

• Casos de verbos que exigem uma determinada preposição (regência


verbal)

Exs.: Eu concordo disso (com isso).;

Eu tinha de ir participar um curso na Suécia (num).;

Ensina os pais a respeitar aos pais (os).;

Não tem amor os filhos (aos).;

Tem de passar da cidade (na).;

Fico admirado naquilo que estou a ver .com aquilo).;

Foi na altura que eu separei com os amigos (dos).;

Os alunos também abusam a eles (deles).;

Sai nas forças armadas (das).;

Era muito mimada com os pais (pelos).;


Tenta trabalhar fim-de-semana (no fim-de-semana).

• Casos de construções passivas

Exs.: (Nós) fomos atribuídos os sítios (Atribuíram-nos).;

Fui nascido em casa (Nasci).

FONÉTICA

• Pronúncia de consoantes líquidas

Ex.: areia (arreia); reembolsar (reemborsar)

• Queda da vogal inicial

Ex.: aguentar (guentar); levantar (alevantar)

• Nasalização de vogais

Ex.: exame (enzame); até (anté)

C. Stroud e P. Goncalves, Panorama do Português Oral de Maputo, INDE


(adaptado)

Bibliografia

MACIE, Filipe Virgílio. Pré-universitário – Português 11ª Classe. 1ª Edição.


Longman Moçambique, Maputo, 2009.

1 comentárioLabels#Português: 11ª Classe


COMENTÁRIOS

1.
UNKNOWN7 DE OUTUBRO DE 2021 ÀS 22:13
RESPONDER

Todo tema que eu preciso ta a qui, bom trabalho a toda equipe da escola virtual.

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